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Matéria 4 período

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UNIVERSIDADE IGUAÇU/CAMPUS V
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE ODONTOLOGIA
MARIA EDUARDA GALDINO BELLON
MATÉRIA DENTÍSTICA, DIAGNÓSTICO ORAL, OCLUSÃO E CIRURGIA DO QUARTO PERÍODO
ITAPERUNA - RJ
2016
Dentística 
Nomenclatura e Classificação das cavidades
A nomenclatura das cavidades relacionam-se com as partes constituintes, são elas:
Paredes que são limites internos das cavidades denominadas:
 Circundantes – paredes laterais da cavidade que recebem o nome da face do dente a qual correspondem. Por exemplo, parede circundante vestibular, parede circundante palatina, etc.
 De fundo – correspondem ao assoalho da cavidade. Divididas em:
Axial – apresenta-se paralela ao eixo longitudinal do dente;
Pulpar – destina-se perpendicular ao eixo longitudinal do dente. 
Ângulos diedros tornam-se a partir da união de duas paredes, conseguindo se dividir em três grupos:
 Primeiro grupo por meio da junção de paredes circundantes;
 Segundo grupo através da união de uma parede circundante com uma parede de fundo;
Terceiro grupo mediante o encontro de duas paredes de fundo.
Ângulos triedros formam-se pelo encontro de três paredes, como por exemplo, ângulo triedro vestibulopulpoaxial.
Ângulo cavossuperficial é contituido pela junção das paredes da cavidade com a superfície externa, podendo ser denominado como magem cavossuperficial. Possui dois tipos: nítido, formando um ângulo de 90º, ou biselado, arredondado. 
A classificação das cavidades de acordo com:
Número de faces sendo denominadas simples envolvendo apenas uma face, composta incluindo duas faces ou complexa abrangendo três ou mais faces.
A cavidade terá a denominação da face de acordo com seu envolvimento. Por exemplo, uma cavidade preparada que se estende às faces mesial, oclusal e lingual intitula-se cavidade mesioclusolingual, podendo ser abreviada para uma cavidade MOD.
Sua forma e extensão, sendo intrecoronárias (inlay) cavidades confinadas no interior da estrutura dentária como uma caixa pura sem comprometimento de cúspide; extracoronária (onlay) são cavidades que apresentam cobertura de cúspides e/ou de outras faces dos dentes; e extracoronária total (overlay) decorrentes de preparações em que todas as faces do dente foram comprometidas.
A sua finalidade podendo ser de duas formas, terapêutica e protética. As terapêuticas são aquelas realizadas em casos nos quais a lesão cariosa, abrasão, erosão, fratura ou outras lesões dos tecidos duros dos dentes tenham comprometido a estrutura coronária parcial ou total, cujo preparo é condicionado a um restauração individual do dente, visando à reconstrução morfológica, funcional e estética. Já a protética são as preparadas para servir como retentores ou apoio para próteses fixas e removíveis.
A profundidade será dividida em cinco níveis. São eles: a muito rasa, com perda superficial de estrutura dentária; a rasa localizada logo abaixo da junção amelodentinária no qual quase não houve perda; denomina-se média aquela que perdeu metade da dentina e se tem a outra metade sadia; a profunda onde se tem mais de 0,5mm de dentina sadia e por fim, a muito profunda com menos de 0,5mm de dentina sadia. 
Pode-se classificar as cavidades em dois grupos, de acordo com Black: a etiológica onde é baseada nas áreas dos dentes susceptíveis à cárie, ou seja, regiões de difícil higienização, divididas conforme a sua localização anatômica (cavidades de cicatrículas e fissuras, e cavidades de superfícies lisas). A artificial reúne classes que requerem a mesma instrumentação e restauração da etiológica. São elas:
A Classe I são cavidades preparadas em regiões, susceptíveis a cárie, de cicatrículas e fissuras na oclusal de molares e pré-molares, região de cíngulo na palatina de dentes superiores anteriores, nos 2/3 oclusais da face vestibular de molares inferiores, nos 2/3 oclusais da face palatina de molares superiores e no tubérculo de Carabelli localizado no primeiro molar superior. 
Denomina-se Classe II, cavidades preparadas nas faces proximais, tanto mesial quanto distal, de molares e pré-molares. 
A Classe III são cavidades preparadas nas proximais de caninos e incisivos, sem o comprometimento do ângulo incisal. Já na Classe IV há comprometimento do ângulo incisal de caninos e incisivos. 
Cavidades preparadas no terço cervical das faces vestibular, lingual ou palatina de todos os dentes com superfícies lisas, denomina-se Classe V.
Existe ainda classificações complementares a de Black, como a variação da Classe I por Sockwell que denomina-a como cavidades preparadas em cicatrículas e fissuras na face vestibular dos dentes anteriores, e ainda Classe IV de Howard e Simon apresenta-se como cavidades preparadas nas bordas incisais e nas pontas de cúspides de todos os dentes.
Contudo, para alguns autores como Fortunato, não é correto a retirada de estrutura dentária sadia para a prevenção de futuras lesões cariosas, mesmo substituindo o sadio por restaurações de qualquer tipo de material. A Classe I é dividida em quatro subdivisões. A tipo ponto quando apenas um ponto do sulco principal, de pré-molares e molares, foi atingindo pela cárie. Já a tipo risco é quando o sulco principal de pré-molares e molares, formando um risco, foi atingido pela cárie. A tipo “olho-de-cobra” é quando a lesão não atingiu as estruturas de reforço do esmalte, a ponte de esmalte e as cristas marginais de pré-molares inferiores. Já a tipo Shot Gun, conhecida como “tiro de espingarda”, é quando a cárie atinge minicavidades nas superfícies oclusais de molares inferiores.
A Classe II é dividida em três subdivisões. Denomina-se “slot” vertical quando houve comprometimento da crista marginal e da proximal de pré-molares superiores e inferiores, sem atingir a oclusal. Já o “slot” horizontal não tem comprometimento da crista marginal, apenas a proximal é envolvida. 
Por fim, a cavidade tipo túnel, onde apenas a proximal de pré-molares e molares é envolvida, preservando a crista marginal.
Instrumentos operatórios para preparo cavitário
Os instrumentos operatórios para o preparo cavitário podem ser agrupados nas seguintes categorias: Instrumentos cortantes manuais; Instrumentos rotatórios; Lazer; Sistemas sônicos e ultra-sônicos e Abrasão a ar.
Os instrumentos cortantes manuais são empregados para cortar, clivar e planificar a estrutura dentária, ou complementar a ação dos instrumentos rotatórios, durante o preparo das cavidades. Podem ser simples ou duplos. Tais instrumentos demonstram significante redução da infiltração marginal e redução da instalação de cáries secundárias, sendo constituídos por três partes: cabo, intermediário e ponta ativa.
Existem os tipos mais usados que são: os recortadores de margem gengival usados especialmente para planificação do ângulo cavossuperficial gengival, arredondamento do ângulo axiopulpar e determinação de retenção na parede gengival de cavidade de Classe II; A cureta (colher de dentina) que é um instrumento escavador usado para remoção de tecido cariado; e os formadores de ângulo são usados para acentuar ângulos diedros e triedros, e determinar forma de retenção, principalmente em cavidades de Classes III e V.
E ainda os menos usados, como, os cinzéis empregados principalmente para planificar e clivar o esmalte. Podendo ter diferentes formas e angulações, sendo denominados em retos (o intermediário e a lâmina são retos, apresentando o bisel em apenas um dos lados da lâmina); monoangulados (possuem um ângulo intermediário, também usados para alisar as paredes de esmalte e dentina); biangulados (possuem duas angulações no intermediário, também usados para planificação as paredes cavitárias em dentes superiores) e wedelstaedt (o intermediário e a lâmina são ligeiramente curvos. São os mais versáteis dos instrumentos manuais de corte, servindo para diferentes propósitos), as enxadas que são semelhantes aos cinzéis, aplicadas para alisar as paredes cavitárias, principalmenteas de Classe V, em dentes anteriores. Seu uso é principalmente indicado para o acabamento final das paredes internas das cavidades, apesar de também serem empregadas para planificar as paredes de esmalte, os machado para esmalte usados para clivar, aplainar esmalte e planificar as paredes vestibular e lingual das caixas proximais de preparos cavitários de Classe II, e por fim, o machado para dentina empregados para determinar a forma de retenção incisal em cavidades de Classe III.
Tais instrumentos manuais necessitam de uma ponta ativa cortante eficiente. Para isso, é necessário uma afiação, existindo dois tipos, a mecânica com pedra de Arkansas ou discos de granulação fina montados em mandril para peça de mão. Sendo usadas da seguinte forma: os cinzéis, os machados, as enxadas, os recortadores de margem gengival e os formadores de ângulo devem ser colocados, de acordo com o ângulo da extremidade cortante e o bisel do instrumento, em contato com a pedra, ligando-se em seguida o motor, exercendo-se leve pressão sobre a pedra cilíndrica ou o disco em movimento; e a manual que emprega, de preferência, uma pedra de Arkansas plana e previamente lubrificada, colocada sobre uma superfície plana e lisa. Para a afiação é necessário segurar o instrumento com uma das mãos e adaptar o bisel sobre a pedra; com a outra mão desliza-se a pedra num movimento de vaivém, deixando-se o instrumento fixo.
