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Profa. Dra. Aline Carneiro Silverol Aula 4 – Minerais e rochas Leituras recomendadas Cap 2 : Decifrando a Terra 1ed. (xerox) Cap 2: Minerais e rochas (Geologia de Engenharia) (xerox) Cap 3 e 4 : Para Entender a Terra Aula passada Estrutura da Terra Calor interno da Terra (grau geotérmico) Condução e convecção Sismologia Divisão propriedades físicas Divisão propriedades químicas Gravidade Isostasia Geomagnetismo Estrutura da Terra Aula passada Tectônica Global Deriva continental Evidências da deriva continental Tectônica de placas – tectônica global Natureza das placas Limites entre as placas Convergente Divergente Conservativo Placas e sismicidade: terremotos Colisões entre placas e produtos associados às colisões Objetivos da aula de hoje Conceituar minerais Tipo de minerais Propriedades para identificação de minerais Conceituar rochas Principais tipos de rochas Ciclo das rochas História Idade da pedra: seleção de materiais (minerais e rochas) para a confecção de ferramentas, pigmentos, cerâmicas...) Grego Teofrasto (372 – 287 a.C): considerado fundador da mineralogia (De Lapidibus: 16 minerais). Plínio, o velho(político romano) (23 – 79 d.C): natureza dos minerais e rochas (morreu na erupção do Vesúvio) Georgius Agricola (George Bauer, 1494 – 1555) escreveu De Re Metallica: principal referencia sobre minerais e rochas por 200 anos. História Nicolau Steno (1638 – 1686): constância nos ângulos entre as faces dos cristais: ordem interna na matéria cristalina; lançou os fundamentos da estratigrafia e da paleontologia. René Rauy (1784): empacotamento de minúsculos blocos idênticos (regularidade da forma externa dos minerais). Jons Jakob Berzelius (1779 – 1848): percebeu que minerais com o memso tipo de ânion apresentavam propriedades físicas semelhantes (primeira classificação dos minerais) História Friedrich Mohs (1773 – 1839): propôs a escala relativa de dureza dos minerais (usada até hoje) William Nicol (1828): inventou o filtro polarizador. Minerais passaram a ser analisados por microscopia. Microscópio petrográfico História Após polarizador: pode-se relacionar os fenômenos óticos com a simetria e a composição química. James D. Dana (1837): organizou o conhecimento já existente em “manuais de mineralogia” . Até hoje utiliza- se a sistemática de Dana. 1895: descoberta “acidental “ dos raios X por Roentgen. Raios X: são emissões eletromagnéticas de natureza semelhante à luz visível. Seu comprimento de onda vai de 0,05 ângström (5 pm) até centenas de angströns (1 nm). 1912: von Laue - núcleos atômicos poderiam difratar os raios X: revelou a ordem interna da matéria cristalina. •1912 : família Bragg – primeira determinação de uma estrutura cristalina por DRX. •1917: “explosão” de estruturas cristalinas Interação dos raios X com a fase cristalina sinal de difração 2 10 20 30 40 50 60 quartzo caulinita quartzo vermiculita cau linit a sulfato de cálcio sulfato de cálcio sulfato de cálcio quartzo História Microscópio eletrônico de varredura (1932): aumento de 400 vezes. Hoje o aumento é de 2.000.000 de vezes. Minerais O que é um mineral? (1) É um sólido homogêneo (2) Formado por processos geológicos naturais inorgânicos (3) Composição química definida (variável dentro de certos limites). (4) Estrutura cristalina organizada (5) Cristalizados: arranjo atômico interno tridimensional O que é um mineral? (1) É um sólido homogêneo • Tem forma própria e não flui espontaneamente, como um líquido ou um gás. Ou seja, água mineral não é mineral. O que é um mineral? (2) Formado por processos naturais inorgânicos ≠ processos orgânicos ≠ processos biogênicos O que é um mineral? (2) Formado por processos naturais inorgânicos As conchas: apresentam a mesma composição e a mesma estrutura cristalina dos minerais calcita e aragonita (CaCO3), mas são formadas pelo metabolismo dos organismos. O carvão e o petróleo também não são minerais. O que é um mineral? (3) Composição química definida A composição química dos minerais não varia aleatoriamente, porque ela é controlada pelos espaços disponíveis na estrutura cristalina e pelas valências dos íons presentes. O que é um mineral? (3) Composição química definida Por exemplo : apatita O que é um mineral? (4) Estrutura cristalina organizada Principal fator limitante da