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CURSO LIGA DE MERCADO FINANCEIRO FEA-USP 2014 Indicadores Financeiros PARCEIROS INDICADORES FINANCEIROS 1 Indicadores Financeiros Sumário I. Introdução ........................................................................................... 2 II. Taxa de Certificados de Depó sitos Interfinanceiros (CDI) ................... 3 III. Taxa Básica Financeira (TBF) ............................................................... 4 IV. Taxa Referencial (TR) .......................................................................... 4 V. Taxa De Câ mbio (Ptax) ........................................................................ 5 VI. Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) ................................................... 5 VII. Esclarecimento sobre a sigla “SELIC” .................................................. 6 VIII. Taxa SELIC ........................................................................................... 7 IX. Meta da Taxa SELIC ............................................................................. 8 X. Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) ............... 12 XI. Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) ........................................ 13 XII. Índice de Preço ao Consumidor (IPC) ............................................... 14 XIII. Índice Nacional da Construção Civil (INCC) ....................................... 14 XIV. Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) ...................................... 15 XV. Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ............................. 15 XVI. Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) .................................. 16 XVII. Forma De Cá lculo dos Índices IPCA e INPC ........................................ 16 XVIII.Índice de Preços ao Consumidor – Real (IPCA-15) ............................ 17 XIX. Índice de Preços ao Consumidor (IPC-FIPE) ..................................... 17 XX. Índice do Custo de Vida (ICV – DIEESE) ............................................ 17 XXI. Bô nus do Tesouro Nacional – BTN ..................................................... 18 INDICADORES FINANCEIROS 2 I. INTRODUÇ Ã O Sabemos a importância de analisar, acompanhar e estudar as variáveis macroeconômicas para o mercado como um todo. Conseguimos entender a dinâmica e as consequências dos eventos econômicos no mercado financeiro de uma maneira mais ampla ou, quando for o caso, nas instituições e na população em geral. Então como são medidos esses índices? Os índices de preços são números que agregam e representam os preços de uma determinada cesta de produtos, de acordo com a definição do Banco Central do Brasil, e sua variação mede a oscilação média dos preços dos produtos dessa cesta. Os dois principais tipos de índices são os indicadores de inflação (indicadores de preços) e as taxas de juros financeiros. Os indicadores de inflação medem o movimento (variação) de preços de uma cesta de produtos. Já as taxas de juros financeiros representam o valor dos juros cobrados nas operações. Os indicadores econômicos que têm base em operações financeiras são chamados de índices financeiros. Eles são amplamente utilizados para ajustar os mais diversos contratos (por exemplo: investimentos e empréstimos). Os índices financeiros normalmente são chamados de taxas quando representados em percentual. E os contratos de investimento podem ser baseados nessas taxas de índices financeiros, numa taxa pré-fixada ou na mistura dos dois (entre outras coisas); por exemplo: um contrato de câmbio fechado à Taxa Ptax + 2% a.a. ou um contrato de financiamento imobiliários negociado à TR + 7% a.a. Além das formas de negociação, com ou sem cupom de juros 1 , existe a possibilidade das negociações ocorrerem em percentuais da própria taxa, como por exemplo em uma aplicação em CDB a 105% do DI, ou outra aplicação em CDB a 85% do DI. 1 Um Investimento com cupom de juros é aquele no qual os juros são pagos periodicamente, sendo recebido no dia de vencimento apenas o principal. INDICADORES FINANCEIROS 3 Estudaremos, portanto, as Taxas de Juros Financeiros e os Indicadores de Inflação, respectivamente. II. Taxa de Certificados de Depó sitos Interfinanceiros (CDI) Os Bancos, ao realizarem suas atividades diárias, correm o risco de fecharem o dia com as reservas abaixo do mínimo estabelecido pelo governo (que regulamentou estas reservas visando a liquidez do sistema financeiro nacional, evitando situações nas quais bancos terminam o dia com reservas negativas levando a crises). Para evitar essa situação, os bancos podem recorrer a duas formas principais de capitação para ter as reservas adequadas ao final do dia: Capitação Junto ao Banco Central do Brasil (Bacen) ou junto aos outros bancos do sistema financeiro. A primeira, no entanto, é pouco atraente, devido ao auto custo do capital, a saber, pela taxa de redesconto. Assim, durante a década de 80, o Banco Central do Brasil permitiu que as