Buscar

TEORIAS DA CIENCIA DA INFORMAÇÃO E O CAP - CEMIG

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 
Correntes Teóricas da Ciência da Informação 
e o Centro de Arte Popular - CEMIG 
GUILHERME DRUMMOND
LUÍSA FRANCO GUIMARÃES
THAIS LOPEZ
TIAGO CÂNDIDO
VANESSA ANDRADE
MUSEOLOGIA 2014/1
PROFº CARLOS ALBERTO LIVA ARA JOÁ Ú
FUNDAMENTOS DA CI NCIA DA INFORMA OÊ ÇÃ
BELO HORIZONTE
JUNHO - 2014
TEORIA MATEMÁTICA
A teoria matemática preocupa-se com a eficácia do processo de comunicação. Em relação
a comunicação, existem 3 níveis de problemas, mas a teoria matemática se relaciona
somente com um: O transporte físico da informação.
Logo, analisamos o centro de arte popular no intuito de descobrir quais os canais de
informação existentes e se eles são eficazes no processo de transferência da informação
entre o transmissor e receptor.
O Centro de Arte Popular da CEMIG usa três tipos de canais para levar a informação ao
público: Os mediadores, As legendas e os vídeos. Levando em consideração que as
legendas dos objetos são, na sua maioria, genéricos, fica explícita a necessidade dos
mediadores nas salas de exposição, já que os mesmos complementam e acrescentam
informações realmente relevantes sobre as obras e as exposições. Os vídeos falam por si
só, não precisam de legendas ou mediadores para exprimir as informações neles contidas.
A necessidade de mais de um canal de transmissão é fundamental dentro dos museus e
centros de arte popular, já que muitas vezes, o receptor não consegue se relacionar com as
informações de forma eficaz somente com a exposição e legenda dos objetos.
O CAP-CEMIG consegue, com esse conjunto de ações, trazer certa eficácia para o
desenvolvimento cultural do público, já que existem maneira diversas de encontrar e
transmitir informações dentro desta instituição.
BELO HORIZONTE
JUNHO - 2014
TEORIA SISTÊMICA
Para que se entenda como tal corrente teórica trabalha no objeto de estudo, é importante
relembrar o conceito da mesma e sua origem. A teoria nasce de princípios da biologia e
busca mostrar que tudo funciona de forma sistêmica, como num organismo vivo, ou no
ciclo da natureza, onde cada parte tem participação essencial para o funcionamento do
todo. Há um forte princípio de circulação existente nestes que se reflete na teoria: todo
processo sai e cria novos elementos numa entrada, de forma cíclica – chamados de output,
a saída, e input, entrada. Somados a estas duas principais partes, o sistema ainda conta
com outros fatores, como diz Araújo:
O modelo organísmico da teoria sistêmica articula uma série de conceitos
particulares, tais como a ideia de totalidade (o conjunto, como por exemplo
uma cidade, uma empresa, uma equipe), os objetos que compõem a totalidade
(os membros tomados isoladamente – as pessoas, os grupos, os
departamentos), os atributos destes objetos (características específicas que
cada objeto tem para o desempenho adequado da sua função), os processos (a
“importação” ou entrada de algo, a “exportação” ou saída, e o processamento
desse algo, entendido como as tarefas necessárias para a sobrevivência do
sistema) e o ambiente (aquilo que é externo à totalidade, de onde ela retira os
elementos de entrada e para onde dirige os elementos de saída).
(ARAÚJO, 2009, p.195)
Assim, levando em conta o modelo organísmico da teoria sistêmica e as funções
museológicas, buscaremos analisar o Centro de Arte Popular CEMIG como um sistema,
averiguando parte a parte seus processos.
a. Input: É a seleção das peças que constituem o acervo, sua descrição e representação. O
input no Centro, no que se refere ao acervo, vem da escolha das peças que possam
representar a arte mineira e a memória do estado.
b. Output: São as questões, busca, recuperação e análise, bem como as pesquisas e
BELO HORIZONTE
JUNHO - 2014
estudos desenvolvidos, graças ao processamento das informações do input, da análise do
acervo. No objeto em questão, no decorrer da análise da instituição, pouco se é feito em
questão de output. O Centro busca salvaguardar e recuperar a memória artística de minas,
mas é pouca a pesquisa realizada pelo mesmo, sendo poucas as questões levantadas
sobre o tema.
