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Biologia: Estudo dos Seres Vivos

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BIOLOGIA
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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Biologia A Opção Certa Para a Sua Realização 1 
 
 
 
 
A crise energética, o efeito estufa, o buraco na camada de ozônio e as 
novas moléstias, como a AIDS, são algumas das questões e desafios que 
no final do século XX levaram as ciências biológicas a uma maior interdisci-
plinaridade, poder de síntese e precisão. 
Biologia é o conjunto das disciplinas que têm por objeto os seres vivos. 
Estuda portanto a estrutura, as funções, a evolução e as interações das 
várias formas de vida entre si e com o meio circundante. As ciências biológi-
cas, juntamente com as geológicas, formam a história natural, que pode ser 
vista como precursora da moderna ecologia. 
 
Seres vivos e brutos. As diferenças entre um mineral, uma planta e um 
animal são evidentes, o que leva a supor que é fácil definir um ser vivo. Mas 
um cristal e um vírus podem ter formas similares e assim suscitar dúvidas 
sobre a distinção entre ser vivo e ser inanimado e sobre a definição da vida. 
Um critério básico para definir um ser vivo é sua capacidade de ajustar-
se ao meio e de extrair dele a energia necessária a suas estruturas e fun-
ções. A homeostase -- termo criado por Claude Bernard no século XIX -- é a 
tendência, comum a todas as formas vivas, de manter a estabilidade fisioló-
gica. Todavia, os mecanismos homeostáticos operam dentro de certos 
limites de pressão, temperatura, umidade, acidez etc. Esses mecanismos de 
regulação põem em funcionamento sistemas que impedem que mudanças 
ambientais alterem demasiadamente o estado interno do ser. Assim, uma 
árvore pode gerar um córtex mais grosso quando o clima se torna mais frio 
ou seco que o habitual; o organismo humano é capaz de sintetizar pigmen-
tos para proteger a pele dos raios solares; alguns animais hibernam quando 
o frio os força a um enorme gasto energético. 
Há casos em que o controle é feito por mecanismos comportamentais. 
Assim, por exemplo, a abelha (Apis mellifera) é capaz de controlar a tempe-
ratura no interior da colmeia por meio da água trazida para dentro e que se 
evapora graças à ventilação produzida pela vibração das asas de numero-
sas operárias. Espécies de Melipona -- abelhas sociais indígenas -- que 
nidificam em oco de árvores, podem na estação chuvosa mudar suas colô-
nias para as partes mais altas das cavidades e calafetá-las com cera e 
resinas a fim de torná-las impermeáveis. Os térmitas que constroem suas 
vivendas terrosas nas quentes savanas africanas, modificam continuamente 
as aberturas de seus ninhos, de modo a facilitar a termorregulação e circu-
lação do ar, para que não se torne viciado e comprometa as culturas de 
fungo, necessárias a sua sobrevivência. 
Outra característica do ser vivo é a auto reprodução. Os seres vivos se 
compõem de unidades estruturais simples, as células, que se reproduzem a 
partir de si próprias. Como afirmou o pesquisador prussiano do século XIX 
Rudolf Virchow, toda célula provém de outra célula. 
Origem da vida. Poucas questões têm ocupado tanto a ciência quanto a 
origem da vida. O experimento clássico de Louis Pasteur descartou de uma 
vez por todas a ideia da geração espontânea e estabeleceu o princípio da 
biogênese, segundo o qual a vida provém somente da vida. Descartou-se 
assim a possibilidade de larvas de moscas serem geradas de carne em 
decomposição, ou de minhocas se originarem do solo em dias de chuva, ou 
de ratos nascidos de camisas velhas. A geração espontânea voltou à moda 
no século XX, em plena vigência do paradigma biogênico, mas em nova 
versão: a de que a geração espontânea não pode ocorrer nas condições 
atuais; mas que a vida se originou nos primórdios do planeta, a partir da 
matéria bruta sob condições especiais; e que das formas primitivas então 
geradas descendem as formas de vida atuais. 
A base da teoria da vida mais amplamente aceita é a do bioquímico 
russo Aleksandr Oparin, no livro A origem da vida na Terra, publicado em 
1924 e divulgado a partir da versão em inglês, em 1938. Embora a teoria 
seja dada como válida, existem detalhes ainda hoje polêmicos e explicações 
insatisfatórias para certas etapas do fenômeno. Ao que parece, a vida se 
originou na atmosfera primitiva, há cerca de dois bilhões de anos. 
A teoria mais aceita afirma que o sistema solar originou-se de uma nu-
vem de poeira cósmica e gases, que se condensou em massas mais com-
pactas e com isso produziu enorme quantidade de calor e pressão, que 
desencadearam reações termonucleares e transformaram a massa conden-
sada de maior volume no Sol. Os fragmentos que gravitavam a seu redor 
formaram os planetas. Durante a condensação do fragmento que deu ori-
gem à Terra, os materiais mais pesados, como o ferro e o níquel, mergulha-
ram para o interior e os mais leves permaneceram na superfície, com gran-
de desprendimento de gases, como hidrogênio, nitrogênio, oxigênio e car-
bono, todos de suma importância para a origem da vida. A atmosfera primiti-
va continha mais hidrogênio que a atual e consequentemente apresentava 
menores quantidades de nitrogênio, oxigênio e dióxido de carbono livres, 
combinados com o hidrogênio sob a forma de amônia, de vapor de água e 
de metano. Os planetas Júpiter e Saturno têm hoje atmosfera semelhante à 
primitiva atmosfera da Terra. 
 
