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Resumo do artigo câncer Flávia

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Resumo do artigo
O PRÓXIMO DESAFIO REVERTER O CÂNCER
Débora Romão
O câncer é considerado uma doença genética. Isso significa que pode ser transmitido a uma célula normal através da transferência de genes tumorais. Quando tais genes são transcritos, provocam a síntese de proteínas que mostram perda ou ganho de sua função biológica. As mutações podem ser causadas por agentes físicos e químicos do meio ambiente ou por produtos tóxicos da própria célula (radicais livres, por exemplo). 
O que chama mais atenção, é que hoje em dia os cientistas tem tido uma longa batalha nos laboratórios para descobrir quais métodos, “armas” são usadas durante a invasão e a expansão dos clones de células tumorais nos órgãos e tecidos do corpo. 
O processo de formação de um câncer é chamado, carcinogênese, que possui três estágios: iniciação, promoção e progressão, e que nestes estágios ocorre acúmulo de mutações no DNA celular. Genes mutados, que causam câncer são chamados de oncogêneses, e são eles que são responsáveis pela conversão de células normais em malignas.
As evidências mostram que as interações célula-célula e célula-matriz extracelular podem atuar diretamente na formação e disseminação de tumores.
A palavra neoplasia nome científico do câncer ou tumor maligno significa novo crescimento. A diferença mais significativa entre uma célula normal e uma neoplásica é que o crescimento ou proliferação dessa última persiste mesmo na ausência de fatores de crescimento. No entanto, para que as células se tornem malignas não basta que elas se multipliquem em excesso. Elas precisam ignorar as restrições de crescimento impostas pelas diferentes partes do organismo, em especial por células vizinhas normais. O que realmente distingue um câncer benigno de um maligno é a capacidade deste de invadir outros tecidos e formar novos tumores. 
Existem evidências experimentais que demonstram como certos fatores e mecanismos atuam na carcinogênese. A estimulação da proliferação celular normal é quase sempre desencadeada por fatores de crescimento que se ligam aos receptores dispostos nas membranas celulares. A vida da célula compreende uma sequência de eventos, cujo modelo é chamado ciclo celular, e tem cinco fases: G1, S, G2, M (mitose) e GO . A duração de cada fase é variável até mesmo nas células sob-reprodução controlada, mas os processos ocorridos no interior das células são iguais para todas elas.
Em contraste com a maioria das células normais, as células cancerígenas expressam telomerase. Pensa-se que esta é razão pela qual, ao contrário das células normais, as células cancerígenas tendem a dividir-se sem um limite, sendo que a estabilidade do tamanho dos telômeros tem um importante papel na formação de um câncer. A ação desta enzima leva a que as células cancerígenas não apresentem encurtamento dos telômeros em cada divisão celular. A imortalização celular pode assim ser o resultado da mutação de um gene na via de repressão da telomerase, permitindo a expressão da telomerase nestas células. Cada espécie tem um número específico de cromossomos. Mas, às vezes ocorrem irregularidades na divisão nuclear, ou podem acontecer "acidentes” durante a interfase de modo que se podem formar células ou organismos inteiros com genomas aberrantes. 
Existem fortes evidências de que a angiogênese esteja relacionada não apenas ao crescimento tumoral, desempenhando ainda uma importante ação no processo de formação e desenvolvimento de metástases. Estudos experimentais demonstram ser bastante infrequente a formação de metástases a partir de tumores primários antes do desenvolvimento de neovascularização, ocorrendo, no entanto após esta uma facilitação da migração de células neoplásicas através da circulação sanguínea. Suportando estes achados, diversos autores referem uma correlação positiva entre a microdensidade vascular e o risco de desenvolvimento de metástases em diversos tumores. 
 A proliferação vascular gerando uma rede de capilares com paredes endoteliais fragmentadas em meio a um tecido formado por células neoplásicas com baixa adesividade entre si representa um fator favorecedor à penetração e migração celular através da corrente sanguínea. Além disto, existem evidências de que a capacidade destas células neoplásicas de liberar fatores angiogênicos contribui para a formação de metástases através da ativação de plasminogênio e colagenases contribuindo para a degradação da membrana basal endotelial.
Acredita-se que, com o auxílio de computadores e programas de bioinformática, os cientistas conseguirão enumerar e ordenar todos os genes e eventos químicos e biológicos envolvidos em uma massa tumoral. Quanto ao tratamento, pode-se imaginar uma terapia com a combinação de várias drogas. Elas teriam que atuar em diferentes alvos bloqueando e restabelecendo dezenas de vias bioquímicas das células neoplásicas e das células do estroma. A ação desses medicamentos reverteria fenótipo maligno do tecido, restabelecendo funções celulares e mecanismos de reconhecimento e eliminação de células alteradas.

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