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TRATOS CULTURAIS DA MAÇA, CAQUI E PÊSSEGO
2017�
Sumário
11	Introdução	�
21.1	Objetivo Geral	�
21.1.1	Objetivos Específicos	�
32	Cultivo da Maça	�
52.1	Colheita e conservação da fruta	�
83	Cultivo do Pêssego	�
114	Cultivo do Caqui	�
145	Considerações finais	�
156	Referências	�
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Introdução
A fruticultura está presente em todos os estados brasileiros e, como atividade econômica, envolve mais de cinco milhões de pessoas que trabalham de forma direta e indireta no setor. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, com colheita em torno de 40 milhões de toneladas ao ano, mas participa com apenas 2% do comércio global do setor, o que demonstra o forte consumo interno (ANUÁRIO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 2010). A área plantada com plantas frutíferas no Brasil está distribuída em 1.034.708 ha com frutas tropicais, 928.552 ha com frutas subtropicais e 151.732 ha com espécies de clima temperado. Dentre as frutas de clima temperado, destaca-se uma diversidade de frutas bem como a produção de maçãs (38.205 ha), pêssegos (19.043 ha) e caqui (8.638 ha); Mesmo com uma área inferior em relação às espécies de clima tropical e subtropical, as frutas de clima temperado têm uma importância socioeconômica destacada em diversas regiões do Brasil, principalmente nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e o Vale do São Francisco, seja como cultivo in natura, agroindústria e/ou agroturismo. Para que ocorra a produção de frutas de qualidade nas regiões de clima temperado no Brasil, é necessário o desenvolvimento de programas de melhoramento genético e/ou estudos de manejo e controles sobre a fisiologia das plantas para adaptá-las às condições de inverno ameno e com oscilação de temperaturas, muito frequentes nas principais regiões produtoras brasileiras. Os verões longos e excesso de precipitação ocasionam muitas doenças e pragas, obrigando muitas vezes ao excesso de tratamentos fitossanitários. O manejo dos pomares com a produção integrada de frutas está possibilitando a produção de qualidade e, ao mesmo tempo, reduzindo o impacto ambiental da atividade no setor. Os desafios estão relacionados à adaptação das espécies às mudanças climáticas, à necessidade de se reduzir o uso de agrotóxicos e insumos, aos manejo pré e pós-colheita realizados nas frutas, logística para atender aos diferentes mercados, controle de doenças e pragas e aos programas de melhoramento genético para atender às novas demandas de cada uma das espécies de clima temperado (FACHINELLO et al, 2011,). 
Objetivo Geral
Demonstrar por meio da pesquisa, os cultivares da maça, caqui e pêssego bem como toda sua forma de produção e cultivo;
Objetivos Específicos
Conhecer os elementos do clima para cultivo das frutíferas, bem como o manejo com o solo e adubação.
Conhecer os tipos de cultivares;
Conhecer Maneiras de Propagação;
Conhecer os procedimentos de colheita e armazenamento;
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Cultivo da Maça
O cultivo da macieira é uma atividade relativamente recente no Brasil. No início da década de 70, a produção anual de maçãs era de cerca de 1.000 toneladas. Com incentivos fiscais e apoio à pesquisa e extensão rural, o Sul do Brasil aumentou a produção de maçãs em quantidade e em qualidade, fazendo com que o país passasse de importador a auto suficiente e com potencial de exportação. A maçã brasileira já conquistou os consumidores de outros países, especialmente os europeus, e entre 10 a 20 % da fruta são exportados para diversos mercados, principalmente para a Europa. O setor da maçã é reconhecido pelo governo, pela sociedade e por todos os segmentos da fruticultura nacional, sendo frequentemente apontado como exemplo pelo sucesso alcançado.
     Há uma crescente consciência mundial a respeito da importância da qualidade de vida, expressa na preocupação com a preservação, uso adequado dos recursos naturais e com a qualidade dos alimentos e, especialmente, da fruta.
          Para os países exportadores de maçãs (reais ou em potencial), a implementação de normas e critérios de qualidade mais rigorosos se constituem em barreiras alfandegárias, que podem ser transpostas pela adoção de um sistema de produção que racionalize a utilização dos agroquímicos e que estes sejam menos prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana.