Como essa mistura é quimicamente estável, para que ocorressem rea-
ções capazes de originar as primeiras moléculas orgânicas existentes nas 
formas precursoras de vida havia necessidade de energia externa. A teoria 
sobre a origem da vida sustenta que a energia de descargas elétricas gera-
das nas tempestades e a proveniente dos raios ultravioleta do Sol, com o 
concurso da luz visível e de outras formas de energia, como o calor, provo-
caram uma reação nos gases atmosféricos para proporcionar as moléculas 
orgânicas primordiais. As experiências clássicas do bioquímico americano 
Stanley Miller, em 1953, assim como numerosas outras subsequentes, 
realizadas em condições simuladas a partir de uma mistura dos gases que 
supostamente compunham a atmosfera terrestre primitiva, demonstraram 
que é possível obter moléculas orgânicas com alguns aminoácidos, que são 
os componentes essenciais das proteínas. 
Ainda segundo a teoria, chuvas torrenciais teriam transportado essas 
moléculas para os mares e oceanos, onde se acumularam no decorrer de 
milhões de anos. A difusão ajudou o contato entre essas substâncias, que 
em condições adequadas, foram formando as proteínas e outros compostos. 
Esse caldo rico e complexo foi-se concentrando, por meio do fenômeno 
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Biologia A Opção Certa Para a Sua Realização 2 
denominado coacervação, e formaram gotículas, os chamados coacervados. 
Não se sabe ainda em que fase esse sistema molecular complexo se tornou 
vivo. Os cientistas consideram os átomos como sistemas dotados de cargas 
elétricas, que se mantêm unidos e formam moléculas pela energia elétrica 
das ligações químicas. Todavia os coacervados não têm a capacidade de se 
auto-reproduzir e de proporcionar a seus sucessores a informação suficiente 
para manter a mesma estrutura nas gerações subsequentes. 
Estudos bioquímicos demonstraram que só existe uma moléculacapaz 
de duplicar-se, o ácido desoxirribonucléico (ADN). Para que ocorra a dupli-
cação, no entanto, o ADN precisa estar em contato com determinadas 
enzimas, que são proteínas especiais. As proteínas não podem reproduzir-
se, mas são sintetizadas nos organismos a partir de informações contidas 
no ADN. Por conseguinte, há necessidade de ADN para a produção de 
proteínas; e de proteínas para o processo de duplicação do ADN. Desse 
dilema nasce o debate entre os vitalistas, para quem os seres vivos têm 
alguma característica intrínseca, e os mecanicistas, para quem todo proces-
so biológico pode ser explicado por leis físicas e químicas. 
Método científico aplicado à biologia. Como a maior parte das discipli-
nas científicas, a biologia se baseia na observação da natureza. A moderna 
ciência biológica tem como fundamento a obtenção de dados experimentais 
a partir de cuja comparação os cientistas procuram estabelecer leis que 
expliquem os diferentes processos de caráter geral. Colhem-se, por meio 
dos sentidos, os dados científicos com os quais são formuladas as teorias e 
as leis físicas. Os cientistas reconhecem, entretanto, a imperfeição dos 
mecanismos sensoriais de percepção. A mera coleta de dados, embora 
necessária, é insuficiente e as novas informações devem ser integradas a 
algum tipo de generalização. Assim, por exemplo, a constatação de que a 
mosca tem três pares de patas, embora seja interessante, é ineficaz en-
quanto não for integrada a uma generalização, como "todos os insetos têm 
três pares de patas". 
Nos estudos biológicos de caráter experimental, uma das principais difi-
culdades consiste em controlar todas as variáveis que possam influir na 
realização do fenômeno em análise. O método experimental exige isenção, 
perspicácia, perseverança e geralmente muito trabalho. O conhecimento 
biológico foi complementado pela utilização de técnicas instrumentais fun-
damentadas em outras disciplinas científicas. Os avanços da óptica favore-
ceram o emprego dos microscópios ópticos, eletrônicos e de varredura, 
enquanto a química proporcionou técnicas analíticas de crescente precisão. 
Por meio de tais procedimentos, a biologia pôde aprofundar-se no conheci-
mento da natureza em dimensões nunca imaginadas pelos antigos pesqui-
sadores. Também foi fundamental a introdução de métodos de análise 
matemática e, em particular, estatística, essenciais para processar os dados 
obtidos por observação e experimentação. 
Ramos da biologia 
A biologia compreende muitas disciplinas, pois os seres vivos podem 
ser estudados em diferentes níveis de sua organização estrutural, desde as 
moléculas até às comunidades bióticas (ou biocenoses). Entre esses dois 
extremos estão a célula, os tecidos, os órgãos, os organismos e as popula-
ções. Os átomos formam moléculas, que formam células, que formam o 
tecido, e assim por diante, até o nível das comunidades, que, integradas aos 
respectivos biótopos, formam os ecossistemas. O conjunto de todos os 
biótopos da Terra constitui a biosfera, a qual abriga todos os organismos 
terrestres. Cada nível apresenta propriedades que lhes são peculiares. Por 
isso, a biologia é formada por uma multiplicidade de ciências. 
Como só era possível o estudo macroscópico, os objetos de estudo das 
ciências biológicas foram inicialmente os indivíduos. Animais e plantas têm 
certas peculiaridades que os diferenciam como objetos potenciais de estudo: 
os animais são geralmente dotados de movimentos, enquanto as plantas 
normalmente não. Tal característica torna mais fácil, por exemplo, a coleta 
de plantas (herbários) para estudo. Os animais são mais difíceis de desco-
brir, coletar, contar, etc., uma vez que sua posição no habitat muda frequen-
temente. Por isso, desde os primeiros tempos a biologia se organizou em 
dois grandes ramos de saber: a botânica, que é o estudo das plantas, e a 
zoologia, que é o estudo dos animais, embora os interesses dos antigos 
naturalistas nem sempre tivessem tanta nitidez assim. Mais tarde surgiram 
especializações cada vez mais restritivas, como a ictiologia (estudo dos 
peixes), a entomologia (estudo dos insetos), a micologia (estudo dos fungos) 
etc. Também se pode dividir a biologia de acordo com o aspecto estudado. 
Por exemplo, a fisiologia trata das funções e das relações entre os diferen-
tes órgãos; a embriologia estuda o desenvolvimento desde a fecundação; a 
paleontologia estuda os fósseis de seres extintos. A ecologia trata das 
interações dos organismos entre si e com o meio ambiente, seja no nível do 
indivíduo (auto-ecologia), da população (dinâmica ou ecologia de popula-
ções) e da comunidade ou biocenose (ecologia de comunidades, biocenóti-
ca ou sinecologia). 
Como os diferentes níveis de organização estão estreitamente relacio-
nados, os campos de estudo das ciências biológicas se sobrepõem, isso 
quando não se cria uma nova disciplina por "hibridação" de outras. Assim, o 
estudo da célula gerou a ciência que se encarrega desse tema, a citologia, 
que vem cedendo espaço para a biologia celular; quando se registraram os 
primeiros avanços no campo do conhecimento sobre os mecanismos da 
herança, nasceu a citogenética, que estuda os mecanismos em nível celular; 
e quando se introduziram métodos químicos de análise, surgiu a citoquími-
ca. 
O estudo dos fenômenos físico-químicos em que as moléculas dão ori-
gem a transformações químicas compete à bioquímica, à genética molecu-
lar, à citoquímica, à microbiologia e à virologia. A histologia trata dos tecidos, 
e tem também numerosas especializações: histopatologia, histoquímica etc. 
No início, o estudo da célula dependeu dos aperfeiçoamentos do microscó-
pio óptico, que possibilitava distinguir estruturas de dimensões próximas ao 
micrômetro (milésima parte de um milímetro), e de um conjunto de técnicas 
de coloração com que se podia tingir os diferentes orgânulos e substâncias 
celulares. O surgimento do microscópio eletrônico permitiu distinguir estrutu-
ras de dimensões muito mais reduzidas. 
Interdisciplinaridade e aplicações. Existem estudos biológicos que se 
aproximam de diferentes áreas científicas ou técnicas para somar esforços e 
resolver problemas concretos de estudo. A paleontologia, por exemplo, tem 
servido de ponte entre a biologia e a geologia; a antropologia levou a uma 
aproximação com a arqueologia; e a bioquímica reuniu a biologia e química. 
Também se estabeleceram vínculos com vários ramos da tecnologia, o que 
deu origem a vertentes muito férteis de trabalho: a biônica, que busca a 
aplicação de modelos encontrados na natureza à construção de engenhos; 
ou a bio-engenharia, que visa o desenvolvimento de mecanismos para suprir 
carências causadas por mutilações de órgãos humanos; a cibernética, que 
estuda os princípios comuns que regem o funcionamento dos organismos e 
das máquinas, e fornece a base para a robótica. Diversas indústrias utilizam 
métodos biológicos para fabricação de diferentes produtos e para a elimina-
ção de resíduos. A aplicação da biologia abrange, pois, desde o simples 
fermento utilizado no pão, até atividades mais complexas, como o controle 
de pragas e doenças. 
História da biologia 
Conhecimentos biológicos empíricos datam da época pré-histórica. Em 
sua condição de caçador e coletor, o homem primitivo conheceu diferentes 
tipos de animais e plantas e, mais especificamente, o comportamento dos 
primeiros, assim como os períodos de frutificação das espécies vegetais de 
que se alimentava. A representação de animais nas pinturas rupestres 
demonstra esse interesse biológico. Documentos escritos revelam que os 
babilônios da época de Hamurabi, por volta de 1800 a.C., já conheciam o 
dimorfismo sexual das tamareiras. Em papiros e baixos-relevos foram tam-
bém achadas descrições anatômicas de animais e do corpo humano, assim 
como estudos sobre os tecidos das plantas cultiváveis. Os antigos egípciosdispunham ainda de conhecimentos sobre plantas e óleos vegetais, que 
aplicavam às técnicas de embalsamamento. 
Grécia e Roma. No século VI a.C., produziu-se um salto qualitativo no 
progresso de todos os campos do saber, com o florescimento da cultura na 
Grécia. Por meio da pesquisa e da dedução pretenderam os gregos chegar 
ao conhecimento do mundo e das leis que o regem, numa atitude que 
constitui a origem da ciência ocidental. Em alguns dos sistemas globais 
então imaginados, já se percebia uma atitude evolucionista, pois sustenta-
vam que os seres vivos se haviam formado a partir da matéria inanimada. 
Para Tales de Mileto, tal formação se originava da condensação da água. 
Anaximandro, um de seus discípulos, acreditava que os primeiros seres 
vivos tinham sido os peixes, formados a partir de lama, os quais, ao aban-
donarem a água, teriam iniciado o desenvolvimento dos outros animais. 
A escola pitagórica fez importantes estudos anatômicos: Alcmeon de 
Crotona, um de seus membros, situou no cérebro a sede do intelecto e 
realizou os primeiros estudos sobre embriões. Na ilha de Cós, onde viveu 
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Biologia A Opção Certa Para a Sua Realização 3 
Hipócrates, considerado o fundador da medicina ocidental, criou-se uma 
importante escola médica, no século V a.C. 
Aristóteles, que viveu no século IV a.C., tem importância especial, dada 
a influência que suas ideias exerceram mais tarde na Europa. Coube-lhe 
formular o primeiro sistema de classificação dos animais, os quais dividiu em 
animais de sangue e animais sem sangue (em linhas gerais, correspondem 
aos atuais vertebrados e invertebrados). Ainda se consideram válidas algu-
mas de suas afirmações, como a da existência de órgãos homólogos (que 
se apresentam em diferentes espécies de organismos e que foram herdados 
de um ancestral comum) e órgãos análogos (que se apresentam em diferen-
tes espécies de organismos e têm função similar). Outra constatação de 
Aristóteles ainda vigente no conhecimento biológico é a da adaptação 
estrutural e funcional dos seres vivos ao meio. 
 
