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Epidemiologia UNIDADE 3 1 3ª UNIDADE DISCIPLINA: EPIDEMIOLOGIA Palavras do Professor Prezado (a) aluno (a), na unidade 2 você compreendeu que existem indicadores que servem para medir o estado de saúde e doença, apesar de ser mais comum medirmos a doença. Estes indicadores tratam de vários aspectos como óbitos, nascimentos e doenças. Você aprendeu também que esses indicadores são peças fundamentais e devem conter informações relevantes para a Epidemiologia, pois podemos, a partir deles, conhecer como se dá o perfil de adoecimento da população. A informação será muito importante para tomada de decisão, mas para isso precisa ser de qualidade. Você aprendeu também, que a construção desses indicadores pode variar desde a contagem direta do número de casos de uma determinada doença ou pode se apresentar como cálculos que incluem índices, taxa(s), proporções ou coeficientes. Os coeficientes mais utilizados são os relacionados dados sobre doen- ças (morbidade) e sobre eventos vitais (nascimentos e mortes). Os dados de nascimentos se referem à natalidade e os de morte a mortalidade. E ainda temos o coeficiente de letalidade que está relacionado à gravidade da doença. Na unidade 2 você também compreendeu sobre as transições epidemiológicas e demográficas da po- pulação que levam ao predomínio das doenças crônicas em uma população que está ficando cada vez mais envelhecida. O desenvolvimento e o acesso a melhores serviços de saúde influenciam diretamente no aumento da expectativa de vida e no aumento das doenças crônicas não transmissíveis. Você viu também que a pirâmide etária do Brasil está invertendo, pois nasce um número menor de pessoas e, em contrapartida, há um maior número de pessoas nas idades mais avançadas. Houve, então, uma redução na natalidade porque as mulheres da atualidade estão decidindo por ter menos filhos. Por fim, você conheceu os principais sistemas de informação da saúde que são responsáveis por captar a informação necessária, a partir de instrumentos de coletas de dados. Sistemas que tratam desde o nascimento, do óbito e de doenças de notificação obrigatória. Você aprendeu que esses sistemas apesar dos avanços reconhecidos precisam melhorar e sensibilizar as pessoas no seu preenchimento e além da implantação de recursos que os torne menos trabalhosos e que cada vez mais produzam informação com qualidade. Convido você, agora, a entrar na unidade 3 que tratará de os assuntos: tipos de estudos epidemiológicos, vigilância em saúde e, por fim, a Epidemiologia das doenças transmissíveis e não transmissíveis. Para tanto é importante que você leia atentamente o guia desta unidade, o seu livro texto e as leituras comple- mentares sugeridas durante este guia de estudos. Bom estudo! 2 TIPos de esTUdos ePIdeMIolÓGICos: desCrIÇÃo e aPlICaÇÕes Os estudos epidemiológicos servem para você captar informações que não foram suficientemente obtidas nos sistemas de informação que você conheceu na unidade passada, ou mesmo, não estavam disponíveis nesses. A partir desses estudos, poderemos testar hipóteses e fazer investigação de doenças e de fatores de risco, além da avaliação dos benefícios de intervenções aplicadas. Num primeiro momento, esses estudos partem de um questionamento científico ou hipótese, que precisa ser respondida. Por exemplo: pessoas que tomam café estão mais sujeitas a ter hipertensão? Em seguida, são selecionadas as devidas populações para o estudo e é avaliada a exposição ao fator de risco. Existem vários tipos diferentes de estudos na epidemiologia. Você conhecerá tais tipos de estudos epidemiológicos na figura abaixo: Figura 1- Tipos de Estudo Fonte: Própria Primeiramente, os estudos podem ser observacionais ou analíticos: • os estudos observacionais, como próprio nome já diz, servem para verificar se existe as- sociação entre um determinado fator (causa) e um desfecho (doença) sem, entretanto, intervir diretamente, ele só observa.; • No estudo analítico, existe um grupo de referência chamado de controle, o que permite esta- belecer comparações experimentais com o grupo de “caso”. 