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Causas de pedir na falência - continuação 
     O primeiro pressuposto, então, é a impontualidade. Art 94, § 3º - a lei 11101 e a lei específica de protesto falavam em protesto para fim falimentar, mas a jurisprudência já consolidou que o mero protesto cambiario seria suficiente para fins de falência. Há, também, a necessidade de que o protesto tenha sido feito em nome de alguém da sociedade empresária, ainda que não tenha poderes para responder pela sociedade, isso em nome do princípio da boa fé. Pelo princípio da preservação da empresa, tem que ser pelo menos 40 SM, pois não se pode colocar fim a uma atividade empresarial por dívida irrisória. Por não ser processo de cobrança de dívidas e, sim, de execução coletiva, evita-se a execução de menos de 40 SM. 
Execução frustrada (art 94, II): tem que haver a tríplice omissão (pagar, depositar e nomear bens à penhora) do devedor e suspensão da execução, em que o credor, ao ter sua execução frustrada, pode requerer a falência do devedor. Não precisa haver protesto aqui, apenas a tríplice omissão. Também não precisa ser superior a 40 SM. No prazo da contestação, antes de decretada a quebra, o devedor pode adimplir a  obrigação. Súmulas 39, 48 e 50 do TJSP. Aqui, necessariamente, o titular da ação tem que ser o credor, pois ele vai suspender sua execução singular para adotar a via da falência e receber seu crédito. 
Atos de falência (art 94, III): atos que podem ocorrer no cotidiano de qualquer sociedade, contudo, se ocorrerem, taxativamente, no caso de não pagamento de suas obrigações, ensejam a falência. Exceto se fizer parte do plano de recuperação judicial, que é a estratégia do devedor para sair da situação de dificuldade, pois nesse caso o credor estará ciente dos atos que serão praticados pelo devedor. Deve-se provar um dos fatos contidos nas alíneas (exceto se em recuperação judicial). O protesto é desnecessário, assim como o valor superior a 40 SM tb. 
"a"- liquidação precipitada é aquela em que se vende os ativos por preço abaixo do valor de mercado, o que acaba prejudicando os credores, pois em um processo de falência, poderia vender pelo mesmo preço do mercado ou próximo, abarcando um número maior de credores. "b" - vender para um laranja, mas na verdade continua no meu nome a sociedade. "c" - trespasse de estabelecimento, sem bens suficientes para solver o passivo. "d" - finge que mudou de sede, colocando sede fictícia em outra cidade, para que qualquer ação, cobrança etc. seja proposta na cidade do estabelecimento fictício. "d" - pega um credor quirografário e dá a ele alguma garantia ou reforça a garantia de um credor que já a possua. Nesse caso, estou privilegiando um credor em detrimento de outros e, em eventual falência, esse credor que foi beneficiado será classificado como credor com garantia real, passando na frente na fila de recebimento da falência, em relação aos credores quirografários. Se decretada a falência, a garantia ou reforço será desfeita através da ação revocatória. "f" - se ausenta sem deixar representante habilitado. "g" - quando se tem a recuperação judicial deferida, durante 2 anos você se submete a uma fiscalização pelo administrador judicial e pelo juiz para saber se está cumprindo o que prometeu no plano de recuperação. Se nesse período, o devedor não cumprir com qualquer obrigação estabelecida, o juiz pode, de ofício, convolar a recuperação em falência ou também a requerimento do credor. Se ele cumprir com todas as obrigações durante os 2 anos, o processo se encerra, mas a recuperação pode continuar. Se não cumprir depois dos 2 anos da supervisão, considera-se ato de falência, ensejando o requerimento da mesma. Diferenç a que normalmente cai em prova. 
     Requerida a falência, o devedor terá um prazo para contestar (10 dias a contar da ciência do requerimento de falência). Pode fazer isso de algumas formas:
Matérias relevantes para se alegar em busca do afastamento da presunção de insolvência - art 96 (matérias relevantes de direito). Essas matérias impedem a decretação da falência.
Pode pedir a recuperação judicial (art 95) - por peça autônoma, sob pena de preclusão, pois uma vez decretada passado o prazo para contestação, não se pode mais requerer recuperação judicial, pelo menos pela Lei. Mas já há entendimento jurisprudencial, em nome da preservação da empresa, de que o requerimento de recuperação judicial pode ser feito a qualquer tempo até a decretação da falência, ou seja, não é preclusivo o prazo.
Pode ser feito também depósito elisivo (art 98) -  impede a quebra principal e deverá ser acrescido dos juros, da correção e dos honorários advocatícios. O depósito elisivo é um depósito judicial, que comprova que você não está insolvente e serve para se discutir a validade daqueles títulos (§ único do art 98) - aqui não se está pagando, mas buscando discutir a natureza dos títulos. O depósito elisivo tem prazo da contestação e, se não respeitado, perde a oportunidade. Há entendimento jurisprudencial de que o devedor deveria ter se valido dos instrumentos fornecidos pela lei para evitar a falência, mas se não o fez no prazo, não pode requerer desconstituição da falência por meio de ação autônoma com base na falsidade do título. Ainda que tenha sentença POSTERIOR à decretação da quebra, o juiz da falência não é obrigado a desconstituir o título se ele não se convencer de que o título era anulável. 
Súmula 248, STJ - duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil para instrução do pedido de falência, se comprovada a prestação de serviços. Atenção: duplicata - apenas compra e venda mercantil ou prestação de serviço - título de crédito causal (arts 1, 2 e 20 da lei de duplicatas).
Conflito intertemporal
     Art 192 da LF. Muitos processos de falência são morosos, principalmente os regidos pela lei antiga. Criou-se então uma confusão: a partir do advento da LF, qual lei se aplica aos processos em curso? A LF diz que não se aplica aos processos já em curso.
Confronto entre o art 192 e seu § 4º da LF - informativo 489, STJ.
Possibilidade de deferimento de concordata suspensiva após a vigência da nova lei? Art 192, § 1º - depois  da vigência na nova lei, acabou a concordata; e se o requerimento tivesse sido feito antes da nova lei e a decretação da quebra após a segunda lei? Por mais que a falência tenha sido decretada após a vigência da nova lei, temos um conflito aparente de normas, pois não existe mais essa possibilidade de concordata suspensiva. Então será sempre falência, pois não pode mais requerer um instituto que acabou. 
     Da sentença que decreta a quebra, todos os atos realizados nos 90 dias anteriores são tidos como suspeitos e serão analisados pelo juiz.  Na lei anterior, esse termo legal era de 60 dias.
     Pela jurisprudência e doutrina, aplica-se a lei nova para as falências decretadas em sua vigência, mesmo que o pedido seja anterior, pois o período que conta é o da decretação da quebra, e não do requerimento de falência, aplicando-se o art 99. 
A fixação do termo legal já é feita na própria sentença que decreta a quebra. 
Conflito intertemporal em relação ao direito tributário - na lei antiga, a ordem de recebimento das dívidas tinha o fisco como segundo na fila, na nova lei, ele está em terceiro. O informativo 489 diz que se a falência foi decretada antes da lei 11101, usa-se a antiga ordem de preferência, se foi depois, utiliza-se a nova, pois é uma questão material, e não processual. 
      Art 101 da lei 11101 - tem que haver comprovação de dolo para impactar a imagem do devedor e o pedido de falência for indeferido, cabe ação posterior de perdas e danos. Pode ser com base em títulos falsos ou prescritos, e eu devo saber da condição desses títulos e ter dolo de, ainda assim, requerer a falência. A extinção do procedimento por vício de citação ou depósito elisivo não ensejam essa ação ordinária - Resp 457283 STJ. 
Sentença falimentar 
Natureza jurídica: cível, pois impõe uma série de efeitos com relação aos negócios jurídicos celebrados pelo devedor.Tem também natureza penal, pois normalmente a decretação da quebra ou o estado falimentar advém de alguma prática de crime, seja fraude contra credores, ocultação de patrimônio etc. 
