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Epidemiologia 03

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Epidemiologia
UNIDADE 3
1
3ª UNIDADE
DISCIPLINA: EPIDEMIOLOGIA
 Palavras do Professor
Prezado (a) aluno (a), na unidade 2 você compreendeu que existem indicadores que servem para medir o 
estado de saúde e doença, apesar de ser mais comum medirmos a doença. Estes indicadores tratam de 
vários aspectos como óbitos, nascimentos e doenças. Você aprendeu também que esses indicadores são 
peças fundamentais e devem conter informações relevantes para a Epidemiologia, pois podemos, a partir 
deles, conhecer como se dá o perfil de adoecimento da população. A informação será muito importante 
para tomada de decisão, mas para isso precisa ser de qualidade. 
Você aprendeu também, que a construção desses indicadores pode variar desde a contagem direta do 
número de casos de uma determinada doença ou pode se apresentar como cálculos que incluem índices, 
taxa(s), proporções ou coeficientes. Os coeficientes mais utilizados são os relacionados dados sobre doen-
ças (morbidade) e sobre eventos vitais (nascimentos e mortes). Os dados de nascimentos se referem à 
natalidade e os de morte a mortalidade. E ainda temos o coeficiente de letalidade que está relacionado 
à gravidade da doença.
 
Na unidade 2 você também compreendeu sobre as transições epidemiológicas e demográficas da po-
pulação que levam ao predomínio das doenças crônicas em uma população que está ficando cada vez 
mais envelhecida. O desenvolvimento e o acesso a melhores serviços de saúde influenciam diretamente 
no aumento da expectativa de vida e no aumento das doenças crônicas não transmissíveis. Você viu 
também que a pirâmide etária do Brasil está invertendo, pois nasce um número menor de pessoas e, em 
contrapartida, há um maior número de pessoas nas idades mais avançadas. Houve, então, uma redução 
na natalidade porque as mulheres da atualidade estão decidindo por ter menos filhos. 
Por fim, você conheceu os principais sistemas de informação da saúde que são responsáveis por captar 
a informação necessária, a partir de instrumentos de coletas de dados. Sistemas que tratam desde o 
nascimento, do óbito e de doenças de notificação obrigatória. Você aprendeu que esses sistemas apesar 
dos avanços reconhecidos precisam melhorar e sensibilizar as pessoas no seu preenchimento e além da 
implantação de recursos que os torne menos trabalhosos e que cada vez mais produzam informação com 
qualidade.
Convido você, agora, a entrar na unidade 3 que tratará de os assuntos: tipos de estudos epidemiológicos, 
vigilância em saúde e, por fim, a Epidemiologia das doenças transmissíveis e não transmissíveis. Para 
tanto é importante que você leia atentamente o guia desta unidade, o seu livro texto e as leituras comple-
mentares sugeridas durante este guia de estudos. Bom estudo!
2
TIPos de esTUdos ePIdeMIolÓGICos: desCrIÇÃo e aPlICaÇÕes 
 
