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Filosofia parte 4

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17/08/2015 UNIP ­ Universidade Paulista : DisciplinaOnline ­ Sistemas de conteúdo online para Alunos.
http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/7
MÓDULO II – TEXTO 4
 
1. ARISTÓTELES[1]
Filho  de  Nicômaco,  médico  e  amigo  do  rei  de  Amintas  II  da  Macedônia,
nasceu em Estagira,  colônia  grega da Trácia,  no  litoral  setentrional  do mar
Egeu, em 384 a.C. Aos dezoito anos, em 367, foi para Atenas e ingressou na
academia platônica, onde ficou por vinte anos, até a morte do mestre. Nesse
período, estudou também os filósofos pré­platônicos, que lhe foram úteis na
construção do seu grande sistema.
Ao  ingressar  na  Academia  Platônica  –  que  viria  a  frequentar  durante  vinte
anos  aproximadamente  –  Aristóteles  já  trazia,  como  herança  de  seus
antepassados, acentuado interesse
Aristóteles  fundou  sua  escola  –  Liceu.  Ficou  malvisto  pelos  atenienses  e
chegou  a  ser  acusado  de  ateísmo.  Para  evitar  a  condenação,  retirou­se
voluntariamente para Eubéia. Aristóteles  faleceu, após enfermidade, no ano
seguinte, no verão de 322, com pouco mais de 60 anos de idade.
Aristóteles  foi  um  homem de  cultura,  dedicado  aos  estudos  e  a  pesquisas,
que  acabaram  isolando­se  da  vida  prática,  social  e  política.  A  atividade
literária de Aristóteles foi vasta e intensa.
 
 
 
Aristóteles diverge profundamente de Platão quanto à sua teoria do conhecimento.
 
"Nada está no intelecto sem antes ter passado pelos sentidos”. 
Conhecer é perceber o que acontece sempre ou frequentemente.
 
A razão abstrai, ou seja, classifica, separa e organiza os objetos segundo
critérios.
 
 
Passados  quase  quatro  séculos  de  Filosofia,  Aristóteles  apresenta  uma
verdadeira enciclopédia de todo o saber que foi produzido e acumulado pelos
gregos  em  todos  os  ramos  do  pensamento  e  da  prática  considerando  essa
totalidade de saberes como sendo a Filosofia.
Escreveu  com  admirável  propriedade  todos  os  conhecimentos  anteriores  e
acrescentou­lhes  o  trabalho  próprio,  fruto  de  muita  observação  e  de
profundas  meditações.  Escreveu  sobre  todas  as  ciências,  constituindo
algumas  desde  os  primeiros  fundamentos,  organizando  outras  em  corpo
coerente  de  doutrinas  e  sobre  todas  espalhando  as  luzes  de  sua  admirável
inteligência.
Escritos lógicos
Escritos sobre a física
  Escritos  metafísicos:  compilação  feita,  após  sua  morte,  à  luz  de  seus
apontamentos e manuscritos, referentes à metafísica geral e à teologia
d.  Escritos morais e políticos
Escritos retóricos e poéticos
 
17/08/2015 UNIP ­ Universidade Paulista : DisciplinaOnline ­ Sistemas de conteúdo online para Alunos.
http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/7
As  obras  de  Aristóteles  revelam  um  grande  rigor  científico  por  meio  de
exposição e expressão breve, clara, pontual e aguda.
 
 
Filosofia não é um saber específico sobre algum assunto, mas uma forma
de conhecer todas as coisas, possuindo procedimentos diferentes para cada
campo das coisas que conhece.
 
 
Cada  saber,  no  campo  que  lhe  é  próprio,  possui  seu  objeto  específico,
procedimentos específicos para sua aquisição e exposição, formas próprias de
demonstração e prova. Cada campo do conhecimento é uma ciência (ciência,
em grego, é episteme).
 
Aristóteles afirma que, antes de um conhecimento constituir seu objeto e seu
campo  próprios,  seus  procedimentos  próprios  de  aquisição  e  exposição,  de
demonstração  e  de  prova,  deve,  primeiro,  conhecer  as  leis  gerais  que
governam o  pensamento,  independentemente  do  conteúdo  que  possa  vir  a
ter.
 