variação química de um mineral, pois os íons ocupam espaços determinados na estrutura e o tamanho desses espaços é condicionado pelos próprios raios dos íons dominantes. Composição química e estrutura cristalina: parâmetros fundamentais que caracterizam um mineral. O que determina a estrutura interna de um mineral? Um mineral é composto por um arranjo ordenado de átomos quimicamente ligados entre si para formar uma estrutura cristalina particular. Forma externa CRISTAL ARRANJO ORDENADO CARGAS DOS ÍONS equilíbrio elétrico (composto neutro, mesmo número de prótons e nêutrons) O que é um mineral? (5) Cristalizados Arranjo atômico interno tridimensional: os átomos estão distribuídos ordenadamente, formando uma rede tridimensional (retículo cristalino). Retículo cristalino: repetição da unidade fundamental (cela unitária). Cela unitária: unidade fundamental Estrutura cristalina célula unitária Materiais sólidos: Cristalino: átomos organizados estrutura cristalina definida Amorfo: átomos desorganizados sem estrutura cristalina definida 95% dos materiais sólidos podem ser descritos como cristalinos E porque isso é importante? Importância: Duas propriedades físicas: clivagem e hábito cristalino: é a forma geométrica externa natural do mineral, desenvolvida sempre que a cristalização se der sob condições calmas e ideais. Então: Retículo cristalino: repetição da unidade fundamental (cela unitária). Cela unitária:é usada para especificar um dado arranjo de pontos em um retículo. Para cada retículo espacial teremos um arranjo conveniente de coordenadas. São sete os sistemas cristalinos usados na cristalografia. 7 sistemas cristalinos 14 retículos de Bravais Ligações químicas e minerais Elementos importantes em geologia ganham perdem Ganham ou perdem Elementos de transição: são os principais responsáveis pelas cores nos minerais, devido a oscilações eletrônicas em seus orbitais internos incompletos. Quando uma luz branca atinge um elemento de transição, parte dela é absorvida pelas oscilações no nível 3d, gerando as cores. Matéria orgânicaTitânio As ligações químicas determinam grande parte das propriedades físicas dos minerais: Ligações iônicas: quando os átomos doam e recebem elétrons. Ligações fortes, baixa maleabilidade, alto ponto de fusão. Halita Ligações covalentes: compartilhamento de elétrons dos orbitais de valência Baixa maleabilidade, alto ponto de fusão e alta dureza. Ligações metálicas: cátions neutralizados por uma nuvem eletrônica comum, onde os elétrons se movimentam livremente, permitindo condução de calor e eletricidade. Maleabilidade e ductibilidade Ligações de Van der Waals e as pontes de hidrogênio: ligações mais fracas. Minerais de dureza mais baixa Os minerais comumente apresentam em sua estrutura mais de um tipo de ligação. A estreita relação entre composição química e estrutura cristalina leva à definição de três conceitos: Solução sólida Polimorfismo Isomorfismo Solução sólida São estruturas cristalinas em que um ou mais sítios iônicos são ocupados por diferentes elementos químicos. São variações composicionais causadas pela substituição de um elemento por outro com raio iônico semelhante, em um dado sítio em uma estrutura cristalina. PLAGIOCLÁSIO (feldspato) anortita (CaAl2Si2O8) albita (NaAlSi3O8) Polimorfismo Propriedade de uma substância química de cristalizar em diferentes formas, com diferentes tipos de arranjos atômicos. Profundidade e pressão Isomorfismo Ocorre em minerais de diferentes composições químicas que apresentam o mesmo tipo de estrutura cristalina. Halita (NaCl) Sylvita (KCl) E depois disso tudo....de todas as possibilidades... Quantos minerais existem na Terra? Há cerca de 3.500 espécies reconhecidas na Terra. E como são classificados? Classificação dos minerais Os nomes dos novos minerais em português devem ter o sufixo “ita” Os nomes podem indicar: sua localização (brasilianita – NaAl3(PO4)2(OH)4) suas propriedades físicas (magnetita) Elemento químico predominante (molibdenita – MoS2) Homenagear uma pessoa proeminente (andradita) A nomenclatura é controlada pela Associação Mineralógica Internacional. Classificação dos minerais As classes são de acordo com seu ânion ou grupo aniônico. E porque ânion? Mesmo ânion apresentam semelhanças físicas e morfológicas, o que não ocorre com minerais com cátions em