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AULA 01 E 02 DE DIREITO CIVIL ( negócios jurídicos)



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DIREITO CIVIL 22/02/2018 e 01/03
- Fato Jurídico= a partir do art. 10 CC
O que é um Fato Jurídico?
Um acontecimento, não necessariamente jurídico
Introdução
O código civil de 2002 trata da matéria dos Fatos jurídicos enfatizando o NEGOCIO JURIDICO por que é a espécie de fato jurídico que exige um estudo mais acurado.
Esse estudo é de maneira geral a análise do negócio jurídico, que por sua vez é de grande causa das relações jurídicas e suas consequências.
Fato jurídico em sentido Amplo:
Partindo da ideia que O FATO É UM ACONTECIMENTO, nem todos os fatos da vida interessam ao direito, por que tem implicações jurídicas.
Conceito
O Direito é cíclico, ou seja, nasce, desenvolve-se e se extingue. Por isso mesmo os fatos naturais ou humanos, que resultem na CONSTITUIÇÃO (CRIAÇÃO), ODIFICAÇÃO, CONSULMAÇÃO OU EXTINÇÃO DE DIREITOS, classificam-se como FATOS JURIDICOS.
EX. Fato outor jus (o Direito nasce dos fatos)
Para o Professor Paulo Nader, o fato jurídico é aquele referido do DIREITO OBJETIVO, por que apresenta relevância no aspecto social.
Espécies de Fatos Jurídicos
 Em linhas gerais, os autores modernos ensinam que os fatos jurídicos em sentido amplo se classificam em:
Stricto sense (ou em sentido estrito) ou fatos naturais:
São fatos que se interferem no ordenamento jurídico sem que haja um fato humano.
São fatos, que por se tratarem de ser eventos da natureza, ocorrem naturalmente, independentemente da vontade humana.
Extraordinários
São fatos imprevisíveis, que apesar de conhecidos não são esperados, tais como, terremotos, enchentes, queda de raio, tsunami, caso fortuito, força maior.
 OBS: para a professora Maria Helena Diniz.
Força maior: é um evento natural de caráter inevitável, enquanto o caso fortuito se reveste de caráter imprevisível (A menina e o bambolê no olho). Contudo p/ Silvio Venosa não à necessidade de fazer essa distinção pois o próprio código civil não fez. (ART> 393 e 399 por exemplo)
Excluem a responsabilidade civil.
Ordinário
São Fatos Comuns da natureza, acontecimentos rotineiros e previsíveis, tais como nascimento, maioridade, morte. Decurso de tempo. E etc.
Atos Jurídicos lato Sensu/fatos humanos/ ação humana
Essa espécie de fato jurídico, diferente do evento natural, decorre do chamado ELEMENTO VOLITIVO (Vontade Humana)
Trata-se da “exteriorização” consciente da vontade dirigida a uma finalidade conforme o Direito” 
OBS: diferenciar manifestação de declaração da vontade art. 74 e 1609 CC.
Fato Humano Ilícito
Trata-se de ato que contrataria a ordem jurídica de leis, decretos, jurisprudências, bons costumes) art. 186CC.
Fato humano licito
É aquele que está de acordo com a ordem jurídica e que é formada pela vontade humana autorizada pelo Direito (LICITUDE)
Divide-se em stricto sensu (não negociável e negócio jurídico)
b.1 Stricto sensu (não negociável)
É aquele em que há manifestação de vontade, mas a parte não tem liberdade para escolher os efeitos jurídicos o que discorrem da lei (eficácia é lege= vem da lei)
EX. reconhecimento de paternidade, adoção. Etc.
b.2 Negócios jurídico
É a manifestação da vontade, que produz efeitos escolhidos e pretendidos pelos agentes (partes), desde que permitidos ou não proibidos por lei.
É a manifestação da vontade por meio da qual as partes autorregulam sus interesses limitados por parâmetros constitucionais. (Art. 489 CC)
EX. testamento Contratos.
Ato Fato jurídico
È um fato jurídico no qual a vontade Humana, mas sem a intenção de praticá-lo e que alei atribui consequências jurídicas, SENDO IRRELEVANTE A VONTADE DE PRATICA-LO BEM COMO A CAPACIDADE CIVIL DO AGENTE. Que sequer imaginou, muito menos pretendeu aqueles efeitos.
EX. A compra de um doce por uma criança; descoberta d um tesouro por um incapaz; a pintura de um quadro valioso, por um louco.
Negócio jurídico 
Vontade + limites constitucionais + efeitos escolhidos pelas partes + permissão legal= pressupostos de existência, validade e eficácia.