      Neste contexto de profundas mudanças no perfil do mercado nacional e internacional da maçã, via mudanças dos hábitos, gostos e preferências dos consumidores, a definição de um sistema de Produção Integrada de Maçãs (PIM) no Brasil, viável técnica e economicamente, significa habilitar este setor para enfrentar os desafios que este novo cenário impõe.
      Para a adoção deste sistema de produção, o fruticultor deve contar com assistência técnica habilitada para conduzir as práticas de manejo do pomar atendendo aos princípios e às Normas Técnicas da PIM, inscrever-se no MAPA como aderente ao sistema visando conduzir sua área durante um ano prévio à certificação e, a seguir, estabelecer contato com uma empresa que irá fazer a Avaliação da Conformidade, a qual poderá emitir o selo de PIM para a fruta no fim do ciclo.
      As características gerais dos procedimentos utilizados na PIM diferem das recomendações disponíveis para a cultura porque estabelecem limites para as práticas que podem ter influência definitiva na qualidade, produtividade e na demanda de uso de agroquímicos nos pomares.
Escolha das mudas em viveiro
     Na Produção Integrada de Maçãs, somente poderão ser utilizadas mudas fiscalizadas ou com registro de procedência e certificadas, oriundas de viveiristas idôneos e com atendimento às Normas e Padrões da Comissão Estadual de Sementes e Mudas.
Porta-enxerto 
 O porta-enxerto deve ser bem adaptado à região de cultivo, com excelente afinidade com a cultivar copa, capaz de proporcionar plantas de vigor e ancoramento compatíveis com a densidade estabelecida para o pomar e de bom desempenho em produtividade e qualidade das frutas. Preferencialmente, deve ser resistente a doenças de solo. A definição incorreta do porta-enxerto pode causar problemas de alternância de produção e declínio precoce das plantas, bem como dificultar o manejo criterioso de pragas e doenças, o controle de invasoras, a adubação, a condução e o raleio das frutas. É permitida a utilização de mudas com interenxertos visando conciliar características favoráveis de dois porta-enxertos, especialmente resistência a doenças e vigor conferido à copa.
Replantio 
 Em função do risco da ocorrência de inóculo de agentes causadores de podridões de raízes, recomenda-se a utilização, para replantio, de porta-enxertos resistentes à podridão do colo e/ou à podridão branca das raízes.
Cultivares copa 
 As cultivares básicas são a 'Gala' e 'Fuji' e suas mutações. As novas cultivares como 'Daiane', 'Baronesa' e 'Catarina', são opções, sendo as duas primeiras para regiões de 800 m ou mais, e a última, que é resistente à sarna, para regiões acima de 1200 m. Cultivares precoces como Duquesa e Eva, de baixo requerimento em frio, podem ser plantadas em regiões com menos de 800 m de altitude. Deve-se ter a identificação varietal comprovada, mesmo quando se utilizam as mutações.
      Além da cultivar produtora, devem ser plantadas cultivares polinizadoras, as quais, preferentemente, deverão produzir frutas com características comerciais e não apresentar suscetibilidade elevada a doenças e pragas. Alternativamente, podem ser utilizadas variedades floríferas.
Sistema de condução
Líder central no sistema livre: A planta deve ser conduzida de tal maneira que se possa obter a forma piramidal com o líder central, formando-se quatro ramos no primeiro andar. Os andares subseqüentes devem ficar separados de 40 cm a 60 cm um do outro, para que possibilite a entrada de luz no interior da planta. Os ramos laterais não devem ultrapassar um terço do diâmetro do líder no ponto de inserção do mesmo.
Líder central com sistemade apoio: Consiste num sistema utilizado para porta-enxertos anões para plantios em alta densidade. Embora tenha um custo de implantação mais alto, favorece o controle de pragas e doenças e permite a produção de uma fruta de melhor qualidade, sendo mais precoce na entrada em frutificação.
Rebrotes de porta-enxertos
Durante a fase vegetativa os rebrotes dos porta-enxertos devem ser eliminados na base, ou seja, no ponto de inserção. Não devem ser cortados ao nível do solo, pois isto favorece a formação de novos rebrotes. A eliminação deve ser realizada quando os rebrotes atingirem no máximo 15 cm. Pode-se também eliminá-los com o uso de herbicida utilizando-se o glufosinato de amônio, na dose de 2,0 litros/ha.