Inaugura a 2ª fase do processo falimentar: sai da fase pre falimentar e se inicia a fase efetivamente falimentar, dando início à maximização dos ativos. 
Efeitos:
termo legal da falência: até 90 dias anteriores, tendo algumas regras. Conta-se a partir da data do primeiro título protestado, ou seja, da data do primeiro protesto, conta-se 90 dias anteriores. Se o ato tiver sido feito para prejudicar credores, através de ação revocatória eu posso anular aquele ato. Quando a recuperação judicial é convolada em falência, o termo legal é contado a partir do momento de requerimento de recuperação judicial.
apresentação da relação de credores pelo falido:  a partir daí, inicia-se a habilitação do crédito, para que sejam pagos os credores. Após a apresentação da relação de credores pelo devedor, os credores tem um prazo para impugnar.
prazo para habilitação dos créditos: habilitar créditos ocorre quando o devedor não apresentou determinado credor na relação de credores e ele quer se habilitar ou quando quer impugnar pois discorda da forma como seu crédito foi categorizado na relação de credores.
suspensão das ações e execuções contra o falido
nomeação do administrador judicial: órgão auxiliar do juiz, que estará dentro da sociedade, arrecadando os bens.
convocação de assembleia para nomeação e constituição de um comitê de credores: chama-se os credores a comparecer em determinada data para constituir comitê de credores, que é formado por um representante de cada classe que irá acompanhar o processo de falência.
lacre ou continuação provisória: para evitar que o administrador ou empresário individual dilapidem o patrimônio, fecha-se o estabelecimento (lacre); ou por mais que tenha sido decretada a falência, a atividade pode continuar, se o juiz entender que a descontinuidade repentina vai prejudicar ainda mais a massa falida (continuação provisória).
Recursos: da sentença que decreta a quebra cabe agravo de instrumento. Da sentença denegatória de falência, cabe apelação. No caso de improcedencia, será possível fixar indenização em favor do réu? Sim, se eu puder provar que o requerimento de falência foi feito de forma dolosa, apenas para prejudicar a 
Juízo da falência (competência)
     O processo de falência envolve tanto interesses particulares quanto públicos, principalmente na manifestação do MP durante o processo. Como uma atividade econômica gera empregos e gera riquezas, a competência territorial é absoluta, e não relativa, apesar do que diz o CPC, pois envolve interesse público. Logo, se a ação for ajuizada no juízo errado, não haverá declinação de competência, mas extinção do processo sem resolução de mérito. 
Art 3º da LF - a grande dúvida era: qual seria o principal estabelecimento? principal estabelecimento poderia ser a sede declarada no contrato social/estatuto social, poderia ser a sede administrativa, aonde são tomadas as principais decisões e poderia, também, ser o principal estabelecimento econômico, em que circule a maior quantidade de dinheiro. A jurisprudência, então, consolidou que seria a sede administrativa, pois essa é a sede que toma decisões que impactam o negócio como o todo e, se o juízo falimentar estiver no mesmo local da sede administrativa, se torna mais fácil de tornar o processo célere. Essa sede pode muito bem ser sede "fantasma", para pagar menos impostos. Logo, o principal estabelecimento a que se refere o artigo é a sede administrativa, local aonde a diretoria se reúne. Por ter natureza funcional, ou seja, se subsumir a interesses públicos, a competência é absoluta. Enunciado 465 do CJF + informativo 506, STJ.
Legitimidade
Ativa:
Pedido de autofalência - art 105 a 107 da LF;
Credor com garantia real;
Credor debenturista;
Credor fazendário;
Demais legitimados do art. 97 da LF. 
 Autofalência - Confissão de falência pelo devedor empresário
     É dever do devedor empresário, insolvente, pedir sua autofalência? Segundo o art 105 da LF, ele deverá fazer isso, contudo, a lei não colocou uma sanção para quem não pedir, até porque quem vai avaliar, nesse caso, se esta em dificuldade financeira, é o próprio devedor e este sempre vai achar que pode se recuperar. O objetivo da lei é claro: baseia-se na boa fé, se vc está insolvente, declare sua falência para que outra pessoa possa exercer a atividade econômica e conservar ao máximo a atividade empresarial. 3 correntes:
Sergio campinho - mera faculdade, pois não há sanção na lei;
Doutrina americana - deepening insolvency - na zona de insolvência, seria um dever, pois o estado vai te ajudar a pagar seus débitos e, se não pedir, pode-se ajuizar ação de responsabilidade civil, pois se você não pediu falência, você está prejudicando terceiros (art 82 da LF);
Business judgement rule - afasta a responsabilidade civil. Regra da decisão negociada, ou seja, a partir do momento em que o administrador comprova que sua decisão negocial  foi refletida, informada e desinteressada, apesar de prejudicar terceiros, pode-se afastar a responsabilidade civil. 
     Na zona de insolvência, há sempre 2 decisões a tomar, no caso da autofalência: Ou confessa a autofalência, com base na boa fé ou insiste no prolongamento artificial da atividade.
	Confissão de autofalência
	Insistência no prolongamento artificial da atividade
	Bens são arrecadados para o pagamento dos credores
	Extinção dos ativos (dilapidação do patrimônio)
	Dívida não aumenta
	Dívida aumenta
	Passivo equacionado
	Aumento do passivo (celebração de contratos em condições desfavoráveis)
	Não acarreta prejuízos a terceiros (pois não faz pedidos a fornecedores sem condições de pagá-los)
	Acarreta prejuízos a terceiros
 
Credor com garantia real
     Informativo 399, STJ. Para o credor requerer a falência, ele tem que abrir mão da garantia real ou então provar que aquela garantia dada não é mais suficiente para o adimplemento da obrigação, sendo que nesse último caso, a falência seria requerida com base na diferença. Isso porque, como tem garantia real, já teria uma ação própria para buscar a satisfação de seu crédito. 
Credor debenturista
     Debênture é um valor imobiliário, mas diferente de uma ação, não é parte do capital social. A debênture é um título de dívida. Art 68, § 3º, "c", da lei de S/A. É feito quando a S/A não quer capitar dinheiro do novos sócios, mas no mercado e ele vende um título para a pessoa X, que daqui a Y anos vai receber aquele dinheiro de volta com um adicional.
     Há um banco que representa os debenturistas, que é um agente fiduciário e este banco é o legitimado para requerer a falência, com base nos títulos de todos os debenturistas (geralmente é um banco, mas pode ser qualquer instituição financeira).
 
Credor fazendário
     Como a fazenda tem a execução fiscal para satisfazer seu crédito, ela não tem legitimidade para falência. Além disso, alguns autores apontam que não seria interesse do estado e, como tal, não deveria ele representar em primeiro lugar um pedido de falência.                         Hoje, há uma discussão, pois há projetos de lei em alguns estados e municípios que estão tentando transformar títulos da dívida ativa em títulos executivos para requerimento de falência. Resp 363.206/MG.
Obs: o devedor não precisa ser regular. O credor que requer a falência precisa ser regular? Pelo art 97, § 3º, sim. 
Passiva:
(Im)possibilidade de ser decretada a falência de uma sociedade de economia mista ou empresa pública - para empresas públicas e sociedades de economia mista, entende-se que é dever do estado recuperar essas atividades e, portanto, elas não serao decretadas falidas pelo procedimento da lei 11101. art 2 da LF. Há uma discussão doutrinária aqui, sobre a sociedade da economia mista: 1) Tavares Borba e haroldo malheiros - há possibilidade, pelo princípio da isonomia (art 173, CF), sendoo art 2 da LF inconstitucional; 2) marcos juruena - não há possibilidade, pois por simetria à sua constituição, sua dissolução seria mediante autorização contida em lei específica; 3) bandeira de mello - possibilidade apenas para aquelas que exploram atividade econômica, pois o art 2 da LF deve ser interpretado à luz da CF, portanto, seria possível para as que prestam serviço privado, mas não para as que prestam serviço público.