instituições financeiras realizassem entre si operações de depósito com duração de um dia. Para realizar o empréstimo junto aos outros bancos, há a necessidade de uma garantia, pois os empréstimos duram o tempo de um dia (tempo determinado por lei). Uma das formas de garantia que os bancos possuem são os títulos públicos, então há uma venda de títulos públicos do banco que tem menos liquidez e necessita das reservas para aquele que ao final do dia tinha mais reservas do que o necessário. Os CDIs surgem quando os bancos, por exemplo, não possuem nem as reservas mínimas, nem títulos públicos suficientes para cobrir seus débitos. Aqueles são Títulos privados que os bancos lançam no mercado interfinanceiro, visando a captação de dinheiro, como garantia pela negociação. Além disso, por ser um título privado, ele permite vencimentos maiores que um dia. Essas negociações são feitas pelos bancos regularmente e servem como investimento para aqueles que têm reservas que excedem a mínima legal, e como empréstimo àqueles que necessitam de mais capital. Além disso, é obrigatório o registro das operações nos sistemas da CETIP (CETIP S.A – Balcão Organizado de Ativos e Derivativos). Dessa forma, a CETIP tem acesso às taxas de juros prefixadas utilizadas em todas as operações com CDI. A média ponderada de todas as transações de um dia resulta na Taxa DI over que, acumulada ao longo de 1 ano2, se torna a taxa DI. A 2 A taxa DI é calculada sobre o ano ú til, já que as negociações entre bancos ocorrem somente durante esses dias. Têm a forma 252/360. INDICADORES FINANCEIROS 4 transformação da taxa DI over média3 para a taxa DI ao ano é dada pela seguinte equação: ( ) III. Taxa Básica Financeira (TBF) A Taxa Básica Financeira (TBF) é calculada e divulgada pelo Bacen com base na remuneração média mensal dos CDBs (Certificado de Depósito Bancário) e RDBs (Recibo de Depósito Bancário) emitidos com taxas prefixadas e prazo de vencimento entre 30 a 35 dias. As informações das taxas, que permitem o cálculo da TBF, são informadas ao Bacen pelas 30 maiores instituições financeiras (Bancos Mú ltiplos, Comerciais e de Investimento, mais a Caixa Econômica Federal). A TBF é calculada e divulgada diariamente, pelo Bacen, para ser utilizada na remuneração de operações de mercado financeiro cujo prazo de vencimento seja igual ou superiora 60 dias. ∑ ∑ Onde: Mk= taxa mensal média ajustada da k-ésima instituição; Yk= montante dos CDBs e RDBs emitidos pela k-ésima instituição; IV. Taxa Referencial (TR) A Taxa referencial (TR) é calculada e divulgada diariamente pelo Bacen da seguinte forma: TR= TBF-r 3 Note que a taxa DI over não é necessariamente a mesma todos os dias, logo, nessa formula é usada uma taxa média, que, acumulada durante o ano, tem o mesmo resultado da composição das Taxa DI over realmente exercidas. INDICADORES FINANCEIROS 5 Ess “ ” é um duto d finido p lo p óp io Bacen (determinado de acordo com uma tabela específica, em função da meta estabelecida para a taxa SELIC) com objetivo de retirar: a. O efeito da inflação do mês anterior; e b. A tributação que incide sobre os CDBs e RDBs A finalidade da TR é a remuneração de operações de mercado financeiro cujo prazo de vencimento é igual ou superior a 90 dias, mas na prática, a TR é utilizada em pouquíssimas operações, destacando-se a remuneração de poupança e, também, de Letras Hipotecárias (que devem render no mínimo o que rende a poupança). V. Taxa De Câmbio (Ptax) A taxa de câmbio (Ptax) é calculada e divulgada pelo Bacen representando a variação da moeda real frente ao Dólar americano, tanto para compra como pra venda. O cálculo da Ptax se dá através de quatro consultas diárias (na parte da manhã) às instituições credenciadas como dealers de câmbio. Em cada uma das quatro consultas aos dealers, o Bacen pergunta qual é o valor de compra e de venda do dólar a vista (spot) que é negociado ao longo do dia. A partir dessa informação o Bacen faz uma média dos valores para compra e outra para venda, excluindo-se os dois maiores e dois menores valores encontrados em cada consulta. Ao final realiza-se a média aritmética simples dos resultados das consultas, sendo a divulgação ao mercado feita às 13horas. Por exemplo: em 08/02/201x o Ptax divulgado às 13h apresentou: R$1,7189 para compra de US$1,00; R$1,7195 para venda de US$1,00 Note que o valor de compra se refere à compra pela instituição (dealer de Câmbio) e o valor de venda se refere à venda pela instituição (dealer de Câmbio). Em geral o Ptax é utilizado para cálculo (ajuste) de operações que envolvam liquidações de contratos (de investimento ou financiamento) e não como referência para compra ou venda da moeda à vista. VI. Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP)4 4 Informações apresentadas no site do BNDES. Disponível em: < http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Ferramentas_e_Normas/Custo s_Financeiros/Taxa_de_Juros_de_Longo_Prazo_TJLP/> INDICADORES FINANCEIROS 6 A Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP foi instituída pela Medida Provisória de número 648 de 31.10.94, publicada no Diário Oficial da União. É definida como o custo básico dos financiamentos concedidos pelo BNDES com algumas alterações posteriores. A TJLP tem período de vigência de um trimestre-calendário e é calculada a partir dos seguintes parâmetros: I - meta de inflaçã o calculada para os doze meses seguintes ao primeiro mês de vigência da taxa, inclusive, baseada nas metas anuais fixadas pelo Conselho Monetário Nacional; II - prêmio de risco. A TJLP é fixada pelo Conselho Monetário Nacional e divulgada até o ú ltimo dia ú til do trimestre imediatamente anterior ao de sua vigência. Em moedas contratuais, a TJLP, expressa em percentual ao ano, tem o código 311. VII. Esclarecimento sobre a sigla “SELIC” Para entender bem a Taxa SELIC, é muito importante o contexto em que a sigla SELIC é utilizada, pois existem três situações distintas. 1. SELIC: Sistema Especial de Liquidação e Custódia é um sistema informatizado pelo Bacen. Nesse sistema ficam depositados (registrados) os títulos públicos federais (títulos de dívida do governo federal) emitidos pelo Tesouro Nacional, responsável pelas contas do governo. O SELIC também realiza o processamento de liquidação, ou pagamento, dos títulos nas operações de movimentação, resgate e oferta pública (leilão). Por exemplo: Se uma pessoa física investe em um Título Público Federal (TPF) o sistema (SELIC) realiza a operação de liquidação (pagamento pela compra) e mantém custodiado em seu nome, da pessoa física, o título adquirido. O Tesouro Nacional, na data de vencimento do título, irá pagar pelo investimento para o proprietário informado pela custódia do SELIC. 2. Taxa SELIC: é o valor da média das taxas de juros prefixadas anualizada em 252 dias úteis de todas as negociações compromissadas (venda do TPF com compromisso de recompra) realizadas em um dia útil. 3. Meta da Taxa SELIC: é o valor que o Copom, em suas reuniões periódicas, define como meta para Taxa SELIC até que uma próxima reunião do Copom a altere. Caso a Meta da taxa SELIC não esteja INDICADORES FINANCEIROS 7 sendo cumprida, o Bacen realiza operações de compra ou venda TPF custodiados em seu nome para ajustar a liquidez (quantidade de moeda) na economia. VIII. Taxa SELIC A taxa SELIC é apurada pelo Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) e representa a taxa média ponderada das negociaçõ es (operaçõ es) de financiamento de um dia ú til ajustada ao ano ú til (252/360), entre instituições financeiras habilitadas, com lastro (garantia) dos TPFs custodiados no SELIC. Podemos dizer que as operações compromissadas de um dia ú til em TPF cursadas na SELIC garantem condições de liquidez momentânea no mercado monetário (oferta e demanda por dinheiro nas contas de reservas bancárias). Operações Compromissadas são aquelas que não sofrem influência do risco do tomador, pois a operação de venda do TPF tem o compromisso de recompra pelo vendedor (tomador), e o compromisso de revenda do comprador. E mplo: Um instituição “A” p cis d dinh i o p cob i sua conta de reserva bancária ao decorrer do dia. Para resolver esse problema, “A” nt m cont to com instituição “B”, e ambas concordam em liz um op ção comp omiss d . Então, “A” comp omiss s us PFs disponíveis no Sistema SELIC por um determinado valor (que pressupõe uma taxa de juros prefixada para um dia útil) e então ocorre a t nsf ênci do dinh i o d “B” p “A”, concomit nt m nt , com transferência de titularidade dos TPFs d “A” p “B”. No di útil s guint , o sistema SELIC esp qu “A” d ol (liquid ) p “B” o dinh i o com os juros combinados, e, somente dessa forma, o sistema SELIC poderá restabelecer a titularidade original do TPF (d olt p “A”). Segundo o ú ltimo relatório da Moneyou5, o Brasil tem a maior taxa real de juros do mundo (4,21%). Para calcular a taxa de juros real, retiramos da taxa de juros em estudo a expectativa de inflação. No Brasil, a taxa de inflação usada nesse cálculo é o IPCA. Suponha que a taxa Selic está a 14,75%, e que a estimativa do IPCA é uma inflação de 4,51%. A taxa de juros real do Brasil seria de 9,8%6. Com a taxa oficial a 14,5%, o juro real cai para 9,56%. A taxa SELIC é calculada deste modo: 5 http://moneyou.com.br/ 6 Conta Simples de Matemática Financeira em que (1+ i)=(1+r)*(1+p) em que i é a taxa de juros em estudo, r é a taxa de juros real e p é a taxa de inflação. INDICADORES FINANCEIROS 8 ∑ ∑ Onde: Selic = Taxa média apurada; DIi= Taxa da i-ésima operação; VEi = Valorde emissão da i-ésima operação; N= número de operações na amostra. IX. Meta da Taxa SELIC Para explicarmos a Meta da Taxa SELIC, precisamos conhecer o que é Politica monetária e, consequentemente, o que é o Copom (Comitê de Política Monetária). A mais importante política econômica para o mercado financeiro como um todo é a política monetária. Ela representa a atuação do Governo e das autoridades monetárias para controlar a liquidez da economia, com efeito direto na quantidade de moeda em circulação, na disponibilidade de crédito e na taxa de juro praticada na