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Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio 1 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Sumário Capítulo 1 ................................ Visão Atual e Futura do DNA Capítulo 2 ................................ Para que serve o DNA................................ 1ª etapa ................................ 2ª etapa ................................ 3ª etapa ................................ 4ª etapa ................................ 5ª etapa ................................ 6ª etapa ................................ 7ª etapa ................................ 8ª etapa ................................ 9ª etapa ................................ 10ª etapa ................................ 11ª etapa ................................ Capítulo 3 ................................ A história do DNA ................................ Capítulo 4 ................................ Como Funciona o DNA ................................ Capítulo 5 ................................ O DNA e seu ambiente ................................ Capítulo 6 ................................ Como se analisa o DNA ................................ Células e cromossomos ................................ Cromossomos e genes ................................ Especificidades dos genes Análise do DNA de cada gene Genes, genomas e genômica Capítulo 7 ................................ DNA: O Código da vida em códigos de barra Capítulo 8 ................................ Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio ................................................................................................................................ Visão Atual e Futura do DNA ................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................ Especificidades dos genes ................................................................................................ Análise do DNA de cada gene ............................................................................................. Genes, genomas e genômica .............................................................................................. ................................................................................................................................ DNA: O Código da vida em códigos de barra ................................................................ ................................................................................................................................ 2 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP ...................................... 4 ..................................... 4 ...................................... 8 ................................................ 8 ..................................... 8 ..................................... 9 ..................................... 9 ..................................... 9 ..................................... 9 ................................... 10 ................................... 10 ................................... 11 ................................... 11 ................................. 11 ................................. 12 .................................... 13 .................................................... 13 .................................... 20 ............................................ 20 .................................... 24 ............................................ 24 .................................... 32 ........................................... 32 ....................................... 32 ........................................ 32 ................................... 33 ............................. 33 .............................. 33 .................................... 39 .......................................... 39 .................................... 43 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio O DNA da longevidade ................................ Capítulo 9 ................................ O DNA do Comportamento Capítulo 10 ................................ O DNA do apetite e da obesidade Capítulo 11 ................................ O DNA do diabetes tipo 2 ................................ Capítulo 11 ................................ O DNA da Aterosclerose ................................ Capítulo 13 ................................ O DNA do Coração ................................ Capítulo 14 ................................ O DNA das doenças Hereditárias Capítulo 15 ................................ O DNA das doenças neurodegenerativas Capítulo 16 ................................ O DNA das virtudes ................................Capítulo 17 ................................ O DNA da maldade ................................ Capítulo 18 ................................ O DNA da resistência física Capítulo 19 ................................ Procura-se o DNA da inteligência Capítulo 20 ................................ DNA do câncer ................................ Capítulo 21 ................................ O DNA projetado ................................ Capítulo 22 ................................ O DNA e a ética do seu uso Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio ................................................................................................ ................................................................................................................................ O DNA do Comportamento ................................................................................................ ................................................................................................................................ O DNA do apetite e da obesidade ........................................................................................... ................................................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................................................ doenças Hereditárias ............................................................................................ ................................................................................................................................ O DNA das doenças neurodegenerativas ................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................................................ se o DNA da inteligência .......................................................................................... ................................................................................................................................ ....................................................................................................................... ................................................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................................................ O DNA e a ética do seu uso ................................................................................................ 3 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP ............................................ 43 .................................... 46 ..................................... 46 .................................. 54 ........................... 54 .................................. 58 ........................................ 58 .................................. 61 .......................................... 61 .................................. 69 ................................................... 69 .................................. 76 ............................ 76 .................................. 88 ................................................ 88 .................................. 93 ................................................. 93 .................................. 95 .................................................. 95 .................................. 98 ...................................... 98 ................................ 102 .......................... 102 ................................ 105 ....................... 105 ................................ 114 ................................................... 114 ................................ 117 ................................... 