3 Você, ao longo dessa unidade, irá compreender melhor cada tipo. Entre os estudos observacionais temos os estudos descritivos e analíticos. Os estudos descritivos, como próprio nome já diz, observam e descrevem características populacionais. Na unidade 1 você aprendeu que a epidemiologia descritiva tem o objetivo de compreender o comporta- mento de um agravo à saúde numa população. Nessa fase é possível responder a questões: Como quem? Quando? Onde? Os dados desses estudos podem ser considerados secundários (dados pré-existentes de mortalidade e hospitalizações, dados de sistemas, por exemplo) e primários (dados coletados para o desenvolvimento do estudo, dados de pesquisas).Além disso, podem ser considerado estudo de caso quando envolve apenas um indivíduo e série de casos quando envolve um grupo de indivíduos. Já os estudos analíticos, buscam examinar a existência de associação entre uma exposição e uma doença ou condição relacionada à saúde, ou seja, testam hipóteses. Os principais tipos de estudos analíticos são: • ecológico; • seccional (transversal); • caso-controle (caso-referência); • coorte (prospectivo). O estudo ecológico é aquele que a unidade de observação é um grupo de pessoas e servem para levantar hipóteses, no qual se comparam a ocorrência da doença/condição relacionada à saúde e a exposição de interesse entre agregados de indivíduos (populações de países, regiões ou municípios, por exemplo) para verificar a possível existência de associação entre elas. Exemplo: associação entre álcool e câncer de estômago. Já o estudo transversal, por sua vez, é aquele que é o retrato da situação, ele estuda exposição e efeito no mesmo momento, no presente. É importante para avaliar a prevalência de doenças. Lembro a você, querido (a) aluno (a), que prevalência é o número de casos novos e existentes de uma determinada doença ou agravo. Nesses estudos transversais, cada indivíduo é avaliado. Como vantagem é mais fácil e mais barato de ser realizado. Exemplo desse tipo de estudo: estimar a prevalência da hipertensão arterial (HA) e de alguns fatores de risco cardiovasculares na população adulta. 4 leITUra CoMPleMenTar Agora caro aluno (a), faça uma leitura do artigo “Hipertensão Arterial e Alguns Fatores de Risco em uma Capital Brasileira” que trata de um estudo transversal. Acesse o link. Exposição Doença PresenTe Figura 2. Estudo Transversal Fonte: Própria O estudo de caso-controle parte da doença para chegar às causas (pesquisa etiológica, retrospectiva, de trás para frente, após o fato consumado); um grupo de pessoas que possuem uma doença ou agravo são consideradas “casos” e um grupo de pessoas sem a doença que serão os controles. Como vantagem nesse tipo de estudo, temos a rapidez e, por ser um estudo barato, porém por ser retrospectivo, existe dificuldade em se avaliar a causa porque a mesma já ocorreu. Um exemplo de um estudo de caso controle: a associação entre a diabetes mellitus e a doença isquêmica do coração. leITUra CoMPleMenTar Para você entender melhor o estudo de caso-controle, leia mais sobre esse assunto acessando o link. 5 Exposição Doença Passado Figura 3. Estudo de Caso-Controle Fonte: Própria Os estudos de Coorte, por sua vez, são estudos longitudinais, representam o filme da situação parte-se de um grupo que ainda não desenvolveua doença de interesse, é conhecido como estudo prospectivo. Esse tipo de estudo parte da exposição a fatores, como alimentação e exercício, para a doença. Esse estudo mede incidência da doença, lembro a você que incidência é o número de casos novos desta. Como desvantagem desse estudo você deve saber que ele é caro e demorado. Tem estudos desses tipos que duram até décadas. Exposição Doença fUTUro Figura 4. Estudo de Coorte Fonte: Própria Os estudos experimentais parte da “causa” para o “efeito”. Os participantes são colocados aleatoria- mente nos grupos - de estudo e de controle, ou seja, se faz um sorteio entre os participantes para compor esses dois grupos e realiza-se a intervenção em apenas um dos grupos (por exemplo, um tipo de dietas) e o outro grupo recebe placebo. Este tipo de estudo é considerado padrão-ouro dos estudos epidemiológicos. Como desvantagem é um estudo caro e exige uma logística maior quando comparado aos demais. 