economia. Os principais objetivos da política monetá ria são manter em equilíbrio a quantidade de moeda no mercado, conservar o nível dos preços estável e, ao mesmo tempo, incentivar a produção e garantir a estabilidade cambial. Como forma de priorizar o controle da inflação, em 1999, o Brasil passou a adotar o regime de metas para a inflação, que estabelece a meta para esse índice a ser atingida no ano, dentro de um limite superior e inferior, também predefinidos para suportar eventuais oscilações. As metas são definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e por lei. O Banco Central do Brasil (Bacen) é a instituição responsável pela condução da política monetária para atingir a meta estabelecida. Neste cenário, o Comitê de Política Monetária (Copom), órgão criado pelo Bacen, exerce importante papel para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juro. De acordo com o Bacen, os objetivos do Copom são: implementar a política monetária; definir a meta da taxa Selic e seu eventual viés; analisar o Relatório de Inflação. Uma importante variável macroeconômica, a meta para a inflação, teve a sua sistemática definida pelo Decreto 3.088/99 e passou a ser tratada como foco de política monetária. O Copom passou a ter como objetivo cumprir as metas para a inflação definidas pelo CMN. Segundo o mesmo decreto, caso a meta não seja alcançada, o presidente do Bacen deve divulgar, em Carta Aberta ao Ministro da INDICADORES FINANCEIROS 9 Fazenda, os motivos do descumprimento, bem como as providências e o prazo para o retorno da taxa de inflação aos limites estabelecidos. As reuniões ordinárias do Copom são realizadas em duas sessões (uma em cada dia) oito vezes ao ano. No primeiro dia, os chefes de departamento e o gerente-executivo apresentam uma análise da conjuntura econômica e das principais variáveis macroeconômicas. No segundo dia, são apresentadas as alternativas para a taxa de juro de curto prazo e feitas as recomendações da política monetária. Após as análises e discussões, ocorre a votação das propostas, buscando-se, sempre que possível, o consenso. A decisão final – a meta para a taxa Selic e o viés, se houver – é imediatamente divulgada à imprensa ao mesmo tempo em que é expedido comunicado através do Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen). O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil (o presidente, os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração). Também participam do primeiro dia da reunião os chefes de determinados departamentos do Bacen. Na primeira sessão de trabalhos, as atividades também contam com a participação de três consultores e do secretário-executivo da diretoria, do assessor de imprensa, do assessor especial e, sempre que convocados, de outros chefes de departamento convidados a discorrer sobre assuntos de suas áreas. Outra atividade fundamental para o mercado, e de responsabilidade do Copom, é a publicação do documento conhecido como Relatório de Inflação. Importante fonte de informação, o relatório analisa detalhadamente a conjuntura econômica e financeira do País, bem como apresenta suas projeções para a taxa de inflação. É publicado ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro). A taxa de juro fixada na reunião do Copom é a meta para a taxa Selic que irá prevalecer por todo o período entre reuniõ es ordiná rias do Comitê . Quando necessário, o Copom também define o viés, que é a prerrogativa dada ao presidente do Bacen para alterar, na direção do viés, a meta para a taxa Selic a qualquer momento entre as reuniões ordinária. Quanto maior a taxa de juro definida, menor o incentivo para as empresas investirem nas suas atividades, uma vez que o investimento em títulos financeiros poderá ser muito mais rentável do que a própria atividade da empresa. O mesmo acontece com as pessoas – quanto maior a taxa de juro, maior a rentabilidade de investimentos e menor é o INDICADORES FINANCEIROS 10 incentivo ao consumo. Nas duas situações, note que há desaquecimento da economia. Por outro lado, quanto menor a taxa de juro, maior o incentivo para que as empresas invistam nas próprias atividades, buscando lucratividade maior que a baixa rentabilidade obtida com investimentos financeiros, aumentando, consequentemente, o nível de emprego e a renda da população. Além do aumento do consumo pela elevação da renda, as pessoas também tenderão a consumir mais, uma vez que investir pode não ser tão atrativo em termos de rentabilidade. Neste caso, note que há aquecimento da economia, porém, se o crescimento da demanda for maior que o da oferta, ocorrerá aumento da inflação. Portanto, através da definição da meta da taxa de juro, as autoridades monetárias buscam manter a inflação dentro do limite superior e inferior definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, como forma de ajustar as variações ocorridas nesse percurso, utilizam alguns instrumentos da política monetária para controlar a disponibilidade de moeda em circulação. Os três principais instrumentos de política