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Indicadores Financeiros curso LMF

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CURSO LIGA DE MERCADO FINANCEIRO 
FEA-USP 2014 
 
Indicadores Financeiros 
 
 
 
 
PARCEIROS 
 
 
INDICADORES FINANCEIROS 1 
 
 
Indicadores Financeiros 
Sumário 
I. Introdução ........................................................................................... 2 
II. Taxa de Certificados de Depó sitos Interfinanceiros (CDI) ................... 3 
III. Taxa Básica Financeira (TBF) ............................................................... 4 
IV. Taxa Referencial (TR) .......................................................................... 4 
V. Taxa De Câ mbio (Ptax) ........................................................................ 5 
VI. Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) ................................................... 5 
VII. Esclarecimento sobre a sigla “SELIC” .................................................. 6 
VIII. Taxa SELIC ........................................................................................... 7 
IX. Meta da Taxa SELIC ............................................................................. 8 
X. Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) ............... 12 
XI. Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) ........................................ 13 
XII. Índice de Preço ao Consumidor (IPC) ............................................... 14 
XIII. Índice Nacional da Construção Civil (INCC) ....................................... 14 
XIV. Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) ...................................... 15 
XV. Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ............................. 15 
XVI. Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) .................................. 16 
XVII. Forma De Cá lculo dos Índices IPCA e INPC ........................................ 16 
XVIII.Índice de Preços ao Consumidor – Real (IPCA-15) ............................ 17 
XIX. Índice de Preços ao Consumidor (IPC-FIPE) ..................................... 17 
XX. Índice do Custo de Vida (ICV – DIEESE) ............................................ 17 
XXI. Bô nus do Tesouro Nacional – BTN ..................................................... 18 
 
 
 
 
 
 
INDICADORES FINANCEIROS 2 
 
 
 
 
 
I. INTRODUÇ Ã O 
 
Sabemos a importância de analisar, acompanhar e estudar as 
variáveis macroeconômicas para o mercado como um todo. Conseguimos 
entender a dinâmica e as consequências dos eventos econômicos no 
mercado financeiro de uma maneira mais ampla ou, quando for o caso, 
nas instituições e na população em geral. Então como são medidos esses 
índices? 
 Os índices de preços são números que agregam e representam os 
preços de uma determinada cesta de produtos, de acordo com a definição 
do Banco Central do Brasil, e sua variação mede a oscilação média dos 
preços dos produtos dessa cesta. 
Os dois principais tipos de índices são os indicadores de inflação 
(indicadores de preços) e as taxas de juros financeiros. Os indicadores 
de inflação medem o movimento (variação) de preços de uma cesta de 
produtos. Já as taxas de juros financeiros representam o valor dos juros 
cobrados nas operações. Os indicadores econômicos que têm base em 
operações financeiras são chamados de índices financeiros. Eles são 
amplamente utilizados para ajustar os mais diversos contratos (por 
exemplo: investimentos e empréstimos). 
Os índices financeiros normalmente são chamados de taxas quando 
representados em percentual. E os contratos de investimento podem ser 
baseados nessas taxas de índices financeiros, numa taxa pré-fixada ou na 
mistura dos dois (entre outras coisas); por exemplo: um contrato de 
câmbio fechado à Taxa Ptax + 2% a.a. ou um contrato de financiamento 
imobiliários negociado à TR + 7% a.a. Além das formas de negociação, 
com ou sem cupom de juros 1 , existe a possibilidade das negociações 
ocorrerem em percentuais da própria taxa, como por exemplo em uma 
aplicação em CDB a 105% do DI, ou outra aplicação em CDB a 85% do DI. 
 
1 Um Investimento com cupom de juros é aquele no qual os juros são pagos 
periodicamente, sendo recebido no dia de vencimento apenas o principal. 
 
INDICADORES FINANCEIROS 3 
 
Estudaremos, portanto, as Taxas de Juros Financeiros 
e os Indicadores de Inflação, respectivamente. 
II. Taxa de Certificados de Depó sitos Interfinanceiros (CDI) 
 
Os Bancos, ao realizarem suas atividades diárias, correm o risco de 
fecharem o dia com as reservas abaixo do mínimo estabelecido pelo 
governo (que regulamentou estas reservas visando a liquidez do sistema 
financeiro nacional, evitando situações nas quais bancos terminam o dia 
com reservas negativas levando a crises). 
 Para evitar essa situação, os bancos podem recorrer a duas formas 
principais de capitação para ter as reservas adequadas ao final do dia: 
Capitação Junto ao Banco Central do Brasil (Bacen) ou junto aos outros 
bancos do sistema financeiro. A primeira, no entanto, é pouco atraente, 
devido ao auto custo do capital, a saber, pela taxa de redesconto. 
Assim, durante a década de 80, o Banco Central do Brasil permitiu 
que as instituições financeiras realizassem entre si operações de depósito 
com duração de um dia. 
Para realizar o empréstimo junto aos outros bancos, há a 
necessidade de uma garantia, pois os empréstimos duram o tempo de um 
dia (tempo determinado por lei). Uma das formas de garantia que os 
bancos possuem são os títulos públicos, então há uma venda de títulos 
públicos do banco que tem menos liquidez e necessita das reservas para 
aquele que ao final do dia tinha mais reservas do que o necessário. 
Os CDIs surgem quando os bancos, por exemplo, não possuem nem 
as reservas mínimas, nem títulos públicos suficientes para cobrir seus 
débitos. Aqueles são Títulos privados que os bancos lançam no mercado 
interfinanceiro, visando a captação de dinheiro, como garantia pela 
negociação. Além disso, por ser um título privado, ele permite 
vencimentos maiores que um dia. 
Essas negociações são feitas pelos bancos regularmente e servem 
como investimento para aqueles que têm reservas que excedem a mínima 
legal, e como empréstimo àqueles que necessitam de mais capital. Além 
disso, é obrigatório o registro das operações nos sistemas da CETIP (CETIP 
S.A – Balcão Organizado de Ativos e Derivativos). Dessa forma, a CETIP 
tem acesso às taxas de juros prefixadas utilizadas em todas as operações 
com CDI. 
A média ponderada de todas as transações de um dia resulta na 
Taxa DI over que, acumulada ao longo de 1 ano2, se torna a taxa DI. A 
 