6 Exposição Desfecho Grupo de Estudo Grupo de Estudo fUTUro Grupo Controle Grupo Controle Figura 5. Estudo Experimental Fonte: Própria Caro (a) aluno (a), depois de tudo que foi exposto até agora, leia atentamente da página 58 até a página 63, do seu livro texto, para complementar seu aprendizado sobre os tipos de estudos epidemiológicos. vIGIlÂnCIa eM saÚde Caro (a) estudante, a partir desse momento você vai se debruçar como essas informações em saúde (im- portantes para saúde) são monitoradas e acompanhadas. Primeiramente, você precisa entender o que significa a palavra vigilância: vigiar, observar atentamente. Sendo assim, a vigilância se propõe observação contínua de uma situação de saúde, além disso, ela co- leta e processa os dados (aqueles dados que a gente já vem conversando). Lembre-se que os dados são números, depois transforma estes em informações que vão servir para a tomada de decisões. Além disso, essas informações precisam ser compartilhadas e divulgadas, outro papel da vigilância. Mas a vigilância surge de um processo histórico, pois não é de hoje que o homem pratica a vigilância, as referências às epidemias e ao seu impacto sobre as sociedades são bastante antigas, observadas já no Antigo Testamento, onde já existia adoção de medidas de isolamento com objetivo de separar os porta- dores de doenças, considerados impuros. 7 Essas ações são antecessoras da quarentena adotada em 1384, e naquele momento, foi instituída, pela primeira vez, a notificação obrigatória das doenças dessa foram estabelecidas medidas de isolamento para as pessoas, as embarcações e as mercadorias, fazendo surgir à forma de vigilância exercida sobre as pessoas doentes. Em 1903, ocorreu um conjunto de mudanças que confere ao Governo Federal a responsabilidade de coor- denar as ações de prevenção e controle das doenças transmissíveis. Estas ações, em 1941, estabelece- ram-se como Serviços Nacionais com o objetivo de controlar as doenças que mais aconteciam na época, como: a malária e a febre amarela. Todas essas ações eram em formato de campanhas. Em 1975, a V Con- ferência Nacional de Saúde (CNS) sugeriu a criação de um sistema de vigilância epidemiológica no Brasil que se preocupava com as doenças transmissíveis. Com a transição epidemiológica (vista na unidade 2) e a mudança do perfil de adoecimento da população, as doenças crônicas não transmissíveis passam a ser objeto de estudo da vigilância epidemiológica; incorporadas no Sistema Único de Saúde (SUS), a partir do final dos anos 1990. A partir, deste momento, prezado aluno, as atividades de vigilância passam a ser rea- lizadas pelas secretarias estaduais e municipais de saúde e não mais apenas pelo Ministério da Saúde. Você conhecerá agora os tipos de vigilância instituídos: • Vigilância Epidemiológica; • Vigilância Sanitária; • Farmacovigilância; • Vigilância em Saúde Ambiental; • Vigilância em Saúde do Trabalhador; • Vigilância Alimentar e Nutricional. vigilância epidemiológica Conforme a própria nomenclatura já trata, a Lei n° 8.080, de 1990, conceituou a vigilância epidemiológica como: “Conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mu- dança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a fina- lidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.” A partir da Vigilância Epidemiológica é fornecido apoio técnico para gestores para que estes executem ações de prevenção ou mesmo controles dessas doenças numa população. É importante que você saiba como a vigilância epidemiológica desenvolve seu papel. Entre suas atribuições estão a de coletar os dados, processar transformando em informação, analisar, propor medidas de prevenção, avaliar se essas medidas propostas estão certas e, por fim, divulgar essas informações. Na unidade 2, você aprendeu que os dados coletados podem ser do tipo: sociodemográfico, ambiental, morbidade, mortalidade e notificação de surtos de epidemias. 