monetária utilizados pelas autoridades são: Política Monetá ria: É como o governo federal (através do Ministro da Fazenda, que define a meta de inflação para o país, e o Conselho Monetário Nacional – CMN, que define as macro-regras de controle da moeda em circulação) altera a quantidade de moeda em circulação na economia, influenciando, entre outras coisas, o nível de preços da economia. Atualmente o IPCA é o índice de inflação oficial do Brasil. Na prática é o Bacen quem possui os mecanismos necessários para a implementação da Política Monetária, por meio do: A) Redesconto: Espécie de empréstimo do Bacen aos Bancos, ao emprestar o Bacen injeta moeda (dinheiro) na economia. Pode ser considerada como uma assistência financeira de liquidez imediata aos bancos. O objetivo é dar liquidez aos bancos no curtíssimo prazo, emprestando recursos para zerar suas posições de um dia para outro, das instituições que emprestaram mais recursos ao mercado do que poderiam. Pode ser considerado um instrumento passivo, uma vez que não interfere no mercado como um todo. Como forma de restringir essa prática, o Bacen define um custo bastante elevado dos bancos que necessitam desse instrumento. B) Depó sito Compulsó rio: o Bacen determina, igualmente a todos os bancos, que não emprestem todo o dinheiro captado dos INDICADORES FINANCEIROS 11 investidores. Assim, os percentuais retidos ficam depositados em contas de reservas bancárias junto ao Bacen (depósito compulsório). Todos os agentes que fazem parte do sistema bancário são obrigados a manter no Bacen um depósito compulsório que é calculado como uma parte de seus depósitos a vista recebidos. Ao aumentar a alíquota, o Bacen reduz o volume disponívelpara os bancos emprestarem para a população ou para as empresas, reduzindo o volume de recursos na economia. Por outro lado, ao diminuir a alíquota do depósito compulsório, o Bacen aumenta o volume de recursos disponíveis para os bancos emprestarem, elevando o volume de moeda em circulação. Na política expansionista, o Banco Central reduz a alíquota e, na política contracionista, eleva a alíquota. O efeito não é imediato na economia, uma vez que é necessária toda essa movimentação bancária. Portanto, a alteração do depósito compulsório é um instrumento para controlar a liquidez de médio prazo. C) Open Market (Mercado Aberto): é o mecanismo mais utilizado pelo Bacen para controlar a quantidade de moeda em circulação. O processo é simples: O Bacen, como qualquer grande investidor, possui títulos de renda fixa, mais precisamente, Títulos Públicos Federais – TPF (de emissão do Tesouro Nacional). Quando o Bacen deseja colocar mais moeda em circulação na economia ele compra TPFs que estão nas mãos de investidores, entregando dinheiro. Quando o Bacen deseja retirar moeda da economia ele vende TPF recebendo dinheiro que ficará parado. Pode ser considerado o instrumento de maior flexibilidade e de rápido efeito. Com esses procedimentos, a autoridade monetária consegue aumentar ou reduzir a disponibilidade de moeda no mercado, de acordo com as suas necessidades. Os principais objetivos do open market são: controlar a taxa de juros do curto prazo, gerenciar a liquidez da economia e sinalizar a orientação da política monetária. Portanto, a Meta da Taxa SELIC visa o controle da liquidez da economia e, consequentemente, o cumprimento da meta de inflação. O período de vigência da Meta da Taxa SELIC vai do dia ú til posterior ao da reunião do Copom até a realização da próxima (aproximadamente de 40 em 40 dias). Se a meta da taxa SELIC for divulgada com viés para o período, o Presidente do Bacen poderá alterar o valor da meta da taxa SELIC (até o limite se necessário) sem a necessidade de uma reunião extraordinária do Copom. INDICADORES FINANCEIROS 12 Exemplo: Meta da Taxa SELIC 11%, com viés de alta de 0.5 para o período. (Neste caso, o presidente do Bacen pode aumentar ou não a taxa em 0,25% ou 0,5% sem a necessidade de uma reunião extraordinária do Copom) Além desses três instrumentos, há outras formas das autoridades monetárias aumentarem ou reduzirem a moeda em circulação, como: controle dos créditos subsidiados pelo Governo disponíveis no mercado; aumento ou redução da taxa de pagamento mínimo da fatura do cartão de crédito por parte dos consumidores; incentivando exportações ou importações através de medidas específicas. No geral, classifica-se a política monetária como expansionista quando há aumento de moeda em circulação no mercado e, como política monetária contracionista, quando há redução. A diminuição do compulsório, a redução do valor da taxa de redesconto e a compra de títulos públicos são medidas expansionistas. Já o aumento da taxa do compulsório e da taxa de redesconto ou a venda de títulos públicos, são medidas contracionistas. A seguir, são apresentados os principais índices de inflação acompanhados na economia. Há diversos outros índices de preços calculados, divulgados e estudados. No geral, eles se diferenciam pelas regiões analisadas, atividades setoriais consideradas e faixa salarial abordada. X. Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getú lio Vargas (FGV), é um indicador do movimento de preços que há mais de seis décadas serve às comunidades econômicas nacional e internacional como termômetro de inflação no Brasil. Além de indicador econômico, o IGP-DI é usado como referência para correções de preços e valores contratuais. O IGP-DI também é diretamente empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das contas nacionais em geral. É natural, portanto, que haja por parte dos usuários o interesse em conhecer, em profundidade, os aspectos relacionados à metodologia de cálculo deste índice. Este índice é calculado mensalmente pela Fundação Getú lio Vargas (FGV) e representa a média ponderada do Índice de Preços ao Produtor Amplo – IPA (60%), do Índice de Preço ao Consumidor – IPC (30%) e do Índice Nacional da Construção Civil – INCC (10%). Em termos algébricos, o IGP- , p um mês ‘t’ qu lqu , é o resultado da seguinte expressão: INDICADORES FINANCEIROS 13 Onde: I = Número índice do IGP- no p íodo d f ênci ‘t’. X= Número índice do IPA- no p íodo d f ênci ‘t’. Y = Número índice do IPC- no p íodo d f ênci ‘t’. Z = Número índice do INCC- no p íodo d f ênci ‘t’. XI. Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) Também calculado pela FGV, o IPA acompanha os preços de produtos agropecuários e industriais nas transações anteriores ao consumo final (interempresariais). O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) é um indicador econômico de abrangência nacional. A sua composição tem por base as pesquisas estruturais relativas aos setores agropecuário e industrial, além das Contas Nacionais, todos dados divulgados pelo IBGE. Tem periodicidade mensal e é apurado com base em pesquisa sistemática de preços realizada nas principais regiões de produção do país. O IPA é apresentado em duas diferentes estruturas de classificação de seus itens componentes: Origem – Produtos Agropecuários e Industriais; Estágios de Processamento – Bens Finais, Bens Intermediários e Matéria Primas Brutas. No processo de cálculo mensal do IPA conjugam-se três elementos: a amostra de produtos, o sistema de pesos e o sistema de preços. A amostra de produtos refere-se ao conjunto de mercadorias cujos preços serão objeto de pesquisa sistemática; o sistema de pesos compreende o conjunto de normas e procedimentos usados na determinação de valores representativos dos produtos componentes da amostra; e o sistema de preços diz respeito ao conjunto de procedimentos de pesquisa que possibilitam a construção da série histórica de preços, da qual se extraem valores relativos de diferentes variedades de produtos componentes da amostra. Além disso, vale ressaltar que o IPA está dividido em três versões: Índice de Preços ao Produtor Amplo – Disponibilidade Interna (IPA-DI), Índice de Preços ao Produtor Amplo – MERCADO (IPA-M), e o Índice Geral de Preços 10 (IPA-10). Todas as versões apresentam a mesma forma de cálculo e a mesma amostra de produtos, diferindo apenas no período de coleta dos dados. INDICADORES FINANCEIROS 14 XII. Índice de Preço ao Consumidor (IPC) É uma medida do custo geral de todos os bens e serviços comprados por um consumidor típico. Apura a inflação nas despesas das famílias no eixo Rio-São Paulo. Inicialmente era calculado pela Divisão de Estatística e Documentação da Prefeitura do Município de São Paulo, posteriormente foi de transferida para o que é hoje a FIPE. O índice pode ser calculado através deste exemplo: Suponhamos que os consumidores comprem apenas dois bens – iogurte e suco. 1. Devemos fixar a cesta: o primeiro passo para o cálculo do IPC é determinar quais preços são mais importantes para o consumidor típico. Se o consumidor típico comprar mais iogurte do que suco, então o preço do iogurte é mais importante do que o do suco, e, portanto, deve ter um peso maior no cálculo do custo de vida. 2. Coletar os preços: a segundaetapa seria coletar os preços de cada bem e serviço da cesta em cada ponto do tempo. 3. Calcular o custo da cesta. 4. Escolher um ano base e calcular o índice. 5. Calcular a taxa de inflação: a taxa de inflação é a variação percentual do índice de preços em relação a um período anterior. XIII. Índice Nacional da Construção Civil (INCC) O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) é um indicador econômico que mede a evolução de custos de construções habitacionais. Tem como abrangência geográfica sete municípios de capitais: Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. O índice nacional resulta da média aritmética ponderada dos sete índices municipais. Sua pesquisa mensal de preços é realizada ao longo do mês calendário (1 a 30). Em termos regionais, o INCC é calculado através da conjugação de um sistema de pesos a um sistema de preços referentes a uma amostra de insumos (mercadorias, equipamentos, serviços e mão-de-obra) com representatividade na indústria da construção civil. INDICADORES FINANCEIROS 15 Além de sua composição geral, abrangendo todos os elementos