Os estudos epidemiológicos servem para você captar informações que não foram suficientemente obtidas 
nos sistemas de informação que você conheceu na unidade passada, ou mesmo, não estavam disponíveis 
nesses. A partir desses estudos, poderemos testar hipóteses e fazer investigação de doenças e de fatores 
de risco, além da avaliação dos benefícios de intervenções aplicadas. 
Num primeiro momento, esses estudos partem de um questionamento científico ou hipótese, que precisa 
ser respondida. Por exemplo: pessoas que tomam café estão mais sujeitas a ter hipertensão? Em seguida, 
são selecionadas as devidas populações para o estudo e é avaliada a exposição ao fator de risco. Existem 
vários tipos diferentes de estudos na epidemiologia. 
Você conhecerá tais tipos de estudos epidemiológicos na figura abaixo:
Figura 1- Tipos de Estudo
Fonte: Própria
Primeiramente, os estudos podem ser observacionais ou analíticos:
•	 os estudos observacionais, como próprio nome já diz, servem para verificar se existe as-
sociação entre um determinado fator (causa) e um desfecho (doença) sem, entretanto, intervir 
diretamente, ele só observa.;
•	 No estudo analítico, existe um grupo de referência chamado de controle, o que permite esta-
belecer comparações experimentais com o grupo de “caso”. 
3
Você, ao longo dessa unidade, irá compreender melhor cada tipo.
Entre os estudos observacionais temos os estudos descritivos e analíticos. Os estudos descritivos, como 
próprio nome já diz, observam e descrevem características populacionais. 
Na unidade 1 você aprendeu que a epidemiologia descritiva tem o objetivo de compreender o comporta-
mento de um agravo à saúde numa população. Nessa fase é possível responder a questões: Como quem? 
Quando? Onde?
Os dados desses estudos podem ser considerados secundários (dados pré-existentes de mortalidade e 
hospitalizações, dados de sistemas, por exemplo) e primários (dados coletados para o desenvolvimento do 
estudo, dados de pesquisas).Além disso, podem ser considerado estudo de caso quando envolve apenas 
um indivíduo e série de casos quando envolve um grupo de indivíduos. 
Já os estudos analíticos, buscam examinar a existência de associação entre uma exposição e uma 
doença ou condição relacionada à saúde, ou seja, testam hipóteses. 
Os principais tipos de estudos analíticos são:
•	 ecológico; 
•	 seccional (transversal); 
•	 caso-controle (caso-referência); 
•	 coorte (prospectivo). 
O estudo ecológico é aquele que a unidade de observação é um grupo de pessoas e servem para levantar 
hipóteses, no qual se comparam a ocorrência da doença/condição relacionada à saúde e a exposição de 
interesse entre agregados de indivíduos (populações de países, regiões ou municípios, por exemplo) para 
verificar a possível existência de associação entre elas. Exemplo: associação entre álcool e câncer de 
estômago.
Já o estudo transversal, por sua vez, é aquele que é o retrato da situação, ele estuda exposição e efeito 
no mesmo momento, no presente. É importante para avaliar a prevalência de doenças. 
Lembro a você, querido (a) aluno (a), que prevalência é o número de casos novos e existentes de uma 
determinada doença ou agravo. Nesses estudos transversais, cada indivíduo é avaliado. Como vantagem 
é mais fácil e mais barato de ser realizado. 
Exemplo desse tipo de estudo: estimar a prevalência da hipertensão arterial (HA) e de alguns fatores de 
risco cardiovasculares na população adulta. 
 
4
leITUra CoMPleMenTar
Agora caro aluno (a), faça uma leitura do artigo “Hipertensão Arterial e Alguns Fatores 
de Risco em uma Capital Brasileira” que trata de um estudo transversal. Acesse o link.
 
 Exposição Doença
 PresenTe
Figura 2. Estudo Transversal
Fonte: Própria
O estudo de caso-controle parte da doença para chegar às causas (pesquisa etiológica, retrospectiva, 
de trás para frente, após o fato consumado); um grupo de pessoas que possuem uma doença ou agravo 
são consideradas “casos” e um grupo de pessoas sem a doença que serão os controles. Como vantagem 
nesse tipo de estudo, temos a rapidez e, por ser um estudo barato, porém por ser retrospectivo, existe 
dificuldade em se avaliar a causa porque a mesma já ocorreu. 
Um exemplo de um estudo de caso controle: a associação entre a diabetes mellitus e a doença isquêmica 
do coração. 
 
leITUra CoMPleMenTar
Para você entender melhor o estudo de caso-controle, leia mais sobre esse assunto 
acessando o link.
 
5
 Exposição Doença
 
 Passado 
Figura 3. Estudo de Caso-Controle
Fonte: Própria
 
Os estudos de Coorte, por sua vez, são estudos longitudinais, representam o filme da situação parte-se 
de um grupo que ainda não desenvolveua doença de interesse, é conhecido como estudo prospectivo. 
Esse tipo de estudo parte da exposição a fatores, como alimentação e exercício, para a doença. Esse 
estudo mede incidência da doença, lembro a você que incidência é o número de casos novos desta. Como 
desvantagem desse estudo você deve saber que ele é caro e demorado. Tem estudos desses tipos que 
duram até décadas. 
 