2 A taxa DI é calculada sobre o ano ú til, já que as negociações entre bancos ocorrem 
somente durante esses dias. Têm a forma 252/360. 
 
INDICADORES FINANCEIROS 4 
 
transformação da taxa DI over média3 para a taxa DI ao ano 
é dada pela seguinte equação: 
 
 ( 
 
 
)
 
 
 
 
 
III. Taxa Básica Financeira (TBF) 
 
A Taxa Básica Financeira (TBF) é calculada e divulgada pelo Bacen 
com base na remuneração média mensal dos CDBs (Certificado de 
Depósito Bancário) e RDBs (Recibo de Depósito Bancário) emitidos com 
taxas prefixadas e prazo de vencimento entre 30 a 35 dias. 
As informações das taxas, que permitem o cálculo da TBF, são 
informadas ao Bacen pelas 30 maiores instituições financeiras (Bancos 
Mú ltiplos, Comerciais e de Investimento, mais a Caixa Econômica Federal). 
A TBF é calculada e divulgada diariamente, pelo Bacen, para ser 
utilizada na remuneração de operações de mercado financeiro cujo prazo 
de vencimento seja igual ou superiora 60 dias. 
 
 
∑ 
 
∑ 
 
 
Onde: 
Mk= taxa mensal média ajustada da k-ésima instituição; 
Yk= montante dos CDBs e RDBs emitidos pela k-ésima instituição; 
 
IV. Taxa Referencial (TR) 
 
A Taxa referencial (TR) é calculada e divulgada diariamente pelo Bacen 
da seguinte forma: 
 
TR= TBF-r 
 
 
3 Note que a taxa DI over não é necessariamente a mesma todos os dias, logo, 
nessa formula é usada uma taxa média, que, acumulada durante o ano, tem o 
mesmo resultado da composição das Taxa DI over realmente exercidas. 
 
INDICADORES FINANCEIROS 5 
 
Ess “ ” é um duto d finido p lo p óp io Bacen 
(determinado de acordo com uma tabela específica, em função da meta 
estabelecida para a taxa SELIC) com objetivo de retirar: 
a. O efeito da inflação do mês anterior; e 
b. A tributação que incide sobre os CDBs e RDBs 
 
A finalidade da TR é a remuneração de operações de mercado 
financeiro cujo prazo de vencimento é igual ou superior a 90 dias, mas na 
prática, a TR é utilizada em pouquíssimas operações, destacando-se a 
remuneração de poupança e, também, de Letras Hipotecárias (que devem 
render no mínimo o que rende a poupança). 
V. Taxa De Câmbio (Ptax) 
 
A taxa de câmbio (Ptax) é calculada e divulgada pelo Bacen 
representando a variação da moeda real frente ao Dólar americano, tanto 
para compra como pra venda. 
O cálculo da Ptax se dá através de quatro consultas diárias (na 
parte da manhã) às instituições credenciadas como dealers de câmbio. Em 
cada uma das quatro consultas aos dealers, o Bacen pergunta qual é o 
valor de compra e de venda do dólar a vista (spot) que é negociado ao 
longo do dia. A partir dessa informação o Bacen faz uma média dos 
valores para compra e outra para venda, excluindo-se os dois maiores e 
dois menores valores encontrados em cada consulta. Ao final realiza-se a 
média aritmética simples dos resultados das consultas, sendo a divulgação 
ao mercado feita às 13horas. 
 
 Por exemplo: em 08/02/201x o Ptax divulgado às 13h apresentou: 
 R$1,7189 para compra de US$1,00; 
 R$1,7195 para venda de US$1,00 
 
 Note que o valor de compra se refere à compra pela instituição 
(dealer de Câmbio) e o valor de venda se refere à venda pela instituição 
(dealer de Câmbio). 
 Em geral o Ptax é utilizado para cálculo (ajuste) de operações que 
envolvam liquidações de contratos (de investimento ou financiamento) e 
não como referência para compra ou venda da moeda à vista. 
VI. Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP)4 
 
4 Informações apresentadas no site do BNDES. Disponível em: < 
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Ferramentas_e_Normas/Custo
s_Financeiros/Taxa_de_Juros_de_Longo_Prazo_TJLP/> 
 