Teofrasto, discípulo de Aristóteles, deteve-se mais no estudo das plan-
tas: ocupou-se de sua sistemática, já que agrupou diversas espécies afins; 
analisou sua nomenclatura e deu nomes às diferentes partes da planta; 
descreveu com precisão a estrutura dos diversos tecidos, pelo que é consi-
derado fundador da anatomia vegetal; e estudou os fenômenos da poliniza-
ção e do desenvolvimento das sementes, com o que firmou as bases da 
embriologia botânica. 
Com a queda do império de Alexandre, o foco cultural trasladou-se da 
Grécia para a cidade egípcia de Alexandria, onde se destacaram, no campo 
da biologia, Erasístrato, que estudou o aparelho circulatório, e Herófilo, que 
dissecou corpos humanos e descreveu o sistema nervoso. 
Durante a era romana viveram Dioscórides, botânico que escreveu um 
tratado sobre ervas medicinais cuja influência perdurou por toda a Idade 
Média; Plínio o Velho, cuja História natural, apesar de misturar fatos científi-
cos a lendas e superstições, foi obra respeitada de consulta nos séculos 
posteriores; e Galeno, cuja obra constituiu o fundamento teórico da prática 
médica, embora suas pesquisas anatômicas não se baseassem no corpo 
humano, mas no de animais. 
Idade Média. Com o fim da civilização romana, a cultura clássica entrou 
em fase de regressão e coube ao mundo árabe a recuperação de um legado 
de conhecimentos mais tarde reintroduzidos na Europa graças às traduções 
do árabe para o latim. Entre os cientistas árabes que intervieram nesse 
importante trabalho de ligação destacam-se al-Yahiz, que viveu no século IX 
e elaborou um dos primeiros tratados de zoologia, o Livro dos animais; e 
Avicena (Ibn Sina), que no século XI redigiu, entre outras obras de interesse 
capital, o Cânon de medicina, paradigma da ciência biológica medieval. 
Nos séculos XII e XIII reativou-se a cultura europeia, fundaram-se esco-
las e universidades. Surgiram figuras como santo Alberto Magno e Roger 
Bacon. O primeiro escreveu tratados sobre animais e plantas, baseados 
principalmente nos escritos de Aristóteles. Durante o século XIV começaram 
a ser feitas dissecações de cadáveres, o que fez a anatomia progredir 
acentuadamente. 
Renascimento. Durante o século XVI, fatores como o êxodo dos sábios 
bizantinos para o Ocidente, depois da conquista de Constantinopla pelos 
turcos, e a invenção da imprensa propiciaram novo impulso ao estudo da 
natureza em geral e da biologia em particular. O anatomista flamengo An-
dreas Vesalius ensinou na Universidade de Pádua, onde realizou estudos 
anatômicos, relatados na obra De humani corporis fabrica libri septem 
(1543; Sete livros sobre a estrutura do corpo humano). No campo da fisiolo-
gia, o espanhol Miguel Servet iniciou o estudo da circulação sanguínea, 
concluído no século XVII pelo inglês William Harvey. 
Por essa época foram publicados tratados de zoologia, como o do suíço 
Conrad Gesner, que incluía estudos anatômicos desenhados por Albrecht 
Durer, e descreveram-se a flora e a fauna das mais longínquas regiões. 
Ante a grande quantidade de plantas e animais que iam sendo registrados, 
tornou-se necessário aperfeiçoar os sistemas de classificação. Andrea 
Cesalpino, botânico italiano, procurou estabelecer um sistema de diferencia-
ção das plantas baseado na estrutura de flores, sementes e frutos. Estabe-
leceu assim as primeiras hipóteses sobre os mecanismos de reprodução 
dos vegetais. O suíço Gaspard Bauhin concebeu um sistema em que atribu-
ía a cada planta dois nomes: o genérico e o específico. A montagem de 
herbários, a que se incorporavam as plantas trazidas por viajantes ou por 
expedições científicas, contribuiu bastante para o desenvolvimento da 
botânica nessa época. Também foi fundamental a criação de jardins botâni-
cos, geralmente ligados a universidades, como os de Pisa, Bolonha, Leyden, 
Oxford e Paris. 
Expansão. No século XVIII fundaram-se numerosas sociedades científi-
cas, como a Royal Society britânica ou a Academia de Ciências francesa, e 
com elas surgiram as primeiras revistas científicas. Nas discussões entre os 
membros dessas instituições, frequentemente se fazia referência a um 
instrumento que viria abrir novas portas ao conhecimento biológico: o mi-
croscópio. Com esse aparelho, o italiano Marcello Malpighi examinou grande 
quantidade de tecidos animais e vegetais. Em 1665, Robert Hooke desco-
briu a estrutura celular e utilizou pela primeira vez a palavra célula. Os 
primeiros microrganismos, inicialmente denominados animálculos, foram 
descobertos pelo holandês Antonie van Leeuwenhoek em infusões que ele 
mesmo havia preparado. O microscópio também permitiu confirmar a exis-
tência de espermatozóides no líquido seminal. Esta descoberta gerou as 
escolas espermista e ovulista, uma das tendências em que se dividiu a 
teoria da pré-formação. Os pré-formistas sustentavam que nas células 
sexuais (no espermatozóide, para os espermistas, ou no óvulo, para os 
ovulistas) existia latente uma miniatura do ser vivo. Tal teoria contestava a 
da epigenesia, que defendia a formação gradual do embrião. 
Outros microscopistas pesquisaram tecidos animais e vegetais. O ho-
landês Jan Swammerdam estudou a anatomia dos insetos e o inglês Nehe-
miah Grew analisou a estrutura das células das plantas. Outro tema de 
controvérsia foi o da geração espontânea. Dois microscopistas, o inglês 
John Turberville Needham e o italiano Lazzaro Spallanzani, isolaram e 
cultivaram infusões, e obtiveram resultados opostos. Só no século XIX 
Pasteur demonstrou cabalmentea impossibilidade da geração espontânea. 
Durante o século XVIII realizaram-se novos estudos químicos relacio-
nados com a biologia. Lavoisier estudou o papel desempenhado pelo oxigê-
nio na respiração animal e a utilização do dióxido de carbono pelas plantas. 
A importância da luz solar para os processos vitais do mundo vegetal foi 
revelada pelo holandês Jan Ingenhousz, descobridor da fotossíntese; pelo 
suíço Nicolas-Théodore de Saussure, que consolidou grande parte dos 
princípios da fisiologia vegetal; e pelo também suíço Jean Senebier, que 
observou a liberação de oxigênio pelas plantas. 
No mesmo século viveu o sueco Carl von Linné, conhecido como Lineu, 
que utilizou o sistema binominal para designar todas as plantas e animais 
catalogados em sua obra Systema naturae (1735; Sistema da natureza), 
que agrupava as diferentes espécies em gêneros, famílias, ordens e classes 
sucessivamente e baseava-se na semelhança de certas características 
concretas que escolhera, como a forma da flor, no caso das plantas, ou a 
forma e o número de dentes e dedos, para os animais. 
Durante o século XVIII e início do século XIX realizaram-se numerosos 
estudos de anatomia comparada com o fim de verificar as semelhanças 
existentes entre as diversas espécies animais. Destacaram-se nesse campo 
o inglês Edward Tyson e o francês Georges Cuvier. Este último compreen-
deu a relação entre as diferentes partes de um mesmo animal, o que possi-
bilitou deduzir a forma do animal completo a partir de um pequeno resto. Tal 
recurso constitui fator fundamental para o estudo dos fósseis. O próprio 
Cuvier, com suas Recherches sur les ossements fossiles des quadrupèdes 
(1812; Pesquisas sobre as ossadas fósseis de quadrúpedes), estabeleceu o 
universo precursor da ciência que se ocupa do estudo dos fósseis, a paleon-
tologia. 
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Biologia A Opção Certa Para a Sua Realização 4 
Muitos fatores influíram na divisão dos biólogos em diferentes correntes 
de opinião, frequentemente opostas. Entre esses fatores incluem-se as 
afinidades anatômicas entre animais de diferentes espécies, como por 
exemplo as que foram identificadas por Tyson entre o homem e o chimpan-
zé; a hipotética existência de uma hierarquia para todos os seres vivos, que 
levou Leibniz a predizer a descoberta de formas de transição entre as plan-
tas e os animais; e o achado de fósseis de animais extintos. Sobre esse 
último ponto, houve duas correntes: a dos catastrofistas, entre os quais 
Cuvier, que viam nas catástrofes naturais a explicação para a fossilização 
dos animais, e a dos que, como o conde de Buffon, atribuíam à influência do 
habitat, do clima ou dos alimentos a transformação de certos seres vivos em 
outros. 
Um novo passo na formulação das ideias evolucionistas foi dado por 
Jean-Baptiste de Monet Lamarck, que em sua Philosophie zoologique (1809; 
Filosofia zoológica) afirmou que o meio modifica plantas e animais; chegou 
assim à lei do uso e desuso. Baseado na herança de caracteres adquiridos, 
sustentava ele que mudanças ambientais demandariam uma utilização dos 
órgãos, os quais se tornariam mais desenvolvidos, e as transformações 
seriam então transmitidas para a prole do organismo. A falta de uso dos 
órgãos levaria a retrocessos. 
Finalmente, as ideias transformistas se consolidaram na teoria de Char-
les Darwin, exposta em seu livro On the Origin of Species by Means of 
Natural Selection (1859; Sobre a origem das espécies por meio da seleção 
natural). Baseado em uma vasta coleção de dados, coligidos em vários 
lugares do mundo e na ampla competência teórica adquirida durante anos 
de pesquisas, Darwin afirmou nessa obra que, dentro da enorme variedade 
que se observa numa mesma espécie, o meio seleciona os indivíduos mais 
aptos à sobrevivência, os quais transmitem à descendência suas próprias 
características. 
As obras de dois pesquisadores, Thomas Robert Malthus e Charles 
Lyel, tiveram profunda influência na origem e desenvolvimento das ideias 
evolucionistas de Darwin. A obra de Malthus, intitulada An Essay on the 
Principle of Population (1798; Ensaio sobre o princípio da população), foi 
publicada em Londres e logo provocou grandes discussões em todo o 
mundo científico da época. Lyel, fundador da geologia, publicou também em 
Londres o livro Principles of Geology (1832; Princípios de geologia), também 
de ampla repercussão. 
Além do grande avanço conceitual proporcionado pelas teorias evoluci-
onistas de Darwin e de outros naturalistas, como Alfred Russell Wallace, o 
século XIX foi fecundo para a biologia em muitos outros campos. À luz das 
descobertas do alemão Christian Heinrich Pander e do estoniano Karl Ernst 
von Baer em seus estudos sobre embriologia, descartaram-se as ideias pré-
formistas. Estabeleceram-se as bases da teoria celular, segundo a qual 
todos os organismos se compõem de células. Essa teoria foi aplicada às 
plantas por Matthias Jakob Schleiden e aos animais por Theodor Schwann. 
Virchow afirmou que toda célula provém de outra célula e deu um impulso à 
patologia celular ao relacionar algumas doenças com processos celulares 
anormais. 
Hugo von Mohl descobriu a existência de um núcleo e de um proto-
plasma na célula. Também se estudou o processo da mitose, pelo qual uma 
célula se divide em duas, nos animais (Walther Flemming) e nas plantas 
(Eduard Strasburger). O zoólogo alemão Hermann Fol descreveu o proces-
so de fecundação do óvulo pelo espermatozóide, e o citologista belga 
Edouard van Beneden, o da meiose, para formar os gametas. Outro avanço 
fundamental no campo das ciências biológicas resultou do trabalho de 
Pasteur, que demonstrou o papel desempenhado pelos microrganismos no 
desenvolvimento de doenças infecciosas e realizou estudos sobre a fermen-
tação, a partir dos quais Eduard Buchner conseguiu isolar uma das enzimas 
participantes desse processo. 
Em fins do século XIX, o dinamarquês Johannes Eugenius Bulow War-
ming publicou Plantesamfund gundträk af den öekologiske pplantegeografi 
(1895; Geografia vegetal ecológica), onde apareceu pela primeira vez o 
termo "ecologia", cunhado por Ernst Haeckel, junto com uma ampla discus-
são teórica que redundou na fundação d a ecologia. Outro pesquisador que 
muito contribuiu para as bases dessa ciência foi o botânico alemão Andreas 
Schimper, que publicou Pflanzengeographie auf physiologisher Grundlage 
(1898; Geografia vegetal em bases fisiológicas). Vários cientistas, sobretudo 
fitogeógrafos, em atividade nos fins do século XIX e início do século XX, 
ajudaram a consolidar esse ramo da biologia. A ecologia desenvolveu-se na 
segunda metade do século XX, graças principalmente ao trabalho do inglês 
Charles Elton, fundador da ecologia animal, e do americano Robert MacAr-
thur, um dos pioneiros da ecologia geográfica. 
Os trabalhos do monge austríaco Gregor Johann Mendel constituíram o 
núcleo a partir do qual se desenvolveu a genética moderna. Para executar 
seus experimentos, Mendel adquiriu em casas especializadas sementes de 
34 variedades puras de ervilhas. Para assegurar-se de que estava lidando 
com variedades verdadeiramente puras, cultivou-as durante vários anos, 
antes de iniciar suas experiências. Constatou então que o fenômeno encai-
xava-se em regras simples, que o botânico holandês Hugo de Vries chamou 
de leis de Mendel, primeiras leis da herança genética e também primeiras 
leis quantitativas em biologia. 
 
