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CRASE REGENCIA CONCORDANCIA

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Português p/ ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 03 
 
 
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AULA 03: SINTAXE/SEMÂNTICA 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Apresentação 1 
2. Concordância 1 
3. Regência 6 
4. Crase 15 
5. Sintaxe de ordem 22 
6. Pontuação 24 
7. Semântica 34 
8. Questões Comentadas 38 
9. Lista das questões apresentadas 54 
10. Gabarito 72 
 
Olá, meus caros amigos, temos hoje uma aula interessante, espero que 
seja bastante proveitosa para vocês, na nossa jornada de preparação 
para o concurso da Agência Nacional de Águas. Tenham certeza, todo o 
esforço nesta fase será recompensado, isso é certo! 
Apresento agora nosso programa para hoje, veremos importantes pontos 
de sintaxe, como a concordância e a regência. Estudaremos a crase, que 
não deve assustar ninguém, pois a resolução de questões sobre o assunto 
é tranquilíssima! E, por fim, hoje começaremos nossos estudos na área da 
Semântica, que diz respeito ao sentido dos textos. Eis aí nossa aula de 
hoje. 
Programa da aula: Sintaxe de ordem. Regência e concordância. Crase. 
Sintaxe e pontuação. Semântica. Significação de palavras e expressões. 
Relações semânticas entre palavras e expressões (sinonímia, antonímia, 
hiponímia, homonímia, polissemia); campos semânticos. 
Concordância 
Concordância é um sinal da organização das construções da língua; 
dentro de um sintagma, ou unidade de organização, os vocábulos entram 
em concordância de gênero e número, no caso dos nomes, e de número e 
pessoa, no caso dos verbos. 
Assim, os adjuntos concordam com o nome ou pronome núcleo do 
sintagma nominal: artigo, numeral, pronome adjetivo ou adjetivo 
concordarão com o substantivo ou pronome que lhe faça as vezes. Veja 
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Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 03 
 
 
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abaixo os adjuntos, destacados, em concordância com os núcleos 
nominais, sublinhados: 
Nova Iguaçu, quatro horas da tarde, sábado de sol. Dois times suam a alma numa pelada 
barulhenta; o campo em que correm os dois times abre-se como um clarão de barro vermelho 
cercado por uma ponte velha, um matagal e uma chácara silenciosa, de muros altos. 
Armando Nogueira, Pelada de Subúrbio, em http://www.releituras.com/anogueira_suburbio.asp 
A concordância verbal se observa em número e pessoa, entre o sujeito e 
o verbo da oração. Note os elementos destacados no texto abaixo: 
Lembro Jamil Snege, atrás da mesa, cigarro entre os dedos: "Carnaval em Curitiba? Não 
dá. O sujeito pula na rua, alegrinho, vem o guarda e prende!" Vendo de um certo jeito, é 
uma espécie de maldição esse carnaval — ou não-carnaval — na cidade. Temos até de 
nos explicar por escrito, como agora. Parece que carregamos a culpa pela falta de 
espírito carnavalesco, a vergonha do falso rebolado, essa triste ausência de brasilidade, 
quem sabe até falta de patriotismo! 
Cristõvão Tezza, Carnaval em Curitiba, www.releituras.com 
 Concordância nominal 
A concordância pode ser tanto entre palavras, quando a forma – o 
gênero, o número - coincidirá, como entre a palavra e o sentido de 
expressão de referência, quando nem sempre gênero e número 
coincidirão. Vejamos como isso acontece. 
Concordância de palavra para palavra: 
 Com uma só palavra 
O núcleo nominal é simples, tem uma única palavra: 
A receita é boa, muito prática e simples. 
Os termos relacionados ao núcleo nominal concordam com ele em gênero 
e número. 
 Com mais de uma palavra 
Quando o núcleo nominal tiver mais de uma palavra, há mais de uma 
possibilidade de concordância. 
Se as palavras forem do mesmo gênero, os termos relacionados a eles 
podem concordar em gênero, e assumirem o número plural: 
A cultura e a sociedade brasileiras 
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ou podem concordar em número com o termo mais próximo: 
cultura e sociedade brasileira. 
Assim, poderemos ter 
os casos e histórias escabrosas vistos aqui 
As virtudes e a honra sempre características 
Som e imagem tumultuosa 
Caso as palavras sejam de gêneros diferentes, aquelas que com ela 
concordam irão para o gênero masculino (a forma do gênero comum) e 
número plural, ou concordarão em gênero e número com a mais próxima. 
Bom nome e reputação 
Nome e reputação boa 
Seus bons nome e reputação 
Nome e reputação bons 
 Núcleo nominal com uma palavra e termos relacionados com mais 
de uma palavra 
Quando o adjunto relacionado ao nome tiver mais de uma palavra, o 
nome irá para o plural, optativamente: 
As crenças judaica e gnóstica 
A crença judaica ou gnóstica 
 Concordância de palavra com o sentido 
Neste caso, a palavra deixa de reproduzir a forma de outra, em termos de 
flexão, para ter como referência o sentido que se aplica. 
É o caso dos coletivos, em que pode haver discordância de número, e às 
vezes também de gênero, pois a forma singular designa um número 
plural. 
Parados, atentos, a matilha esperava. 
Neste caso, o artigo e o verbo concordam com a forma do coletivo 
matilha, feminino e singular. Já os adjetivos concordam com a ideia, com 
o sentido da palavra, um grupo de cães. 
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Ocorre algo parecido quando há elipse de um termo: 
Não compre livro pela capa; parecem lindos, depois podem revelar-se 
péssimos. 
 Algumas palavras e expressões que merecem atenção quanto à 
concordância 
I. Leso – É um adjetivo, e não uma forma do verbo lesar, deve concordar 
com o nome a que se refere, em expressões como crime de lesa-
majestade, crime de leso-patriotismo. 
II. Anexo, apenso – adjetivos derivados de particípio, concordam com o 
nome a qual se referem, como em envio anexas as imagens da reunião, 
segue anexo o documento solicitado. Caso a expressão venha 
preposicionada, será invariável: Segue em anexo a petição/vão em anexo 
os documentos. 
III. Meio – usado com adjetivo, com significado de ―metade‖, concorda 
em gênero e número com o termo a que se refere, como em a campanha 
custou-nos cinco e meio milhões de reais; comeu duas fatias e meia de 
pizza. Quando empregado com valor adverbial, com sentido de ―um 
pouco‖, é invariável: Ela está meio cansada / O assunto vai meio devagar. 
IV. Composto de origem – Em compostos que denotam a origem ou 
nacionalidade, como família luso-brasileira, os acordos nipo-brasileiros, a 
comissão franco-nipo-brasileira, a concordância é feita com o último 
termo do composto, conforme os exemplos. 
V. Nomes de cores – o uso mais comum é flexionar o último componente 
de compostos que designam cores formados por dois adjetivos, em 
expressões como cabelos castanho-claros, camisas azul-celestes. Se o 
último termo não for adjetivo, não haverá flexão, como em capas verde-
água, veludos vermelho-sangue. 
 Concordância verbal 
Geralmente a concordância verbal se dá de palavra para palavra, com a 
coincidência de formas. O verbo concorda com o sujeito. 
A casa ganhou uma nova moradora: a gata. 
A multidão deseja o que lhe apresentam. 
Havia alguns jornalistas que ficaram fazendo perguntas 
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Todos ganharam alguma coisa 
No caso de sujeito composto, geralmente o verbo irá para o plural: 
Cajus, mangas, tamarindos e um papagaio encimavam a mesa. 
Dispunham-se diante de nós arcas e baús abarrotados de dobrões de 
ouro. 
Casos que merecem atenção 
 Pronomes pessoais – se o sujeito é formado por diferentes 
pronomes e inclui eu ou nós, o verbo irá para a 1ª pessoa do plural. 
Fomos ao estádio eu, ela e seu vizinho. 
Caso não haja formas da primeira pessoa, a concordância será com a 
terceira pessoa do plural: 
Você e os demais verão em breve do que se trata. 
 Ou – se os núcleos do sujeito são ligados por ou, geralmente a 
concordância será com o sujeito mais próximo: 
Àqueles a quem a vontade ou a energia não abandonou 
 Ser – existem alguns empregos em que o verbo ser apresenta 
flexão diversa do sujeito, concordando com o predicado. Isso 
acontece, por exemplo, quando o sujeito é um dos pronomes isso, 
aquilo, tudo, ninguém, nenhum, como em Tudo eram brincadeiras e 
folguedos. 
Se o verbo ser é empregado na acepção de ―ser constituído por‖, 
podemos ter construções como O plano eram uns maços amarrotados de 
papel, em que também temos concordância com o predicado. 
Por outro lado, teremos o verbo no singular com sujeito plural em 
expressões como é muito, é pouco, é mais, etc., como em Dez reais é 
pouco. 
 Mais de um – com sentido de ―alguns‖, o verbo vai para o singular, 
como em mais de um poeta verteu lágrimas por ela. 
 Com pronomes relativos – geralmente o verbo concordará com o 
antecedente: Assim passava os dias que lhe restavam, em 
conversas e distrações. 
 Verbos impessoais – nas orações sem sujeito o verbo fica na 3ª 
pessoa do singular. 
