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AULA 4 – ANÁLISE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
INTRODUÇÃO
Por meio das análises horizontal e vertical, pode-se avaliar cada conta isoladamente ou grupo de contas das demonstrações financeiras com comparações entre as contas ou grupos, como também entre diferentes períodos. Desta maneira, é possível identificar, de modo específico, a importância da conta no contexto do grupo, como também, sua evolução/involução (crescimento ou redução) ao longo dos anos.
As análises horizontal e vertical devem ser feitas conjuntamente e complementam as observações efetuadas pela Análise de Indicadores (Quocientes) e com, no mínimo, dois períodos de comparação das demonstrações financeiras no decorrer do tempo.
Aspectos gerais da análise das demonstrações financeiras
A Análise de Balanços é composta por, basicamente, três técnicas:
A Análise Vertical (ou de estrutura) e a Análise Horizontal (ou de comportamento) são técnicas da Análise de Balanços que permitem uma análise mais apurada, ou seja, demonstram qual a conta mais relevante do grupo investigado e sua variação ao longo do tempo.
Por exemplo, se foi identificado um nível elevado de endividamento, pode-se verificar qual o credor de mais impacto na estrutura das obrigações e seu comportamento (crescimento) ao longo dos anos.
A Análise Vertical indica a importância, em percentual, de cada conta em relação ao conjunto. Na análise do Balanço Patrimonial, o valor base de 100% é a conta de Ativo. Já na análise da Demonstração do Resultado do Exercício, a conta de parâmetro é de Vendas.
O acompanhamento da evolução de cada conta, de uma série das demonstrações financeiras, é realizado pela Análise Horizontal. Nesse sentido, o parâmetro base, normalmente, é a série das demonstrações mais antigas que serve de ponto de partida para a verificação do seu comportamento (aumento ou redução ao longo do período analisado).
Por intermédio da Análise Vertical/Horizontal, é possível conhecer detalhes das demonstrações financeiras que não são evidenciadas através da análise de indicadores, ou seja, a conta ou grupo de contas é investigado tanto no seu contexto estrutural da demonstração contábil (seu impacto na composição do parâmetro base) como no seu respectivo comportamento (aumento/redução) ao longo dos anos.
Desta maneira, pode-se conhecer o histórico dos dados econômico-financeiros e avaliar tendências futuras.
Saiba Mais
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07/12/1976, pela Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.
A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária.
Análise Horizontal
A Análise Horizontal é utilizada para avaliar a relação, ao longo do tempo, de cada conta das Demonstrações Financeiras entre, no mínimo, dois períodos. Demonstra a evolução/involução de cada conta ou grupo das demonstrações financeiras e, pela comparação entre si, pode-se extrair conclusões sobre a evolução da empresa.
A evolução de cada conta demonstra os caminhos percorridos pela empresa e as suas prováveis tendências.
Como a análise horizontal compara valores em datas distintas, destaca-se como limitação desta técnica, o efeito da inflação nas demonstrações, pois a relação estabelecida envolve elementos de períodos diferentes.
A análise horizontal do Balanço Patrimonial, normalmente, considera a demonstração mais antiga como ano base (100%) e por meio de cálculos de regra de três são acompanhados os valores conforme apresentado nos quadros 1 e 2.
Comentário
Pode-se observar que todos os valores do período de 2015 são iguais a 100, pois trata-se do ano base. Já para o ano de 2016, os percentuais são obtidos por meio de regra de três. Por exemplo, o índice de Contas a Receber foi obtido pela divisão de 877,353 por 700,092 e multiplicado por 100, no qual foi encontrado o índice de 125,3. A variação trata-se do excesso de 100 ou falta de 100. No exemplo de Contas a Receber, pode-se constatar que 2016 teve um aumento de 25,3% em relação ao ano de 2015 (ano base).
No Quadro 3, nota-se a Análise Horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício. Os cálculos dos índices são realizados da mesma forma, ou seja, divide-se os valores de cada conta do ano posterior pelo valor da respectiva conta no período base e multiplica-se por 100:
Comentário
Conforme a análise do Quadro 3, verifica-se que: 
• As receitas líquidas tiveram um crescimento de 26,5%... 
* Enquanto os custos dos bens vendidos cresceram 25,4%;
• Com isso, o lucro bruto obteve um incremento de 29,1%;
• As despesas operacionais tiveram um aumento médio de 26,4% entre os períodos de 2015 e 2016;
• Nesse mesmo intervalo de tempo, o resultado financeiro teve um aumento de 69,8%; 
• Já em relação ao resultado consolidado do período, este teve uma evolução de 32,8%.
Recomenda-se que a análise horizontal seja utilizada em conjunto com a análise vertical, pois a relevância das variações ocorridas, no decorrer dos períodos, depende da magnitude de cada elemento na composição estrutural da demonstração contábil.
Análise Vertical
É calculada por meio da relação percentual entre itens pertencentes à demonstração financeira de um mesmo período. Os índices obtidos podem ser comparados entre si ao longo do tempo, assim como, entre empresas diferentes.
A análise vertical do BP considera o Ativo total como 100%, afinal, este corresponde ao patrimônio total da entidade. Quando a análise vertical é aplicada ao Balanço Patrimonial, possibilita-se detectar a composição percentual dos tipos de aplicações e as origens de recursos que compõem o patrimônio da entidade, conforme analisado nos quadros 4 e 5.
Comentário
Percebe-se pelo Quadro 4 que:
• Em 2016, 60,6% do patrimônio são aplicados em ativos realizáveis no curto prazo, 0,9% em ativos realizáveis no longo prazo e 38,5% em ativos que não se tem por expectativa transformar em dinheiro (Imobilizado e Intangível, somados);
• Em 2015, essas proporções eram 57,2% (AC), 0,9% (RLP) e 41,9% (Imobilizado e Intangível, somados), o que nos permite identificar que a Droga Raia priorizou, no último ano, aplicações em Ativos Circulantes.
• Esse mesmo patrimônio, em 2016, é financiado 38,6% com dívidas que vencem no curto prazo, 9,5% por dívidas que vencem no longo prazo e 51,9% por capitais próprios da entidade;
• Em 2015, essas proporções eram 35,1% (PC), 8,4% (PÑC) e 56,5% (PL) sugerindo que a Droga Raia priorizou a obtenção de recursos próprios e de terceiros que vencem no curto prazo conforme demonstrado no quadro 5.
A análise vertical da DRE considera a receita como 100%. É a partir da receita que todas as despesas são subtraídas até se chegar ao resultado do período (lucro ou prejuízo).
A análise vertical é de extrema importância, especialmente, quando aplicada à Demonstração de Resultado do Exercício, pois permite detectar a composição percentual das receitas e despesas, evidenciando aquelas que mais influenciaram na formação do resultado (lucro ou prejuízo), conforme demonstrado no Quadro 6 a seguir:
Comentário
O Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) corresponde, em 2016:
• A 68,9% da Receita;
• As Despesas Operacionais foram mantidas em 24,9% da Receita;
• Enquanto o Lucro Líquido corresponde a 4,0%, isto é, a empresa tem uma lucratividade líquida de 4,0% da Receita.
Em 2015:
• O CMV correspondia a 69,5% da Receita;
• As Despesas Operacionais correspondiam a 24,9% da Receita; e
• A lucratividade líquida era 3,8%.
Portanto, com a redução do CMV em 2016 o Resultado Bruto teve um incremento de 2% que contribuiu para o aumento do Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos em 2016, uma vez que não houve alteração nas Despesas/Receitas Operacionais.

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