c. Ambiente: “Supersistema” no qual o sistema se encontra. É a realidade, com o seu
recorte no estado de Minas Gerais, principalmente a memória e história deste.
d. Sistema: O sistema é basicamente o Centro em análise, e a totalidade deste: o prédio
tombado em que se localiza o Centro, os objetos que compõe o acervo, as funções
museológicas que são desempenhadas (preservação, pesquisa e comunicação) e aqueles
que trabalham com estas (diretor, conservadores, mediadores), bem como os outros
funcionários da instituição.
e. Fronteiras: definição do que está dentro do sistema e o que não está (o que está no
Ambiente). As fronteiras do centro se delimitam em ajuntar nele manifestações da arte
mineira e de seus grandes mestres, salvaguardando-as. 
BELO HORIZONTE
JUNHO - 2014
TEORIA CRÍTICA
A teoria crítica da informação tem como eixo condutor justamente a desconfiança por trás
da informação disposta. É a suspeição do discurso apresentado, a idéia de que a
informação pode esconder algo a mais que não está sendo dito. Ao contrário das teorias
baseadas na matemática e na biologia com sua abordagem positivista, a teoria crítica tem
um forte caráter baseado nas ciências humanas. No Centro de Arte Popular – Cemig ela
também se manifesta de maneira bastante pertinente.
O Centro se propõe à propagação e divulgação da arte popular, uma manifestação
artística que possui um inerente valor social. É a arte popular talvez a forma de arte que
mais conta sobre o artista e o contexto cultural que o cerca. Dessa forma, seria de se
esperar que o Centro fizesse alguma ponte entre os objetos expostos e toda essa realidade
social e cultural, tendo assim uma oportunidade de educar o público não apenas sobre o
objeto físico em si, mas também sobre todo a carga de informação cultural que ele
suporta. Infelizmente, essa oportunidade não se concretiza.
Dipostos em suntuosas salas de exibição, os objetos trazem pouco de seu contexto para a
exposição. Muitos dos trabalhos presentes no Centro tem como lugar de origem áreas
com problemas sócio-econômicos consideráveis, como o Vale do Jequitinhonha; áreas que
nem de longe remetem aos tablados polidos e à iluminação calculada dos espaços de
exposição. Dessa forma, o Centro se afasta de uma potencial reflexão crítica muito
importante a respeito da realidade da arte popular, transformando seu produto em mero
objeto estético de consumo. A única sala que procura mostrar um pouco da vida do artista
é a Grandes Mestres, porém mesmo assim muitos ficam de fora dessa iniciativa.
Outro fator que distancia ainda mais artista e objeto musealizado é o fato de que uma
parte dos objetos presentes no Centro pertencem ou foram emprestados por
colecionadores. Em conversa com os mediadores, foi relatado que muitas vezes o próprio
artista não sabe que suas obras estão sendo expostas. O processo de aquisição, sendo
então realizado por terceiros e sem conhecimento do artista denuncia ainda mais esse
afastamento e preocupação em apenas “possuir para expor” ao invés de “expor para
refletir”. Esse comportamento mostra uma grande importância dada ao apelo turístico da
instituição, sem se preocupar na valorização da construção de uma identidade regional na
base cultural dos próprios mineiros.
Outro problema que pode ser abordado através da teoria crítica é também na própria
exposição porém de uma maneira mais abrangente. Um espaço que se compromete a
celebrar a arte popular deveria possuir um acervo muito mais inclusivo e diversificado.
Pode-se perceber que houve um recorte cultural do que a curadoria do Centro identificoue decidiu expor como arte popular, oferecendo apenas uma visão parcial dessa
manifestação artística no estado. A divisão temática das salas pouco ajuda nesse cenário,
se utilizando de uma classificação que em alguns casos limita e restringe a abrangência e
sentido da exposição.