117 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio VISÃO ATUAL E FUTURA DO DNA Visão Atual e Futura do DNA Em uma minúscula fração de tempo referente ao da existência da espécie humana – cerca de 4 milhões de anos sobrevivência. Entre esses inventos, destacam massa, a imprensa para o registro de fatos, a eletricidade para nos dar conforto e dinamizar as máquinas, a telefonia, a televisão, os satélites, os computadores e a internet para agiliz comunicação, além de milhares de outros inventos com o objetivo de facilitar o nosso dia Toda essa capacidade de criatividade mostra que as mudanças no comportamento humano ocorreram com extrema rapidez notadamente nos últimos sessenta anos. Para exemplificar algo que nos permite mensurar, os inventos ocorridos entre os anos de 1800 e 1900 foram gradualmente absorvidos pelos usuários e difundidos lentamente e com extrema capacidade de torná aconteceram entre os anos de 1900 e 1950, tiveram maiores impactos motivados principalmente por meio das comunicações radiofônicas, da imprensa e da telefonia. A partir de 1950, a avalanche de descobertas e de invenções nas áreas da ciência e tecno e inserções no cotidiano com tal rapidez, obviamente facilitadas pela infra comunicação, que diferentes gerações as têm absorvido em diversos graus de entendimentos. Talvez seja essa a razão pela qual nos orgulhamos conhecimento, dos padrões de vida que obtivemos, da nossa capacidade de previsão e da vida saudável que podemos desfrutar. Apesar disso, seria possível prever o futuro com bases fundamentadas somente na ciência e na tecnologia? A nossa visão de futuro é, na maioria das vezes, introspectiva e está relacionada ao tempo e à qualidade que queremos da vida. Foi por essa razão que se criou muita expectativa nos resultados das análises das milhares de moléculas de DNA, que regem a biologia da existência e que foram configuradas pela conclusão, em 2001, do Projeto do Genoma Humano. Esse projeto teve o objetivo de identificar toda a sequência do DNA de cada um dos 23 pares dos nossos cromossomos e indicar o conjunto de genes que possuímos Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio VISÃO ATUAL E FUTURA DO DNA Capítulo 1 Visão Atual e Futura do DNA Em uma minúscula fração de tempo referente ao da existência da espécie cerca de 4 milhões de anos – o homem inventou as ferramentas básicas para a sua sses inventos, destacam-se as máquinas industriais para a produção em massa, a imprensa para o registrode fatos, a eletricidade para nos dar conforto e dinamizar as máquinas, a telefonia, a televisão, os satélites, os computadores e a internet para agiliz comunicação, além de milhares de outros inventos com o objetivo de facilitar o nosso dia Toda essa capacidade de criatividade mostra que as mudanças no comportamento humano ocorreram com extrema rapidez notadamente nos últimos sessenta ra exemplificar algo que nos permite mensurar, os inventos ocorridos entre os anos de 1800 e 1900 foram gradualmente absorvidos pelos usuários e difundidos lentamente e com extrema capacidade de torná-los adaptáveis. Por outro lado, as descobertas e invenç aconteceram entre os anos de 1900 e 1950, tiveram maiores impactos motivados principalmente por meio das comunicações radiofônicas, da imprensa e da telefonia. A partir de 1950, a avalanche de descobertas e de invenções nas áreas da ciência e tecnologia teve suas divulgações e inserções no cotidiano com tal rapidez, obviamente facilitadas pela infra comunicação, que diferentes gerações as têm absorvido em diversos graus de entendimentos. Talvez seja essa a razão pela qual nos orgulhamos da natureza do nosso conhecimento, dos padrões de vida que obtivemos, da nossa capacidade de previsão e da vida saudável que podemos desfrutar. Apesar disso, seria possível prever o futuro com bases fundamentadas somente na ciência e na tecnologia? a visão de futuro é, na maioria das vezes, introspectiva e está relacionada ao tempo e à qualidade que queremos da vida. Foi por essa razão que se criou muita expectativa nos resultados das análises das milhares de moléculas de DNA, que regem a biologia da existência e que foram configuradas pela conclusão, em 2001, do Projeto do Genoma Humano. Esse projeto teve o objetivo de identificar toda a sequência do DNA de cada um dos 23 pares dos nossos cromossomos e indicar o conjunto de genes que possuímos 4 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP VISÃO ATUAL E FUTURA DO DNA Em uma minúscula fração de tempo referente ao da existência da espécie o homem inventou as ferramentas básicas para a sua se as máquinas industriais para a produção em massa, a imprensa para o registro de fatos, a eletricidade para nos dar conforto e dinamizar as máquinas, a telefonia, a televisão, os satélites, os computadores e a internet para agilizar a comunicação, além de milhares de outros inventos com o objetivo de facilitar o nosso dia-a-dia. Toda essa capacidade de criatividade mostra que as mudanças no comportamento humano ocorreram com extrema rapidez notadamente nos últimos sessenta ra exemplificar algo que nos permite mensurar, os inventos ocorridos entre os anos de 1800 e 1900 foram gradualmente absorvidos pelos usuários e difundidos lentamente e com los adaptáveis. Por outro lado, as descobertas e invenções que aconteceram entre os anos de 1900 e 1950, tiveram maiores impactos motivados principalmente por meio das comunicações radiofônicas, da imprensa e da telefonia. A partir de 1950, a logia teve suas divulgações e inserções no cotidiano com tal rapidez, obviamente facilitadas pela infra-estrutura de comunicação, que diferentes gerações as têm absorvido em diversos graus de entendimentos. da natureza do nosso conhecimento, dos padrões de vida que obtivemos, da nossa capacidade de previsão e da vida saudável que podemos desfrutar. Apesar disso, seria possível prever o futuro com bases a visão de futuro é, na maioria das vezes, introspectiva e está relacionada ao tempo e à qualidade que queremos da vida. Foi por essa razão que se criou muita expectativa nos resultados das análises das milhares de moléculas de DNA, que regem a biologia da nossa existência e que foram configuradas pela conclusão, em 2001, do Projeto do Genoma Humano. Esse projeto teve o objetivo de identificar toda a sequência do DNA de cada um dos 23 pares dos nossos cromossomos e indicar o conjunto de genes que possuímos e quais os seus Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio mecanismos. Bilhões de dólares impulsionaram milhares de cientistas em quase uma centena de laboratórios de todo o mundo a realizarem estudos de DNA, liderados por pesquisadores americanos e ingleses, todos com excepcionais respeitabilidade Imaginava-se no início do projeto que cada ser humano poderia ter por volta de 100 mil genes, e qual não foi a surpresa quando os resultados mostraram que tínhamos cerca de 25 mil genes. Acreditava-se, também, que a descoberta de genes rel comportamento, inteligência, etc. pudessem ser detectados, acionados ou desligados como se fossem interruptores de energia elétrica. Ainda não é assim. Os resultados que eram obtidos durante o Projeto do Genoma Humano, estimulavam cada vez mais a criatividade dos cientistas e, nesse contexto, a idéia da terapia genética se tornava cada vez mais possível de ser realizada. Como se sabe, a terapia genética é uma proposta tecnológica avançadíssima que tem por finalidade corrigir sequências determinados genes, que podem causar doenças, distúrbios de comportamento, etc. A idéia é muito simples e se baseia na introdução da sequência corrigida do DNA, inicialmente na célula e, a seguir, a sua inserção no gene doente ou anormal. Porém a simplicidade da idéia confronta com a complexidade do processo prático. São três imensas dificuldades que os pesquisadores precisam vencer para que a terapia genética se consagre como a opção de cura para doenças genéticas hereditárias e não hereditárias, ou seja, a grande maioria das doenças. A primeira barreira é de que forma se introduz uma cópia corrigida do DNA em uma célula; a segunda dificuldade está em como fazer a inserção do DNA corrigido no gene anormal; e o terceiro obstáculo é fazer com que o corrigido se viabilize com a reprodução celular para produzir as proteínas, enzimas e hormônios normais em grande escala. Atualmente os pesquisadores estão realizando experimentos de inserção do DNA corrigido por meio de um veículo potencialmente peri problema é que o vírus, mesmo que atenuado em sua virulência pode causar outras doenças. A utilização do vírus se deve a dois fatores, o primeiro é que sua manipulação em laboratórios especializados já tem tecnologia definida com alto grau de que o DNA corrigido é colocado junto com o DNA do vírus e esse ao penetrar na célula tem uma atração que o faz se dirigir para o gene que precisa ser corrigido. O sucesso da terapia genética foi comprovado pelos cientista Marina Cavazzana-Calvo e seus colegas e publicado na revista Science de 28 de abril de 2000. Esse grupo de pesquisadores promoveu a terapia genética em um paciente que tinha deficiência imunológica na produção de anticorpo anticorpos específicos em nosso organismo, são os linfócitos do tipo B branco presente no nosso sangue e nos linfonodos. Os indivíduos atingidos por essa doença Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio mecanismos. Bilhões de dólares impulsionaram milhares de cientistas em quase uma centena de laboratórios de todo o mundo a realizarem estudos de DNA, liderados por pesquisadores americanos e ingleses, todos com excepcionais respeitabilidades profissionais. se no início do projeto que cada ser humano poderia ter por volta de 100 mil genes, e qual não foi a surpresa quando os resultados mostraram que tínhamos cerca de se, também, que a descoberta de genes relacionados a doenças, comportamento, inteligência, etc. pudessem ser detectados, acionados ou