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BRASDRIL MODELO INICIAL

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EXMO SR(A). DR(A). JUIZ(A) FEDERAL DA __ª VARA DO TRABALHO DE MACAÉ / RJ.
, por seus procuradores com endereço comercial na Avenida Papa João XXIII, n°. 323, 1º andar, Centro, Macaé/RJ, CEP: 27.913-200, onde receberão futuras notificações, vem propor a presente:
 		RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
		em face de BRASDRIL SOCIEDADE DE PERFURAÇÕES LTDA (1ª Reclamada), inscrita no CEI/CNPJ nº 42.101.311/0001-97, localizada no loteamento Parque dos Tubos, s/nº, quadra “D”, lote 39 a 57 - parte, Imboassica, Macaé/RJ, CEP.: 27.925-540, (sem endereço eletrônico cadastrado no CNPJ), e de PETRÓLEO BRASILEIRO S/A – PETROBRAS (2ª Reclamada), inscrita no CNPJ/CEI nº 33.000.167/1007-50, sociedade de economia mista situada na Avenida Elias Agostinho, nº 665, Centro, Macaé/RJ, CEP 27.913-350, (sem endereço eletrônico cadastrado no CNPJ), pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
I - DAS PUBLICAÇÕES E INTIMAÇÕES
Que o registro no Pje-Jt e as intimações expedidas ao Reclamante, quer pessoalmente ou por meio de publicação em DIÁRIO OFICIAL, sejam realizadas em nome do Dr. CARLOS RENATO GUERRA DA FONSECA OAB/RJ nº 104.487, integrante do escritório GUERRA, BASTOS & ADVOGADOS ASSOCIADOS, inscrito no CNPJ/MF sob o n° 21.880.261/0001-13 e na OAB/RJ sob o nº RS 022506/2014, com sede na Avenida Papa João XXIII, nº 323, 1º andar, sala 101, Imbetiba, Macaé/RJ, CEP 27.913-200 e endereço eletrônico contato@guerraeguerra.adv.br, conforme previsão contida nos artigos 205, § 3º, 269, 270, 272, § 5º, 287, todos do CPC/2015, sob pena de nulidade. 
		II - DO PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
		O Reclamante requer os benefícios da Justiça Gratuita previstos nos arts. 790-A e 790-B da CLT, pois não possui condições financeiras de arcar com as despesas processuais sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, com fundamento nas Leis nº 5.584/70 e arts. 1º e 4º da Lei n.º 1.060/50. Para tanto, presta declaração acostada aos autos, na forma da Lei 7.115/83.
IIII- DAS INTEGRAÇÕES, REFLEXOS E PARÂMETROS DE LIQUIDAÇÃO
Nos termos do art. 457 da CLT e da Súmulas nº 60, 132, 264 do TST, a condenação no pagamento, seja integral, seja de diferenças, das parcelas de natureza salarial pleiteadas na presente Reclamatória deverão integrar a base de cálculo dos 13º salários, férias+1/3 (gozadas, indenizadas ou em dobro), horas extras acrescidas do respectivo adicional, pelo que requer a condenação da Ré no pagamento das respectivas diferenças e ainda das repercussões destas e das verbas objeto da condenação nos depósitos de FGTS e verbas rescisórias, respeitando os seguintes parâmetros:
- verbas de natureza salarial pleiteadas/devidas até o 12º mês anterior à dispensa: reflexos sobre a multa rescisória de 40%, no caso de dispensa sem justa causa.
- verbas de natureza salarial pleiteadas/devidas compreendendo o período desde a dispensa até o 12º mês anterior, inclusive: reflexos sobre as férias+1/3 vencidas (qualquer modalidade de dispensa); 13º salário proporcional, férias+1/3 vencidas e proporcionais (dispensa sem justa causa ou pedido de demissão); aviso prévio acrescido de suas projeções no 13º salário e férias+1/3, bem como multa rescisória de 40% (dispensa sem justa causa)
- a modalidade de dispensa, em caso de controvérsia, será aquela reconhecida em Juízo.
A base de cálculo das férias+1/3 não concedidas de fato ou concedidas após o prazo previsto no art. 145 será a remuneração devida ao empregado na época da extinção do contrato de trabalho ou de seu pagamento no bojo da presente Reclamatória, caso este ainda se encontre com vínculo de trabalho ativo com a Reclamada (Súmula 7 do TST).
Requer ainda que na base de cálculo das horas extras sejam consideradas todas as verbas de natureza salarial, na forma definida pela Súmula 264 do TST. Quanto ao divisor, salvo se a Reclamada pratica divisor mais benéfico, devidamente ressalvado no respectivo tópico referente às horas extras, requer seja aplicado o divisor pela média física de horas de trabalho, na forma da Súmula 124, II do TST, verbis:
BANCÁRIO. SALÁRIO-HORA. DIVISOR 
(...)
II – Nas demais hipóteses, aplicar-se-á o divisor:
a)180, para os empregados submetidos à jornada de seis horas prevista no caput do art. 224 da CLT;
b) 220, para os empregados submetidos à jornada de oito horas, nos termos do § 2º do art. 224 da CLT.
 
Nestes termos, ressalvada a utilização de critério mais benéfico por parte do empregador, que deverá estar ressalvado no tópico referente às horas extras, o divisor aplicável para o labor offshore (Lei 5.811/72), será 168 (turnos de 12 horas x 14 dias), e para o trabalho em terra (regime geral), justamente o critério previsto no inciso II da Súmula 124 do TST, sendo os mais comuns 180 (36 horas semanais), 200 (40 horas semanais), 220 (44 horas semanais).
Quando da liquidação dos pedidos, o Reclamante requer sejam excluídos os juros de mora apuração do IRRF, a teor da Sumula 17 deste E. Regional e da Súmula nº 400 do TST.
IV - DA ADMISSÃO, DEMISSÃO E REMUNERAÇÃO
O Reclamante foi admitido pela Reclamada em _______________________, tendo exercido por último o cargo de ______________________, tendo como salário R$ 1.846,54 acrescido dos adicionais de revezamento de turno (22,50%), Sobreaviso (20%), Periculosidade (30%), Intervalo (32,5%) e Noturno (26%), perfazendo o total de ___________________________. Foi _______________<<modalidade de dispensa>>_________________ aos ______________________.
 		
V - DO SALÁRIO “in natura”
A Reclamada pagou ao Reclamante, valores in natura durante o TODO o pacto contratual, sem qualquer desconto, conforme se observa dos holerites em anexo. Os valores mensais foram de R$ 210,00 (2012/2013); R$ 250,00 (2013/2014); R$ 261,25 (2014/2015); R$ 276,93 (2015/2016).
Registra-se ainda que os pagamentos acima não possuíam fatos geradores, tratando-se de benefício desvinculado da alimentação do trabalhador e dos dias laborados, pois a previsão é de pagamento em número correspondente aos dias úteis no mês, sem ônus para os colaboradores, como disposto em norma coletiva.
Ressalte-se, ser fato público e notório, que a alimentação na plataforma marítima é fornecida pela 2ª Reclamada - PETROBRAS. Tal obrigação é advinda do comando contido no art. 3º, III, c/c art. 4º da Lei 5.811/72, in verbis:
Art. 3º Durante o período em que o empregado permanecer no regime de revezamento em turno de 8 (oito) horas, ser-lhe-ão assegurados os seguintes direitos:
(...)
III - Alimentação gratuita, no posto de trabalho, durante o turno em que estiver em serviço;
(...)
Art. 4º Ao empregado que trabalhe no regime de revezamento em turno de 12 (doze) horas, ficam assegurados, além dos já previstos nos itens I, II, III e IV do art. 3º, os seguintes direitos:
(...)”
	 	Por todo o exposto, requer a condenação da Reclamada em integrar ao salário mensal do Reclamante o salário in natura, relativo ao fornecimento gratuito de vale-refeição aos seus empregados, na forma do art. 458 da CLT, acrescidos das integrações e reflexos listados no tópico III da fundamentação, tudo de todo o pacto laboral.