Os instrumentos rotatórios são projetados em diferentes tamanhos, formas e tipos para adaptação a diferentes equipamentos. Os tipos de instrumentos rotatórios são: a turbina de alta rotação com alta velocidade movidas a ar comprimido, que giram diretamente na extremidade da peça de mão contra-angulada ou angulada. Encontra-se ainda turbinas com cabeça reduzida para atuar em locais de difícil acesso, e com luz fria transmitida por fibra óptica que favorece a visualização durante o preparo cavitário. São utilizadas para rápida redução da estrutura dentária e determinação das formas de contorno. Suas brocas possuem haste lisa e diâmetro menor comparado as de rotação convencional; o contra-ângulo (baixa rotação) geralmente utilizado para o acabamento das paredes cavitárias, após a instrumentação com alta rotação e também no preparo cavitário de dentes anteriores, quando se requer um mínimo de extensão. Existem contra-ângulos especiais, empregados em rotação convencional em micromotor, que possibilitam a utilização de brocas para alta rotação através de adaptadores metálicos ou plásticos; a peça reta usada geralmente nos casos de preparos cavitários, em dentes anteriores com acesso vestibular; e o micromotor que são motores de velocidade convencional, nos quais o movimento é transmitido à peça de mão por meio de roldanas e cordas ou ar comprimido.
Há ainda a classificação dos instrumentos rotatórios segundo seu modo de ação, podendo ser por corte que são representados pelas brocas e por desgaste, representados pelas pontas diamantadas, pedras montadas de carborundo e outros abrasivos. 
As brocas são divididas em três partes: a haste é a porção da broca que é conectada à peça de mão, ao contra-ângulo ou à turbina. Podendo ser longa para peça reta; curta com encaixe para contra-ângulo; curta sem encaixe e com menor diâmetro para turbina; o intermediário ou colo une a ponta ativa à haste. A broca de haste longa, utilizada em peça reta, possui um intermediário ligeiramente maior com relação as outras. Por outro lado, as brocas para turbinas de alta rotação e contra-ângulo tem haste e intermediário mais curtos a fim de facilitar seu uso em dentes posteriores; e a ponta ativa é a parte de trabalho do instrumento a qual atua por meio de pequenas lâminas, fabricada com materiais e formar diversas. Podendo ser feitas de dois materiais distintos: o aço, empregado em brocas para procedimentos de remoção de dentina cariada e acabamento de preparos com baixa rotação; e o carbide, mais resistente que o aço, constitui a base das brocas que são utilizadas para o preparo de cavidades, tanto em baixa quanto em alta rotação.
A ponta ativa da broca possui várias formas básicas, sendo elas: as esféricas, utilizadas principalmente para remoção de tecido cariado, confecção de retenções e acesso em cavidades de dentes anteriores; as cilíndricas, utilizadas para confeccionar paredes circundantes paralelas e avivar ângulos diedros (a maioria dessas brocas tem corte na extremidade e nas partes laterais da ponta ativa); as tronco-cônicas que são utilizadas para dar forma e contorno em cavidades com paredes circundantes expulsivas e para determinar sulcos ou canaletas em cavidades para restaurações metálicas fundidas, são indicadas também para determinar retenções nas caixas proximais, em cavidades para amálgama; o cone invertido, utilizado especialmente para determinar retenções adicionais, planificar paredes pulpares e, eventualmente, avivar ângulos diedros; e a roda, utilizada para determinar retenções, especialmente em cavidades de Classe V.
Os instrumentos rotatórios de desgaste podem ser de dois grupos distintos segundo o método de colocação do abrasivo na ponta ativa: os instrumentos abrasivos aglutinados, confeccionados de pequenas partículas abrasivas fixadas com uma substância aglutinante à haste metálica são representados pelas pontas diamantadas, pedras e pontas de carborundo, de óxido de alumínio, de carboneto de silício ou de abrasivo impregnado com borracha; e os instrumentos abrasivos de revestimento, confeccionados com uma fina camada de abrasivo cimentado em base flexível. 
As pontas diamantadas são indicadas para reduzir a estrutura dentária, tanto de esmalte como de dentina e devem ser utilizadas com refrigeração aquosa para eliminar os detritos que se depositam entre os grãos abrasivos, cuja consequência é a redução da eficiência de desgaste e maior produção de calor friccional.
Além das pontas diamantadas convencionais, encontram-se no comércio pontas diamantadas para acabamento superficial em resinas compostas, que apresentam diamantes de granulação fina e ultrafina.
Os demais instrumentos abrasivos são empregados para dar acabamento às paredes cavitárias ou para remover excessos mais grosseiros das restaurações. São apresentados em várias formas e tamanhos, diversos graus de abrasividade e em diferentes materiais (carborundo e óxido de alumínio).
Além dessas formas, existem ainda os discos e as rodas para montar (diamantadas ou de carborundo), utilizados para diferentes finalidades e cujo uso requer um mandril.
Os instrumentos abrasivos de revestimento, representados pelos discos, têm uma camada fina de abrasivos cimentados em base flexível. São utilizados para dar refinamento ao preparo cavitário ou à restauração. Apresentam diferentes abrasividades, com granulação grossa, média e fina. Esses discos são encontrados em vários diâmetros e com diferentes sistemas de encaixes nos mandris.
Isolamento do campo operatório
Todos os materiais restauradores requerem campo isolado, seco e perfeitamente limpo para serem inseridos ou condensados nas cavidades. Devido isso, existem dois tipos de isolamentos: o isolamento absoluto cujas vantagens são retração e proteção dos tecidos moles para promover o acesso à área a ser operada, melhor visibilidade do campo operatório, condições adequadas para inserção e condensação dos materiais restauradores, e a proteção do paciente contra a aspiração ou deglutição de instrumentos, restos de material restaurador ou qualquer outro tipo de elemento estranho; e o isolamento relativo empregado ao se realizar restaurações provisórias ou em condições de total impraticabilidade de isolamento absoluto. São utilizados rolos de algodão, guardanapos ou gazes. No arco superior os materiais são mantidos pela pressão da musculatura das bochechas e lábios e no arco inferior com o auxilio de autômato de Eggler e dispositivo similar ao Ivory ou dispositivo plástico Rolo-Plast. Para completar, utiliza-se ejetores de saliva, conectados ou não ao equipo dentário, que promovem a eliminação da salivaacumulada por sucção.
Os materiais utilizados para o isolamento absoluto são: o lençol de borracha que é feito de latéx natural com cores e espessuras variadas. A cor escura é a mais indicada, pois contrasta com a cor do dente, refletindo assim menos luz, podendo ser fornecido em rolo ou já cortado de forma quadrangular pronto para uso; o perfurador de Ainsworth deve ter número suficiente de furos, com diâmetros variados para realizar orifícios na borracha de modo a acomodar dentes de diferentes tamanhos. Se o perfurador não cortar adequadamente, um pequeno círculo de borracha ficará preso ao dique e sua remoção poderá resultar em ruptura da borracha, causando perda do vedamento e penetração da saliva ao redor do colo do dente. Devido isso, é importante que os furos tenham a borda cortante bem afiada. Caso não tenha, deverá ser afiada com lixas ou pedras abrasivas. O primeiro furo corresponde aos incisivos inferiores, o segundo aos incisivos superiores, o terceiro ao canino e aos pré-molares superiores e inferiores, o quarto aos molares superiores e inferiores, e por fim, o quinto furo corresponde aos molares com o grampo sem asa; o porta dique de borracha, sendo o mais usado é o arco de Young em forma de U, com pequenas projeções metálicas que prendem a borracha e a mantem em posição, sob tensão; os grampos que mantem o lençol de borracha em posição estável junto aos dentes, encontrados em grande variedade de tipos, sendo indicados para todos os casos, especialmente para coroas clínicas curtas, como as dos pacientes jovens, e para retração gengival. Nos casos de coroas clínicas mais altas que ofereçam condições para a borracha se manter em posição, os grampos podem ser dispensados ou, se for o caso, utilizam-se amarrias com fio dental. Os grampos dá série de 200 a 205 são empregados em molares, a série 206 a 209 são utilizados em pré-molares. Já os grampos 210 e 211 são encaixam nos dentes anteriores. Existe ainda o 212 de Ferrier indicado para retração gengival, que necessita em alguns casos, de modificações que consistem na curvatura da garra lingual para incisal e da vestibular para a apical, sendo feita da seguinte forma: as garras são aquecidas ao rubro em uma lamparina à álcool ou bico de Bunsen, mantendo-se o grampo em posição com um alicate 121; com outro alicate do mesmo tipo, faz-se a curvatura das garras. Podemos encontrar também, o grampo W 8A (sem asa) e 14ª de Schultz que adaptam a um grande número de dentes, que com pequenas adaptações podem ser utilizados em quase todos os dentes posteriores, e o nº 26 (sem asa), indicado para molares, em especial os inferiores com pouca retenção e para as técnicas que empregam grampos sem projeções laterais; e a pinça porta-grampo (tipo Palmer), usada para levar o grampo ao dente. Deve-se ter uma mola entre seus cabos e uma alça corrediça para manter o grampo distendido entre as pontas ativas das garras enquanto ele está sendo adaptado. 
Em dentística, é vantajoso sempre incluir o maior número de dentes possível no campo a isolar. Como regra geral, o dique deve incluir no mínimo dois dentes a distal daquele que vai ser tratado (desde que o caso permita) e o remanescente para a mesial, até o canino pertencente ao hemiarco do lado oposto. No caso de dentes anteriores, deve-se isolar sempre uma extensão que vai de pré-molar de um hemiarco ao pré-molar do lado oposto.