desligados como se fossem interruptores de energia elétrica. Ainda não é assim. Os resultados que eram obtidos durante o Projeto do Genoma Humano, vez mais a criatividade dos cientistas e, nesse contexto, a idéia da terapia genética se tornava cada vez mais possível de ser realizada. Como se sabe, a terapia genética é uma proposta tecnológica avançadíssima que tem porfinalidade corrigir sequências determinados genes, que podem causar doenças, distúrbios de comportamento, etc. A idéia é muito simples e se baseia na introdução da sequência corrigida do DNA, inicialmente na célula e, a seguir, a sua inserção no gene doente ou anormal. simplicidade da idéia confronta com a complexidade do processo prático. São três imensas dificuldades que os pesquisadores precisam vencer para que a terapia genética se consagre como a opção de cura para doenças genéticas hereditárias e não ou seja, a grande maioria das doenças. A primeira barreira é de que forma se introduz uma cópia corrigida do DNA em uma célula; a segunda dificuldade está em como fazer a inserção do DNA corrigido no gene anormal; e o terceiro obstáculo é fazer com que o corrigido se viabilize com a reprodução celular para produzir as proteínas, enzimas e hormônios normais em grande escala. Atualmente os pesquisadores estão realizando experimentos de inserção do DNA corrigido por meio de um veículo potencialmente peri problema é que o vírus, mesmo que atenuado em sua virulência pode causar outras doenças. A utilização do vírus se deve a dois fatores, o primeiro é que sua manipulação em laboratórios especializados já tem tecnologia definida com alto grau de sucesso, e a segunda se deve ao fato de que o DNA corrigido é colocado junto com o DNA do vírus e esse ao penetrar na célula tem uma atração que o faz se dirigir para o gene que precisa ser corrigido. O sucesso da terapia genética foi comprovado pelos resultados obtidos pela Calvo e seus colegas e publicado na revista Science de 28 de abril de 2000. Esse grupo de pesquisadores promoveu a terapia genética em um paciente que tinha deficiência imunológica na produção de anticorpos específicos. As células que produzem esses anticorpos específicos em nosso organismo, são os linfócitos do tipo B – um tipo de glóbulo branco presente no nosso sangue e nos linfonodos. Os indivíduos atingidos por essa doença 5 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP mecanismos. Bilhões de dólares impulsionaram milhares de cientistas em quase uma centena de laboratórios de todo o mundo a realizarem estudos de DNA, liderados por pesquisadores se no início do projeto que cada ser humano poderia ter por volta de 100 mil genes, e qual não foi a surpresa quando os resultados mostraram que tínhamos cerca de acionados a doenças, comportamento, inteligência, etc. pudessem ser detectados, acionados ou desligados como se Os resultados que eram obtidos durante o Projeto do Genoma Humano, vez mais a criatividade dos cientistas e, nesse contexto, a idéia da terapia genética se tornava cada vez mais possível de ser realizada. Como se sabe, a terapia genética é uma proposta tecnológica avançadíssima que tem por finalidade corrigir sequências de DNA de determinados genes, que podem causar doenças, distúrbios de comportamento, etc. A idéia é muito simples e se baseia na introdução da sequência corrigida do DNA, inicialmente na célula simplicidade da idéia confronta com a complexidade do processo prático. São três imensas dificuldades que os pesquisadores precisam vencer para que a terapia genética se consagre como a opção de cura para doenças genéticas hereditárias e não ou seja, a grande maioria das doenças. A primeira barreira é de que forma se introduz uma cópia corrigida do DNA em uma célula; a segunda dificuldade está em como fazer a inserção do DNA corrigido no gene anormal; e o terceiro obstáculo é fazer com que o gene corrigido se viabilize com a reprodução celular para produzir as proteínas, enzimas e hormônios normais em grande escala. Atualmente os pesquisadores estão realizando experimentos de inserção do DNA corrigido por meio de um veículo potencialmente perigoso, o vírus. O problema é que o vírus, mesmo que atenuado em sua virulência pode causar outras doenças. A utilização do vírus se deve a dois fatores, o primeiro é que sua manipulação em laboratórios de sucesso, e a segunda se deve ao fato de que o DNA corrigido é colocado junto com o DNA do vírus e esse ao penetrar na célula tem resultados obtidos pela Calvo e seus colegas e publicado na revista Science de 28 de abril de 2000. Esse grupo de pesquisadores promoveu a terapia genética em um paciente que tinha s específicos. As células que produzem esses um tipo de glóbulo branco presente no nosso sangue e nos linfonodos. Os indivíduos atingidos por essa doença Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio apresentam um DNA anormal que contrapor ao ataque de vírus e de seus produtos tóxicos. A terapia genética nesse caso não teve o objetivo de corrigir diretamente o DNA alterado: a deficiência foi, na verdade, corrigida pela introdução do DNA normal que produz anticorpos nas células tronco linfocitárias, extraídas da medula óssea do próprio paciente que, após terem sido manipuladas em laboratório, foram reinjetadas no próprio paciente. As células tronco linfocitárias tratadas multipli eficazmente do que as células doentes do paciente e originaram anticorpos específicos contra infecções virais, curando definitivamente aquele paciente. O temor ao uso de vírus como veículo transportador de segmentos de DNA, corrigidos pela terapia genética, tem promovido pesquisas que estão elegendo os nanorrobôs do tamanho de átomos ou de moléculas pequenas capazes de entrarem na célula carregando cópias de DNA corrigido. Os nanorrobôs já existem e não trariam sequelas às células tratadas e a paciente. Um dos tipos mais elegantes de nanorrobôs atualmente em fase de experimentos é feito com minúsculas bolotas de gordura do próprio paciente. Essas bolotas têm o nome científico de lipossomos e seriam capazes de transportar segmentos de DNA corri dentro das células com DNA doentes. Por serem diminutas, essas bolotas têm sucesso em penetrar nas células carregando DNA corrigido, porém o problema reside em como inserir esse DNA no lugar do DNA alterado. Finalmente, nessa visão futurista de objetivo de correções de doenças genéticas, notadamente neste caso, das hereditárias (ex.: anemia falciforme, hemofilia, talassemia maior) se estuda a adição de um cromossomo que possua o DNA normal para a síntese da pro Esse tipo de terapia genética promoveria uma “concorrência” entre o cromossomo que tem o DNA normal e o cromossomo que tem o DNA doente. Essa terapia genética não teria o efeito de curar a doença, mas sim de minimizá uma pessoa (doença grave) em traço falciforme (situação em que a pessoa não tem a doença), ou a hemofilia grave em hemofilia muito atenuada, ou a talassemia maior (doença grave) em traço talassêmico (situação sem a doença). A manipulação de genes que envolvem segmentos de DNA bem conhecidos e fáceis de serem isolados, tem gerado situações até pouco tempo atrás consideradas como surrealistas. Recentemente pesquisadores da Universidade de Ca encontraram uma forma de usar o DNA que produz a enzima luminescente do vaga matar células cancerosas. Primeiro introduziram o DNA do vaga camundongos, o que as fez se iluminarem. Depois de loca Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio apresentam um DNA anormal que não produz anticorpos em quantidades suficientes para contrapor ao ataque de vírus e de seus produtos tóxicos. A terapia genética nesse caso não teve o objetivo de corrigir diretamente o DNA alterado: a deficiência foi, na verdade, corrigida pela ão do DNA normal que produz anticorpos nas células tronco linfocitárias, extraídas da medula óssea do próprio paciente que, após terem sido manipuladas em laboratório, foram reinjetadas no próprio paciente. As células tronco linfocitárias tratadas multipli eficazmente do que as células doentes do paciente e originaram anticorpos específicos contra infecções virais, curando definitivamente aquele paciente. O temor aouso de vírus como veículo transportador de segmentos de DNA, rapia genética, tem promovido pesquisas que estão elegendo os nanorrobôs do tamanho de átomos ou de moléculas pequenas capazes de entrarem na célula carregando cópias de DNA corrigido. Os nanorrobôs já existem e não trariam sequelas às células tratadas e a paciente. Um dos tipos mais elegantes de nanorrobôs atualmente em fase de experimentos é feito com minúsculas bolotas de gordura do próprio paciente. Essas bolotas têm o nome científico de lipossomos e seriam capazes de transportar segmentos de DNA corri dentro das células com DNA doentes. Por serem diminutas, essas bolotas têm sucesso em penetrar nas células carregando DNA corrigido, porém o problema reside em como inserir esse DNA no lugar do DNA alterado. Finalmente, nessa visão futurista de manipulação de DNAs “doentes”, com objetivo de correções de doenças genéticas, notadamente neste caso, das