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Parasitologia - doenças

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DIEGO MARQUES COSTA SILVA – UEMA 
RESUMO DE DOENÇAS PARASITÁRIAS 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS PARASITAS: 
1.1 ENDOPARASITOS: São aqueles que têm contato profundo com tecidos e órgãos dos 
hospedeiros. Ex: helmintos e protozoários. 
1.2 ECTOPARASITOS: São aqueles que têm contato com a pele dos hospedeiros. Ex: artrópodes 
(ácaros e insetos) como berne, carrapatos, pulgas. 
2.1 OBRIGATÓRIO: Aquele que precisa de um hospedeiro para sobreviver. Ex: Toxoplasma. 
2.2 FACULTATIVO: Aquele que pode ou não viver parasitando, ou seja têm fase de vida livre. 
Ex.: Sarcophagidae (As moscas são atraídas pelo exsudato das lesões, botam ovos, eclodem as 
larvas que se alimentam do tecido necrosado. Normalmente essas larvas são encontradas em 
animais em putrefação. 
2.3 ACIDENTAL: Acidentalmente entra em contato com o hospedeiro porém não evolui nele. 
Aquele que vai a outro lugar que não o ideal e fica por acaso. Ex.: Dipylidium. 
2.4 TEMPORÁRIO: Procura o hospedeiro somente para se alimentar. Ex.: pulgas e mosquitos. 
3.1 MONOXENO: Infesta ou infecta diretamente seu HD, sem necessitar de HI. Ex: 
Haemonchus. 
3.2 HETEROXENO: Quando existe um ou mais HIs ou HDs . Ex: Ciclo de Dipylidium, Fasciola. 
4.1 ESTENOXENOS: Quando são muito específicos, só aceitam aquele hospedeiro. Ex: 
Plasmodium . 
4.2 EURIXENOS: Quando são pouco específicos, tendo uma variedade de hospedeiros. Ex: 
Toxoplasma . 
CLASSIFICAÇÃO DOS HOSPEDEIROS 
1.1 DEFINITIVO (HD): É aquele onde o parasito é encontrado na sua forma adulta. Em 
protozoários, ele se encontra na fase sexuada. 
1.2 INTERMEDIÁRIO (HI): É aquele onde se encontra a forma imatura do parasito. Em 
protozoários, ele se encontra na fase assexuada. Ex: Anopheles (HI do Plasmodium). 
1.3 PARATÊNICO: Hospedeiro de transporte. É aquele que alberga o parasito. É quase 
indispensável, entra no ciclo por acidente. Ex: Heterakis (no ciclo do Histomonas). 
1.4 VETOR: Usado para Artrópodes. Podem ser: - Mecânico: Mero transportador. Ex: o ácaro 
Macrocheles usa o besouro para se transportar. - Biológico: É como um HI, pois vai haver um 
desenvolvimento do parasito. 
 
 
 
ORDEM SIPHONAPTERA 
• Os adultos permanecem no corpo do hospedeiro para a sucção do sangue, deixando-o 
após o repasto. 
• São insetos pequenos, ápteros, suas peças bucais são adaptadas para cortar a pele e 
sugar o sangue do hospedeiro, corpo achatado lateralmente. 
• Terceiro par de patas, adaptadas para o salto fora e sobre o hospedeiro, é muito mais 
longo que os demais. 
• Vivem parte da sua vida sobre o corpo do seu hospedeiro de que se alimentam de 
sangue e, outra parte, em seus ninhos, onde se dá o desenvolvimento dos ovos 
• De metamorfose completa, seu ciclo passa por 4 estágios: ovo, larva (3 larvas), pupa e 
adulto. Completa-se em aproximadamente 25 a 30 dias 
• Tanto machos quanto fêmeas são hematófagos, mas suportam jejum prolongado 
• A eclosão ocorre dentro de um a dois dias, 24-36 horas após o primeiro repasto 
sanguíneo. 
• Cada um dos três instares larvários passa por mudas a cada três dias; uma exceção é 
Tunga penetrans, com apenas dois instares larvários, elas se alimentam do excremento 
de pulgas adultas incorporados a detritos orgânicos e dejetos dos hospedeiros. As larvas 
de 1o estádio são portadoras de uma estrutura dorsal na cabeça, destinada a romper os 
ovos durante a eclosão. Ao 3º estagio tece um casulo, constituída de substância 
aderente que permite que pequenas partículas do substrato se colem e camuflem o 
casulo. 
• As pupas podem ficar aderidas aos pêlos de animais, poeira e outras sujeiras. Em 
aproximadamente 5 a 14 dias as pulgas adultas emergem ou permanecem em repouso 
dentro do casulo até a detecção de alguma vibração, que pode ser ocasionada pelo 
movimento de um animal ou homem e quando um animal deita-se sobre ela. 
