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BRENER AUGUSTO GONÇALVES – RA: 1200916-2 AGRONOMIA 5-NA FRUTICOLAS TEMPERADAS FRUTICULTURA PROFESSOR (A) TITULAR: JOSÉ SERGIO RIGHETTI Maringá 2017 Maringá 2017 Maça O cultivo da macieira é uma atividade relativamente recente no Brasil. No início da década de 70, a produção anual de maçãs era de cerca de 1.000 toneladas. Com incentivos fiscais e apoio à pesquisa e extensão rural, o Sul do Brasil aumentou a produção de maçãs em quantidade e em qualidade, fazendo com que o país passasse de importador a auto suficiente e com potencial de exportação. Em levantamentos feitos pela Associação Brasileira de Produtores de Maçãs (ABPM), verificou-se que na safra de 2001, aproximadamente 2700 produtores estiveram envolvidos na cultura e a área plantada foi de cerca de 30.000 ha, com produção estimada de 800.000 t. A maçã brasileira já conquistou os consumidores de outros países, especialmente os europeus, e entre 10 a 20 % da fruta são exportados para diversos mercados, principalmente para a Europa. O setor da maçã é reconhecido pelo governo, pela sociedade e por todos os segmentos da fruticultura nacional, sendo frequentemente apontado como exemplo pelo sucesso alcançado. Há uma crescente consciência mundial a respeito da importância da qualidade de vida, expressa na preocupação com a preservação, uso adequado dos recursos naturais e com a qualidade dos alimentos e, especialmente, da fruta. Os reflexos desta tomada de consciência são percebidos em todas as regiões através do redimensionamento dos sistemas produtivos incluindo os componentes ambientais e de qualidade de vida (alimentação saudável, etc.) através de uma mudança conceitual relativamente à ocupação do espaço rural e à escolha da tecnologia. Para os países exportadores de maçãs (reais ou em potencial), a implementação de normas e critérios de qualidade mais rigorosos se constituem em barreiras alfandegárias, que podem ser transpostas pela adoção de um sistema de produção que racionalize a utilização dos agroquímicos e que estes sejam menos prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana. Neste contexto de profundas mudanças no perfil do mercado nacional e internacional da maçã, via mudanças dos hábitos, gostos e preferências dos consumidores, a definição de um sistema de Produção Integrada de Maçãs (PIM) no Brasil, viável técnica e economicamente, significa habilitar este setor para enfrentar os desafios que este novo cenário impõe. Para a adoção deste sistema de produção, o fruticultor deve contar com assistência técnica habilitada para conduzir as práticas de manejo do pomar atendendo aos princípios e às Normas Técnicas da PIM, inscrever-se no MAPA como aderente ao sistema visando conduzir sua área durante um ano prévio à certificação e, a seguir, estabelecer contato com uma empresa que irá fazer a Avaliação da Conformidade, a qual poderá emitir o selo de PIM para a fruta no fim do ciclo. As características gerais dos procedimentos utilizados na PIM diferem das recomendações disponíveis para a cultura porque estabelecem limites para as práticas que podem ter influência definitiva na qualidade, produtividade e na demanda de uso de agroquímicos nos pomares. Maringá 2017 Pêssego O pessegueiro é uma espécie nativa da China, com registros que remontam há 20 séculos a.C.. Estudos indicam que, provavelmente, teria sido levado da China para a Pérsia e de lá se espalhado pela Europa. No Brasil, segundo relatos históricos, o pessegueiro foi introduzido em 1532 por Martim Afonso de Souza, por meio de mudas trazidas da Ilha da Madeira e plantadas em São Vicente, atual estado de São Paulo. Segundo dados da FAO (1998), a produção mundial de pêssegos é de aproximadamente 11 milhões de toneladas, sendo os principais produtores a China, a Itália, os EUA e a Espanha. Embora sendo o maior produtor mundial, a China não figura na relação dos países exportadores, o que provavelmente se deve ao grande consumo interno. Ainda com base nessas mesmas estatísticas, na América do Sul, o Chile e a Argentina aparecem na oitava e nona posição, respectivamente, com produção de aproximadamente 280 mil