hereditárias (ex.: anemia falciforme, hemofilia, talassemia maior) se estuda a adição de um cromossomo que possua o DNA normal para a síntese da proteína desejada na célula tronco do próprio paciente. Esse tipo de terapia genética promoveria uma “concorrência” entre o cromossomo que tem o DNA normal e o cromossomo que tem o DNA doente. Essa terapia genética não teria o efeito de m de minimizá-la, transformando, por exemplo, a anemia falciforme de uma pessoa (doença grave) em traço falciforme (situação em que a pessoa não tem a doença), ou a hemofilia grave em hemofilia muito atenuada, ou a talassemia maior (doença grave) em talassêmico (situação sem a doença). A manipulação de genes que envolvem segmentos de DNA bem conhecidos e fáceis de serem isolados, tem gerado situações até pouco tempo atrás consideradas como surrealistas. Recentemente pesquisadores da Universidade de Cambridge, Inglaterra, encontraram uma forma de usar o DNA que produz a enzima luminescente do vaga matar células cancerosas. Primeiro introduziram o DNA do vaga-lume nas células cancerosas de camundongos, o que as fez se iluminarem. Depois de localizado o tumor “iluminado”, os 6 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP não produz anticorpos em quantidades suficientes para contrapor ao ataque de vírus e de seus produtos tóxicos. A terapia genética nesse caso não teve o objetivo de corrigir diretamente o DNA alterado: a deficiência foi, na verdade, corrigida pela ão do DNA normal que produz anticorpos nas células tronco linfocitárias, extraídas da medula óssea do próprio paciente que, após terem sido manipuladas em laboratório, foram reinjetadas no próprio paciente. As células tronco linfocitárias tratadas multiplicaram-se mais eficazmente do que as células doentes do paciente e originaram anticorpos específicos contra O temor ao uso de vírus como veículo transportador de segmentos de DNA, rapia genética, tem promovido pesquisas que estão elegendo os nanorrobôs do tamanho de átomos ou de moléculas pequenas capazes de entrarem na célula carregando cópias de DNA corrigido. Os nanorrobôs já existem e não trariam sequelas às células tratadas e ao paciente. Um dos tipos mais elegantes de nanorrobôs atualmente em fase de experimentos é feito com minúsculas bolotas de gordura do próprio paciente. Essas bolotas têm o nome científico de lipossomos e seriam capazes de transportar segmentos de DNA corrigidos para dentro das células com DNA doentes. Por serem diminutas, essas bolotas têm sucesso em penetrar nas células carregando DNA corrigido, porém o problema reside em como inserir esse manipulação de DNAs “doentes”, com objetivo de correções de doenças genéticas, notadamente neste caso, das hereditárias (ex.: anemia falciforme, hemofilia, talassemia maior) se estuda a adição de um cromossomo que teína desejada na célula tronco do próprio paciente. Esse tipo de terapia genética promoveria uma “concorrência” entre o cromossomo que tem o DNA normal e o cromossomo que tem o DNA doente. Essa terapia genética não teria o efeito de la, transformando, por exemplo, a anemia falciforme de uma pessoa (doença grave) em traço falciforme (situação em que a pessoa não tem a doença), ou a hemofilia grave em hemofilia muito atenuada, ou a talassemia maior (doença grave) em A manipulação de genes que envolvem segmentos de DNA bem conhecidos e fáceis de serem isolados, tem gerado situações até pouco tempo atrás consideradas como mbridge, Inglaterra, encontraram uma forma de usar o DNA que produz a enzima luminescente do vaga-lume para lume nas células cancerosas de lizado o tumor “iluminado”, os Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio cientistas introduziram uma droga que transformava a enzima da luz produzida pelo DNA do vaga-lume em uma toxina mortal para as células cancerosas. Usando a mesma estratégia com a luz do vaga Universidade de Michigan estão pesquisando uma forma para monitorar se o tratamento de determinado tipo de câncer é eficaz. Os pesquisadores introduziram o DNA do gene da luminescência do vaga-lume em camundongos com câncer, mas antes o manipularam de modo que esse DNA ficasse “desligado” até que as células cancerosas começassem a morrer. A morte das células malignas “ativou” o DNA da luz, fazendo com que os camundongos emitissem pequenos vestígios da luz do vaga para determinar a eficácia dos tratamentos de câncer, dias ou semanas depois de terem sido iniciados, ou seja, bem antes do que os atuais sistemas modernos de diagnósticos por imagens pudessem detectar. Diante desta breve apresentação o leitor poderá que serve o DNA? Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio cientistas introduziram uma droga que transformava a enzima da luz produzida pelo DNA do lume em uma toxina mortal para as células cancerosas. Usando a mesma estratégia com a luz do vaga-lume, pesquisadores da de de Michigan estão pesquisando uma forma para monitorar se o tratamento de determinado tipo de câncer é eficaz. Os pesquisadores introduziram o DNA do gene da lume em camundongos com câncer, mas antes o manipularam de modo DNA ficasse “desligado” até que as células cancerosas começassem a morrer. A morte das células malignas “ativou” o DNA da luz, fazendo com que os camundongos emitissem pequenos vestígios da luz do vaga-lume. Após ser aperfeiçoada, essa técnica poderá ser u para determinar a eficácia dos tratamentos de câncer, dias ou semanas depois de terem sido iniciados, ou seja, bem antes do que os atuais sistemas modernos de diagnósticos por imagens Diante desta breve apresentação o leitor poderá fazer a seguinte indagação: para 7 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP cientistas introduziram uma droga que transformava a enzima da luz produzida pelo DNA do lume, pesquisadores da de de Michigan estão pesquisando uma forma para monitorar se o tratamento de determinado tipo de câncer é eficaz. Os pesquisadores introduziram o DNA do gene da lume em camundongos com câncer, mas antes o manipularam de modo DNA ficasse “desligado” até que as células cancerosas começassem a morrer. A morte das células malignas “ativou” o DNA da luz, fazendo com que os camundongos emitissem lume. Após ser aperfeiçoada, essa técnica poderá ser usada para determinar a eficácia dos tratamentos de câncer, dias ou semanas depois de terem sido iniciados, ou seja, bem antes do que os atuais sistemas modernos de diagnósticos por imagens fazer a seguinte indagação: para Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio PARA QUE SERVE O DNA Para que serve o DNA O DNA existe por um único motivo nosso organismo, o filamento estendido do DNA chega a ter dois m você imaginar que em nosso corpo há cerca de cem trilhões de células, serápossível ter uma idéia da enormidade de moléculas de DNA que possuímos. Assim, se todo o seu DNA fosse emendado em um único filamento, o comprimento se este várias vezes. Embora o DNA seja responsável pela existência da vida, isoladamente ele é inanimado, ou seja, não é reativo e é quimicamente inerte. O seu funcionamento depende de enzimas especiais que copiam suas mensagen mais ágeis conhecidas por RNA mensageiro Enfim, pelo fato de o DNA ser inerte e quimicamente inativo ele pode ser recuperado de restos de sangue, sêmen ou pele para análises, mesmo que secos a milhares de anos. Por essa razão, as tecnologias atuais de DNA permitiram concluir que o primeiro ser vivo até hoje identificado foi uma bactéria fossilizada encontrada na Austrália. Esse fato faz sentido pois na liter fases indicativas dos processos físicos, químicos e biológicos da evolução que resumiremos em onze etapas: 1ª etapa Em 1990 a NASA lançou ao espaço um potente telescópio conhecido por Hubble. Esse telescópio espacial nos enviou e ainda tem nos enviado informações importantíssimas. Graças às suas imagens foi possível estabelecer que num campo profundo do Universo, distante a 118 milhões de anos denominada por “O olho”. Essa informação é a principal evidência da origem física do Universo, ou “Big Bang”, em que se criou não somente a matéria e a radiação, mas também o Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio PARA QUE SERVE O DNA Capítulo 2 O DNA existe por um único motivo – criar mais DNA. Em cada célula do nosso organismo, o filamento estendido do DNA chega a ter dois metros de comprimento. Se você imaginar que em nosso corpo há cerca de cem trilhões de células, será possível ter uma idéia da enormidade de moléculas de DNA que possuímos. Assim, se todo o seu DNA fosse emendado em um único filamento, o comprimento se estenderia da Terra à Lua, ida e volta, Embora o DNA seja responsável pela existência da vida, isoladamente ele é inanimado, ou seja, não é reativo e é quimicamente inerte. O seu funcionamento depende de enzimas especiais que copiam suas mensagens biológicas e as transferem para moléculas muito mais ágeis conhecidas por RNA mensageiro – mas essa história será contada mais para frente. Enfim, pelo fato de o DNA ser inerte e quimicamente inativo ele pode ser recuperado de restos pele para análises, mesmo que secos a milhares de anos. Por