O  estudo  das  formas  gerais  do  pensamento,  sem  preocupação  com  seu
conteúdo,  chama­se  LÓGICA.  Aristóteles  foi  o  criador  da  lógica  como
instrumento do conhecimento em qualquer campo do saber.
A lógica não é uma ciência, mas o instrumento para a ciência. É indispensável
para a Filosofia.
Os campos do conhecimento filosófico
 
 
2. CLASSIFICAÇÃO ARISTOTÉLICA
­ Ciências produtivas: estudam as práticas produtivas ou as  técnicas,  isto
é, as ações humanas cuja finalidade está para além da própria ação ­ todas
as  atividades  humanas,  técnicas  e  artísticas  que  resultam  num  produto  ou
numa obra. São elas:
Arquitetura (cujo fim é a edificação de alguma coisa), economia (cujo fim
é  a  produção  agrícola,  o  artesanato  e  o  comércio,  isto  é,  produtos  para  a
sobrevivência e para o acúmulo de riquezas), medicina (cujo fim é produzir
a saúde ou a cura), pintura, escultura, poesia, teatro, oratória, arte da
guerra, da caça, da navegação etc.
 
­  Ciências  práticas:  estudam  as  práticas  humanas  como  ações  que  têm
nelas mesmas seu próprio fim. São elas:
Ética,  em  que  a  ação  é  realizada  pela  vontade  guiada  pela  razão  para
alcançar o bem do  indivíduo, sendo este bem as virtudes morais  (coragem,
generosidade,  fidelidade,  lealdade,  clemência,  prudência,  amizade,  justiça,
modéstia, honradez, temperança, etc.) e política, em que a ação é realizada
pela vontade guiada pela razão para ter como fim o bem da comunidade ou o
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http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/7
bem comum.
 
Para  Aristóteles,  como  para  todo  grego  da  época  clássica,  a  política  é
superior à ética.
 
 
A verdadeira  liberdade,  sem a qual não pode haver vida virtuosa, só é
conseguida na polis, por isso, a finalidade da política é a vida justa, a vida
boa e bela, a vida livre.
 
 
­ Ciências  teoréticas,  contemplativas  ou  teóricas:  estudam  coisas  que
existem independentemente dos homens e de suas ações que só podem ser
contempladas. Theoria, em grego, significa contemplação da verdade. Temos
coisas da natureza e as coisas divinas.
 
Aristóteles classifica também por graus de superioridade as ciências teóricas,
indo da mais inferior à superior:
 
 
1. Ciência das coisas naturais submetidas à mudança ou ao devir:
física, biologia, meteorologia, psicologia (pois a alma, que em grego se diz
psychê, é um ser natural, existindo de formas variadas em todos os seres
vivos, plantas, animais e homens);
2. Ciência das coisas naturais que não estão submetidas à mudança
ou ao devir: as matemáticas e a astronomia (os gregos julgavam que os
astros eram eternos e imutáveis);
3. Ciência da realidade pura, que não é nem natural mutável, nem
natural imutável, nem resultado da ação humana, nem resultado da
fabricação humana. Trata­se daquilo que deve haver em toda e qualquer
realidade, seja ela natural, matemática, ética, política ou técnica, para ser
realidade. É o que Aristóteles chama de ser ou substância de tudo o que
existe. A ciência teórica que estuda o puro ser chama­se metafísica;
4. Ciência teórica das coisas divinas que são a causa e a finalidade
de tudo o que existe na natureza e no homem. Vimos que as coisas
divinas são chamadas de theion e, por  isso, esta última ciência chama­se
teologia.
 
 
A Filosofia, para Aristóteles, encontra seu ponto mais alto na metafísica e na
teologia, de onde derivam todos os outros conhecimentos.
 
A  partir  da  classificação  aristotélica,  definiu­se,  no  correr  dos  séculos,  o
grande  campo  da  investigação  filosófica,  campo  que  só  seria  desfeito  no
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século XIX da nossa era, quando as ciências particulares foram se separando
do  tronco  geral  da  Filosofia.  Assim,  podemos  dizer  que  os  campos  da
investigação filosófica são três:
 
 
1. O do conhecimento da realidade última de todos os seres, ou da
essência de toda a realidade. Como, em grego, ser se diz “on” e osseres
se diz “ta onta”, este campo é chamado de ontologia (que, na linguagem
de Aristóteles, formava­se com a metafísica e a teologia).
2.  O  do  conhecimento  das  ações  humanas  ou  dos  valores  e  das
finalidades  da  ação  humana:  das  ações  que  têm  em  si  mesmas  sua
finalidade,  a ética  e  a política,  ou a  vida moral  (valores morais),  e  a
vida política (valores políticos); e das ações que têm sua finalidade num
produto  ou  numa  obra:  as  técnicas  e  as  artes  e  seus  valores  (utilidade,
beleza etc.).
3. O do conhecimento da capacidade humana de conhecer,  isto é, o
conhecimento do próprio pensamento em exercício.
Distinguem­se, portanto, a lógica, que oferece as leis gerais do pensamento;
a  teoria  do  conhecimento,  que  oferece  os  procedimentos  pelos  quais
conhecemos;  as  ciências  propriamente  ditas  e  o  conhecimento  do
conhecimento científico, isto é, a epistemologia.
Ser  ou  realidade,  prática  ou  ação  segundo  valores,  conhecimento  do
pensamento em suas leis gerais e em suas leis específicas em cada ciência:
eis os campos da atividade ou investigação filosófica.
 
