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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

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10/8/2015 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
 
 
 
 
1- Conceito
 
Segundo Hely Lopes Meirelles : “ o ajuste que a Administração Pública
agindo nessa qualidade, firma com particulares ou outra entidade
administrativa para consecução de objetivos de interesse público, nas
condições estabelecidas pela própria Administração.”
 
 
2- Prévia licitação
 
Em regra, a celebração do contrato administrativo exige prévia licitação,
exceto nos casos de contratação direta previstos na legislação.
 
3- Normas aplicáveis
 
No texto Constitucional há basicamente dois dispositivos aplicáveis à
disciplina dos contratos: art. 22, XXVII e art. 37, XXI.
Já no plano infraconstitucional, diversas leis disciplinam o instituto do
contrato administrativo e suas várias espécies:
a) Lei 8666/93 – art. 54 e seguintes – válidas para os três Poderes;
b) Lei 8883/94 ;
c) Lei 8987/95 – disciplina concessões e permissões de serviço
público;
d) Lei 9637/98 – prevê a celebração de contratos de gestão entre
governo federal e as organizações sociais;
e) Lei 11.079/2004 – institui normas gerais para licitação e contratação
de parcerias público-privada (PPP) no âmbito dos Poderes da união,
dos Estados do Distrito Federal e dos Municípios;
f) Lei 11.107/2005 – celebração de consórcios públicos entre as
entidades federativas;
g) Lei 12.232/2010 – dispõe sobre normas gerais para licitação e
contratos de serviços de publicidade do governo.
 
 
4- Características dos Contratos Administrativos
 
A doutrina apresenta diversas características dos contratos administrativos
que os diferenciam dos contratos privados. As mais importantes são as
seguintes:
a) submissão ao Direito Administrativo;
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b) presença da Administração em pelo menos um dos pólos;
c) desigualdade entre as partes;
d) mutabilidade – diferentemente do que ocorre no direito privado, em
que vigora o princípio segundo o qual os contratos devem ser cumpridos
tal como escritos (pacta sunt servanda), no Direito Administrativo a
legislação autoriza que a Administração Pública pode promover alterações
unilateral das cláusulas do contrato, instabilizando a relação contratual
diante de causas supervenientes de interesse público. Porém, os
dispositivos contratuais que tratam da remuneração do particular nunca
podem sofrer alteração unilateral, à medida que eventuais modificações
em tais cláusulas pressupõem a anuência do contratado;
e) existência de cláusulas exorbitantes – essas são disposições
contratuais que definem poderes especiais para a
Administração dentro do contrato, projetando-se para uma posição de
superioridade em relação ao contratado. São exemplos de cláusulas
exorbitantes: 1) possibilidade de revogação unilateral do contrato por
razões de interesse público; 2) alteração unilateral do objeto do contrato;
3) aplicação de sanções contratuais;
Vejamos resumidamente cada uma dessas cláusulas exorbitantes:
 
1- Rescisão Unilateral – art. 58, II define como prerrogativa especial da
Administração rescindir unilateralmente os contratos administrativos. As
hipóteses mais relevantes dessa rescisão estão enumeradas no artigo 78
da Lei 8666/93;
2- Fiscalização - a execução dos contratos deve ser amplamente
acompanhada e fiscalizada por representantes da
Administração, permitida a contratação de terceiros para essa finalidade
específica (art. 67);
3- Aplicação de penalidades – o artigo 87 da Lei 8666/93 prevê a
aplicação de sanções administrativas ao contratado pela inexecução total
ou parcial do contratando, garantindo-se a prévia defesa. As penalidades
cabíveis são: advertência/ multa/ suspensão temporária do direito de
participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração,
por prazo não superior a 2 anos/ declaração de idoneidadae para licitar ou
contrata com a Administração.
Constituiu cláusula exorbitante a aplicação de penalidades contratuais
porque as referidas sanções são aplicadas pela própria
Administração.
As referidas penas somente podem ser aplicadas após a instauração de
processo administrativo com garantia de contraditório e ampla defesa.
4- ocupação provisória (art. 58V) faculta à Administração, nos casos de
serviços essenciais ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis,
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pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, seja para garantir a
apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado ou na
hipótese de rescisão do contrato administrativo.
 
f) formalismo: os contratos administrativos não tem forma livre, devendo
observar o cumprimento de requisitos intrínsecos e extrínsecos. Em regra,
os contratos administrativos devem ter a forma escrita. È nulo e de
nenhum efeito o contrato verbal. Entretanto, no caso de pequenas
compras de pronto pagamento feitas em regime de adiantamento, a Lei
8666/93 admitecontrato administrativo verbal (art. 60, p. único). São
considerados de pequeno valor as compras de até R$ 4.000,00 (quatro
mil reais);
g) bilateralidade- prevê obrigações para as duas partes;
 