Século XX. O emprego de instrumentos avançados, como o microscópio 
eletrônico, os recursos da informática e as técnicas de análise química e 
física de crescente sensibilidadee exatidão, assim como o aumento de 
capacitação dos biólogos, fizeram com que a pesquisa biológica no século 
XX alcançasse o nível molecular e que avançasse também, sem perda do 
rigor analítico, na compreensão de fenômenos mais gerais, como os bioge-
ográficos e ecológicos. Depois de formulada a teoria da herança, em que se 
ligavam as investigações de Mendel com os estudos celulares sobre os 
processos de divisão, estabeleceram-se as bases da genética molecular. 
Essa disciplina estuda o material que integra os cromossomos e o modo 
pelo qual a informação neles contida se transmite nos processos de consti-
tuição da estrutura do indivíduo. Graças aos trabalhos de James Dewey 
Watson e Francis Crick, na década de 1950, descobriu-se o ADN. ©En-
cyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. 
Zoologia 
Pode-se dizer que o homem primitivo se fez zoólogo naturalmente, pela 
necessidade de conhecer bem tanto os animais de que podia depender para 
alimento e vestuário, como aqueles de que devia fugir. A anatomia e a 
zoologia acham-se presentes na arte do homem primitivo, intimamente 
ligada a sua vida e seu meio. A domesticação e a criação dos animais, que 
exigiam mais observação e até mesmo certo grau de experimentação, 
decerto aumentaram os conhecimentos do homem caçador e contribuíram 
para a formação de uma cultura zoológica. Tão importantes se tornaram os 
animais para a vida humana, que muitos foram deificados e serviram de 
base à criação de mitos. 
Zoologia é o ramo das ciências biológicas que se ocupa do estudo do 
reino animal em seus múltiplos aspectos. Abrange todas as formas de 
estudo relativas a animais -- não apenas os componentes do corpo animal e 
os processos vitais que o sustentam, mas também as relações que mantêm 
os animais ou grupos de animais entre si e com o meio ambiente. Devido a 
sua grande abrangência, a zoologia em geral se divide em numerosas 
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Biologia A Opção Certa Para a Sua Realização 5 
subdisciplinas das quais as principais incluem citologia, embriologia, morfo-
logia, fisiologia, patologia, paleontologia, genética e evolução, taxionomia, 
etologia (estudo do comportamento animal), ecologia e zoogeografia. 
Além das pesquisas concretas e específicas em cada um dos diversos 
campos de que trata, a zoologia tenta responder a uma série de questões 
básicas, tais como: o que é um animal e em que se diferencia essencialmen-
te dos demais seres vivos; que tipos ou padrões básicos de organização 
animal existem e como se agrupam as diversas formas para dar lugar a 
grandes troncos aparentados entre si; que fatores governam ou influenciam 
a evolução e a distribuição das espécies animais ao longo do tempo; e que 
relações ecológicas mantêm essas espécies e com outros grupos de ani-
mais e plantas e com o meio em que se desenvolvem. 
Ramos da zoologia. Dada a amplitude de aspectos implicados numa vi-
são científica do mundo animal, são múltiplas as ciências e ramos, auxiliares 
ou básicos, gerais ou especiais, que contribuem para o conhecimento zoo-
lógico. O aspecto externo, a morfologia, a estrutura e a organização inter-
nas, em suas partes puramente descritivas, correspondem à anatomia 
externa e interna. A biofísica e a bioquímica, desenvolvidas nas últimas 
décadas do século XX, consideram em sua aplicação à zoologia os aspec-
tos físicos e químicos de constituição e funcionamento dos animais e elabo-
ram modelos mais ou menos abstratos e em grande medida desligados de 
suas coordenadas anatômicas ou descritivas. 
A histologia animal investiga a estrutura, formação e distribuição dos te-
cidos animais, enquanto a citologia animal faz o mesmo em relação às 
células, consideradas como unidades. Nesse sentido, aprofunda o estudo 
das propriedades e características orgânicas e funcionais que distinguem as 
células animais das vegetais. Essas últimas são capazes de fotossíntese, o 
que lhes permite sintetizar o próprio alimento a partir de materiais inorgâni-
cos. Além disso, as células vegetais são fortemente vacuoladas, com abun-
dância de grânulos nos quais se acumulam amidos e outras substâncias de 
reserva, e apresentam uma parede celulósica que as priva de mobilidade e 
flexibilidade. A célula animal não dispõe de tal suporte externo nem apresen-
ta tão grande número de grânulos nem de cloroplastos (corpúsculos nos 
quais se verifica a fotossíntese). 
Outras ciências biológicas gerais e fundamentais para a compreensão 
do fenômeno animal são: a genética, que estuda os mecanismos da herança 
dos caracteres biológicos; a fisiologia animal, cujo objeto de estudo são os 
processos que ocorrem no organismo animal e permitem seu funcionamen-
to; e a embriologia, que tem por objeto o desenvolvimento do animal desde 
seus primeiros estágios de vida, quando não passa de um conjunto de 
células proveniente da segmentação do óvulo fecundado, a mórula, até 
atingir a estrutura e aspecto definitivos. 
A ecologia se ocupa da relação entre os animais e seu meio, este com-
preendido como o conjunto de fatores, tanto abióticos quanto biológicos, que 
constituem o ambiente em que vivem. Tal disciplina implica um nível de 
complexidade superior ao individual e abrange comunidades e populações, 
que são as unidades ecológicas básicas. A etologia trata do comportamento 
animal e, apesar de ser uma ciência recente, constitui uma das áreas mais 
fecundas e promissoras da zoologia, tendo esclarecido problemas funda-
mentais relacionados à linguagem animal, à territorialidade, às normas 
sociais, ao comportamento reprodutor e migratório e às causas da agressi-
vidade. A zoogeografia se liga estreitamente a essas duas ciências e tenta 
esclarecer os fatores que intervêm na distribuição geográfica dos animais no 
planeta, assim como as leis profundas que regem tal distribuição. 
A paleozoologia, que investiga as formas animais das eras geológicas 
passadas e sua evolução no decorrer do tempo, e a taxionomia, ou sistemá-
tica, cuja tarefa é traçar as grandes linhas de parentesco entre os compo-
nentes do reino animal, completam o quadro de disciplinas básicas que 
contribuem para o caudal comum de conhecimentos da zoologia. 
Outros ramos da ciência zoológica dizem respeito a áreas ou grupos 
específicos dentro do estudo do reino animal. Entre elas estão a parasitolo-
gia, cujo campo de trabalho se centra em organismos animais que vivem à 
custa de outros, causando-lhes prejuízo; a protozoologia, ciência que estuda 
os animais unicelulares ou protozoários; a helmintologia, que se refere aos 
vermes, categoria não-sistemática na qual se incluem representantes de 
diferentes tipos, tais como os platelmintos, asquelmintos e anelídeos; a 
malacologia, que investiga os moluscos; a entomologia, relativa aos artrópo-
des e, mais concretamente, aos insetos etc. No que se refere aos vertebra-
dos, há também diversas disciplinas especiais, tais como a ictiologia, estudo 
dos peixes; a herpetologia, dos répteis; a ornitologia, das aves; e a masto-
zoologia, dos mamíferos. 
Métodos de estudo e pesquisa. A observação direta constitui o primeiro 
método de estudo utilizado pelo homem tanto para investigar o reino animal 
quanto o mundo natural em geral. De fato, é essa a primeira etapa na for-
mação de toda ciência e, no caso de algumas disciplinas, como a etologia, 
continua a ter importância fundamental. Nos tempos modernos, muitos 
instrumentos ampliaram de maneira notável essa capacidade de observa-
ção, básica em qualquer trabalho de campo: câmaras fotográficas equipa-
das com teleobjetivas ou simples binóculos são ferramentas insubstituíveis 
parao conhecimento do comportamento dos vertebrados terrestres em seu 
meio ambiente, nos estudos da distribuição de espécies e nas pesquisas 
ecológicas e de comportamento. 
A dissecação constitui outra das técnicas mais importantes da zoologia 
e durante séculos a única, além da observação direta. Bisturis, agulhas, 
pinças, tesouras etc. são alguns dos utensílios empregados em tais práticas. 
A invenção do microscópio representou uma revolução, pois com esse 
instrumento os animais mais diminutos, como os protozoários, e as estrutu-
ras histológicas mais finas se tornaram pela primeira vez acessíveis ao olho 
humano. As lupas são também valiosos instrumentos de trabalho para o 
zoólogo. 
Nos trabalhos de zoologia, torna-se necessária a captura de animais, 
vivos ou mortos, para que se possa proceder a seu estudo e classificação. 
Para isso, foram utilizados todo tipo de artefatos, desde armadilhas e redes 
até fuzis para injetar a distância agentes anestésicos e soníferos. Uma vez 
capturados, os exemplares mortos devem ser conservados e preparados, 
para o que se empregam líquidos como o formol, o álcool etc., capazes de 
impedir a decomposição dos tecidos. Muitos grupos animais são dotados de 
exosqueletos, como acontece com os insetos, e de carcaças, como os 
moluscos gastrópodes e bivalves, o que facilita a sua conservação. As 
coleções entomológicas e malacológicas, entre as mais conhecidas, assim 
como a montagem de esqueletos, no caso dos vertebrados e das práticas 
de taxidermia, permitem dispor ordenadamente o material zoológico coleta-
do. 
Além dessas técnicas, a zoologia moderna utiliza complexos procedi-
mentos bioquímicos para analisar as proteínas de uma determinada espécie 
e compará-las com as de outras (cromatografia de aminoácidos e eletrofore-
se) com o objetivo de determinar seu parentesco. Também utiliza métodos 
biométricos (medição das distintas partes orgânicas e correlação); técnicas 
fisiológicas (avaliação da taxa metabólica, respiratória, das funções digesti-
vas, excretoras etc.); e aparelhos como o radar (evolução da migração de 
aves), a câmara cinematográfica, o gravador (estudos de comportamento, 
canto de aves, sons etc.) e o rádio, para o acompanhamento de mamíferos 
em seu meio natural, por exemplo, para o que se coloca no animal um colar 
emissor de ondas de rádio. 
Importância da zoologia. A zoologia, além de ser uma ciência com peso 
específico dentro da biologia, reveste-se de grande importância para o 
homem em muitas outras áreas, da economia à cultura. 
No campo da medicina e da saúde, são numerosos os produtos e subs-
tâncias de origem animal descobertos pelas pesquisas zoológicas que se 
revelaram de extrema utilidade para o tratamento de enfermidades, fabrica-
ção de soros, correção de deficiências endócrinas etc. e que incluem desde 
hormônios até venenos extraídos de serpentes. A experimentação com 
animais com objetivos médicos e farmacológicos (testes de vacinas, remé-
dios etc.) é amplamente difundida. Outra aplicação de grande importância 
constituem os estudos parasitológicos e epidemiológicos, estes últimos no 
que se refere à transmissão e veiculação de agentes patogênicos por alguns 
animais. 
Na agropecuária, o conhecimento proporcionado pela zoologia sobre as 
pragas da lavoura, sua biologia, ciclos vitais, inimigos naturais etc. fornece a 
base para erradicá-las. Igualmente úteis são as pesquisas sobre os insetos 
e aves polinizadoras, as espécies benéficas para os campos, a influência de 
muitos animais na melhoria da estrutura dos solos e as possibilidades de 
domesticação e aproveitamento de mamíferos herbívoros autóctones em 
zonas nas quais o gado doméstico apresenta baixos rendimentos e provoca 
graves alterações ecológicas. 
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Biologia A Opção Certa Para a Sua Realização 6 
As aplicações industriais e científicas dos resultados dos estudos zooló-
gicos são múltiplas e abrangem uma ampla gama de produtos e substân-
cias, desde corantes e tintas (obtidos de cochonilhas, gastrópodes e outros) 
até gorduras, espermacete, peles etc. A reprodução de modelos básicos de 
muitos animais na fabricação de máquinas e instrumentos deu origem a uma 
nova ciência, a biônica. 
Também no aspecto cultural, o papel desempenhado pela zoologia não 
é nada desdenhável. Reservas, jardins zoológicos, aquários e outros centros 
e instalações semelhantes desempenham importante função educadora e 
divulgadora e contribuem para ampliar a visão intelectual de uma porção 
cada vez maior da sociedade para a qual o acesso ao meio natural é pro-
gressivamente mais difícil e esporádico. 
História. A zoologia não existiu como ciência até os trabalhos de Aristó-
teles, o primeiro a descrever de forma sistemática numerosas espécies 
animais e a estudar problemas como a reprodução e sua classificação em 
diferentes grupos segundo o grau de semelhança. 
Já nos primeiros anos da era cristã, destacou-se como naturalista Plínio 
o Velho, que resumiu os conhecimentos zoológicos de sua época na obra 
Historia naturalis, na qual reuniu inúmeras descrições de animais, uns reais 
e outros mitológicos, pois incluía em sua relação unicórnios e grifos, entre 
outros seres fabulosos. Essa falta de rigor deu início a uma tradição que 
prosseguiu nos bestiários medievais, em que eram representados seres 
imaginários, desde harpias e centauros até dragões e quimeras, e depois 
nos relatos de viajantes e nas crônicas de comerciantes e aventureiros que 
alimentaram a imaginação de muitas gerações, na Idade Média e no início 
da idade moderna. 
A partir do Renascimento, o saber humano experimentou um notável 
desenvolvimento que levou à criação do método científico, ao desenvolvi-
mento e expansão da investigação direta e à observação do mundo natural 
como única forma válida de conhecimento, além das afirmações dogmáticas 
e daquelas baseadas em autoridades de outras épocas, entre elas o próprio 
Aristóteles. Na medicina, expandiu-se a prática da dissecação, procedimen-
to também seguido pelos naturalistas e que abriria à ciência aspectos até 
então desconhecidos da estrutura e do funcionamento dos seres vivos. 
As explorações geográficas, que se sucederam ao longo da idade mo-
derna, levaram a conhecer novas faunas, com formas animais mais surpre-
endentes do que as mais fantásticas criações antigas, o que estimulou 
relatórios científicos, viagens subvencionadas por academias e governos, e 
obras enciclopédicas como a de George-Louis Leclerc, conde de Buffon. Em 
sua Histoire naturelle générale et particulière, de mais de trinta volumes e 
cuja publicação teve início em 1749, Buffon ofereceu uma ampla mostra, 
com frequência mais pitoresca que rigorosa, de tudo o que a ciência zooló-
gica de sua época reconhecera e estudara. 
Produtos das viagens de exploração pela América, realizadas em sua 
maior parte por naturalistas espanhóis, como as obras de José de Acosta, 
entre outros, deram a conhecer à Europa a rica e variada fauna do Novo 
Mundo. A criação de laboratórios de zoologia e de museus nas principais 
universidades europeias, assim como de ricas coleções com base nas quais 
se elaboraram as primeiras classificações exaustivas, foi habitual ao longo 
dos séculos XVI e XVII. 
O chamado sistema binominal, método de classificação idealizado pelo 
botânico sueco Lineu, abriu seu caminho pouco a pouco, por sua simplicida-
de e eficácia, tanto em botânica quanto em zoologia. De acordo com tal 
método, atribuía-se um nome científico composto de dois termos latinos, o 
primeiro para designar o gênero e o segundo a espécie, de maneira quecada ser vivo poderia ter a sua denominação, que também levava em conta 
seu parentesco genérico. 
A invenção do microscópio e sua utilização por pesquisadores como An-
tonie van Leeuwenhoek permitiu aos zoólogos a descoberta de um novo 
mundo de animais imperceptíveis a olho nu, tais como os protozoários, 
estágios larvares de numerosas classes, rotíferos etc., assim como as 
células reprodutoras (óvulos e espermatozóides). Georg Augustus Goldfuss 
incluiu mais tarde no conceito de protozoários outros animais que têm em 
comum com esse grupo o único fato de serem microscópicos, como ocorre 
com os rotíferos, que depois passaram a ser incluídos no grupo dos asque-
lmintos. 
O problema da evolução das espécies (deve-se o conceito de espécie 
ao britânico John Ray) foi objeto de estudo rigoroso pela primeira vez por 
Jean-Baptiste Lamarck, que propôs em sua obra Philosophie zoologique 
(1809) a denominada teoria do transformismo, que defendia a transmissão 
hereditária dos caracteres adquiridos. A questão foi um dos principais temas 
de debate científico ao longo do século XIX e culminou na teoria da evolu-
ção elaborada de forma independente por Alfred Russel Wallace e Charles 
Darwin. O primeiro lançou os fundamentos da zoogeografia, após pesquisar 
um amplo material biológico durante suas explorações no arquipélago 
malaio. O segundo, autor da célebre obra On the Origin of Species (1859; 
Sobre a origem das espécies), produziu ainda inúmeras monografias de 
considerável importância, sobretudo no que se refere à biologia de certos 
grupos de crustáceos e insetos, a teoria das formações de coral e a descri-
ção dos mamíferos fósseis da Patagônia, entre outros temas. 
A pesquisa de fósseis permitiu o desenvolvimento da paleozoologia, ci-
ência bastante beneficiada pelos trabalhos do francês Georges Cuvier, autor 
de estudos de anatomia comparada e idealizador do conceito de plano de 
organização, ou padrão geral estrutural e orgânico, a que pareciam obede-
cer grandes grupos de animais. Cuvier distinguiu quatro grandes planos 
organizacionais: o dos radiados, o dos moluscos, o dos articulados (depois 
artrópodes) e o dos vertebrados. Outro que deu grande contribuição à 
paleozoologia foi o britânico Richard Owen. 
Muitos outros nomes se destacam pela importância de suas contribui-
ções ao conhecimento da biologia animal: Rudolf Leuckart, que estudou os 
celenterados, assim como os ovos dos insetos e o fenômeno da partenogê-
nese, em consequência da qual as fêmeas se reproduzem sem a interven-
ção dos machos; Christian Gottfried Ehrenberg, que distinguiu os protozoá-
rios de outros animais microscópicos pluricelulares; Karl Theodor von Sie-
bold, que se notabilizou no estudo da anatomia comparada dos invertebra-
dos; e Ernst Heinrich Haeckel, que enunciou a chamada lei biogenética 
fundamental (também chamada teoria da recapitulação), segundo a qual o 
desenvolvimento do ser desde a fecundação até a maturidade para a repro-
dução é uma recapitulação das fases sucessivas pelas quais passou a 
espécie a que pertence em sua evolução. 
Principais grupos animais. O reino animal se divide em grandes grupos, 
cada um dos quais tem a categoria de filo e representa um modelo estrutural 
ou padrão organizacional básico claramente diferenciado. A classificação do 
mundo animal está longe de ser definitiva, pois existem grupos de posição 
duvidosa, seja pela apresentação de caracteres híbridos entre dois ou mais 
tipos, seja por apresentar características próprias mas cujo peso específico 
do ponto de vista taxionômico não está claro. Por essa razão, as classifica-
ções zoológicas variam de acordo com seus autores. 
Apesar dessas divergências, pode-se considerar os seguintes filos cla-
ramente definidos: (1) protozoários, que incluem os animais unicelulares, 
como as amebas e os tripanossomos; (2) poríferos ou espongiários, plurice-
lulares, que incluem as esponjas, as quais vivem fixas sobre um substrato e 
se nutrem das partículas deslocadas pela água quando esta penetra através 
dos numerosos poros que possuem no corpo; (3) celenterados ou cnidários, 
como as hidras, medusas e corais; (4) ctenóforos, em muitos aspectos 
semelhantes aos anteriores, mas distintos em estrutura e biologia; (5) pla-
telmintos, vermes achatados como as planárias e as tênias, muitos dos 
quais parasitas do homem e de outros animais; (6) nemertinos, longos e 
estreitos vermes dotados de uma pequena estrutura em forma de tromba; 
(7) asquelmintos, vermes em geral cilíndricos, entre os quais se encontram 
as lombrigas e os rotíferos, estes últimos microscópicos; (8) anelídeos ou 
vermes cilíndricos com cavidade entre os órgãos internos e a parede do 
corpo, ao qual pertencem as poliquetas marinhas, minhocas e sanguessu-
gas; (9) moluscos, animais providos de uma carcaça calcária em forma de 
espiral, de duas valvas ou reduzido a uma haste cartilaginosa ou coriácea 
interna; (10) artrópodes, dotados de apêndices articulados, como os crustá-
ceos, aracnídeos, insetos e miriápodes; (11) equinodermos, com esqueleto 
calcário sob a primeira camada epitelial, grupo em que estão as estrelas do 
mar, ouriços, os holoturóides, os ofiúros e os crinóides; (12) hemicordados, 
marinhos e com aspecto de vermes, como o balanoglosso; (13) quetógna-
tos, marinhos e planctônicos; (14) pogonóforos, marinhos, com tentáculos 
filiformes; e (15) cordados, no qual se encontram os vertebrados, integrados 
pelos ciclostomados ou lampreias, os condrictes (peixes cartilaginosos), os 
osteíctes (peixes de esqueleto ósseo), os anfíbios, os répteis, as aves e os 
mamíferos. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. 
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• MOLÉCULAS, CÉLULAS E TECIDOS – ESTRUTURA E FISIO-
LOGIA CELULAR: MEMBRANA, CITOPLASMA E NÚCLEO. 
DIVISÃO CELULAR. ASPECTOS BIOQUÍMICOS DAS ESTRU-
TURAS CELULARES. ASPECTOS GERAIS DO METABOLISMO 
CELULAR. METABOLISMO ENERGÉTICO: FOTOSSÍNTESE E 
RESPIRAÇÃO. CODIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO GENÉTICA. 
SÍNTESE PROTEICA. DIFERENCIAÇÃO CELULAR. PRINCIPAIS 
TECIDOS ANIMAIS E VEGETAIS. ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS 
CÉLULAS. NOÇÕES SOBRE CÉLULAS-TRONCO, CLONAGEM 
E TECNOLOGIA DO DNA RECOMBINANTE. APLICAÇÕES DE 
BIOTECNOLOGIA NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS, FÁRMA-
COS E COMPONENTES BIOLÓGICOS. APLICAÇÕES DE TEC-
NOLOGIAS RELACIONADAS AO DNA A INVESTIGAÇÕES 
CIENTÍFICAS, DETERMINAÇÃO DA PATERNIDADE, INVESTI-
GAÇÃO CRIMINAL E IDENTIFICAÇÃO DE INDIVÍDUOS. AS-
PECTOS ÉTICOS RELACIONADOS AO DESENVOLVIMENTO 
BIOTECNOLÓGICO. BIOTECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE. 
Composição Química da Célula 
A composição química dos seres vivos é estudada pela parte da biolo-
gia chamada Bioquímica. Os componentes químicos da células são dividi-
dos em inorgânicos e orgânicos: 
Compostos Inorgânicos Compostos orgânicos 
 Carboidratos 
Água Lipídios 
Sais minerais Proteínas 
 Ácidos nucléicos 
Compostos inorgânicos das Células 
Água 
É a substância encontrada em maior quantidade na matéria viva. A ta-
xa de água nos organismos varia conforme três fatores: 
Atividade metabólica de um determinado tecido ou órgão: as células 
nervosas do cérebro humano têm cerca de 78% de água, enquanto as 
células dos ossos que têm menos atividade apresentam 40% de água. 
Com a idade: quanto mais jovem for o organismo maior será a quanti-
dade de água dentro de uma mesma espécie. O encéfalo do embrião tem 
92% de água, enquanto o do adulto, 78%. 
Com a espécie: na espécie humana a água representa 65% do seu 
corpo, nas águas vivas ela representa 98%. 
Funções da Água 
 Solvente universal noslíquidos orgânicos. 
 Meio de transporte de aquisição e eliminação de substâncias. 
 Atua nas reações de hidrólise. 
 Contribui para manter a temperatura do corpo dos seres vivos. 
 Age como lubrificante, estando presente em regiões onde há 
atritos, nas articulações entre os ossos, por exemplo. 
A água é obtida pelos seres vivos através da ingestão direta ou indire-
tamente através dos alimentos 
Sais Minerais 
Os sais minerais são substâncias que regulam o metabolismo celular. 
Eles são encontrados sob duas formas básicas: insolúveis e solúveis. 
a) Forma insolúvel - eles acham-se imobilizados fazendo parte da 
estrutura do esqueleto, tais como ossos, carapaças, etc. O fosfato de cálcio 
é um sal encontrado em abundância nos ossos dos vertebrados contribuin-
do para a sua rigidez. 
b) Forma solúvel - eles acham-se dissolvidos na água formando 
íons. E nessa forma que eles desempenham importantes papéis biológicos 
nos seres vivos. Veja no quadro abaixo, alguns íons com o seu respectivo 
papel biológico. 
Ion Papel Biológico 
Cálcio Atua na coagulação do sangue e participa da 
estrutura do esqueleto 
Ferro Faz parte da composição de hemoglobina (pig-
mento do sangue). Componente de substâncias 
importantes na respiração e na fotossíntese 
(citocromos) 
Fosfato Componente estrutural dos ácidos nucléicos e da 
molécula do ATP. Participa também da estrutura 
do esqueleto 
Sódio e 
Potássio 
Tem ativa participação na transmissão do impulso 
nervoso através dos neurônios 
Os sais minerais são obtidos através da ingestão de água e juntamen-
te com os alimentos. 
Compostos Orgânicos da Célula 
Carboidratos ou hidratos de carbono 
São compostos orgânicos formados por carbono, hidrogênio e oxigê-
nio. Constituem as principais estruturas produzidas pelo processo de 
fotossíntese. 
Os carboidratos desempenham basicamente função energética. Eles 
também apresentam função estrutural. Eles são classificados em três 
grupos: monossacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. 
a) Monossacarídeos - constituem açucares simples que não sofrem 
hidrólise. Apresentam geralmente a fórmula geral Cn (H2O)n, sendo que n 
varia de 3 a 7. 
Conforme o número de átomos de carbono, os monossacarídeos de-
nominam-se trioses, tetroses, pentoses, hexoses e heptoses. 
As pentoses e as hexoses são os monossacarídeos mais importantes 
para os seres vivos. A ribose e a desoxirribose são pentoses que partici-
pam das moléculas dos ácidos nucléicos. Entre as hexoses destacam-se a 
glicose (mais importante fonte de energia para as células), frutose e galac-
tose (ambas também tem papel energético). 
b) Oligossacarídeos - constituem os carboidratos formados a partir da 
reunião de duas a dez moléculas de monossacarídeos. Estes se unem 
através de ligações chamadas glicosídicas. Os oligossacarídeos mais 
importantes são os dissacarídeos, como a sacarose (glicose + frutose), 
lactose (glicose + galactose), maltose (glicose + glicose).Ambos têm papel 
energético. 
c) Polissacarídeos - são carboidratos constituídos por várias molécu-
las de monossacarídeos unidos entre si por ligações glicosídicas. 
A celulose e a quitina são polissacarídeos que têm função estrutural. O 
amido é o polissacarídeo de reserva energética dos vegetais, enquanto o 
glicogênio representa a reserva energética dos animais. 
Lipídios - são compostos orgânicos que se caracterizam por serem in-
solúveis na água e solúveis em solventes orgânicos como éter, álcool, 
clorofórmio e o benzeno. 
Os lipídios armazenam energia e também participam da constituição 
das membranas celulares, tendo portanto função energética e estrutural, 
respectivamente. Os lipídios resultam da união de ácidos graxos e álcoois. 
Veja no quadro abaixo, a classificação dos lipídios: 
Grupos de Lipídios Papel Biolóqico 
Glicerídios Compreendem os óleos e gordura. Têm 
função energética 
Cerídeos Compreendem as ceras. 
Impermeabilizam superfícies sujeitas a desi-
dratação tais como folhas, frutos, etc. 
Esteróides Compreendem os lipídios que contêm coleste-
rol, é o caso dos hormônios sexuais (proges-
terona e testosterona) e os corticosteróides 
fabricados pela supra-renal. 
Lipídeos complexos Compreendem os fosfolipídios. Eles entram 
na constituição das membranas celulares. 
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Proteínas - são compostos orgânicos formados por unidades denomi-
nadas aminoácidos unidos entre si através de ligações peptídicas. 
Os aminoácidos são classificados em: essenciais e não essenciais. 
São consideradas essenciais, aqueles que os animais não produzem, mas 
que devem fazer parte da alimentação. Os não essenciais são aqueles que 
os animais sintetizam. 
Representação Geral de um Aminoácido 
 