• Em relação ao tempo de associação da pulga com seu hospedeiro se distingue três 
modalidades de parasitismo: 
1- as que penetram na pele dos hospedeiros, aí se alojam e se alimentam (Tunga); 
2- as que vivem sobre o hospedeiro e se alimentam intermitentemente 
(Ctenocephalides); 
3- as que vivem fora do hospedeiro, só o procuram para se alimentar (Pulex). 
T. penetrans 
• São as pulgas penetrantes dos mamíferos 
• O bicho-do-pé ou bicho-do-porco é uma pulga quando fecundadas tornam-se parasitos 
fixos, dentro da pele do hospedeiro ocasionando a tungíase, caracterizada por inchaços 
dolorosos localizados principalmente ao redor de onde o inseto penetrou sob as unhas 
do pé nas partes mais moles ou entre os dedos do pé. No entanto, pode-se pegar o 
bicho-do-pé em qualquer local do corpo, mas geralmente adquire-se andando descalço 
em áreas infestadas, tais como currais, chiqueiros e praias. Nos suínos os locais 
preferidos são as patas e o escroto. 
• Uma vez instalada inicia a sucção de sangue para o desenvolvimento dos ovos. Provoca 
um intenso prurido. Três ou quatro dias depois eclodem as larvas (apenas dois estágios) 
que se alimentam de matéria orgânica até puparem. As larvas são de vida livre, sendo 
encontradas em habitações de chão de terra, em solos arenosos e praias, mas sempre 
em locais sombreados. O adulto emerge em um período de 3 semanas. 
• Prevenção e Controle: evitar andar descalço ou ter contato direto com locais 
comumente infestados por T. penetrans, tais como chiqueiros e currais. Trate as áreas 
infestadas com inseticidas recomendados. 
• Tratamento: o procedimento padrão para o tratamento do bicho-do-pé é removê-lo 
com uma agulha ou alfinete previamente esterilizado. É importante que o bicho-do-pé 
seja totalmente retirado de dentro da pele. 
Ctenocephalides 
• Pulga do cão e gato (C. felis felis). 
• É capaz de transmitir doenças ao homem, além de alergia. A pulga do gato serve 
como hospedeiro intermediário da tênia do cão (D. caninum), que é transmitido ao 
animal quando este ingere uma pulga que contém o cisticercoide desse verme. 
• A oviposição é feita tanto no hospedeiro como no ambiente e nesse eclodem as 
larvas que permanecem no ambiente se alimentando de detritos e fezes das pulgas 
adultas (as larvas não são hematófagas). As larvas produzem uma substância 
gosmenta que formará o pupário e essa pupa é o processo de transição de larva 
para adulto, mas não se alimenta. Dela emergem os adultos (machos e fêmeas) que 
são hematófagos. Quanto mais quente, mais acelerado é o ciclo (pode ser de 21 a 
150 dias). As pulgas têm uma grande resistência à inanição, durando cerca de 30 a 
50 dias sem se alimentar e têm preferências, mas não especificidade. 
Pulex irritans 
• É uma espécie cosmopolita. Apesar de possuir o nome comum de pulga do homem ataca 
também outros hospedeiros, como cães, gatos e porcos. 
• Pode estar envolvida na transmissão do D. canimum e as vezes está envolvida na 
dermatite por picada de pulga. 
• Só fica no hospedeiro para se alimentar 
• As pulgas não causam somente desconforto ao homem e seus animais domésticos, mas 
também problemas de saúde, tais como, dermatites alérgicas, transmitem viroses, 
vermes e doenças causadas por bactérias (peste bubônica, tularemia e salmonelose). 
• Algumas pessoas sofrem uma reação severa resultante de infecções secundárias 
ocasionadas pelo ato de coçar a área irritada 
Xenopsylla cheopis 
• é o principal responsável pela transmissão da peste bubônica (entre ratos e desses para 
o homem). O agente etiológico da peste é o bacilo gram-negativo Yersinia pestis, 
transmitido ao homem pela picada da pulga do rato previamente infectado. Pelas fezes, 
essas pulgas transmitem tifo murino, doença infecciosa aguda causada pela Rickettsia 
tiphi, uma zoonose própria dos ratos mas que eventualmente atinge o homem quando 
trabalha em locaisinfestados por ratos. 
Echidnophaga gallinacea 
• Uma pulga que se fixa ao hospedeiro como um carrapato e pula como uma pulga. Pode 
ser encontrada firmemente fixada em aglomerados sobre a cabeça de frangos e sobre 
as pálpebras e no conduto auditivo de cães, gatos e outros animais. 