 
5- Formalização dos contratos administrativos
 
Como regra geral, os contratos administrativos devem ter a forma escrita.
(Art. 60 p.único)
Porém, o referido dispositivo admite importante exceção a tal regra,
autorizando a celebração de contrato verbal para pequenas compras de
pronto pagamento feitas em regime de adiantamento. Consideram-se
pequenas compras aquelas de até R$ 4.000,00.
Constitui requisito indispensável para a produção de efeitos publicação
resumida do contrato e deus aditivos na imprensa oficial.
Nos termos do art. 62 da Lei 8666/93, o instrumento do contrato é
obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como
nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos
nos limites dessas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais
em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis,
tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de
compra ou ordem de execução de serviço.
 
6- Cláusulas exorbitantes
 
Uma das características fundamentais dos contratos administrativos é a
presença das chamadas cláusulas exorbitantes. São regras que
conferem poderes contratuais especiaisprojetando a Administração
Pública para um posição de superioridade diante do particular contrato.
São prerrogativas decorrentes da supremacia do interesse público sobre o
privado e, por isso, são aplicáveis ainda que não escritas no instrumento
contratual.
As mais importantes estão previstas no artigo 58 da Lei 8666/93 são:
exigência de garantia; alteração unilateral, rescisão unilateral, fiscalização,
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aplicação de penalidade, ocupação temporária;
 
7- Exigência de garantia
 
A autoridade administrativa pode exigir do contrato, desde que previsto no
instrumento convocatório, o oferecimento de garantia. Constituiu direito
do contratado optar entre as seguintes modalidades de garantia: caução,
seguro-garantia e fiança bancária.
 
8- Alteração unilateral do objeto
 
A lei autoriza que a Administração realize modificação unilateral no objeto
do contrato para melhor adequação às finalidades de interesse público. A
alteração pode consistir na modificação do projeto ou em acréscimo e
diminuição na quantidade do objeto. Desse modo, as alteraçõesunilaterais
podem ser modificações qualitativas ou quantitativas.
A modificação quantitativa deve observar os limites de até 25% , para
obras, serviços ou compras, e até 50%, no caso de reforma em
edifício ou equipamento
 
A alteração unilateral do contrato exige mudança na remuneração do
contratado, ensejando direito ao reequilíbrio econômico-financeiro.
 
9- Manutenção do equilíbrio econômico-financeiro
 
Qualquer circunstância especial capaz de alterar a margem de lucro do
contratado autoriza uma modificação na remuneração a ele devida. Esse
dever de manutenção do equilíbrio na relação custo-remuneração também
constituiu cláusula exorbitante típica do contrato administrativo.
 
 
 
ESTUDO DO EQUILIBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO
 
 
O Artigo 37, XXI, da CF, ao disciplinar a obrigatoriedade do procedimento
licitatório, prescreve que “ressalvados os casos especificados na
legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
mediante processo de licitação pública, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta”.
 
Essa referência, “mantidas as condições efetivas da proposta” tornou
obrigatória a criação de um sistema legal de preservação da margem de
lucro do contratado, denominando equilíbrio econômico-financeiro.
 
VER : arts. 57, § 1º e 65, II ‘d’
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A equação econômica financeira pode ser conceituada como a relação
que se estabelece, no momento da celebração do contrato, entre o
encargo assumido e a remuneração pactuada.
A manutenção desse equilíbrio é um direito constitucionalmente
tutelado do contratado e decorre do princípio da boa-fé e também da
busca pelo interesse público primário, tendo como fundamento a regra
do rebus sic stantibus e a teoria da imprevisão.
 
Em termos práticos, a garantia do equilíbrio econômico-financeiro obriga o
contratante a alterar a remuneração do contratado sempre que sobrevier
circunstancia excepcional capaz de tornar mais onerosa a
execução. Assim, procura-se recompor a margem de lucro inicialmente
projetada no momento da celebração do contrato.
 
Quais as circunstancias excepcionais que autorizam a revisão???
 
Existe grande controvérsia doutrinária acerca da classificação das
situações que autorização a revisão na remuneração do contratado.
 