essa razão, as tecnologias atuais de DNA permitiram concluir que o primeiro ser vivo até hoje identificado foi uma bactéria fossilizada encontrada na Austrália. Esse fato faz sentido pois na literatura científica sobre a origem do universo, encontramos várias fases indicativas dos processos físicos, químicos e biológicos da evolução que resumiremos em Em 1990 a NASA lançou ao espaço um potente telescópio conhecido por Esse telescópio espacial nos enviou e ainda tem nos enviado informações importantíssimas. Graças às suas imagens foi possível estabelecer que num campo profundo do Universo, distante a 118 milhões de anos-luz, detectou-se uma nebulosa extremamente densa enominada por “O olho”. Essa informação é a principal evidência da origem física do Universo, ou “Big Bang”, em que se criou não somente a matéria e a radiação, mas também o 8 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP PARA QUE SERVE O DNA criar mais DNA. Em cada célula do etros de comprimento. Se você imaginar que em nosso corpo há cerca de cem trilhões de células, será possível ter uma idéia da enormidade de moléculas de DNA que possuímos. Assim, se todo o seu DNA fosse nderia da Terra à Lua, ida e volta, Embora o DNA seja responsável pela existência da vida, isoladamente ele é inanimado, ou seja, não é reativo e é quimicamente inerte. O seu funcionamento depende de s biológicas e as transferem para moléculas muito mas essa história será contada mais para frente. Enfim, pelo fato de o DNA ser inerte e quimicamente inativo ele pode ser recuperado de restos Por essa razão, as tecnologias atuais de DNA permitiram concluir que o primeiro ser vivo até hoje identificado foi uma bactéria fossilizada encontrada na Austrália. Esse atura científica sobre a origem do universo, encontramos várias fases indicativas dos processos físicos, químicos e biológicos da evolução que resumiremos em Em 1990 a NASA lançou ao espaço um potente telescópio conhecido por Esse telescópio espacial nos enviou e ainda tem nos enviado informações importantíssimas. Graças às suas imagens foi possível estabelecer que num campo profundo do se uma nebulosa extremamente densa enominada por “O olho”. Essa informação é a principal evidência da origem física do Universo, ou “Big Bang”, em que se criou não somente a matéria e a radiação, mas também o Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio próprio espaço e o tempo. Na medida de tempo, supõe cerca de 15 bilhões de anos. 2ª etapa As evidências científicas, obtidas pelas tecnologias relacionadas com a astronomia e física, indicam que, enquanto o Universo se expandia e a radiação, mais a proto matéria originadas do Big Bang se esfriava começou a se condensar, dando origem às proto a 12 e 10 bilhões de anos, matéria e energia se separaram, tornando o Universo transparente, formando as proto-galáxias. Na criação das proto molecular de hidrogênio (H2 dando origem às estrelas. 3ª etapa Entre 8 e 5 bilhões de anos, milhões de estrelas determinaram a galáxias e entre essas a nossa galáxia Via Láctea, bastante nova em relação as outras. Na sequência da formação da Via Láctea desenvolveu Terra inclusive, orbitando em volta do Sol. 4ª etapa É nessa fase em que se deu a origem da Terra, por volta de 5 bilhões de anos, quando se formaram em nossa atmosfera os gases de H (metano) e CO (monóxido de carbono), cujos átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio ao se combinarem, formaram as primeiras moléculas precursoras do DNA e RNA. 5ª etapa Todas as evidências científicas obtidas até o presente indicam que, entre 4 e 3 bilhões de anos, surgiram as primeiras formas de vida. Como as formas isoladas de DNA ou de RNA são inanimadas, há um hiato de desconhecimento entre as formações dessas duas moléculas e dos invólucros protetores de vírus e bactérias. Tanto que a primeira evidência real Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio próprio espaço e o tempo. Na medida de tempo, supõe-se que a origem do Universo oc As evidências científicas, obtidas pelas tecnologias relacionadas com a astronomia e física, indicam que, enquanto o Universo se expandia e a radiação, mais a proto matéria originadas do Big Bang se esfriavam, o hidrogênio – como matéria primordial começou a se condensar, dando origem às proto-galáxias. Nessa fase, que se supõe ter ocorrido a 12 e 10 bilhões de anos, matéria e energia se separaram, tornando o Universo transparente, s. Na criação das proto-galáxias, se formaram gases frios e poeira 2) que se contraíram e se inflamaram em sua própria gravidade, Entre 8 e 5 bilhões de anos, milhões de estrelas determinaram a galáxias e entre essas a nossa galáxia Via Láctea, bastante nova em relação as outras. Na sequência da formação da Via Láctea desenvolveu-se o sistema solar com os seus planetas, a Terra inclusive, orbitando em volta do Sol. fase em que se deu a origem da Terra, por volta de 5 bilhões de anos, quando se formaram em nossa atmosfera os gases de H2 (hidrogênio), NH (metano) e CO (monóxido de carbono), cujos átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio e e combinarem, formaram as primeiras moléculas precursoras do DNA e RNA. Todas as evidências científicas obtidas até o presente indicam que, entre 4 e 3 bilhões de anos, surgiram as primeiras formas de vida. Como as formas isoladas de DNA ou de A são inanimadas,há um hiato de desconhecimento entre as formações dessas duas moléculas e dos invólucros protetores de vírus e bactérias. Tanto que a primeira evidência real 9 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP se que a origem do Universo ocorreu a As evidências científicas, obtidas pelas tecnologias relacionadas com a astronomia e física, indicam que, enquanto o Universo se expandia e a radiação, mais a proto- como matéria primordial – galáxias. Nessa fase, que se supõe ter ocorrido a 12 e 10 bilhões de anos, matéria e energia se separaram, tornando o Universo transparente, galáxias, se formaram gases frios e poeira ) que se contraíram e se inflamaram em sua própria gravidade, Entre 8 e 5 bilhões de anos, milhões de estrelas determinaram a formação de galáxias e entre essas a nossa galáxia Via Láctea, bastante nova em relação as outras. Na se o sistema solar com os seus planetas, a fase em que se deu a origem da Terra, por volta de 5 bilhões de anos, (hidrogênio), NH3 (amônia), CH4 (metano) e CO (monóxido de carbono), cujos átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio e e combinarem, formaram as primeiras moléculas precursoras do DNA e RNA. Todas as evidências científicas obtidas até o presente indicam que, entre 4 e 3 bilhões de anos, surgiram as primeiras formas de vida. Como as formas isoladas de DNA ou de A são inanimadas, há um hiato de desconhecimento entre as formações dessas duas moléculas e dos invólucros protetores de vírus e bactérias. Tanto que a primeira evidência real Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio de vida em nosso planeta data de aproximadamente 3,5 bilhões de anos, caracteriz identificação de bactérias fossilizadas, encontradas no continente australiano. 6ª etapa O processo evolutivo da vida, a partir das bactérias, é facilmente explicado na teoria e comprovado com várias evidências práticas. A partir das bactérias primitivas, o DNA bacteriano criou mais DNA (conforme descrito no início deste capítulo) e essas moléculas de DNA, ao longo de outros 2 bilhões de anos, foram se especializando, na produção de proteínas e enzimas, fato que gradualmente foram tornando os pr vivos unicelulares cada vez mais complexos. É importante destacar que o meio ambiente teve influência nesse processo da evolução molecular, notadamente do DNA. Por essa razão, admite se que a 800 milhões de anos surgiram os primeiros genes co DNA seriam capazes de codificar pequenas moléculas de proteínas capazes de transportar o oxigênio. Essas proteínas coloridas e, por isso, denominadas de pigmentos proteicos ou citocromos, são as precursoras da hemoglobina. leguminosas, fungos e paramécios fossilizados. É muito provável que a presença dessas proteínas transportadoras de gases tenha estimulado a evolução da vascularização, inicialmente em plantas e invertebrados e, peixes fossilizados com 400 milhões de anos, com extensa rede vascular. 