VI – DAS DIFERENÇAS DO ADICIONAL NOTURNO
A Norma Coletiva fixa o valor do Adicional Noturno de 26% calculado sobre o “salário base”, sem considerar a totalidade das parcelas de natureza salarial (vedando a incidência “cumulativa” com outros adicionais. No entanto, o adicional noturno tem sua base de cálculo fixada no valor da hora diurna, por expressa previsão do art. 73 da CLT, verbis:
“Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. (a parte inicial foi revogada pelo art. 7º, IX, da CF/1988)
A matéria não é nova, citando-se como exemplo a OJ nº 259 da SBDI-1 do TST, que determina que o adicional de periculosidadecompõe a base de cálculo do adicional noturno:
“259. Adicional noturno. Base de cálculo. Adicional de periculosidade. Integração. O adicional de periculosidade deve compor a base de cálculo do adicional noturno, já que também neste horário o trabalhador permanece sob as condições de risco”. (grifamos)
Nada mais natural, na medida em que o valor da hora normal, quando o obreiro se encontra em situação de risco, é composta do salário-base acrescido do adicional de periculosidade. No caso em tela, o Reclamante encontrava-se em situação de confinamento, quer seu labor fosse desempenhado no período diurno, quer no período noturno. Vejamos um aresto do TST, que exemplifica perfeitamente a tese:
(...) INTEGRAÇÃO DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE NA BASE DE CÁLCULO DAS HORAS EXTRAS E DO ADICIONAL NOTURNO. 1. A Corte a quo manteve a sentença no que tange -ao pagamento de diferenças de adicional noturno e de horas extras, com reflexos, decorrentes da integração do adicional de insalubridade em sua base de cálculo-, registrando que -o adicional de insalubridade deve compor a base de cálculo das horas extras, pois inegável sua natureza salarial, cuja finalidade é contraprestar o labor prestado em condições insalubres, as quais persistem durante o trabalho extraordinário e que da mesma forma deve ser entendido em relação ao adicional noturno, pois este adicional, que visa a remunerar o trabalho noturno, deve ser apurado com base no salário básico, acrescido do adicional de insalubridade, tendo em vista a permanência das condições insalubres durante a jornada noturna-. 2. O adicional de insalubridade tem natureza remuneratória, nos moldes do art. 7º, XXIII, da Carta Magna, circunstância que faz devida sua consideração na base de cálculo do adicional noturno e das horas extras. (...)” (TST - AIRR: 823401220075040004 82340-12.2007.5.04.0004, Relator: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 13/09/2013)
Desta forma, à inteligência da OJ 259 da SBDI-1, conclui-se que o valor da hora normal será composta, in casu, por todas as parcelas de natureza salarial, sendo certo que ambos compõe a paga normal do empregado pelo labor diurno, diante de sua integração a salário do obreiro, na forma da Súmula 60, I, do TST, verbis:
“ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO
I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos.”
E nem se fale em “autonomia da negociação coletiva”, ou que “o adicional foi fixado em percentual superior”. Note-se que o dispositivo fixa em pelo menos 20% o acréscimo da hora noturna, não havendo óbice para fixação de percentual maior (no caso, por liberalidade ou norma coletiva).
Em ambos os arestos acima mencionados (OJ 259 da SBDI-1, Súmula 60 do TST e aresto transcrito) derivam de que estando o trabalhados em trabalhos perigosos e insalubres devem integrar a base de calculo, haja vista, o(s) trabalho(s) condição. No caso, o Reclamante também recebia o adicional de confinamento, haja vista estar percebendo salário condição. Ou seja, estava confinado quando do trabalho desempenhado. Sob outro fundamento, a regra determina ainda que o pagamento do adicional noturno corresponde ao pagamento da hora diurna. Observando-se a regra contida na Sumula 264 do TST a hora diurna deverá ser apurada mediantes as parcelas remuneratórias do contrato de trabalho.
Por fim, o fato de ser fixado percentual maior em norma coletiva, mas utilizando-se da base de cálculo inferior ao determinado por norma cogente (art. 73 da CLT), não retira do Reclamante o direito à percepção das diferenças utilizando-se o percentual normativo (26%), na medida em que o texto legal, ao dispor que a contraprestação pelo labor noturno será de pelo menos 20% visa justamente estimular que, de acordo com a situação real de trabalho, tal percentual possa ser majorado. É justamente o caso do Reclamante, que laborava embarcado, situação reconhecidamente mais penosa de trabalho.
Ainda que não fosse assim, é certo que o adicional no valor de 26% do “salário base” do Reclamante importa em valor inferior à sistemática de cálculo prevista nos verbetes citados, senão vejamos a comparação:
COLAR AQUI A PLANILHA DE DIFERENÇAS DO ADICIONAL NOTURNO, COM O ÚLTIMO SALÁRIO DO RECLAMANTE.
Desta forma, é inválida a cláusula de norma coletiva que exclui ou reduz o direito à remuneração superior da hora noturna, por violação do caput do art. 7º (“São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social”) e inciso IX da CF/1988, a uma pois os direitos trabalhistas são irrenunciáveis, sendo certo que a redução quantitativa de verba trabalhista prevista em norma legal de observância obrigatória (art. 5º, II, da CF/1988) importa em renúncia parcial de direito, repita-se, legalmente assegurado; a duas, porque importaria em inversão da hierarquia constitucional normativa, onde a Lei se encontra em patamar superior à norma coletiva (matéria de ordem pública em confronto com autonomia privada); a três pois tal raciocínio conflita com o disposto no próprio caput do art. 7º da CF/1988, ao qual o inciso XXVI é subordinado, na medida em que a redução de direito legalmente assegurado se configura em piora, não em melhoria da condição social do trabalhador (patamar mínimo civilizatório).
E, considerando que o Reclamante laborava em turnos de revezamento, em escala e jornada prolongadas, compreendendo o trabalho noturno, a redução por meio de negociação coletiva conflitaria ainda com o inciso XXII do art. 7º da CF/1988, que prevê “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança”, a redução “negociada” de direitos legalmente assegurados será de toda forma inválida, ainda que hipoteticamente conceda outras vantagens aos trabalhadores. 
Em suma, A redução do adicional noturno atenta contra os preceitos que asseguram condições mínimas de proteção ao trabalho, não encontrando respaldo no disposto no art. 7º, XXVI, da CF, o qual preconiza o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho.
Assim, deverá a Reclamada ser condenada ao pagamento das diferenças do adicional noturno de 26% calculadas sobre o valor integral da hora diurna (“salário base”, acrescido das demais verbas de natureza salarial), tudo de todo o decorrer da relação empregatícia, bem como as integrações e reflexos devidamente listados no tópico III da fundamentação.
VII – DA NULIDADE DA CLÁUSULA DA NORMA COLETIVA QUE PREVÊ O CÁLCULO DAS “DOBRAS” (DIAS EXCEDENTES AO 14º DE EMBARQUE), FOLGAS INDENIZADAS E DIFERENÇAS SOBRE OS VALORES JÁ PAGOS
A norma coletiva prevê que as “dobras” (dias completos laborados após o 14º de embarque), bem como a indenização por folgas suprimidas, serão pagas da seguinte forma:
“Fica convencionado que nos casos excepcionais em que houver necessidade da continuidade operacional por motivo de força maior, o empregado poderá ser mantido em seu posto de trabalho, a bordo em seu período de folga. Nesse caso, será devida a remuneração, obedecendo ao seguinte critério: Salário base + adicionais / 30 = valor dia x n.º dias extras trabalhados x 2.
I- Caso a Empresa não proporcione ao empregado as folgas correspondentes aos dias trabalhados, esta será indenizada da seguinte forma: Salário base + adicional / 30+ valor dia x nº de dias não folgados x 1.
II- Nesse caso a EMPRESA está considerando como pagamento: o valor dos dias de dobra pelos dias que foi mantido em seu posto de trabalho além dos 14 dias e a indenização das folgas correspondentes aos dias trabalhados.”
À primeira vista, a sistemática parece correta, mas não está, importando em prejuízo de, pelo menos, metade do valor das horas extras calculadas sob a sistemática legal (prevista na Súmula 264 do TST), bem como da indenização da folga.
Isto porque foi pacificado definitivamente pela SBDI-1 do TST (E-RR-1069-65.2012.5.11.0018, SBDI-I, rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho,5.5.2016) que os dias de folga compensatória de embarque, à exceção dos DSR já previstos na Lei 605/49, são “dias úteis não trabalhados”, da mesma forma que ocorre com o sábado dos bancários.
Diante de tal entendimento, os “dias úteis não trabalhados” não serão computados no cálculo do divisor de horas extras, incluindo os dias de repouso remunerado, na forma da parte final do caput do art. 64 da CLT e seu § 1º:
“Art. 64 - O salário-hora normal, no caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o salário mensal correspondente à duração do trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trinta) vezes o número de horas dessa duração.” (como, no regime geral, se divide por 30, inclui-se os DSR)
“Parágrafo único - Sendo o número de dias inferior a 30 (trinta), adotar-se-á para o cálculo, em lugar desse número, o de dias de trabalho por mês.” (g.n.)
Concluindo, para cada 14 dias de embarque, seguidos de 14 dias de folga por mês teremos 14 dias trabalhados e 4 DSR (2 DSR pelos 14 dias trabalhados, quitados com a concessão da folga, mais 2 DSR do período de folga), se constituindo o restante dos dias em “dias úteis não trabalhados” e, por conseguinte, excluídos do cálculo. Serão, então, 18 dias como divisor, e não 30.
Vejamos o quadro comparativo das diferenças:
COLAR AQUI A PLANILHA DE DIFERENÇAS DE APURAÇÃO DE HORAS EXTRAS PAGAS, COM O ÚLTIMO SALÁRIO DO RECLAMANTE.
Por isso, não há qualquer benefício na sistemática de cálculo das “dobras”, pois o labor nos dias destinados à folga é, em qualquer caso, remunerado com adicional de 100% (dobro), bem como o art. 4º, II e o art. 6º, I da Lei 5.811/72 já preveem que o labor em cada turno de 12 horas ou a permanência de cada período de 24 horas de sobreaviso, seja na escala normal, seja na escala extraordinária (a Lei não faz qualquer ressalva), dão direito a 24 horas consecutivas de folga que, se não concedidas, deverão ser indenizadas pelo empregador (compensação de obrigação de fazer determinada por imperativo legal), conforme previsão do art. 247 do Código Civil, verbis:
“Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível. ”
Ou seja embarcando, p.ex., 16 dias, o Reclamante fará jus a 16 dias de folgas e, caso o empregador não as conceda (obrigação de fazer), ficará caracterizado o labor emdia destinado à folga, gerando o direito à indenização em perdas e danos, correspondente à jornada de 1 dia de trabalho.