 Exposição Doença
 
 fUTUro 
Figura 4. Estudo de Coorte
Fonte: Própria
Os estudos experimentais parte da “causa” para o “efeito”. Os participantes são colocados aleatoria-
mente nos grupos - de estudo e de controle, ou seja, se faz um sorteio entre os participantes para compor 
esses dois grupos e realiza-se a intervenção em apenas um dos grupos (por exemplo, um tipo de dietas) 
e o outro grupo recebe placebo.
Este tipo de estudo é considerado padrão-ouro dos estudos epidemiológicos. Como desvantagem é um 
estudo caro e exige uma logística maior quando comparado aos demais. 
6
 Exposição Desfecho
 Grupo de Estudo Grupo de Estudo 
 
 fUTUro
 Grupo Controle Grupo Controle
 
Figura 5. Estudo Experimental
Fonte: Própria
Caro (a) aluno (a), depois de tudo que foi exposto até agora, leia atentamente da página 58 até a página 
63, do seu livro texto, para complementar seu aprendizado sobre os tipos de estudos epidemiológicos.
vIGIlÂnCIa eM saÚde 
Caro (a) estudante, a partir desse momento você vai se debruçar como essas informações em saúde (im-
portantes para saúde) são monitoradas e acompanhadas. 
Primeiramente, você precisa entender o que significa a palavra vigilância: vigiar, observar atentamente. 
Sendo assim, a vigilância se propõe observação contínua de uma situação de saúde, além disso, ela co-
leta e processa os dados (aqueles dados que a gente já vem conversando). Lembre-se que os dados são 
números, depois transforma estes em informações que vão servir para a tomada de decisões. Além disso, 
essas informações precisam ser compartilhadas e divulgadas, outro papel da vigilância. 
Mas a vigilância surge de um processo histórico, pois não é de hoje que o homem pratica a vigilância, as 
referências às epidemias e ao seu impacto sobre as sociedades são bastante antigas, observadas já no 
Antigo Testamento, onde já existia adoção de medidas de isolamento com objetivo de separar os porta-
dores de doenças, considerados impuros. 
7
Essas ações são antecessoras da quarentena adotada em 1384, e naquele momento, foi instituída, pela 
primeira vez, a notificação obrigatória das doenças dessa foram estabelecidas medidas de isolamento 
para as pessoas, as embarcações e as mercadorias, fazendo surgir à forma de vigilância exercida sobre 
as pessoas doentes.
Em 1903, ocorreu um conjunto de mudanças que confere ao Governo Federal a responsabilidade de coor-
denar as ações de prevenção e controle das doenças transmissíveis. Estas ações, em 1941, estabelece-
ram-se como Serviços Nacionais com o objetivo de controlar as doenças que mais aconteciam na época, 
como: a malária e a febre amarela. Todas essas ações eram em formato de campanhas. Em 1975, a V Con-
ferência Nacional de Saúde (CNS) sugeriu a criação de um sistema de vigilância epidemiológica no Brasil 
que se preocupava com as doenças transmissíveis. Com a transição epidemiológica (vista na unidade 2) e 
a mudança do perfil de adoecimento da população, as doenças crônicas não transmissíveis passam a ser 
objeto de estudo da vigilância epidemiológica; incorporadas no Sistema Único de Saúde (SUS), a partir do 
final dos anos 1990. A partir, deste momento, prezado aluno, as atividades de vigilância passam a ser rea-
lizadas pelas secretarias estaduais e municipais de saúde e não mais apenas pelo Ministério da Saúde. 
Você conhecerá agora os tipos de vigilância instituídos: 
•	 Vigilância Epidemiológica;
•	 Vigilância Sanitária;
•	 Farmacovigilância;
•	 Vigilância em Saúde Ambiental;
•	 Vigilância em Saúde do Trabalhador; 
•	 Vigilância Alimentar e Nutricional.
vigilância epidemiológica
Conforme a própria nomenclatura já trata, a Lei n° 8.080, de 1990, conceituou a vigilância epidemiológica 
como:
“Conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mu-
dança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a fina-
lidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.”
A partir da Vigilância Epidemiológica é fornecido apoio técnico para gestores para que estes executem 
ações de prevenção ou mesmo controles dessas doenças numa população. É importante que você saiba 
como a vigilância epidemiológica desenvolve seu papel. Entre suas atribuições estão a de coletar os 
dados, processar transformando em informação, analisar, propor medidas de prevenção, avaliar se essas 
medidas propostas estão certas e, por fim, divulgar essas informações. 
Na unidade 2, você aprendeu que os dados coletados podem ser do tipo: sociodemográfico, ambiental, 
morbidade, mortalidade e notificação de surtos de epidemias. 
8
Lembre-se que a notificação é a comunicação feita, sobre ocorrência de agravos ou doenças, a órgãos 
sanitários. Ela pode ser simples ou compulsória, esta última é a obrigatória. Você viu na unidade 2, que o 
SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) é a fonte de dados responsável pelas doenças 
de notificação compulsória, mas existem outras fontes de dados utilizadas pela vigilância epidemiológica 
como: laboratórios, hemocentros, Investigação epidemiológica, outros sistemas de informação, imprensa 
e população. 
A investigação epidemiológica, por sua vez, é um estudo de campo feito para explicar, a partir de casos 
notificados e seus contatos, a ocorrência de epidemias e surtos. 
 