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Há poucas hipóteses 
Deve haver alguma explicação 
Choveu muito ontem 
 
 Voz passiva sintética – o verbo concordará com o sujeito passivo 
nas construções sintéticas da voz passiva, com o emprego de –se: 
Alugam-se casas, Vende-se carro. 
 Locução verbal – O verbo auxiliar, neste caso, concorda com o 
sujeito: Eu posso fazer este favor a você/Ele pode fazer este favor a 
você. Nós devemos dar a notícia a família. 
 Cada um, cada qual – expressões distributivas, como cada um, cada 
qual empregadas em orações com sujeito composto, levam o verbo 
para o singular, se antepostas ao verbo: José e João cada um saiu 
para o seu lado/ João e José saíram cada um para o seu lado. 
 Porcentagem – a concordância é feita com o termo preposicionado: 
Um por cento dos eleitores votarão nulo. Quinze por cento do PIB 
mundial corresponde a muito dinheiro. 
Regência 
A regência, em sentido amplo, é a relação entre as estruturas 
dependentes, entre verbo e objeto, entre verbos e nomes e seus 
adjuntos. 
Em sentido estrito, no capítulo da regência estudamos as relações 
mediadas por preposição, essa classe de palavras que é tão importante 
na ligação entre termos nucleares e seus adjuntos, como vimos. Alguns 
casos de regência merecem destaque. 
Vimos já na aula anterior que os complementos verbais e nominais são 
termos da oração. Os complementos nominais são todos precedidos de 
preposição, e os objetos indiretos, entre os complementos verbais, 
também. 
A preposição diz-se regida pelos nomes ou verbos, e geralmente há uma 
ordem: termo regente – preposição – complemento. 
No caso dos verbos, é fundamental considerar a transitividade dos 
verbos, propriedade que só pode examinada com certeza no exame do 
contexto. Os verbos transitivos são os que têm complemento, a ação 
verbal busca um objeto para realizar-se plenamente. Os intransitivos não 
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têm essa necessidade, a ação é expressa em sua completude. Ex: O sol 
nasceu (instransitivo). Aceito a proposta (transitivo direto). Eu estive com 
ele ontem (transitivo indireto). 
Dependendo do contexto de emprego, a transitividade do verbo pode 
mudar. Por exemplo, Ernesto comprou uma casa (transitivo direto); 
Ernesto comprou uma casa para a família (bi transitivo – direto e 
indireto). 
Alguns verbos homônimos se diferenciam pela transitividade e pela 
regência, como Aspirar o ar poluído de São Paulo e Aspirar a um cargo 
público. 
ALGUMAS REGÊNCIAS COM SENTIDOS DIVERSOS 
1. Agradar – no sentido de acariciar, é transitivo direto: ―Agradava muito 
o cachorro‖. No sentido de ser agradável, rege a preposição a, como em 
―As palavras agradaram aos ouvintes‖. 
2. Assistir – no sentido de estar presente, considera-se que, em termos 
estritos, rege preposição a, como em ―Assisti ao programa na TV‖; no 
sentido de prestar assistência, ajudar, é transitivo direto: o doente tem 
quem o assista. 
3. Avisar – pode ser bitransitivo, direto e indireto, como em Avisou Paulo 
do seu atraso; a regência pode ser da preposição a: Avise a todos que 
estou feliz com os últimos sucessos. 
4. Constar – no sentido de conter, como no caso de ―Detalhes que 
constam da denúncia anônima (...)‖, rege a preposição de. No sentido de 
ficar registrado, ―constar‖ irá reger em, como no caso de Consta em 
contrato esta cláusula leonina.‖ 
5. Implicar – no sentido de discordar, antipatizar, rege preposição com, 
como em ―O sujeito implica com os colegas.‖ Se for usado no contexto 
com sentido de ter como consequência, em termos estritamente formais, 
é transitivo direto, não rege preposição; não entanto, já se admite a 
regência da preposição em, como no caso de o descumprimento das 
normas implicara nas punições cabíveis. Existe ainda outra acepção, a de 
envolver (a outros), em que o verbo pode ser bitransitivo, direto e 
indireto, regendo a preposição em: Com isso, implicou os demais em seus 
malfeitos. O adjetivo deverbal (derivado de verbo) implicado também 
rege a mesma preposição: Os implicados no crime prestarão depoimento. 
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6. Proceder – Quando usado no sentido de ―vir de‖, ―ter origem em‖, rege 
a preposição de, como no caso de o navio procede do Chile; é a mesma 
regência do adjetivo deverbal procedente. Há também a acepção cujo 
significado é ―realizar‖, caso em que a regência será da preposição a, 
como em As autoridades procederão a inquérito administrativo. Por fim, 
quando empregado com sentido de ―ter fundamento‖, o verbo é 
intransitivo: nenhuma das acusações procede. 
7. Servir – Quando empregado no sentido de ―ter utilidade‖ pode ser 
intransitivo: Isto não serve. Pode ser bitransitivo, quando significa 
―prestar serviço‖, ―pôr à mesa‖, como em Serviram a ele os melhores 
pratos; serviram-no dos melhores pratos. No sentido de ―exercer 
função‖, rege a preposição de, ou como como em se isso te serve de 
desculpa.... 
8. Atentar – tem o sentido de ―prestar atenção a‖, e rege neste caso as 
preposições a e para; pode significar também ―ofender‖, ―atacar‖; neste 
caso, rege a preposição contra. Ex: Atentem para este caso; o rapaz 
atentou ao que dizia o pai; Isto atenta contra a moral! 
A seguir, de forma mais resumida, apresentamos um pequeno quadro 
com algumas regências de verbos e nomes. 
Palavra Regência 
Acontecer a com 
Admirar-se de com porAlertar a sobre contra 
Apelar de a 
apto para a 
Atentar a para contra 
chegar a até 
cheirar a 
competir com a 
Confrontar com 
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Consistir em de 
Decair de a 
Defender de com 
Esquivar, esquivar-se de 
Exceder a em de 
Fácil de para 
Influir em para sobre 
Leal a com para com 
Primeiro de dentre em /a 
Repartir entre com por 
 
Exercícios 
1. ESAF-Susep/2010 
Assinale a opção incorreta a respeito das relações de concordância no 
texto abaixo. 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
Quando se pensa em classe A, vem logo à cabeça a 
lembrança de gente milionária, que passa todos os fins 
de semana em Paris e compra as melhores marcas 
do mundo. No entanto, nossa classe A representa 
apenas 5% da população e possui rendimentos bem 
menores do que muita gente imagina. O que acontece 
frequentemente é uma confusão entre o brasileiro 
classe A e o consumidor de luxo, este sim cliente de 
marcas sofisticadas que movimenta um mercado de 
R$ 6 bilhões anuais. 
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 (Luiz Alberto Marinho, Raio X do mercado. RevistaGOL, 
novembro de2009, p. 138) 
 
a) Preserva-se a coerência entre os argumentos e a correção gramatical 
do texto ao substituir ―gente milionária‖ (ℓ.2) por milionários, desde que 
se flexionasse também ―passa (ℓ.2) e ―compra‖(ℓ.3) no plural, passam e 
compram. 
b) A forma verbal ―possui‖(ℓ.5) estabelece concordância com ―da 
população‖(ℓ.5); no entanto, também estaria correta a concordância com 
―5%‖(ℓ.5), com o uso da flexão de plural, sem prejudicar a coerência do 
texto. 
c) Preserva-se a coerência na argumentação, bem como a correção nas 
relações gramaticais do texto, ao retirar o termo ―nossa classe A‖(ℓ.4) do 
texto, deixando-o apenas subentendido na flexão de ―representa‖(ℓ.4). 
d) Seria preservada a coerência na argumentação com a substituição de 
―uma confusão‖(ℓ.7) por confusões, desde que o verbo ser fosse usado 
também no plural: são confusões. 
e) A opção pelo uso da flexão de plural em ―movimenta‖(ℓ.9), 
movimentam, preservaria a correção gramatical do texto, mas alteraria 
as relações significativas entre os argumentos. 
__________ 
Comentários 
O examinador pede que assinalemos a alternativa incorreta. 
A primeira propõe a reescrita do trecho ―vem logo à cabeça a lembrança 
de gente milionária, que passa todos os fins de semana em Paris e 
compra as melhores marcas‖ da seguinte forma: ―vem logo à cabeça a 
lembrança de milionários, que passam todos os fins de semana em Paris e 
compram as melhores marcas‖, com a substituição do coletivo ―gente 
milionária‖ pela forma plural ―milionários‖, com a consequente correção 
da concordância verbal. Corretíssima a alternativa. 
Em B, o examinador afirma que, no trecho ―nossa classe A representa 
apenas 5% da população e possui rendimentos bem menores(...)‖, a 
forma ―possui‖ concorda com ―da população‖. Temos no trecho período 
composto por coordenação, com os núcleos verbais representa e possui; 
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ora, o verbo concorda com o sujeito e com seu objeto. O sujeito do verbo 
possui é elíptico, nossa classe A, e seu objeto é rendimentos (...). ―5% da 
população‖ é objeto da forma verbal representa, então a concordância 
não se dá com a forma possui. Incorreta a afirmativa. 