Instituições financeiras - lei específica. Art 2 da LF.
Planos de saúde - ANS. Art 2 da LF. 
Cooperativas de crédito - lei específica. 
Seguradoras - lei específica. 
Consórcios - lei específica. 
Obs: (im)possibilidade de ser decretada a falência de uma subsidiária integral de uma sociedade de economia mista ou empresa pública - subsidiária integral é quando o capital daquela empresa está todo relacionado à empresa controladora. O entendimento é de que a subsidiária poderia, sim, se submeter ao regime de falência. 
 O credor não pode formular requerimento de falência aos devedores previstos no art. 2º, II da LF. O pedido de autofalência, nesses casos, precisa de autorização do órgão fiscalizador, por exemplo do BACEN (art 197, LF). Logo, não estão completamente excluídas da falência, só não será admitida para um pedido formulado pelo credor. 
Créditos excluídos da falência
     Alguns créditos não se submeterão à falência, à execução coletiva; ou não serão exigíveis ou serão exigíveis apenas por ação autônoma. Os créditos que não podem ser reclamados são os do art 5º da LF.
Obrigação a título gratuito: como não há nenhuma contraprestação, o credor não pode se habilitar a receber uma "fatia do bolo" em eventual decretação de falência. Controvérsia: obrigação alimentar. Poderia o filho que não está recebendo pensão pois o pai está em crise econômica habilitar seu crédito no processo de execução coletiva da falência? Na lei antiga, não podia. Na lei nova, não há mais essa exclusão expressa, logo, a doutrina entendeu que seria possível a habilitação do crédito para o filho sem pensão. Contudo, qual seria a natureza desse crédito? A maior parte da doutrina entende que é um crédito quirografário, ainda que parte diga que seria equiparado ao crédito trabalhista. Atenção: a questão da pensão é a obrigação do empresário individual, e não do sócio. Outra divergência doutrinária: doação com encargo ou remuneratória poderia ser habilitada? Para quem entende que o encargo seria uma contraprestação, sim. Para quem entende que não, não poderia. 
Multas tributárias: na lei anterior, estavam excluídas da habilitação do crédito, só podia habilitar a obrigação principal. Na lei nova, está prevista no quadro geral de credores (art 83, VII), não sendo habilitadas junto com a obrigação principal, mas separadamente, pois a obrigação principal é a do inciso III. 
Desconsideração da personalidade jurídica na falência 
     Disciplina recente no direito brasileiro, que nasceu no art 28 do CDC, a chamada teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica. Teoria menor pois aqui não há um critério definido, ou seja, ficou a critério do juiz desconsiderar em qualquer hipótese é isso é ruim, pois o insucesso pode vir para qualquer pessoa, o que não quer dizer que você que faliu agiu de maneira fraudulenta ou cometeu algum crime. Isso cria uma insegurança muito grande para o investimento em qualquer tipo de atividade econômica. 
     O art 50 do CC criou a teoria maior da desconsideração da personalidade jurídica, estabelecendo a necessidade de se provar fraude por parte dos sócios. 
     Cumpre ressaltar dois elementos do emprego deste dispositivo que ainda não encontravam alicerces estáveis em nossa legislação, mas que podem mudar com o novo CPC:
Com o intuito de reforçar que não se trata de ato arbitrário do juiz, posto que devem ser observadas as formalidades legais para seu correto emprego, que serão ratificadas é melhor delimitadas pelo novo diploma processual (CPC de 2015);
A aplicação desse instituto não constitui, de forma alguma, causa de extinção da pessoa jurídica. Após atingida e satisfeita a obrigação do caso, volta ao normal. 
     Informativo 480, STJ: desvio no próprio grupo para prejudicar eventual requerimento de falência. Nesse caso, o juiz DEVE deferir a desconsideração da personalidade jurídica. Antes, a desconsideração da personalidade jurídica era feita apenas por meio de ação autônoma, mas aqui o STJ consolida que essa desconsideração pode ser feita dentro do próprio processo de falência, inclusive quando os sócios forem outras sociedades empresárias. Não só a questão formal, mas a questão fática é muito importante. Se formalmente aquela sociedade estiver desvinculada da que está sofrendo processo de falência, mas faticamente não estiver, pode ser requerida sua falência. Deve-se COMPROVAR a fraude. 
     Informativo 468, STJ: não há prazo para aplicar a desconsideração (art 77, § único, II, NCPC).
     Informativo 196, STJ: pode ser aplicada de ofício pelo magistrado na sentença. Apesar de não ser feita a qualquer custo, a desconsideração tem que ser ágil, para que evite a dilapidação do patrimônio, logo, os arts 133 e ss do NCPC não resolvem 100%. O grande temor dos aplicadores é que hoje o procedimento é ágil, mas muitas vezes desarrazoado, sendo que com o NCPC vai ganhar razoabilidade, mas deve perder em agilidade. Será que a aplicação predominantemente doutrinária e casuística não ganhava em celeridade o que se perdia em razoabilidade? Será que essa possível perda em celeridade não poderia prejudicar a efetividade do instituto, ao contrário  do que pretendeu o legislador quando lançou mão das novas regras? 
     Informativo 195, STJ: extensão para outras pessoas jurídicas do mesmo grupo e não precisa de ação autônoma.
Pertencendo a falida a grupo de sociedades sob o mesmo controle e com estrutura meramente formal, o que ocorre quando diversas pessoas jurídicas do grupo exercem suas atividades sob unidade gerencial, laboral e patrimonial, é legítima a desconsideração da personalidade jurídica da falida para que os efeitos do decreto falencial alcancem as demais sociedades do grupo
Administração da falência
Magistrado no processo de falência: considerado o personagem central, pois é o responsável pela condução do processo, é o presidente do processo. Possui a principal missão na falência, pois zela pela maximização dos ativos do falido, para que o maior número de credores sejam satisfeitos (art 75 da LF). Possui competências judicantes e administrativas:
Julgar;
Nomear auxiliares (art 99, IX da LF - não é apenas o administrador judicial, mas seus eventuais auxiliares);
Determinar remuneração do administrador judicial (art 22, § 1º da LF - gera muita polêmica pois pode ser impugnado pelos credores e devedores, já que o AJ não tem poder decisório, mas influencia fortemente nas decisões do juiz); 
Conduzir o processo (art 22, § 3º c/c arts 113 e 99, XI);
 
O administrador judicial não tem nenhuma autonomia, ele faz tudo com base no que diz o juiz. 
Ministério público no processo falimentar: na lei antiga, havia um dispositivo que permitia a intervenção do MP em qualquer momento do processo, pelo fato do processo de falência representar interesse público. Na prática, se tornava uma obrigação para o MP, toda vez que o processo ia para uma nova fase ele tinha que se manifestar e isso enchia o MP de processos. Na nova lei, esse artigo foi replicado, mas foi vetado antes da vigência da lei, para reconhecer a importância do MP. Vigorou, então, entendimento de que o MP só deveria intervir quando fosse chamado ao processo. Contudo, os MPs de alguns estados não entendem dessa forma e acabam por intervir a qualquer momento, a exemplo do MPRJ. 
2 correntes:
Fábio Ulhoa: visão minimalista. O MP deve se manifestar em momentos importantes do processo, com base no veto do art 4º da LF, o MP não deveria ser ouvido na fase pre falimentar, apenas após a decretação da falência. Mas muitas pessoas discordaram, pois segundo elas, o próprio requerimentoda falência já configurava interesse público. Nesse sentido que pensa Fábio Ulhoa, Recomendação 16/2010 do MPF. 
Deliberação 30/2011 do OECPJ - MP/RJ: entende no sentido do art 127 a 129 da CF, dizendo que é dever do MP intervir na fase pre falimentar, independentemente do veto do art 4.  