BELO HORIZONTE
JUNHO - 2014
Uma das salas que mais sofre com esse recorte é a Devoção e Arte, que tem em seu
predomínio peças com influência do catolicismo barroco. Existe quase uma total ausência
de representação de outras manifestações religiosas do estado, como o congado. A
exceção, e também uma das peças de maior destaque da sala, é um oratório de congado,
que possui como um de seus elementos uma Nossa Senhora negra. Sua posição
privilegiada, logo na entrada, se deve ao Centro se utilizar dele como símbolo de
miscigenação e sincretismo, no sentido de ser um objeto católico apropriado por uma
manifestação religiosa afrodescendente, numa tentativa de compensar a predominância
católica barroca do resto do espaço.
Através desses recortes, o Centro corre o risco de não conseguir passar ao visitante a
realidade multifacetada da arte popular mineira, o que muitas vezes pode levar à criação
de esteriótipos e pré-conceitos. Museus possuem em seu cerne esse potencial de criação
de uma consciência crítica nos seus usuários, e o Centro de Arte Popular – Cemig possui
esse potencial, ainda que pouco desenvolvido. Com alterações no plano museológico da
instituição, ele pode alcançar uma relevância cultural e social que mostre além do
elemento estético dos objetos, ajudando a criar cidadãos mais conscientes e mais em
sintonia com o próprio patrimônio e seu contexto.
BELO HORIZONTE
JUNHO - 2014
TEORIA DA REPRESENTAÇÃO
A teoria da representação possui como principais funções a descrição e a classificação dos
objetos, e no Centro de Arte Popular – Cemig ela se manifesta de maneira mais
preponderante nas quatro salas de exposição permanente.
Situadas em dois andares do museu, as salas foram separadas em quatro temáticas
específicas que servem como guia para o agrupamento dos objetos e bens que constituem
a exposição. São quatro salas distintamente divididas e sem conexão umas com as outras,
o que contribui para esse evidenciar esse caráter classificatório empregado no plano
museal da instituição. De acordo com a sugestão do próprio Centro, a visitação deve ser
iniciada pelas salas do último andar e assim fazer o percurso descendo para os andares
seguintes e visitando as salas em ordem decrescente, e também será nessa ordem que elas
serão avaliadas a seguir.
A Sala 4 foi denominada Casa Mineira e seu conteúdo remete às tradições, ao cotidiano da
vida do mineiro, dando um grande destaque ao fazer cotidiano e à cultura popular. Nessa
sala econtram-se, por exemplo, colchas bordadas por comunidades do interior do estado,
um tapete de serragem, utensílios para a fabricação de queijos, quadros que retratam a
vida tanto urbana quanto rural e até vídeos de manifestações religiosas típicas. Essa é
teoricamente a sala com o maior potencial de despertar a memória do público, já que os
objetos escolhidos possuem um inerente caráter intimista e remetem ao saber cotidiano.
A Sala 3, chamada de Grandes Mestres, se propõe a abarcar e divulgar as obras dos artitas
mais reconhecidos de Minas Gerais nesse viés popular, como por exemplo Geraldo Teles
Oliveira (GTO) e Ulisses Pereira. São em sua maioria trabalhos em madeira e cerâmica, com
destaque também para a produção das noivas do Vale de Jequitinhonha. Apesar do título
da sala, também se encontram nela obras de autores desconhecidos.
A Sala 2 possui uma história um pouco polêmica devido à escolha de seu tema.
Previamente chamada de Arte e Fé, ela reúne em seu interior objetos em sua maioria de
cunho religioso, como oratórios e esculturas de santos. O enfoque da sala é
predominantemente católico barroco, e isso chegou a causar uma indisposição de
visitantes de outras religiões, com alguns inclusive se recusando a entrar nela. Para tentar
remediar a situação, mudou-se o nome da sala para Devoção e Arte, procurando então
enfatizar os objetos como peças de arte e bens materias e retirando seu contexto religioso.
Preferências religiosas à parte, a sala possui de fato uma representação parcial dos cultos
existentes no estado. A peça de maior destaque na sala, colocada logo ao lado da entrada,
é um oratório de congado. Ela recebe esse lugar privilegiado pois, devido à história da
sala, ele representa a miscigenação, pois é um oratório católico apropriado por uma
manifestação religiosa afrodescendente. O Centro então tenta imbuir ao oratório esse
caráter de diversidade, como se ele fosse o símbolo da mistura de religião e raças numa
sala de exposição que devido à sua classficação corre o risco de afastar outras religiões
BELO HORIZONTE
JUNHO - 2014
que não se sentem representadas ou intolerantes.