Em geral, a distância entre os orifícios deve ser igual à distância entre os eixos longitudinais dos dentes e deve seguir a mesma disposição destes no arco dental. Existe uma pequena variação nos dentes anteriores inferiores, cujas áreas gengivais apresentam dimensões VL maiores que MD; onde frequentemente se torna necessário posicionar esses orifícios ligeiramente um pouco mais espaçados que os eixos longitudinais dos dentes, possibilitando maior quantidade de borracha para invaginação adequada e vedamento do campo. As condições seguintes determinarão o espaço e a relação entre os orifícios a serem perfurados na borracha: o
tamanho dos dentes, quanto maiores, mais espaçados entre os orifícios; o contorno dos dentes, dentes ovoides e cônicos e com ameias V e L extensas requerem mais espaço entre os orifícios que os tipos quadrangulares, com pequeno espaço interdental; a altura da gengiva interdental, quanto mais baixa a papila interdental, menor a distância entre os orifícios; os espaços entre os dentes ou ausência de dentes, nesses casos, o espaço na borracha é igual à distância entre os eixos longitudinais dos dentes adjacentes. Isso é o suficiente para que a borracha cubra a áreas desdentada ou o espaço anormal, permitindo invaginação apropriada na áreas gengival; a má posição dos dentes no arco, os orifícios devem ser perfurados exatamente na mesma relação de posição de cada dente; a posição da cavidade no dente, aplica-se principalmente para as cavidades de Classe V, subgengivais vestibulares. Em caso de restauração de área gengival, em que se emprega o grampo cervical para retração, o orifício que corresponde ao dente envolvido deve ser deslocado aproximadamente 2mm para vestibular. Isso permitirá uma quantidade de borracha suficiente para a apropriada invaginação e retração gengival.
Existem ainda métodos de perfuração na borracha, são eles:
Divisão em quadrantes: traçam-se duas linhas, uma vertical e outra horizontal, com caneta esferográfica em um quadrado de borracha, dividindo-a em quadrantes. Em geral, a marcação é feita a partir do centro devido a pequenas diferenças de medidas existentes entre as marcas de lençol de borracha, 3cm para cada lado dos seguimentos horizontais e nos seguimentos verticais, 5cm no superior e 4cm no inferior. As perfurações devem ser realizadas de acordo com a região a ser isolada, com o número, o tamanho e distância entre os dentes.
Mordida em cera: usa-se uma lâmina de cera nº7 para impressão da mordida. Tal lâmina é colocada na borracha conforme o arco a ser isolado, seguindo as margens previstas pela divisão em quadrantes. A perfuração é feita a partir da orientação das impressões dos dentes na lâmina de cera.
Marcação na boca: com a borracha presa pelo arco, marca-se com caneta esferográfica diretamente na boca a posição dos dentes a serem isolados, utilizando-se sempre os pontos de referência citados no método de divisão em quadrantes. Perfura-se a borracha exatamente no local das marcas.
Carimbo: marca-se as posições-padrão dos dentes decíduos e permanentes diretamente na borracha. Procura-se manter distancia das margens da borracha.
Além disso, toda a área dos pontos de contato deve ser testada com fio dental, a fim de verificar a sua regularidade. Se houver irregularidades, utiliza-se tiras de lixa de aço. Caso o dente a ser preparado para a restauração tenha um contato cortante devido a presença da cárie, a forma de contorno da caixa proximal deve ser sempre executada antes da colocação do dique de borracha. Deve-se conferir a extensão gengival do preparo, para eliminar o contato com a superfície do dente adjacente, o que dificultaria a passagem da borracha interdental. São necessários outros cuidados preliminares como lubrificar com vaselina os lábios superiores e inferiores e, limpar e polir os dentes.
São as técnicas de colocação do dique de borracha: a primeira técnica consiste na colocação do grampo no dente, depois, a borracha e por fim o arco; a segunda é o conjunto arco, borracha e grampo; e a terceira é o conjunto borracha e arco, depois o grampo.
Sequência de colocação do dique de borracha com a técnica borracha + arco + grampo para tratar o elemento 46:
Experimenta-se os grampos da série 200 a 205, selecionando aquele que melhor adaptar-se ao elemento 47. Com o grampo escolhido, amarra-se um pedaço de fio dental no arco do grampo para evitar a deglutição do grampo pelo paciente. Supervisionar a superfície de contato dos elementos 47, 46, 45, 44, 43, 42, 41, 31, 32 e 33 a fim de evitar qualquer aresta cortante que possa rasgar a borracha no hora da colocação da mesma. Caso tenha, utilizar uma lixa de aço para elimina-la.Prende-se o arco na borracha de forma centralizada, levando a boca do paciente para realizar a marcação com caneta esferográfica, no eixo longitudinal do elemento 47 ao 33. 
Feita a marcação, realiza-se a perfuração da borracha com o perfurador de Ainsworth. O 4º furo da plataforma giratória do perfurador deverá corresponder ao elemento 47 e 46. O 3º furo da plataforma deverá corresponder com a marcação correspondente aos elementos 45, 44, 43 e 33. O 1º furo deverá corresponder com a marcação dos elementos 42, 41, 31, 32. Após a perfuração, deve-se realizar a lubrificação interna da borracha, dos dentes e do lábio inferior e superior. Prende-se o grampo escolhido para o elemento 47 no furo da borracha correspondente a tal elemento. Com o auxilio da pinça tipo Palmar na asa do grampo, leva-se o conjunto borracha + arco + grampo na boca do paciente, prendendo o grampo no elemento 47 e realizando a invaginação da borracha no elemento 33 colocando um pedaço de borracha ou fio dental no elemento 33 para estabilizar e facilitar a invaginação dos demais dentes. Feito isso, realiza-se a invaginação dos demais dentes com fio dental ou algum instrumento de ponta romba. Após do tratamento ser feito no elemento 46, deve-se retirar o grampo e depois o arco + borracha, cortando-a ou esticando o suficiente para se soltar da superfície do dente. 
A remoção do dique consiste no estiramento da borracha do lado vestibular, seccionando as porções de borracha interdentais com tesoura. O grampo é removido, a seguir o porta-dique e a borracha. Após a remoção do conjunto, deve-se passar fio dental por todos os contatos, a fim de se eliminar qualquer pedaço de borracha remanescente. Uma massagem deve ser feita na gengiva, com a ponta dos dedos, para reavivar a circulação, principalmente na área que recebeu o grampo.
As drogras sialopressoras atuam sobre o sistema parassimpático diminuindo o fluxo salivar. Exemplos típicos são os derivados da atropina e da escopolamina ou similares, que administrados em pequenas doses promovem um bloqueio temporário do fluxo salivar cujos nomes comerciais são: Atroveran e Dramamine. Possuem alguns efeitos colaterais como taquicardia, inibição da secreção gástrica, retenção urinária, dilatação e dificuldade de acomodação da pupila, diminuição da secreção sudorípara e aumento da pressão intra-ocular. Pacientes que apresentam fluxo salivar intenso, aconselha-se administrar 30 minutos antes do procedimento. Entretanto, são contra-indicadas para pacientes portadores de glaucoma por aumentarem a pressão intra-ocular.
Preparo cavitário e restauração para amálgama Classe I
A técnica consiste em preservar as estruturas de reforço do dente, como vertentes de cúspides e cristas marginais. Inicia-se a penetração inicial com a broca nº 330 colocada na fossa central em movimento e com uma ligeira inclinação para distal. A seguir a broca é posicionada paralela ao eixo longitudinal do dente e, com movimentos para distal e mesial ao longo do sulco central, forma-se uma canaleta cuja profundidade deve corresponder à metade da ponta ativa da broca, com largura igual ou ligeiramente maior que o diâmetro da broca. Essa largura deve corresponder a aproximadamente ¼ da distância entre as vértices das cúspides vestibular e lingual. Posiciona-se a broca ao nível da canaleta mésio-distal para movimentar ligeiramente a broca para os lados, nos sulcos secundários vestibular e lingual, realizando então o istmo. Realiza-se o movimento pendular mesiodistal. 
O acabamento das paredes e ângulos internos é realizado com a broca nº 245. Já o acabamento final é realizado com a enxada monoangulada nº 8-9 a fim de alisar as paredes circundantes e de fundo.
A cavidade deve ter as seguintes características: abertura vestíbulolingual na região do istmo com ¼ da distância entre os vértices das cúspides correspondentes; parede pulpar plana e perpendicular ao eixo longitudinal do dente; paredes vestibular, lingual, mesial e distal convergentes para oclusal; ângulos diedros do segundo grupo ligeiramente arredondados; e ângulo cavossuperficial nítido e sem bisel.
A técnica de restauração compreende após a trituração da cápsula de amálgama, mecânica ou manual. O amálgama é colocado no pote Dappen de vidro para facilitar a preensão com o porta-amálgama. Preenche-se o porta-amálgama, depositando uma pequena porção de material no interior da cavidade, comprimindo com um condensador de Ward nº1 de encontro aos ângulos da cavidade. Coloca-se as últimas porções de amálgama na cavidade, condensando com o condensador tipo Ward nº2 de encontro às margens da cavidade, pois tem uma ponta ativa maior. Com o auxílio de um brunidor, deve-se alisar o amálgama instalado na cavidade. Utilizando o clev dent deve-se fazer o sulco principal e secundários. Com o esculpidor Hollenback 3s, deve-se iniciar a escultura, reparando o que foi perdido. Passa-se algodão seco na superfície oclusal para dar acabamento.
Preparo cavitário e restauração para amálgama Classe II
Tal preparo envolve as proximais de molares e pré-molares podendo ser cavidades MOD, MO, DO. A técnica de preparo é dividida em caixa oclusal e caixa proximal, sendo ela: 
Caixa oclusal - Deve-se preservar as estruturas de reforço do dente, como vertentes de cúspides e cristas marginais. Inicia-se a penetração inicial com a broca nº 330 colocada na fossa central em movimento e com uma ligeira inclinação para distal. A seguir a broca é posicionada paralela ao eixo longitudinal do dente e, com movimentos para distal e mesial ao longo do sulco central, forma-se uma canaleta cuja profundidade deve corresponder à metade da ponta ativa da broca, com largura igual ou ligeiramente maior que o diâmetro da broca. Essa largura deve corresponder a aproximadamente ¼ da distância entre as vértices das cúspides vestibular e lingual. Posicionar a broca ao nível da canaleta mésio-distal para movimentar ligeiramente a broca para os lados, nos sulcos secundários vestibular e lingual, realizando então o istmo.