     MP como fiscal da lei - art 99, XIII; art 187;art 8; art 19; art 22, § 4º; art. 30, § 2º; art 59, § 2º. Nos  2 primeiros casos, estamos diante de duas visões, uma positivista e uma principiológica, mas a positivista não defende a não intervenção do MP, mas valoriza seu trabalho. 
     Nesse sentido, para dirimir a controvérsia, temos que ouvir a posição da jurisprudência: resp 1230431/SP -a posição atual dessa controvérsia de atuação ou não do MP é que ele pode intervir ou até mesmo não intervir,  desde que a intervenção ou não não cause prejuízo ao devedor e nem aos credores, está livre a atuação. Ele não precisa ficar adstrito à lei, também não é obrigado a se manifestar nem nesses casos e pode se manifestar em outros momentos. Resp 1094500/DF. Resp 996264/DF...diversos outros julgados. O TJRJ acompanha o entendimento do MPRJ. 
Administrador judicial no processo de falência 
Quem poderá ser nomeado? Qualquer pessoa, mas preferencialmente aquelas do art 21 da LF.
Natureza jurídica: órgão auxiliar do juízo falimentar. Parte da doutrina entende que ele seria um administrador fiduciário, com as obrigações contidas na lei 6404. Mas a doutrina majoritária o avalia como uma longa manus do juiz.
Quando deverá ser nomeado? Na sentença falimentar ou na decisão que defere o início da recuperação judicial. Tem que ser célere, para que ele comece seu trabalho e salve o máximo de ativos possível. 
Quando não deverá ser nomeado? Na recuperação extrajudicial . A negociação é feita diretamente entre devedor e credores. 
Remuneração: art 24 da LF, limitada a 5% do valor dos ativos e 40% deve ser pago só ao final do processo, para garantir a atuação integral do AJ. O final é a prestação de contas que o AJ faz do seu trabalho.
Substituição e destituição: art 30 da LF. Podem ser feitas ao livre arbítrio do juiz, mas a lei determina que se ele for substituído ou destituído não tem direito a remuneração, mas a maior parte da doutrina afirma que ele não merece mesmo remuneração, pois seria como uma sanção pela incompetência e, inclusive, a quantia que tiver sido paga deve ser devolvida. A outra parte da doutrina afirma que isso seria inconstitucional. Art 24, § 3º. A jurisprudência tem reconhecido a remuneração a que o administrador faz jus ao ter trabalhado, mas no caso de destituição não, pois seria mais uma sanção para aquele administrador que agiu com dolo.
Atribuições: art 22. 
Comitê de credores 
     Órgão consultivo que reúne representantes de cada classe de credores. É este comitê que acompanhará o dia a dia do processo de falência, representando os interesses dos credores. Em muitos momentos, o juiz ouve esse comitê, pois não é viável convocar uma 
assembleia de credores sempre que houver a necessidade
Comitê de credores 
     Foi uma inovação da lei 11101, pois era muito difícil antes, que toda vez que se quisesse ouvir os credores era necessário convocar uma assembleia geral de credores, que tem um custo muito grande. O comitê de credores veio mitigar esses gastos, sendo ele um órgão facultativo (não têm em todos os processos de falência ou recuperação judicial), mas, uma vez instituído, permanece no processo até o final. Não é órgão deliberativo, é órgão consultivo e possui um representante de cada classe de credores. Um erro do legislador foi agrupar alguns tipos de credor numa mesma classe. Hoje existem 4 classes, mas muitos outros tipos de credores. 
Art 28 da LF - órgão facultativo;
Natureza jurídica - órgão da falência;
Quando deve ser instituído? - na sentença falimentar o juiz convoca a assembleia de credores e, nessa assembleia, será constituído (ou não) o comitê de credores. Art 99 da LF. O juiz pode determinar, em caso de convolação de recuperação judicial em falência, a continuidade do comitê criado anteriormente (na recuperação judicial). Os próprios credores irão eleger seus representantes no comitê;
Composição - art 26 da LF;
Substituição e destituição - art 30 da LF. Aqui a interpretação é a mesma do administrador judicial, só que a destituição ou substituição não é dada pelo juiz, mas pela maioria dos credores que compõem aquela classe, mediante assinatura de um documento. Pode substituir e nomear outro representante num mesmo ato. Juiz tem que se ater ao pedido e deve dar ao representante direito de defesa. Se o juiz entender que o ato não foi doloso no caso de destituição, ele pode entender por mera substituição;
Competência - art 27 da LF. Atribuições consultivas.
 
Assembleia geral de credores
     É o órgão máximo, assim como em qualquer sociedade, principalmente S/A. O papel dessa assembleia é mais relevante nos processos de recuperação judicial, pois ela decide qual será o plano de recuperação judicial. 
Função e competência - art 35 da LF. Nomeação do comitê de credores, deliberação de forma alternativa à alienação dos ativos (a lei determinou a forma como os ativos devem ser alienados, realizados. Em assembleia geral de credores pode ser deliberada forma alternativa à da lei, por exemplo,transformação do crédito dos credores em quotas da sociedade, constituindo-se uma nova sociedade - art 46), deliberação sobre qualquerp matéria.
Convocação - art 36 da LF. Juiz (publicação de convocação em edital - antecedência mínima de 15 dias). Essa convocação se dá de 3 formas:
a pedido de credores (25% do total de créditos de uma classe);
a pedido do comitê;
a pedido do AJ.
      Se a assembleia for de interesse do processo, as despesas serão arcadas pelo devedor. Se for de interesse dos próprios credores, eles deverão arcar com as despesas. Lembrando que quem convoca mesmo é o juiz, ainda que seja provocado, por exemplo, pelos credores ou AJ. 
Quorum de instalação - em 1ª convocação: credores + presença de metade mais um dos créditos de cada classe computados pelo valor. Não se conta por cabeça, mas por crédito. Se não comparece o quorum mínimo, em 2ª convocação: com qualquer número de créditos. O juiz convoca a 2ª no mesmo dia em que não deu certo a primeira (antecedência de 5 dias). Se for deliberado algo que estava fora do edital, essa deliberação será nula. Ao ver o edital, o credor comparece ou não, a depender do seu interesse. O comparecimento não é compulsório, se eventual matéria do interesse de algum credor que não compareceu tiver sido deliberada sem estar no edital, ele pode suscitar nulidade. 
Representação - art 37, § 4º. Pode ter procuração para ser representado, desde que seja avisado com 24h de antecedência, ou fazer juntada da procuração ou, se já estiver juntada, apontar as folhas. 
Sindicato - art 37, §§ 4º, 5º e 6º. 10 dias antes da assembleia. Em caso de relação de empregado que conste de mais de um sindicato, deverá esclarecer até 24h antes qual sindicato o representa.
Voto proporcional - art 38 da LF. O voto do credor será proporcional ao valor do seu crédito. A regra é que para qualquer deliberação, o quorum ordinário que será necessário para ser aprovada a pauta é o total de 50% + 1 do total de créditos. Porém, existem algumas exceções relevantes: 
Escolha do representante de uma determinada classe -  haverá quorum extraordinário, apenas os membros de cada classe podem votar para a escolha de seus representantes.
Aprovação de forma alternativa de realização de ativos- 2/3 dos créditos presentes.
Aprovação do plano de recuperação judicial - art 45. O plano de recuperação judicial será aprovado por classes. 
Quem poderá votar? - art 39 da LF. credores incluídos no quadro geral de credores, credores relacionados pelo AJ e falido e credor habilitado. O próprio devedor terá 5 dias, após a decretação da quebra, para apresentar a relação de credores. A partir daí, inicia-se a habilitação de crédito. No final da habilitação de crédito, indica-sea consolidação do QGC, mas se a assembleia acontecer antes da consolidação, os habilitados posteriormente, quando da consolidação, não poderão participar da assembleia. Credor que pediu reserva no QGC também poderá participar da assembleia, assim como aquele admitido pelo juiz. 