A seguir, vemos que seria possível retirar da linha 4 a expressão ―nossa 
classe‖, ficando elíptica a referência, a ser recuperada da linha 1, em 
―Quando se pensa em classe A‖; está correta, portanto, a alternativa. 
Além disso, seria perfeitamente possível reescrever o trecho ―O que 
acontece frequentemente é uma confusão entre o brasileiro classe A e o 
consumidor de luxo‖ da seguinte forma: ―O que acontece frequentemente 
são confusões entre o brasileiro classe A e o consumidor de luxo‖, como 
quer a alternativa d. 
Por fim, temos de notar que em ―o consumidor de luxo, este sim cliente 
de marcas sofisticadas que movimenta/movimentam um mercado de R$ 6 
bilhões anuais‖, haveria, com a alteração proposta em destaque, 
alteração da relação sintática e do sentido do texto, mantida no entanto a 
correção gramatical. Pois o sujeito de movimenta é ―consumidor de luxo‖, 
retomado por ―cliente‖; se o verbo assumisse a forma plural, o sujeito 
seria ―marcas sofisticadas‖. A alteração global do sentido do trecho 
estaria resumida da seguinte forma: o consumidor que movimenta um 
mercado x as marcas que movimentam um mercado. 
Gabarito: B 
2. ESAF – CVM/2010 
Os trechos a seguir compõem um texto adaptado de Carlos Castilho. 
Assinale a opção em que o fragmento foi transcrito de forma 
gramaticalmente correta. 
a) Ainda não é uma luz no fim do túnel, mas alguns estudiosos do 
jornalismo já começam a vislumbrarem um novo horizonte para a 
atividade. E o que começa a surgir vai espantar muita gente porque têm 
pouca coisa a ver com o que entendemos hoje por jornalismo. 
b) O meio ambiente dos jornalistas deixará de lado as redações para 
situar-se nas comunidades, pois eles vão atuar dentro de redes sociais 
digitais. Suas ferramentas principais não serão mais o computador, mas 
os softwares de produção colaborativa e coletiva de narrativas textuais, 
visuais, sonoras e interativas. 
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c) A tendência que certamente vai gerar mais polêmica é a que colocam o 
jornalismo não mais como uma habilidade, segundo alguns, ou uma 
ciência, para outros, mas como uma função social intimamente ligada ao 
papel que a Internet terá na sociedade dos próximos anos. 
d) As chamadas mídias sociais, os softwares que viabilizam a circulação 
de informações dentro das redes sociais digitais, já é uma grande fonte 
de notícias e a tendência é que sua importância cresça ainda mais, na 
medida que a internet incluir cada vez mais pessoas. Não é necessário ser 
nenhum especialista para perceber que as redes tende a ser o grande 
manancial do conhecimento humano. 
e) A produção colaborativa de notícias, na qual o público recolhe dados e 
fatos que são processados em conjunto com jornalistas, já são vistas 
como a grande alternativa para situações extremas como, por exemplo, a 
surgida pela divulgação de documentos secretos sobre a guerra no Iraque 
pelo site Wikileaks. 
__________ 
Comentários 
Questão em que somos chamados a trabalhar como revisores do texto 
proposto pela banca, no qual propositalmente foram inseridos erros. 
Na primeira alternativa, temos um erro de flexão em alguns estudiosos do 
jornalismo já começam a vislumbrarem. Em construções como essa, o 
infinitivo nunca é flexionado, o verbo assume sua forma nominal para 
funcionar como complemento do verbo anterior, este conjugado, no caso 
no presente do indicativo. Poderia ser em qualquer tempo, nesse 
construção o infinitivo não é flexionado, vejam por exemplo: alarmados, 
puseram-se a fugir / então passaram a dizer / prometeram fazer a obra. 
Reparem no erro de concordância da terceira alternativa, temos o sujeitosingular assinalado, e o verbo no plural: A tendência que certamente vai 
gerar mais polêmica é a que colocam (...). O adjunto interposto entre o 
sujeito e o verbo pode dificultar a identificação imediata da concordância, 
ou seja, às vezes perdemos de vista quem é o sujeito. Por isso mesmo, a 
banca propõe outra alternativa com erro semelhante, em que o sujeito 
está tão distante do verbo que corremos o risco de perder de vista a 
concordância: As chamadas mídias sociais, os softwares que viabilizam a 
circulação de informações dentro das redes sociais digitais, já é uma 
grande fonte de notícias (...). Desta feita, o sujeito é plural o verbo está 
no singular. 
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A questão trata exclusivamente de erros de concordância, como se pode 
ver na última alternativa; aqui, necessária a correta interpretação do 
núcleo do sujeito: A produção colaborativa de notícias, na qual o público 
recolhe dados e fatos que são processados em conjunto com jornalistas, 
já são vistas como a grande alternativa (...). Aqui, além da interposição 
de longa estrutura com função de adjunto, temos também que ter 
atenção ao núcleo do sujeito, o nome singular ―produção‖. 
Apenas a segunda alternativa não contém erros. 
Gabarito:B 
3. ESAF – CGU/2006 
Assinale a opção gramaticalmente correta. 
a) Entre 2003 e 2004, a população ocupada aumentou 3,3%, percentual 
que é o dobro da taxa observada entre 2002 e 2003 (1,4%). Houve 
crescimento significativo dos empregados com carteira assinada (6,6%) e 
no percentual de ocupação na população feminina. 
b) A taxa de analfabetismo para pessoas de 10 anos ou mais caiu de 
12,3% para 10,4% entre 1999 e 2004 e o nível de escolarização de 
crianças e adolescentes aumentaram. 
c) O nível de ocupação, na faixa de idade de 5 a 17 anos diminuiu, 
mostrando tendência de erradicação do trabalho infantil no País. 
d) O rendimento médio mensal real do trabalho das pessoas com 10 anos 
ou mais de idade permaneceu no mesmo patamar de 2003 (R$ 733,00), 
estancando a trajetória decendente iniciada em 1997. 
e) De 2003 para 2004, as condições de habitação melhoraram segundo 
todos os indicadores de serviços de utilidade pública analisado. Houve 
crescimento do número de domicílios atendidos por esgoto sanitário 
(3,5%), abastecimento de água (3,4%), coleta de lixo (2,7%) e 
eletricidade (2,9%). 
(Trechos adaptados do site http://www.planejamento.gov. br/arquivos_ 
down/sof/051125_Nota_PNAD2004.pdf) 
____________ 
Comentários: 
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Nesta questão, temos um trabalho de revisão de textos a fazer. 
Comecemos de forma inversa, do final para o começo. Temos um erro de 
concordância em ―indicadores de serviços de utilidade pública analisado‖, 
em que a concordância de número não foi respeitada, na última 
alternativa. 
Em d, reparem no erro de grafia no final, em ―trajetória descendente‖; o 
adjetivo, como derivado do verbo descer, é grafado dessa forma, com sc. 
A seguir, a terceira alternativa contém um erro de pontuação: em ―o nível 
de ocupação, na faixa de idade de 5 a 17 anos, diminuiu‖, faltou a vírgula 
assinalada a isolar o adjunto explicativo interposto entre o sujeito e o 
verbo. 
A alternativa b traz novo erro de concordância, em ―o nível de 
escolarização de crianças e adolescentes aumentaram‖, em que se perde 
de vista o núcleo singular do sujeito, e os diversos adjuntos plurais levam 
à flexão errônea do verbo. Apenas a primeira alternativa não contém 
erro. 
Gabarito: A 
4. ESAF – CGU/2006 
Assinale a substituição que provoca erro gramatical. 
O Plano de Prevenção e Combate ao Desmatamento na Amazônia Legal, 
implantado pelo Governo Federal em 2003, fez cair o(1) desmatamento 
na região em 31% no último ano. Imagens de satélite do Instituto 
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que a área desmatada 
despencou de 27.200 km2 a 18.900 km2. A queda ocorreu nos nove 
estados da Amazônia Legal, sobretudo Pará, Mato Grosso e Rondônia, 
considerados críticos. A redução foi igualmente significativa no entorno da 
BR-163 (rodovia Cuiabá-Santarém), sob regime(2) severo de 
fiscalização. Os dados resultaram(3) da comparação do desmatamento 
no período de agosto de 2004 a julho de 2005 com igual período anterior. 
O resultado indica o acerto das(4) políticas públicas em curso e que 
envolvem fiscalização, ordenamento fundiário e territorial, criação de 
áreas protegidas (foram criados 85 km2 de unidades de conservação em 
áreas de conflito, homologados 93 mil km2 de terras indígenas e criados 
3,76 mil km2 de projetos de assentamentos sustentáveis), além da 
previsão de investimentos em infra-estrutura e conversão da atividade 
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econômica na região, com vistas à substituição da(5) extração 
predatória pelo desenvolvimento sustentável da floresta. 
a) 1 - provocou a queda do 
b) 2 - que estão sob o regime 
c) 3 - são resultantes 
d) 4 - que estão certas as 
e) 5 - com o objetivo de substituir a 
______________ 
Comentários: 
Vejamos as alterações propostas: ―O Plano (...) provocou a queda do 
desmatamento na região em 31% (...)‖ é uma redação correta, temos 
preservada a concordância, as relações semânticas também mantêm-se 
corretas. Já no trecho ―no entorno da BR-163 (rodovia Cuiabá-
Santarém), que estão sob o regime severo de fiscalização‖, a introdução 
do verbo na frase nominal, pois a frase refere-se ao termo entorno, 
singular, e o verbo foi posto no plural; erro de concordância, portanto. 