CONCEITO DE NEGOCIOCIO JURIDICO.
É toda manifestação de vontade, limitada por parâmetros, constitucionais (ex. princípio da função social e princípio da boa-fé objetiva) , que produz efeitos desejados e escolhidos pelas partes dentre as opções que a ordem jurídica oferece (permitidos por lei), observando-se seus pressupostos e existência, validade e eficácia.
 De forma resumida a doutrina classifica e conceitua o negócio jurídico como ato licito da vontade humana, capaz de gerar efeitos na orbita do direito (SILVIO RODRIGUES)
EX: contratos e testamentos.
Planos de análise do negócio jurídico
O negócio jurídico deve ser analisado sob a ótica de 3 planos sucessivos, também conhecidos como ESCADA PONTEANA. São eles: Plano de existência (substancial)
Também chamado de PLANO DE SER, é o plano que estuda a essência DO NEGOCIO JURIDICO, sua substancia, seus pressupostos (elementos) sem os quais ele não é nada.
Negócio jurídico inexistente é aquele que se quer foi informado porque faltou um ou alguns dos pressupostos materiais, essenciais para sua constituição.
OBS: Autores como Flavio Tartuce e Silvio Rodrigues, por exemplo, que não admitem o plano da existência, como um plano autônomo, argumentando que o próprio CC não trata dele. (Art. 104)
Pressupostos ou elementos de existência.
Caso falte qualquer dos pressupostos abaixo, o negócio jurídico será inexistente:
Vontade
Se não houver MANIFESTAÇÃO DA VONTADE, o negócio não chegou a se formar e por tanto, logo não existe.
Ex. falsificação de assinatura de pessoa que não participou do contrato.
Venda por pessoa morta.
Agente
Todo negócio jurídico pressupões a presença de um agente que emita sua vontade sua vontade, podendo ser uma pessoa física ou jurídica.
EX. contrato de compra e venda em nome de uma pessoa morta.
Objeto:
Trata-se do bem da vida objetivado no negócio jurídico.
EX: empréstimo de dinheiro sem dinheiro.
Forma 
Alguns autores dizem que a forma é o revestimento externo da vontade, é o meio pelo qual a vontade se manifesta.
EX. Escrita, verbal, gestual, etc.
Exceção ao pressuposto da forma.
Art. 111 CC.
 O silêncio importa anuência, quando as circunstancias ou os usos autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Art. 539 CC. O doador pode fixar o prazo ao donatário, ciente a declaração, entender-se á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
OBS: Excepcionalmente o direito Brasileiro admite o Silêncio como forma de manifestação da vontade (art. CC), o que se chama na doutrina de SILENCIO CIRCUSTANCIADO OU QUALIFICADO.
 EX. Nas doações Puras, se o donatário não se manifestar no prazo fixado pelo doador, seu silencio será considerado como, aceitação (ART. 539)
Plano de validade (adjetivo) ART. 104CC
 A validade é uma qualidade, um adjetivo do negócio jurídico licito, ou seja, que está de acordo com o ordenamento jurídico.
 Na linha de raciocínio da escada ponteana, uma vez verificada a validade do negócio significa que ele está apito a produzir seus efeitos, segundo a análise do último degrau, último plano. (Plano da eficácia) 
 Dessa forma, para que o negócio jurídico produza efeitos, deve se preencher certos requisitos previstos no artigo 104 CC.
 A invalidade do negócio jurídico, que tem como espécies A NULIDADE E A ANULABILIDADE decorre da não observância dos requisitos de validade do artigo 104 do cc.
OBS1: O plano de validade SOMENTE SE APLICA AOS NEGÓCIOS e não aos demais fatos jurídicos.
OBS2: O negócio jurídico invalido nasce invalido, pois não é possível haver invalidade superveniente, ou seja, invalide ou vicia um NJ valido.
OBS3: O negócio jurídico invalido é UM ATO ILICITO, pois é um comportamento antijurídico.
 Requisitos de validade artigo 104 do CC.
Vontade LIVRE E DE BOA FÈ
A declaração de vontade não pode estar viciada por uma força externa. Por que não seria livre e nem impregnada da boa intenção de prejudicar terceiro (má fé) 
Agente (CAPAZ E LEGITIMADO)
Capacidade é aptidão para exercer,por si só, direitos e obrigações na esfera civil.
 Contudo, para que o negócio jurídico seja valido é preciso além da capacidade a legitimação, que é aptidão especifica ou não ocorrência de um impedimento imposto pela ordem jurídica.
EX: venda de ascendente para descendente sem ascendente para descendente.
Anuência do conjugue e do mais ascendente (art. 496CC)