Caixa proximal – Após a complementação da caixa oclusal, coloca-se a matriz com o porta matriz no dente vizinho do lado que esta sendo tratado, inicia-se a confecção do canal de penetração à caixa proximal, a partir da junção da parede pulpar e do remanescente da crista marginal com movimentos pendulares para vestibular e lingual esboçando-se as paredes axial, gengival, vestibular e lingual. Em seguida, com a porção lateral da broca, determina-se as paredes vestibular e lingual, e axial e gengival, deixando-as com extensão, inclinação e profundidade corretas. O ângulo axiopulpar é arredondado, com a finalidade de diminuir a concentração de tensões nesse ponto, bem como possibilitar uma espessura maior do material restaurador, diminuindo o risco de fratura da restauração, sendo realizado com um recortador de margem gengival. O acabamento da parede gengival é feito com um recortador de margem gengival em movimentos de raspagem. Com o machado 14-15 é estabelecido o aplainamento das paredes vestibular e lingual, com movimentos oclusogengivais. 
A cavidade deve dispor das seguintes características para a caixa oclusal: a abertura vestíbulolingual na região do istmo com ¼ da distância entre os vértices das cúspides correspondentes; a parede pulpar plana e perpendicular ao eixo longitudinal do dente; as paredes vestibular e lingual convergentes para oclusal; os ângulos diedros do segundo grupo ligeiramente arredondados; e os ângulo cavossuperficial nítido e sem bisel. Já a caixa proximal deve apresentar as seguintes características: a parede axial e vestíbulolingual plana, ligeiramente expulsiva no sentido gengivo-oclusal; a parede gengival plana e perpendicular ao eixo longitudinal do dente; e o ângulo axiopulpar arredondado.
A técnica de restauração consiste em colocar a matriz com o porta matriz e a cunha no dente que será restaurado. O amálgama deve começar a ser condensado primeiramente na caixa proximal com um condensador de ponta ativa ligeiramente menor que a cavidade. O material é levado empequenas porções com o auxilio de um porta-amálgama e depositando junto à parede gengival. A condensação deve ser feita inicialmente pelo ângulo formado pela matriz e o cavossuperficial a parede gengival e também nos ângulos diedros e triedros correspondentes aquela parede. Com firme pressão para vestibular e lingual, movimenta-se o condensador a fim de remover o amálgama com excesso de mercúrio, tracionando o condensador para oclusal. Esses procedimentos são repetidos para as porções subsequentes até que o material restaurador encontre o nível da parede pulpar. Os mesmos procedimentos são realizados do outro lado. Dessa forma, converte-se uma cavidade composta ou complexa em uma cavidade simples, continuando a condensação até preencher totalmente a cavidade. A condensação final deve ser feita com o condensador tipo Ward nº2, pressionando o material de encontro às margens da cavidade. Realiza-se a brunidura pré-escultura para alisamento do material restaurador. A escultura é iniciada pela face oclusal com o extremo da sonda exploradora apoiado na união do amálgama com a matriz, movimentando-se de vestibular para lingual, esboçando a crista marginal. Esse movimento remove o excesso de amálgama e evita a fratura da crista marginal durante a remoção da matriz. Com o auxilio do Hollenback, realizamos a escultura da face oclusal, tomando precauções para evitar descobrir uma margem cavitária, evitando também confeccionar sulcos muito profundos e deslocados para as margens da restauração.
Para remover a matriz sem fratura da restauração, deve-se remover primeiramente o porta-matriz e a cunha de madeira, para depois remover a tira metálica, puxando-a cuidadosamente pela lingual e nunca pela oclusal, pois o risco de fratura da crista marginal é maior. Quando a matriz empregada for a individual, a técnica de remoção consiste em eliminar primeiramente o reforço de godiva, com esculpidor Hollenback, para depois seccionar a matriz pela vestibular e lingual, com tesoura reta para ouro. Com um alicate, remove-se a cunha de madeira e a matriz seccionada no sentido linguovestibular. Imediatamente removem-se possíveis excessos de amálgama nas proximais e gengivais, utilizando esculpidor Hollenback ou sonda exploradora .
Obs.: Deve-se atravessar o fio dental dobrado pelo espaço interdentário, sem passar pelo ponto de contato do dente e movimenta-lo no sentido cervicoclusal a fim de remover possíveis excessos gengivais e alisar a superfície proximal. No final, passa-se um pedaço de algodão seco na oclusal para dar acabamento.
Preparo cavitário e restauração de resina composta 
Como as resinas compostas são materiais restauradores temporários e por terem características adesivas, o preparo cavitário deve ser realizado de maneira a limitar-se à remoção do tecido cariado e ao tipo das paredes internas da cavidade, sendo o mais conservador possível. 
Os instrumentais utilizados são: as pontas diamantadas, as brocas carbide, as brocas de aço e os cortantes manuais. Já os materiais para a realização da restauração são a resina composta, o ácido fosfórico a 37%, o adesivo dentinário, espátula de titânio, o fotopolimerizador e a sonda exploradora. 
As cavidades devem ser feitas seguindo a classificação de Black. Em cavidades que envolvem proximais, utiliza-se a matriz no dente que será restaurado. Antes de inserir os incrementos da resina composta, deve-se realizar o condicionamento ácido da cavidade, aplicando ácido fosfórico a 37% durante 15 segundos e lavar abundantemente com água corrente pelo dobro do tempo do ácido, ou seja, 30 segundos. Logo após, deve-se passar o adesivo de acordo com o fabricante e fotopolimerizar.
O acabamento deve ser feito em qualquer restauração de resina logo após sua inserção em incrementos. Deve-se utilizar uma ponta diamantada de cor dourada (F- fina; FF- extra fina) para realizar o acabamento de cicatrículas e fissuras. Utiliza-se também borrachas abrasivas e broca com ponta ativa em forma de chama. A tira de lixa de aço é empregada para retirar o excesso da restauração, caso tenha. Usa-se o feltro para dar polimento e brilho final. Para dentes anteriores, emprega-se disco de lixa.
Diagnóstico Oral
Noções e princípios em diagnóstico oral
Diagnóstico é um conjunto de dados obtidos inicialmente através do exame clínico do paciente, que conduz e orienta o cirurgião-dentista à determinação de uma doença. O exame clínico é obtido através da anamnese e do exame físico do paciente, levando o cirurgião-dentista à hipóteses diagnósticas sobre a doença do paciente. Com isso, afim de investigar melhor, o cirurgião-dentista deve pedir exames complementares para chegar no diagnóstico final da doença. Feito isso, deve-se avaliar o prognóstico para realizar um tratamento e proservação.
A semiologia estuda tudo o que dor indício de doença, ou seja, os sinais e sintomas. O sintoma é sempre relatado pelo paciente, representando manifestações subjetivas da doença, como por exemplo, dor, coceira, sensibilidade gustativa, hipersensibilidade tátil, dormência, etc. Já os sinais são observados pelo cirurgião-dentista, sendo manifestações objetivas que o profissional “percebe” no paciente, com os seus sentidos. Como por exemplo, hematoma, aumento de volume, etc.
A sintomatologia estuda os sinais e sintomas de uma determinada doença, onde o sinal patognomônico é exclusivo de uma doença específica, indicando de maneira absoluta a presença dela. Existe ainda, a sintomatologia pré clínica que é quando os sinais e sintomas surgem antes da manifestação clínica da doença, como por exemplo, antes do aparecimento da herpes, há uma coceira (sintoma) e vermelhidão (sinal) no local onde se instala. Já a síndrome, será um conjunto de sinais e sintomas que se apresentam para definir uma determinada doença.
Os exames complementares são exames subsidiários que complementam o exame clínico, estando sempre vinculados a estes. Por exemplo, exames hematológicos, citopatológicos, biópsias e exames por imagem.
O prognóstico de uma doença pode ser qualificado com bom, ruim ou duvidoso. Para isso, é avaliado o dano anatômico e funcional da doença, os recursos terapêuticos disponíveis e a condição geral do paciente para qualificar-se corretamente. Um prognóstico bom seria uma afta ou herpes, ruim é o câncer e duvidoso seria uma displasia.
O tratamento é o conjunto de meios de qualquer tipo cuja finalidade é a cura ou alívio de uma doença, normalmente após o diagnóstico. Podendo ser expectante quando se espera melhorar sozinho, sintomático ou paliativo onde se trata o sintoma, etiológico no qual trata-se a cauda da doença e cirúrgico.
A proservação ou follow-up é o período após o tratamento em que o paciente será acompanhado durante um tempo indicado pelo tipo de doença, no qual as possibilidades esperadas são a cura completa, o estado estacionado, a piora ou a morte.
Exame clínico – Anamnese
A anamnese é a fase inicial do exame clínico, onde são pesquisados os sintomas através do relato livre e espontâneo do paciente – Boracks.
É uma recordação, que indica tudo o que se refere a memorização dos sintomas de uma doença, desde suas manifestações prodrômicas até o momento do exame. Tal exame deve conter a identificação do paciente, sua queixa principal, a história da doença atual, os antecedentes mórbidos pessoais, os antecedentes mórbidos familiares, hábitos e vícios.
A identificação do paciente deve conter seu nome completo, sem abreviações, pois permite o melhor arquivamento do prontuário. Deve-se estabelecer uma relação afetiva e de confiança do paciente com o examinador. É necessário também, o registro da idade devido a ocorrência de certas doenças ser maior em determinados períodos de vida. A determinação do sexo, masculino ou feminino, também é muito importante, já que certas doenças acometem mais homens e outras mais mulheres, o que auxilia muitas vezes na elaboração do diagnóstico. Deve-se relatar a raça, negro (melanoderma), branco (leucoderma) ou pardo (feoderma) e também o estado civil, solteiro, casado,viúvo ou separado. É preciso relatar o registro do lugar onde o paciente possa ser encontrado, pois pode haver necessidade de retorno do mesmo para complementação de um diagnóstico ou tratamento, ora para acompanhamento de um processo de cura ou controle do seu estado local e geral. Relate-se na profissão uma vez que a verificação, não só da modalidade de trabalho, mas também, das condições locais e jornada.