 
 
ORDEM PHTHIRAPTERA 
• É altamente específico e permanentemente ectoparasita, a maioria sendo incapaz de 
sobreviver fora do hospedeiro por mais de um ou dois dias. 
• A infestação por esse ectoparasita se chama pediculose. 
• A maioria das espécies de hospedeiros é parasitada pelo menos por uma espécie de 
piolho. 
• Presente nos pêlos e pele, detectável a olho nu, transmissão direta, embora sejam 
hospedeiro-específico. 
• Ápteros, altamente adaptados para viverem como ectoparasitas permanentes de aves 
e mamíferos. 
• São caracterizados por possuírem corpo achatado dorsoventralmente. 
• As patas dos piolhos terminam em garras, tendo os dos mamíferos apenas, cada uma 
delas, uma garra, ao passo que as dos piolhos das aves têm duas garras. 
• São insetos hemimetábolos 
• A fêmea dos piolhos chega a depositar de 50 a 100 ovos (lêndeas) por dia. Os ovos são 
fortemente ornamentados, com projeções que ajudam a fixação ou respiração, 
facilmente detectada por serem encontrados cimentados. A ninfa eclode do ovo entre 
1 a 2 semanas. São muito semelhantes aos adultos, são mais claros e menores e 
alimentam-se de 1 a 3 semanas, passando por 3 estádios ninfais (N1, N2 e N3) até 
alcançarem a fase adulta. A duração dos diferentes estágios do ciclo de vida varia de 
espécie para espécie e de acordo com a temperatura. 
• Alimentam-se de descamação do tecido epitelial, partes das penas, secreções sebáceas 
e sangue. Todo o ciclo dura em média de 4 a 6 semanas. 
• Os adultos vivem cerca de 30 dias, durante o qual produzem uma pequena quantidade 
de ovos. Os piolhos chegam a sobreviver por mais de 1 a 2 dias fora do hospedeiro e 
tende a permanecer sobre o mesmo hospedeiro por toda a sua vida. 
• Os Phthiraptera são divididos em três subordens, de acordo com seus hábitos 
alimentares: 
1. os piolhos hematófagos ou Anoplura, nos quais ocorrem somente em mamíferos e; 
2. os mastigadores: Amblycera e Ischnocera (descritos anteriormente como 
Mallophaga), nos quais ocorrem em mamíferos e aves. 
SUBORDENS DOS PIOLHOS MASTIGADORES 
• Aparelho bucal mastigador, possui mandíbula 
• Os piolhos mastigadores se alimentam de fragmentos de pele, pêlos e penas. Entretanto 
podem sugar sangue de ferimentos na pele 
• Possuem alta especificidade. Um mesmo hospedeiro pode ser parasitado por várias 
espécies de mastigadores. 
• Os piolhos mastigadores normalmente nascem e morrem no mesmo hospedeiro, às 
vezes porém quando dois animais ficam muito próximos passam de um animal para 
outro. 
• Após a morte do hospedeiro os piolhos mastigadores não se conservam vivos por muito 
tempo, morrendo no fim de horas ou alguns dias. 
SUBORDEM AMBLYCERA (antena escondida) 
• São ectoparasitas de aves, marsupiais, carnívoros e roedores 
• Alimentam-se de partículas encontradas na superfície da pele 
• Os Amblycera compreendem seis famílias, nas quais a MENOPONIDAE, contém os 
piolhos ectoparasitas mais importantes das aves Menacanthus e Menopon. A família 
BOOPIDAE contém a espécie Heterodoxus spiniger. 
Menopon gallinae 
• Chamado de “piolho da base das patas” 
• Encontrada, principalmente, ao longo das hastes das penas do peito e coxas das galinhas 
• galinhas. Fêmeas adultas depositam seus ovos em pencas na base da pena. As ninfas 
dos ovos, passando por 3 estádios antes de atingirem a fase adulta. 
• Na presença de luz, abandonam as penas e caminham sobre a pele do hospedeiro 
Colpocephalum turbinatum 
• É uma das 4 espécies piolhos mastigadores que parasitam pombos domésticos. Mas 
pode parasitar galinhas 
Menacanthus stramineus 
• Piolho do corpo das aves domésticas 
• As infestações causam irritações severas, produzindo inflamação na pele e formação de 
crostas escamosas. Produz redução do peso da ave, atraso no desenvolvimento até 
morte das mais jovens. 
• Os ovos são depositados na base das penas, particularmente ao redor do ventre; 
eclodem com 4 a 7 dias, passam por 3 estádios ninfas (cada um dura em torno de 3 dias) 
• Alimentam-se de barbas e bárbulas da pena sendo encontrados preferencialmente 
sobre a pele do que sobre as penas 
• Têm preferência pelas áreas de poucas penas, como na região ventral. 