Os aminoácidos possuem uma carboxila (COOH) e um grupo amina 
(NH2). As proteínas são constituídas por vinte tipos e aminoácidos. Eles 
diferem entre si através dos radicais R. 
Classificação das Proteínas 
As proteínas se classificam em dois grupos: simples e conjugadas. 
Proteínas simples - aquelas constituídas exclusivamente por aminoá-
cidos. Ex.: albuminas, histonas, etc. 
Proteínas conjugadas - aquelas formadas por aminoácidos mais outro 
componente não protéico, denominado grupo prostético. Ex.: fosfo-
proteínas, glicoproteínas, lipoproteínas, etc. 
Funções das Proteínas 
São constituintes básicos da estrutura celular (alimentos plásticos); 
Produzem energia quando oxidadas; 
Participam como anticorpos, importantes na defesa do organismo; 
Atuam como enzimas. 
Enzimas são proteínas que agem como catalisadores, isto é, são bio-
catalisadores que atuam intra ou extracelularmente aumentando a veloci-
dade da reação química. Para que ocorram as reações químicas no corpo 
dos seres vivos é necessária a presença das enzimas. 
Cada enzima atua sobre um determinado substrato, daí a especificida-
de desse composto. A enzima chamada ptialina (amilase salivar), atua 
apenas sobre o amido (substrato), transformando-o na boca em maltose 
(açúcar). 
Ácidos Nucléicos - são compostos orgânicos constituídos por uma 
sucessão de unidades ligadas entre si, chamadas nucleotídeos. 
Tipos de ácidos nucléicos 
Há dois tipos de ácidos nucléicos: DNA (ácido desoxirribonucléico) e 
RNA (ácido ribonucléico). 
Cada nucleotídeo é formado por três elementos: um ácido fosfórico, 
um açúcar (pentose) e uma base nitrogenada. Um nucleotídeo sem o 
radical fosfato chama-se nucleosídeo. 
Há dois tipos de bases nitrogenadas: púricas: (adenina (A) e guanina 
(G)) e pirimídicas (citosina (C), timina (T) e uracila (U)). 
A timina é uma base exclusiva do DNA e a uracila do RNA. 
Nos ácidos nucléicos há duas pentoses: a ribose e a desoxirribose. A 
ribose é encontrada no RNA e a desoxirribose no DNA. 
O DNA é uma molécula portadora da informação genética. O RNA é 
sintetizado no núcleo através da molécula do DNA e participa da síntese de 
proteínas. 
Organização básica de células procarióticas e eucarióticas 
Células procarióticas 
Não possuem envoltório nuclear (carioteca) 
São pobres em membranas, pequenas e simples 
Possuem membrana celular circundada por uma parede celular rígida 
Não possuem núcleo e nem organelas membranosas (mitocôndrias, 
retículo endoplasmático, complexo de Golgi). 
O citoplasma não se apresenta dividido em compartimentos, como 
ocorre nas células eucarióticas 
Possuem DNA livre no citoplasma (um único cromossomo em forma 
circular) 
Os organismos formados por células procarióticas (procariontes)são 
sempre unicelulares 
São representadas pelas bactérias, incluindo as cianobactérias, que 
também são chamadas de cianofíceas e algas azuis 
A célula procariótica mais estudada é a bactéria Escherichia coli, devi-
do à sua simplicidade estrutural, rapidez de multiplicação e por não ser 
patogênica. É encontrada no trato gastrointestinal humano 
Células eucarióticas 
Possuem citoplasma (revestido pela membrana plasmática) e núcleo 
(revestido pelo envoltório nuclear), entre os quais há um fluxo constante de 
moléculas, nos dois sentidos. 
Muitas reações metabólicas ocorrem dentro de compartimentos estru-
turais, isoladas, já que os eucariontes contêm membranas internas envol-
vendo organelas 
Por exemplo, as mitocôndrias e o complexo de Golgi, bem como o re-
tículo endoplasmático. 
Além de aumentar a eficiência, essa separação de atividades permite 
que as células eucarióticas atinjam maior tamanho, sem prejuízo de suas 
funções 
Os organismos constituídos por células eucarióticas (eucariontes) po-
dem ser unicelulares ou pluricelulares 
São eucarióticas as células de animais, vegetais, fungos, protozoários 
e muitas algas 
 