Desta forma, é inválida a cláusula de norma coletiva que exclui ou reduz o direito à remuneração superior da hora noturna, por violação do caput do art. 7º (“São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social”) e inciso IX da CF/1988, a uma pois os direitos trabalhistas são irrenunciáveis, sendo certo que a redução quantitativa de verba trabalhista prevista em norma legal de observância obrigatória (art. 5º, II, da CF/1988) importa em renúncia parcial de direito, repita-se, legalmente assegurado; a duas, porque importaria em inversão da hierarquia constitucional normativa, onde a Lei se encontra em patamar superior à norma coletiva (matéria de ordem pública em confronto com autonomia privada); a três pois tal raciocínio conflita com o disposto no próprio caput do art. 7º da CF/1988, ao qual o inciso XXVI é subordinado, na medida em que a redução de direito legalmente assegurado se configura em piora, não em melhoria da condição social do trabalhador (patamar mínimo civilizatório).
E, considerando que o Reclamante laborava em turnos de revezamento, em escala e jornada prolongadas, compreendendo o trabalho noturno, a redução por meio de negociação coletiva conflitaria ainda com o inciso XXII do art. 7º da CF/1988, que prevê “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança”, a redução “negociada” de direitos legalmente assegurados será de toda forma inválida, ainda que hipoteticamente conceda outras vantagens aos trabalhadores. 
Em suma, A redução do valor da hora extra atenta contra os preceitos que asseguram condições mínimas de proteção ao trabalho, não encontrando respaldo no disposto no art. 7º, XXVI, da CF, o qual preconiza o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho
Assim, deverá a Reclamada ser condenada ao pagamento das diferenças das “dobras” (dias que ultrapassam o 14º de embarque e períodos à disposição do empregador no período de folgas) e folgas suprimidas, calculadas sobre o valor integral da hora diurna (“salário base”, acrescido das demais verbas de natureza salarial, na forma da Súmula 264) e acrescidos os reflexos das mesmas nos repousos, tudo de todo o decorrer da relação empregatícia, bem como as integrações e reflexos devidamente listados no tópico III da fundamentação.
VIII - DOS FERIADOS E DA PREVISÃO CONTIDA NA OJ Nº 146 DO SBDI-1 DO TST
O Reclamante, nos períodos em que laborou embarcado em plataforma ou unidade marítima, bem como em estaleiro, não gozava de repouso nos dias de feriados civis e religiosos.
Para os fins de direito, o Reclamante lista a totalidade dos feriados anuais, cujo labor será aferido considerando a escala que ficar provada nos autos (contrato-realidade), sendo certo ainda que a condenação estará sempre limitado ao período do pacto laboral:
01 de janeiro (Confraternização Universal); Terça-Feira de Carnaval: data móvel; Sexta-Feira da Paixão; 21 de abril (Tiradentes); 23 de abril (São Jorge – Lei estadual 5.198/2008); 1º de maio (Dia do Trabalho); Corpus Christi - data móvel; 24 de junho e 29 de julho (respectivamente, São João Batista e Emancipação de Macaé – Deliberação Municipal nº 513/75); 07 de setembro (Independência do Brasil); 12 de outubro (Padroeira do Brasil); 02 de novembro (Finados); 15 de novembro (Proclamação da República); 20 de novembro (Consciência Negra – Lei Estadual 4003/2002); 25 de dezembro (Natal).
Os feriados locais considerados foram os de Macaé (municipal), do Estado do Rio de Janeiro, pois o Reclamante embarcava em unidades marítimas situadas na respectiva Plataforma Continental.
 		Esta matéria já foi sucessivamente apreciada no âmbito deste E. TRT, senão vejamos à guisa de exemplo os termos do Acórdão proferido pela 8ª Turma, nos autos da R.T. n. 0005500-37.2005.5.01.0481:
“......
Feitos os necessários registros, cabe salientar que todo o trabalho realizado em dia feriado (mesmo no caso de empregados submetidos a regime de escala), deve ser remunerado com adicional de 100%, salvo se for concedida folga compensatória em razão do labor em tal dia, que não se confunde com a folga pré-estabelecida decorrente do labor em escala.
Portanto, a folga rotineira, isto é, aquela decorrente do labor em escala, NÃO compensa os dias trabalhados que coincidiram com os feriados, sob pena de adotar-se tratamento prejudicial aos interesses dos trabalhadores.
Observe-se que se não for observado o raciocínio supra, aquele empregado que trabalha dois dias “normais” tem direito a uma folga e aquele que trabalha os mesmos dois dias, sendo um desses dias feriado, no qual deveria estas descansando, igualmente tem direito a apenas uma folga! O procedimento estaria correto se a reclamada, além das folgas concedidas pela escala que, diga-se mais uma vez, equivalem ao descanso semanal remunerado dos demais empregados, concedesse outra folga, específica para compensar as horas laboradas nos feriados, o que efetivamente não ocorreu.
......”
Convém destacar, que o direito ao recebimento dos feriados, em dobro, para os trabalhadores que laboram em regime de escala foi recentemente pacificado através da Súmula 444 do TST, verbis:
Jornada de trabalho. NORMA COLETIVA. LEI. Escala de 12 por 36. Validade. - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012  - republicada em decorrência do despacho proferido no processo TST-PA-504.280/2012.2 - DEJT divulgado em 26.11.2012
É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalhopor trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas. 
 		
A fim de não deixar dúvidas em razão de que trata a Lei 605/49, observe-se que esta faz diferenciação entre o repouso semanal remunerado e os feriados, senão vejamos:
Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local.
A dicção legal é clara ao separar o repouso semanal remunerado, devido ao empregado que labora por seis dias consecutivos, dos feriados civis e religiosos. Da mesma forma, se o legislador quisesse incluir os feriados na quitação do RSR de que trata os artigos 249 e 250 da CLT, o teria feito de forma expressa, fato este inexistente nos artigos legais mencionados.
 		
Assim, faz jus o Reclamante ao recebimento em dobro, correspondente às horas laboradas nos feriados nacionais, estaduais e municipais, acrescido da remuneração decorrente do dia trabalhado (OJ nº 146 do SBDI-1 do TST), sendo vedada sua supressão, inclusive por norma coletiva, utilizando o divisor 180, bem como requer sejam observados a sistemática de cálculo prevista na Súmula 264 do TST, os reflexos das mesmas nos repousos, e ainda as integrações e reflexos listados no tópico III da fundamentação, tudo de todo o pacto laboral.
SE HOUVER PEDIDO DE HORAS EXTRAS ESPECÍFICAS, INSERIR NESTE LOCAL (APÓS OS TÓPICOS DE DIFERENÇAS DE DOBRAS E TRABALHO NOS FERIADOS, POIS TODOS SÃO RELATIVOS A HORAS EXTRAS
 - DA SUPRESSÃO DAS FÉRIAS 
A Reclamada concedia as férias ao Reclamante juntamente com o gozo das folgas compensatórias de embarque, ao qual findas, este voltava a embarcar. Tal fato se deu por todo o pacto laboral.
Ou seja, de fato, o Reclamante gozava sua folga, não férias. Este procedimento desrespeita o Precedente Normativo nº 100 TST, que determina que “o início das férias, coletivas ou individuais, não poderá coincidir com sábado, domingo, feriado ou dia de compensação de repouso semanal”
Com efeito, ao final de seu período de embarque o descanso das folgas já se encontra incorporado ao seu patrimônio jurídico, razão pela qual mesmo eventual “indenização” deste período de folgas se constituiria em ato nulo de pleno direito, na forma do art. 9º da CLT, a uma em razão da impossibilidade da concessão das férias iniciando-se em período de descanso legal; a duas, porque eventual “indenização” das folgas acarreta supressão de direito irrenunciável, com prejuízo do empregado, que deixaria de receber a indenização do período suprimido de férias, acrescido de 1/3 e em dobro. Em suma, ante à norma impositiva, eventual indenização teria de corresponder exatamente à dobra das férias, pois de fato houve a supressão de período de férias. 
Consoante o disposto no art. 134, § 1º, da CLT, as férias serão concedidas num só período, sendo permitido, no máximo, a conversão de 1/3 em abono pecuniário (limitando o período mínimo de gozo de férias em 20 dias). Até mesmo seu parcelamento encontra limitação em situações excepcionais.
O legislador privilegiou, portanto, a concessão unitária do prazo das férias para a recomposição de energia física e mental do obreiro ao longo do período de gozo, o que no caso do Reclamante, se torna ainda mais imperioso, considerando que este laborava em turnos de revezamento, em escala e jornada prolongadas, compreendendo inclusive o trabalho noturno.