Não terão direito de voto - art 39, § 1º da LF. Credores do art 49, §§ 3º e 4º. Art 43 da LF. 
Assembleia geral de credores - continuação
      A Assembleia é nomeada para constituição dos representantes do comitê de credores. No processo de falência e de recuperação judicial, todos os passos do processo estão definidos em lei, a própria lei já prevê a forma como os ativos vão ser liquidados: primeiro deve-se tentar alienar a sociedade como um todo, alienando em bloco, conseguindo a maximização dos ativos; não conseguindo, se os credores decidirem alienar os ativos de forma alternativa a prevista em lei, deve haver a convocação da assembleia, com quorum de 2/3. Art 46. 
     Qualquer outra matéria de interesse dos  credores pode fundamentar a convocação da assembleia, embora seja custoso convocar uma assembleia. 
     O juiz deve convocar a assembleia e publicar o edital em jornal de grande circulação, constando a ordem do dia, para que os credores avaliem se é de seu interesse ou não comparecer na assembleia. O prazo mínimo para acontecer a assembleia é de 15 dias, convoca hoje para no máximo ocorrer daqui a 15 dias. Não tendo quorum mínimo para realização da assembleia, contado a partir da lista de presença, deve ser realizada em outro dia no máximo em cinco dias. 
     Se o requerimento partir dos próprios credores, os custos com a realização da assembleia serão dos credores, mas se a assembleia for convocada pelo interesse do processo pelo AJ/MP os custos serão da massa falida. O AJ não representa o interesse da massa falida e, sim, de todas as partes do processo. 
     O legislador incluiu os credores que tem os créditos de credores vitimas de acidentes de trabalho. A forma de composição do comitê de credores não foi refletida da organização da assembleia. A doutrina critica essa forma de composição diferente, as classes que representam o comitê de credores são distintas das classes da assembleia. O comitê deveria ser uma mini assembleia, mas não é, sendo assim, o comitê não representa os interesses das classes da assembleia. É um erro do legislador.
      Até 24 horas antes da realização da assembleia, deverá o credor se habilitar para a mesma. Os trabalhadores geralmente são representados pelo sindicato da sua categoria. O sindicato, até dez dias antes, deverá apresentar a lista de trabalhadores que representa. Se um mesmo trabalhador estiver representado por dois sindicatos diferentes, deverá o trabalhador, em até 24 horas antes da assembleia, comparecer no juízo e dizer qual sindicato o representa.  
     Como regra geral, o credor deve votar em proporção ao seu crédito, ou seja, a participação na assembleia é proporcional ao crédito que o credor detém (voto proporcional), sendo o quorum ordinário. A regra geral é que o voto seja proporcional ao crédito que você detém em relação a sociedade que esta em recuperação judicial/falência. As exceções, que terão quorum extraordinário, são: 1) questões que versem sobre a composição do comitê de credores, já que elegem os representantes de uma classe apenas os credores daquela respectiva classe, 2) a aprovação de forma alternativa de liquidação do ativo, quorum de votos favoráveis de 2/3 do total de créditos presentes na assembleia e 3) aprovação do plano de recuperação judicial, nos termos do art 45 da LF. 
     Na classe dos credores titulares de créditos derivados da legislação trabalhista/ acidentes de trabalho, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples de credores presentes à AGC, ou seja, os votos serão computados individualmente, independentemente do valor de seus créditos.
     Já nas classes de credores com garantia real e dos créditos quirografários, com privilegio especial, com privilegio geral ou subordinado, a aprovação da proposta deverá ocorrer a cada uma das respectivas classes, pelo voto de credores que representam mais da metade do valor total dos créditos presentes na votação e, cumulativamente, pela maioria simples desses credores, tomando os votos individualmente. 
     Art 58, p.1 - exceção a regra do plano de recuperação judicial deverá ser aprovado por todas as classes, mas se uma classe desaprovou o plano, mas se pelo menos 1/3 dos credores desta classe aprovou (total de credores e de crédito), o juiz poderá, analisando a viabilidade da atividade econômica, aprovar a recuperação judicial. 
     No art 99, III, um dos efeitos da decretação da quebra é a imposição ao devedor do dever de apresentação da lista de credores, em nome da boa-fé, em cinco dias. Se nesse meio termo aconteceu a convocação de uma assembleia, serão considerados os credores estes apontados pelo devedor, já que ainda não houve a consolidação do quadro geral de credores, que se dá no decorrer do processo. Então, antes desta consolidação, quem participa da assembleia serão os credores apontados pelo devedor. Mas se o processo caminhou, e a lista do devedor apresentou divergências, o credor foi apontado nesta lista mas há uma divergência no âmbito administrativo apontada ao AJ em relação à natureza do crédito, ou quando credores não apontados se habilitaram ao AJ, é formado o quadro geral de credores apontado pelo AJ que já reune esses demais credores, as assembleias convocadas a partir daqui terão a participação dos credores deste quadro. Os credores podem discordar deste quadro, após considerações feitas, há a consolidação do quadro geral de credores. 
     Quem vota na assembleia geral de credores é quem está habilitado no momento de convocação da assembleia. Se posteriormente um credor foi desabilitado, a assembleia não é realizada novamente, em nome da celeridade processual, nem sob  fraude. 
     Não tem direito ao voto quem não tem interesse no processo, e.g. art 49, p. 3, são hipóteses dos credores proprietários, tem uma alienação fiduciária em garantia, quando o credor tem a posse de um bem em garantia ao pagamento do seu crédito, para caso não seja pago fique com o bem, sendo assim, não se submete ao processo de falência, art 49 p.4.
     Todas as pessoas do art 43 tem um crédito, podem participar da assembléia, mas não podem votar, já que há um conflito de interesses por ser sócio da sociedade. 
Habilitação do crédito e quadro geral de credores
     É uma espécie de mini processo dentro da falência. É a partir da habilitação de crédito que se define a possibilidade ou não de participar na assembleia de credores.
     Falido apresenta os credores no prazo de 5 dias. As divergências serão apresentadas de forma administrativa. Se o credor não constar do quadro, irá requerer sua habilitação.
     Finalidade do QGC: realização da assembleia e constituição do comitê, tanto na falência quanto na recuperação judicial. Falência - importante identificar a ordem; recuperação judicial - importante identificar quem faz parte do acordo, para poder saber quem poderá se manifestar quanto ao plano de recuperação judicial. 
     Fases:	
fase administrativa judicial - obrigatória.
fase judicial - eventual (mesmo juiz competente da falência ou da RJ)
Processo de habilitação
Edital - art. 99, parágrafo único c/c art. 52, parágrafo 1 da LF;
Manifestação dos credores - sem habilitações ou divergências ou com habilitações e divergências (deverão ser apresentadas em 15 dias - art. 7, parágrafo 1. Há divergência sobre esse prazo ser em dias úteis ou não, sendo que o professor acredita que devam ser dias corridos, pois é prazo instituído para realização de um ato, logo, é material);
Análise das impugnações pelo AJ e/ou pedidos de habilitação - 45 dias;
Criação de um novo QGC - é aberto prazo de 10 dias para impugnação - art. 8. Aqui se inicia a fase judicial, devendo ser comprovada a origem do crédito. É possível a cobrança de honorários advocatícios.Primeira Fase - administrativa, mas envolve o juiz falimentar, salvo divergência, abrindo-se o prazo do art. 8 para impugnar.
Segunda Fase - há litígio, foi apresentada divergência na primeira. Informativo 454, STJ. Resp1197177. 
Conteúdo: art 9º da LF.
Resp 18995/SP. 
     OBS: Duplicata não aceita é título hábil a embasar requerimento de habilitação de crédito, desde que acompanhada de documento que comprove o recebimento da mercadoria (título causal). 