CÉLULA: ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MEMBRANA 
PLASMÁTICA, CITOPLASMA E NÚCLEO 
O citoplasma – aspectos estruturais e funcionais 
Célula 
Todo ser vivo é composto de células, de tamanho tão reduzido que só 
podem ser observadas através do microscópio, e tão numerosas que no 
ser humano adulto somam cerca de cem trilhões. 
A célula é o mais diminuto componente vivo em que pode ser decom-
posto qualquer tecido animal ou vegetal. Isoladas e livres, as células apre-
sentam forma esférica; nos tecidos podem assumir forma cilíndrica, cônica, 
espiralada etc. Seu tamanho e estrutura também variam de acordo com a 
natureza do tecido. Existem organismos, como as bactérias, as algas azuis 
e os protozoários, que se compõem de uma única célula, e por isso são 
chamados unicelulares. 
Estrutura celular. O conjunto vivo da célula é o protoplasma e se 
compõe de membrana plasmática, citoplasma e núcleo. A membrana 
plasmática, que existe em todas as células conhecidas, envolve o conteúdo 
celular e o separa do meio exterior. Trata-se de uma película muito fina, de 
contorno irregular, que, além de servir de envoltório, tem a função de 
selecionar as substâncias que entram ou saem das células, e de providen-
ciar a regeneração celular. Graças às proteínas, a membrana possui 
elasticidade, resistência mecânica e baixa tensão superficial; e devido aos 
lipídios, tem alta resistência elétrica e permeabilidade às substâncias 
lipossolúveis. Nos vegetais, além da membrana, existe outro envoltório 
mais externo, a parede celular, cujo componente mais abundante é a 
celulose. Nas células vegetais jovens, a parede é relativamente delgada e 
chama-se primária; nas adultas, a deposição de celulose e outras substân-
cias determina o aparecimento da chamada parede secundária. 
A região compreendida entre a membrana e o núcleo é o citoplasma. 
O hialoplasma é um líquido gelatinoso constituído principalmente de água e 
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proteínas, que preenche o citoplasma. Na parte externa da célula, chama-
da ectoplasma, o hialoplasma se apresenta denso, em estado de gel; na 
parte interna, chamada endoplasma, mostra-se mais fluido, em forma de 
sol. Esses estados, de gel e sol, podem sofrer mudanças e se transformar 
um no outro, sobretudo nos movimentos citoplasmáticos, como o movimen-
to amebóide e a ciclose. É no movimento amebóide que a membrana emite 
certas projeções temporárias chamadas pseudópodes, para permitir a 
locomoção da célula ou captura de alimento. A ciclose forma uma corrente 
que carrega os orgânulos e distribui substâncias ao longo do citoplasma. 
Os orgânulos celulares, ou organelas, são estruturas citoplasmáticas 
que realizam determinadas funções essenciais à vida da célula. São eles: 
retículo endoplasmático, complexo de Golgi, lisossomos, plastos, mitocôn-
drias, vacúolos e centríolos. Há dois tipos de retículo endoplasmático: o 
rugoso e o liso. O rugoso apresenta grânulos, chamados ribossomos, 
constituídos de ribonucleoproteínas, e estão intimamente associados à 
síntese de proteínas. O liso tem como principais funções aumentar a 
superfície interna da célula para ativar enzimas e favorecer o metabolismo 
celular, facilitar o intercâmbio de substâncias, auxiliar a circulação intrace-
lular, armazenar substâncias, regular a pressão osmótica e produzir lipí-
dios. 
O complexo de Golgi consiste em um sistema de membranas lisas, 
que formam vesículas e sáculos achatados, destinados a armazenar 
proteínas, proporcionar a síntese de carboidratos e lipídios e organizar o 
acrossomo nos espermatozóides. Acrossomo é uma estrutura, situada na 
cabeça do espermatozóide, formada pelo acoplamento do complexo de 
Golgi com o núcleo do espermatozóide, e contém enzimas que facilitam a 
perfuração do invólucro do óvulo para permitir a fecundação. 
Os lisossomos são pequenas vesículas portadoras de enzimas diges-
tivas, liberadas pelo complexo de Golgi, com a finalidade de promover a 
digestão de substâncias englobadas pelas células. Os plastos são organe-
las citoplasmáticas típicas das células vegetais. De acordo com a colora-
ção, dividem-se em leucoplastos (incolores) e cromoplastos (coloridos). Os 
leucoplastos, segundo a substância que acumulam -- amidos, lipídios ou 
proteínas --, dividem-se em amiloplastos, oleoplastos e proteoplastos. Os 
cromoplastos são portadores de diversos pigmentos, entre os quais desta-
cam-se as clorofilas, que absorvem a energia luminosa necessária à fotos-
síntese; e os carotenóides, de pigmentação amarela, alaranjada ou verme-
lha, que contribuem ara a coloração de flores e frutos. 
 