Heterodoxus spiniger 
• Conhecidos como parasito do cão doméstico (Canis familiaris). 
• É um dos ectoparasitas que serve de hospedeiro intermediário para o D. caninum e do 
nematoda Dipetalonema reconditum. 
SUBORDEM ISCHNOCERA (antena livre) 
• Em contraste, os Ischnocera são adaptados para caminharem em pêlos ou penas, são 
mais específicos em relação ao seu hospedeiro que o Amblycera. 
Trichodectes canis 
• Tem seu nome popular de “piolho mastigador do cão” 
• É encontrado adulto, ninfas e ovos na pelagem, presos à base do pêlo da cabeça, 
pescoço e cauda. 
• É muito ativo e produz uma intensa irritação com descamação de pele e forte prurido. 
O animal se coça, não se alimenta bem, fica irritado, com má aparência e podem 
aparecer infecções secundárias. 
• Pode atuar como hospedeiro intermediário do D. caninum (através da ingestão do 
malófago contendo a larva do cestódeo). 
Damalinia sp 
• São ectoparasitas de ruminantes 
• Entre os quais encontramos D. ovis, em ovinos, D. bovis em bovinos, D. equi em cavalos 
e D. caprae. 
• A espécie D. ovis é muito ativa pode espalhar-se por todo o corpo, causando ao animal 
intensa irritação, desconforto e interrupção alimentar. 
Felicola subrostratus 
• Única espécie de piolho de interesse da veterinária que comumente parasita gatos 
doméstico 
• Animais com pêlos longos são os mais severamente atacados. 
Chelopistes meleagridis 
• Principal hospedeiro é o peru, mas parasita angola 
Lipeurus caponis 
• Piolho da asa de galinhas 
• Geralmente encontrado preso as bárbulas das grandes penas da asa próxima à base. 
• Os ovos são depositados entre as bárbulas das grandes penas. 
Goniodes sp 
• Piolho da penugem 
• A espécie G. gigas, mais de regiões tropicais, é o maior piolho de galinha, especialmente 
a galinha-de-angola (Numida). 
• O G. dissimilis é semelhante ao G. gigas é parasito comum de galinhas em áreas 
temperadas. 
Goniocotes gallinae 
• Piolho da pena 
• Os ovos são depositados na base das penas no dorso da ave, próximo à pele. 
SUBORDEM ANOPLURA 
• São os piolhos sugadores de sangue, de corpo mais ou menos deprimido e pernas 
tipicamente escansoriais 
• Parasitas, geralmente de alta especificidade em relação ao seu hospedeiro e restritos a 
mamíferos euterianos (não parasitando marsupiais ou monotremados) 
• São de metamorfose gradual – paurometabolicos (Ovo -Ninfa 1 - N2 - N3 – Adulto) 
• Os ovos são colocados aderidos aos pelos ou ás fibras e são conhecidos como lêndeas 
• Na subordem Anoplura, duas famílias são importantes na veterinária: 
HAEMATOPONIDAE (parasita de ungulados) e LINOGNATIDAE (parasita cães e 
ruminantes) 
Haematopinus 
• Entre 12 a 20 dias dos ovos emergem as ninfas. As ninfas alcançam a maturidade em 15 
a 22 dias. Os adultos vivem em média 2 a 3 semana. 
• H. suis (Linnaeus), cabeça. O local de preferência é no interior do pavilhão auricular, 
pode localiza-se nos ombros, axilas, virilhas, quarto traseiro ou todo o corpo. Não 
permanece preso a pele, se alimentam a intervalos e se dispersa rapidamente no animal. 
• H. eurysternus, Cosmopolita. É comum nos bovinos do Brasil, mais abundante no clima 
frio. Parasita de bovinos europeu (Bos taurus), mas também zebuínos(B. indicus). Pode 
haver infestações mistas, com uma ou mais espécies de piolhos. 
Linognathus 
• Facilmente encontrado nos pêlos dos bovinos, caprinos e cães 
• L. stenopsis parasita ovinos e caprinos 
• L. setosus: parasita o cão 
• L. vituli, parasita bovinos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORDEM DIPTERA 
• Providos de aparelho bucal de acordo com o habito alimentar (pungitivo ou não) e um 
único par de asas. 
• Em alguns casos o aparelho bucal é atrofiado, no inseto adulto, é o caso do Dermatobia 
hominis (mosca do Berne). 