Nova publicação da relação de credores: art 7º, § 2º. Findo o prazo de 15 dias para o primeiro edital, o administrador terá 45 dias para nova lista. C/c art 14.
Impugnações (arts 13 a 15): após a apresentação do QGC. Fase judicial. Impugnação não será apresentada ao AJ, mas ao juiz competente da falência ou da recuperação. Ocorre quando o credor foi apontado pelo devedor, mas excluído pelo AJ; ou quando apresentou habilitação tempestiva e não acolhida; ou quando há discordância quando à legitimidade, importância ou classificação do crédito (art 8).
     As impugnações são autuadas em separado, exceto se forem várias para o mesmo crédito (ações incidentais). A legitimi dade é do comitê, credor, devedor, sócios ou MP. 
     Há um procedimento a ser seguido - arts 13 e SS: contestação, manifestação do devedor ou comitê, parecer, decisão do juiz (decidirá as impugnações em separado e irá intimar o AJ para consolidar o QGC). Atuação do juízo - arts 16 e ss: poderá determinar a reserva de valores, enquanto pendente o julgamento. O recurso cabível é o agravo de instrumento. Homologará a consolidação do QGC. 
OBS 2: Habilitação retardatária x intempestiva: a primeira é após a consolidação do QGC e a segunda é, se não utilizar o prazo específico, se utiliza da impugnação para se habilitar. No primeiro caso, utiliza-se a ação revisional para rediscutir o QGC (art 19). 
Atenção: habilitação de crédito impugnada enseja honorários advocaticios. Isso porque, se já há impugnação, já há litígio e o que enseja HA é o litígio. 
Classificação do crédito
Honorários advocatícios: a doutrina e a jurisprudência mudaram de e ntendimento ao longo do tempo. Antigamente, não se pensava que era crédito trabalhista o crédito de HA. Hoje, isso já é consolidado para qualquer tipo de honorário advocatício (contratual e sucumbencial), sendo que até 40 SM será trabalhista e o que exceder esse valor será quirografário (art 83, I, LF), assim como ocorre com os créditos trabalhistas (classificação por equiparação). Informativo 540, STJ. Informativo 531, STJ. Informativo 564, STJ. 
Trabalhista: se existe um crédito trabalhista já liquidado, o credor trabalhista se submete à habilitação. Se não houver, terá que proceder ao processo de liquidação para poder se habilitar. O juiz do trabalho não vai determinar penhora de bens; ele só liquida crédito, quem determina a forma de pagamento do crédito é o juiz da falência. O credor trabalhista pode pedir reservas para participar da habilitação. Art. 6, parágrafo 3 - o juiz determinará a reserva e, uma vez estabelecido, o crédito será incluída em classe própria. Atenção: a impugnação de crédito trabalhista deve ser discutida na justiça do trabalho, diante da necessidade de reserva (art. 114 c/c informativo 466, STJ).
Fiscal (fazendário): O credor fazendário poderá optar entre promover a execução fiscal e a habilitação do crédito? Sim, ele pode dar continuidade ao processo de execução fiscal ou habilitar seu crédito - informativo 389, STJ. Informativo 487, STJ. Contudo, ao escolher uma via judicial, renuncia-se à outra, pois é vedada a dupla garantia. 
Atenção: requerimento de habilitação de crédito não precisa ser baseado em um TE, diferentemente do requerimento de falência. Pode ser, por exemplo, um contrato.
     Créditos que possuem garantia fiduciária não estão sujeitos à habilitação na falência (art. 49, parágrafo 3). 
Habilitação retardatária 
     Após a decretação da falência, o devedor tem prazo de 5 dias para apresentar a lista de credores. Após isso, publica-se a lista e os credores tem prazo de 15 dias para requerer habilitação - AJ tem 45 dias para publicar a lista após a habilitação, removendo ou adicionando credores. Ao final desses 45 dias, os credores tem 10 dias para impugnar ou até requerer nova habilitação.   
Passados todos esses prazos, se o credor tentar se habilitar, não será excluído, mas será considerado retardatário (art 10 da LF). 
Efeitos da habilitação retardatária:
Não terá direito de visto; 
Não participará da assembleia geral de credores que ocorre antes da habilitação; 
Não participa de eventuais rateios (art 10, § 3º).
     Existem pagamentos que são feitos antes do QGC, caso do pagamento judicial. 
     Após a consolidação do QGC, é possível contestar mediante ação autônoma (ação revisional - art 19 c/c art 10, §§ 5º e 6º).
Créditos extraconcursais (art 84)
     Valores pagos após a decretação da falência, sendo créditos com ordem de preferência. Remunerações, por exemplo, a título de trabalho. Incisos I ao V do art 84. 
Créditos decorrentes de obrigação, contraídos durante a recuperação judicial 
Art 67. 
Ação de retificação do crédito
     Art 19. Após homologação do QGC, cabe pedido revisional do crédito, desde que dentro das situações elencadas no artigo. 
OBS: a consolidação do QGC será feita pelo AJ (Informativo 457, STJ). 
Ordem de Pagamento (art. 83)
Credores trabalhistas - até 150 SM e acidente de trabalho. Credores trabalhistas de natureza estritamente salarial - art. 151. Limite - 5 salários vencidos até 3 meses antes da decretação da quebra. Podem se tornar quirografários se excederem os 150 sm ou cedidos a terceiros
Credores com garantia real - art. 8 6. Obs: restituição de bens - quando os bens não pertencem ao devedor. Súmula 417, STF;
Fazenda Pública - art. 84: créditos extraconcursais;
Credores com privilégio especial - art. 83;
Credores com privilégio geral;
Credores quirografários. 
 Efeitos em relação aos contratos do falido
     São efeitos próprios da sentença de quebra. A sociedade empresária nada mais é do que um conjunto de contratos. Alguns contratos são automaticamente rescindidos.
     O próprio administrador judicial determinará se a manutenção ou não do contrato será prejudicial à atividade econômica ou ao falido.
     Nos casos dos contratos de concessão de serviço público, o Administrador público deverá assumir aquela prestação de serviço, em se tratando de serviço público essencial.  Ex: transporte público.
     Com relação aos contratos bilaterais - LF, 117, estes não são resolvidos com a decretação da falência. Só os contratos unilaterais (LF, 118) serão resolvidos.
LF, 117: contratos bilaterais não se resolvem com a falência. Cabe ao administrador judicial decidir pela resolução ou não do contrato. o administrador, como representante da massa falida, irá cumprir o contrato → o contrato poderá ser cumprido se diminuir / evitar que o pânico aumente ou se necessário à manutenção e preservação dos ativos da massa falida;
LF, 118: aplicam-se aos contratos unilaterais as mesma regra dos contratos bilaterais no sentido da opção em resolver ou não determinado contrato através do administrador judicial autorizado pelo comitê de credores.
     Em alguns contratos bilaterais existe a cláusula resolutória expressa quando da sentença de quebra ou, até mesmo, do requerimento de falência. Esta cláusula permite a resolução do contrato nas hipóteses mencionadas.
Fábio Ulhoa Coelho: se as partes pactuam sobre as consequências que a eventual quebra ou requerimento de falência possam ter, prevalece a cláusula em detrimento das normas de Dir. Falimentar (corrente majoritária);
Sérgio Campinho: mesmo existindo a cláusula, prevalecem as normas de Dir. Falimentar (corrente minoritária);
CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA NA FALÊNCIA
     Mantém-se a posse direta com o devedor, mas a indireta é dada ao credor. Alienar-se fiduciariamente um bem, dando-o em garantia. Decretada a falência, o credor pode mover uma ação de restituiçãodaquele bem.
     O pedido de restituição é uma ação própria do Dir. Falimentar, que tem como objetivo permitir que o proprietário da coisa arrecadada na falência obtenha a sua devolução. Isso porque o bem arrecadado é considerado pertencente à massa falida. O pedido de alienação poderá ser feito apenas no processo falimentar, após a arrecadação.