comum. Principais classes de minerais: 1. Silicatos 2. Sulfetos 3. Sulfossais 4. Óxidos simples, múltiplos e hidróxidos 5. Haletos 6. Carbonatos 7. Nitratos 8. Boratos 9. Fosfatos 10. Sulfatos 11. Tungstatos 12. Elementos nativos 1. Silicatos São a classe mais abundante na crosta terrestre e no manto. São os principais minerais formadores de rocha Apresentam diversos tipos de estruturas cristalinas → diferentes modos de polimerização da sílica 1. Silicatos Radical aniônico [SiO₄]⁴⁻ → formam tetraedros que se unem entre si ou com cátions Cada oxigênio pode usar metade de sua carga para se ligar a outros cátions ou a outros tetraedros, formando sete tipos de cadeias polimerizadas 1. Silicatos Nesossilicatos: Si:O = 1:4 (olivina, topázio) Sorossilicatos: Si:O = 2:7 (epídoto) Ciclossilicatos: Si:O = 1:3 (berilo, turmalina) Inossilicatos cadeia simples 1:3 (piroxênio) cadeia dupla 4:11 (anfibólios) Filossilicatos: 2:5 (argilominerais, micas) Tectossilicatos : 1:2 (quartzo, feldspatos) 1. Silicatos Minerais formadores de rocha Olivinas Si, Fe, Mg Piroxênios Si, Fe, Mg, Ca Anfibólios Si, Ca, Mg, Fe, Na, Al Micas Si, Al, K, Fe, Mg Feldspatos Si, Al, Ca, Na, K Quartzo Si 2. Sulfetos combinação de um elemento metálico ou semi-metálico com S Esfarelita (ZnS) Calcopirita (CuFeS2) Galena (PbS) Pirita (FeS2) Molibdenita (MoS2) 3. Óxidos e hidróxidos combinação de oxigênio com um ou mais elementos metálicos Hematita : Fe2O3 Magnetita: Fe3O4 Espinélio: MgAl2O4 Rutilo: TiO2 Coríndon : Al2O3 Cromita: FeCr2O4 4. Haletos combinação de cátions de baixa valência com íons halogênicos eletronegativos. Atacamita (Cu2Cl(OH)3) Halita (NaCl) Silvita (KCl) Fluorita (CaF2) Criolita (Na3AlF6) 5. Carbonatos Segundo grupo mais importante Combinação de cátions bivalentes com o complexo aniônico (CO3) 2- Aragonita (CaCO3) Cerussita (PbCO3) Magnesita (MgCO3) Smithsonita (ZnCO3) Siderita (FeCO3) Calcita (CaCO3) Dolomita (Ca, Mg(CO3)2) 6. Nitratos complexo aniônico (NO3) Salitre do Chile (NaNO3) Salitre (KNO3) Nitrobarita (BaNO3)2 7. Boratos complexo aniônico (BO3 -) Bórax (Na2B4O7.10H2O) 8. Fosfatos, Arsenatos e Vanadatos combinação de cátions metálicos com os complexos aniônicos (PO4) 3-, (AsO4) 3-, (VO4) 3- Monazita ((Ce, La, Nd, Th)PO4) Adamita (Zn2[OH]AsO4) Apatita (Ca5(PO4)3 F) Vanadinita (Pb5Cl(VO4)) Vivianita (Fe3PO4.8H2O) Eritrita (Co(AsO4)2.8H2O) 9. Sulfatos, Cromatos, Molibdatos e Tungstatos combinação de cátions bivalentes com os complexos iônicos (SO4) 2-, CrO4, MoO4 2-, WO4 2- Tenardita (Na2SO4) Anidrita (CaSO4) Celestina (SrSO4) Barita (BaSO4) Crocoíta (PbCrO4) Wulfenita (PbMoO4) Scheelita (CaWO4) 10. Elementos nativos Ocorrem no estado elementar (Hg, As, Pt, Sb, Ag, Au, C, S) ou como ligas naturais; Metais, semi-metais (As), não-metais (C,S) E como identificar os minerais? Propriedades físicas macroscópicas Cor Brilho Traço Dureza Fratura Clivagem Hábito cristalino Identificação dos minerais Cor: A cor do mineral nem sempre é diagnóstica porque um mesmo mineral pode apresentar várias cores, dependendo das impurezas. Por exemplo, o coríndon azul (safira), possui impureza de Fe e Ti, e o vermelho (rubi), de Cr. Mais importante que a cor do mineral é a cor do traço, isto é a cor do pó. A cor não é um bom identificador, há mesmos minerais com cores diferentes. • Brilho – metálico – não metálico: vítreo, resinoso, perolado, terroso. • Traço – é a cor do pó do mineral, quando ele é esfregado em uma placa de porcelana obs: às vezes um mesmo mineral pode apresentar cores diferentes, mas a cor do traço é única para cada mineral. • Dureza – resistência ao risco Escala de Dureza de Mohs: 10- Diamante 9- Coríndon 8-Topázio 7- Quartzo 6- Feldspato potássico 5- Apatita 4- Fluorita 3- Calcita 2- Gipsita 1-Talco + Duro + Mole unha = 2,5 canivete = 5,0 vidro = 5,5 porcelana = 7,0 10- Diamante 9- Coríndon 8-Topázio 7- Quartzo 6- Feldspato potássico 5- Apatita 4- Fluorita 3- Calcita 2- Gipsita 1-Talco + Duro + Mole riscam/cortam o vidro e a porcelana riscam o vidro são riscados pelo canivete são riscados pela unha • Clivagem – é a tendência do mineral quebrar ao longo das ligações mais fracas, formando planos (procurar observar os cantos ou pontos quebrados do mineral, para ver se há planos que se repetem) •excelente: forma planos quebrando com a mão (micas) •boa: forma planos quebrando