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EXTINÇÃO DO CONTRATO SEM CUMPRIMENTO MORTE DE UM DOS CONTRATANTES

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXTINÇÃO DO CONTRATO SEM CUMPRIMENTO: MORTE DE 
UM DOS CONTRATANTES 
 
 
Fernando Schveiger Kuffel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lajeado, abril de 2017 
EXTINÇÃO DO CONTRATO SEM CUMPRIMENTO: MORTE DE 
UM DOS CONTRATANTES 
 
Os contratos, como regra geral, possuem um ciclo vital. São criados, 
produzem seus efeitos e extinguem-se. A extinção contratual pode se dar de forma 
ordinária ou extraordinária. Em suma, o primeiro modo, é quando acontece o 
cumprimento da obrigação firmada ou o pagamento do preço acertado, encerrando 
assim todos os direitos e obrigações que o contrato originou. Já as causas 
extraordinárias podem ser anteriores, simultâneas, ou supervenientes, gerando a 
sua dissolução antes mesmo que as obrigações tenham sido cumpridas. 
Um exemplo de causas supervenientes é a extinção do contrato por morte de 
um dos contratantes. Tal fato somente acarreta a extinção dos contratos 
personalíssimos (intuito personae), ou seja, somente dos contratos em que as 
prestações só poderão ser realizadas pelo contratado. Ex.: extinguir-se-á 
automaticamente o contrato em que se estipula a pintura de uma obra prima a ser 
executada por um pintor famoso, se este vier a falecer. Nessa modalidade, 
subsistem todas as prestações cumpridas, isto é, eventuais valores recebidos 
devem ser devolvidos. Vale ressaltar também que nessa situação os efeitos são ex 
nunc, ou seja, o contrato gera efeito até a morte de uma das partes. 
Diante das leituras feitas, conforme meu entendimento, a morte de uma das 
partes não configura o cancelamento do contrato em si e, sim, a impossibilidade de 
executá-lo ou o seu término definitivo. Isso é claro, sempre que tratamos de 
obrigações intuito personae. O que achei interessante é que quando não se tratar de 
contratos personalíssimos e houver morte de um dos contratantes, tanto as 
obrigações quanto os direitos oriundos do contrato transmitem-se aos herdeiros. 
Outro ponto a ressaltar se trata da fiança. Nesse caso a morte do fiador (obrigação 
personalíssima) se transmite aos herdeiros, porém se limita ao tempo da morte. Isto 
é, somente é transmitido aos herdeiros o débito existente até o momento do 
falecimento e se limita as forças da herança (VENOSA, 2009). 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil- Parte Geral. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil. 5º ed. Rio de Janeiro: Forense; São 
Paulo: MÉTODO, 2015.

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