8 Lembre-se que a notificação é a comunicação feita, sobre ocorrência de agravos ou doenças, a órgãos sanitários. Ela pode ser simples ou compulsória, esta última é a obrigatória. Você viu na unidade 2, que o SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) é a fonte de dados responsável pelas doenças de notificação compulsória, mas existem outras fontes de dados utilizadas pela vigilância epidemiológica como: laboratórios, hemocentros, Investigação epidemiológica, outros sistemas de informação, imprensa e população. A investigação epidemiológica, por sua vez, é um estudo de campo feito para explicar, a partir de casos notificados e seus contatos, a ocorrência de epidemias e surtos. dICas Reforce a leitura da página 63 até a página 71, do seu livro texto. A detecção e investigação precoce de surtos, também é atribuição da vigilância epi- demiológica e é de suma importância para a vigilância das doenças transmitidas por água/alimentos, pois permitem Identificar e eliminar fontes, controlar e prevenir outros casos, aprender sobre novas doenças ou obter novas informações sobre doenças exis- tentes, conhecer os fatores causadores de surtos e melhora a qualidade e segurança de alimentos/água e a qualidade de vida e saúde da população. A investigação de um surto tem três eixos, que você conhecerá agora: • O Eixo 1: é o da investigação epidemiológica propriamente dita, onde são feitas as entrevistas com os envolvidos para se conhecer a fonte de transmissão e o agente causador; • O Eixo 2: trata da investigação do laboratório com as coletas e análises de amostra clínicas, de pessoas, água e utensílios, com finalidade de confirmar o agente causador; • O Eixo 3: é a investigação no local (ambiente) pela vigilância sanitária para se conhecer as condições do local, como por exemplo, a manipulação, e detectar algum fator que possa estar contribuindo com o surto. A investigação de um surto se faz em cinco passos: Passo 1: Planejamento para o trabalho de campo; onde vão ser definidos os papéis, quem será, por exemplo, o coordenador, o roteiro e cronograma, o material e estrutura necessária, geralmente essa fase cabe a vigilância epidemiológica; Passo2: Definição de caso e investigação de campo; selecionar quem participou do evento e será investigado, e quais os aspectos clínicos observados; Passo 3: Processamento dos dados da investigação, alimentar os SINAN; Passo 4: Implementação e recomendação das medidas controle e prevenção; Passo 5: Encerramento e conclusão da investigação. 9 leITUra CoMPleMenTar Leia, em detalhes, os passos para a investigação do surto no link. vigilância sanitária É importante que você compreenda o momento histórico. A vigilância sanitária é considerada uma das ações mais antigas da saúde pública, e desenvolve várias funções, tais como: ações de controle das águas, salubridade nas cidades para a circulação de mercadorias, prática de barbeiros, boticários e cirur- giões, circulação pessoas, entre outras. No passado as ações de vigilância estavam associadas a questão da contaminação da agua e dos alimen- tos , além do lixo produzido. Um grande numero de pessoas aglomeradas vivendo nas cidades populosas também aumentaram a probabilidade de transmissão de doenças. No Brasil, no século XVIII em 1976 houve a criação da Secretaria Nacional de Vigilância sanitária e 1986 o Código de Defesa do Consumidor foi instituído. Em 1994 é criado o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, em 1999 cria-se a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e em 2001 acontece a I Conferência Nacional de Vigilância Sanitária (CONAVISA). A vigilância sanitária possui várias atividades que são consideradas multidisciplinares como: regulamen- tação e controle a fabricação, produção, transporte, armazenagem, distribuição e comercialização de produtos, bem como a prestação de serviços de interesse da saúde. voCê sabIa? A vigilância sanitária se preocupa com estabelecimentos que exercem atividades que, direta ou indiretamente, podem provocar benefícios, danos ou agravos à saúde (esco- las, hospitais, clínicas, consultórios, lanchonetes, restaurantes, salão de beleza, etc). São funções da Vigilância Sanitária: • instituição de normas (normatização); • registro para reconhecimento de um produto; • cadastramento para identificar informações importantes; • autorização de funcionamento; • licenciamento e revalidação ,uma vez que todos os estabelecimentos com atividades de interesse da saúde devem ser inspecionados e licenciados; • fiscalização; • monitoramento de produto e mercado inclusive publicidade e propaganda enganosa. ??? 