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Revisão Final Social II - IDENTIDADE, RS, CONSCIENTIZAÇÃO

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Revisão Final Social II
Identidade 
Em praticamente todas as situações da vida cotidiana, a questão da identidade aparece, de uma forma ou de outra. A identidade do outro reflete na minha e a minha na dele. Somos ocultação e revelação. 
Parece que quando se trata de algo positivamente valorizado, nossa tendência é afirmar que estava “embutido” em nós, quando não desejável, frequentemente estava “embutido” nos outros.
Podemos imaginar as mais diversas combinações para configurar uma identidade como uma totalidade. Uma totalidade contraditória, múltipla e mutável, no entanto ÚNICA. 
No princípio era o verbo 
Quando temos o objetivo de conhecer a identidade de alguém, quando se trata de saber quem alguém é, nossa dificuldade consiste em obter apenas as informações de estágio. 
Assim, obter informações necessárias é uma questão pratica: quais as informações significativas, quais as fontes confiáveis, de que forma analisar e compreeender as inormações... Supomos que essas informações nos revelam a realidade.
Diferença e Igualdade é uma primeira noção de identidade. Sucessivamente, vamos nos diferenciando e nos igualando conforme os vários grupos sociais de quem fazemos parte.
O conhecimento de si é dado pelo conhecimento reciproco dos indivíduos identificados através de um determinado grupo social que existe objetivamente com sua história, tradições, normas, interesses...
Mas, se minha identidade se constitui dessa forma, essa constatação pode nos levar a um erro – o de pensar que os substantivos com os quais nos descrevemos expressam ou indicam uma substância que nos tornaria um sujeito imutável, identico a si-mesmo, manifestação daquela substância. 
O que na realidade acontece é que o sujeito deve ser visto pela prática, pelo seu agir, pelo fazer. É dessa forma que alguém se torna algo: ao pecar, pecador; ao desobedecer, desobediente; ao trabalhar, trabalhador.... Nós somos nossas ações, nós nos constituímos pela prática.
Uma questão complicada 
“O que é identidade?” 
Se estabelecermos uma distinção entre o objeto de nossa representação e a sua representação, veremos que ambos se apresentam como fenomenos sociais, consequentemente como objetos sem características de permanência, não sendo independentes um do outro. 
Não podemos isolar de um lado todo um conjunto de elementos – biológicos, psicológicos, sociais, etc. – que podem caracterizar um indivíduo, identificando-o e de outro lado a representação desse indivíduo como uma duplicação mental ou simbólica, que expressaria a sua identidade.
O caráter temporal da identidade fica restrito a um momento originário, quando nos “tornamos” algo; por exemplo, dizemos “eu sou filho de fulano” e não “eu estou sendo filho de fulano”; e desde que essa identificação existe me é dada a identidade de filho como uma posição. 
Eu como ser social sou um ser-posto. A posição de mim me identifica, discriminando me como dotado de certos atributos que me dão uma identidade considerada formalmente atemporal. A re-posição da identidade deixa de ser vista como uma sucessão temporal, passando a ser vista como simples manifestação de um ser idêntico a si-mesmo na sua permanência e estabilidade. 
Dessa forma, cada posição minha me determina, fazendo com que minha existência concreta seja a unidade da multiplicidade, que se realiza pelo desenvolvimento dessas determinações. 
Em cada momento de minha existêcia, embora eu seja uma totalidade, manifesta-se uma parte de mim como desdobramento das multiplas determinações a que estou sujeito. 
As identidades refletem, em seu conjunto, a estrutura social ao mesmo tempo que reagem sobre ela conservando-a ou a transformando. 
Nem anjo, nem besta: apenas homem 
Não é possivel dissociar o estudo da identidade do indivíduo da sociedade. As possibilidades de diferentes configurações de identidade estão relacionadas com as diferentes configurações da ordem social. O fato de vivermos sob o capitalismo e a complexidade crescente da sociedade moderna impedem-nos de ser verdadeiramente sujeitos. A tendencia geral do capitalismo é constituir o homem como mero suporte do capital, que o determina, negando-o enquanto homem, já que se torna algo coisificado. 