Colheita e conservação da fruta
Colheita
 As frutas devem ser colhidas no momento adequado, segundo a espécie, variedade e a utilização prevista, ou seja, armazenamento a curto, médio ou longo prazo, ou mesmo a comercialização imediata (mercado interno ou exportação). Para isso, deve-se assegurar que os índices mínimos de maturação estabelecidos pela pesquisa sejam respeitados no início da colheita e no posterior armazenamento e/ou comercialização, permitindo com isto, uma máxima eficiência na conservação e manutenção da qualidade interna e externa da fruta. Deve-se sempre utilizar embalagens (colheita, transporte, armazenamento, comercialização) limpas e de material não abrasivo para não contaminar e machucar as frutas. Recomenda-se, quando adequado, utilizar materiais plásticos, em perfeito estado de conservação e higienização, em vez de madeira. É sempre importante realizar uma pré-seleção da fruta no campo, evitando misturar frutas sãs com as caídas no chão, granizadas, com danos por insetos, podridões, machucadas, etc. Não se deve deixar as frutas colhidas expostas ao sol, transportando imediatamente para a empacotadora ou "packing house" no mesmo dia, evitando-se golpes e danos durante o transporte. As frutas de produção integrada que são transportadasconjuntamente com outros sistemas de produção, deverão estar devidamente identificadas e separadas no veículo de transporte. Isso é importante para não haver confusão na recepção da empacotadora, onde deverá ser tomada uma amostra da carga para as devidas anotações no caderno de pós-colheita.
     Os bins deverão ser devidamente identificados no momento da colheita, utilizando etiquetas de cor específicas. Recomenda-se a utilização de etiquetas com código de barra para facilitar a manutenção da rastreabilidade, permitindo identificar problemas futuros em algum determinado lote, após a fruta ter sido colhida.
Recepção da fruta na empacotadora 
A fruta de cada caminhão que chegar na empacotadora deverá ser devidamente identificada, anotando-se o peso da carga e a numeração dos bins. Também deverá ser retirada uma amostra aleatória de frutas para realizar testes de maturação e qualidade. Essas informações deverão ser anotadas no caderno de pós-colheita, identificando o destino dado ao lote de frutas.
Armazenamento
 O armazenamento deve manter a qualidade interna e externa da fruta, devendo-se assegurar o funcionamento regular das câmaras de conservação, por meio da observação periódica dos equipamentos de refrigeração e controle de gases (atmosfera controlada). Para tanto, deve-se realizar controles periódicos mensais da qualidade, através de análises laboratoriais de amostras de 20 a 50 frutas. Essas análises permitem prognosticar o potencial e a duração do período de conservação, avaliar a evolução de problemas de qualidade observados no início do armazenamento, observar a reação das frutas às condições de armazenamento, verificar o comportamento das diferentes cultivares ou lotes em relação às características externas de maturação (murchamento, podridões, distúrbios fisiológicos) e determinar a qualidade interna e externa das frutas através de análises laboratoriais (sólidos solúveis totais, firmeza de polpa, acidez). Também é importante realizar análises de minerais em amostras de frutas antes do início da colheita, para avaliar a possibilidade de incidência de distúrbios fisiológicos, permitindo tomar decisões de qual destino será dado à fruta, ou seja, armazenamento a curto, médio, longo prazo, ou mesmo a comercialização imediata. 
Classificação
É exigido o cumprimento estabelecido pelo regulamento técnico específico para a cultura da maçã, atendendo o estabelecido na lei de classificação n° 9.972. Portanto, cada empacotadora que trabalhar com frutas da PIM, deverá obrigatoriamente ter um profissional treinado de acordo com o estabelecido na lei. Deve-se manter a identificação do lote durante a classificação, registrando no caderno de pós-colheita as respectivas categorias obtidas nessa operação, sendo que essas informações deverão ser colocadas nas etiquetas dos bins pré-classificados que retornarem ao armazenamento.
      Para evitar batidas e ferimentos nas frutas durante a classificação, a máquina classificadora deverá ser ajustada pelo menos uma vez ao ano, sendo que a água deverá ser constantemente renovada, permitindo-se apenas o uso de produtos desinfestantes para diminuir a carga de inóculo de fungos e bactérias.