INDICADORES FINANCEIROS 6 
 
A Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP foi instituída 
pela Medida Provisória de número 648 de 31.10.94, publicada no Diário 
Oficial da União. É definida como o custo básico dos financiamentos 
concedidos pelo BNDES com algumas alterações posteriores. 
A TJLP tem período de vigência de um trimestre-calendário e é 
calculada a partir dos seguintes parâmetros: 
I - meta de inflaçã o calculada para os doze meses seguintes ao 
primeiro mês de vigência da taxa, inclusive, baseada nas metas anuais 
fixadas pelo Conselho Monetário Nacional; 
II - prêmio de risco. 
A TJLP é fixada pelo Conselho Monetário Nacional e divulgada até o 
ú ltimo dia ú til do trimestre imediatamente anterior ao de sua vigência. Em 
moedas contratuais, a TJLP, expressa em percentual ao ano, tem o código 
311. 
VII. Esclarecimento sobre a sigla “SELIC” 
 Para entender bem a Taxa SELIC, é muito importante o contexto em 
que a sigla SELIC é utilizada, pois existem três situações distintas. 
1. SELIC: Sistema Especial de Liquidação e Custódia é um sistema 
informatizado pelo Bacen. Nesse sistema ficam depositados 
(registrados) os títulos públicos federais (títulos de dívida do 
governo federal) emitidos pelo Tesouro Nacional, responsável pelas 
contas do governo. O SELIC também realiza o processamento de 
liquidação, ou pagamento, dos títulos nas operações de 
movimentação, resgate e oferta pública (leilão). 
 Por exemplo: Se uma pessoa física investe em um Título Público 
Federal (TPF) o sistema (SELIC) realiza a operação de liquidação 
(pagamento pela compra) e mantém custodiado em seu nome, da 
pessoa física, o título adquirido. O Tesouro Nacional, na data de 
vencimento do título, irá pagar pelo investimento para o proprietário 
informado pela custódia do SELIC. 
 
2. Taxa SELIC: é o valor da média das taxas de juros prefixadas 
anualizada em 252 dias úteis de todas as negociações 
compromissadas (venda do TPF com compromisso de recompra) 
realizadas em um dia útil. 
 
 
3. Meta da Taxa SELIC: é o valor que o Copom, em suas reuniões 
periódicas, define como meta para Taxa SELIC até que uma próxima 
reunião do Copom a altere. Caso a Meta da taxa SELIC não esteja 
 
INDICADORES FINANCEIROS 7 
 
sendo cumprida, o Bacen realiza operações de compra 
ou venda TPF custodiados em seu nome para ajustar a liquidez 
(quantidade de moeda) na economia. 
 
VIII. Taxa SELIC 
 
 A taxa SELIC é apurada pelo Sistema Especial de Liquidação e 
Custódia (SELIC) e representa a taxa média ponderada das 
negociaçõ es (operaçõ es) de financiamento de um dia ú til ajustada 
ao ano ú til (252/360), entre instituições financeiras habilitadas, com 
lastro (garantia) dos TPFs custodiados no SELIC. Podemos dizer que as 
operações compromissadas de um dia ú til em TPF cursadas na SELIC 
garantem condições de liquidez momentânea no mercado monetário 
(oferta e demanda por dinheiro nas contas de reservas bancárias). 
 Operações Compromissadas são aquelas que não sofrem influência 
do risco do tomador, pois a operação de venda do TPF tem o compromisso 
de recompra pelo vendedor (tomador), e o compromisso de revenda do 
comprador. 
 E mplo: Um instituição “A” p cis d dinh i o p cob i sua 
conta de reserva bancária ao decorrer do dia. Para resolver esse problema, 
“A” nt m cont to com instituição “B”, e ambas concordam em 
 liz um op ção comp omiss d . Então, “A” comp omiss s us PFs 
disponíveis no Sistema SELIC por um determinado valor (que pressupõe 
uma taxa de juros prefixada para um dia útil) e então ocorre a 
t nsf ênci do dinh i o d “B” p “A”, concomit nt m nt , com 
transferência de titularidade dos TPFs d “A” p “B”. No di útil s guint , 
o sistema SELIC esp qu “A” d ol (liquid ) p “B” o dinh i o com 
os juros combinados, e, somente dessa forma, o sistema SELIC poderá 
restabelecer a titularidade original do TPF (d olt p “A”). 
 Segundo o ú ltimo relatório da Moneyou5, o Brasil tem a maior taxa 
real de juros do mundo (4,21%). Para calcular a taxa de juros real, 
retiramos da taxa de juros em estudo a expectativa de inflação. No Brasil, 
a taxa de inflação usada nesse cálculo é o IPCA. Suponha que a taxa Selic 
está a 14,75%, e que a estimativa do IPCA é uma inflação de 4,51%. A 
taxa de juros real do Brasil seria de 9,8%6. Com a taxa oficial a 14,5%, o 
juro real cai para 9,56%. 
 
A taxa SELIC é calculada deste modo: 
 
 
5 http://moneyou.com.br/ 
6 Conta Simples de Matemática Financeira em que (1+ i)=(1+r)*(1+p) em que i é a 
taxa de juros em estudo, r é a taxa de juros real e p é a taxa de inflação. 
 
INDICADORES FINANCEIROS 8 
 
 
∑ 
∑ 
 
Onde: 
Selic = Taxa média apurada; 
DIi= Taxa da i-ésima operação; 
VEi = Valorde emissão da i-ésima operação; 
N= número de operações na amostra. 
 