7ª etapa As principais evidências de que o DNA existe pelo motivo de criar mais DNA, é comprovada pelo surgimento d hominídeo comum”, fato que se supõe ter ocorrido por volta de 70 milhões de anos atrás. Anatomicamente esse primata teria o tamanho de um camundongo e com genes capazes de se tornarem complexos para funçõe longo de quase 60 milhões de anos, esse primata desenvolveu de tal forma que a sua sequência evolutiva diversificou originaria os gorilas e outra um ancestral comum humano Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio de vida em nosso planeta data de aproximadamente 3,5 bilhões de anos, caracteriz identificação de bactérias fossilizadas, encontradas no continente australiano. O processo evolutivo da vida, a partir das bactérias, é facilmente explicado na teoria e comprovado com várias evidências práticas. A partir das bactérias primitivas, o DNA bacteriano criou mais DNA (conforme descrito no início deste capítulo) e essas moléculas de DNA, ao longo de outros 2 bilhões de anos, foram se especializando, na produção de proteínas e enzimas, fato que gradualmente foram tornando os pr vivos unicelulares cada vez mais complexos. É importante destacar que o meio ambiente teve influência nesse processo da evolução molecular, notadamente do DNA. Por essa razão, admite se que a 800 milhões de anos surgiram os primeiros genes complexos em que suas moléculas de DNA seriam capazes de codificar pequenas moléculas de proteínas capazes de transportar o oxigênio. Essas proteínas coloridas e, por isso, denominadas de pigmentos proteicos ou citocromos, são as precursoras da hemoglobina. Esses citocromos foram encontrados em plantas leguminosas, fungos e paramécios fossilizados. É muito provável que a presença dessas proteínas transportadoras de gases tenha estimulado a evolução da vascularização, inicialmente a seguir, em vertebrados primitivos. Prova disso é a existência de peixes fossilizados com 400 milhões de anos, com extensa rede vascular. As principais evidências de que o DNA existe pelo motivo de criar mais DNA, é comprovada pelo surgimento do nosso ancestral primata conhecido por “ancestral hominídeo comum”, fato que se supõe ter ocorrido por volta de 70 milhões de anos atrás. Anatomicamente esse primata teria o tamanho de um camundongo e com genes capazes de se tornarem complexos para funções específicas. Dessa forma, os antropólogos admitem que, ao longo de quase 60 milhões de anos, esse primata desenvolveu-se morfológica e fisiologicamente de tal forma que a sua sequência evolutiva diversificou-se em duas linhagens distintas, uma que aria os gorilas e outra um ancestral comum humano – chimpanzé. 10 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP de vida em nosso planeta data de aproximadamente 3,5 bilhões de anos, caracterizada pela O processo evolutivo da vida, a partir das bactérias, é facilmente explicado na teoria e comprovado com várias evidências práticas. A partir das bactérias primitivas, o DNA bacteriano criou mais DNA (conforme descrito no início deste capítulo) e essas moléculas de DNA, ao longo de outros 2 bilhões de anos, foram se especializando, na produção de proteínas e enzimas, fato que gradualmente foram tornando os primeiros seres vivos unicelulares cada vez mais complexos. É importante destacar que o meio ambiente teve influência nesse processo da evolução molecular, notadamente do DNA. Por essa razão, admite- mplexos em que suas moléculas de DNA seriam capazes de codificar pequenas moléculas de proteínas capazes de transportar o oxigênio. Essas proteínas coloridas e, por isso, denominadas de pigmentos proteicos ou Esses citocromos foram encontrados em plantas leguminosas, fungos e paramécios fossilizados. É muito provável que a presença dessas proteínas transportadoras de gases tenha estimulado a evolução da vascularização, inicialmente a seguir, em vertebrados primitivos. Prova disso é a existência de As principais evidências de que o DNA existe pelo motivo de criar mais o nosso ancestral primata conhecido por “ancestral hominídeo comum”, fato que se supõe ter ocorrido por volta de 70 milhões de anos atrás. Anatomicamente esse primata teria o tamanho de um camundongo e com genes capazes de se s específicas. Dessa forma, os antropólogos admitem que, ao se morfológica e fisiologicamente se em duas linhagens distintas, uma que Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio 8ª etapa Entre 10 e 5 milhões de anos essas duas linhagens evoluíram e se espalharam pelo continente africano. 9ª etapa A separação da linhagem humano milhões de anos, com os Australopithecus anamensis características de humano e de chimpanzé. O processo evolutivo fez com que, entre 2,5 a 1,5 milhões de anos, aparecesse o habilis diferenciava dos australopitecus na região da cabeça e face, perdendosignificativamente as características de chimpanzé, porém ainda apresentava braços muito compridos. Por volta de 2,0 milhões de anos surgiu o atual e pernas mais longas que a do humana conviveram por muitos anos até que, a 200 mil anos, o nosso principal ancestral começou a evoluir em todos os sentidos: morfológico, processo surgiu o Homo sapiens caracterizadas por simbolismos (jóias, cerâmicas, artes e desenhos), linguagem e ferramentas começassem a fazer parte do cotidiano. 10ª etapa por volta de 70 mil anos, supõe biológicos, que o Homo sapiens Stanley H. Ambrose, da Universidade de Illinóis, USA, propôs que isso deva resultado de uma erupção do monte Toba, na região de Sumatra, Indonésia que causou um inverno vulcânico de seis anos e, subsequentemente, uma era do gelo de quase mil anos. Foi por esse período que, provavelmente, ocorreu o início das organizaç indivíduos que cooperavam entre si e compartilhavam recursos grupos – estavam mais bem equipados para sobreviver no ambiente hostil que se formou. Acredita-se que, como produto dessa catástrofe ambiental, moléculas de DNA, que compunham os milhares de genes dos exemplo, se a origem da anemia falciforme se deve a uma alteração no DNA do gene que Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Entre 10 e 5 milhões de anos essas duas linhagens evoluíram e se espalharam pelo continente africano. A separação da linhagem humano-chimpanzé deve ter ocorrido a 4 Australopithecus anamensis que tinham a estrutura física com características de humano e de chimpanzé. O processo evolutivo fez com que, entre 2,5 a 1,5 milhões de anos, aparecesse o Homo habilis e que conviveu com os australopitecus. O diferenciava dos australopitecus na região da cabeça e face, perdendo significativamente as características de chimpanzé, porém ainda apresentava braços muito compridos. Por volta de 2,0 milhões de anos surgiu o Homo erectus, com a cabeça mais parecida com a forma humana atual e pernas mais longas que a do Homo habilis. Essas espécies predecessoras da espécie humana conviveram por muitos anos até que, a 200 mil anos, o nosso principal ancestral começou a evoluir em todos os sentidos: morfológico, fisiológico, intelectual e social, e desse Homo sapiens. Demoraram outros 100 mil anos para que certas qualificações caracterizadas por simbolismos (jóias, cerâmicas, artes e desenhos), linguagem e ferramentas cotidiano. por volta de 70 mil anos, supõe-se, por meio de indicadores físicos e Homo sapiens tenha passado por um período catastrófico. O pesquisador Stanley H. Ambrose, da Universidade de Illinóis, USA, propôs que isso deva resultado de uma erupção do monte Toba, na região de Sumatra, Indonésia que causou um inverno vulcânico de seis anos e, subsequentemente, uma era do gelo de quase mil anos. Foi por esse período que, provavelmente, ocorreu o início das organizações populacionais. Os indivíduos que cooperavam entre si e compartilhavam recursos – além das fronteiras de seus estavam mais bem equipados para sobreviver no ambiente hostil que se formou. se que, como produto dessa catástrofe ambiental, tenham ocorrido muitas lesões nas moléculas de DNA, que compunham os milhares de genes dos Homo sapiens exemplo, se a origem da anemia falciforme se deve a uma alteração no DNA do gene que 11 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP Entre 10 e 5 milhões de anos essas duas linhagens evoluíram e se chimpanzé deve ter ocorrido a 4 que tinham a estrutura física com características de humano e de chimpanzé. O processo evolutivo fez com que, entre 2,5 a 1,5 e que conviveu com os australopitecus. O Homo diferenciava dos australopitecus na região da cabeça e face, perdendo significativamente as características de chimpanzé, porém ainda apresentava braços muito compridos. Por volta de arecida com a forma humana . Essas espécies predecessoras da espécie humana conviveram por muitos anos até que, a 200 mil anos, o nosso principal ancestral fisiológico, intelectual e social, e desse . Demoraram outros 100 mil anos para que certas qualificações caracterizadas por simbolismos (jóias, cerâmicas, artes e desenhos), linguagem e ferramentas se, por meio de indicadores físicos e tenha passado por um período catastrófico. O pesquisador Stanley H. Ambrose, da Universidade de Illinóis, USA, propôs que isso deva ter sido o resultado de uma erupção do monte Toba, na região de Sumatra, Indonésia que causou um inverno vulcânico de seis anos e, subsequentemente, uma era do gelo de quase mil anos. Foi por ões populacionais. Os além das fronteiras de seus estavam mais bem equipados para sobreviver no ambiente hostil que se formou. tenham ocorrido muitas lesões nas Homo sapiens. É discutível, por exemplo, se a origem da anemia falciforme se deve a uma alteração no DNA do gene que Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio produz a hemoglobina, tenha ocorrido naquele pe doença. 