• São quase sempre ovíparos. Entretanto, algumas famílias como a Sarcophagidae, os 
ovos desenvolvem-se e eclodem no oviduto e a fêmea deposita larvas de primeiro 
estagio 
• Em geral as larvas necessitam de ambientes úmidos e passam por 3 a 5 estádios antes 
de puparem. 
• A maioria dos dípteros fêmea tem necessidade de receberem uma alimentação protéica 
antes de iniciar produção de ovos (anautógenas). Aquelas fêmeas capazes de maturar 
os ovos sem uma alimentação inicial protéica são denominadas autógenas. 
• Hennig (1973) reconhecendo duas subordens: NEMATOCERA e BRACHYCERA. 
NEMATOCERA 
• Inclui os dípteros pequenos, mosquitos e borrachudos. 
• Apenas as fêmeas são parasitas e possuem peças bucais do tipo picador-sugador 
• Os ovos são postos na água ou próximos a ela. 
BRACHYCERA 
• Enorme, apresentam dípteros de corpo robusto, tais como as mutucas, mosca-
doméstica e moscas-dos-estábulos. 
• As famílias de importância veterinária encontram-se na infraordem MUSCOMORPHA e 
da infraordem TABANOMORPHA. 
SUBORDEM BRACHYCERA MUSCOMORPHA 
• A Muscomorpha inclui as moscas. 
• Existem 2 tipos básicos de aparelho bucal nos Muscomorpha: o tipo lambador (mosca 
domestica e varejeira) e do tipo picador (mosca-dosestábulos e mosca-dos-chifres). 
CALYPTRATAE: MUSCIDAE 
• Compreendem os gêneros de aparelho bucal funcional 
• Três estágios larvares 
Musca domestica 
• Importância: 
1) Transporte forético de microorganismos que levam à febre tifoide, disenteria, cólera 
e mastite bovina, e de protozoários como Entamoeba, Giardia e helmintos como Taenia 
sp e Dipylidium. É também veiculadora de ovos da Dermatobia hominis; 
2) Hospedeiro intermediário de endoparasitos como Habronema em cavalos e 
Raillietina em aves. 
Stomoxys calcitrans 
• “mosca-dos-estábulos” 
• Ambos os sexos são hematófagos e ingerem sangue várias vezes durante o dia. 
• Os adultos vivem cerca de um mês, preferem ambientes ensolarados e picam ao ar livre, 
mas também em ambientes fechados onde se encontram os animais estabulados. 
• Postura média de 20 a 50 ovos cada, nos quais são depositados, em matéria orgânica 
em decomposição e eclodem em quatro dias. Possuem três estágios larvais. As formas 
adultas emergem do pupário em torno de 30 dias. 
• Durante a alimentação produzem ação irritativa devido aos pequenos existentes na 
extremidade das peças bucais. 
• Funciona como hospedeiro intermediário do helminto Habronema. 
Haematobia irritans 
• São os menores mucideos hematófagos 
• As moscas do chifre são de distribuição mundial e temos bovinos e bubalinos como 
principais hospedeiros. 
• No hospedeiro fica na posição da cabeça para baixo. 
• Causam irritação e a ferida causada durante a sucção de sangue atrai outras moscas 
causadoras de miíases. 
• Permanece sobre o hospedeiro dia e noite, de preferência pelo dorso, lado do tórax, 
abdome e ao redor da cabeça. 
• Abandona brevemente o hospedeiro para acasalar e realizar ovipostura. 
• Ovos são postos quase que exclusivamente em fezes frescas de bovinos, eclodem em 
20 a 24 horas e em 4 dias já podem iniciar a pupar (fora ou dentro do bolo fecal). Seis a 
8 dias inicia a emergência dos adultos e ficam sob os hospedeiros alimentando-se. 
CALLIPHORIDAE 
• Esta familia é conhecida pelas moscas varejeiras. 
Cochliomyia spp 
• Este gênero inclui a “moscas da bicheira”, “vareja” ou “mosca varejeira” 
• C. hominivorax 
• As fêmeas depositam ovos em massas compactas (a cada 3 dias) sobre a pele ao redor 
de feridas ou qualquer lesão 
• As larvas se desenvolvem por 4 a 10 dias, abandona a ferida e vão pulpar no solo 
• As larvas são biontófagas, isto é parasitam obrigatoriamente tecidos vivos. 
• Chuvas exessivas também são prejudiciais, pois inundam o solo e impedem a respiração 
das pupas que ficam apenas 2 a 3 cm de profundidade do solo. 