“Chegar a se um” ou (o que é mesmo) “ser uma metamorfose ambulante”
Identidade é movimento, é desenvolvimento do concreto.
Identidade é metamorfose. 
É sermos o Um e um Outro, para que cheguemos a ser Um, numa infindável transformação. 
Identidade – Uma Ideologia Separatista? 
Um dos imperativos da sociedade contemporânea é a busca da identidade, da representação e construção do eu como sujeito único e igual a si mesmo. Identidades locais são recriadas a partir de características como raça, religião, etnia, para se refugiar da globalização homogeneizadora. 
Portanto, de um lado atribui-se à identidade o papel de resguardar a multiplicidade das individualidades para contemplar a alteridade. De outro, recorre-se a esta referência para enfrentar no plano individual e/ou social, a indeterminação, a multiplicidade e o medo do estranho, da incomensurabilidade e da relativa essencialidade das coisas. 
A ideologia basica da nossa sociedade, que é o individualismo, pode ser uma das motivações que alimentam o descompromisso social.
A identidade é valor fundamental da modernidade e é tema recorrente nas análises dos problemas sociais, mas tem um subtexto paradoxal. 
O problema dos conflitos sociais não advém unicamente da luta pelo direito a diferença: etnicas, raciais e de gênero ou dos regionalismos e da globalização, mas do fato desses fenômenos estarem atravessados pela ideia da “identidade etiqueta”. 
Identidade é uma categoria politica disciplinadora das relações entre pessoas, grupo, ou sociedade, usada para transformar o outro em estranho, igual, inimigo ou exótico. 
A experiencia da dialética entre globalização e localização e os movimentos separatistas são vistos como ameaçadores, sensação de fracasso e despersonalização, pelo medo de perder o poder e as vantagens no confronto com o estranho e no rompimento das fronteiras classicas geradoras de confiança. 
Estudos sobre (i)migrantes mostram que a identidade do lugar de origem favorece a criação de rede de solidariedade, facilita o acesso do “estrangeiro” aos bens e serviços apesar da discriminação. 
A ênfase em traços identitários culturais locais também é estratégia de resistência, por parte de paises excluídos da globalização econômica habitando-lhes uma inserção competitiva global. 
O perigo está na fetichização desses traços. O permanecer igual a si pode cristalizar-se na luta pelo poder, tornando-se política identitária – excludente e discriminadora. Em contrapartida, usar a perspectiva da identidade como multiplicidade, para pressupor a convivencia com a diversidade ou o estranho pode gerar o abandono da referência identitária e de unidade. 
Usar referência identitária para analisar os problemas socias significa buscar orientações para recriar, neste mundo diminuído, desenraizado e desumanizado pela tecnociência, novos espaços de representação democrática das necessidades humanas, recuperando o homem rico de necessidade, com potencialidade de ação e emoção dos escombros da eficácia instrumental. Significa buscar lugares onde a identidade deixa de ser destino e consciencia “em si”, para se tornar consciência “para si” e para o outro, sem perder o sentimento de ser único e, assim, poder dispor de si para si. 
Representações Sociais 
Como nasceu esta teoria?
O conceito de RS tem suas origens na Sociologia e na Antropologia, através de Durkheim e de Lévi-Bruhl. 
RS surge em contraposição ao modelo sociológico de Durkheim.
No Brasil o interesse por essa teoria se iniciou no final da década de 70, diante da crise da psicologia social e questionamentos de suas bases teórico-metodológicas e compromisso com a realidade social.
Mas o que são Representações Sociais?
São “teorias” sobre saberes populares e do senso comum, elaboradas e partilhadas coletivamente a fim de construir e interpretaro real; São dinâmicas, promovendo mudanças no meio e nos indivíduos/grupos. São sempre um produto de interações e comunicação. Possui várias definições. 