Os seres aeróbicos, isto é, que utilizam oxigênio em seu processo res-
piratório, realizam a degradação das moléculas orgânicas em duas etapas. 
A primeira dá-se no hialoplasma, sem a participação de oxigênio; a segun-
da, com oxigênio, ocorre no interior de organelas citoplasmáticas, as 
mitocôndrias, que são verdadeiras usinas de energia, onde a matéria 
orgânica é processada para fornecer a energia química acumulada ao 
metabolismo celular. Portanto, quanto maior a atividade metabólica da 
célula, maior o número de mitocôndrias. O conjunto de mitocôndrias de 
uma célula chama-se condrioma. 
Os vacúolos, estruturas frequentes nas células vegetais, são verda-
deiras bolsas, delimitadas externamente por uma membrana denominada 
tonoplasto. Essa membrana armazena uma solução aquosa, o suco vacuo-
lar, que pode conter açúcares, sais, óleos, pigmentos e outras substâncias. 
Os centríolos são organelas fibrilares, geralmente dispostas nas células em 
pares perpendiculares. O conjunto de pares chama-se diplossomo. Os 
centríolos não ocorrem nas células vegetais superiores; nas inferiores e 
nas células animais relacionam-se com o processo de divisão celular. 
Estrutura do núcleo. O núcleo desempenha dois papéis fundamentais 
nas células: é portador dos fatores hereditários e controla as atividades 
metabólicas. A estrutura nuclear varia, conforme a célula esteja ou não em 
divisão. Por isso, para se examinar a estrutura do núcleo, é necessário 
estabelecer em que fase se encontra a célula. Se ela se encontra em 
interfase, isto é, no intervalo entre duas divisões celulares, o núcleo apre-
senta como componentes carioteca, cariolinfa, cromatina e nucléolo. A 
carioteca, ou cariomembrana, envolve o conteúdo nuclear e é formada por 
duas membranas: -- lamelainterna e lamela externa -- separadas pelo 
espaço perinuclear. A carioteca é dotada de poros, que permitem a comu-
nicação entre o material nuclear e o citoplasma. Quanto maior a atividade 
celular, maior o número de poros. 
 