A queixa principal é a informação do motivo que levou o paciente ao consultório. Em geral, essa queixa é registrada segundo as palavras do paciente, podendo demonstrar, por si só, a natureza da doença. Deve-se perguntar: Qual é o seu problema? O que te trouxe aqui?
A história da doença atual do paciente, resulta no histórico completo e detalhado da queixa principal, apresentando toda a sua evolução e sintomatologia. As perguntas devem ser propostas da forma mais clara e simples possível, procurando orientar o paciente a recordar e ordenar os fatos ocorridos desde o início da doença até o momento atual. Pergunta-se: Qual é o tempo de evolução da doença? Como eram os sinais e sintomas no início? Ocorreram episódios de exacerbação ou recomeço? 
Os antecedentes mórbidos pessoais constitui uma revisão dos episódios sobre os cuidados com a saúde e condições médicas que foram diagnosticadas. Esta informação geralmente abrange doenças passadas, vacinações, hospitalizações, alergias, tratamentos em curso e medicações em uso. É contra-indicado procedimento odontológico em pacientes que sofreram infarto a menos de 6 meses. Pacientes cardiopatas não deve ser usado anestésicos locais com adrenalina, usa-se mepivacaína (anestésico sem vasoconstridor) ou anestésico com felipressina. Além disso, deve-se prescrever uma profilaxia antibiótica prévia, utilizando amoxilina de 2g, uma hora antes do procedimento ou em pacientes alérgicos a amoxilina, clindamicina 600mg uma hora antes do procedimento. Os diabéticos possuem uma maior chance de infecção pós-operatória, devido isso deve-se prescrever os medicamentos necessários para tal caso. Outro cuidado é com hipertensos, cuja pressão sistólica deve estar ente 120 a 159 e a diastólica 80 a 94 para qualquer procedimento, e quando a pressão sistólica estiver entre 160-199 e a diastólica 95-114, deve-se realizar apenas procedimentos de urgência. A pressão sistólica acima de 200 e a diastólica acima de 115, não realiza nenhum procedimento.
A história familiar , que é a descrição do estado de saúde dos membros da família, pode revelar a possibilidade de condições com tendência genética, como doença coronariana, diabetes e hemofilia.
Os hábitos são atitudes rotineiras que não causam necessariamente danos de qualquer natureza na saúde do paciente. Já os vícios são hábitos nocivos como etilismo, tabagismo, entre outros.
Exame clínico – Exame físico
O exame físico tem por finalidade a obtenção dos principais sinais presentes na doença, este exame, diferente da anamnese, fornece dados objetivos. Qualquer que seja o motivo da consulta o exame clínico deve ser completo e feito após a anamnese. Algumas vezes é impossível manter essa relação cronológica, já que ao entrar no consultório alguns sinais já podem ser percebidos, porém , mesmo assim, deve se efetuar o exame completo e 
sequêncial do paciente. 
Existem uma série de condições para a realização do exame físico, são elas: segurança, conhecimento anatômico, biossegurança, iluminação adequada e afastamento e secagem das estruturas. Além disso, existe estruturas anatômicas presentes na cavidade oral que o paciente pode não ter percebido antes, como as papilas valadas que formal o “v” lingual sendo de 10 a 12, e o ducto parotídeo presente na região de molares superiores, deve sempre observar se está presente dos dois lados.
As manobras de semiotécnica é a técnica da pesquisa de sinais, podendo ser realizada diretamente ou indiretamente através de instrumentos que de alguma forma venham a ampliar os sentidos do examinador. São elas: inspeção, palpação, auscultação, percussão, olfação, punção e diascopia.
A inspeção é o primeiro passo do exame físico. Nessa manobra utiliza-se a visão que pode ser realizada diretamente “a olho nu” ou através de lentes e espelhos indiretamente, sendo que as estruturas devem estar secas e com boa visibilidade.
A palpação colhe sinais pelo tato e compressão. Através do tato se tem informações sobre a porção superficial, e a compressão fornece impressões sobre a porção mais profunda da área que esta palpando. A palpação indireta é aquela na qual o clínico se utiliza de instrumentos que alcançam locais onde as mãos diretamente não alcançariam e a palpação direta pode ser digital, bidigital ou digito-palmar.
A percussão é o ato de bater ou tocar. É amplamente utilizado como auxiliar de diagnóstico da patologia periapical e/ou periodontal através da percussão vertical ou horizontal, respectivamente. Já a auscultação é o ato de ouvir sons e ruídos produzidos pelo organismo. Na odontologia, o emprego dessa manobra é restrito, porém, é muito importante na avaliação fisiológica da ATM. A olfação é a manobra que utiliza o olfato do clínico, sendo um percurso válido na detecção de curtas alterações fisiopatológicas, como por exemplo, o odor acetônico no diabético. A punção consiste na introdução de uma agulha no interior dos tecidos com líquido, podendo observar a retirada de sangue, saliva, líquido cístico, pus ou uma pressão negativa no êmbolo, ajudando no diagnóstico da lesão. 
Por fim, a diascopia significa “observar através de”. Nessa manobra, visualiza-se a estrutura comprimida por uma lâmina de vidro, sendo conhecida também como vitropressão. É utilizada em estruturas escuras suspeitas de hemangioma ou nevo, ajudando no estudo da área lesionada.
No exame geral do paciente, deve-se observar as estruturas sem levar em conta, a princípio, o motivo da consulta. Pode ser observado a marcha, a postura, a coerência na fala, o estado mental, a higiene, manchas na pele, etc.
O exame físico pode ser dividido em dois passos através da localização, o exame físico extra bucal e o intra bucal. O extra bucal avalia as cadeias ganglionares, a ATM, as glândulas salivares, os ossos da face e a musculatura. Já o exame intra bucal deve ser feito de maneira ordenada e completa, examinando pausadamente casa estrutura com a certeza de não ter omitido nenhum detalhe. Para isso, é necessário seguir a sequência: lábios, fundo de sulco, periodonto (gengiva inserida, gengiva livre e papila interdental), mucosa jugal, língua, soalho de boca, palato duro e palato mole. Lembrando que, é obrigatório começar sempre pela queixa principal. Caso não haja, é preciso seguir a ordem começando dos lábios.
Caracterização e Nomenclatura das lesões
Para descrever uma lesão, o examinador precisa ser o mais claro e o mais completo possível, observando e transcrevendo todos os sinais colhidos no exame físico do paciente com riqueza de detalhes. Para descrever a lesão com o máximo de dados possíveis, deve-se considerar o tipo da lesão, sua localização, a coloração, o tamanho, sua base, a consistência, a superfície e o número. 
As lesões bucais são alterações morfológicas que ocorrem na mucosa bucal, sendo os seus tipos: a macha que é uma alteração da coloração normal da mucosa sem elevação, já a placa possui uma ligeira elevação difusa, emergindo na superfície da mucosa com alteração da coloração; a erosão é representada pelo rompimento superficial do epitélio da mucosa bucal sem exposição, já a úlcera é uma lesão mais profunda, ocasionando uma dor maior. Ambas as lesões possuem perda de epitélio e se forem esbranquiçadas, há exposição de tecido conjuntivo; a vesícula e a bolha são lesões que possuem líquido dentro, a diferenciação é pelo tamanho, já que a vesícula pode medir até 5mm e a bolha mais de 5mm; e por fim, a pápula e o nódulo são lesões de conteúdo sólido sendo diferenciadas também pelo tamanho, já que a pápula pode medir até 5cm e o nódulo mais de 5cm.
A localização da lesão pode ser qualquer lugar da cavidade,como por exemplo, no vermelhão do lábio. Sua coloração pode variar de vermelha a rosa ou branca, podendo até ser uma lesão normocrômica. O tamanho vária muito, já que não se sabe o valor correto, é recomendado colocar “mais ou menos” ou “aproximadamente”. 
A base de uma lesão pode ser séssil quando a base é maior que o restante da lesão ou pediculada, quando a base é menor que o restante da lesão. A consistência pode ser amolecida (p.ex. mucocele), borrachóide ou fibrosa (p.ex. tumor ou nódulo) e endurecida (p.ex. torus). Sua superfície deve ser classificada em lisa, rugosa ora verrucosa ou papilomatosa. O número será uma lesão única, múltiplas ou disceminadas.
Sinais vitais
São considerados os sinais vitais a frequência cardíaca, a frequência respiratória, a temperatura e por fim a pressão arterial.
A frequência cardíaca pode ser medida através de dois pulsos: o pulso radial e o pulso carotídeo. Para a verificação do pulso radial, deve-se medir 2cm da base do polegar do paciente deslizando o indicador e o dedo do meio ao longo do curso vascular, comprimindo os dedos contra o osso rádio, contando por 60 segundos. Já para confirmação do pulso carotídeo, é necessário tocar o pomo de Adão, escorregando os dedos até a borda do músculo esternocleidomastóideo. Se houver ausência de pulsação por mais de 10 segundos, é um sinal específico de PCR no adulto. O normal da frequência cardíaca é 70 batimentos por minuto.
A frequência respiratória normal é de 14 inspirações e expirações por minuto. Na ausência, é obrigatório realizar o CAB, enquanto o bombeiro não chega. Para verificar essa frequência, utiliza-se VOS (V-er, O-uvir e S-entir).
A temperatura serve para identificar a gravidade de uma lesão, sendo necessário o uso de um termômetro que deverá ficar de 3 a 5 minutos medindo.