     Esse credor que recebeu o bem em alienação fiduciária é considerado um credor proprietário indiretamente, até que o devedor termine de pagar a obrigação. Se nesse meio tempo a falência do devedor for decretada, o AJ vai entrar na sociedade e vai arrecadar todos os bens. Porém, se houver um bem alienado fiduciariamente, ele não será arrecadado, pois pertence ao credor, ainda que esteja em posse do devedor. Por meio da ação de restituição, o credor poderá desvincular o bem da massa objetiva feita pela falência.
     A restituição cabe em qualquer hipótese, porém, a restituição em dinheiro só caberá no caso dos bens arrecadados. Se o bem estiver fora dos autos de arrecadação, será o credor considerado quirografário. 
Existem 3 tipos de restituição:
Ordinária - Art. 85
Extraordinária - Art. 85, p.u.: inversão da boa-fé, ou seja, boa-fé da pessoa que vendeu ao devedor, no período de 15 dias antes do requerimento de falência - como se o bem tivesse sido vendido a crédito;
Pedido de restituição em dinheiro - Art. 86: I) coisa arrecadada não encontrada ou já alienada; II) adiantamento do contrato de câmbio; III) valor entregue ao falido pelo contratante de boa-fé.
Informativo 229, STJ.
STF, 417.
     Só tem direito à restituição os proprietários de bens que foram arrecadados. Se o bem não foi arrecadado, deverá seu proprietário se utilizar de outra medida judicial.
LF, 89-92.
     Possibilidade do administrador judicial rescindir contrato sem a necessidade de ação judicial. Eventuais danos deverão ser apurados em ação própria.
REGRAS ESPECIAIS EM RELAÇÃO AOS CONTRATOS DO FALIDO
Mandato: é rescindido com a decretação de falência. Obs.: há exceção - mandatos relativos a atividades estranhas à empresa;
De trabalho: rescindidos automaticamente com a sentença de quebra;
De mútuo: regras do art. 118;
De sociedade: quando o devedor falido participa como sócio de outra (?) sociedade - entrarão somente os haveres que naquela sociedade possuir e não as cotas - Art. 123;
De concessão: Art. 75, VI - Lei 8.987/95;
De locação: Art. 119, V - o contrato de locação não será resolvido com a decretação da quebra. Caberá ao administrador judicial decidir pela manutenção ou não do contrato.
Vencimento antecipado das dívidas - art. 77, LF. O vencimento antecipado das dívidas vem para garantir o princípio do par conditio creditorum;
Suspensão da prescrição (art 6 da LF) - o que se suspende são os prazos de ações de terceiros em relação à massa. Não se perde o direito, mas ele só será recuperado após a decretação da quebra. Apenas haverá suspensão da prescrição das obrigações do falido. A suspensão tem o seu início com a decretação da falência, retomando o seu curso após o trânsito em julgado da sentença de encerramento (art 157). Não é hipótese de interrupção. O ideal seria encerrar todas as obrigações até o fim do processo de falência, mas algumas não se encerram. Nesses casos, o prazo prescricional volta a correr após o TJ da sentença falimentar;
Suspensão das ações e execuções (art 6, LF)- apenas haverá suspensão das ações e execuções ajuizadas contra o falido. As ações e execuções ficam suspensas para que o juiz possa comandar esse pagamento, é como se estivéssemos reunindo todos os direitos em face desse devedor em um único processo, para que se possa fazer a divisão da forma mais igualitária possível. O crédito trabalhista não entra aqui, pois em questão de mérito, será julgado na justiça do trabalho. Também não impede a continuidade da execução fiscal, podendo a Fazenda optar pela execução ou pela habilitação na falência. Em caso de obrigações a título gratuito, também não se enquadra. Exceções: obrigações líquidas, reclamação trabalhista e execução fiscal. Não alcança avalistas ou coobrigados, mas alcança sócio solidário, pois os primeiros respeitam o princípio da autonomia cambiária, enquanto que o segundo também utiliza, na falência, seu patrimônio para pagar aqueles credores (informativo 510 do STJ);
Formação da universalidade subjetiva - todos os credores se submetem ao processo de falência, não adianta querer se manter na sua ação individual - art 115, LF. Todos os credores deverão concorrer no juízo falimentar. Exceção: art 5 da LF. Obrigação alimentar pode ser habilitada;
Suspensão do direito de retenção, do direito de retirada, pagamento e reembolso do sócio - art 116, I e II da LF;
Não exigência de juros após a data da quebra (art 124 da LF) - a partir da data da quebra não são contados juros, exceto se sobrar algum saldo na massa. Mesma lógica para correção monetária. Os juros somente serão devidos até a data da quebra. Juros já vencidos podem ser habilitados. Se houver recursos, poderão ser pagos, isto é, se restar algum saldo ao final da execução, os juros poderão ser pagos, mas não são exigíveis da massa, o que é exigível é a obrigação principal + juros até a data da quebra.  (atenção: art 124, § único, LF).
Efeitos em relação à pessoa do falido
Falido é desapossado de seus bens - permanece proprietário de seus bens e cabe arresto antes da falência (art 798 do CPC). Tem direito a participar de todos os processos da massa falida, como assistente, inclusive com possibilidade de recorrer. Não pode ajuizar embargos à execução em favor da massa falida e deve cumprir deveres (art. 104, LF).
Inabilitação - a sentença de falência inabilita o falido para exercer a atividade econômica;
     A sentença de reabilitação (sentença de levantamento) é o fim da inabilitação. O fim do processo falimentar não reabilita o empresário automaticamente, ele tem que solicitar reabilitação.
     ATENÇÃO - DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA: quem pode ser reabilitado? Apenas empresários individuais ou também sociedades empresárias? 
      Os empresários individuais são pessoas e, como tal, não podem ter a pena perpétua de não mais exercer a atividade. Alguns autores afirmam que sociedades empresárias não poderiam ser reabilitadas, mas a jurisprudência tem entendido que podem, com base no art 102 da LF. E se houver condenação por crime falimentar, poderia haver reabilitação? Art 81, LF. Não necessariamente as obrigações se encerrarão com o pagamento, pode ser pelo prazo de 5 anos ou, no caso de crime falimentar, 10 anos.
Fábio Ulhoa Coelho e STJ - podem ser reabilitados o empresário individual, o sócio de responsabilidade limitada e a sociedade empresária. Assim como a pessoa física, a pessoa jurídica também tem sua personalidade e, cumprindo com suas obrigações, poderia, sim, voltar a exercer atividade econômica;
Sérgio Campinho -  podem ser reabilitados o empresário individual e o sócio de responsabilidade limitada. No caso de sociedade empresária, após o cumprimento de todas as obrigações, a pessoa jurídica seria extinta. 
QUESTÃO: Decretada a falência de uma sociedade em nome coletivo, o juiz também decretou a falência de seus sócios, profissionais liberais, sob os fundamentos da solidariedade e responsabilidade ilimitada. Correta a decisão? Analise a questão sob todos os aspectos.
Fábio Ulhoa - interpretação literal do dispositivo legal. O legislador pode incluir não empresários na falência e excluir outros (ex.: art. 2º). O art. 1º é um dispositivo generalista, que pode ser afastado ou aplicado restritivamente (ex.: art. 48) nos casos específicos previstos na Lei nº 11.101/05.
Sérgio Campinho - só admite a falência de sócio que ostentar a condição de empresário; os demais se sujeitam aos efeitos da falência;
Mônica Gusmão - os sócios com responsabilidade ilimitada, empresários ou não, não incidem em falência, mas se sujeitam aos seus efeitos.
  Se o juiz considerar que um ato prejudicou credores e/ou prejudicou os objetivos do processo falimentar,ele será ineficaz. Arts 129 a 138 da LF. 