com o martelo •indistinta: não conseguimos reconhecer •1 plano – micas (folhas) •2 planos – feldspatos •3 planos – calcita e halita •4 planos – fluorita Não confundir clivagem com hábito cristalino. Hábito cristalino Hábito de um mineral é a forma como seus cristais individuais ou agregados crescem. Depende da estrutura cristalina e de ter espaço e tempo para crescer. Exemplos são o hábito piramidal do quartzo, placóide da mica e fibroso do asbesto. Quartzo Asbesto • Fratura – minerais que não exibem clivagem, quando quebrados, exibem fraturas. •conchoidal •irregular •fibrosa • Outras características: – Peso específico – Magnetismo – Tenacidade – Cheiro – Reação a ácidos O teste do ácido para a calcita E como os minerais são formados? Por diferentes tipos de processos naturais: Cristalização do magma: Produto do resfriamento de magmas Precipitação a partir de soluções saturadas: rochas sedimentares químicas (ambientes evaporíticos em desertos e plataformas carbonáticas) Reação entre fluidos e minerais:precipitação a partir de soluções saturadas (intemperismo e hidrotermalismo) Reação entre minerais no estado sólido: alterações na temperatura e na pressão, sem que haja fusão ou dissolução do mineral. Rochas O que são rochas? Uma rocha é um agregado sólido de minerais que ocorre naturalmente. As rochas são registros de processos geológicos ocorridos no passado e o estudo deste registro permite compreender a evolução do nosso planeta Certas rochas podem conter, ainda, matéria orgânica e vidro vulcânico. Algumas rochas podem ser constituídas por um único mineral e são chamadas de monominerálicas. São exemplos o calcário (formado de calcita) e o quartzito (formado de quartzo). Quando constituídas de vários minerais são denominadas de poliminerálicas. Tipos de rocha As rochas ígneas são formadas pelo resfriamento e cristalização da lava ou do magma; As rochas sedimentares pela litificação dos sedimentos e; As rochas metamórficas pelo metamorfismo de rochas pré existentes. Transformação contínua das rochas = Ciclo das Rochas E o que promove as transformações no ciclo das rochas? Estas transformações ocorrem tanto pela ação de processos endógenos (interior do planeta) como de processos exógenos (superfície do planeta) Processos endógenos Ocorrem utilizando a energia proveniente do interior da Terra, que forma e modifica a composição e a estrutura da crosta. São processos geológicos endógenos: formação de magma (vulcanismo e plutonismo); tectonismo; dobramentos e falhamentos; metamorfismo; terremotos e; soerguimentos e abatimentos da crosta. Processos exógenos Processos geológicos exógenos envolvem a atmosfera, hidrosfera e a superfície terrestre com forte atuação da energia solar e pela ação da gravidade. São processos geológicos exógenos: intemperismo das rochas; erosão e transporte de sedimentos e; denudação de cadeia de montanhas. O ciclo das rochas depende das fontes de energia e de um confronto entre as forças tectônicas e a isostasia. calor do núcleo - decaimento radioativo correntes de convecção - movimento das placas formação e destruição de crosta – isostasia e erosão Isostasia – Condição de busca do equilíbrio densitométrico de rochas da crosta terrestre (litosfera) sobre o manto superior (astenosfera) com movimentos principais verticalizados. Todas as rochas da crosta terrestre são menos densas que o manto, desse modo elas flutuam sobre o manto denso, a semelhança de madeira flutuando sobre a água. O equilíbirio isostático pode ser abalado por várias causas: processos tectônicos levando a espessamento crustal; fusão ou cristalização de porções da crosta ou do manto; glaciação e degelo; deposição de sedimentos; Erosão Glaciação e degelo Erosão e isostasia Placas tectônicas + ciclo das rochas + processos exógenos Ciclo das rochas e tectônica de placas Nos limites de placas há a formação de rochas por diversos processos (depende do limite) e é normalmente mais intensa. Nos limites divergentes dominam os processos magmáticos de formação de rocha, com participação mais restrita de processos metamórficos; Nos limites convergentes ocorrem com grande intensidade os processos de magmatismo, metamorfismo e erosão – sedimentação. Nos limites transformantes dominam os processos metamórficos.
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