Registre-se, por fim, que tal sistemática não pode ser alterada nem mesmo por meio negociação coletiva, senão vejamos o seguinte aresto, em Ação Civil Pública TST-RR-55800-66.2007.5.24.0004:
“RECURSO DE REVISTA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. FÉRIAS. NORMA COGENTE. FRACIONAMENTO. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA. IMPOSSIBILIDADE. Conforme o disposto no art. 134, § 1º, da CLT, as férias serão concedidas num só período e somente em situações excepcionais é possível o seu parcelamento, limitado a dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias corridos. Como o legislador não especificou tais situações excepcionais, o texto legal sugere que a lei pretende, na verdade, enfatizar a inviabilidade do fracionamento rotineiro ao longo do contrato. Privilegiou, portanto, a legislação a concessão unitária do prazo das férias, salvo em se tratando de casos excepcionais ou de comprovado interesse extracontratual do trabalhador. O caráter imperativo das férias, atadas que são ao segmento da saúde e segurança laborais, faz com que não possam ser objeto de renúncia ou transação lesiva e, até mesmo, transação prejudicial coletivamente negociada. É, pois, indisponível referido direito. É bem verdade que a CLT atenuou parte dos efeitos dessa imperatividade (e indisponibilidade consequente), ao permitir a conversão pecuniária de 1/3 das férias obreiras (o chamado abono celetista de férias). Entretanto, cumpre reiterar a ênfase na impossibilidade da estipulação de norma coletiva com o comando de fracionamento das férias, porquanto se estaria a mitigar norma cogente disciplinada no referido art. 134, § 1º, da CLT. Recurso de revista conhecido e provido.” (TST-RR-55800-66.2007.5.24.0004, 6ª Turma, Rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, DEJT 03/06/2011)
Portanto, a concessão irregular das férias, ou o uso de “artifícios” de modo a suprimi-las de fato, total ou parcialmente, enseja o pagamento em dobro por não atingir o objetivo assegurado pela lei, qual seja, proporcionar descanso ao trabalhador, de modo que se permita a reposição de sua energia física e mental após longo período de prestação de serviços.
Frise-se que, segundo este raciocínio, o Reclamante não gozou de fato de nenhum dos seus períodos de férias, ao longo de mais 06 anos de contrato de trabalho, razão pela qual se requer a condenação da Reclamada no pagamento das férias acrescidas de 1/3 em dobro, de todos os períodos aquisitivos, à exceção daquelas eventualmente indenizadas no TRCT, aos quais não houve gozo, por flagrante desrespeito aos artigos 130, 134 e 137, ambos da CLT, respeitado ainda o princípio da indenização plena (art. 402 do CC), tudo de todo o pacto laboral, calculadas e acrescida das integrações e reflexos conforme tópico III da fundamentação.
 – DA RESPONSABILIDADE DA RECLAMADA – DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
Diante de todo o exposto supra, verifica-se que a Reclamada não cumpriu com a sua função social de empregadora, desrespeitando os direitos básicos do Reclamante, visto que desprezava comandos celetistas e constitucionais que protegem o obreiro e sua integridade física e mental.
Neste sentido, pelas mais diversas infrações cometidas, a Reclamada merece ser condenada em indenizar pela ofensa à dignidade do trabalhador, suportado pelo Reclamante. Vejamos:
.1 – Ausência de concessão real das Férias
		
As férias anuais remuneradas destinam-se ao descanso e recuperação física e mental do empregado. É, inclusive, direito assegurado na Constituição Federal, que estabelece em seu art. 7º, XVII, que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social o gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. Do mesmo modo, estabelece o art. 129 da Consolidação das Leis Trabalhistas que todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração.
 As férias constituem-se, portanto, num direito irrenunciável do trabalhador, necessário para a sua segurança física e mental. Contudo, o Reclamante nunca gozou, de fato, férias, ao longo de mais de 06 anos de labor, tendo sido, ao longo de todo este período, privado de uma maior integração familiar e social, bem como da recuperação do desgaste físicoe mental causado pelo trabalho.		
 			
Assim, encontram-se tipificados os elementos subjetivos do dano moral, face a violação do patrimônio jurídico personalíssimo do empregado, que foi lesado em sua integridade física e psicológica, decorrente da violação do seu direito às férias, tendo a Reclamada sido negligente, diante do reiterado descumprimento de seu dever contratual, atentando contra a saúde física, mental e a vida privada do Reclamante.
A esse respeito, vale destacar o entendimento da 1ª Turma do TST:
		
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL. DANO EXISTENCIAL. SUPRESSÃO DE DIREITOS TRABALHISTAS. NÃO CONCESSÃO DE FÉRIAS. DURANTE TODO O PERÍODO LABORAL. DEZ ANOS. DIREITO DA PERSONALIDADE. VIOLAÇÃO. Rejeitam-se embargos de declaração, ausentes as hipóteses previstas nos arts. 897-A da CLT e 535 do CPC. Embargos de declaração rejeitados.(TST - ED-RR: 7277620115240002 727-76.2011.5.24.0002, Relator: Hugo Carlos Scheuermann, Data de Julgamento: 28/08/2013, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 06/09/2013).
 – Do quantum indenizatório
A fixação do valor da indenização deve se pautar pelo princípio da razoabilidade e proporcionalidade (art. 944, CC), ou seja, satisfazer o interesse de compensação do lesado e a repressão à conduta do lesador. Assim, deve levar em consideração a gravidade da conduta; a extensão do dano, tendo em conta o sofrimento e as repercussões pessoais, familiares e sociais; a situação econômica do lesador e o caráter pedagógico da sanção. Isto porque, a indenização tem natureza compensatória, uma vez que o dano moral é de difícil mensuração.
Desta forma, seja por quaisquer dos fundamentos acima expostos, restou comprovada a responsabilidade da Reclamada, pelos danos morais suportados pelo autor, sendo a sua lesão física e psíquica claramente demonstrada, seja pela não concessão das férias por todo o pacto laboral, pelo desvio de função imposto, pela demissão no curso de estabilidade, ou pela doença ocupacional ocasionada. 
Assim, por todo o sofrido, não havendo forma de mensurar tal, requer indenização não inferior a _________________________ remunerações do Reclamante, ou em outro valor a ser prudentemente arbitrado por este MM. Juízo, levando-se a extensão do dano e a capacidade econômica da Reclamada, a fim de cumprir as finalidades reparatória (para o Reclamante) e pedagógica (para a Reclamada), tudo dentro dos limites da razoabilidade e proporcionalidade.
- DA MULTA DO ART. 477, § 8º DA CLT
Ante à ausência de pagamento de verbas decorrentes de obrigação legal, ao qual é defeso à parte alegar desconhecimento, fica caracterizado que o empregador deixou de efetuar aquitação tempestiva das verbas rescisórias devidas ao Reclamante, no prazo previsto no art. 477 § 6º, a) da CLT, sem justificativa razoável. Assim, faz jus o Reclamante à multa prevista no § 8º do mesmo diploma legal, calculada sobre seu salário integrado pela média das verbas descritas no art. 457 da CLT e das horas extras acrescidas do respectivo adicional (Súmula 347 do C. TST), na forma da remansosa Jurisprudência da SDI-1 do C. TST e demais Turmas:
"EMBARGOS. MULTA DO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT. BASE DE CÁLCULO. A multa cominada no artigo 477, § 8º, da CLT deve incidir sobre a remuneração, assim considerada as parcelas salariais que o empregado recebe normalmente como contraprestação dos serviços prestados, e não sobre o salário básico. Embargos não conhecidos. (...)" (ED-RR - 564126-09.1999.5.01.5555, Relator Ministro: Vantuil Abdala, Data de Julgamento: 12/11/2007, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: 23/11/2007)
Precedentes do TST: 1ª Turma: RR: 4417-81.2010.5.12.0035, DEJT 04/10/2013; 2ª Turma: RR-150000-21.2007.5.02.0443, DJ de 30/8/2013; 3ª Turma: RR - 203200-74.2005.5.12.0041, DJ 27/03/2009; 4ª Turma: RR: 539-22.2012.5.03.0103, DEJT 08/11/2013; 5ª Turma: RR 6-24.2010.5.04.0841, DEJT 02/12/2011; 6ª Turma: RR: 121900-82.2000.5.19.0005, DJ 19/09/2008; 7ª Turma: RR: 1526-61.2010.5.02.0069, DEJT 18/10/2013; 8ª Turma: RR - 32000-67.1997.5.01.0014, DJ 18/12/2009; 
E também a quase totalidade das Turmas do E. TRT da 1ª Região, ao qual citamos os seguintes precedentes: AGVPET: 00158001720095010223, R. Mario Sergio Medeiros Pinheiro, 1ª Turma, DOERJ 30/01/2013; RO 00242004720055010421, R. Marcos Palacio, 2ª Turma, DOERJ 24/10/2006; RO 0001309-67.2012.5.01.0039, R. Leonardo Dias Borges, 3ª Turma, DOERJ 14/01/2014; ED 00810000320065010020, R. Tania da Silva Garcia, 5ª Turma, DOERJ 13/03/2009; AGVPET 809001220075010053, R. Jose Antonio Teixeira da Silva, 6ª Turma, DOERJ 09/05/2012-05-09; RO 10063820105010002, R. Sayonara Grillo Coutinho Leonardo da Silva, 7ª Turma, DOERJ 24-05-2013; AGVPET 12378720115010048, Relator: Maria Aparecida Coutinho Magalhães, 8ª Turma, DOERJ 27-05-2013; AGVPET 1023003620085010057, R. Claudia de Souza Gomes Freire, 9ª Turma, DOERJ 04/05/2012.
 – DO ACRÉSCIMO DO ART. 467 DA CLT
Não havendo o pagamento das verbas incontroversas em primeira audiência, a Reclamada deverá ser condenada ao pagamento do acréscimo de 50% sobre as mesmas, a teor do art. 467 da CLT. A mesma condenação deverá ser imposta à Reclamada caso não seja apresentada controvérsia razoável para o não pagamento das referidas verbas.