• 
GASTEROPHILIDAE 
Gasterophilus nasalis 
• Causa Gasterofilose, uma miíase cavitária 
• Tem como hospedeiros os eqüinos, asininos, elefantes, rinocerontes, ocasionalmente 
humanos (L1 penetra na pele, mas não evolui) 
• Ovipostura são feitas nos dias mais quentes e ficam presos em pêlos de 3 a 4 dias até 
eclodir. A L1 migra para a boca, onde ficam 3 a 4 semanas em galerias entre dentes 
molares, sofre ecdise para L2 que migram para faringe e são deglutidas, em seguida para 
L3 e ficam por 10 a 12 meses. A L3 abandona hospedeiro espontaneamente junto às 
fezes. Pupa no solo, que evolui em 20 a 35 dias. Os adultos vivem de 14 a 20 dias. Forma 
adulta não se alimenta e são abundantes durante o verão. 
• Tem as seguintes localizações habituais: G. intestinalis no cárdia; G. nasalis no piloro e 
duodeno; e o G. haemorrhoidalis pode fixar no reto. 
• Em infestação maciça pode cursar com alterações digestivas: apetite caprichoso e 
inconstante, emagrecimento, cólica, palidez de mucosa, prostração. 
• Esfregar com escova ou pano com água a 50ºC as partes do corpo onde são depositados 
ovos a cada 4 dias. Eliminar ovos aderidos aos pêlos através de raspado ou tosquia 
(longe do ambiente onde eles ficam). Paredes lavadas de 4 em 4 dias com água 
aquecida. Estabular animais nas horas quentes. Inseticidas em pulverizações. 
• No caso de G. haemorrhoidalis, as L3 maduras que se desprenderam no estômago, 
fixam-se novamente no reto. 
• 
OESTRIDAE 
Oestrus ovis 
• A mosca adulta não se alimenta e não vive mais que 30 dias 
• São larvíparas, e depositam suas larvas em vôos rápidos próximos as narinas 
• As larvas são parasitos obrigatórios de seios nasais de seus hospedeiros e se alimentam 
de secreção da mucosa inflamada; e abandona em forma de L3 para pupar no solo. Das 
pupas emergem os adultos em um período de 3 a 8 semanas. 
 
CUTEREBRIDAE 
Dermatobia hominis 
• O berne é um parasito de animais domésticos e silvestres e em alguns casos o próprio 
homem. 
• A fêmea oviposita em outras moscas ou mosquitos que carregam seus ovos até o 
hospedeiro. O inseto vetor ao pousar em um animal acaba deixando alguns ovos da 
mosca do berne, cujas larvas ao eclodirem penetram no tecido subcutâneo 
permanecendo por um período como miíase furuncular. 
• A infestação dos animais por estes parasitos acarreta a perda de peso, stress, 
depreciação da pele e, em casos de alta infestação, pode levar a morte do animal. 
• Como a mosca adulta não se alimenta e vive por poucos dias (cerca de 3 a 5 dias), elas 
ficam em ambientes sombreados, com baixa capacidade de dispersão, a fim de não 
esgotar suas energias rapidamente. 
• A penetração no solo das larvas de terceiro estágio (L3) maduras é muito mais difícil em 
solos secos do que em solos úmidos. Este fato contribui para uma maior incidência de 
bernes em épocas de chuvas, como na primavera e verão na Região Sudeste. 
• Animais de pelagem escura tendem a ter maiores cargas parasitárias, uma vez que suas 
pelagens emitem mais cores, atraindo moscas, e sob dias ensolarados, estes animais 
apresentam o pelo mais quente, tendendo a procurar refúgios sombreados, onde as 
populações de insetos são maiores. 
Onde asmoscas se proliferam? 
 
A fêmea põe seus ovos numa grande variedade de substratos orgânicos em putrefação, 
decomposição ou fermentação, tanto de origem animal quanto vegetal, daí sua particular 
preferência por estercos, fezes e lixo. Alguns exemplos desses substratos são: esterco de 
suínos, esterco de aves, esterco de bovinos (principalmente o de bezerros em aleitamento), 
fezes humanas (latrinas abertas), esterco de eqüinos, lixo doméstico e etc. 
Como controlar a infestação de moscas domésticas? 
 
O correto controle das moscas domésticas deve compreender, um bom manejo do esterco e 
do lixo, esse tipo de matéria orgânica proporciona um ambiente favorável ao desenvolvimento 
das larvas das moscas. Deve-se adotar um produto com ação larvicida (seletivo) para o 
controle das larvas e outro produto adulticida para o controle das moscas adultas, dessa forma 
conseguirá interromper o ciclo da mosca obtendo um controle adequado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSE ARACHNIDA: SUBCLASSE ACARI 
• A subordem Ixodides, dos carrapatos verdadeiros, compreende duas famílias: 
1. IXODIDAE: os Ixodídeos, denominados "carrapatos duros", se caracterizam por possuírem 
o capitulo (= falsa cabeça), na extremidade anterior do corpo; pela presença do escudo 
dorsal e pela localização dos estigmas respiratórios após o IV par de patas. 