Célula cancerígena 
A cariolinfa, nucleoplasma ou suco nuclear, é uma massa incolor 
constituída principalmente de água e proteínas. A cromatina representa o 
material genético contido no núcleo. Seu aspecto é o de um emaranhado 
de filamentos longos e finos, os cromonemas. Durante a divisão celular, 
espiralizam-se e se tornam mais curtos e grossos. São então denominados 
cromossomos. Estes apresentam dois tipos de constrição: primária, onde 
se localiza o centrômero, estrutura relacionada ao movimento dos cromos-
somos; e secundária, sem centrômero, que abriga moléculas de ácido 
desoxirribonucléico (ADN), responsáveis pela formação de moléculas de 
ácido ribonucléico (ARN) ribossômico, que vão organizar o nucléolo. Este é 
um corpúsculo esponjoso, em contato direto com o suco nuclear. 
Cromossomos e genes. Do ponto de vista químico, os cromossomos 
são filamentos de cromatina formados por moléculas de ADN e proteínas. 
A sequência de base de ADN cromossômico capaz de determinar a síntese 
de uma proteína é o gene. Cada cromossomo pode conter inúmeros ge-
nes. Nas células somáticas, que constituem o corpo, existem diversos tipos 
de cromossomos, conforme a espécie considerada. Estes podem agrupar-
se dois a dois, e cada par é constituído por cromossomos com genes que 
se correspondem mutuamente, isto é, são homólogos. 
Na espécie humana, as células somáticas contêm 46 cromossomos, 
dos quais 44 são autossomos -- sem implicação com o sexo -- e os outros 
dois são chamados sexuais, porque determinam o sexo do indivíduo. Na 
mulher, os dois cromossomos sexuais são iguais e chamados de X. No 
homem, há um cromossomo X e outro Y. Nas células das fêmeas de 
mamíferos+ encontra-se uma forma, situada junto à carioteca do núcleo, 
denominada cromatina sexual, ou corpúsculo de Barr. O número desses 
corpúsculos corresponde ao número de cromossomos X menos 1. Nas 
células normais dos machos não existe cromatina sexual. 
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De acordo com a estrutura e organização do material nuclear existente 
nas células, podem-se distinguir dois grupos básicos de organismos: 
procariontes e eucariontes. Os primeiros são organismos unicelulares, cuja 
célula, chamada procariota, não tem núcleo individualizado, nem carioteca 
ou nucléolo. Os eucariontes têm células com núcleos individualizados, com 
material genético típico. 
 
Tipo de ARN. Uma célula pode conter três tipos básicos de ARN: o 
ARN mensageiro ou ARNm, produzido diretamente do ADN, do qual se 
destaca para migrar para o citoplasma e associar-se aos ribossomos. Esse 
mecanismo de formação denomina-se transcrição. O ARN transportador, 
ou ARNt, formado por uma cadeia pequena de nucleotídeos, produzida no 
núcleo a partir do ADN, migra para o citoplasma, com função de capturar 
aminoácidos e transportá-los para o ARN mensageiro, que se encontra 
associado aos ribossomos. O ARNt é dotado de uma região específica 
para cada aminoácido e de outra codificada, que determina seu lugar 
apropriado na molécula de ARNm. Existe, portanto, um ARNt para cada 
aminoácido. O ARN ribossômico, ou ARNr, origina-se do ADN em regiões 
especiais do cromossomo relacionadas com o nucléolo. Ao migrar para o 
citoplasma, o ARNr associa-se a proteínas, e forma os ribossomos. O 
mecanismo de produção de determinada proteína a partir do ARN chama-
se tradução, e ocorre nos ribossomos. 
Divisão celular. Existem dois tipos básicos de divisão: a mitose, pro-
cesso pelo qual as células-filhas conterão o mesmo número de cromosso-
mos da célula-mãe; e a meiose, divisão em que as células-filhas conterão a 
metade do número de cromossomos da célula-mãe. A mitose divide-se em 
quatro etapas: prófase, quando ocorrem alterações na morfologia da célula 
e os cromossomos, já duplicados, entram em espiralização. Cada cromos-
somo duplicado é constituído por duas cromátides, chamadas cromátides-
irmãs. Vem em seguida a metáfase, quando a espiralização chega ao 
máximo e ocorre a duplicação dos centrômeros. As cromátides-irmãs se 
separam e passam a constituir cromossomos-filhos. Na fase seguinte, a 
anáfise, cada cromossomo-filho migra para um dos pólos das células. A 
última fase é a telófase, quando os cromossomos se despiralizam e a 
carioteca se organiza em torno de cada conjunto cromossômico. No final 
dessa fase, completa-se a divisão do núcleo, ou cariocinese, com a conse-
quente formação de dois novos núcleos. Inicia-se então a citocinese, que é 
a separação do citoplasma em duas regiões, com formação de duas novas 
células-filhas. 
Na meiose, há apenas uma duplicação cromossômica para cada duas 
divisões nucleares. Produzem-se assim quatro células-filhas, com a meta-
de do número de cromossomos presentes na célula-mãe. Essa redução é 
de importância fundamental para a manutenção do número constante de 
cromossomos da espécie. Na fecundação, células haplóides (gametas) 
fundem-se e originam outras diplóides, e estas, por meiose, formam outras 
haplóides. Graças a esse ciclo, em que a fecundação é compensada pela 
meiose, mantém-se o número de cromossomos da espécie. Do contrário, 
cada vez que ocorresse nova fecundação, duplicaria o número de cromos-
somos a cada geração, o que terminaria por levar a espécie a um impasse 
biológico. Embora seja um processo contínuo, a meiose ocorre em duas 
divisões nucleares sucessivas -- denominadas meiose I e meiose II. 
Bioquímica celular. Os componentes químicos das células podem ser 
orgânicos e inorgânicos. Os componentes orgânicos são carboidratos, 
lipídios, proteínas, enzimas, ácidos nucléicos e vitaminas. A água é de 
fundamental importância para os seres vivos, porque atua como dispersan-
te de diversos compostos orgânicos e inorgânicos. Serve também como 
veículo para o intercâmbio de moléculas entre os líquidos intra e extracelu-
lar. Exerce ainda o papel de lubrificante nas articulações ósseas e entre os 
órgãos e, pela evaporação, contribui para manter a temperatura do corpo 
em níveis adequados à vida. 
Os sais minerais encontram-se nos seres vivos em duas formas bási-
cas: solúvel e insolúvel. No primeiro caso, encontram-se dissolvidos na 
água em forma de íons, e agem como ativadores das enzimas, como 
componentes estruturais de moléculas orgânicas fundamentais e partici-
pam da manutenção do equilíbrio osmótico. Na forma insolúvel, os sais 
minerais se encontram imobilizados na composição do esqueleto. Assim, 
por exemplo, nos vertebrados os fosfatos de cálcio contribuem para a 
rigidez dos ossos; nos corais, os carbonatos de cálcio organizam o esque-
leto externo; os sais de silício conferem grande rigidez à carapaça externa 
das algas; e os sais de cálcio são fundamentais para a composição da 
casca do ovo. 
 
Ciclo de vida das células: interfase e mitose. 
 
Mitose 
 
Etapas da mitose: I ao III prófase, IV metáfase, V e VI anáfase, 
VII e VIII telófase. 
Mitose (do grego mitos, fio, filamento) é o processo pelo qual as 
células eucarióticas dividem seus cromossomos entre duas células 
menores do corpo. Este processo dura, em geral, 50 a 80 minutos e é 
dividido em cinco fases[: Prófase,prometáfase, metafase, anafase e 
telófase. É uma das fases do processo de divisão celular ou fase mitótica 
do ciclo celular. 
Definição 
Um dos pressupostos fundamentais e principais da biologia celular é o

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