A pressão arterial é a força que o fluxo sanguíneo exerce na parede das artérias. Denomina-se sistólica geralmente o valor da pressão arterial máxima que é correspondente ao valor medido no momento em que o ventrículo esquerdo bombeia uma quantidade de sangue para a aorta. Normalmente este valor pode variar entre os 120 a 140 mmHg, sendo estes os valores mais comuns para que tenha a sua pressão dentro dos valores normais. Já a pressão diastólica é conhecida como a pressão arterial mínima, correspondente ao momento em que o ventrículo esquerdo volta a encher-se para retomar todo o processo da circulação. Este valor geralmente está dentro da média dos 80 mmHg. 
Designa-se o paciente hipertenso aquele que apresenta a pressão sistólica acima de 120mm Hg e diastólica maior que 80mm Hg. Há fatores de risco para pacientes com história prévia de hipertensão, idosos, obesos e fumantes.
	Pressão Arterial
	Sistólica (mmHG)
	Diastólica (mmHG)
	Normal
	Até 120
	Até 80
	Pré-Hipertensão
	120-139
	80-89
	Hipertensão leve
	140-159
	90-94
	Hipertensão moderada
	160-199
	95-114
	Hipertensão grave
	Acima de 200
	Acima de 115
A técnica para aferir a pressão arterial através da artéria braquial é a seguinte: tem que preparar o material separando o estetoscópio e o esfigmomanômetro. Envolver o manguito em torno do braço do paciente, mantendo a sua margem inferior 2cm de distância da fossa anticubital do paciente, e posicionando o centro da bolsa inflável sobre a artéria braquial. Mantenha o braço do paciente relaxado e em repouso sob uma superfície. Coloque o estetoscópio sobre a artéria braquial, inflando o manguito de 10mm Hg em 10mm Hg até o valor estimado da pressão arterial após, proceder a deflação. Determina-se a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som que se intensifica com o aumento da deflação e determina-se a pressão diastólica no desaparecimento do som.
Exames complementares
Como o próprio nome mostra, os exames complementares, são exames subsidiários que complementam o exame clínico, e estão sempre vinculados a estes. Como exemplo de exames complementares temos os exames hematológicos, a citologia esfoliativa, as biópsias e os exames de imagem.
O exame citopatológico é um exame complementar, que consiste no estudo, em laboratório especializado, das alterações morfológicas em células isoladas obtidas seja por raspado de uma superfície ou aspirado de uma lesão (PAAF).
A citopatologia esfoliativa avalia principalmente lesões tumorais e infecciosas que ocorram na mucosa bucal por intermédio de células que se descamam. É realizada quando há inoportunidade cirúrgica para a realização de biópsias. Por exemplo, candidíase ou leucoplasia pilosa. Para realizar tal técnica, é necessário alguma coisa para raspar, podendo ser uma espátula plástica ou de madeira, ora até a espátula de acho nº 24; lâminas para microscópio e um frasco (ranhuras) com álcool a 95%. Deve-se bochechar soro fisiológico ou água, raspar com a espátula, realizando o esfregaço na lâmina. Aplica-se o material obtido sobre uma lâmina, com um só movimento e em um único sentido, para que seja realizado um esfregaço uniforme e delgado. Isto impede que se sobreponham camadas na lâmina, o que prejudicaria o exame microscópico. O material é fixado imediatamente em álcool absoluto a 95%. A lâmina deve ser condicionada num frasco com ranhuras. Encaminhar para um patologista com nome, idade e localização da lesão.
A técnica aspirado é a PAAF (punção aspirativa por agulha fina) é indicada quando há massas na região submucosa, subcutânea, massas intra ósseas e principalmente, neoplasias de glândulas salivares. Utiliza-se uma seringa de 10ml, uma agulha de calibre 22G, um frasco com álcool a 95%. Já a punção aspirativa por agulha grossa é considerada uma das manobras de semiotécnica pois serve para observar o tipo de líquido que está no interior da lesão ou se há uma pressão negativa no êmbolo diagnosticando massa tumoral. Se for aspirado sangue será lesões vascularizadas como o hemangioma. Caso aspire saliva, será rânula. Pus é diagnóstico de abcesso, e por fim citrino com cristais de colesterol é cisto. Tal técnica utiliza uma agulha de calibre 18G sendo necessário uma anestesia local. 
A biópsia é o exame anatomopatológico realizado em fragmentos de tecidos retirados do paciente vivo e se baseia no exame microscópico deste material em laboratório especializado. Sua indicação é lesões que não puderam ser diagnosticadas apenas pelo exame clínico. De maneira geral, não existe contra-indicação para a realização de biópsias, principalmente pelo fato da lesão ser mais importante para a sobrevida do paciente do que o fator que eventualmente contra-indicaria o exame para elucidação do diagnóstico. Porém, é contra indicado em pacientes que sofreram infarto a menos de 6 meses ou pacientes que fazem o uso de AAS diariamente, sem medidas prévias. Existem dois tipos de biópsias, a excisional onde é retirado toda a lesão e a incisional remove-se um pequena fragmento da lesão junto com um pedaço de tecido sadio. 
Os princípios da biópsia são a incisão em forma de cunha (“casco de navio”); abrangência de tecido sadio; evitar áreas de necrose; evitar injetar o anestésico dentro da lesão; a incisão deve seguir o sentido das estruturas anatômicas nobres como nervos e artérias; e as lesões com até 1cm deve-se realizar preferencialmente biópsia excisional. 
Para realizar uma biópsia, deve-se ter um instrumental adequado. Há dois tipos indicados para sua realização, o punch e o bisturi, considerado melhor por dá facilidade de fazer a incisão em forma de “casco de navio”, o que ajuda na hora da sutura e cicatrização e facilita a retirada da quantidade de tecido que o profissional quiser.
Toda técnica cirúrgica necessita seguir passos para sua realização, são eles: pré-operatório adequado, montagem da mesa cirúrgica, preparo do paciente com antissepsia intra oral com clorexidina a 0,12% e extra oral álcool a 70% e campo cirúrgico, anestesia, biópsia e orientações pós-operatórias. Caso se tenha dúvida do local onde realizar a biópsia, deve-se passar o azul de toluidina, incisionando no local que estiver com a maior concentração de coloraçãoazul. 
O armazenamento da lesão deve ser num frasco 10x maior que a lesão com formol a 10%, contendo uma etiqueta com o nome, idade e local da lesão. Encaminhando para o patologista com um relatório detalhado.
Exames por imagem
Os exames por imagem são aqueles complementares, de especial valor no diagnóstico e planejamento odontológico, através de imagens das mais variadas formas, procurando representar ao máximo as estruturas anatômicas não visualizadas a simples inspeção. São divididos em radiografias, tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas. 
As radiografias popularmente conhecidas como raio x, produzem imagens dos dentes e do complexo maxilofacial contribuindo para o diagnóstico de lesões cariosas, periodontais, intra ósseas e das fraturas faciais. Podem ser divididas em intra bucal sendo o periapical, bite-wing e a oclusal, e o extra bucal que são o raio x da face e a panorâmica. A técnica radiográfica intra bucal possui uma imagem com maior definição que a técnica extra bucal. A diferença das duas técnicas está na riqueza de detalhes, onde a extra bucal observa áreas mais extensas que a intra bucal, causando sobreposição de imagens. 
A periapical registra imagens com boa definição de todo órgão dentário e tecido ósseo circundante, sendo indicada em fraturas radiculares, lesões periapicais, inclusões dentárias principalmente do canino superior por ser a mais comum, reabsorções ósseas e dentes cariados.
A bite-wing ou também chamada de interproximal, registra, em um único filme, imagens da posição, contorno e extensão das coroas, terços radiculares cervicais de grupos dentários e septos ósseos alveolares. Sendo de inestimável ajuda no diagnóstico de cáries interproximais e na observação do nível ósseo alveolar.
Na oclusal utiliza-se filmes maiores do que os usados para as técnicas anteriores, registrando imagens oclusais de porções ou de toda arcada dentária superior ou inferior. Suas indicações são inclusões dentárias, fraturas maxilofaciais, cálculos salivares e patologias ósseas.
O exame radiográfico da face serve para análise generalizada de estruturas anatômicas, fraturas e processos patológicos da região maxilofacial. Sendo dividido em hirtz usado para localização das fraturas do arco zigomático, para pesquisa da integridade da parede posterior do seio maxilar e para o exame da mandíbula (processo coronóide e côndilo); e Waters usado para avaliar os seios maxilares, os assoalhos das órbitas e, ainda o seio frontal e células etmoidais; para pesquisa e localização de corpos estranhos, fragmentos de raízes, dentes no interior do seio; localização e delimitação de áreas patológicas; e localização e delimitação de fraturas na maxila.
A panorâmica é uma técnica extra bucal especial que registra imagens de todo complexo maxilofacial e de estruturas adjacentes em um único filme, sendo portanto, de grande aplicação no cotidiano do consultório odontológico. 
A tomografia computadorizada é um exame que utiliza a radiação para obtenção de imagens diagnósticas. O aparelho realiza fatias milimétricas transversais de diversas partes do corpo humano, com ou sem auxílio de contraste iodado. Sua indicação na odontologia é quando existe a necessidade de uma avaliação minuciosa da estrutura óssea do paciente. Para visualizar o imagem corretamente, deve-se procurar o nome do paciente, as letras R e L que simbolizando direita e esquerda, e os planos. A tomografia cone beam permite uma visualização tridimensional da imagem, onde um novo plano é adicionado, a profundidade. Ela proporciona uma menor dose de radiação e uma qualidade maior de imagem, auxiliando o diagnóstico de patologias bucais, estudo da estruturas anatômicas e planejamentos cirúrgicos. Já a ressonância magnética é um exame computadorizado que utiliza ondas de rádio e campos magnéticos para a obtenção de imagens do corpo humano nos planos axial, coronal e sagital. Não utiliza radiação ionizante e a sua principal indicação na odontologia é no estudo da articulação temporomandibular (ATM).