Localizamos o erro. Verifica-se que as demais substituições são todas 
aceitáveis. Questão relativamente simples, como vimos. 
Gabarito: B 
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Crase 
A crase é um assunto da predileção das bancas, e muitos candidatos 
afligem-se sem motivo com ela. É bem conhecido o aforismo de Ferreira 
Gullar, a crase não foi feita para humilhar ninguém. De fato. 
―Crase‖, meus amigos, é fusão. E fusão de sons, sons iguais pertencentes 
a palavras diversas que na fala unem-se naturalmente. Notem que, na 
fala, é natural a ligação de sons, como em ―arte espanhola‖; formam uma 
unidade fônica – falem para verificar: não soa algo como /artespanhola/?. 
É normal não escandir as sílabas, separando as palavras. 
Agora, a crase de que a gramática normalmente se ocupa é um único 
caso de fusão, em que se prescreve, como sabemos, a acentuação 
gráfica, com o acento grave (`). Sabemos todos, é a junção da 
preposição a e do artigo definido feminino a. 
Assim, o estudo da crase reúne a fonética, a ortografia, com a acentuação 
gráfica, e a sintaxe, pois é fundamental que se conheça a regência de 
preposições. 
Basta reconhecer se há preposição e artigo ao mesmo tempo para 
resolvermos qualquer questão sobre crase. 
Veremos, por exemplo, a crase em uma oração como: 
Vou à praia no feriado 
É inegável que o verbo ir rege a preposição a; também que o artigo 
definido precede o nome praia, entende-se que o emissor refere-se a uma 
determinada praia aonde pretendeir. Neste enunciado, caso a referência 
não fosse a uma praia específica, teríamos um artigo indefinido, como 
alguma, uma. 
Para reconhecer se há crase em uma construção, um expediente muito 
útil é substituir o a pela preposição para, ou até; caso haja artigo, este 
ficará evidente, mostrando ser caso de crase: 
Vou até a praia no feriado / Vou para a praia no feriado 
Quando houver dúvida a respeito da presença de artigo feminino, o 
expediente é a transformação do nome preposicionado para o gênero 
masculino; se houver flexão do artigo, sinal seguro da presença do artigo 
feminino. Assim: 
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Curva (à/a?) esquerda / Curva ao (a+o) norte (masc)  Curva à 
esquerda 
Com estes expedientes, o reconhecimento da crase e a consequente 
resolução das questões fica muito facilitado. 
A crase também é empregada nos seguintes casos: 
 Como resultado da redução da expressão à moda de, como em 
frango à passarinho; vestes à romana. 
 Com palavras masculinas, apenas no caso de a preposição a 
anteceder o demonstrativo aquele/aquilo, como em Àquele rei 
infausto sucedeu um monarca bondoso. Diante do feminino aquela 
também se usa a crase: enviou presentes tanto a esta como àquela 
menina. Notem que o papel de determinante do artigo definido é 
desempenhado pelo demonstrativo. 
Tranquilo, não? Vejamos então algumas questões de prova. 
Exercícios 
5 - (FMP/TJ-AC/Assistente Jurídico/2010) Leia as afirmativas que 
propõem modificações no texto. 
I – Na frase - Ele é um deus grego, suas opiniões são disputadas a tapa... 
– poder-se-ia colocar uma crase na expressão sublinhada sem que isso 
acarretasse erro. 
II - A quem interessa saber o que a Marisa Orth diz sobre a invasão do 
Iraque? Se o segmento sublinhado fosse substituído por quantas pessoas 
não seriam criadas condições para o uso da crase. 
III - Se dão o direito de falar ao pé do ouvido do público... Se o segmento 
sublinhado fosse substituído por uma expressão feminina, criar-se-ia uma 
situação de uso de crase. 
Quais afirmativas estão corretas? 
(A) Apenas I e II. 
(B) Apenas II e III. 
(C) Apenas I e III. 
(D) Apenas III. 
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(E) I, II, III. 
___________ 
Comentários: 
Já sabemos que a crase é a contração da preposição a e do artigo definido 
feminino a; temos de simplesmente verificar se há as condições para a 
presença de preposição e artigo ao mesmo tempo; com isso, resolvemos 
99% das questões sobre crase. 
Na primeira sentença, temos a expressão ―disputar a tapa‖, 
evidentemente não temos artigo feminino, pois ―tapa‖ é substantivo 
masculino. Não há crase, portanto. Incorreta a proposição. 
Em ―A quantas pessoas interessa saber...‖ não há crase, temos apenas 
preposição; a sentença é equivalente a ―Para quantas pessoas interessa 
saber...‖. Com a substituição de a por para, uma preposição, não há 
alteração na frase. Assim, a no trecho é preposição. Não há artigo, pois 
com o uso de ―quantas/quantos‖ já está presente a marcação do gênero, 
função importante do artigo. A proposição está correta, portanto. 
Caso a expressão ―ao pé do ouvido do público‖ for substituída por 
expressão feminina, teremos uso de crase, pois temos preposição + 
artigo em ―o‖; com expressão feminina, o artigo obrigatoriamente 
concordará em gênero, e teremos preposição a e artigo feminino a, 
ocasionando a crase. Correta a afirmativa, então. 
Gabarito: B 
6- (FMP- TCE/RS – 2011) Considere a passagem abaixo para 
responder a questão 
Em 2011, quando a Unesco celebra o Ano Internacional da Química, o 
Planeta Sustentável também dedica espaço a esta ciência a qual já trouxe 
inúmeras contribuições a humanidade. A Química ajuda-nos a buscar as 
formas de reduzir a destruição ambiental por produtos e processos, para 
que a naturezaprecise trabalhar o menos possível na absorção ou 
degradação dos resíduos que geramos. 
Considerados os segmentos sublinhados, quantos deveriam ter sido 
grafados com o acento grave indicativo de crase? 
(A) Dois. 
(B) Um. 
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(C) Quatro. 
(D) Três. 
(E) Quatro. 
_____________ 
Comentários: 
Uma vez que a crase é a contração da preposição a e do artigo definido 
feminino a, temos de simplesmente verificar se há as condições para a 
presença de preposição e artigo ao mesmo tempo; com isso, resolvemos 
99% das questões sobre crase. Assim, importante conhecer a regência 
verbal, para notar se está presente a preposição a. 
Vejamos nesta questão o que a banca nos apresenta. Quantos As 
deveriam ser grafados à, com crase de preposição + artigo? Em A 
UNESCO, temos apenas artigo definido, é o sujeito da frase; no trecho 
dedica espaço a esta ciência temos a preposição a, com o verbo ―dedicar‖ 
bitransitivo; não há presença do artigo a, no entanto, como se verifica se 
escrevermos no masculino dedica espaço aeste cientista, com o indicativo 
esta já funcionado como determinante. 
No trecho dedica espaço a esta ciência a qual, o relativo ―qual‖ é sempre 
antecedido de artigo (o qual/a qual), mas nunca de preposição; não 
haverá crase, portanto. Por outro lado, em já trouxe inúmeras 
contribuições a humanidade, temos o artigo definido associado ao 
substantivo comum ―humanidade‖, e a preposição, regida pelo verbo 
trazer, bitransitivo; portanto, devemos grafar trouxe inúmeras 
contribuições à humanidade, com crase; substituindo a preposição ―a‖ por 
―para‖, veremos que subsiste o artigo, trouxe inúmeras contribuições 
para a humanidade; confirma-se a crase. 
Em A Química ajuda-nos a buscar as formas temos artigo, preposição e 
artigo definido, ―buscar‖ sendo transitivo direto neste emprego. Por fim, 
em reduzir a destruição ambiental e em para que a natureza, temos dois 
artigos a definir os nomes que antecedem. Então vimos apenas uma 
ocorrência de crase. 
Gabarito: B 
7 – (FMP/TJ-AC/ 2010) (TJ-AC – Auxiliar Judiciário – 2010) 
Todos os seres humanos aspiram à felicidade. 
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Qual a alternativa que aponta uma substituição adequada ao verbo 
sublinhado, sem que seja necessária qualquer outra modificação no 
período? 
(A) Querem 
(B) Almejam 
(C) Desejam 
(D) Visam 
(E) Precisam 
___________ 
Comentários: 
Temos uma questão relacionada à regência de preposições, e à sinonímia. 
As alternativas trazem palavras de sentido semelhante ou aproximado à 
―aspiram‖. A palavra precisam talvez tenha o sentido menos próximo, 
mas pode substituir ―aspiram‖ em certos contextos. 
De forma que a questão passa a ser de regência, pois não podemos 
alterar o período com a substituição; assim, o verbo deve reger a 
preposição a, pois devemos manter a crase de preposição e artigo 
presente no período. Entre todos os verbos listados, o único a reger a 
preposição a é ―visar‖. 
Gabarito: D 
8. (FMP-TJ/AC- 2010) No anúncio publicitário acima há um erro de 
___________ e a sugestão de correção é __________: 
(A) regência nominal – substituir a combinação de preposiçãoDO pela 
preposição DE. 