11ª etapa Por fim, nesses últimos 50 mil anos, o morfologicamente e tudo indica ser o nosso ancestral mais moderno. Diante do exposto é possível concluir que todo se constante de um plano original da natureza até hoje desconhecido e inexplicado pela ciência e tecnologia de que dispomos. O que temos de informações concretas é que esse plano original promoveu, entre outros fenômenos, o aparecim e nitrogênio. Esses átomos, num primeiro momento, formaram moléculas individuais (CO, O CH4, NH3, H2, H2O) e, posteriormente, moléculas complexas como o DNA. Por essa razão, como seres humanos, somos apenas sofreu seguidos ajustes, modificações, adaptações e reformulações providenciais. Nesse contexto de mudanças lentas e graduais, ao longo de 4 bilhões de anos, o DNA se especializou inicialmente para se proteger, formando invólucros como os capsídeos para resguardar o DNA ou o RNA dos vírus, as paredes celulares para envolver o DNA das bactérias e, a seguir, as membranas citoplasmáticas e nucleares de todas as células. Após todos esses processos, o DNA criou outros DNAs para produzirem diferentes organelas celulares e proteínas e, a partir daí, a complexidade foi de tal forma que foram necessários criar genes com DNAs específicos para sintetizar milhares de tipos diferentes de proteínas incluindo, aqui, Assim, não é por acaso que a palavra “gene” vem do latim “gênesis”, que significa origem. Neste capítulo “Para que serve o DNA?” foi possível demonstrar cronologicamente um resumo dos principais eventos físicos e biológicos que con existência. Para explicar a pergunta, recorreu Por essa razão o DNA tem uma história particular, que começa com a sua descoberta em 1865, que será descrita no próximo capítulo. Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio produz a hemoglobina, tenha ocorrido naquele período, como uma mutação fundadora dessa Por fim, nesses últimos 50 mil anos, o Homo sapiens tem evoluído intelectual e morfologicamente e tudo indica ser o nosso ancestral mais moderno. Diante do exposto é possível concluir que todo ser vivo é um aprimoramento constante de um plano original da natureza até hoje desconhecido e inexplicado pela ciência e tecnologia de que dispomos. O que temos de informações concretas é que esse plano original promoveu, entre outros fenômenos, o aparecimento de átomos de hidrogênio, carbono, oxigênio e nitrogênio. Esses átomos, num primeiro momento, formaram moléculas individuais (CO, O O) e, posteriormente, moléculas complexas como o DNA. Por essa razão, como seres humanos, somos apenas o resultado de uma especialização do plano original, que sofreu seguidos ajustes, modificações, adaptações e reformulações providenciais. Nesse contexto de mudanças lentas e graduais, ao longo de 4 bilhões de anos, o DNA se especializou se proteger,formando invólucros como os capsídeos para resguardar o DNA ou o RNA dos vírus, as paredes celulares para envolver o DNA das bactérias e, a seguir, as membranas citoplasmáticas e nucleares de todas as células. Após todos esses processos, o DNA criou outros DNAs para produzirem diferentes organelas celulares e proteínas e, a partir daí, a complexidade foi de tal forma que foram necessários criar genes com DNAs específicos para sintetizar milhares de tipos diferentes de proteínas incluindo, aqui, as enzimas e hormônios. Assim, não é por acaso que a palavra “gene” vem do latim “gênesis”, que significa origem. Neste capítulo “Para que serve o DNA?” foi possível demonstrar cronologicamente um resumo dos principais eventos físicos e biológicos que con existência. Para explicar a pergunta, recorreu-se à astronomia, física, química e antropologia. Por essa razão o DNA tem uma história particular, que começa com a sua descoberta em 1865, que será descrita no próximo capítulo. 12 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP ríodo, como uma mutação fundadora dessa tem evoluído intelectual e r vivo é um aprimoramento constante de um plano original da natureza até hoje desconhecido e inexplicado pela ciência e tecnologia de que dispomos. O que temos de informações concretas é que esse plano original ento de átomos de hidrogênio, carbono, oxigênio e nitrogênio. Esses átomos, num primeiro momento, formaram moléculas individuais (CO, O2, O) e, posteriormente, moléculas complexas como o DNA. Por essa razão, o resultado de uma especialização do plano original, que sofreu seguidos ajustes, modificações, adaptações e reformulações providenciais. Nesse contexto de mudanças lentas e graduais, ao longo de 4 bilhões de anos, o DNA se especializou se proteger, formando invólucros como os capsídeos para resguardar o DNA ou o RNA dos vírus, as paredes celulares para envolver o DNA das bactérias e, a seguir, as membranas citoplasmáticas e nucleares de todas as células. Após todos esses processos, o DNA criou outros DNAs para produzirem diferentes organelas celulares e proteínas e, a partir daí, a complexidade foi de tal forma que foram necessários criar genes com DNAs específicos para as enzimas e hormônios. Assim, não é por acaso que a palavra “gene” vem do latim “gênesis”, que significa origem. Neste capítulo “Para que serve o DNA?” foi possível demonstrar cronologicamente um resumo dos principais eventos físicos e biológicos que consagram a nossa se à astronomia, física, química e antropologia. Por essa razão o DNA tem uma história particular, que começa com a sua descoberta em 1865, Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio A HISTÓRIA D A história do DNA O mosteiro de Brunn (atual Brno na República Tcheca) se destacava pela forma conservadora tão comum da Igreja Católica do século 19. Os monges agostinianos desfrutavam de uma vida quase contemplativa no mosteiro e nota sem obviamente se descuidar dos conceitos espirituais. No ano de 1843, um jovem camponês que passou a infância e adolescência com dificuldades típicas das famílias pobres, se sentiu atraído pelo sacerdócio. Havia c enfrentou, conseguiu se alfabetizar de forma autodidata. Tinha conhecimentos básicos de matemática e de história natural. Seu nome era Gregório Mendell. A responsabilidade destinada ao noviço foi a de cuidar dos jardins e da horta do mosteiro, um serviço que exigia doze a quatorze horas de trabalho diário. Os jardins eram o cartão de visita do mosteiro, admirados pela população e visitantes da cidade de Brunn, e a horta fornecia os alimentos básicos para três monges, incluindo alguns noviços e o abade. Mendell tinha uma característica que o diferenciava de todos os outros monges seu trabalho nos jardins e na horta destacava Somado a essas qualidades, as observações aguçadas de Mendell induziram a misturar sementes de diferentes hibiscos, os que produziam flores com cor vermelha com outros que tinham flores de cor branca. Após a germinação dessas sementes, ele as pl quatro quadrados com 2m2 cada um,nos jardins da parte interna do mosteiro, pelo fato de ser mais protegido e de fácil acesso para suas observações. Completado o tempo de floração, as análises das flores produzidas pelos hibiscos revelaram uma situ de forma similar nos quatro canteiros quadrados. Apesar de ter misturado sementes de hibiscos diferentes, uns com flores vermelhas e outros com flores brancas, surgiu um terceiro tipo de hibiscos com flores de tonalidades mist conjuntamente. Esse fato chamou a atenção de Mendell, o qual supôs que havia ocorrido uma transmissão de herança biológica das características do hibisco. Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio A HISTÓRIA DO DNA Capítulo 3 O mosteiro de Brunn (atual Brno na República Tcheca) se destacava pela forma conservadora tão comum da Igreja Católica do século 19. Os monges agostinianos desfrutavam de uma vida quase contemplativa no mosteiro e notabilizavam também por estudos da natureza, sem obviamente se descuidar dos conceitos espirituais. No ano de 1843, um jovem camponês que passou a infância e adolescência com dificuldades típicas das famílias pobres, se sentiu atraído pelo sacerdócio. Havia completado 21 anos e, apesar de todas as barreiras que enfrentou, conseguiu se alfabetizar de forma autodidata. Tinha conhecimentos básicos de matemática e de história natural. Seu nome era Gregório Mendell. A responsabilidade destinada uidar dos jardins e da horta do mosteiro, um serviço que exigia doze a quatorze horas de trabalho diário. Os jardins eram o cartão de visita do mosteiro, admirados pela população e visitantes da cidade de Brunn, e a horta fornecia os alimentos básicos para os pratos dos vinte e três monges, incluindo alguns noviços e o abade. Mendell tinha uma característica que o diferenciava de todos os outros monges – era extremamente metódico e organizado, portanto o seu trabalho nos jardins e na horta destacava-se a cada dia. Somado a essas qualidades, as observações aguçadas de Mendell induziram a misturar sementes de diferentes hibiscos, os que produziam flores com cor vermelha com outros que tinham flores de cor branca. Após a germinação dessas sementes, ele as pl cada um,nos jardins da parte interna do mosteiro, pelo fato de ser mais protegido e de fácil acesso para suas observações. Completado o tempo de floração, as análises das flores produzidas pelos hibiscos revelaram uma situação inesperada e que ocorreu de forma similar nos quatro canteiros quadrados. Apesar de ter misturado sementes de hibiscos diferentes, uns com flores vermelhas e outros com flores brancas, surgiu um terceiro tipo de hibiscos com flores de tonalidades mistas, entremeadas de cores vermelhas e brancas conjuntamente. Esse fato chamou a atenção de Mendell, o qual supôs que havia ocorrido uma transmissão de herança biológica das características do hibisco. 