 	 - DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA PETROBRAS S/A
O Reclamante SEMPRE laborou em prol da 2ª Reclamada, sob fiscalização e subordinação de seus funcionários, isto durante todo o decorrer da relação empregatícia. 
Em valoração ao princípio da eventualidade, afastada qualquer ilação de subordinação direta, resta, ainda, configurada a responsabilidade subsidiária da 2ª Reclamada, eis que o Reclamante foi contratado pela 1ª Reclamada para prestar seus serviços diretamente para a 2ª Reclamada, mediante contratos de prestação de serviços celebrados através do procedimento licitatório simplificado previsto no art. 67 da Lei 9.478/97 e do Decreto 2.745/98.
A Petrobrás, via de regra, alega ausência de responsabilidade subsidiária, calcado no § 1º do art. 71 da Lei 8.666/93 (Lei de Licitações). Seu argumento ganhou força recentemente, com o julgamento da Ação Direta de Constitucionalidade nº 16, que declarou constitucional do referido art., cujo § 1º aduz:
“§ 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. ”
No entanto, ainda com o julgamento da referida ADC-16, os argumentos da Petrobrás não se sustentam, senão vejamos:
.1 – DA INAPLICABILIDADE DA LEI 8.666/93 AOS CONTRATOS CELEBRADOS PELA PETROBRÁS
A Emenda Constitucional n° 9/95, ao alterar o texto constitucional de 1988, continuou a abrigar o monopólio da atividade do petróleo, porém, flexibilizou a sua execução, permitindo que empresas privadas participem dessa atividade econômica, mediante a celebração, com a União, de contratos administrativos de concessão de exploração de bem público. Segundo o disposto no art. 177, § 1o, da Constituição, na redação da EC n° 9/95: ‘§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo, observadas as condições estabelecidas em lei’. Dessa forma, embora submetidas ao regime de monopólio da União, as atividades de pesquisa, lavra, refinação, importação, exportação, transporte marítimo e transporte por meio de conduto (incisos I a IV do art. 177), podem ser exercidas por empresas estatais ou privadas num âmbito de livre concorrência. O mesmo artigo remete à lei a disciplina de uma forma especial de contratação para as empresas, que posteriormente foi promulgada sob o nº 9.478/97.
Esta lei, em seu artigo 67, deixa explícito que “os contratos celebrados pela Petrobras, para aquisição de bens e serviços, serão precedidos de procedimento licitatório simplificado, a ser definidoem decreto do Presidente da República”. A matéria está regulamentada pelo Decreto n° 2.745, de 1998, o qual aprova o regulamento licitatório simplificado da Petrobras. Em sucessivos julgamentos, o C. STF, o mesmo Tribunal Superior que julgou a ADC 16, determinou que o regime da Lei 8.666/93 é inaplicável à Petrobrás, sendo-lhe aplicável o Dec. 2.745/98, que institui o regime licitatório simplificado. Seguiram no mesmo sentido as decisões nos Mandados de Segurança 25.888-MC/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes; 25.986-MC/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 30.6.2006; 26.410-MC/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJ 02.3.2007; 27.837-MC/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 05.02.2009; 27.232-MC/DF, 27.337-MC/DF, 27.344-MC/DF e 28.252-MC/DF, Rel. Min. Eros Grau, DJe 20.5.2008, 28.5.2008, 02.6.2008 e 29.9.2009; 27.743-MC/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, DJe 15.12.2008; 28.626-MC/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe 05.3.2010; 26.783-MC/DF e 26.808-MC/DF, Min. Ellen Gracie, DJ 1º.8.2007 e 02.8.2007. E ainda na Medida Cautelar 1.193-MC-QO/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes DJ 30.6.2006. 
À guisa de esclarecimento, transcrevemos parte do voto do Eminente Ministro Gilmar Mendes, no julgamento do Mandado de Segurança 25.888-MC/DF:
“A submissão legal da Petrobras a um regime diferenciado de licitação parece estar justificado pelo fato de que, com a relativização do monopólio do petróleo trazida pela EC n° 9/95, a empresa passou a exercer a atividade econômica de exploração do petróleo em regime de livre competição com as empresas privadas concessionárias da atividade, as quais, frise-se, não estão submetidas às regras rígidas de licitação e contratação da Lei n° 8.666/93. Lembre-se, nesse sentido, que a livre concorrência pressupõe a igualdade de condições entre os concorrentes. 
Assim, a declaração de inconstitucionalidade, pelo Tribunal de Contas da União, do art. 67 da Lei n° 9.478/97, e do Decreto n° 2.745/98, obrigando a Petrobras, consequentemente, a cumprir as exigências da Lei n° 8.666/93, parece estar em confronto com normas constitucionais, mormente as que traduzem o princípio da legalidade, as que delimitam as competências do TCU (art. 71), assim como aquelas que conformam o regime de exploração da atividade econômica do petróleo (art. 177). ” 
 		Já são várias as decisões deste E. Regional neste sentido (RO nº RO 00008002819995010481, 1ª T., Rel. Des. Monica Batista Vieira Puglia, DOERJ 23/03/2015; RO 00010719720105010207, 2ª T., Rel. Des. Volia Bomfim Cassar, DOERJ 14/02/2012; RO 00103496520145010019, 4ª T., Rel. Des. BRUNO LOSADA ALBUQUERQUE LOPES, DOERJ 12/03/2015; RO 00104933720145010052, 6ª T., Rel. Des. PAULO MARCELO DE MIRANDA SERRANO, DOERJ 08/06/2015; RO 00018387920125010203, 7ª T., Rel. Des. Giselle Bondim Lopes Ribeiro, DOERJ 05/08/2013; RO 00112185220145010205, 8ª T., Rel. Des. LEONARDO DA SILVEIRA PACHECO, DOERJ 30/03/2015; RO 02109007020095010202, 9ª T., Rel. Des. Claudia de Souza Gomes Freire, DOERJ 10/05/2011; RO 00124728820135010207, 10ª T., Rel. Des. CELIO JUACABA CAVALCANTE, DOERJ 06/04/2015).
Não existe, no aludido decreto, a ressalva do § 1º do art. 71 da Lei 8.666/93, que, em tese, é justificada pelo rígido sistema de seleção das empresas fornecedoras de bens e serviços à administração pública, que busca dificultar a contratação de empresas de idoneidade financeira duvidosa. A Petrobrás, ao optar por um sistema de contratação mais flexível, sem as garantias exigidas pela Lei 8.666/93, também assume o ônus de arcar com os problemas advindos desta escolha, dentre elas a responsabilização subsidiária pelos débitos trabalhistas não pagos por sua contratada.
Concluindo, a Petrobrás deseja o melhor dos mundos. Contratar por um sistema mais ágil e flexível, sem as amarras da rígida Lei 8.666/93. Ingressa no STF com os vários Mandados de Segurança e Medidas Cautelares aduzindo que a Lei 8.666/93 não lhe é aplicável. No entanto, quanto a situação se mostra adversa, como no caso em tela, recorre à mesma lei que luta para não se submeter. É um procedimento que beira a má fé.
.2 - DA PRÁTICA DE ATO INCOMPATÍVEL COM O DESEJO DE LITIGAR 
Ainda que não se considere a inaplicabilidade da Lei 8.666/93 à Petrobrás, é certo que ela, ao impetrar Mandados de Segurança e Medidas Cautelares perante o STF, tendo por fundamento justamente a inaplicabilidade da Lei 8.666/93, formulou tese conflitante com aquela constante de suas razões de defesa. Tal procedimento, nitidamente em descompasso entre si, faz incidir o princípio segundo o qual “nemo potest venire contra factum proprium”.
 “a ninguém é lícito “venire contra factum proprium”, isto é, exercer direito, pretensão ou ação, ou exceção, em contradição com o que foi a sua atitude anterior, interpretada objetivamente, de acordo com a lei.” (Pontes de Miranda, Tratado de Direito Privado, Bookseller, 2000, p. 64). O Direito moderno não compactua com o venire contra factum proprium, que se traduz como o exercício de uma posição jurídica em contradição com o comportamento assumido anteriormente (Menezes Cordeiro, Da Boa-Fé no Direito Civil, 11/742)
E este princípio está positivado no Direito Processual pelo art. 1000 do CPC/2015, de aplicação subsidiária ao processo do trabalho na forma do art. 796 da CLT (ausência de normatização específica).
“Art. 1000. 
A parte, que aceitar expressa ou tacitamente a sentença ou a decisão, não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem reserva alguma, de um ato incompatível com a vontade de recorrer. ”
Então, ao formular perante a Excelsa Corte pedido de inaplicabilidade da Lei 8.666/93 possui o efeito de ACEITAÇÃO TÁCITA da tese autoral no sentido da não aplicação, na prática, dos ditames da Lei 8.666/93 por parte da Petrobrás, ou seja, reconhecimento do pedido.
Trata-se da aplicação analógica da previsão processual acerca da prática de ato incompatível com a vontade de recorrer, que, uma vez configurada, inviabiliza por completo o conhecimento do recurso. Afinal, os institutos são idênticos, na medida em que, quem não tem interesse jurídico em recorrer, pois aceitou tacitamente a sentença, também não tem interesse jurídico na demanda em si.