(B) pontuação – acrescentar uma vírgula depois do verbo COMPARECER. 
(C) regência verbal – substituir a combinação de preposição NA pela 
contração À. 
(D) adequação de tempo verbal – substituir REALIZAR por REALIZAREM. 
(E) uso do artigo – acrescentar o artigo A depois da preposição ATÉ. 
__________ 
Comentários: 
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O verbo comparecer rege a preposição a, exige complemento precedido 
da preposição a. Em caso de dúvida de regência, nunca existe em 
perguntar se quem comparece, comparece a algum lugar, e não em 
algum lugar. 
Se o verbo comparecer rege a preposição a, a preposição ensejará a 
crase com o artigo a presente na contração em+a do orginal. 
Toda a atenção deve ser dada ao enunciado, pois temos de encontrar erro 
no texto, e não escolher alteração possível de ser feita sem incorrer em 
erro. 
Gabarito: C 
 
 
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Sintaxe de ordem 
Meus caros, a sintaxe, já começamos a ver, é a organização que se 
estabelece na relação entre as palavras. E, em nossa língua, uma das 
maneiras mais importantes de criar ordem é através da sequência de 
palavras na frase. 
Existe uma ordem preferencial no português, ao mesmo tempo em que há 
certa liberdade de colocação. 
Temos que geralmente, na voz ativa, o sujeito virá antes do verbo. 
Pedro saiu. 
O objeto do verbo virá geralmente depois do verbo. 
Eles querem um aumento. 
Estes três termos essenciais da oração seguirão, geralmente, esta ordem: 
sujeito – verbo – objeto. 
S V O 
Evidente que é possível outra ordem, como no caso célebre de Ouviram 
do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante. 
Notem que a construção soa artificial. Temos várias inversões de ordem 
aqui. 
Pois, além desta ordem geral da frase, teremos que, além disso, é mais 
frequente a colocação do adjunto preposicionado depois do substantivo, 
como em casa de pedra. 
Além disso, o adjunto que não seja adjetivo – artigo, numeral, pronome – 
virá antes do substantivo: o tio / o meu tio / os três tios. No caso do 
artigo e do numeral, a colocação em outra posição é impossível, o que 
não acontece com o pronome adjetivo, o possessivo, os indefinidos etc., 
embora a colocação possa parecer artificial: O Tio meu. 
A inversão da ordem explica a maioria das ocorrências do chamado objeto 
direto preposicionado, como em A Abel matou Caim, em que o objeto é 
preposicionado para que não se confunda com o sujeito. 
De resto, haverá tendências a uma colocação ou outra, mas não uma 
regra fixa. Vejamos, a título de exercício, algumas possibilidades de 
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inversão, o que, contrario sensu, nos revela a ordem habitual. Vejam esta 
estrofe de Camões1: 
E, enquanto eu estes canto - e a vós não posso, 
Sublime Rei, que não me atrevo a tanto - , 
Tomai as rédeas vós do Reino vosso: 
Dareis matéria a nunca ouvido canto. 
Comecem a sentir o peso grosso 
(Que pelo mundo todo faça espanto) 
De exércitos e feitos singulares, 
De África as terras e do Oriente os mares 
Notem as inversões, em eu estes canto, por exemplo, em que o objeto 
antecede o verbo; a ordem direta seria eu canto estes. Temos aí 
alteração da ordem S  V  O. Examinemos agora a construção tomai as 
rédeas vós do reino vosso, notem que no caso do imperativo temos o 
emprego do vocativo, não propriamente um sujeito; assim, normal a 
construção, sintaticamente equivalente a cuida dele você, p.ex., uso 
perfeitamente normal. 
Teremos nítida inversão em Reino vosso, em que o possessivo está 
posposto ao substantivo, construção não usual, o pronome com função de 
adjunto determinante, como no caso do possessivo, virá mais 
frequentemente antes do substantivo: Vosso reino. É construção 
equivalente a pegue as chaves do seu carro. 
Por fim, temos a inversão da expressão com valor de adjetivo antecedida 
de preposição, aliás duas vezes, em De África as terras e do Oriente os 
mares; como vimos, a construção mais frequente é as terras de (da) 
África e os mares do Oriente. 
Os adjetivos comumente virão depois do substantivo. A anteposição pode 
gerar efeitos de sentido, com o adjetivo tomando uma acepção figurada. 
Por exemplo: 
Homem grande – Grande homem 
Tecido fino – Fino tecido 
 
1 Os Lusíadas, I, 15. 
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É importante entender a sintaxe de ordem para resolver os problemas de 
pontuação, como veremos a seguir. 
Exercício 
Colocar em ordem direta, atentando para as expressões destacadas. 
Mas, se ergues da justiça a clava forte, 
Verás que um filho teu não foge à luta, 
Nem teme, quem te adora, a própria morte. 
Terra adorada, 
Entre outras mil, 
És tu, Brasil, 
Ó Pátria amada! 
Dos filhos deste solo és mãe gentil (...) 
_________ 
Comentário: 
Vejam os casos de inversão: temos um adjunto adnominal, 
preposicionado, antes do substantivo: da justiça a clava forte, cuja 
compreensão é mais imediata se escrevermos a clava forte da justiça. 
A intercalação de quem te adora, no 3º verso, deve ser resolvida com 
algumas alterações a mais. Eu proponho e (que) quem te adora não teme 
a própria morte. 
Por fim, eliminando os vocativos, direi simplesmente em ordem direta: 
Brasil, tu és mãe gentil dos filhos deste solo. 
Bem, estropiamos todos os versos do Hino Nacional, mas o objetivo aqui 
era perceber a ordem direta, a partir de inversões da ordem. 
Pontuação 
Uma vez entendida a sintaxe de ordem, fica mais fácil a conversa sobre 
pontuação. 
A primeira coisa que precisamos saber sobre a pontuação é o que não 
fazer. Assim, importante guardar que não se usa vírgula entre os termos 
essenciais da oração, especialmente quando na ordem direta: S  V  O. 
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Os termos essenciais da oração 
não podem ser separados por 
vírgula! Especialmente na ordem 
direta. 
 
Esta é uma regra simples, e utilíssima. Os termos essenciais da oração 
não podem ser separados um do outro por vírgula. Ex: 
Castor chutou a bola. 
Caso ocorra alguma estrutura a separar sujeito e verbo ou verbo e objeto, 
ou esta estrutura não será separada por vírgula, ou estará isolada entre 
vírgulas, antes e depois dela. Assim: 
Castor inadvertidamente chutou a bola. (advérbio – vírgulas opcionais) / 
Castor, inadvertidamente, chutou a bola. 
Castor, o nosso vizinho, chutou a bola (aposto – necessariamente entre 
vírgulas) 
Castor, bom moço, chutou a bola (adjunto adnominal – necessariamente 
entre vígulas) 
Castor chutou bem forte, com raiva, a bola (acúmulo de estruturas 
adverbiais – necessário isolar entre vírgulas) 
Vejamos agora algumas regras que prescrevem o uso da vírgula. 
 Termos coordenados são separados por vírgula. 
Os termos coordenados,como os termos de uma enumeração, são 
separados por vírgula: Descobri que somos todos menos que poeira, pó, 
vento, nada. Quando os termos são componentes do sujeito composto, o 
último não será antecedido por vírgula, mas pela conjunção e, como em O 
vento, o frio e a chuva contribuíam para que ficasse em casa. 
As orações coordenadas, com conjunção expressa, são separadas por 
vírgula, optativamente: Estavam todos contentes, e o cachorro corria pela 
casa. Mas, ao mesmo tempo, é correta a construção O correio esteve aqui 
e deixou esta carta. 
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Quando a conjunção não está expressa, a vírgula é obrigatória: Esperei 
por horas, o trem não chegou. 
 O aposto explicativo é separado por vírgulas 
O aposto explicativo explica o termo a que se refere, como no caso de A 
presidente da Academia Brasileira de Letras, Ana Maria Machado, disse 
ontem que (...); o aposto explicita o termo presidente da Academia 
Brasileira de Letras. 
O aposto restritivo define, delimita, o termo a que se refere, como no 
caso de O ex-presidente da Academia Brasileira de Letras Antonio Houaiss 
havia sido candidato à vice-presidente da República. Neste caso, Antonio 
Houaiss delimita o termo Ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, 
pois há muitos ex-presidentes da Academia (p. ex. Machado de Assis, 
Afonso Celso, Laudelino Freire, Nélida Piñon, etc.). 
Então, o aposto restritivo, que delimita o termo, não é separado nunca 
por vírgulas, ao passo que o aposto explicativo será sempre separado por 
vírgulas. 
O mesmo acontece com as orações adjetivas explicativas, que vêm entre 
vírgulas: Eu, que sempre fui inclinado às letras, cometi alguns versinhos. 
 A vírgula separa estruturas intercaladas 
As estruturas, desde palavras a expressões até orações completas, 
intrometidas em outras serão separadas por vírgula. 
Por exemplo: Eu disse , aliás , que isso não acabaria bem. 
Setembrino foi , dizia a velha , um homem de coragem. 
 Adversativas 
As conjunções adversativas vêm separadas por vírgulas, especialmente 
quando deslocadas: 
Havia muita gente na estação; ninguém, no entanto, notou o acidente. 