IX. Meta da Taxa SELIC 
 
Para explicarmos a Meta da Taxa SELIC, precisamos conhecer o que é 
Politica monetária e, consequentemente, o que é o Copom (Comitê de 
Política Monetária). 
A mais importante política econômica para o mercado financeiro como 
um todo é a política monetária. Ela representa a atuação do Governo e das 
autoridades monetárias para controlar a liquidez da economia, com efeito 
direto na quantidade de moeda em circulação, na disponibilidade de 
crédito e na taxa de juro praticada na economia. 
 Os principais objetivos da política monetá ria são manter em 
equilíbrio a quantidade de moeda no mercado, conservar o nível 
dos preços estável e, ao mesmo tempo, incentivar a produção e 
garantir a estabilidade cambial. 
Como forma de priorizar o controle da inflação, em 1999, o Brasil 
passou a adotar o regime de metas para a inflação, que estabelece a meta 
para esse índice a ser atingida no ano, dentro de um limite superior e 
inferior, também predefinidos para suportar eventuais oscilações. As 
metas são definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e por lei. 
O Banco Central do Brasil (Bacen) é a instituição responsável pela 
condução da política monetária para atingir a meta estabelecida. 
Neste cenário, o Comitê de Política Monetária (Copom), órgão criado 
pelo Bacen, exerce importante papel para estabelecer as diretrizes da 
política monetária e definir a taxa de juro. 
De acordo com o Bacen, os objetivos do Copom são: implementar a 
política monetária; definir a meta da taxa Selic e seu eventual viés; 
analisar o Relatório de Inflação. 
Uma importante variável macroeconômica, a meta para a inflação, 
teve a sua sistemática definida pelo Decreto 3.088/99 e passou a ser 
tratada como foco de política monetária. O Copom passou a ter como 
objetivo cumprir as metas para a inflação definidas pelo CMN. 
Segundo o mesmo decreto, caso a meta não seja alcançada, o 
presidente do Bacen deve divulgar, em Carta Aberta ao Ministro da 
 
INDICADORES FINANCEIROS 9 
 
Fazenda, os motivos do descumprimento, bem como as 
providências e o prazo para o retorno da taxa de inflação aos limites 
estabelecidos. 
As reuniões ordinárias do Copom são realizadas em duas sessões (uma 
em cada dia) oito vezes ao ano. No primeiro dia, os chefes de 
departamento e o gerente-executivo apresentam uma análise da 
conjuntura econômica e das principais variáveis macroeconômicas. No 
segundo dia, são apresentadas as alternativas para a taxa de juro de curto 
prazo e feitas as recomendações da política monetária. 
Após as análises e discussões, ocorre a votação das propostas, 
buscando-se, sempre que possível, o consenso. A decisão final – a meta 
para a taxa Selic e o viés, se houver – é imediatamente divulgada à 
imprensa ao mesmo tempo em que é expedido comunicado através do 
Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen). 
O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do Banco 
Central do Brasil (o presidente, os diretores de Política Monetária, Política 
Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e 
Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e 
Desestatização, e Administração). 
Também participam do primeiro dia da reunião os chefes de 
determinados departamentos do Bacen. Na primeira sessão de trabalhos, 
as atividades também contam com a participação de três consultores e do 
secretário-executivo da diretoria, do assessor de imprensa, do assessor 
especial e, sempre que convocados, de outros chefes de departamento 
convidados a discorrer sobre assuntos de suas áreas. 
Outra atividade fundamental para o mercado, e de responsabilidade do 
Copom, é a publicação do documento conhecido como Relatório de 
Inflação. Importante fonte de informação, o relatório analisa 
detalhadamente a conjuntura econômica e financeira do País, bem como 
apresenta suas projeções para a taxa de inflação. É publicado ao final de 
cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro). 
A taxa de juro fixada na reunião do Copom é a meta para a taxa 
Selic que irá prevalecer por todo o período entre reuniõ es 
ordiná rias do Comitê . Quando necessário, o Copom também define o 
viés, que é a prerrogativa dada ao presidente do Bacen para alterar, na 
direção do viés, a meta para a taxa Selic a qualquer momento entre as 
reuniões ordinária. 
Quanto maior a taxa de juro definida, menor o incentivo para as 
empresas investirem nas suas atividades, uma vez que o investimento em 
títulos financeiros poderá ser muito mais rentável do que a própria 
atividade da empresa. O mesmo acontece com as pessoas – quanto maior 
a taxa de juro, maior a rentabilidade de investimentos e menor é o 
 
INDICADORES FINANCEIROS 10 
 
incentivo ao consumo. Nas duas situações, note que há 
desaquecimento da economia. 
Por outro lado, quanto menor a taxa de juro, maior o incentivo para 
que as empresas invistam nas próprias atividades, buscando lucratividade 
maior que a baixa rentabilidade obtida com investimentos financeiros, 
aumentando, consequentemente, o nível de emprego e a renda da 
população. 
Além do aumento do consumo pela elevação da renda, as pessoas 
também tenderão a consumir mais, uma vez que investir pode não ser tão 
atrativo em termos de rentabilidade. 
Neste caso, note que há aquecimento da economia, porém, se o 
crescimento da demanda for maior que o da oferta, ocorrerá aumento da 
inflação. 
Portanto, através da definição da meta da taxa de juro, as autoridades 
monetárias buscam manter a inflação dentro do limite superior e inferior 
definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, como forma de 
ajustar as variações ocorridas nesse percurso, utilizam alguns 
instrumentos da política monetária para controlar a disponibilidade de 
moeda em circulação. Os três principais instrumentos de política 
monetária utilizados pelas autoridades são: 
Política Monetá ria: É como o governo federal (através do Ministro da 
Fazenda, que define a meta de inflação para o país, e o Conselho 
Monetário Nacional – CMN, que define as macro-regras de controle da 
moeda em circulação) altera a quantidade de moeda em circulação na 
economia, influenciando, entre outras coisas, o nível de preços da 
economia. Atualmente o IPCA é o índice de inflação oficial do Brasil. 
Na prática é o Bacen quem possui os mecanismos necessários para a 
implementação da Política Monetária, por meio do: 
A) Redesconto: Espécie de empréstimo do Bacen aos Bancos, ao 
emprestar o Bacen injeta moeda (dinheiro) na economia. Pode ser 
considerada como uma assistência financeira de liquidez imediata 
aos bancos. O objetivo é dar liquidez aos bancos no curtíssimo 
prazo, emprestando recursos para zerar suas posições de um dia 
para outro, das instituições que emprestaram mais recursos ao 
mercado do que poderiam. Pode ser considerado um instrumento 
passivo, uma vez que não interfere no mercado como um todo. 
Como forma de restringir essa prática, o Bacen define um custo 
bastante elevado dos bancos que necessitam desse instrumento. 
 