Exames laboratoriais 
Os exames laboratoriais são exames complementares que nos auxiliam na avaliação do paciente como um todo e no diagnóstico de doenças de ordem sistêmica. Esses exames são realizados em locais especializados para análise desse material previamente colhido como por exemplo, o sangue (hemograma completo) e urina (EAS).
O sangue é um tecido conjuntivo especializado, constituído de elementos figurados que são os glóbulos vermelhos (hemácias), os glóbulos brancos (leucócitos) e as plaquetas. Tais células estão dispostas num fluido conhecido como plasma.
O estudo das células sanguíneas quantitativamente e qualitativamente é chamado de hemograma completo, tratando-se de uma série de dados estudados isoladamente. É indicado toda vez que se suspeitar da existência de envolvimento de células sanguíneas no curso de uma doença, como por exemplo a leucemia.
O hemograma é dividido em três partes. A primeira é o eritrograma, que avalia as hemácias, a hemoglobina (normal 12 a 16) e o hematócrito (normal 37 a 47), seu estudo pode evidenciar anemias cujo sinal clínico é a língua careca; avaliar a perda sanguínea; avaliar a necessidade de transfusão, caso o hematócrito dê baixo de 20; e para o pré-operatório quando a cirurgia necessita de anestesia geral comum nos casos de vários implantes dentários. A segunda parte é o leucograma que avalia os leucócitos como, o neutrófilo que é dividido em mielócitos (normal 0), metamielócitos (normal 0 a 1), bastão (normal 3 a 5) e o segmentado (normal 51 a 67); os eosinófilos (normal 2 a 4); os basófilos (normal 0 a 1); os linfócitos (normal 21 a 35) e por fim, os monócitos (normal 4 a 8). Se houver o surgimento de novos neutrófilos, representados pelos mielócitos e metamielócitos, o paciente pode estar apresentando uma infecção aguda grave chamada de desvio a esquerda. Já a terceira parte é representada pela contagem de plaquetas que avalia o número de plaquetas por microlitro de sangue, sendo este um dos indicadores de como uma pessoa responde a um sangramento. O normal é de 150.000 a 400.000, se por eventualidade esses valores estiverem abaixo de 50.000, não se pode realizar uma cirúrgica. A alteração na contagem de plaquetas influencia na hemostasia.
O coagulograma avalia o tempo de atividade de protrombina (TAP) cuja normalidade é de 12 a 14 segundos, estando relacionada a via extrínseca da coagulação, da qual a alteração deste valor está relacionado a deficiência de vitamina K, e o tempo de tromboplastina parcial (TTP) cuja normalidade é de 27 a 38 segundos, estando relacionado a via intrínseca da coagulação. Sua indicação é para pré-operatório quando a cirurgia necessita de anestesia geral e na anamnese, quando o paciente relata ter distúrbios hemostáticos.
O outro tipo de exame sanguíneo que serve para avaliar a função renal, pré-operatórios sob anestesia geral e quando é utilizado antibióticos nefrotóxicos, são a ureia e a creatinina. Os valores normais da ureia é de 10 a 50mg/dL e de creatinina é de 0,4 a 1,4mg/dL; e o exame de glicose é utilizado para avaliação pré-operatória em pacientes com história de diabetes, já que esses pacientes tem uma maior chance de desenvolver infecções pós-operatórias e possuem deficiência na cicatrização das feridas. O valor normal da glicose está entre 70 a 110.
Pelo exame de urina pode-se diagnosticar ou complementar o diagnóstico de muitas alterações sistêmicas. O principal exame realizado é EAS. A principal indicação é no pré-operatório de cirurgias sob anestesia geral. Pode ter a presença de piócitos ou leucócitos no resultado.
Diagnóstico diferencial das doenças de boca
O diagnóstico diferencial é dado pela determinação de uma ou mais doenças com sinais e sintomas semelhantes, devendo classificar a doença pela característica principal da lesão. Existem três tipos de lesões que podem virar doenças graves, são elas: lesões brancas, lesões pigmentadas e lesões ulceradas.
Existem seis tipos de lesões brancas mais comuns, o leucoedemaque o diagnóstico é feito tracionando o lugar da lesão, sumindo completamente ou diminuindo; a candidíase pseudomembranosa que sai por raspagem; o nevo branco esponjoso que é diagnosticado através do seu inicio pois é uma lesão genética e o paciente terá pela vida toda; o líquen plano que possui o aspecto de estrias/ramificações; a mordida crônica que é diagnosticada pelo local da lesão, sendo mais comum nos lábios e mucosa julgal por ser locais onde o paciente morde facilmente; e por fim, a leucoplasia que seu diagnóstico se dá pela exclusão das demais lesões e por biópsia excisional e incisional.
As lesões pigmentadas podem ser: a pigmentação racial onde o diagnóstico é feito pelo local da lesão (gengiva inserida) e pela raça negra do paciente; a tatuagem por amálgama, também diagnosticada pelo local (próximo à dentes com restaurações de amálgama – rebordo de dentro) e pelo raio x; o nevo e as lesões vasculares, onde é necessário realizar a manobra de semiotécnica diascopia para diferencia-los; e finalmente, o melanoma é diagnosticado através da mudança drástica da lesão e pelo ABCD (A – assimetria, B – bordas irregulares, C – coloração de várias tonalidades, D – diâmetro maior que 6 mm).
Por fim, as lesões ulceradas: a úlcera traumática diagnosticada perguntando ao paciente se houve algum trauma no local, durante a anamnese, se classificando como aguda, desaparecendo de 7 a 15 dias e pelo exame físico onde o paciente faz tratamento ortodôntico ou utiliza prótese, se classifica como crônica, desaparecendo em dias com a retirada da causa do trauma; a estomatite aftosa recorrente é uma ferida que cicatriza em até uma semana; a úlcera por infecção como a sífilis onde o diagnóstico é feito através do exame VDRL ou pelo tempo da lesão (mais de um mês – pode sumir e voltar) e a tuberculose que é diagnosticada através do local (dorso da língua ou palato) e pelo tempo, demorando 6 meses para desaparecer; enfim, as úlceras por câncer, diagnosticada como uma ferida na boca por mais de três semanas que não cicatriza, é necessário biópsia.
Oclusão I
Oclusão é a inter-relação das faces oclusais dos dentes, estática ou dinamicamente, e entre todos os componentes do sistema estomatognático.
Quando há uma harmonia das superfícies oclusais de ambos os arcos dentários, em todas as suas funções, e com os demais componentes do S.E., denominamos oclusão harmônica.
Sistema estomatognático
É uma entidade anátomo-funcional formada por vários órgãos e tecidos, que embora heterogêneos, funcionam integrado para cumprirem as funções de mastigação, deglutição, respiração e postura da mandíbula, da língua, do osso hióide, da cabeça e do tronco. 
São os componentes anatômicos do S.E.: os ossos do crânio, a mandíbula, o hioide, a clavícula e o esterno; os músculos da mastigação, da deglutição e da expressão facial; as articulações dento-alveolares e têmporo-mandibular; os ligamentos periodontais e têmporo-mandibulares; a língua; os lábios; os freios; os dentes; o sistema vascular e o sistema nervoso. Já a oclusão dentária, o periodonto, a ATM e o mecanismo neuromuscular fazem parte dos componentes fisiológicos do S.E.
Os músculos da mastigação, temporal e masseter, são músculos responsáveis pelo fechamento mandibular, sendo os maiores responsáveis pelas dores, correspondendo aos músculos palpáveis; o pterigoideo medial é responsável pelo movimento de fechamento e lateralidade; o pterigoideo lateral (cabeça superior e inferior) causador da protusão mandibular; os supra e infra hioideos ajudam na movimentação do osso hioide durante a mastigação e deglutição; e por fim, os cervicais trabalham o equilíbrio da cabeça durante as funções bucais.
Deve ser considerado todas as forças exercidas nos dentes, sendo a resistência, a alternativa dessas forças oclusais, fornecida pelo cemento, fibras periodontais e o osso. Estes tecidos se adaptam ou não resistem e se degeneram. Tal estado de equilíbrio entre ação e reação, é o que determina a saúde do órgão mastigatório.
A sua saúde biológica depende da perfeita harmonia funcional entre seus componentes funcionais, sendo o fator etiológico da patologia funcional do S.E. as discrepâncias oclusais, ou seja, os toques desordenados dos dentes. É impossível determinar quais desses fatores é o mais importante pois existem entre eles uma interrelação onde seu tratamento deve ser integrado.
Mecanismo neuromuscular
A sensibilidade é a capacidade de detectar e processar a informação sensorial que é gerada por um estímulo proveniente do ambiente interno ou externo do corpo, sendo o M.N. responsável por tal sensibilidade somática, sendo ela o tato, a temperatura, a dor e a propriocepção. O nosso organismo utiliza diferentes informações sensoriais, são elas: percepção, controle, regulação da função dos órgãos internos e manutenção do estado de vigília. 
O córtex cerebral é de estrema importância na interpretação do significado final dos diferentes tipos de informação sensorial, cujo papel é a percepção, que é o processo através do qual as informações sensoriais são interpretadas, ou seja, passam a ter um significado através do uso do conhecimento e da compreensão do mundo.
Os movimentos mandibulares podem ocorrer de duas formas, voluntária com o controle direto e consciente do córtex cerebral ordenando abrir e fechar a boca, ou de forma reflexa/involuntária/inconsciente sem o controle do S.N.C. como por exemplo a mastigação e deglutição.
As etapas deste mecanismo podem ser na seguinte ordem, há uma percepção ou recepção de um estímulo pelos receptores, logo teremos a integração através da análise sensorial do S.N.C pelo córtex sensorial cerebral e a reação do estímulo no córtex motor cerebral ocasionando um impulso motor.