 Outros casos 
Advérbios e estruturas equivalentes em posição inicial, ou antepostos ao 
verbo, serão separados por vírgula, sempre, no caso de locuções 
adverbiais; nem sempre, no caso de vocábulo único: 
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Ávida de sangue, a ave de rapina atira-se sobre sua presa. 
Eu mesmo, até então, achava aquilo impossível. Mas: Eufrásio 
certamente passará por aqui. 
O vocativo vem separado por vírgulas: Maria, vem ver quem chegou! 
É o que digo sempre, menino, nada é como antes. 
A vírgula é o sinal de pontuação que pode causar mais dúvidas, visto seu 
uso estar intimamente ligado à sintaxe. Examinemos mais alguns sinais 
de pontuação. 
Ponto e Vírgula 
É o sinal de pontuação dos estilistas – não dos costureiros, mas dos que 
atentam para o estilo na língua escrita. Marca pausa mais acentuada que 
a da vírgula, e se usa nas seguintes situações: 
 Para marcar pausa em um trecho onde já há vírgulas 
Enfim, nós, cansados, reunimo-nos na sala; a luz estava oscilante, e 
alguém contou uma história. 
 Para dar ênfase à adversativa 
Nunca havia dito tal coisa; entretanto, a hora era de extremos. 
O ponto e vírgula é usado alternativamente ao ponto final, no mais das 
vezes. Seu uso é geralmente opcional, mas intercambiável com o ponto, 
não com a vírgula. 
Travessão 
Além de marcar a fala transcrita, e a mudança de interlocutor no diálogo, 
o travessão tem algumas outras funções. Pode ser usado em lugar de 
vírgula, para introduzir uma expressão intercalada, como em: contava-me 
das suas dúvidas – a carreira, as dificuldades, de todos os problemas que 
vinha enfrentando. Se a intercalação termina antes do ponto, usa-se 
outro travessão para marcar seu final: O caso era complicado, as 
circunstâncias – hora, local, agentes – nebulosas. 
O travessão é usado alternativamente à vírgula, no primeiro caso, e ao 
parêntese, no segundo. 
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Se houver vírgula obrigatória na oração, e a intercalação for colocada 
antes dela, a vírgula será grafada depois do travessão final da 
intercalação. Ou seja, assim: Antes que seja tarde, faça tudo o que 
combinamos. Acrescentamos a intercalação, antes da vírgula: Antes que 
seja tarde – ou seja, antes do quarto uísque –, faça tudo o que 
combinamos. 
Dois pontos 
Os dois pontos são usados para introduzir uma explicação, uma citação, 
um diálogo, uma enumeração exemplificativa etc. Ex: Este é o caso: 
pouca vontade, muita ganância. 
 Exercícios 
9. ESAF- CVM/2010 
Os trechos abaixo constituem um texto adaptado de Cristina Spera, 
disponível em http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/4774/servicos_ 
do_portal /noticias/ itens/(acesso em 2/11/2010). 
Assinale a opção em que o fragmento foi transcrito de forma 
gramaticalmente correta no que se refere ao uso dos sinais de pontuação. 
a) Desde o século V a.c., na Pérsia, sabe-se que, os ventos podem gerar 
energia limpa e abundante. É de lá que vem o moinho de vento, invenção 
originalmente utilizada para mover água; e irrigar os campos de arroz e 
trigo. 
b) Os mecanismos básicos que movimentam os moinhos não mudaram 
desde então; o vento atinge uma hélice que, ao movimentar-se, gira uma 
polia que, impulsiona outro equipamento. Na antiguidade um monjolo. No 
século XXI, um gerador de eletricidade. 
c) O vento é o resultado da diferença de temperatura entre água e terra, 
planícies e montanhas, nas regiões tropicais, equatoriais e polares. A 
força do vento – e a quantidade de energia nele contida – depende da 
época do ano, da hora do dia e da vegetação e topografia do local. 
d) Os séculos que separam o moinho persa dos atuais parques eólicos 
foram marcados por grandes descobertas científicas. Elas, inclusive 
explicaram o que é vento. Não é, o sopro dos deuses, como os antigos 
imaginavam. 
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e) O litoral brasileiro, por suas características é considerado: um local 
―abençoado‖ por ventos que podem gerar milhões de quilowatts de 
energia elétrica. Desde os anos 1990 há empreendedores, fincando 
hastes e hélices em alguns locais especialmente beneficiados pelos 
regimes de ventos, como o litoral de Santa Catarina e o do Ceará. 
_________ 
Comentários 
Localizemos os erros de pontuação. Temos erro em sabe-se que, os 
ventos podem gerar, na oração de sujeito indeterminado temos como 
objeto a oração iniciada por ―os ventos...‖, oração subordinada objetiva 
introduzida por conjunção; ora, não devemos separar por vírgula o sujeito 
e seu objeto, pois são termos essenciais da oração, e da mesma forma 
trataremos a oração com função de objeto. Não se justifica também o 
ponto e vírgula antecedendo oração coordenada aditiva, onde bastaria a 
simples vírgula. 
Em b, vemos que no trecho ―gira uma polia que, ...‖, a vírgula deveria 
anteceder a conjunção, não suceder. Também deveriahaver vírgula antes 
de ―monjolo‖, para marcar a elipse do verbo (impulsiona) e manter o 
paralelismo com o período vizinho (No século XXI, um gerador de 
eletricidade). 
Em c não há erro. Note a natureza apositiva do trecho entre travessões; 
isso se revela pela concordância, pois se tivéssemos coordenação entre os 
núcleos força e quantidade, o verbo teria de estar no plural. Correta a 
posição dos travessões antes e depois da oração aposta. 
Em d, vemos que o advérbio inclusive deveria estar entre vírgulas, em 
―Elas, inclusive, explicaram‖, para justificar sua interposição entre sujeito 
e verbo. Da mesma forma, a expressão adverbial ―por suas 
características‖ deveria estar entre vírgulas, posicionada entre sujeito e 
verbo. Os dois pontos estão usados indevidamente também, depois de 
considerados. Poderiam ser usados no caso de uma explicação de um 
termo, e não de sua definição primeira. Exemplo: é considerado um local 
―abençoado‖: têm ventos que podem gerar milhões de watts... Por fim, 
temos vírgula separando sujeito e verbo em ―empreendedores, 
fincando...‖. 
Gabarito:C 
10. ESAF-CGU/2006 
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Julgue se os trechos do texto abaixo estão gramaticalmente corretos e 
responda ao que se pede: 
I. Todos os modelos, em maior ou menor grau fracassaram. O socialismo, 
ao em vez de oferecer o paraíso, criou um inferno sob a forma de estados 
totalitários, baseados na repressão policial e na ação da polícia política. 
II. O capitalismo, longe de criar oportunidades iguais para que todos os 
indivíduos pudessem competir entre si, criou mecanismos cruéis de 
concentração de riqueza nas mãos de poucos, expulsando da esfera do 
consumo milhões de seres humanos famintos e miseráveis. 
III. Os modelos intermediários criaram algumas ―ilhas de prosperidade‖ 
(como os países escandinavos), possíveis por circunstâncias muito 
específicas de sua história e cultura, mas não conseguiram oferecer uma 
alternativa séria a países grandes e pobres como o Brasil. 
(José Arbex e Cláudio Júlio Tognoli, Mundo Pós-moderno, São Paulo: 
Scipione, p.17) 
Estão corretos 
a) I e II 
b) II e III 
c) I e III 
d) I, II e III 
e) apenas a II 
______________ 
Comentários: 
Novamente, somos chamados a procurar erros em textos que o 
examinador oferece. No primeiro trecho, temos que, em: ―Todos os 
modelos, em maior ou menor grau, fracassaram‖, a vírgula assinalada, 
que isola a expressão de valor adverbial interpolada entre sujeito e verbo, 
ficou faltando. É um erro de pontuação. 
Os trechos II e III não contém erros, apenas o I. A questão foi simples, a 
banca resolveu dar uma ajudinha, vamos aceitar, certo? 
Gabarito: B 
11. ESAF – AFRFB/2009 
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Os trechos abaixo foram adaptados do Editorial do Correio Braziliense 
de 18/8/2009. Assinale a opção em que o segmento apresenta erro de 
emprego dos sinais de pontuação. 
a) Um dos agravantes é a falta de experiências bem-sucedidas e 
replicáveis Brasil afora, além da ausência de um marco regulatório que 
estabeleça não apenas responsabilidades, como também padrões 
mínimos a serem observados na destinação do lixo pelas autoridades 
regionais e municipais. 
b) O que fazer com essa perigosa montanha de sujeira é um desafio que, 
assim como ocorre nos países mais desenvolvidos, a sociedade brasileira 
precisa enfrentar e resolver o quanto antes. 
c) Os brasileiros produzem 43 milhões de toneladas de lixo por ano. Isso 
quer dizer, que todos os dias são retiradas 150 mil toneladas de restos, 
embalagens e dejetos das casas, ruas e avenidas em todo o país. 
d) Depois de quase 20 anos de debates e embates entre interesses 
divergentes, o país caminha para superar essa deficiência e, em breve, 
poderá contar com uma legislação federal que estabeleça diretriz a ser 
seguida em todo o território nacional. 
e) Já é hora de cada um dos que se dizem adeptos da preservação 
ambiental deixar de atirar lixo pela janela do carro ou de despejar suas 
sobras no lote vago do vizinho. Afinal, mais do que um modismo, o 
compromisso com a ecologia precisa ir além do discurso; requer atitude 
de cada um e o envolvimento de todos. 