B) Depó sito Compulsó rio: o Bacen determina, igualmente a todos 
os bancos, que não emprestem todo o dinheiro captado dos 
 
INDICADORES FINANCEIROS 11 
 
investidores. Assim, os percentuais retidos ficam 
depositados em contas de reservas bancárias junto ao Bacen 
(depósito compulsório). Todos os agentes que fazem parte do 
sistema bancário são obrigados a manter no Bacen um depósito 
compulsório que é calculado como uma parte de seus depósitos a 
vista recebidos. Ao aumentar a alíquota, o Bacen reduz o volume 
disponívelpara os bancos emprestarem para a população ou para 
as empresas, reduzindo o volume de recursos na economia. Por 
outro lado, ao diminuir a alíquota do depósito compulsório, o Bacen 
aumenta o volume de recursos disponíveis para os bancos 
emprestarem, elevando o volume de moeda em circulação. Na 
política expansionista, o Banco Central reduz a alíquota e, na 
política contracionista, eleva a alíquota. O efeito não é imediato na 
economia, uma vez que é necessária toda essa movimentação 
bancária. Portanto, a alteração do depósito compulsório é um 
instrumento para controlar a liquidez de médio prazo. 
 
C) Open Market (Mercado Aberto): é o mecanismo mais utilizado 
pelo Bacen para controlar a quantidade de moeda em circulação. O 
processo é simples: O Bacen, como qualquer grande investidor, 
possui títulos de renda fixa, mais precisamente, Títulos Públicos 
Federais – TPF (de emissão do Tesouro Nacional). Quando o Bacen 
deseja colocar mais moeda em circulação na economia ele compra 
TPFs que estão nas mãos de investidores, entregando dinheiro. 
Quando o Bacen deseja retirar moeda da economia ele vende TPF 
recebendo dinheiro que ficará parado. Pode ser considerado o 
instrumento de maior flexibilidade e de rápido efeito. Com esses 
procedimentos, a autoridade monetária consegue aumentar ou 
reduzir a disponibilidade de moeda no mercado, de acordo com as 
suas necessidades. Os principais objetivos do open market são: 
controlar a taxa de juros do curto prazo, gerenciar a liquidez da 
economia e sinalizar a orientação da política monetária. 
 
 
Portanto, a Meta da Taxa SELIC visa o controle da liquidez da 
economia e, consequentemente, o cumprimento da meta de 
inflação. O período de vigência da Meta da Taxa SELIC vai do dia ú til 
posterior ao da reunião do Copom até a realização da próxima 
(aproximadamente de 40 em 40 dias). Se a meta da taxa SELIC for 
divulgada com viés para o período, o Presidente do Bacen poderá alterar o 
valor da meta da taxa SELIC (até o limite se necessário) sem a 
necessidade de uma reunião extraordinária do Copom. 
 
INDICADORES FINANCEIROS 12 
 
Exemplo: Meta da Taxa SELIC 11%, com viés de alta de 
0.5 para o período. (Neste caso, o presidente do Bacen pode aumentar ou 
não a taxa em 0,25% ou 0,5% sem a necessidade de uma reunião 
extraordinária do Copom) 
Além desses três instrumentos, há outras formas das autoridades 
monetárias aumentarem ou reduzirem a moeda em circulação, como: 
controle dos créditos subsidiados pelo Governo disponíveis no mercado; 
aumento ou redução da taxa de pagamento mínimo da fatura do cartão de 
crédito por parte dos consumidores; incentivando exportações ou 
importações através de medidas específicas. 
No geral, classifica-se a política monetária como expansionista quando 
há aumento de moeda em circulação no mercado e, como política 
monetária contracionista, quando há redução. A diminuição do 
compulsório, a redução do valor da taxa de redesconto e a compra de 
títulos públicos são medidas expansionistas. Já o aumento da taxa do 
compulsório e da taxa de redesconto ou a venda de títulos públicos, são 
medidas contracionistas. 
A seguir, são apresentados os principais índices de inflação 
acompanhados na economia. Há diversos outros índices de preços 
calculados, divulgados e estudados. No geral, eles se diferenciam pelas 
regiões analisadas, atividades setoriais consideradas e faixa salarial 
abordada. 
 
X. Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) 
O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), 
calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getú lio 
Vargas (FGV), é um indicador do movimento de preços que há mais de 
seis décadas serve às comunidades econômicas nacional e internacional 
como termômetro de inflação no Brasil. 
Além de indicador econômico, o IGP-DI é usado como referência 
para correções de preços e valores contratuais. O IGP-DI também é 
diretamente empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das 
contas nacionais em geral. É natural, portanto, que haja por parte dos 
usuários o interesse em conhecer, em profundidade, os aspectos 
relacionados à metodologia de cálculo deste índice. 
Este índice é calculado mensalmente pela Fundação Getú lio Vargas 
(FGV) e representa a média ponderada do Índice de Preços ao Produtor 
Amplo – IPA (60%), do Índice de Preço ao Consumidor – IPC (30%) e do 
Índice Nacional da Construção Civil – INCC (10%). 
Em termos algébricos, o IGP- , p um mês ‘t’ qu lqu , é o 
resultado da seguinte expressão: 
 
INDICADORES FINANCEIROS 13 
 
 
 
 Onde: 
I = Número índice do IGP- no p íodo d f ênci ‘t’. 
X= Número índice do IPA- no p íodo d f ênci ‘t’. 
Y = Número índice do IPC- no p íodo d f ênci ‘t’. 
Z = Número índice do INCC- no p íodo d f ênci ‘t’. 
 
XI. Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) 
 
Também calculado pela FGV, o IPA acompanha os preços de produtos 
agropecuários e industriais nas transações anteriores ao consumo final 
(interempresariais). 
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) é um indicador econômico 
de abrangência nacional. A sua composição tem por base as pesquisas 
estruturais relativas aos setores agropecuário e industrial, além das 
Contas Nacionais, todos dados divulgados pelo IBGE. Tem periodicidade 
mensal e é apurado com base em pesquisa sistemática de preços realizada 
nas principais regiões de produção do país. 
O IPA é apresentado em duas diferentes estruturas de classificação de 
seus itens componentes: 
Origem – Produtos Agropecuários e Industriais; 
Estágios de Processamento – Bens Finais, Bens Intermediários e 
Matéria Primas Brutas. 
No processo de cálculo mensal do IPA conjugam-se três elementos: a 
amostra de produtos, o sistema de pesos e o sistema de preços. A 
amostra de produtos refere-se ao conjunto de mercadorias cujos preços 
serão objeto de pesquisa sistemática; o sistema de pesos compreende o 
conjunto de normas e procedimentos usados na determinação de valores 
representativos dos produtos componentes da amostra; e o sistema de 
preços diz respeito ao conjunto de procedimentos de pesquisa que 
possibilitam a construção da série histórica de preços, da qual se extraem 
valores relativos de diferentes variedades de produtos componentes da 
amostra. 
Além disso, vale ressaltar que o IPA está dividido em três versões: 
Índice de Preços ao Produtor Amplo – Disponibilidade Interna 
(IPA-DI), Índice de Preços ao Produtor Amplo – MERCADO (IPA-M), 
e o Índice Geral de Preços 10 (IPA-10). Todas as versões apresentam 
a mesma forma de cálculo e a mesma amostra de produtos, diferindo 
apenas no período de coleta dos dados. 
 
INDICADORES FINANCEIROS 14 
 
XII. Índice de Preço ao Consumidor (IPC) 
 
É uma medida do custo geral de todos os bens e serviços comprados 
por um consumidor típico. Apura a inflação nas despesas das famílias no 
eixo Rio-São Paulo. Inicialmente era calculado pela Divisão de Estatística e 
Documentação da Prefeitura do Município de São Paulo, posteriormente foi 
de transferida para o que é hoje a FIPE. 
O índice pode ser calculado através deste exemplo: 
Suponhamos que os consumidores comprem apenas dois bens – iogurte e 
suco. 
1. Devemos fixar a cesta: o primeiro passo para o cálculo do IPC é 
determinar quais preços são mais importantes para o consumidor 
típico. Se o consumidor típico comprar mais iogurte do que suco, 
então o preço do iogurte é mais importante do que o do suco, e, 
portanto, deve ter um peso maior no cálculo do custo de vida. 
2. Coletar os preços: a segundaetapa seria coletar os preços de cada 
bem e serviço da cesta em cada ponto do tempo. 
3. Calcular o custo da cesta. 
4. Escolher um ano base e calcular o índice. 
 
 
 
 
5. Calcular a taxa de inflação: a taxa de inflação é a variação 
percentual do índice de preços em relação a um período anterior. 
 
 
 
 
 
XIII. Índice Nacional da Construção Civil (INCC) 
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) é um indicador 
econômico que mede a evolução de custos de construções habitacionais. 
Tem como abrangência geográfica sete municípios de capitais: Belo 
Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São 
Paulo. O índice nacional resulta da média aritmética ponderada dos sete 
índices municipais. Sua pesquisa mensal de preços é realizada ao longo do 
mês calendário (1 a 30). 
Em termos regionais, o INCC é calculado através da conjugação de 
um sistema de pesos a um sistema de preços referentes a uma amostra 
de insumos (mercadorias, equipamentos, serviços e mão-de-obra) com 
representatividade na indústria da construção civil. 
 