Por fim, a Sala 1 se divide em dois espaços: Artes Primeiras e Imaginário Popular. O
primeiro faz referências às artes primitivas, como as pinturas rupestres, e apresenta tanto
exemplos das próprias artes primeiras quanto obras recentes que fazem referência à essas
artes primitivas. O segundo espaço abarca desde esculturas de cerâmica até redes de caça
indígenas.
Analisando as quatro salas pode-se formular uma crítica à teoria da representação na
maneira como ela é empregada na instituição.
As quatro temáticas escolhidas delimitam por demais uma instituição que pretende
divulgar e expor a arte popular. As salas se confundem e elementos que se encontram em
uma delas poderiam muito bem estar nas outras. Um exemplo são os oratórios da sala
Devoção e Arte. O que impede um visitante religioso de identificá-lo como um objeto
extremamente familiar e integrado com seu cotidiano, podendo então pertencer à sala
Casa Mineira? E se um oratório tiver sido construído por um artista reconhecido, ele estaria
na sala Grandes Mestres? E, como já mencionado anteriormente, porquê objetos de
autores desconhecidos se encontram numa sala que se propõe a destacar os artistas mais
reconhecidos?
Outro exemplo são as críticas dirigidas à sala 1, Artes Primeiras e Imaginário Popular. No
espaço de Artes Primeiras, em conversa com mediadores do Centro, foi relatado que
professores e outros profissionais criticaram a amostra medíocre de trabalhos de artistas
conhecidos, como Ana do Baú, que possui dois pequenos vasos representando sua
produção na sala. Já no espaço de Imaginário Popular, podemos encontrar mais cerâmicas
de Ulisses Pereira. Qual foi o critério de escolha que separou peças de um mesmo artista
de renome entre Grandes Mestres e Imaginário Popular? A bem da verdade, a seção
Imaginário Popular possui um tema muito abstrato, como se o que não se tivesse
conseguido dividir entre as outras salas fosse então exposta nessa.
Dessa maneira, pode-se perceber a importância da teoria da representação na construção
de um espaço que pretende ser um fornecedor de informação à comunidade. Se o Centro
talvez se libertasse dessa classificação tão engessada que dá margens para polêmicas
como a da sala 2, e divisse suas salas em temas mais abrangentes, como por exemplo
materiais ou regiões de origem, talvez o sistema de transmissão de informação
funcionasse com maior eficácia.
BELO HORIZONTE
JUNHO - 2014
TEORIA DOS FLUXOS
A teoria dos fluxos busca analisar a trajetória da informação, e como ele chega ao usuário.
Dentro do Centro de Arte popular da CEMIG, a informação é passada ao público através
dos Objetos expostos nas coleções, que são divididos em quatro salas, sendo que cada
sala possui um tema relacionado à arte popular Mineira: “Artes Primeiras e Imaginário
Popular”,“Grandes Mestres”, “Casa Mineira” e uma sala destinada ás exposições de curta
duração.
Outro modo de transmitir informação é através da WEB, já que o museu conta com um
site que está vinculado ao Circuito Cultural da Praça da Liberdade e uma página no
Facebook. A internet se tornou uma ferramenta indispensável no mundo dos museus, já
que as pessoas que não tem o acesso direto ao museu podem conhecê-lo, de maneira
breve e sucinta.
OS vídeos dispostos dentro das salas, também carregam informações importantes parar
compreender o tema do CAP. As legendas também fazem parte destes meios de
transferência de informação, já que muitas vezes, os objetos não são suficientes parar
compreendermos a ideia, a essência da exposição.
Diante destes meios de transferência de informação, percebemos que nem todos são
realmente eficazes em certo ponto. Os objetos muitas fezes não são suficientes, as
legendas são muito genérica e os vídeos não são muitas vezes decifrados em primeiro
olhar, por isso, o CAP-CEMIG trabalha também com os mediadores em suas exposições. Os
mediadores conseguem transmitir ao púbico, o que os outros métodos não conseguem
num primeiro momento.
Além dos meios comuns de expressar as informações, o CAP procura investir nas palestras,
seminários e oficinas para a transmissão das informações a cerca do tema “Arte Mineira”.