dICas
Reforce a leitura da página 63 até a página 71, do seu livro texto.
A detecção e investigação precoce de surtos, também é atribuição da vigilância epi-
demiológica e é de suma importância para a vigilância das doenças transmitidas por 
água/alimentos, pois permitem Identificar e eliminar fontes, controlar e prevenir outros 
casos, aprender sobre novas doenças ou obter novas informações sobre doenças exis-
tentes, conhecer os fatores causadores de surtos e melhora a qualidade e segurança 
de alimentos/água e a qualidade de vida e saúde da população.
 
A investigação de um surto tem três eixos, que você conhecerá agora: 
•	 O Eixo 1: é o da investigação epidemiológica propriamente dita, onde são feitas as entrevistas 
com os envolvidos para se conhecer a fonte de transmissão e o agente causador;
•	 O Eixo 2: trata da investigação do laboratório com as coletas e análises de amostra clínicas, de 
pessoas, água e utensílios, com finalidade de confirmar o agente causador;
•	 O Eixo 3: é a investigação no local (ambiente) pela vigilância sanitária para se conhecer as 
condições do local, como por exemplo, a manipulação, e detectar algum fator que possa estar 
contribuindo com o surto. 
A investigação de um surto se faz em cinco passos: 
Passo 1: Planejamento para o trabalho de campo; onde vão ser definidos os papéis, quem será, 
por exemplo, o coordenador, o roteiro e cronograma, o material e estrutura necessária, geralmente 
essa fase cabe a vigilância epidemiológica;
Passo2: Definição de caso e investigação de campo; selecionar quem participou do evento e será 
investigado, e quais os aspectos clínicos observados;
Passo 3: Processamento dos dados da investigação, alimentar os SINAN; 
Passo 4: Implementação e recomendação das medidas controle e prevenção; 
Passo 5: Encerramento e conclusão da investigação.
9
leITUra CoMPleMenTar
Leia, em detalhes, os passos para a investigação do surto no link.
vigilância sanitária 
É importante que você compreenda o momento histórico. A vigilância sanitária é considerada uma das 
ações mais antigas da saúde pública, e desenvolve várias funções, tais como: ações de controle das 
águas, salubridade nas cidades para a circulação de mercadorias, prática de barbeiros, boticários e cirur-
giões, circulação pessoas, entre outras. 
No passado as ações de vigilância estavam associadas a questão da contaminação da agua e dos alimen-
tos , além do lixo produzido. Um grande numero de pessoas aglomeradas vivendo nas cidades populosas 
também aumentaram a probabilidade de transmissão de doenças. 
No Brasil, no século XVIII em 1976 houve a criação da Secretaria Nacional de Vigilância sanitária e 1986 
o Código de Defesa do Consumidor foi instituído. Em 1994 é criado o Sistema Nacional de Vigilância 
Sanitária, em 1999 cria-se a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e em 2001 acontece a I 
Conferência Nacional de Vigilância Sanitária (CONAVISA).
A vigilância sanitária possui várias atividades que são consideradas multidisciplinares como: regulamen-
tação e controle a fabricação, produção, transporte, armazenagem, distribuição e comercialização de 
produtos, bem como a prestação de serviços de interesse da saúde. 
 