INDICADORES FINANCEIROS 15 
 
Além de sua composição geral, abrangendo todos os 
elementos da amostra, o INCC desdobra-se em dois subprodutos, 
identificados como índice de mão-de-obra e índice de materiais, 
equipamentos e serviços. 
XIV. ÍNDICE GERAL DE PREÇ OS DO MERCADO (IGP-M) 
 
O IGP-M tem como base metodológica a estrutura do Índice Geral 
de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), resultando da média 
ponderada de três índices de preços: o Índice de Preços ao Produtor 
Amplo (IPA-M), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) e o Índice 
Nacional de Custo da Construção (INCC-M). 
À semelhança do IGP-DI, a escolha desses três componentes do 
IGP-M tem origem no fato de refletirem adequadamente a evolução de 
preços de atividades produtivas passíveis de serem sistematicamente 
pesquisadas (operações de comercialização em nível de produtor, no 
varejo e na construção civil). Quanto à adoção dos pesos convencionados, 
cujos valores representam a importância relativa de cada um desses 
índices no cômputo da despesa interna bruta, justifica-se do seguinte 
modo: 
a) os 60% representados pelo IPA-M equivalem ao valor adicionado 
pela produção de bens agropecuários e industriais, nas transações 
comerciais em nível de produtor; 
b) os 30% de participação do IPC-M equivalem ao valor adicionado 
pelo setor varejista e pelos serviços destinados ao consumo das famílias; 
c) quanto aos 10% complementares, representados pelo INCC-M, 
equivalem ao valor adicionado pela indústria da construção civil. 
 
O IGP-M difere do IGP-DI nos seguintes aspectos: 
a) Para efeito de coleta de preços, adota-se o período compreendido entre 
o dia 21 do mês anterior ao de referência e o dia 20 do mês de referência; 
b) A cada mês de referência apura-se o índice três vezes, em intervalos 
cumulativos de dez dias, denominados decêndios; os resultados das duas 
primeiras apurações prévias serão considerados valores parciais e o ú ltimo 
será o resultado definitivo do mês. 
 
XV. Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) 
 
 
INDICADORES FINANCEIROS 16 
 
Calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE). 
A população-objetivo do INPC abrange as famílias com rendimentos 
mensais compreendidos entre 1 e 5 salários-mínimos, cuja pessoa de 
referência é assalariado em sua ocupação principal e residente nas áreas 
urbanas das regiões. 
Mede as despesas das famílias nas regiões metropolitanas. Os setores 
pesquisados são: alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, 
vestuário, transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, 
educação e comunicação. O peso relativo de cada grupo é reestimado 
mensalmente, considerando-se a cesta de consumo na data-base e a 
variação relativa dos preços dos bens e serviços do grupo. A variável de 
ponderação do INPC é a "população residente urbana". 
 
XVI. Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 
Abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 
1 e 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e 
residentes nas áreas urbanas das regiões. 
Tem a mesma estrutura do INPC, porém a variável de ponderação do 
IPCA é o "rendimento total urbano" e cobre um número maior de faixas de 
renda. 
IPCA/INPC: Regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, 
Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Vitória e 
Porto Alegre, Brasília e municípios de Goiânia e Campo Grande 
 
XVII. Forma De Cá lculo dos Índices IPCA e INPC 
Os índices são calculados para cada região. A partir dos preços 
coletados mensalmente, obtém-se, na primeira etapa de síntese, as 
estimativas dos movimentos de preços referentes a cada produto 
pesquisado. Tais estimativas são obtidas através do cálculo da média 
aritmética simples de preços dos locais da amostra do produto que, 
comparadas em dois meses consecutivos, resultam no relativo das médias. 
Agregando-se os relativos dos produtos através da média 
geométrica, é calculada a variação de preços de cada subitem, que se 
constitui na menor agregação do índice que possui ponderação explícita. 
A partir daí é aplicada a fórmula Laspeyres, obtendo-se todos os 
demais níveis de agregação da estrutura item, subgrupo, grupo e, por fim, 
o índice geral da região. Os índices nacionais INPC e IPCA são calculados a 
 
INDICADORES FINANCEIROS 17 
 
partir dos resultados dos índices regionais, utilizando-se a 
média aritmética ponderada. 
XVIII. Índice de Preços ao Consumidor – Real (IPCA-15) 
Este índice é calculado da mesma forma que o IPCA, mas com o 
período de coleta adiantado em 15 dias. 
IPCA-15: Regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, 
Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília 
e município de Goiânia. 
 
XIX. Índice de Preços ao Consumidor (IPC-FIPE) 
 
Calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da 
Universidade de São Paulo. É o índice de preços com série histórica mais 
longa. Sua estrutura contempla os seguintes grupos: alimentação, 
habitação, despesas pessoais, vestuário, transportes, saúde e educação. O 
IPC/FIPE é calculado mensalmente pela USP/FIPE. 
O IPC/FIPE mede a variação de preços para o consumidor na cidade de 
São Paulo com base nos gastos de quem ganha de um a vinte salários 
mínimos. Os grupos de despesas estão compostos de acordo com o POF 
(Pesquisas de Orçamentos Familiares) em constante atualização. 
De maneira geral a ponderação é similar ao INPC/IBGE e IPCA/IBGE. 
O período de pesquisa das variações de preços ocorre a partir do primeiro 
ao ú ltimo dia de cada mês. A publicação dos índices ocorre em torno do 
dia dez do mês subsequente. A FIPE divulga também as variações de 
preços das ú ltimas quatro semanas imediatamente anteriores. Deste modo 
este índice "evita" sustos e indica tendências fortes das variações de 
preços principalmente da camada de renda da população analisada. 
 O índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo é o mais 
tradicional indicador da evolução do custo de vida das famílias paulistanas 
e um dos mais antigos do Brasil. Começou a ser calculado em janeiro de 
1939 pela Divisão de Estatística e Documentação da Prefeitura do 
Município de São Paulo. Em 1968, a responsabilidade do cálculo foi 
transferida para Universidade de São Paulo - USP e, posteriormente, em 
1973, com a criação da FIPE, para esta instituição, vinculadaà USP. 
 