da amostra, o INCC desdobra-se em dois subprodutos, identificados como índice de mão-de-obra e índice de materiais, equipamentos e serviços. XIV. ÍNDICE GERAL DE PREÇ OS DO MERCADO (IGP-M) O IGP-M tem como base metodológica a estrutura do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), resultando da média ponderada de três índices de preços: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M). À semelhança do IGP-DI, a escolha desses três componentes do IGP-M tem origem no fato de refletirem adequadamente a evolução de preços de atividades produtivas passíveis de serem sistematicamente pesquisadas (operações de comercialização em nível de produtor, no varejo e na construção civil). Quanto à adoção dos pesos convencionados, cujos valores representam a importância relativa de cada um desses índices no cômputo da despesa interna bruta, justifica-se do seguinte modo: a) os 60% representados pelo IPA-M equivalem ao valor adicionado pela produção de bens agropecuários e industriais, nas transações comerciais em nível de produtor; b) os 30% de participação do IPC-M equivalem ao valor adicionado pelo setor varejista e pelos serviços destinados ao consumo das famílias; c) quanto aos 10% complementares, representados pelo INCC-M, equivalem ao valor adicionado pela indústria da construção civil. O IGP-M difere do IGP-DI nos seguintes aspectos: a) Para efeito de coleta de preços, adota-se o período compreendido entre o dia 21 do mês anterior ao de referência e o dia 20 do mês de referência; b) A cada mês de referência apura-se o índice três vezes, em intervalos cumulativos de dez dias, denominados decêndios; os resultados das duas primeiras apurações prévias serão considerados valores parciais e o ú ltimo será o resultado definitivo do mês. XV. Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) INDICADORES FINANCEIROS 16 Calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população-objetivo do INPC abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 e 5 salários-mínimos, cuja pessoa de referência é assalariado em sua ocupação principal e residente nas áreas urbanas das regiões. Mede as despesas das famílias nas regiões metropolitanas. Os setores pesquisados são: alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação. O peso relativo de cada grupo é reestimado mensalmente, considerando-se a cesta de consumo na data-base e a variação relativa dos preços dos bens e serviços do grupo. A variável de ponderação do INPC é a "população residente urbana". XVI. Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) Abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 e 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas das regiões. Tem a mesma estrutura do INPC, porém a variável de ponderação do IPCA é o "rendimento total urbano" e cobre um número maior de faixas de renda. IPCA/INPC: Regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Vitória e Porto Alegre, Brasília e municípios de Goiânia e Campo Grande XVII. Forma De Cá lculo dos Índices IPCA e INPC Os índices são calculados para cada região. A partir dos preços coletados mensalmente, obtém-se, na primeira etapa de síntese, as estimativas dos movimentos de preços referentes a cada produto pesquisado. Tais estimativas são obtidas através do cálculo da média aritmética simples de preços dos locais da amostra do produto que, comparadas em dois meses consecutivos, resultam no relativo das médias. Agregando-se os relativos dos produtos através da média geométrica, é calculada a variação de preços de cada subitem, que se constitui na menor agregação do índice que possui ponderação explícita. A partir daí é aplicada a fórmula Laspeyres, obtendo-se todos os demais níveis de agregação da estrutura item, subgrupo, grupo e, por fim, o índice geral da região. Os índices nacionais INPC e IPCA são calculados a INDICADORES FINANCEIROS 17 partir dos resultados dos índices regionais, utilizando-se a média aritmética ponderada. XVIII. Índice de Preços ao Consumidor – Real (IPCA-15) Este índice é calculado da mesma forma que o IPCA, mas com o período de coleta adiantado em 15 dias. IPCA-15: Regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e município de Goiânia. XIX. Índice de Preços ao Consumidor (IPC-FIPE) Calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo. É o índice de preços com série histórica mais longa. Sua estrutura contempla os seguintes grupos: alimentação, habitação, despesas pessoais, vestuário, transportes, saúde e educação. O IPC/FIPE é calculado mensalmente pela USP/FIPE. O IPC/FIPE mede a variação de preços para o consumidor na cidade de São Paulo com base nos gastos de quem ganha de um a vinte salários mínimos. Os grupos de despesas estão compostos de acordo com o POF (Pesquisas de Orçamentos Familiares) em constante atualização. De maneira geral a ponderação é similar ao INPC/IBGE e IPCA/IBGE. O período de pesquisa das variações de preços ocorre a partir do primeiro ao ú ltimo dia de cada mês. A publicação dos índices ocorre em torno do dia dez do mês subsequente. A