______________ 
Comentários: 
Caríssimos, temos de novamente fazer um trabalho de revisão de textos, 
agora voltado para a pontuação exclusivamente. Não há outro modo de 
resolver questões assim que ler as alternativas até identificar o erro. 
Lemos, na alternativa c, o trecho Isso quer dizer, que todos os dias são 
retiradas (...); a vírgula destacada foi posta a separar termos essenciais 
da oração, posição repelida, como já pudemos aprender em outras 
questões, pela norma culta. Quais são os termos essenciais separados, no 
caso? O verbo e o seu complemento, representado no caso por oração 
subordinada substantiva objetiva direta, ou seja, oração com função de 
objeto direto. Aí está o erro de pontuação. 
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Gabarito: C 
12. ESAF – AFRFB/2009 
Assinale a opção correta em relação ao emprego dos sinais de pontuação 
no texto abaixo. 
A Conferência de Copenhague será a 15a dos países que integram a 
Convenção do Clima, de 1992. É o prazo final para que se adote um 
tratado substituto ao Protocolo de Kyoto (1997), (1) que fracassou no 
objetivo de reduzir a poluição aceleradora do aquecimento global. Teme-
se que Copenhague fique aquém do que seria necessário para sanar as 
deficiências de Kyoto. Em causa estão emissões dos gases do efeito 
estufa, como o CO2. Eles são produzidos por vários setores: (2) energia, 
(3) indústria, (3) transportes, (3) agricultura e desmatamento, entre os 
principais. Os compostos engrossam um cobertor invisível na atmosfera, 
(4) aquecendo-a globalmente. A temperatura média já se elevou 0,7ºC 
em dois séculos. Para evitar que ultrapasse a barreira dos 2ºC, (5) 
considerada perigosa para a estabilidade do clima planetário, (5) 
pesquisadores estimam que seria preciso cortar até 40% das emissões 
antes do ano 2020. 
(Folha de S. Paulo, Editorial, 31/8/2009) 
a) (1) O emprego de vírgula se justifica porque isola oração subordinada 
adjetiva restritiva. 
b) (2) O emprego de sinal de dois-pontos justifica-se porque antecede 
citação de discurso alheio ao do autor do texto. 
c) (5) O emprego de vírgulas se justifica para isolar oração subordinada 
reduzida de gerúndio. 
d) (4) O uso de vírgula se justifica para isolar expressão apositiva. 
e) (3) As vírgulas se justificam porque isolam elementos de mesma 
função sintática componentes de uma enumeração. 
______________ 
Comentários: 
Bem, nesta questão temos justificativas para a pontuação utilizada em 
cada passo do texto; cabe a nós analisar essas justificativas. Em 1, temos 
oração subordinada adjetiva, de fato; no entanto é explicativa, e não 
restritiva. Semanticamente, é fácil entender a diferença: a oração 
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adjetiva tem função de adjetivo, portanto se subordina a um nome; em 
relação a esse nome, a explicativa aplica-se a eleintegralmente, e a 
restritiva a apenas parte dele. Em relação à pontuação, mais fácil ainda: 
a restritiva não é precedida de vírgula, mas a explicativa é. 
Vejamos um exemplo: Fui à casa de meu irmão que mora em Jaú 
 Fui à casa de meu irmão, que mora em Jaú 
A primeira oração é restritiva: o atributo mora em Jaú aplica-se a um dos 
irmãos do enunciador, sendo certo que há outros; a segunda é 
explicativa, aplica-se ao irmão do enunciador, sendo certo que não há 
outro. 
Vamos a 2: trata-se agora dos dois pontos. No caso, temos uma 
enumeração de elementos, precedidos de um termo a que todos os 
elementos da enumeração se referem. A referência a esse termo é 
anunciada pelos dois pontos - Eles são produzidos por vários setores: 
energia, indústria, transportes, agricultura e desmatamento. 
Notem que não precisaria haver enumeração, basta a referência, a 
substituição referencial de um termo pelo outro para que se use os dois 
pontos, vejam: 
Chegou o campeão: o São Paulo Futebol Clube. 
Evidente que a citação de discurso alheio também enseja o uso dos dois 
pontos, mas não é o caso. Vejam um exemplo de reprodução de discurso 
alheio: Como dizia a inscrição no templo de Delfos: “conhece-te a ti 
mesmo”. 
A seguir, vemos que em 5 não temos oração subordinada reduzida de 
gerúndio, em primeiro pela razão morfológica de que a oração é 
introduzida por forma de particípio: considerada (...). Temos de fato 
oração reduzida, de particípio, com função de oração adjetiva explicativa, 
subordinada ao termo temperatura. 
Em 4, a oração reduzida aquecendo-a globalmente tem valor adverbial, 
equivalente a advérbio de modo; está portanto adjunta ao verbo 
―engrossam‖ (engrossam de maneira a aquecer). Não é apositiva, 
portanto, estrutura relacionada a nome. 
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Vimos já, meus amigos, que em 3 temos uma enumeração, cujos 
elementos são separados por vírgula. De fato, é a forma correta de 
pontuar, vejamos os exemplo: 
Pato, tatu, jabuti, tico-tico, são todos menores que eu. 
Havia algo de esperança, de expectativa, e alguma tensão no ar. 
Gabarito: E 
 
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SEMÂNTICA 
Bem, meus caros, chegamos a um tópico importante, a Semântica ou o 
estudo do sentido. O sentido é o aspecto último da linguagem verbal, que 
se articula desde o som até o sentido, passando pela organização 
morfológica e sintática. 
A produção de sentido começa na percepção e no uso dos morfemas 
lexicais a que nos referimos em aula anterior, quando estudamos 
morfologia, e sua organização em palavras. A produção de sentido 
continua na articulação de palavras em expressões e em textos. Nem 
mesmo o texto pode ser considerado a última expressão do sentido, pois 
há os textos que dialogam com textos, no domínio do que se chama de 
intertextualidade. 
Para o momento, vamos nos ater no significado de palavras e expressões. 
O significado completa-se no contexto, isso é importante; é o mesmo que 
se dá com a categoria lexical ou classe de palavra, como vimos. 
Lembram-se? Um substantivo pode funcionar como adjetivo, um adjetivo 
como substantivo, etc. Tudo depende do contexto de uso. O mesmo se dá 
com o sentido. Podemos falar de um sentido próprio ou primeiro da 
palavra, e um sentido derivado. 
Por exemplo, tomemos a palavra gato. O sentido primeiro é de designar o 
animal doméstico, quadrúpede, de pelagem macia e de orelhas 
triangulares, que mia; temos também, em paralelo, o sentido de, por 
analogia, designar qualquer animal selvagem da família do gato, como a 
onça, por exemplo: ―a gata (i.e. onça) se enfurnara nos fundos da mata‖. 
Este ainda pode ser considerado um sentido próprio. Uso antigo é 
designar os filhotes de qualquer animal da família do gato, como em ―a 
leoa e seus gatinhos (i.e seus filhotes, seus leõezinhos)‖. 
Aplicando-se a palavra gato a humanos, o sentido pode ser de pessoa 
bonita, atraente, sensual: ―a moça era uma gata‖. Ou o de ladrão, 
gatuno, sentido associado talvez aos movimentos silenciosos do gato. 
Temos ainda ―gato‖ para designar ―instalação irregular de água, luz ou 
cabos de comunicação‖, talvez por associação com o sentido anterior. Por 
fim, veremos ainda ―gato‖ designando o profissional aliciador de 
trabalhadores ou de imigrantes ilegais. Todos estes empregos serão 
derivados. 
Denotação, Conotação 
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Se a palavra é empregada em sentido próprio, mais concreto ou imediato, 
temos o sentido denotativo da palavra. Assim, em ―Gosto de ler à sombra 
das árvores‖, a palavra destacada está empregada em sentido denotativo. 
Se o sentido é associado ao sentido próprio, concreto, por alguma 
operação mental, como acontece no sentido derivado, a palavra assume 
aspecto conotativo, como no caso de ―As sombras do passado a 
perseguem‖. 
Sinônimos, Antônimos 
Os SINÔNIMOS são palavras de significado semelhante, aproximado; 
geralmente pode-se substituir uma pela outra, com nuances de sentido 
decorrentes. Vejamos, por exemplo: 
Casa, lar, morada, residência, domicílio, vivenda 
Importante notar que sempre existirão nuanças de sentido mais ou 
menos marcadas entre os sinônimos, como o registro literário ou popular 
(fenecer/morrer), a intensidade da significação (chamar/ clamar/ 
bradar/berrar), e outras. Não existe o chamado sinônimo perfeito. 
Os ANTÔNIMOS são palavras relacionadas entre si por oposição, em relação 
complementar ou alternativa (ou um, ou outro), como casado/solteiro, de 
contradição (um e não outro), como em grande/pequeno, ou em 
correlação, como em comprar/vender, marido/mulher, em que um 
pressupõe o outro. 
Também podem ser considerados antônimos correlativos as palavras que 
possuem valor ativo e passivo, como alugar, com sentido de dar de 
aluguel e de receber a título de aluguel. 