toneladas/ano e o Brasil na 13º, com uma produção anual de 146 mil toneladas. Segundo o IBGE, no período entre 1970-1999, a produção brasileira de pêssego passou de 111 para 159 mil toneladas/ano, assim distribuídas entre os estados produtores: Rio Grande do Sul: 42%, São Paulo: 22%, Santa Catarina: 19%, Paraná: 11%, Minas Gerais: 5% e os demais estados: 1%. A área de pomares de pessegueiros, segundo essa mesma estatística, passou de 16,6 para 20,7 mil hectares, assim distribuídos: Rio Grande do Sul (51%), Santa Catarina (20%), São Paulo (15%), Paraná (9%), Minas Gerais (4%) e os outros estados (1%). Levantamentos mais recentes, efetuados pela Embrapa Clima Temperado, indicam que, no Rio Grande do Sul, nesse mesmo período, foram agregados mais de 5 mil ha de pomares, sendo que dois deles já se encontram em produção, embora ainda não incorporados às estatísticas oficiais. Estimando-se, a partir dos dados acima, a produtividade média de cada estado produtor, verifica-se uma disparidade significativa pois, enquanto o maior estado produtor, o Rio Grande do Sul, apresenta uma produtividade de 6,4 ton. /Ha e Santa Catarina, também tradicional produtor, 7,2 ton. /Ha, nos estados do Paraná, Minas Gerais e São Paulo a produtividade é de 9,2; 10,6 e 10,7 ton./ha, respectivamente. Esse fato, provavelmente, está relacionado ao nível tecnológico empregado e à idade média dos pomares nas regiões tradicionais. No Brasil, os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná têm as melhores condições naturais para a produção comercial do pêssego. É possível, no entanto, produzi-lo em outros estados com cultivares menos exigentes de frio ou em estações microclimáticas No Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, é possível se encontrar plantas de pessegueiro em todas as regiões. Entretanto, a produção comercial está concentrada em três polos que, juntos, segundo a Embrapa Clima Temperado, somam cerca de 13 mil hectares de pomares. O primeiro dos três polos mais importantes localiza-se na chamada "Metade Sul" do estado, que compreende 29 municípios e concentra mais de 90% da produção destinada ao processamento industrial de diversas formas, com destaque para a compota. Anualmente são produzidas, em média, 40 milhões de latas de 1kg de compota destinadas ao mercado interno. Mesmo Maringá 2017 com um consumo per capita de apenas 0,25 kg, o país tem importado anualmente cerca de 20 milhões de latas da Grécia, Espanha, Argentina e Chile. Entretanto, como resultado das taxações impostas pelo governo às importações, a partir de 1999 houve redução de cerca de 50% dessas importações, beneficiando e protegendo a cadeia produtiva. Essa atividade, em expansão em todo o estado do Rio Grande do Sul, em função do apoio do Governo Federal com programas de financiamento a fundo perdido, tem-se apresentado como uma ótima alternativa aos agricultores da região (Metade Sul). Segundo Madail et al (2002), o sistema de produção atualmente adotado pelos agricultores de base familiar apresenta uma Taxa Interna de Retorno - TIR de 43,9% e o sistema empresarial 38%. Esses valores são superiores às taxas de juros no mercado financeiro ou qualquer outro ativo especulativo. O segundo polo, localizado na Grande Porto Alegre, é composto por nove municípios e produz em média, segundo João et al (2001), 4.800 toneladas de pêssegos para o consumo in natura numa área de 312 ha, o que representa uma produtividade média de cerca de 15 toneladas/ha. Trata-se de uma região que apresenta uma importante vantagem competitiva, já que está próxima do principal mercado consumidor do estado (Grande PortoAlegre). O terceiro polo está localizado na Encosta Superior do Nordeste, na região também conhecida como Serra Gaúcha, mais especificamente nos municípios de Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Veranópolis, Farroupilha, Flores da Cunha, Nova Pádua, Antônio Prado, Ipê, Pinto Bandeira e Campestre da Serra. Na safra 2000/2001, a região produziu cerca de 46 mil toneladas de pêssego que, na sua totalidade, são destinadas ao mercado de consumo in natura, numa área de aproximadamente 3.200 ha, o que representa uma produtividade