2. ARGASIDAE: os Argasídeos, também conhecidos como "carrapatos moles", recebem esta 
denominação porque não possuem escudo. Nesta família estão os carrapatos de aves. 
• Seu corpo é achatado dorsoventralmente 
• Em Ixodidae os machos são geralmente menores que as fêmeas e, mesmo após 
alimentação, aumentam pouco o peso; o dimorfismo sexual é acentuado. Em Argasidae, 
os machos têm tamanho semelhante aos das fêmeas e o dimorfismo sexual é discreto. 
• Nos Argasideos os palpos são pequenos e têm a forma das pernas, e os segmentos são 
livres. Nos Ixodídeos são visíveis, os segmentos fusionados. 
• Família Ixodidae, é caracterizada pela presença de um escudo dorsal (Fig. 80), que 
recobre quase toda a superfície dorsal nos machos, e nas fêmeas, ninfas e larvas, suas 
dimensões são menores. 
FAMÍLIA IXODIDAE 
A. cajennense 
• O hospedeiro preferido da fase adulta é o cavalo e o boi. Esta espécie comumente ataca 
o homem em enormes quantidades nas estações secas e frias, em qualquer fase de sua 
evolução. 
• É o vetor da Babesiose eqüina no Brasil e da Febre Maculosa no homem. 
• Necessita de três hospedeiros de espécies iguais ou diferentes para completar seu ciclo 
de vida, que pode variar de um a três anos. 
• Após a fixação das larvas no hospedeiro, estas iniciam o repasto, durando esta fase de 
parasitismo aproximadamente 5 dias. Após este período, as larvas desprendem-se do 
hospedeiro, caem no chão e buscam abrigo no solo, para realizar uma muda para o 
estágio ninfal, que ocorre em um período médio de 25 dias. Encontrando o segundo 
hospedeiro, a ninfa se fixa e inicia um período de alimentação de aproximadamente 5 a 
7 dias quando, completamente ingurgitada, se solta do hospedeiro, cai no chão e realiza 
a segunda muda. Após um período de aproximadamente 25 dias emergem um macho 
ou uma fêmea jovem que, em 7 dias, encontram-se aptos a realizarem seu terceiro 
estádio parasitário. 
Rhipicephalus sanguineus 
• São transmissores da Babesia e Erlichia. No ambiente é visto nas frestas e buracos das 
instalações. 
• Esse é um carrapato típico de três hospedeiros (larvas, ninfas e adultos vivendo em 
hospedeiros separados) 
• Os adultos têm uma forte tendência para escalar muros e cercas, freqüentemente 
abrigando-se em frestas e forro dos canis, em grande número, debaixo de móveis e 
outros locais. 
• Tanto os adultos como as formas imaturas são altamente específicas ao seu hospedeiro 
natural, o cão. 
Rhipicephalus (Boophilus) microplus 
• Espécie muito abundante, parasitando predominantemente os bovinos, podendo 
infestar também búfalos, cervos, camelos, cavalos, ovelhas, burros, cabras, gatos, 
veados campeiros, capivaras, coelhos, preguiças, cães e porcos 
• Ingestão de sangue (uma fêmea pode ingerir até 2 mililitros de sangue durante sua 
alimentação sobre o hospedeiro) que, dependendo do número de infestações, pode 
comprometer a produção de carne e leite; 
• Pela inoculação de toxinas nos hospedeiros, promovendo diversas alterações e 
conseqüências fisiológicas, como a inapetência alimentar; 
• Pela transmissão de agentes infecciosos, principalmente da Tristeza Parasitária Bovina 
(TPB) causada pelos protozoários Babesia bigemina e B. bovis (babesiose) e Anaplasma 
marginale (anaplasmose); 
• Só utiliza um hospedeiro em seu ciclo evolutivo, e apresenta duas fases: a de vida livre, 
que se realiza no solo e na vegetação, e a parasitária, realizada no corpo do hospedeiro. 
• A fase parasitária, com duração média de 23 dias, inicia-se com a fixação das larvas em 
hospedeiro susceptível e termina quando os adultos incluídas as fêmeas fecundadas e 
alimentadas, desprendem-se desse hospedeiro. 
• Após o acasalamento, as fêmeas ingurgitam, desprendem-se do hospedeiro, e procuram 
locais abrigados no solo dando início à fase de vida livre do ciclo biológico. 
• As larvas ao saírem do ovo já possuem um aspecto semelhante ao do carrapato adulto. 