10 Caro (a) aluno (a), você precisa saber que os estabelecimentos que lidam com saúde precisam receber um alvará para funcionar, dentro das normas da ANVISA em relação à biossegurança; seja ele uma loja de produtos alimentares, um restaurante, um consultório. Além dessas funções, a vigilância também moni- tora as propagandas comuns na TV que fazem o milagre do emagrecimento. Quando falamos da vigilância Sanitária no âmbito nacional, esta é conhecida como ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem outras atribuições como: • controle sanitário de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados; • ações realizadas na área das relações internacionais; • promoção de estudos e manifestação de patentes de produtos e processos farmacêuticos. voCê sabIa? Você sabia que a vigilância sanitária tem poder de polícia? A vigilância tem poder de fechar um estabelecimento! Você já observou a quantidade de serviços fechados atualmente na imprensa, como fechamento(s) de supermerca- do(s), mercadinho(s), padaria(s), entre outros estabelecimentos. leitura complementar: Leia mais sobre esse assunto no link. famarcovigilância Existe também a Famarcovigilância, pelo nome você já deve imaginar que se trata de fármacos, pois bem, é a parte da vigilância que se preocupa com a descoberta, avaliação e prevenção de reações adversas a medicamentos. Quer saber mais a respeito? Leia a página 72 até a página 78, do seu livro texto, que trata da vigilância sanitária. vigilância em saúde ambiental A vigilância ambiental se ocupa em estudar os fatores do ambiente que interfere na saúde das populações com propósito de propor medidas de prevenção e controle para evitar as doenças e agravos. A vigilância ambiental se divide em duas áreas: • Vigilância e Controle de Fatores de Riscos Biológicos (como reservatórios e vetores); • Vigilância e Controle de Fatores de Riscos Não biológicos (produtos que possam contaminar consumo de água). ??? 11 vigilância em saúde do Trabalhador Está baseada na relação entre trabalho e a saúde/doença, os trabalhos pesados, jornadas longas de tra- balho e ambientes insalubres que podem levar ao adoecimento deste trabalhador e ao risco de acidentes com mutilação. Você sabia que existem diferenças entre acidente de trabalho e doença do trabalho? O acidente de trabalho ocorre pelo exercício do trabalho. O trabalhador está a serviço e acontece um acidente. A doença do trabalho, por sua vez, é aquela condição que se desenvolve pelas condições do trabalho é inerente a maneira que o trabalho é executado. Na sua profissão, por exemplo, cortar o dedo na faca em uma cozinha é um acidente de trabalho. Por outro lado, existem profissões que trazem doenças com o passar do tempo como a tendinite em digitadores, por más posturas. ePIdeMIoloGIa das doenÇas TransMIssÍveIs e nÃo TransMIssÍveIs Neste momento, vamos concluindo nossa unidade 3 tratando das doenças transmissíveis e não transmis- síveis. Lembre-se, como já foi abordado algumas vezes durante as unidades 1 e 2, que houve mudança no perfil saúde doença da população, pois as doenças transmissíveis deram espaço às doenças da moderni- dade (doenças crônicas) e a causas externas - a chamada transição epidemiológica. As doenças transmissíveis tem sido responsáveis por uma grande quantidade de mortes, consequente- mente, afligindo milhões de pessoas em numerosas regiões, especialmente nos países em desenvolvi- mento. Observe a figura 3.3, do seu livro texto, sobre Mortalidade de acordo com as causas para capitais de estados e do Brasil (1930 a 2004) que representa a transição epidemiológica. Quanto às características, as doenças transmissíveis podem ser: • Persistentes – são aquelas que ainda têm uma incidência elevada na população; • Emergentes - são as que surgiram, ou foram identificadas, nas últimas duas décadas; ou, ainda, as que assumiram uma nova situação, passando de doenças raras e restritas para constituírem problemas de saúde pública; • Reemergentes - por sua vez, são aquelas que ressurgiram, enquanto problema de saúde públi- ca, após terem sido controladas no passado; • Declinantes - são aquelas que a incidência está diminuindo Não se esqueça aluno (a), que incidência é o número de casos novos da doença e prevalência são casos novos e os existentes. 