Três Níveis de discussão e analíse das RS: Nível Fenomenológico - Objeto de investigação presentes/construídas na realidade a partir da interação cotidiana, a fim de controlar e compreender a realidade; Nível Teórico – Conjunto de definições conceituais e metodológicas; Nível Metateórico - Discussões sobre a teoria- debates e refutações.
Toda ideologia é uma representação social.
 Para que estudamos as RS?
Estudar RS é buscar conhecer o modo de como um grupo humano constrói um conjunto de saberes que expressam a identidade de um grupo social. 
Uma das principais vantagens dessa teoria é sua capacidade de descrever, mostrar uma realidade, um fenômeno que existe, do qual muitas vezes não nos damos conta, mas que possui grande poder mobilizador e explicativo. 
As teorias das RS chamam a atenção a essa realidade e tenta mostrar a importancia de se conhecer essas representações para se compreender o comportamento das pessoas. 
Por que criamos as RS?
Criamos para tornar familiar o não familiar. Para assimilar o não familiar, dois processos básicos podem ser identificados como geradores de RS, o processo de Ancoragem e Objetivação. 
Ancoragem – é o processo pelo qual procuramos classificar, encontrar um lugar, para encaixar o não familiar, este, muitas vezes visto como ameaçador. 
Já a Objetivação é o processo pelo qual procuramos tornar concreto, visível, uma realidade. Procuramso aliar um conceito com uma imagem, descobrir a qualidade icônica, material, de uma ideia ou algo duvidoso. 
 Qual a diferença entre RS e outras teorias?
As representações sociais são típicas de culturas modernas, espalham-se rapidamente por toda a população, possuem curto período de vida, são parecidos com “modismos” e se comparam à epidemia. 
Tambem se diferenciam de muitas outras no que diz respeito à visão do social e do ser humano. O social é coletivamente edificado e o ser humano é construído através do social. 
A possibilidade de trabalhar com as diferenças enriquece a compreensão do fenômeno investigado, conferindo à teoria das RS uma dimensão dialética. 
Relação que as RS estabelecem com a ideologia. 
Que relações podem estabelecer entre o estudo das RS e ideologia? 
Se tornarmos ideologia como o uso de formas simbolicas para criar ou reproduzir relações de dominação, podemos concluir que as RS, pelo fato de serem formas simbólicas, podem ser ideológicas, mas não podemos deduzir isso a priori. Para dizer que uma RS é uma ideologica precisamos primeiro mostrar que ela serve em determinadas circunstancias, para criar ou reroduzir relações de dominação. 
Como investigamos as RS?
Não existe uma metodologia exclusiva. Pode ser através de grupos focais – entrevistas que se fundamentam na interação desenvolvida dentro do grupo. Análise do discurso; Papel do mediador; Espaço de fala e ressignificação em grupo; Abstrair falas e discursos representativos; Unidade simbólica; 4 a 12 participantes (variável). 
Conscientização – Parte III
Práxis da Libertação
As três palavras-chave: Opressão; Dependência; Marginalização.
Opressão - O que caracteriza os oprimidos é sua subordinação à consciência do amo, como afirma Hegel, a verdadeira solidariedade supõe que se combata a seu lado para transformar a realidade objetiva que fez deles “seres-para-o-outro”. O opressor não é solidário com os oprimidos senão quando deixa de olhá-los como uma categoria abstrata e os vê como pessoas injustamente tratadas, privadas de suas palavras, de quem se abusou ao venderem seu trabalho; quando cessa de fazer gestos piedosos, sentimentais e individualistas e arrisca um ato de amor. A verdadeira solidariedade não se encontra senão na plenitude deste ato de amor, em sua realização existencial, em sua práxis.
Afirmar que os homens são pessoas e que, enquanto pessoas, devem ser livres, mas não fazer nada para que esta afirmação se torne realidade, sem dúvida, é uma comédia.