13 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP O mosteiro de Brunn (atual Brno na República Tcheca) se destacava pela forma conservadora tão comum da Igreja Católica do século 19. Os monges agostinianos desfrutavam bilizavam também por estudos da natureza, sem obviamente se descuidar dos conceitos espirituais. No ano de 1843, um jovem camponês que passou a infância e adolescência com dificuldades típicas das famílias pobres, se sentiu ompletado 21 anos e, apesar de todas as barreiras que enfrentou, conseguiu se alfabetizar de forma autodidata. Tinha conhecimentos básicos de matemática e de história natural. Seu nome era Gregório Mendell. A responsabilidade destinada uidar dos jardins e da horta do mosteiro, um serviço que exigia doze a Os jardins eram o cartão de visita do mosteiro, admirados pela população e os pratos dos vinte etrês monges, incluindo alguns noviços e o abade. Mendell tinha uma característica que o era extremamente metódico e organizado, portanto o Somado a essas qualidades, as observações aguçadas de Mendell induziram-no a misturar sementes de diferentes hibiscos, os que produziam flores com cor vermelha com outros que tinham flores de cor branca. Após a germinação dessas sementes, ele as plantou em cada um,nos jardins da parte interna do mosteiro, pelo fato de ser mais protegido e de fácil acesso para suas observações. Completado o tempo de floração, as ação inesperada e que ocorreu de forma similar nos quatro canteiros quadrados. Apesar de ter misturado sementes de hibiscos diferentes, uns com flores vermelhas e outros com flores brancas, surgiu um terceiro tipo de as, entremeadas de cores vermelhas e brancas conjuntamente. Esse fato chamou a atenção de Mendell, o qual supôs que havia ocorrido uma Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Sua habilidade para explicar e comprovar seus primeiros que o abade do mosteiro o enviasse para estudar ciências e matemática na Universidade de Viena. Após quatro anos de estudos acadêmicos intensos, Mendell interessou porém com aplicações de modelos estatísticos para prov individuais das plantas. Em 1865, já havia resumido suas descobertas em duas “leis” (ou regras) que se tornaram o fundamento da hereditariedade, aplicáveis também aos seres humanos. A primeira lei dizia que, por meio das unidades separadas e distintas moléculas de DNA que compõem os nossos diversos genes Essa lei foi chamada de princípio da segregação ou das origens diferentes. A segunda lei de Mendell, chamada de princípio da distribuição independente, declarava que as características são herdadas independentemente umas das outras. Mendell então provou que existem duas unidades biológicas – mais tarde denominadas por genes herdado do pai e outro da mãe, que podem ser dominantes ou recessivos (esses não se manifestam). Concluiu que uma característica recessiva fica “escondida” (exemplo atual: talassemia menor que não causa doença), a não ser quando se juntam dois genes recessivos, um proveniente do pai e outro da mãe (exemplo atual: talassemia maior que causa doença grave). Esse trabalho sobre herança biológica estava recheado com cálculos estatís e ao ser apresentado na Sociedade de História Natural de Brunn não teve a simpatia e nem o interesse dos naturalistas da época. A sorte foi que Mendell publicou seus resultados na revista científica daquela Sociedade de História Natural. Também envio científico para Karl von Nageli, um conhecido botânico suíço da Universidade de Munique. A matemática do trabalho de Mendell não foi entendida por Nageli, que descartou a experiência sobre a hereditariedade, classificando sofreu o impacto da indiferença dos naturalistas e dedicou que se tornara abade. Morreu em 1884, esquecido e solitário. Somente em 1900, três botânicos, trabalhando independentemente, descobriram suas experiências e as publicaram como doutrina fundamental ao estudo da genética. Algumas situações que hoje sabemos terem ocorrido na mesma época não foram percebidas pelos cientistas daquele período. A apresentação de Mendell, na So História Natural de Brunn, ocorreu em 1866 e três anos depois, em 1869, um fato muito interessante aconteceu num castelo da cidade de Tubingen Alemanha. O médico Felix Hoppe grande prestígio na universidade de Tubingen e havia descrito, com bases científicas e de forma bem elaborada, o processo da oxigenação do sangue. Sua dedicação à pesquisa científica era de Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Sua habilidade para explicar e comprovar seus primeiros experimentos fez com que o abade do mosteiro o enviasse para estudar ciências e matemática na Universidade de Viena. Após quatro anos de estudos acadêmicos intensos, Mendell interessou porém com aplicações de modelos estatísticos para provar a transmissão de características individuais das plantas. Em 1865, já havia resumido suas descobertas em duas “leis” (ou regras) que se tornaram o fundamento da hereditariedade, aplicáveis também aos seres humanos. A primeira lei dizia que, por meio das células sexuais, as características eram transmitidas como unidades separadas e distintas – que mais tarde seriam identificadas como as diferentes moléculas de DNA que compõem os nossos diversos genes – de uma geração para a seguinte. de princípio da segregação ou das origens diferentes. A segunda lei de Mendell, chamada de princípio da distribuição independente, declarava que as características são herdadas independentemente umas das outras. Mendell então provou que existem duas mais tarde denominadas por genes – para cada característica, um herdado do pai e outro da mãe, que podem ser dominantes ou recessivos (esses não se manifestam). Concluiu que uma característica recessiva fica “escondida” (exemplo atual: assemia menor que não causa doença), a não ser quando se juntam dois genes recessivos, um proveniente do pai e outro da mãe (exemplo atual: talassemia maior que causa doença grave). Esse trabalho sobre herança biológica estava recheado com cálculos estatís e ao ser apresentado na Sociedade de História Natural de Brunn não teve a simpatia e nem o interesse dos naturalistas da época. A sorte foi que Mendell publicou seus resultados na revista científica daquela Sociedade de História Natural. Também enviou uma cópia do seu trabalho científico para Karl von Nageli, um conhecido botânico suíço da Universidade de Munique. A matemática do trabalho de Mendell não foi entendida por Nageli, que descartou a experiência sobre a hereditariedade, classificando-a como interessante, mas sem importância. Mendell sofreu o impacto da indiferença dos naturalistas e dedicou-se aos afazeres do mosteiro, uma vez que se tornara abade. Morreu em 1884, esquecido e solitário. Somente em 1900, três botânicos, temente, descobriram suas experiências e as publicaram como doutrina fundamental ao estudo da genética. Algumas situações que hoje sabemos terem ocorrido na mesma época não foram percebidas pelos cientistas daquele período. A apresentação de Mendell, na So História Natural de Brunn, ocorreu em 1866 e três anos depois, em 1869, um fato muito interessante aconteceu num castelo da cidade de Tubingen – conhecida cidade universitária da Alemanha. O médico Felix Hoppe–Seyler, que morava no castelo, era um pesquisador de grande prestígio na universidade de Tubingen e havia descrito, com bases científicas e de forma bem elaborada, o processo da oxigenação do sangue. Sua dedicação à pesquisa científica era de 14 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP experimentos fez com que o abade do mosteiro o enviasse para estudar ciências e matemática na Universidade de Viena. Após quatro anos de estudos acadêmicos intensos, Mendell interessou-se por botânica, ar a transmissão de características individuais das plantas. Em 1865, já havia resumido suas descobertas em duas “leis” (ou regras) que se tornaram o fundamento da hereditariedade, aplicáveis também aos seres humanos. A células sexuais, as características eram transmitidas como que mais tarde seriam identificadas como as diferentes de uma geração para a seguinte. de princípio da segregação ou das origens diferentes. A segunda lei de Mendell, chamada de princípio da distribuição independente, declarava que as características são herdadas independentemente umas das outras. Mendell então provou que existem duas para cada característica, um herdado do pai e outro da mãe, que podem ser dominantes ou recessivos (esses não se manifestam). Concluiu que uma característica recessiva fica “escondida” (exemplo atual: assemia menor que não causa doença), a não ser quando se juntam dois genes recessivos, um proveniente do pai e outro
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