XX. Índice do Custo de Vida (ICV – DIEESE) 
 
Elaborado pelo DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e 
Estudos Socioeconômicos, o ICV mede a variação do custo de vida das 
famílias com renda de 1 a 30 salários mínimos do município de São Paulo. 
 O índice é calculado em três extratos distintos: 
 
INDICADORES FINANCEIROS 18 
 
Extrato 1 - Famílias com menor renda, 1 a 3 salários mínimos 
(1/3); 
Extrato 2 - Famílias com renda intermediária, 1 a 5 salários mínimos (1/3); 
Extrato 3 - Famílias de maior poder aquisitivo, 1 a 30 salários mínimos 
(1/3). 
XXI. Bô nus do Tesouro Nacional – BTN7 
 
Bônus é uma obrigação de Renda Fixa, semelhante às notas 
promissórias, que é emitida por Governos, Bancos ou Empresas. O 
Emissor deste título se compromete a pagar um montante fixo de juros 
pré-determinados durante um período de tempo com a devolução do 
principal ao final do investimento. 
As BTNs foram introduzidas com o propósito de prover recursos 
necessários à cobertura de déficits orçamentários ou à realização de 
operações de crédito por antecipação da receita e efetuar troca voluntária 
por Bônus da Dívida Externa (BNT – BIB). 
O Índice Geral, que provem desse papel, engloba todas as famílias e 
o cálculo começou a ser efetuado pelo DIEESE em Janeiro de 1959. 
No entanto, esse papel sofreu várias alterações ao longo dos anos e 
atualmente vigora com o nome de BNTF. Com a edição do Decreto Lei 
2.284/86 que criou o Plano Cruzado extinguiram-se as ORTN's (Obrigações 
Reajustáveis do Tesouro Nacional) e em substituição foram criadas as 
OTN's (Obrigações do Tesouro Nacional). Com a edição da Lei 7.777/89 
extinguiram-se as OTN's e em substituição foram criados os BTN's (Bônus 
do Tesouro Nacional). Cada 1000 BTN's eram equivalentes a 7,95 OTN's. 
(*) 
Através da Lei 7.799/89 foram criados os BTNF's que vigoram até 
hoje 01/02/91, com a edição da Lei 8.177/91. A partir daí, os BTNF's, 
como eram indexadores, de grande parte dos contratos celebrados entre 
pessoas, passaram, informalmente a ser corrigidos de acordo com a 
variação da TR (Taxa Referencial). 
 
XXII. Conclusão 
Tantos os Indicadores Econômicos quanto os Financeiros têm sua 
importância quando queremos gerar informações sobre o desempenho 
organizacional. Uma análise correta e interpretação destes indicadores 
trazem uma imagem mais próxima do exato cenário da economia. E que 
são base para um melhor (ou uma tentativa de um melhor) resultado para 
 
7 Mais informações podem ser encontradas no site da Cosif, disponível em: < 
http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=mtvm_btn> 
 
INDICADORES FINANCEIROS 19 
 
a economia, tanto para a microeconomia quanto a 
macroeconomia, ou seja, elas influenciam na tomada de decisão. 
 
Exercícios: 
1. Suponha que os habitantes de Vegópia gastem toda a renda em 
couve-flor, brócolis e cenouras. Em 2008, eles compraram 100 
cabeças de couve-flor por $200, 50 maços de brócolis por $75 e 500 
cenouras por $50. Em 2009, compraram 75 cabeças de couve-flor 
por $225, 80 maços de brócolis por $120 e 500 cenouras por $100. 
 
a) Calcule o preço de cada tipo de legume em cada ano 
b) Considerando 2008 como ano-base, calcule o IPC de cada ano. 
c) Qual é a taxa de inflação em 2009? 
(N Gregory Mankiw, Introdução à economia, pg 522) 
 
2. Qual a diferença entre Sistema SELIC e taxa SELIC? 
(LIMA, S Iran, Curso de Mercado Financeiro, pg 108) 
 
3. Uma LFT de 160 dias corridos e 26 dias úteis foi adquirida em leilão 
por um preço a R$950,00. Com o valor de face de R$1.000 E 
sabendo que, nesse período, a taxa SELIC média ficou em 15,76% 
a.a, qual a taxa de deságio? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INDICADORES FINANCEIROS 20 
 
 
 
 
 
Bibliografia: 
 
BM&F Bovespa – instituto educacional, São Paulo disponível em 
<http://lojavirtual.bmf.com.br/LojaIE/portal/pages/pdf/Apostila_PQO_Cap
_02_V2.pdf> 
Certificação Profissional ANBIMA – Tópico 2, Noções de Economia, 
FIPECAFI. 
Fundação Getú lio Vargas, IBRE, São Paulo – disponível em 
<http://www1.fazenda.gov.br/spe/publicacoes/metodologia/Metodologia_I
GP-DI_FGV.pdf> 
<file:///C:/Users/VAIO/Downloads/METODOLOGIA%20IGP-
M%20JU13.pdf> 
Índices financeiros Brasileiros, disponível em 
http://www.portalbrasil.net/indices.htm 
Lima, S IRAN, Curso de Mercado Financeiro, 2.a edição, editora Atlas 
N. Gregory Mankiw, Introdução à Economia, 5.a edição, editora 
CENAGE learning

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