FIPE divulga também as variações de preços das ú ltimas quatro semanas imediatamente anteriores. Deste modo este índice "evita" sustos e indica tendências fortes das variações de preços principalmente da camada de renda da população analisada. O índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo é o mais tradicional indicador da evolução do custo de vida das famílias paulistanas e um dos mais antigos do Brasil. Começou a ser calculado em janeiro de 1939 pela Divisão de Estatística e Documentação da Prefeitura do Município de São Paulo. Em 1968, a responsabilidade do cálculo foi transferida para Universidade de São Paulo - USP e, posteriormente, em 1973, com a criação da FIPE, para esta instituição, vinculadaà USP. XX. Índice do Custo de Vida (ICV – DIEESE) Elaborado pelo DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o ICV mede a variação do custo de vida das famílias com renda de 1 a 30 salários mínimos do município de São Paulo. O índice é calculado em três extratos distintos: INDICADORES FINANCEIROS 18 Extrato 1 - Famílias com menor renda, 1 a 3 salários mínimos (1/3); Extrato 2 - Famílias com renda intermediária, 1 a 5 salários mínimos (1/3); Extrato 3 - Famílias de maior poder aquisitivo, 1 a 30 salários mínimos (1/3). XXI. Bô nus do Tesouro Nacional – BTN7 Bônus é uma obrigação de Renda Fixa, semelhante às notas promissórias, que é emitida por Governos, Bancos ou Empresas. O Emissor deste título se compromete a pagar um montante fixo de juros pré-determinados durante um período de tempo com a devolução do principal ao final do investimento. As BTNs foram introduzidas com o propósito de prover recursos necessários à cobertura de déficits orçamentários ou à realização de operações de crédito por antecipação da receita e efetuar troca voluntária por Bônus da Dívida Externa (BNT – BIB). O Índice Geral, que provem desse papel, engloba todas as famílias e o cálculo começou a ser efetuado pelo DIEESE em Janeiro de 1959. No entanto, esse papel sofreu várias alterações ao longo dos anos e atualmente vigora com o nome de BNTF. Com a edição do Decreto Lei 2.284/86 que criou o Plano Cruzado extinguiram-se as ORTN's (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional) e em substituição foram criadas as OTN's (Obrigações do Tesouro Nacional). Com a edição da Lei 7.777/89 extinguiram-se as OTN's e em substituição foram criados os BTN's (Bônus do Tesouro Nacional). Cada 1000 BTN's eram equivalentes a 7,95 OTN's. (*) Através da Lei 7.799/89 foram criados os BTNF's que vigoram até hoje 01/02/91, com a edição da Lei 8.177/91. A partir daí, os BTNF's, como eram indexadores, de grande parte dos contratos celebrados entre pessoas, passaram, informalmente a ser corrigidos de acordo com a variação da TR (Taxa Referencial). XXII. Conclusão Tantos os Indicadores Econômicos quanto os Financeiros têm sua importância quando queremos gerar informações sobre o desempenho organizacional. Uma análise correta e interpretação destes indicadores trazem uma imagem mais próxima do exato cenário da economia. E que são base para um melhor (ou uma tentativa de um melhor) resultado para 7 Mais informações podem ser encontradas no site da Cosif, disponível em: < http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=mtvm_btn> INDICADORES FINANCEIROS 19 a economia, tanto para a microeconomia quanto a macroeconomia, ou seja, elas influenciam na tomada de decisão. Exercícios: 1. Suponha que os habitantes de Vegópia gastem toda a renda em couve-flor, brócolis e cenouras. Em 2008, eles compraram 100 cabeças de couve-flor por $200, 50 maços de brócolis por $75 e 500 cenouras por $50. Em 2009, compraram 75 cabeças de couve-flor por $225, 80 maços de brócolis por $120 e 500 cenouras por $100. a) Calcule o preço de cada tipo de legume em cada ano b) Considerando 2008 como ano-base, calcule o IPC de cada ano. c) Qual é a taxa de inflação em 2009? (N Gregory Mankiw, Introdução à economia, pg 522) 2. Qual a diferença entre Sistema SELIC e taxa SELIC? (LIMA, S Iran, Curso de Mercado Financeiro, pg 108) 3. Uma LFT de 160 dias corridos e 26 dias úteis foi adquirida em leilão por um preço a R$950,00. Com o valor de face de R$1.000 E sabendo que, nesse período, a taxa SELIC média ficou em 15,76% a.a, qual a taxa de deságio? INDICADORES FINANCEIROS 20 Bibliografia: BM&F Bovespa – instituto educacional, São Paulo disponível em <http://lojavirtual.bmf.com.br/LojaIE/portal/pages/pdf/Apostila_PQO_Cap _02_V2.pdf> Certificação Profissional ANBIMA – Tópico 2, Noções de Economia, FIPECAFI. Fundação Getú lio Vargas, IBRE, São Paulo – disponível em <http://www1.fazenda.gov.br/spe/publicacoes/metodologia/Metodologia_I GP-DI_FGV.pdf> <file:///C:/Users/VAIO/Downloads/METODOLOGIA%20IGP- M%20JU13.pdf> Índices financeiros Brasileiros, disponível em http://www.portalbrasil.net/indices.htm Lima, S IRAN, Curso de Mercado Financeiro, 2.a edição, editora Atlas N. Gregory Mankiw, Introdução à Economia, 5.a edição, editora CENAGE learning
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