.3 – DA CULPA IN ELIGENDO E IN VIGILANDO
Ainda que ultrapassado a argumentação supra, sobrevive a responsabilidade subsidiária da Petrobrás. Isto porque é obrigação do Ente da Administração Pública fiscalizar a execução do contrato por parte da empresa contratada, incluindo a verificação do cumprimento das normas trabalhistas e previdenciárias. A Administração Pública não pode obter vantagens em detrimento dos direitos sociais dos empregados das empresas contratadas, pois, do contrário seria admitir-se direta e grave violação ao princípio constitucional da moralidade administrativa (Art. 37, caput, da CRFB/1988).
 		A responsabilidade dos entes da Administração Pública Direta e Indireta se encontrava, há anos, contida na antiga redação da Súmula nº 331, item IV do C. TST. No entanto, a controvérsia da constitucionalidade do artigo 71, parágrafo 1º da Lei 8.666/1993 foi superada com o julgamento da ADC 16/STF, o que não cancela a Súmula, mas tão somente cria critérios mais rígidos para sua aplicação. O Acórdão transitou em julgado em 16/09/2011, ementado da seguinte forma:
“EMENTA: RESPONSABILIDADE CONTRATUAL. Subsidiária. Contrato com a administração pública. Inadimplência negocial do outro contraente. Transferência consequente e automática dos seus encargos trabalhistas, fiscais e comerciais, resultantes da execução do contrato, à administração. Impossibilidade jurídica. Consequência proibida pelo art., 71, § 1º, da Lei federal nº 8.666/93. Constitucionalidade reconhecida dessa norma. Ação direta de constitucionalidade julgada, nesse sentido, procedente. Voto vencido. É constitucional a norma inscrita no art. 71, § 1º, da Lei federal nº 8.666, de 26 de junho de 1993, com a redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995.” (negrito no original)
 No entanto, segundo declarações dos próprios Ministros do STF, a Administração poderáser responsabilizada se agiu com omissão, gerando prejuízos a outrem. Assim, apesar da declaração da constitucionalidade do dispositivo legal, isto não significa que o órgão público estará isento da responsabilização das empresas terceirizadas ou que há violação aos dispositivos legais previstos no art. 37, incisos I e II da Constituição Federal, e a Lei de Licitações nº. 8.666/1993. A decisão foi clara ao responsabilizar a inadimplência em caso de culpa da empresa em não fiscalizar:
“(...) o TST não poderá generalizar os casos e terá de investigar com mais rigor se a inadimplência tem como causa principal a falha ou falta de fiscalização pelo órgão público contratante (...)”. (destacamos)
Dessa forma, cabe a empresa tomadora de serviços, beneficiária direta dos serviços prestados pelo obreiro, a contratação de empresa sólida, idônea, bem como manter a fiscalização da prestação laboral, caso em que não havendo tal acompanhamento e ocorrendo a inadimplência do prestador de serviços nada mais justo que assumir a responsabilidade do tomador pelos créditos respectivos pela omissão negligente. No caso em tela fica patente a existência da culpa in vigilando da Petrobrás, tendo em vista que a enorme gama de irregularidades narradas na presente Reclamatória ocorreram a seu serviço, com seu pleno conhecimento. Como conseqüência do julgamento da ADC-16, o TST deu nova redação à Súmula 331, incluindo o item V:
“SÚMULA N° 331 - CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE. (nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação)
(...)
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial.
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei nº 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.
VI - A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral” (grifamos)
 		Diante da gama de irregularidades narradas nesta peça, todas passíveis de serem detectadas em uma fiscalização simples das atividades da 1ª Reclamada, fica caracterizada a omissão culposa da Petrobrás.
.4 - DA PREVISÃO NORMATIVA DA FISCALIZAÇÃO
As hipóteses de terceirização no âmbito da Administração Pública são normatizadas pela Instrução Normativa nº 2/2008, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com as alterações promovidas pela Instrução Normativa nº 3/2009. 
A Instrução Normativa estabelece como deverá ser realizada a fiscalização dos contratos de empresas terceirizadas com a Administração Pública, prevendo, dentre outros, que deverão ser pagos nos prazos legais as obrigações trabalhistas, bem como a impossibilidade de liberação de pagamento sem a comprovação da quitação das verbas trabalhistas do mês anterior:
“DO ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DOS CONTRATOS
(...)
Art. 34. A execução dos contratos deverá ser acompanhada e fiscalizada por meio de instrumentos de controle, que compreendam a mensuração dos seguintes aspectos, quando for o caso:
(...)
§ 5º Na fiscalização do cumprimento das obrigações trabalhistas e sociais nas contratações continuadas com dedicação exclusiva dos trabalhadores da contratada, exigir-se-á, dentre outras, as seguintes comprovações:
 I - no caso de empresas regidas pela Consolidação das Leis Trabalhistas:
a) a prova de regularidade para com a Seguridade Social, conforme dispõe o art. 195, § 3º da Constituição federal sob pena de rescisão contratual; (Nova redação pela INSTRUÇÃO NORMATIVA MP Nº 3, DE 15/11/2009)
b) recolhimento do FGTS, referente ao mês anterior, caso a Administração não esteja realizando os depósitos diretamente, conforme estabelecido no instrumento convocatório; (Nova redação pela INSTRUÇÃO NORMATIVA MP Nº 3, DE 15/11/2009)
c) pagamento de salários no prazo previsto em Lei, referente ao mês anterior;
d) fornecimento de vale transporte e auxílio alimentação quando cabível;
e) pagamento do 13º salário;
f) concessão de férias e correspondente pagamento do adicional de férias, na forma da Lei;
g) realização de exames admissionais e demissionais e periódicos, quando for o caso;
h) eventuais cursos de treinamento e reciclagem que forem exigidos por lei; (Nova redação pela INSTRUÇÃO NORMATIVA MP Nº 3, DE 15/11/2009)
i) comprovação do encaminhamento ao Ministério do Trabalho e Emprego das informações trabalhistas exigidas pela legislação, tais como: a RAIS e a CAGED; (Nova redação pela INSTRUÇÃO NORMATIVA MP Nº 3, DE 15/11/2009)
j) cumprimento das obrigações contidas em convenção coletiva, acordo coletivo ou sentença normativa em dissídio coletivo de trabalho; e
k) cumprimento das demais obrigações dispostas na CLT em relação aos empregados vinculados ao contrato.
(...)
Art. 35. Quando da rescisão contratual, o fiscal deve verificar o pagamento pela contratada das verbas rescisórias ou a comprovação de que os empregados serão realocados em outra atividade de prestação de serviços, sem que ocorra a interrupção do contrato de trabalho. (Alterado pela INSTRUÇÃO NORMATIVA MP Nº 3, DE 15/11/2009)
Parágrafo único. Até que a contratada comprove o disposto no caput, o órgão ou entidade contratante deverá reter a garantia prestada, podendo ainda utilizá-la para o pagamento direto aos trabalhadores no caso da empresa não efetuar os pagamentos em até 2 (dois) meses do encerramento da vigência contratual, conforme previsto no instrumento convocatório e no art. 19-A, inciso IV desta Instrução Normativa. (Nova redação pela INSTRUÇÃO NORMATIVA MP Nº 3, DE 15/11/2009)
(...)
DO PAGAMENTO
Art. 36. O pagamento deverá ser efetuado mediante a apresentação de Nota Fiscal ou da Fatura pela contratada, que deverá conter o detalhamento dos serviços executados, conforme disposto no art. 73 da Lei nº 8.666, de 1993, observado o disposto no art. 35 desta Instrução Normativa e os seguintes procedimentos: (Nova redação pela INSTRUÇÃO NORMATIVA MP Nº 3, DE 15/11/2009)
§ 1º A Nota Fiscal ou Fatura deverá ser obrigatoriamente acompanhada das seguintes comprovações:
I - do pagamento da remuneração e das contribuições sociais (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Previdência Social), correspondentes ao mês da última nota fiscal ou fatura vencida, compatível com os empregados vinculados à execução contratual, nominalmente identificados, na forma do § 4º do Art. 31 da Lei nº 9.032, de 28 de abril de 1995, quando se tratar de mão-de-obra diretamente envolvida na execução dos serviços na contratação de serviços continuados;
II - da regularidade fiscal, constatada através de consulta "on-line" ao Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF, ou na impossibilidade de acesso ao referido Sistema, mediante consulta aos sítios eletrônicos oficiais ou à documentação mencionada no art. 29 da Lei nº 8.666/93; e
III - do cumprimento das obrigações trabalhistas, correspondentes à última nota fiscal ou fatura que tenha sido paga pela Administração.
 § 2º O descumprimento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e as relativas ao FGTS ensejará o pagamento em juízo dos valores em débito, sem prejuízo das sanções cabíveis.
(...)”