Os receptores do M.N. podem ser divididos em duas partes os exteroceptores que são estímulos da vida externa como por exemplo, a mucosa, a pele, os dentes, as unhas e os pelos; e os interoceptores sendo estímulos da vida interna se dividindo em: viscerosceptores presentes nas vísceras e nos vasos sanguíneos, e os mecanoceptores que são sensíveis aos movimentos exposto nas articulações, nos tendões, nos demais ligamentos, nas fibras, nos músculos e em grande parte nos ligamentos periodontais.
Se a intensidade do estímulo não alcançar o limiar ou umbral de excitação, a recepção do estímulo e, consequentemente a reação motora não ocorreram. Porém, no principio de adaptação, este limiar de excitação pode ocorrer uma elevação gradual. Tendo como exemplo o bruxismo, que são forças oclusais intensas que podem produzir alterações no S.E., sem a percepção do indivíduo. Isso acontece por que o mecanismo propioceptivo, devido ao fenômeno de adaptação, não produz nenhuma reação de defesa. Havendo a elevação gradual do limiar de excitação por estímulos crescentes.
Os mecanoceptores que estão presentes no ligamento periodontal e que são sensíveis as pequenas pressões sobre os dentes, programam os músculos pterigoideos laterais para colocar a mandíbula numa relação que permita que os músculos de fechamento a levem para a posição de máxima intercuspidação oclusal. Esta relação particular não permite o repouso muscular quando há fadiga por causa de uma interferência oclusal. Classificando como memória propioceptiva presente no sistema nervoso central. 
Já o contato prematuro é um contato que precede a máxima intercuspidação habitual, ou seja, estimula a mandíbula para que a mesma saia da posição de relação centrica para máxima intercuspidação habitual.
Os desprogramadores da memória propioceptiva, eliminam tal memória, resultando no relaxamento muscular, para achar a relação centrica do paciente. São eles o rolo de algodão, a placa anterior, o jig de Lucia e a placa total miorrelaxante.
Quando um receptor é excitado por um estimulo, este é conduzido pelos nervos sensoriais aferentes ao SNC ou é integrado, isto é, é analisado e classificado para que haja uma reação específica. Já os arcos reflexos são tipos de mecanismo neuromuscular inconsciente, no qual a reação motora a um determinadoestímulo sensorial é produzido sem a interferência do córtex cerebral e de forma automática. Portanto, um reflexo é uma resposta motora automática e involuntária a um estímulo sensorial.
Os arcos reflexos recebem duas classificações, os condicionados ou adquiridos que se formam quando existe inicialmente a participação do cérebro com a interação e a resposta que se repete sistematicamente como por exemplo mastigar, caminhar e escrever. Já os incondicionados ou inatos são aqueles onde não há integração e nem condicionamento, como por exemplo, a respiração, a deglutição e os movimentos mandibulares durante a amamentação do recém nascido. Nos arcos reflexos tanto os condicionados como os incondicionados, não tem intervenção da vontade e nem da consciência, uma vez que o estimulo não chega ao cérebro. 
Existem ainda, os tipos de arcos reflexos, podendo ser arco reflexo de estiramento quando o reflexo que atua para evitar o estiramento passivo do músculo, faz com que ele volte a sua tonicidade normal. Quando o músculo é estirado além do seu comprimento normal, ele se contrai automaticamente por ação desse reflexo. Sendo ele responsável pela posição fisiológica de repouso mandibular, pois atua contra a ação da gravidade evitando a luxação da mandíbula. Já o arco reflexo flexor, é um reflexo que protege contra a agressão iminente dos propioceptores da dor. Por exemplo, durante a mastigação, o contato inter-oclusal com alguma coisa dura de forma brusca e inesperada, produz um estímulo doloroso, que origina uma reação reflexa de abertura imediata da mandíbula, como uma forma de auto defesa.
A inervação reciproca é o fenômeno que permite a inibição ou relaxamento do músculo quando seu respectivo antagonista é ativado. Por exemplo, a mastigação rítmica só é possível devido a inervação recíproca dos músculos mastigatórios que alternadamente elevam e abaixam a mandíbula. Isto ocorre porque junto com o estímulo excitante, chegam também estímulos inibidores ou relaxantes aos músculos antagônico.
O arco reflexo aprendido compensador ocorre quando há formação dos arcos reflexos de estiramento e flexor para compensar traumatismos oclusais decorrentes de desarmonias oclusais, defendendo o S.E. Por exemplo, quando há um contato prematuro, irá se formar um reflexo flexor, desviando a mandíbula para uma posição que evite a repetição do traumatismo oclusal. A repetição desse desvio anormal da mandíbula, fará formar um novo reflexo aprendido, habitual e inconsciente, modificando o padrão neuromuscular da mastigação, formando uma relação de convivência anormal.
A fibras musculares tem uma determinada posição de repouso fisiológico, entretanto quando tais fibras estão estiradas por uma posição anormal da mandíbula, tentam voltar a sua posição normal, o que é impedido pela nova posição mandibular, sendo denominado hiperatividade muscular.
Articulação temporomandibular 
É a articulação mais completa e complexa do corpo humano, pois faz movimentos de rotação (ginglemoidal) e de translação (artroidal), sendo assim classificada como uma articulação ginglemoartroidal. Possui uma membrana sinovial, logo é articulação sinovial com duas superfícies ósseas (cabeça e fossa glinóide) caracterizando-a como uma diartrose. É responsável pelos movimentos mandibulares de abaixamento (abertura), elevação (fechamento), protusão, retrusão e lateralidade. Seus componentes anatômicos são o côndilo mandibular, a superfície articular temporal, o disco articular, a membrana sinovial, os ligamentos, a zona retrocondília/bilaminar e os músculos mastigadores. 
O côndilo mandibular constitui a superfície articular da cabeça da mandíbula, sendo que somente a região ântero superior tem a função articular, e na sua porção inferior estreita forma o colo do côndilo. Já a superfície articular do osso temporal é formada por uma superfície posterior côncava (fossa glenóide) e uma porção convexa (eminência articular). O ângulo da eminência é a porção anterior dela que em média tem 30o, sendo nela a trajetória do côndilo no movimento de protusão da mandíbula. Quanto mais é o ângulo, mais alta serão as cúspides, mais pronunciada a fossa e mais o transpasse vertical dos dentes anteriores, por isso a ATM é uma determinante da oclusão. 
A fossa glinoide do recém nascido é rasa, havendo prevalência dos movimentos de lateralidade que são controlados pelo mecanismo neuromuscular. A partir dos 5/6 meses com a erupção dos primeiros molares, começam as relações interoclusais e o início da conformação da fossa glinóide. Prontamente na puberdade até a adolescência, com os dentes permanentes, são completadas a formação e as relações funcionais entre o côndilo e a fossa glinoide.
O disco articular situa-se entre as superfícies articulares do côndilo e o osso temporal, formado por tecido conjuntivo denso e fibroso, sem vasos e nervos que funcionam como um terceiro “osso não calcificado” onde tem forma de lentilha bicôncova ou platô oval, sendo sua parte central mais delgada e a parte posterior mais grossa, inserindo-se na cápsula articular, dividindo o espaço articular em dois compartimentos, superior e inferior. Apresenta ligamentos colaterais ou discais de fibras colágenas de tecido conjuntivo (não estiráveis) que restringe seu movimento fora do côndilo, sendo vascularizado e inervado, aderido fortemente aos polos laterais do côndilo formando uma unidade chamada “complexo côndilo-disco”. O controle da posição posterior é feito pelas fibras elásticas do ligamento retrodiscal, já o controle da posição anterior é feito pelo músculo pterigoideo lateral superior.
O revestimento das superfícies articulares e do disco é composto por tecido conjuntivo denso e fibroso que apresentam uma grande capacidade de regeneração e menor envelhecimento, fato este que é o oposto da cartilagem hialina das outras articulações.
A membrana sinovial é composta por células endoteliais específicas que reveste internamente a cápsula articular e também localizada na borda anterior dos tecidos retro discais, que agrega o “líquido sinovial”. Tal líquido tem um importante papel no metabolismo dos tecidos articulares e na lubrificação das superfícies articulares. A lubrificação tem função delimitadora quando o líquido sinovial é forçado de uma área para outra, e a lubrificação saturada ocorre pela absorção de pequenas quantidades de líquido sinovial pelas superfícies articulares e que são liberadas por ação da força de compressão. 
Já os ligamentos são formados de tecido conjuntivo colágeno (não estiráveis) sendo importante na proteção das estruturas radiculares, agindo passivamente como limitadores. Os ligamentos funcionais são colaterais ou discais, capsular ou temporo mandibular e os ligamentos acessórios são o esfenomandibular e o estilomandibular.
Os ligamentos colaterais ou discais restringem o movimento do disco fora do côndilo, sendo inervados e vascularizados, carregando informação propioceptiva de movimentação e de posição da ATM. Outro que carrega informação propioceptiva é o ligamento capsular que envolve inteiramente a ATM retendo o líquido sinovial, com um importante papel protetor restringindo as forças medianas, lateral ou inferior tentando separar ou deslocar as superfícies articulares. Já o ligamento temporomandibular reforça lateralmente a cápsula articular dividindo-se em feixes de fibras colágenas oblíquo externo e interno horizontal.
O feixe oblíquo externo impede a queda excessiva do côndilo, limitando a abertura bucal em 2.0 a 2.5mm na face de rotação e o feixe interno horizontal limita o movimento posterior do complexo côndilo-disco, protegendo os tecidos retrodiscais e o músculo pterigoideo lateral de estiramento.
O ligamento esfenomandibular se estende do osso esfenoide à língua da mandíbula, sem o efeito limitador nos movimentos mandibulares. Já o ligamento estilomandibular que se estende da apófise estiloide ao ângulo da mandíbula que enrijece na protusão da mandíbula relaxando na abertura bucal e limitando o movimento protusivo da mandíbula. 
O músculo masseter

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