Somente os oprimidos podem libertar os seus opressores, libertando-se a si mesmos. Eles, enquanto classe opressora, não podem nem libertar-se, nem libertar os outros. É pois essencial que os oprimidos levem a termo um combate que resolva a contradição em que estão presos, e a contradição não será resolvida senão pela aparição de um “homem novo” : nem o opressor, nem o oprimido, mas um homem em fase de libertação. Se a finalidade dos oprimidos é chegar a ser plenamente humanos, não a alcançarão contentando-se com inverter os termos da contradição, mudando somente os pólos.
O desprezo por si mesmo é outra característica do oprimido, que provém da interiorização da opinião dos opressores sobre ele. Ouvem dizer tão freqüentemente que não servem para nada, que não podem aprender nada, que são débeis, preguiçosos e improdutivos que acabam por convencer-se de sua própria incapacidade.
Dependencia – O conceito de desenvolvimento está ligado ao processo de libertação das sociedades dependentes, enquanto a ação modernizante caracteriza a situação concreta de dependência. É, pois, impossível que compreendamos o fenômeno do subdesenvolvimento sem ter uma percepção crítica da categoria da dependência. O subdesenvolvimento, na realidade, não tem sua “razão” em si mesmo, mas ao contrário, sua “razão” está no desenvolvimento.
Desta maneira, a tarefa fundamental dos países sub-desenvolvidos – o compromisso histórico de seus povos – é superar sua “situação-limite” de sociedades dependentes, para converterem-se em “serespara-si-mesmos”. Sem isto estas sociedades continuarão a experiência da “cultura do silêncio”, que, havendo resultado das estruturas de dependência, reforça estas mesmas estruturas. Há, portanto, uma relação necessária entre dependência e “cultura do silêncio”
A “situação-limite” em que se encontram desafia as sociedades e, ao mesmo tempo, ajuda-as a compreender cada vez melhor as causas reais de sua dependência. Mas, na medida em que se “desvela” a “situação-limite”, nessa mesma medida “a possibilidade não-experimentada” chega a ser uma “situação-limite” para os que lhes impõem suas palavras.
Assim, a modernização, que estimula unicamente a aparição da palavra nas sociedades dependentes, não vai além da pura reforma das estruturas. Este processo, que parte do exterior, mantém o estado de dependência dessas sociedades, que podem, sem dúvida, ter a ilusão de converterem-se em sujeitos de suas decisões. Por esta razão, a modernização traz consigo “a invasão cultural” que deforma o ser da sociedade invadida, a qual chega a ser uma espécie de caricatura de si mesma.
Marginalidade - A percepção não-estrutural do analfabetismo tem revelado uma visão errônea dos analfabetos, como homens marginalizados. Aqueles que os consideram como marginalizados devem, todavia, reconhecer a existência de uma realidade em relação à qual os analfabetos são marginalizados: não somente no espaço físico, mas realidades históricas, sociais, culturais e econômicas; ou seja a dimensão estrutural da realidade. Desta maneira, deve-se considerar os analfabetos como seres “fora de”, “à margem de” algo, já que é impossível estarem marginalizados sem relação a uma coisa. Mas, estar “fora de”, “à margem de”, implica necessariamente num movimento daquele que se diz marginalizado em direção ao que é o centro em relação à periferia. Este movimento, que é uma ação, pressupõe não somente um agente, como também a existência de algumas razões. Se se admite a existência de homens “fora de”, ou “à margem” da realidade estrutural, parece legítimo perguntar-se quem é o autor deste movimento do centro da estrutura para sua margem.
O homem marginalizado não é “um ser fora de”. R, ao contrário, um “ser no interior de”, em uma estrutura social, em relação de dependência para com os que falsamente chamamos seres autônomos e que, na realidade, são seres inautênticos.
A conscientização, assim, consiste no desenvolvimento crítico da tomada de consciência,ou seja, “que ultrapassemos a esfera espontânea da apreensão da realidade, para chegarmos a uma esfera crítica na qual a realidade se dá como objeto cognoscível e na qual o homem assume uma posição epistemológica”

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