Recentemente, promoveu-se o 1º Seminário de Arte Popular, A oficina Inclusiva de
Bonecos, Oficina de Cruzes de Santa Cruz. Estes outros meios de passar a informação aos
visitantes, são atitudes inclusivas e excepcionais dentro das instituições que trabalham com
a memória das sociedades.
BELO HORIZONTE
JUNHO - 2014
TEORIA DOS USUÁRIOS
Os estudos de usuários passam a ser utilizados para se obter mais conhecimento sobre as
fontes, os serviços e os sistemas de informação. Fazendo um diagnóstico para o
aperfeiçoamento ou adequação dos produtos e serviços do Centro de Arte Popular –
CEMIG podemos considerar que, o CAP como um espaço ideal para uma imersão na
cultura de raiz de uma regionalidade especifica mineira. Pensar e repensar, fazer e refazer
são os desafios que o Centro de Arte Popular – Cemig tem de enfrentar ao mesmo tempo
em que os apresenta para a sociedade. Tratar de uma especifidade na arte popular mineira
aparenta ser um diferencial dentro da proposta do espaço. O Centro não traz apenas
peças mineiras para falarem por si só em um meio, ele busca expor, mesmo que
indiretamente, a realidade de uma cultura de raiz tão especifica. Dessa maneira é possível
identificar diferentes reações de diferentes usuários.
Tratando de um usuário mineiro é fácil perceber uma imediata conexão com o espaço e a
exposição. Os itens expostos fizeram ou fazem parte do cotidiano desse usuário, é natural
e muito comum uma identificação instantânea com o espaço. Dentro desse mesmo âmbito
(usuários mineiros) se pode analisar diferentes fases de conexão a partir da idade
considerando crianças, jovens, adultos e idosos. Talvez as crianças e os jovens se
identificam com algum objeto porém não de maneira habitual, por exemplo, um taxo de
fazer doce é fácil considerar uma conexão com objeto por ser algo comum no meio
mineiro mas não porque remete a quando utilizavam o taxo. Com os adultos é mais
comum aquele mesmo taxo fazer parte de uma memória construída há tempos. A conexão
para com a exposição é mais rápida. E é extremamente comum os idosos construírem uma
memória habitual com aquilo que vê, afinal o objeto fez parte do seu cotidiano infantil,
jovem, adulto e certa forma, muitas vezes, atual. Quase sempre não consideram o objeto
como uma peça de museu transmitindo uma memória, e sim consideram apenas algo que
está presente no seu cotidiano.
Como o CAP está inserido no Circuito Cultural Praça da Liberdade ele se remete a um
grande número de turistas de diferentes partes do Brasil e do mundo. Acredito que seja
nesse âmbito que entra a questão da necessidade de mediação do espaço. Analisando um
turista paulistano como usuário do espaço, considerando também as variações de idades,
podemos analisar um distanciamento maior do que os turistas mineiros por exemplo. O
mesmo taxo que a família mineira analisou não transmite as mesmas lembranças, por
conta da diversidade cultural ele não fez parte do cotidiano da família paulistana. O espaço
trabalha como um expositor de cultura mineira e os objetos transmitem significados e
histórias como mero saber plural na vida do usuário turista paulistano. Muitas vezes esses
objetos precisam de uma mediação para melhor compreensão do que o objeto quer
transmitir. É curioso presenciar a reação de diferentes usuários dentro do espaço.
O CAP segue uma proposta de preservar referências patrimoniais e, por meio delas,
BELO HORIZONTE
JUNHO - 2014
propõem reflexões amplas sobre o homem, seu meio ambiente e suas atividades e de
certa forma cumpre com essa proposta. Os serviços oferecidos como fonte de informação
são bastante claros e executam suas funções com sucesso fazendo com que o usuário,
mesmo que de diferentes culturas, compreendam a cultura de raiz mineira. Entende-se que
o Centro de Arte Popular – Cemig, é um centro que devido a suas exposições objetivadas
em expor a identidade mineira possui uma interdisciplinaridade. Muitas vezes o fato de
conter essa interdisciplinaridade faz com que qualquer tipo de usuário aproveite o espaço
e o serviço oferecido pela instituição.
BELO HORIZONTE
JUNHO - 2014

Outros materiais