 
3. O PENSAMENTO: A GNOSIOLOGIA
 
Segundo Aristóteles,  a  Filosofia  é  essencialmente  teorética:  deve  decifrar  o
enigma  do  universo,  em  face  do  qual  a  atitude  inicial  do  espírito  é  o
assombro do mistério. O seu problema fundamental é o problema do ser, não
o problema da vida. O objeto próprio da filosofia, em que está a solução do
seu problema, são as essências imutáveis e a razão última das coisas, isto é,
o universal e o necessário, as formas e suas relações.
A filosofia aristotélica é, portanto, conceitual como a de Platão, mas parte da
experiência;  é  dedutiva,  mas  o  ponto  de  partida  da  dedução  é  tirado  ­
mediante o intelecto da experiência.
 
4. FILOSOFIA DE ARISTÓTELES
 
Partindo  como  Platão  do  mesmo  problema  acerca  do  valor  objetivo  dos
conceitos, mas abandonando a  solução do mestre, Aristóteles  construiu um
sistema inteiramente original. Os caracteres dessa grande síntese são:
 
 
1. Observação fiel da natureza: Platão, idealista, rejeitara a experiência
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como fonte de conhecimento certo. Aristóteles, mais positivo, toma sempre
o  fato  como ponto de partida de suas  teorias, buscando na  realidade um
apoio sólido às suas mais elevadas especulações metafísicas.
 
2.  Rigor  no  método:  depois  de  estudadas  as  leis  do  pensamento,  o
processo dedutivo e indutivo aplica, com rara habilidade, em todas as suas
obras, substituindo a linguagem imaginosa e figurada de Platão, em estilo
lapidar  e  conciso,  criando  uma  terminologia  filosófica  de  precisão
admirável.  Pode  considerar­se  como  o  autor  da metodologia  e  tecnologia
científicas. Geralmente, no estudo de uma questão, Aristóteles procede por
partes:
a. começa a definir­lhe o objeto;
b. passa a enumerar­lhes as soluções históricas;
c. propõe depois as dúvidas;
d. indica, em seguida, a própria solução;
e. refuta, por último, as sentenças contrárias.
 
3. Unidade do conjunto: sua vasta obra filosófica constitui um verdadeiro
sistema,  uma  verdadeira  síntese.  Todas  as  partes  se  compõem,  se
correspondem, se confirmam.
 
5. PERÍODO HELENÍSTICO
Trata­se  do  último  período  da  Filosofia  antiga,  quando  a  polis  grega
desapareceu  como  centro  político,  deixando  de  ser  referência  principal  dos
filósofos,  uma  vez  que  a  Grécia  encontra­se  sob  o  poderio  do  Império
Romano.
Os filósofos dizem, agora, que o mundo é sua cidade e que são cidadãos do
mundo.  Em  grego,  mundo  se  diz  cosmos  e  esse  período  é  chamado  o  da
Filosofia cosmopolita.
 
Essa época da Filosofia é constituída por grandes sistemas ou doutrinas, isto
é,  explicações  totalizantes  sobre  a  natureza,  o  homem,  as  relações  entre
ambos e deles com a divindade (esta, em geral, pensada como providência
divina  que  instaura  e  conserva  a  ordem  universal).  Predominam
preocupações com a física, a ética ­ pois os filósofos já não podem se ocupar
diretamente  com a política,  uma vez que esta  é  privilégio  dos  imperadores
romanos ­ e a teologia.
Datam  desse  período  quatro  grandes  sistemas  cuja  influência  será  sentida
pelo pensamento cristão, que começa a  formar­se nessa época: estoicismo,
epicurismo, ceticismo e neoplatonismo.
A amplidão do Império Romano, a presença crescente de religiões orientais
no  Império,  os  contatos  comerciais  e  culturais  entre  ocidente  e  oriente
fizeram  aumentar  os  contatos  dos  filósofos  helenistas  com  a  sabedoria
oriental.  Podemos  falar  numa  orientalização  da  Filosofia,  sobretudo  nos
aspectos místicos e religiosos. 
17/08/2015 UNIP ­ Universidade Paulista : DisciplinaOnline ­ Sistemas de conteúdo online para Alunos.
http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/7
[1]Texto adaptado da obra Convite à Filosofia, Unidade 1, A Filosofia, Capítulo 3
Campos de investigação da Filosofia da autoria de Marilena Chauí, Editora Ática, São Paulo,
2000.
 