voCê sabIa?
A vigilância sanitária se preocupa com estabelecimentos que exercem atividades que, 
direta ou indiretamente, podem provocar benefícios, danos ou agravos à saúde (esco-
las, hospitais, clínicas, consultórios, lanchonetes, restaurantes, salão de beleza, etc).
São funções da Vigilância Sanitária:
•	 instituição de normas (normatização);
•	 registro para reconhecimento de um produto;
•	 cadastramento para identificar informações importantes;
•	 autorização de funcionamento;
•	 licenciamento e revalidação ,uma vez que todos os estabelecimentos com 
atividades de interesse da saúde devem ser inspecionados e licenciados;
•	 fiscalização;
•	 monitoramento de produto e mercado inclusive publicidade e propaganda 
enganosa.
???
10
Caro (a) aluno (a), você precisa saber que os estabelecimentos que lidam com saúde precisam receber um 
alvará para funcionar, dentro das normas da ANVISA em relação à biossegurança; seja ele uma loja de 
produtos alimentares, um restaurante, um consultório. Além dessas funções, a vigilância também moni-
tora as propagandas comuns na TV que fazem o milagre do emagrecimento. 
Quando falamos da vigilância Sanitária no âmbito nacional, esta é conhecida como ANVISA (Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária) tem outras atribuições como:
•	 controle sanitário de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados; 
•	 ações realizadas na área das relações internacionais;
•	 promoção de estudos e manifestação de patentes de produtos e processos farmacêuticos.
voCê sabIa?
Você sabia que a vigilância sanitária tem poder de polícia? 
A vigilância tem poder de fechar um estabelecimento! Você já observou a quantidade 
de serviços fechados atualmente na imprensa, como fechamento(s) de supermerca-
do(s), mercadinho(s), padaria(s), entre outros estabelecimentos. 
 
leitura complementar: Leia mais sobre esse assunto no link.
famarcovigilância 
Existe também a Famarcovigilância, pelo nome você já deve imaginar que se trata de fármacos, pois bem, 
é a parte da vigilância que se preocupa com a descoberta, avaliação e prevenção de reações adversas a 
medicamentos. 
Quer saber mais a respeito? Leia a página 72 até a página 78, do seu livro texto, que trata da vigilância 
sanitária. 
vigilância em saúde ambiental 
A vigilância ambiental se ocupa em estudar os fatores do ambiente que interfere na saúde das populações 
com propósito de propor medidas de prevenção e controle para evitar as doenças e agravos. A vigilância 
ambiental se divide em duas áreas:
•	 Vigilância e Controle de Fatores de Riscos Biológicos (como reservatórios e vetores);
•	 Vigilância e Controle de Fatores de Riscos Não biológicos (produtos que possam contaminar 
consumo de água).
???
11
vigilância em saúde do Trabalhador 
Está baseada na relação entre trabalho e a saúde/doença, os trabalhos pesados, jornadas longas de tra-
balho e ambientes insalubres que podem levar ao adoecimento deste trabalhador e ao risco de acidentes 
com mutilação. 
Você sabia que existem diferenças entre acidente de trabalho e doença do trabalho? 
O acidente de trabalho ocorre pelo exercício do trabalho. O trabalhador está a serviço e acontece um 
acidente. 
A doença do trabalho, por sua vez, é aquela condição que se desenvolve pelas condições do trabalho é 
inerente a maneira que o trabalho é executado. Na sua profissão, por exemplo, cortar o dedo na faca em 
uma cozinha é um acidente de trabalho. Por outro lado, existem profissões que trazem doenças com o 
passar do tempo como a tendinite em digitadores, por más posturas.
ePIdeMIoloGIa das doenÇas TransMIssÍveIs e nÃo TransMIssÍveIs
Neste momento, vamos concluindo nossa unidade 3 tratando das doenças transmissíveis e não transmis-
síveis. Lembre-se, como já foi abordado algumas vezes durante as unidades 1 e 2, que houve mudança no 
perfil saúde doença da população, pois as doenças transmissíveis deram espaço às doenças da moderni-
dade (doenças crônicas) e a causas externas - a chamada transição epidemiológica. 
As doenças transmissíveis tem sido responsáveis por uma grande quantidade de mortes, consequente-
mente, afligindo milhões de pessoas em numerosas regiões, especialmente nos países em desenvolvi-
mento. 
Observe a figura 3.3, do seu livro texto, sobre Mortalidade de acordo com as causas para capitais de 
estados e do Brasil (1930 a 2004) que representa a transição epidemiológica.
Quanto às características, as doenças transmissíveis podem ser:
•	 Persistentes – são aquelas que ainda têm uma incidência elevada na população;
•	 Emergentes - são as que surgiram, ou foram identificadas, nas últimas duas décadas; ou, ainda, 
as que assumiram uma nova situação, passando de doenças raras e restritas para constituírem 
problemas de saúde pública;
•	 Reemergentes - por sua vez, são aquelas que ressurgiram, enquanto problema de saúde públi-
ca, após terem sido controladas no passado;
•	 Declinantes - são aquelas que a incidência está diminuindo
Não se esqueça aluno (a), que incidência é o número de casos novos da doença e prevalência são casos 
novos e os existentes. 
12
As doenças, de uma maneira geral, segundo sua origem, podem ser classificadas como:
•	 Doenças infecciosas, ou seja, que resultam de uma infecção. É a doença que, clinicamente, 
manifesta do homem ou dos animais, resultante de uma infecção;
•	 Doenças não infecciosas (não transmissíveis) são as doenças que não resultam de infecção, 
por exemplo: doenças coronarianas, diabetes e outras.
Quanto à duração, ou seja, o tempo da doença, ela pode ser dividida em: doenças crônicas que se desen-
rolam em longo prazo, e agudas são as de curta duração. 
 