• Após a última muda, originam-se os adultos. As fêmeas só se ingurgitam completamente 
após o acasalamento. Os machos permanecem no hospedeiro por várias semanas ou 
meses, algumas vezes acasalando-se com várias fêmeas 
• Ainda que pouco utilizado, pode ser realizados por meio de rotação de pastejo, 
introdução de espécies de gramíneas com poder de repelência e ou ação letal ao 
carrapato, alteração de microclima, implantação de lavouras, uso de agentes biológicos 
etc. É feito pelo uso de raças resistentes, de uma vacina biológica, disponível no 
mercado, e de químicos (carrapaticidas) 
FAMÍLIA ARGASIDAE 
Argas miniatus 
• O Argas tem hábitos noturnos. Vive nas frestas e buracos dos galinheiros e nos troncos 
de árvores, saindo à noite para sugar os hospedeiros, voltando aos esconderijos assim 
que ingurgitados. 
Otobius megnini 
• Carrapato espinhoso da orelha 
• O adulto não é parasito e vive em esconderijos, onde ocorre a copula. 
 
 
 
 
 
 
ÁCAROS CAUSADORES DE SARNAS 
SARCOPTIDAE 
Sarcoptes scabiei 
• Ácaro causador da escabiose 
• O ciclo deste parasito é autoxênico. A ovipostura dura de 1 a 2 meses, eclosão dos ovos 
ocorre em três dias, as larvas desenvolvem-se por 3 dias e ninfas por 8 dias. Nos adultos, 
a maturidade sexual se dá em 2 dias 
• A doença causada pelo ácaro decorre da perfuração da epiderme, dos produtos do 
metabolismo dos parasitos aí depositados e da presença dos ovos, levando à reação 
inflamatória, escoriações, vesículas, urticária, prurido intenso, disseminação e 
linfadenomegalia. 
Notoedres cati 
• Tem o gato como principal hospedeiro, mas ocasionalmente o cão, coelho e rato; 
esquilos selvagens 
• Ciclo evolutivo: Semelhante ao Sarcoptes 
• Causa lesões escamosas secas (espessada), na cabeça de felinos, em coelhos: lábios, em 
volta dos olhos, ponta do nariz região submaxilar, crostas nas bordas das orelhas e 
patas. Em ratos domésticos e silvestres costuma localizar-se no pavilhão auricular. 
• Prurido intenso; escoriações por arranhadura na cabeça e pescoço; dissemina-se para 
cauda e patas por contato quando o gato se limpa e dorme. 
KNEMIDOKOPTIDAE 
Knemidokoptes mutans 
• São ácaros escavadores, 
• A biologia é semelhante ao S. scabiei (Fig. 96), proliferação epidérmica com aumento de 
córneo, formação de tecido alveolarcom câmaras repletas de ácaros. Causam 
eriçamento e descamação da pele; crostas brancoacinzentadas farináceas e aderentes, 
de evolução lenta e pouco pruriginosa. 
PSOROPTIDAE 
Psoroptes sp 
• Acaro não escavador 
• Parasito de ovinos, bovinos e equinos 
• Os sinais clínicos: pequenas vesículas com exsudato seroso; prurido, trechos de lãs mais 
claras, perda da lã em grandes áreas e perda de peso. 
Chorioptes bovis 
• Tem como hospedeiros os ovinos, bovinos, caprinos e equinos. 
• Ácaro não escavador 
• Os sinais clínicos são pequenas vesículas com exsudato seroso, prurido, trechos de lã 
(ovelhas) mais clara e em grandes áreas. 
Otodectes cyanotis 
• O acaro da sarna otodécica de cães e gatos, ocasionalmente furões e raposa vermelha. 
• Produz exsudato com cerume acastanhado, que se torna crostoso; Balanço freqüente 
da cabeça; Arranhaduras nas orelhas (prurido); Massas fétidas no canal auditivo e pus. 
DEMODICIDAE 
Demodex 
• Localização nos folículos pilosos e glândulas sebáceas 
• Ciclo: ovo – larva hexapoda – dois estádios ninfais octópodes – adultos 
• Há três momentos clínicos distintos nesse tipo de sarna: 
1. Depilações e pequenas pápulas no cotovelo, no jarrete e ao redor dos olhos; 
2. Surge depois de alguns meses com o aumento das áreas afetadas que se tornam 
vermelhas e inflamadas, acompanhadas de prurido. A pele torna-se rugosa e 
descamada. Há tumefação e blefarite; 
3. Caracterizado pela generalização dos sintomas e é a forma pustular. Ocorre invasão 
bacteriana surgindo pústulas e grandes abscessos no abdome, na face interna das 
coxas e no focinho. O cão exala odor repulsivo típico 
• A transmissão se dar pelo contato prolongado da mãe com a ninhada

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