     ATENÇÃO: DIFERENTE DA AÇÃO PAULIANA - a ação pauliana é ajuizada para se atacar a validade do ato, a ação revocatória é para atacar a eficácia do ato. PV RE
 Existem duas espécies de revocatória: do art 129 e do art 130  
Art 129, LF (eficácia objetiva) -  Rol taxativo. Se constatada a ocorrência de algum daqueles atos, eles serão ineficazes de pleno direito, podendo ser assim declarados pelo próprio juiz. Parte da doutrina diz que a ação do 129 não seria uma ação em si, pois o juiz pode decretar a ineficácia de ofício e independentemente da intenção do devedor, esse ato será ineficaz.
Art 130, LF (eficácia subjetiva) -  tenho que analisar a intenção do devedor, se ele queria prejudicar ou não os credores, mas para isso tenho que comprovar a fraude. No art 129 basta a constatação de um dos atos listados. 
     Revocar significa "trazer de volta", "mandar voltar". O objetivo da revocatória é tornar ineficaz o negócio jurídico em relação à massa falida. 
   
	Revocatória do art. 129
	Revocatória do art. 130
	Rol taxativo
	Não há hipóteses previstas
	Não depende da prova da fraude ou do dano
	Depende da prova da fraude e do dano provocado à massa falida
	A sentença torna o negócio jurídico ineficaz em relação à massa falida
	A sentença torna o negócio jurídico ineficaz em relação à massa falida
	Pode ser declarada de ofício ou arguida como matéria de defesa
	Depende da ação revocatória, portanto, não pode ser declarada de ofício
     As vendas no processo falimentar são registradas em cartório. Se a venda e o registro ocorreram dentro do termo legal, só pode ser ineficaz na hipótese do art 130, ou seja, se o devedor tinha intenção de prejudicar os credores. Se a venda e o registro forem após a sentença, são nulos de pleno direito (art 215 da LRP). Se a venda e o registro forem anteriores à sentença, são válidos. No caso de venda antes da sentença e registro depois, se for sem prenotação (início do processo de registro), é ineficaz (art 129, VII). 
     A única hipótese de ato ineficaz perante a massa fora as hipóteses do art 129 é a do art 45, § 8º da LSA.
QUESTÕES PROCESSUAIS
Legitimidade ativa:
MP;
Credores habilitados;
Administrador judicial.
Legitimidade passiva (art 133): não é caso de litisconsórcio necessário. 
Falido: não possui legitimidade ativa e nem passiva na ação revocatória;
Termo legal: não pode ser alterado na AR. A discussão do termo legal deve ser feita no agravo de instrumento contra a sentença falimentar, e não em vias de ação revocatória, em que se discute ineficácia ou eficácia de atos dentro do termo legal já estabelecido anteriormente;
Competência: juízo falimentar;
Rito: ordinário do CPC. Da sentença cabe apelação.
 Prazo: Art 132 - doutrina e jurisprudência entendem que esse prazo se aplica também ao art 129: o prazo decadencial para ajuizar eventual ação revocatória é de 3 anos a contar da data da sentença que decretou a quebra. O prazo da ação revocatória, na antiga LF, não era expresso, sendo que o STJ considerou que seria de um ano. Porém, na nova lei está expresso, sendo que há uma doutrina minoritária que acha que não se aplica ao art 129 por uma questão de localização na lei, mas a majoritária diz que se aplica sim (3 anos). C/c art 129, § 2º. Se não se encontra nas hipóteses do art 129 o ato que a pessoa acha que prejudicou a massa, deve-se utilizar o art 130, que oferece uma hipótese mais genérica que permite questionar qualquer ato, tanto dentro quanto fora do termo legal. 
OBS: Em caso de atos previstos no plano de recuperação judicial, não cabe AR, pois nesse caso os credores concordaram com aquele ato para recuperar a sociedade empresária (art 131). 
     RESP 1180714/RJ - a desconsideração da personalidade jurídica não se assemelha às ações revocatória e pauliana. A revocatória visa ao reconhecimento de ineficácia de determinado negócio jurídico tido como suspeito. A pauliana, por outro lado, visa à invalidação de ato praticado em fraude contra credores, servindo ambos os instrumentos como espécies de interditos restitutórios. Já a desconsideração da personalidade jurídica é técnica consistente não na invalidade ou ineficácia de negócios jurídicos celebrados pela empresa, mas na ineficácia relativa da própria pessoa jurídica.
HIPÓTESES
Transferência do estabelecimento empresarial - trespasse:  Aqui temos que ter a transferência do estabelecimento, e não a venda de bens isoladamente. Informativo 447, STJ (bem isolado) x informativo 399, STJ (trespasse - art 129, VI). Quando estivermos diante de um caso de venda de mercadorias, temos que ver se a venda faz parte do objeto social daquela sociedade empresária ou não. 
  Na lei anterior, a liquidação só era feita ao final do processo, porque existia a concordata suspensiva, em que o credor pedia no meio do processo uma chance para se recuperar. Hoje, se o devedor não requereu ou a ele não foi concedida recuperação judicial, se for decretada sua quebra, ele não poderá suspender o processo. 
Regras gerais
Não será preciso aguardar a consolidação do QGC;
As formas de alienação estão definidas no art 140 da LF (prioridade: alienação em bloco, primeiro das filiais e, se não der certo, dos bens e, se mesmo assim não der certo, venda dos bens separadamente);
A venda é feita livre de sucessão (livre de obrigações tributárias, pois quem teria interesse em comprar algo cheio de ônus? Art 141, II);
Impugnação em 48h. 
Modalidades de alienação
leilão;
propostas fechadas;
pregão (primeira fase - propostas fechadas. Segunda fase - leilão com as propostas que tenham em torno de 90% da maior proposta ofertada).
Encerramento da falência (art 154 e SS)
O AJ irá apresentar suas contas no prazo de 30 dias da conclusão da realização do ativo;
O juiz irá publicar aviso, fixando o prazo de 10 dias para impugnação;
Findo o prazo, o MP irá se manifestar em 05 dias, abrindo-se vista, em seguida, para o AJ;
O juiz irá proferir sentença julgando as contas do AJ (dessa sentença cabe apelação);
Apresentado o relatório final, o juiz irá proferir a sentença de encerramento;
Após o TJ da sentença de encerramento, o prazo prescricional irá fluir novamente. 
Sentença de levantamento da falência - art. 159, § 3º, DA LF.
Encerramento anômalo da falência: A falta de credores habilitados, inclusive daquele que requereu a quebra, bem como a insuficiência de bens, enseja o encerramento da falência, eis que frustrada. A redução do universo de credores para apenas um não descaracteriza ou desfigura o processo falimentar, que deve ser conduzido até o momento em que haja a liquidação completa do ativo e do passivo da massa, sendo que no presente caso não ocorreu nem um, nem o outro. Encerramento da falência que traria prejuízos ao credor remanescente, por fazer cessar a indisponibilidade dos bens da falida. EXTINÇÃO DO PROCESSO, POIS O ÚNICO CREDOR NÃO APRESENTOU CAUÇÃO AO JUÍZO PARA GARANTIA DA REMUNERAÇÃO DO AJ!
É possível reabrir o processo falimentar após seu encerramento? 
Art 158 - extinção das obrigações, pode ser no mesmo momento da falência ou após. 
Atenção: professor mencionou divergência doutrinária sobre quem possui legitimidade para postular reabilitação. Vide aula 13.
E a reabilitação penal do falido?
Efeitos da sentença condenatória: art 181. É preciso ter atenção, pois embora seja considerado como um dos efeitos específicos da sentença condenatória referente ao crime falimentar, não é automático, de modo que será necessária a imposição deste na sentença, de forma motivada. Ou seja, não é automática a inabilitação, tem que estar explícito na sentença.
Juízo competente: é o do juízo da condenação e não da vara empresarial. Deve ser requerida na forma do artigo 94 do CP.

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