Empacotamento
 Os paletes formados deverão conter caixas de maçãs provenientes de um mesmo pomar da PIM, devendo o mesmo estar devidamente identificado com uma etiqueta na qual conste todas as informações pertinentes a procedência da fruta embalada, de modo a manter a rastreabilidade das informações. Quando um palete for formado por frutas provenientes de diferentes pomares da PIM, é obrigatório que haja etiquetas de identificação de cada pomar, lembrado que é proibido colocar frutas provenientes de diferentes sistemas de produção.
Cultivo do Pêssego
O pessegueiro é uma espécie nativa da China, com registros que remontam a 20 séculos a C.. Estudos indicam que, provavelmente, teria sido levado da China para a Pérsia e de lá se espalhado pela Europa. No Brasil, segundo relatos históricos, o pessegueiro foi introduzido em 1532 por Martim Afonso de Souza, por meio de mudas trazidas da Ilha da Madeira e plantadas em São Vicente (no atual estado de São Paulo).
    No período de 1999 a 2009, a produção de pêssegos aumentou em 64,69 %, e a área colhida diminuiu em 15,39% (Tabelas 1e 2). Esses resultados ocorreram principalmente em função do incremento na produtividade média, que passou de 5.833 kg ha-1 em 1999, para 11.355 kg ha-1 em 2009, ou seja, incrementou 94,67 % (Tabela 6). Assim, pode- -se explicar o maior crescimento da produção em relação ao decréscimo da área total. Os principais estados produtores de pêssego são, em ordem decrescente, RS (65,1%); SP (14,0%); MG (11,8%); PR (7,5%) e SC (1,6%) Os valores das quantidades de importações com frutas de caroço aumentaram para cereja, manteviveram-se estáveis para o pêssego e diminuíram de forma significativa para ameixa, nectarina e damascos. Essa mudança de comportamento nos volumes importados deve-se à política brasileira de incentivo ao cultivo de plantas frutíferas, ao trabalho de pesquisa e à valorização das frutas pelo consumidor. As principais ações de pesquisa com frutas de caroço envolvem a criação, adaptação de cultivares que sejam resistentes a doenças, produzam frutas de qualidade e atenda ao gosto do consumidor em relação à coloração da epiderme, equilíbrio acidez/ açúcar e tamanho, além de apresentarem resistência ao transporte e armazenamento. A tendência é que haja uma estabilização na área cultivada e que diminua o cultivo de pêssegos para indústria, dando lugar às frutas de dupla finalidade e, principalmente, frutas de mesa para outras regiões do País.
Cultivares: Para mesa: bem precoces: Flordaprince (AS), Tropical-1 e 2 (AS) e Maravilha (BS); precoces: Dourado-1 e 2 (AS), Douradão (AS), Aurora – 1 e 2 (AP), Jóia-1, 2, 3, 4 e 5 (BS), Ouromel – 2 e 3 (AS), Petisco-2 (AS), Centenário (AS), Delicioso Precoce (BS) e Premier (BS) (os dois últimos para regiões mais frias); medianos: Talismã (BP), Relíquia (BP), Alô Doçura (BP),Cristal (BP), Canário (AP), Catita (BS), Doçura (BS), Pérola de Mairinque (BP), Coral (BS) e Marli (BS) (os dois últimos para regiões mais frias); tardios: Biuti (AP) (dupla finalidade), Natal (BP) e Bolão (BS). Para conserva: precoce: Régis (AP) (dupla finalidade); tardios: Rei da Conserva (AP), Real (AP) e Diamante (AP). A – polpa amarela; B – polpa branca; S – caroço solto; P – caroço preso.
Mudas e plantio:  Utilizar mudas enxertadas sobre cavalos de pessegueiro, propagados por sementes, de preferência do cultivar Okinawa, resistente aos nematóides de galhas. Mudas de raízes nuas: plantio em julho e agosto; em recipientes: qualquer época, de preferência na estação das águas.
 Espaçamento: 6 x 4m a 7 x 5m para plantios convencionais; 4 x 2m a 5 x 3m para plantios adensados.
Mudas necessárias: 285 a 410 e 666 a 1.250/ha, de acordo com o espaçamento.
Controle da erosão: plantio em nível ou cortando as águas, patamares ou banquetas em terrenos declivosos, capinas em ruas alternadas; roçadeira no período das águas; cobertura morta do solo.
Calagem: de acordo com a análise de solo, aplicar calcário para elevar a saturação por bases a 70%, distribuindo o corretivo por todo o terreno antes do plantio ou mesmo durante a exploração do pomar, incorporando-o através de aração e/ou gradagem.