Já o Decreto 2.748/98 (que substitui a Lei 8.666/93 nas contratações da Petrobrás), estabelece que a existência de títulos protestados (dívidas) que possam levar à insolvência da contratada acarretará a RESCISÃO IMEDIATA DO CONTRATO, com a retenção das faturas e a execução da garantia contratual a fim de ressarcir os prejuízos aos quais a Petrobrás possater de responder:
“7.1.3 - Os contratos deverão estabelecer, com clareza e precisão, os direitos, obrigações e responsabilidades das partes e conterão cláusulas específicas sobre:
(...)
n) estipulação assegurando à PETROBRÁS o direito de, mediante retenção de pagamentos, ressarcir-se de quantias que lhes sejam devidas pela firma contratada, quaisquer que sejam a natureza e origem desses débitos. ”
“7.3.1 - Constituem motivo, dentre outros, para rescisão do contrato:
o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;
(...)
l) o protesto de títulos ou a emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos, que caracterizem insolvência do contratado;
7.3.2 - A rescisão acarretará as seguintes consequências imediatas:
a) execução da garantia contratual, para ressarcimento, à PETROBRÁS, dos valores das multas aplicadas e de quaisquer outras quantias ou indenizações a ela devidas;
b) retenção dos créditos decorrentes do contrato, até o limite dos prejuízos causados à PETROBRÁS. ”
.5 - DO ÔNUS DA PROVA
Nos termos do art. 373, I do CPC/2015, incumbe ao Autor o fato constitutivo de seu direito. Como constitutivo, trata-se de fato positivo, ou seja, não lhe cabe provar fato negativo (ausência ou deficiência de fiscalização). Não é outra a razão para que seja ônus da Reclamada comprovar fato extintivo do direito do Reclamante e, portanto, fato existente, positivo (existência/eficiência da fiscalização).
Com a interpretação dos incisos I e II do art. 373 do CPC/2015, temos justamente a obrigação de provar fato existente, não o inexistente. Se a prova do autor seria negativa, o ônus se transfere para a Petrobras, que pode provar o fato extintivo. Esta interpretação, de origem carnellutiana, ficou consagrada como o princípio da aptidão para a prova.
Desta forma, é exclusivamente do ente público contratante, o ônus de alegar e de demonstrar, completamente, em cada processo trabalhista, que tomou todas as medidas e praticou todos os atos previstos na Lei de Licitações e nas suas normas regulamentadoras para evitar o inadimplemento das obrigações trabalhistas dele objeto, para assegurar a sua quitação por meio dos mecanismos necessariamente previstos no contrato administrativo correspondente (pelo uso da garantia patrimonial oferecida pelo contratado e pela retenção dos valores a ele devidos, para pagamento direto, aos trabalhadores terceirizados, de seus direitos trabalhistas) e para sancionar, na forma também nelas prevista, aquele empregador inadimplente - afinal, trata-se, aqui, de fato impeditivo da pretensão do autor de que a Administração Pública seja condenada a responder, ainda que subsidiariamente, pelo pagamento daqueles direitos trabalhistas, nos termos dos arts. 373, inciso II, do CPC/2015 e 818 da CLT.
E a aplicação do princípio da aptidão para a prova é decisivo para estabelecer para qual parte, em determinado litígio judicial, deverá ser atribuído o ônus probandi de determinado fato controvertido. Nessa linha, não pode haver nenhuma dúvida de que esse encargo, em casos como este, só pode mesmo recair sobre a Administração Pública demandada, que terá que demonstrar haver praticado todos os atos administrativos de fiscalização do adimplemento, pelo empregador, de suas obrigações trabalhistas referentes aos trabalhadores terceirizados. Do contrário, a única alternativa para esse entendimento seria atribuir a cada trabalhador terceirizado, autor de sua demanda trabalhista, o pesado e praticamente impossível encargo de demonstrar que o ente público para o qual prestou serviços não praticou os atos fiscalizatórios a que estava obrigado por lei - prova negativa e de natureza verdadeiramente “diabólica", de produção muitas vezes difícil pela parte hipossuficiente. À falta dessa demonstração de que esses atos de fiscalização foram mesmo praticados, como era dever legal do ente público contratante, só se poderá concluir que este, por omissão voluntária, violou os direitos daqueles empregados terceirizados pelo contratado e lhes causou dano, pelo qual deve responder civilmente (ainda que de forma subsidiária), nesta Justiça do Trabalho, por sua manifesta culpa in vigilando.
Ao se decidir desta forma, não se estará responsabilizando a Administração Pública contratante dos serviços terceirizados pelo mero inadimplemento das obrigações trabalhistas devidas por aquele que com ela celebrou contrato administrativo de prestação de serviços contínuos, nem, muito menos, negando-se vigência ao art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 (o que ficou expressamente vedado pela decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal na referida Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) nº 16-DF), mas tão somente distribuindo o ônus da prova a que efetivamente possui não somente os meios, mas a obrigação de os possuir, em cumprimento das normas já citadas de direito administrativo. Tal obrigação, inclusive, já foi sumulada no âmbito do E. TRT da 1ª Região:
"Súmula 41. Responsabilidade subsidiária do ente da Administração Pública. Prova da culpa. (Artigos 29, VII, 58, 67 e 78, VII, da lei 8.666/93.)
Recai sobre o ente da Administração Pública que se beneficiou da mão de obra terceirizada a prova da efetiva fiscalização do contrato de prestação de serviços."
Portanto, está clara a configuração da responsabilidade subsidiária da Petrobrás, por qualquer dos argumentos.
.6 – VERBAS ABRANGIDAS PELA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
Nos termos do inciso VI da Súmula 331 do TST, ao qual prevê que “A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral”, ao qual não comporta maiores digressões, requer seja declarado por sentença que a responsabilidade subsidiária abrange todas as verbas da condenação no período da prestação de serviços à cada tomadora, incluindo-se as projeções legais, períodos de descanso originados do labor efetivo à respectiva tomadora, bem como eventuais períodos à disposição desta, ao qual se consideram como período de trabalho efetivo nos termos do caput do art. 4º da CLT, verbis:
“Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.”
 – DA EXECUÇÃO DIRETA DO DEVEDOR SUBSIDIÁRIO INDEPENDENTE DE BENEFÍCIO DE ORDEM, COMPROVADA INSOLVÊNCIA, RECUPERAÇÃO JUDICIAL OU FALÊNCIA
A execução dos bens do devedor subsidiário não exige que sejam esgotados todos os meios em face do devedor principal, como a execução dos bens do sócio deste ou a eventual habilitação nos processos de falência ou insolvência da sociedade. Basta para tanto a exaustão das medidas ordinárias, porque a execução se faz em benefício do credor, e não do devedor, e objetiva realizar a sanção condenatória, do que resulta privilegiar o meio mais eficaz em detrimento do de menor efetividade.
Não há, evidentemente, como exigir do trabalhador que, em havendo um corresponsável, habilite seu crédito no processo de recuperação judicial, pois esse é sempre moroso e não deve o trabalhador suportar tal mora.
Cumpre registrar que a execução deve ser promovida de forma célere e efetiva, a fim de satisfazer o crédito do credor, especialmente na Justiça do Trabalho, perante a qual são pleiteadas verbas de natureza essencialmente alimentar.
Em síntese, o redirecionamento da execução é medida que se impõe e esperada como consequência da própria condenação subsidiária e, portanto, nada há de ilegal ou nulo em assim proceder o Juízo reitor da execução.
Este entendimento está firmemente cristalizado, sendo desnecessária a citação de arestos deste E. Regional ante aos termos das Súmulas 12 e 20, que se coadunam com o entendimento com TODAS AS TURMAS do TST, aos quais citamos como precedentes Ag-AIRR 82900-45.2009.5.03.0057 Data de Julgamento: 09/05/2012, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 11/05/2012; RR - 106900-75.2009.5.06.0009, Relatora Ministra: Delaíde Miranda Arantes, Data de Julgamento: 03/06/2015, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 12/06/2015; AIRR - 1279-13.2010.5.19.0003, Relator Ministro: Alexandre de Souza Agra Belmonte, Data de Julgamento: 05/08/2015, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 07/08/2015; AIRR-62900-65.2006.5.05.0221, Rel. Min. Fernando Eizo Ono, 4ª Turma, DEJT 10/05/2013; AIRR - 167000-62.2004.5.15.0092 Data de Julgamento: 26/06/2013, Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo Bastos, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 01/07/2013; RR- 270985-41.2009.5.12.0032, Red. Min. Augusto César Leite de Carvalho, 6ª Turma, DEJT 24/05/2013; AIRR-68200-05.2006.5.05.0222, Rel. Min. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, 7ª Turma, DEJT 16/08/2013; RR-994-41.2010.5.12.0059, Rel. Min. Dora Maria da Costa, 8ª Turma, DEJT de 22/8/2014.
O entendimento já pacificado é que a responsabilidade subsidiária nasce com o inadimplemento (art. 455, CLT e Súmula 331, IV, C. TST) e não com a insolvência do devedor principal.
Inadimplemento significa não pagamento. Basta que o devedor principal não pague para que o devedor subsidiário possa ser executado, não se exigindo o esgotamento de bens do primeiro (ou dos seus sócios) para a responsabilização do segundo.
Pensar diferente inviabilizaria a ação de regresso a que tem direito o tomador de serviços em face de sua contratada. Se o devedor subsidiário fosse executado apenas depois de esgotados todos os bens do devedor principal, nenhum sucesso haveria na ação regressiva por falta de bens a executar.
Ainda que a insolvência do devedor principal fosse exigida para a execução do devedor subsidiário, para argumentar no absurdo, caberia a este último, ao alegar a existência de bens do primeiro, provar tal situação indicando bens livres e desembaraçados (art. 818, CLT)
Na seara trabalhista, o instituto da desconsideração da personalidade jurídica é utilizado quando infrutífera a execução do devedor principal, tendo por objetivo a satisfação do crédito de natureza alimentar e, portanto, privilegiadíssimo, sobrelevando a dignidade do trabalhador hipossuficiente.