Exercício 1:
Aristóteles:
I.  considera  que  “nada  está  no  intelecto  sem  antes  ter  passado  pelos  sentidos”.
Entende  que  conhecer  é  perceber  o  que  acontece  sempre  ou  frequentemente.  A
razão  abstrai,  ou  seja,  classifica,  separa  e  organiza  os  objetos  segundo  critérios;
enquanto Platão defende que compreender é recordar o conhecimento que já temos.
II. afirma que a educação ética leva à virtude que é uma prática constante que visa
à  formação do comportamento. Para o pensador, a virtude resulta de uma prática
reiterada de atos voluntários de justiça.
III. reuniu todos os conhecimentos anteriores e acrescentou­lhes o trabalho próprio,
fruto  de  muita  observação  e  de  profundas  meditações.  Escreveu  sobre  todas  as
ciências, constituindo algumas desde os primeiros fundamentos, organizando outras
em corpo coerente de doutrinas e sobre todas espalhando as luzes de sua admirável
inteligência. 
IV. defende que filosofia não é um saber específico sobre algum assunto, mas uma
forma de conhecer todas as coisas, possuindo procedimentos diferentes para cada
campo das coisas que conhece.
 
Assinale a alternativa correta:
A ­ Apenas I é correta. 
B ­ Apenas I e II são corretas. 
C ­ Apenas II e III são corretas. 
D ­ Apenas III e IV são corretas. 
E ­ Todas são corretas. 
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não fez comentários
Exercício 2:
Sobre Aristóteles, assinale a alternativa incorreta:
A ­ Ele fundou sua escola – Liceu. Ficou malvisto pelos atenienses e chegou a ser acusado de ateísmo.
Para evitar a condenação, retirou­se voluntariamente para Eubeia. Aristóteles faleceu, após enfermidade,
no ano seguinte, no verão de 322, com pouco mais de 60 anos de idade. 
B ­ Aristóteles foi um homem de cultura, dedicado aos estudos e a pesquisas, que acabaram isolando­no
da vida prática, social e política. A atividade literária de Aristóteles foi vasta e intensa. 
C ­ Aristóteles apresenta uma verdadeira enciclopédia de todo o saber que foi produzido e acumulado
pelos gregos em todos os ramos do pensamento e da prática, considerando essa totalidade de saberes
como sendo a Filosofia. 
D ­ Escreveu sobre algumas das ciências, constituindo­as desde os primeiros fundamentos e organizando­
as em corpo coerente de doutrinas.   
E ­ Escreveu com admirável propriedade todos os conhecimentos anteriores e acrescentou­lhes o
trabalho próprio, fruto de muita observação e de profundas meditações. 
17/08/2015 UNIP ­ Universidade Paulista : DisciplinaOnline ­ Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Comentários:
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Exercício 3:
Sobre o Período Helenístico:
I. Trata­se do último período da Filosofia antiga, quando a polis grega desapareceu como centro político, deixando de ser
referência principal dos filósofos, uma vez que a Grécia encontra­se sob o poderio do Império Romano.
II. Os filósofos dizem que o mundo é sua cidade, mas que não são cidadãos do mundo. Em grego, mundo se diz cosmos  e
esse período é chamado de Filosofia cosmopolita.
III.  Essa  época  da  Filosofia  é  constituída  por  grandes  sistemas  ou  doutrinas,  isto  é,  explicações  totalizantes  sobre  a
natureza, o homem, as relações entre ambos e deles com a divindade (esta, em geral, pensada como providência divina
que instaura e conserva a ordem universal).
IV. Ocorrem preocupações  com  a  física,  a  ética  –  pois  os  filósofos  já  não  podem  se  ocupar  diretamente  com  a  política,
uma vez que esta é privilégio dos imperadores romanos –, a física e a teologia, mas elas não são predominantes.
 
Estão corretas:
A ­ As alternativas I e II. 
B ­ As alternativas I e III. 
C ­ As alternativas II, III e IV. 
D ­ As alternativas III e IV. 
E ­ Todas as alternativas. 
Comentários:
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