Adubação de plantio: aplicar, por cova, 2kg de esterco de curral, bem curtido, 1kg de calcário magnesiano, 200g de P2O5 e 60 de K2O, pelo menos 30 dias antes do plantio. Em cobertura: a partir da brotação das mudas, aplicar ao redor da planta, 60g de N, em quatro parcelas de 15g, de dois em dois meses.
Adubação de formação: para plantios convencionais, de acordo com a análise do solo e por ano de idade, aplicar 60 a 120 g/planta de cada um dos nutrientes: N, P2O5 e K2O; o N em quatro parcelas, de dois em dois meses, a partir do início da brotação.
Adubação de produção: no pomar adulto convencional, a partir do 5º ano, dependendo da análise do solo e da produtividade, aplicar anualmente 3 t/ha de esterco de galinha, ou 15 t/ha de esterco de curral, bem curtido, e 90 a 180 kg/ha de N, 20 a 120 kg/ha de P2O5 e 30 a 150 kg/ha de K2O. Após a colheita, distribuir esterco, fósforo e potássio, na dosagem anual, em coroa larga, acompanhando a projeção da copa no solo, e, em seguida, misturá-los com a terra da superfície. Dividir o nitrogênio em quatro parcelas, aplicadas em cobertura, de dois em dois meses, a partir do início da brotação.
Irrigação: Indispensável nas estiagens (por sulcos, gotejamento, em bacias ou aspersão); sua substituição parcial é feita por meio de cobertura morta, em áreas de adequado equilíbrio hídrico.
Outros tratos culturais: capinas, podas de inverno e verão (desbrotas), desbate e ensacamento dos frutos (opcional, para proteção contra a mosca-das-frutas). Herbicidas: glyphosate, paraquat, diquat, gluphosinate de amônio, atrazine.
Controle de pragas e doenças: no inverno – calda sulfocálcica concentrada, cianamida hidrogenada (para quebra de dormência), óleo mineral e caiação do tronco; na vegetação – fungicidas: mancozeb, benomyl, captan, enxofre, folpet, óleo mineral, dicloran, thiram, dithianon, dodine, quinomethionate e iprodione; bactericida: terramicina; inseticidas e/ou acaricidas: carbaryl, fenitrothion, ethion, tetradifon, enxofre, malathion, dimethoate, óleo mineral, formothion, trichlorfon, parathion methyl, deltamethrin, dichlorfon, azinphos, cyhexatin, phosmet, fenthion, quinomethionate e naled.
Colheita: setembro a fevereiro, conforme o cultivar e a região; safras comerciais a partir do 2º ano de instalação do pomar: colheita manual de frutos no estádio de vez.
Produtividade normal: 20 a 30 t/ha de frutos, em pomares adultos racionalmente conduzidos e conforme o espaçamento.
Cultivo do Caqui
Dentre as frutas de clima temperado, o caquizeiro foi a que apresentou maior crescimento nos últimos anos. De 1999 a 2009, a produção cresceu 167,65 %, e a área colhida, 48,42% (Tabelas 1 e 2). Além disso, as exportações cresceram muito nesse período, aumentando de 155 (1998) para 1.724 ton (2008), ou seja, crescimento de 1.012,26 %. Em contrapartida, nesse mesmo período, foi a fruta que apresentou a maior redução tanto no volume (-88,73 %) quanto em valor importado (-76,43 %) (Tabelas 7 e 8). O sucesso dessa cultura é devido à possibilidade de obtenção de boa produtividade, com pouca utilização de insumos, uma vez que o caquizeiro apresenta relativa rusticidade em relação ao ataque de pragas e doenças, adaptação aos diversos tipos de clima e possibilidade de exportação. Contudo, alguns problemas ainda impedem o crescimento dessa cultura, como, por exemplo, a coincidência de colheita da cultivar Fuyu nos principais estados produtores, fato que requer a adoção de medidas de manejo pré e pós-colheita para, desta maneira, controlar a oferta e, consequentemente, evitar que ocorram variações negativas no preço de venda. A perspectiva é que o aumento de cultivo continue, uma vez que se trata de uma espécie interessante para diversificação nos pomares, exportação e pela aceitação das cultivares do grupo sem adstringência.