Assim, é injustificável e, portanto, dispensável, a prática de diligências sabidamente inúteis, a teor do parágrafo único do art. 370 do CPC/2015, motivo pelo qual o direcionamento da execução ao devedor subsidiário se revela medida justa e de economia processual.
Por fim, também não se exige do magistrado sequer o procedimento executório via Sistema BACENJUD, ou pedido de informações à Secretaria da Receita Federal. Todas estas medidas são facultativas à atividade jurisdicional, que podem e devem se efetivar pelos meios legais executórios que imprimam maior celeridade à efetivação do direito tutelado.
Desta forma, requer seja declarado por sentença que a condenação subsidiária independe de benefício de ordem, bastando tão somente o inadimplemento do devedor principal.
		 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS 
 
 		O Reclamante subscreve a apensada declaração de hipossuficiência econômica, está desempregado, não tem condições de arcar com despesas processuais e honorários, sem prejuízo do sustento próprio e de sua família, confere ao advogado infra-assinado (procuração anexa) poderes especiais para declarar estado de pobreza nos termos da Lei nº 1.060/50 alterada pela Lei nº 7.510/86, por fim nomeia seu patrono para prestar-lhe a assistência judiciária. Em tal hipótese, é cabível a condenação da Reclamada em honorários assistenciais, a teor do art. 11 caput e § 1º da Lei nº 1.060/50, uma vez que o monopólio sindical da assistência judiciária no âmbito desta Especializada, previsto na Lei nº 5.584/70, não foi recepcionado pela CRFB/1988, a luz do art. 5º, LXXIV (RO 00157-2005-701-04-00-0, DOERGS-Justiça, 29/01/2007)
 	Esse é o moderno entendimento consagrado no Enunciado nº 79 do c. TST, aprovado durante a 1ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho, encerrada no dia 23.11.07, cuja transcrição ora se faz, in verbis:
“Enunciado n. 79 – Honorários sucumbenciais devidos na Justiça do Trabalho.
I – Honorários de sucumbência na Justiça do Trabalho. As partes, em reclamatória trabalhista e demais ações da competência da Justiça do Trabalho, na forma da lei, têm direito a demandar em juízo através de procurador de sua livre escolha, forte no princípio da isonomia (art. 5º, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil) sendo, em tal caso, devidos os honorários de sucumbência, exceto quando a parte sucumbente estiver ao abrigo do benefício da justiça gratuita. 
II – Os processos recebidos pela Justiça do Trabalho, decorrentes da Emenda Constitucional n. 45, oriundos da Justiça Comum, que nesta esfera da Justiça tramitavam sob égide da Lei nº 9.099/95, não se sujeitam na primeira instância aos honorários advocatícios, por força do art. 55 da Lei n. 9.099/95 a que estavam submetidas as partes quando da propositura da ação. ” (destacamos)
	
 – ROL DE PEDIDOS
 		Em razão do exposto, requerendo acolhimento da Inicial e procedência total da ação, com consequente condenação das Reclamadas, o Reclamante pleiteia:
1) Que o registro no Pje-Jt e as intimações expedidas ao Reclamante, quer pessoalmente ou por meio de publicação em DIÁRIO OFICIAL, sejam realizadas em nome do Dr. CARLOS RENATO GUERRA DA FONSECA OAB/RJ nº 104.487, integrante do escritório GUERRA, BASTOS & ADVOGADOS ASSOCIADOS, inscrito no CNPJ/MF sob o n° 21.880.261/0001-13 e na OAB/RJ sob o nº RS 022506/2014, com sede na Avenida Papa João XXIII, nº 323, 1º andar, sala 101, Imbetiba, Macaé/RJ, CEP 27.913-200, sob pena de nulidade; (fundamentação no tópico I)
2) Deferimento da Gratuidade de Justiça e da Assistência Judiciária que será prestada pelo patrono que esta subscreve, conforme fundamentação, procuração e declaração anexa; (fundamentação no tópico II)
3) Processamento da presente Reclamatória, independente de submissão a qualquer CCP, ante ao efeito vinculante previsto no § 2º do art. 102 da CF/1988 em razão do trânsito em julgado das ADI´s 2.139 e 2.160, em 04/11/2009; 
4) Condenação da Reclamada em integrar ao salário mensal do Reclamante o salário in natura, relativo ao fornecimento gratuito de vale-refeição aos seus empregados, na forma do art. 458 da CLT, acrescidos das integrações e reflexos listados no tópico III da fundamentação, tudo de todo o pacto laboral; (fundamentação no tópico V)
5) Seja declarada inválida a cláusula da norma coletiva que reduz o cálculo do adicional noturno em afronta ao patamar mínimo previsto legalmente, por violação do caput do art. 7º e inciso IX da CF/1988 e os preceitos que asseguram condições mínimas de proteção ao trabalho, com a condenação da Reclamada no pagamento das diferenças do adicional noturno de 26% calculadas sobre o valor integral da hora diurna (“salário base”, acrescido das demais verbas de natureza salarial, na forma da Súmula 60, I, do TST), tudo de todo o decorrer da relação empregatícia; (fundamentação no tópico VI)
6) Condenação da Reclamada ao pagamento das diferenças das “dobras” (dias que ultrapassam o 14º de embarque e períodos à disposição do empregador no período de folgas) e folgas suprimidas, calculadas sobre o valor integral da hora diurna (“salário base”, acrescido das demais verbas de natureza salarial, na forma da Súmula 264) e acrescidos os reflexos das mesmas nos repousos, tudo de todo o decorrer da relação empregatícia; (fundamentação no tópico VII)
7) Pagamento em dobro, correspondente às horas laboradas nos feriados nacionais, estaduais e municipais, acrescido da remuneração decorrente do dia trabalhado (OJ nº 146 do SBDI-1 do TST), sendo vedada sua supressão, inclusive por norma coletiva, utilizando o divisor 180, bem como requer sejam observados a sistemática de cálculo prevista na Súmula 264 do TST e acrescidos os reflexos das mesmas nos repousos, tudo de todo o pacto laboral; (fundamentação no tópico VIII)
) Pagamento das férias acrescidas de 1/3 em dobro, de todos os períodos aquisitivos, à exceção daquelas eventualmenteindenizadas no TRCT, aos quais não houve gozo, por flagrante desrespeito aos artigos 130, 134 e 137, ambos da CLT, respeitado ainda o princípio da indenização plena (art. 402 do CC), tudo de todo o pacto laboral; (fundamentação no tópico __________)
) Pagamento da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT, calculada sobre seu salário, calculado na forma do art. 457 § 1º da CLT, na esteira do entendimento da SBDI-1 do TST; (fundamentação no tópico ___________)
) Pagamento do acréscimo de 50% sobre as verbas incontroversas não quitadas em 1ª audiência, a teor do art. 467 da CLT; (fundamentação no tópico ___________)
) Integração das verbas deferidas na presente Reclamatória, no que couber, na base de cálculo dos 13º salários, férias+1/3 (gozadas, indenizadas ou em dobro) e horas extras acrescidas do respectivo adicional, pelo que requer a condenação da Ré no pagamento das respectivas diferenças e ainda das repercussões destas e das verbas objeto da condenação nos depósitos de FGTS e verbas rescisórias, considerando a modalidade de dispensa que, caso controvertida, será aquela reconhecida por este MM Juízo, observando-se ainda os parâmetros listados detalhadamente no tópico III.
) Condenação subsidiária da 2ª Reclamada no pagamento das verbas deferidas na presente Reclamatória, abrangendo todas as verbas da condenação no período da prestação de serviços à cada tomadora, incluindo-se as projeções legais, períodos de descanso originados do labor efetivo à respectiva tomadora, bem como eventuais períodos à disposição desta, ao qual se consideram como período de trabalho efetivo nos termos do caput do art. 4º da CLT; (fundamentação no tópico ____________.1/_____________.5)
) Seja declarado por sentença que a condenação subsidiária independe de benefício de ordem, bastando tão somente o inadimplemento do devedor principal; (fundamentação no tópico _________.6)
) Pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios sucumbenciais, estes no importe de 15% do valor da condenação, conforme fundamentação do item correspondente; (fundamentação no tópico ____________)
Outrossim, requer seja(m) notificada(s) a(s) Reclamada(s), no(s) endereço(s) acima descrito(s), para contestar(em) a presente, se quiser(em), sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato, com a PROCEDÊNCIA INTEGRAL dos pedidos formulados na presente Reclamatória, conforme os termos da respectiva fundamentação;
O reclamante requer, ainda, a produção de provas por todos os meios em direito admitidos, em especial a documental, a testemunhal, depoimento(s) pessoal(is) do(s) representante(s) da(s) Reclamada(s), sob pena de confissão.
Dá à causa o valor de R$ _____________,00 (_____________ mil Reais).
N. Termos,
P. Deferimento.
Macaé/RJ, 23 de novembro de 2016.
 
CARLOS RENATO GUERRA DA FONSECA 
OAB/RJ 104.487
GUILHERME BASTOS NUNES BATISTA
OAB/RJ 104.517
AIMÉE MACHADO RODRIGUES
OAB/RJ 197.928
PAOLA CORREA BARBOSA 
OAB/RJ 201.521
MÁDISON BAPTISTA DA SILVA NETO	
OAB/RJ 204.666
�
Avenida Papa João XXIII, 323, 1º andar, sala 101, Imbetiba, Macaé / RJ. Fone 22 2757-2019�e-mail: contato@guerraeguerra.adv.br

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