Vejamos:
1) Alteração unilateral do contrato: quando a administração
contratante realiza modificações quantitativas ou qualitativas no
objeto contratual (art. 65, §§ 1 e 4 da Lei 8666/93) São
portanto, circunstâncias internas do contrato. Exemplo:
aumento no número de ruas a serem asfaltadas pelo
contratado;
2) Fato do príncipe – é todo acontecimento externo ao contrato
provocado pela entidade contratante, “sob titulação jurídica
diversa da contratual”. Exemplo: aumento de tributo promovido
pela entidade contratante. Se a majoração de tributo for
realizada por outra esfera federativa, aplica-se a teoria da
imprevisão e não o fato do príncipe;
3) Fato da Administração – consiste na ação ou omissão
da Administração contratante que retarda ou impede a
execução do contrato. Exemplo: Administração não
providencia desapropriações necessárias para a duplicação da
rodovia;
4) Álea econômica (Teoria da Imprevisão) é o
acontecimento externo ao contrato, de natureza econômica
e estranho à vontade das partes, imprevisível e inevitável,
que cause contratual. Exemplo: aumento de tributo
determinado por entidade federativa diversa da administração
contratante. A recomposição decorrente dessa álea está
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relacionada com a aplicação, na seara dos contratos
administrativos, da teoria da imprevisão. Para que tal
circunstância possa gerar revisão tarifária, faz-se necessário o
preenchimento dealgumas condições, de modo que o fato
seja:
a) imprevisível quanto á sua ocorrência e ao alcance de suas
consequências; b) estranho à vontade das partes;
c) inevitável;
d) causador de significativo desequilíbrio ao contrato;
 
 
 
EXTINÇÃO DO CONTRATO
 
O contrato administrativo pode ser extinto em decorrência
da conclusão do objeto, do término do prazo, da anulação motivada
por defeito ou de rescisão
O artigo 79 da Lei 866/93 prevê 3 tipos de rescisão:
a) rescisão unilateral – decretada pela Administração
contratante, sem necessidade de autorização judicial. Havendo culpa do
contratado, não é devida indenização, aplicando-se a sanção cabível; se
não houver culpa, como no caso da rescisão motivada por razões de
interesse público, cabe indenização;
b) rescisão amigável - feita administrativamente por acordo
entre as partes. Em regra, não gera indenização;
c) rescisão judicial – determinada pelo Poder Judiciário em
razão de inadimplemento do contratante ou do contratado. Havendo
inadimplemento do contratado, a Administração pode optar também por
rescindir unilateralmente.
 
Exercício 1:
Considerando as afirmações abaixo:
I - A teoria de imprevisão (cláusula rebus sic stantibus) é aplicável excepcionalmente no contrato
administrativo.
II – No contrato administrativo uma de suas características é a presença da administração pública com o
poder público – a Administração aparece com uma série de prerrogativas que garantem a sua posição de
supremacia sobre o particular; vêm expressas por meio das cláusulas exorbitantes;
III- O contrato administrativo tem como caracterísitca a presença de cláusulas exorbitantes.
É correto o que se afirma:
A - I, II e III 
B - I e II 
C - I e III 
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D - II e III 
E - N.D.A 
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Exercício 2:
Relativamente à rescisão dos contratos administrativos, temos que:
I - O atraso do pagamento superior a 60 dias permite sua rescisão.
II - Apenas a inexecução total do contrato possibilita a sua rescisão.
III - Em hipótese alguma a administração pode rescindir unilateralmente os contratos.
É correto o que se afirma em:
A - todas as afirmações estão corretas. 
B - todas as afirmações estão incorretas. 
C - apenas a afirmação I está correta. 
D - apenas a afirmação II é correta. 
E - as afirmações I e III estão corretas. 
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Exercício 3:
A Lei nº 8666/93 assevera que o contratado é obrigado a aceitar, nas
mesmas condições contratuais, acréscimos e supressões que se
fizerem necessários nas obras, serviços ou compras, bem como na
reforma de edifício ou equipamento. Acerca desse assumto, assinale a
oppão que apresenta, respectivamente, o percentual de acréscimo ou
supressão que o contratado é obrigado a aceitar nos contratos de
obras, serviços e compras e o percentual para reforma de edifício ou de
equipamentos.
A - 25% e 50% 
B - 25% e 75% 
C - 50% e 25% 
D - 50% e 75% 
E - 50% e 50% 
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Exercício 4:
Observe as seguintes proposições referentes às características dos contratos administrativos:
I. O contratado poderá arguir a exceção do contrato não cumprido quando a Adminsitração
atrasar, por mais de trinta dias, o pagamento estipulado no ajuste.
II. A administração poderá rescindir unilateralmente o contrato quando o particular atrasar
injustificamente o início da obra.
III. As cláusulas econômico-financeiras dos contratos adminstrativos poderão ser alteradas
unilateralmente pela Administração.
IV. Todos os contratos para os quais a leiexige licitação são firmados "intuiti personae".
Está correto o que se afirma APENAS EM
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A - II e IV 
B - II e III 
C - I e IV 
D - I, II e III 
E - I, II e IV 
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