Cultivares: tipo taninoso – Taubaté, Pomelo (IAC 6-22), Kaoru (IAC 13-6), Rubi (IAC 8-4), Regina (IAC 2-4), Coral (IAC 158-12) e IAC 158-19; tipo variável – Rama Forte, Giombô e IAC 4-18; tipo doce – Fuyu, Jirô, Fuyuhana (IAC 152-7), Fuyutian (IAC (IAC 152-33) e a seleção IAC 152-32.
Mudas e plantio: utilizar mudas de raízes nuas, enxertadas sobre cavalos oriundos de sementes de caqui comum. Em terras úmidas e fracas, adotar D. virginiana espécie de caquizeiro norte-americano como porta-enxerto.
Época de plantio: junho a julho. 
Espaçamento (básico): 7 x 5m; para caqui não-taninoso: 6 x 4m.
Mudas necessárias: 285/ha; para caqui não-taninoso: 410/ha.
Controle da erosão: plantio em nível ou cortando as águas, patamares ou banquetas, em terrenos mais declivosos, capinas em ruas alternadas, roçadeira na época das águas e cobertura morta sob as plantas.
Calagem e adubação: de acordo com a análise do solo, aplicar o calcário para elevar a saturação por bases a 70%. Aplicar o corretivo em todo o terreno, antes do plantio ou mesmo durante a exploração do pomar, incorporando-o por meio de aração e gradagem.
Adubação de plantio: aplicar, na cova, 2kg de esterco de galinha ou 10kg de esterco de curral bem curtido, 1kg de calcário magnesiano, 160g de P2O5 e 60g de K2O, pelo menos 30 dias antes do plantio. Em cobertura, a partir do início da brotação das mudas, aplicar ao redor da planta, 60g de N, em quatro parcelas de 15g, de dois em dois meses.
Adubação de formação: de acordo com a análise de solo, e por ano de idade, aplicar 20 a 60 g/planta, de cada um dos nutrientes: N, P2O5 e K2O, sendo a de N em quatro parcelas, de dois em dois meses, a partir do início da brotação.
Adubação de produção: no pomar adulto, a partir do 8º ano e conforme a análise de solo e a meta de produtividade, aplicar anualmente, 2 t/ha de esterco de galinha, ou 10 t/ha de esterco de curral bem curtido, e 70 a 200 kg/ha de N, 20 a 120 kg/ha de P2O5 e 20 a 140 kg/ha de K2O. Após a colheita, distribuir esterco, fósforo e potássio, na dosagem anual, em coroa larga, acompanhando a projeção da copa no solo e, em seguida, misturá-los com a terra da superfície. Dividir o nitrogênio em quatro parcelas, aplicadas em cobertura de dois em dois meses, a partir do início da brotação.
Irrigação: aconselhável nas estiagens; empregar em substituição parcial, cobertura morta sob as plantas.
Outros tratos culturais: capinas, podas de formação e de limpeza, e desbaste dos frutos. Nos caquis doces, efetuar, quando viável, o ensacamento dos frutos contra a mosca-das-frutas.
Controles de pragas e doenças: no inverno – calda sulfocálcica concentrada e caiação do tronco; na vegetação – fungicidas oxicloreto de cobre, ziram e calda bordalesa e inseticidas fenthion, parathion methyl, trichlorfon e fenitrothion.
Colheita:fevereiro a maio, conforme cultivar e região; safras comerciais a partir do 4º ano de instalação do pomar; colheita manual de frutos no estádio de vez.
Produtividade normal: 15 a 35t/ha de frutos em pomares adultos e racionalmente conduzidos (Boletim, IAC, 200, 1998.).
Considerações finais
Segundo o exposto apresentado, é de grande significância econômica o cultivo do caqui, maça e pêssego para o Brasil. De modo que suas características climáticas favorecem muito o cultivo fazendo que haja um grande consumo interno dessas frutas. Para garantir a qualidade dos frutos é necessário o acompanhamento e cuidados específicos, processos quem vem desde o manejo do solo até na estocagem e armazenamento.
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Referências
FACHINELLO, JOSÉ CARLOS et al. Situação e perspectivas da fruticultura de clima temperado no Brasil. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 33, n. 1, p. 109-120, 2011.
Boletim, IAC, 200, 1998.
https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Pessego/PessegodeMesaRegiaoSerraGaucha/custos.htm

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