superior a 14 toneladas/ha. Por se tratar de uma região produtora de frutas tradicional, com ênfase especial na viticultura, a ascensão do pêssego passa a ter, na sequência, uma abordagem mais detalhada nos seus aspectos técnicos e econômicos. Caqui O caquizeiro (Diospyros kak L.F.), pertencente à família das Ebenáceas, é originário da Ásia, onde é cultivado há séculos, principalmente na China e no Japão. Atualmente, seu cultivo é realizado em quase todas as regiões de clima temperado e subtropical do mundo. Época de Plantio: Caso se utiliza mudas de raiz nua, plantar de julho a agosto. No caso de mudas de torrão, deve ser realizado de outubro a dezembro, ou seja, na estação chuvosa. Solo: Desenvolve-se bem nos mais variados tipos de solos, desde que sejam dotados de boa capacidade de retenção de umidade. As condições mais propícias, no entanto, são encontradas nos solos areno-argilosos, profundos, bem drenados e com alto teor de matéria orgânica. Evitar baixadas muito úmidas e propícias a geadas, devendo-se instalar o pomar em locais que facilitem a mecanização das operações. Clima: Trata-se de planta tipicamente subtropical, com ampla capacidade de adaptação às nossas condições ambientais. Embora seja uma espécie de Maringá 2017 folhas caducas, como são as fruteiras de clima temperado, sua área de cultivo costuma se estender pelas mesmas regiões de cultivo das plantas cítricas, exigindo precipitações anuais entre 1.000 e 1.500 mm. A temperatura média mais apropriada para a maioria das variedades fica em torno de 15 a 17ºC, apesar do cultivo também ser possível em regiões com temperaturas médias mais elevadas. Tolera baixas temperaturas sendo essas importantes para a quebra de dormência das gemas e para ocorrência de brotação e florescimento abundante e uniforme. Evitar plantar em locais expostos a ventos muito fortes, pois em situações de carga elevada pode ocorrer quebra de ramos. Uso culinário: utilizado principalmente como fruta de mesa, para consumo fresco. Também pode ser processado e destinado à produção de caqui cristalizado (passa de caqui) e vinagre. A passa de caqui é um produto altamente nutritivo, de sabor bastante agradável, com consumo ainda restrito aos membros da colônia japonesa, talvez devido ao fato de ser produzida em pequenas quantidades. A produção de vinagre de caqui apresenta alto rendimento em mosto para fermentação, resultando em produto de qualidade muito boa, com aproveitamento dos frutos que normalmente seriam descartados. Uso medicinal: O caqui é rico em amido, pectina, açúcares e vitaminas A, B1, B2 e C. É considerado alcalinizante, antioxidante, estomáquico, fortificante, laxante e nutritivo. Apresenta também, em sua composição, cálcio, ferro e proteínas. Colheita: o caquizeiro é espécie de crescimento vegetativo inicial bastante lento. Em mudas enxertadas, espera-se a primeira colheita no 3º ano de plantio e daí em diante a produção vai crescendo progressivamente, até por volta do décimo quinto ano, quando praticamente se estabiliza. De um modo geral, uma planta adulta, em culturas bem conduzidas, produz de 100 a 150 kg de frutos, por ano. A colheita dos frutos é feita quando eles perdem a coloração verde e adquirem tonalidade amarela avermelhada. A época de colheita varia em função das condições climáticas, das variedades e dos tratos culturais, estendendo-se de fevereiro a junho. Nas regiões de clima mais quente, a safra é mais precoce, assim como em regiões mais frias, a safra é mais tardia. Área mínima: Pode ser cultivada em áreas de dimensões variáveis, inclusive em pequenos pomares, vasos e até em bonsai. Deve-se atentar que são plantas exigentes em tratos culturais, especialmente podas de formação, condução e frutificação, capinas, pulverizações, dentre outras, o que exige que se faça planejamento adequado compatibilizando área a ser cultivada e disponibilidade de mão-de-obra, capital financeiro e exigências de mercado. Onde comprar: Compre muda de viveiristas credenciados e idôneos, devendo ser acompanhadas de Atestado de Garantia e Etiqueta de Identificação (variedade, idade, porta enxerto).
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