Homonímia, Polissemia 
São conceitos sobre os quais geralmente há debate, a homonímia é a 
propriedade dos vocábulos formalmente iguais, de sentido diferente; a 
polissemia por vezes parece ser o mesmo fenômeno sob outro ponto de 
vista, a pluralidade de significados assumidos por uma mesma palavra. 
Sem que seja necessário nos estendermos sobre esse debate, são 
considerados geralmente homônimos os vocábulos sem nenhum traço 
semântico em comum, como no caso de VENDA, entendido como ―cessão 
ou transferência por preço estipulado‖, e VENDA, ―peça de pano a tapar os 
olhos‖. Por outro lado, polissêmicos são os vocábulos que podem adquirir 
vários sentidos, relacionados no entanto por algum traço semântico, como 
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CANTO, ―conjunto de sons musicais emitidos pela voz humana‖, e também 
―sons emitidos pelos pássaros‖, ―poema‖ ou ―subdivisão de um poema 
épico‖, etc. 
A polissemia é uma propriedade fundamental da linguagem verbal, talvez 
seja um de seus fundamentos. Está muito determinada pelo contexto, 
evidentemente. Também se fala em polissemia quando do uso consciente 
e intencional de um vocábulo ou expressão de forma ambígua. 
Hiperônimos,Hipônimos 
São noções que só têm sentido no uso; nenhum termo por si é hipônimo 
ou hiperônimo, apenas no contexto de emprego: serão termos usados 
alternativamente, como substitutos. É um mecanismo da chamada coesão 
sequencial do texto. Por exemplo, reparem no texto: 
Estávamos no cemitério. O lugar lúgubre nos causava arrepios. 
Mas ninguém queria arredar pé. Logo algum de nós iria contar 
uma história de terror, aguçando a nossa imaginação. Nisso, 
chegou o guarda do campo santo. 
Neste exemplo, as expressões destacadas substituem cemitério, e no 
entanto não são necessariamente seus sinônimos, são substitutos pela 
posição que ocupam na articulação do texto. Estudaremos mais sobre 
coesão textual e a articulação do texto em aula futura. Pois bem, 
cemitério é o termo hiperônimo neste exemplo, substituído pelos seus 
hipônimos ―lugar lúgubre‖ e ―campo santo‖. Este último, apenas por 
coincidência, é também um sinônimo para ―cemitério‖. 
Campo Semântico 
O campo semântico de uma palavra é composto de todas as palavras que 
guardam analogia com ela no plano do significado. Por exemplo, 
integrariam o campo semântico de banco: banqueta, trípode, cadeira, 
cadeira de balanço, trono, sofá, divã, poltrona, namoradeira; sela; 
assento. Todos têm em comum o traço de significado ―artefato sobre o 
qual sentar-se‖. Não são sinônimos, notem que a diferença de significado 
é importante em muitos dos casos. 
Notem a diferença com o conceito de família de palavras, que vimos em 
aula anterior; este está preso à similaridade morfológica; assim, a família 
de banco conteria banqueta, banca, banquinho, abancar-se, bancada; 
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vejam aí que a similaridade morfológica não necessariamente leva a uma 
similaridade de sentido. 
Meus amigos, a semântica é fundamental para a interpretação de textos, 
que é o que estudaremos nas aulas seguintes. Para o momento, que tal 
resolvermos mais alguns exercícios? 
Questões comentadas 
13. FMP/TJ-AC/2010 
Leia o texto abaixo 
CELEBRIDADES PALPITEIRAS 
Furio Lonza 
1 Outro dia, estava zapeando como sempre a TV e me deparo com a 
Luciana Gimenez falando sobre o massacre no Carandiru. Virei. Noutro 
canal, a Adriane Galisteu especulava a possibilidade de recuperação dos 
rappers dependentes químicos. Virei. Na MTV, uma ―vijei‖ comos peitos 
tatuados dava dicas sobre sexo a adolescentes absolutamentealucinados, 
que perguntavam sobre ejaculação precoce, camisinha, suruba. Antes que 
eu encontrasse a Fafá de Belém falando sobre a lei da gravidade, 
desliguei. 
2 Nos jornais, celebridades de vários quilates e calibres escrevem 
diariamente sobretudo, desde islamismo até o saldo da balança comercial. 
Na TV, pagodeiros são questionados sobre a economia informal, 
dançarinas de axé musicfalam sobre a alimentação mais apropriada aos 
golfinhos, modelos que pesam 30 quilos opinam sobre o Fome Zero. Na 
maior calma, eles falam do Oriente Médio, criação de camarões, futebol, 
BID, tipo assim, tá ligado? Dão a impressão de estarem num boteco à 
beira-mar beliscando batatinhas chips e bicando um chope sem colarinho. 
3 A pergunta é simples: por que a mídia passou a achar que qualquer um 
pode expressar opiniões leigas sobre assuntos técnicos e eruditos só 
porque são celebridades? Que cabedal ou estofo cultural têm cantores, 
modelos, apresentadoras de televisão ou humoristas para deitarem & 
rolarem sobre assuntos da atualidade, sem conhecerem a fundo temas 
complexos &delicados? E que estrago isso pode fazer na cabeça do povo? 
4 Pintou um assunto polêmico e lá está Caetano Veloso falando pelos 
cotovelos sobre a matança de marimbondos no Pará ou a Fernanda Young 
opinando sobre o aumento abusivo do seu Plano de Saúde. A quem 
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interessa saber o que a Marisa Orth diz sobre a invasão do Iraque? Já a 
Regina Case é um caso patológico. Com seu estilo brejeiro, ela defende a 
preservação do mico-leão dourado e indigna-se com a pesca predatória 
em Manaus. 
5 Hoje, qualquer um pode meter o bedelho em tudo e, o que é pior, usa a 
coluna do jornal em proveito próprio. No mesmo texto, o cara analisa a 
desastrosa política do governo, fala do seu poodle que ele ama de paixão, 
diz que a Fernanda Lima é o seu objeto de desejo e, de quebra, ainda 
elogia o último disco do Zeca Pagodinho. 
6 O Diogo Mainardi é um assunto de polícia. Entende de Getúlio Vargas, 
decodificação do DNA, Brecht, clonagem da Dolly. Se você procurar no 
dicionário a palavra petulância, vai encontrar a foto dele. 
7 Teve uma época na imprensa brasileira em que as atividades 
profissionais eram estanques: quem escrevia sobre política era formado 
em sociologia, com pós-graduação na Sorbonne; quem escrevia sobre 
economia era economista com passagem em Harvard ou Berkeley; a arte 
ficava a cargo de estudiosos, críticos, pesquisadores. Quem escrevia os 
editoriais eram caras com tempo de estrada, tinham entrevistado 
personalidades nacionais e estrangeiras, possuíam bagagem. 
8 Arnaldo Jabor é provavelmente a maior herança da era Collor. Quando o 
cinema brasileiro entrou em colapso, o Jabor disparou a falar e não parou 
mais. Ele é um deus grego, suas opiniões são disputadas a tapa, 
repetidas nas rodinhas de boteco, glamourizadas. No Jornal Nacional, ele 
fala sobre tudo, cria metáforas, comete simbioses e entropias, é retórico, 
implacável,obsessivo. Como cineasta, deveria limitar-se a seu ofício. 
9 Mas não. Eles todos_________, não conseguem se controlar, estão por 
cima da carne-seca. Se dão o direito de falar ao pé do ouvido do público, 
como uma _______ caseira_______ sabedoria em conversas ao redor da 
fogueira. São um ________de cronistas, editorialistas e fofoqueiros e 
atendem pelo pomposo título de opinionmakers. Eles sorriem pelo canto 
dos lábios,franzem a testa, são irreverentes, tudo para eles é 
emblemático, endógeno, virtual, aparecem na TV,escrevem nos jornais e 
revistas, são celebridades, dão entrevistas em talk shows, publicam 
livros,são ecléticos. Pior: têm toda a liberdade, ganham uma baba, são 
endeusados pelo povinho letrado,querem ser reconhecidos pelas ruas em 
que passam, vivem para dar opiniões mas, em geral, não teriam a 
mínima credibilidade num país sério. 
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 Considere o ultimo parágrafo do texto: 
Pior: têm toda a liberdade, ganham uma baba, são endeusados pelo 
povinho letrado, querem ser reconhecidos pelas ruas em que passam, 
vivem para dar opiniões mas, em geral, não teriam a mínima credibilidade 
num país sério. 
Se o sujeito do verbo TER fosse CELEBRIDADE, quantas palavras no 
período deveriam ser modificadas para atender à correção de 
concordância? 
(A) Nove. 
(B) Oito. 
(C) Dez. 
(D) Seis. 
(E) Onze. 
_____________ 
Comentário: 
Uma questão de concordância que envolve a reescritura da questão. 
Primeiro, vejam que o sujeito do verbo ter, em ―têm toda a liberdade‖ é 
celebridades. Curioso notar que o termo ―celebridades‖ está lá no 3ª 
parágrafo, mas vem numa cadeia mais ou menos longa de hipônimos que 
o retomam, até este trecho, no último parágrafo. 
Vamos aproveitar para falar um pouco sobre os hipônimos e os

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