leITUra CoMPleMenTar
Leia o artigo DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS: GUIA DE BOLSO. Disponível 
no link.
As doenças não transmissíveis, como você já tomou conhecimento em outros momentos, são todas as 
doenças que não são adquiridas por contato com pessoas infectadas com o agente causador da doença e 
ou vetor. São aquelas que possuem a história natural prolongada, envolve muitos fatores de risco (alguns 
fatores etiológicos são conhecidos, outrosfatores etiológicos são desconhecidos); o que dificulta o trata-
mento. Existe a ausência de participação de microrganismos entre os determinantes. 
As doenças crônicas apresentam um grande período sem apresentar sinais e sintoma, e possuem um 
longo curso que se não for interrompido poderá levar a morte ou deixar sequelas importantes. Vários 
são fatores que determinam estas doenças como: a alimentação, a prática de exercícios, álcool entre 
outros, que precisam ser conhecidos para que possam ser prevenidos. São considerados fatores de risco 
para as DCNT: excesso de peso, o consumo de tabaco, sedentarismo, dieta. Os comportamentos de risco 
para DNT estão associados aos indivíduos de menor escolaridade. Conheça algumas doenças crônicas 
não transmissíveis, conhecidas como (DANT): doenças cardíacas e cerebrovasculares, câncer, diabetes, 
hipertensão, doenças autoimunes, doenças mentais, doenças crônicas do aparelho digestivo e doenças 
crônicas do aparelho respiratório.
 
leITUra CoMPleMenTar
Faça agora a leitura do artigo “Mudanças nos padrões de morbimortalidade da popula-
ção brasileira: os desafios para um novo século”. Acesse o link.
TransIÇÃo nUTrICIonal 
Entre as mudanças ocasionadas no processo saúde-doença como transição epidemiológica e demográfica 
e que foram demonstradas para você, nas unidades anteriores, vivenciamos a transição nutricional. 
13
Os países desenvolvidos passaram por várias transformações como as observadas na qualidade e na 
quantidade da dieta, e, associadas a mudanças no estilo de vida, nas arteriais, doenças cardiovasculares 
e cânceres, acarretando em mudanças no padrão da distribuição da morbimortalidade das populações.
Essa transição nutricional caracteriza-se pela redução nas prevalências dos déficits nutricionais e aumen-
to expressivo de sobrepeso e obesidade devido a comportamentos nutricionais e somado a diminuição 
das práticas de atividades físicas. 
 
leITUra CoMPleMenTar
Faça a leitura do artigo abaixo “A transição nutricional no Brasil: tendências 
regionais e temporais”. Depois reforce a leitura da página 78 até a página 82, do 
seu livro texto.
 
aCesse o aMbIenTe vIrTUal
Aqui se encerra a unidade 3. Com ela você entendeu que as informações que você 
aprendeu, na unidade 2, nem sempre são suficientes e para captar as informações 
adicionais ou mesmo não existentes, existem os estudos epidemiológicos; a partir dos 
quais podemos testar hipótese sobre a influência de fatores na origem de doenças e 
agravos, num recorte de tempo. 
Nesta unidade, você aprendeu ainda sobre a vigilância em saúde, responsável por mo-
nitorar esses dados e, por fim, reforçou seus conhecimentos com as doenças transmis-
síveis e não transmissíveis e a transição nutricional.
Para dar continuidade aos seus estudos, prezado aluno (a), é importante que você realize as atividades 
(questionário e fórum) referentes a esta unidade. Até o próximo guia!

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