12 As doenças, de uma maneira geral, segundo sua origem, podem ser classificadas como: • Doenças infecciosas, ou seja, que resultam de uma infecção. É a doença que, clinicamente, manifesta do homem ou dos animais, resultante de uma infecção; • Doenças não infecciosas (não transmissíveis) são as doenças que não resultam de infecção, por exemplo: doenças coronarianas, diabetes e outras. Quanto à duração, ou seja, o tempo da doença, ela pode ser dividida em: doenças crônicas que se desen- rolam em longo prazo, e agudas são as de curta duração. leITUra CoMPleMenTar Leia o artigo DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS: GUIA DE BOLSO. Disponível no link. As doenças não transmissíveis, como você já tomou conhecimento em outros momentos, são todas as doenças que não são adquiridas por contato com pessoas infectadas com o agente causador da doença e ou vetor. São aquelas que possuem a história natural prolongada, envolve muitos fatores de risco (alguns fatores etiológicos são conhecidos, outrosfatores etiológicos são desconhecidos); o que dificulta o trata- mento. Existe a ausência de participação de microrganismos entre os determinantes. As doenças crônicas apresentam um grande período sem apresentar sinais e sintoma, e possuem um longo curso que se não for interrompido poderá levar a morte ou deixar sequelas importantes. Vários são fatores que determinam estas doenças como: a alimentação, a prática de exercícios, álcool entre outros, que precisam ser conhecidos para que possam ser prevenidos. São considerados fatores de risco para as DCNT: excesso de peso, o consumo de tabaco, sedentarismo, dieta. Os comportamentos de risco para DNT estão associados aos indivíduos de menor escolaridade. Conheça algumas doenças crônicas não transmissíveis, conhecidas como (DANT): doenças cardíacas e cerebrovasculares, câncer, diabetes, hipertensão, doenças autoimunes, doenças mentais, doenças crônicas do aparelho digestivo e doenças crônicas do aparelho respiratório. leITUra CoMPleMenTar Faça agora a leitura do artigo “Mudanças nos padrões de morbimortalidade da popula- ção brasileira: os desafios para um novo século”. Acesse o link. TransIÇÃo nUTrICIonal Entre as mudanças ocasionadas no processo saúde-doença como transição epidemiológica e demográfica e que foram demonstradas para você, nas unidades anteriores, vivenciamos a transição nutricional. 13 Os países desenvolvidos passaram por várias transformações como as observadas na qualidade e na quantidade da dieta, e, associadas a mudanças no estilo de vida, nas arteriais, doenças cardiovasculares e cânceres, acarretando em mudanças no padrão da distribuição da morbimortalidade das populações. Essa transição nutricional caracteriza-se pela redução nas prevalências dos déficits nutricionais e aumen- to expressivo de sobrepeso e obesidade devido a comportamentos nutricionais e somado a diminuição das práticas de atividades físicas. leITUra CoMPleMenTar Faça a leitura do artigo abaixo “A transição nutricional no Brasil: tendências regionais e temporais”. Depois reforce a leitura da página 78 até a página 82, do seu livro texto. aCesse o aMbIenTe vIrTUal Aqui se encerra a unidade 3. Com ela você entendeu que as informações que você aprendeu, na unidade 2, nem sempre são suficientes e para captar as informações adicionais ou mesmo não existentes, existem os estudos epidemiológicos; a partir dos quais podemos testar hipótese sobre a influência de fatores na origem de doenças e agravos, num recorte de tempo. Nesta unidade, você aprendeu ainda sobre a vigilância em saúde, responsável por mo- nitorar esses dados e, por fim, reforçou seus conhecimentos com as doenças transmis- síveis e não transmissíveis e a transição nutricional. Para dar continuidade aos seus estudos, prezado aluno (a), é importante que você realize as atividades (questionário e fórum) referentes a esta unidade. Até o próximo guia!
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