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INSTITUIÇÕES JUDICIÁRIAS E ÉTICA marla.correia@docente.cunip.br AULA 5 e 6 1 Queridos alunos, hoje o tema da nossa aula e MINISTÉRIO PÚBLICO Estudaremos: – Origem; – Acesso: ingresso e promoção dentro da carreira do Ministério Público; – Atribuições do Ministério Público; – Garantias constitucionais; – Vedações constitucionais; – Controle externo do Ministério Público. Vamos iniciar os nossos estudos? Então vamos lá!! 1) ORIGEM DO MINISTÉRIO PÚBLICO Há uma divergência doutrinária sobre a origem do Ministério Público, sendo pacífica, contudo a noção de que o mesmo não surgiu repentinamente, mas foi formado progressivamente durante a evolução histórica. Para alguns autores, o MP, surgiu no antigo Egito , na figura dos funcionários dos faraós, que exerciam função típica de policiamento, protegendo a sociedade e punindo os súditos indisciplinados, para outros, os procuradores caesaris, responsáveis pela administração dos bens do imperador, em Roma, foram os primeiros percursores do Ministério Público. Em meados do século XIV, na França, surgiu a figura dos procureurs du roi, também chamados de les gens du roi. Nomeados pelo governante, que por sua vez tinha obrigação de defender os interesses daquele junto ais tribunais. Naquela época, por tanto, os membros do MP defendiam o próprio governo e seus integrantes. Para efetivação de tal defesa, o membro do Ministério Público se dirigia ao juiz sobre um tablado de madeira, chamado parquet, utilizado até hoje para designar os membros do MP. Com o passar dos séculos, o MP foi se afastando das funções de defender os interesses dos governantes, da coroa ou da Fazenda Pública, para ser o responsável pela defesa dos interesses de toda a sociedade, especialmente na propositura de ações penais. 1.1 – ORIGEM DO MINISTÉRIO PÚBLICO NO BRASIL No Brasil, o primeiro texto legislativo a prever a existência do MP deu-se através do Código de Processo Criminal, em 1832, do qual mencionava, apenas, a figura daquele que deveria promover a ação penal. INSTITUIÇÕES JUDICIÁRIAS E ÉTICA marla.correia@docente.cunip.br AULA 5 e 6 2 Já a primeira lei específica sobre o Ministério Público foi a Lei Complementar nº 40/81,conhecida como Lei Orgânica Nacional do Ministério Público. Cabe-se ressaltar que nas constituições federais anteriores a de 1988, não tínhamos um capítulo específico sobre o Ministério Público, havia apenas dispositivos esparsos sobre questões administrativas. Com a promulgação da Constituição Federal de 88, traçou-se um marco, por destinar um capítulo inteiro a instituição, elevando-a a condição de instituição permanente, essencial à Justiça, conforme texto expresso do art. 127 da Carta Magna. Vale ressaltar que ao lhe conferir o status de instituição permanente e essencial à Justiça, a Constituição afastou a possibilidade de supressão do MP por futuro textos legislativos. Trata-se, portanto de cláusula pétrea da CF, não podendo sofrer alterações, sequer por emendas constitucionais. EM SÍNTESE: O Ministério Público é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbida da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indispensáveis. 2) COMPETÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO Compete ao Ministério Público: a) Defesa da ordem jurídica (Ex. promoção de ação penal pública de combate a criminalidade) b) Defesa do regime democrático (Ex. fiscalizar regularidade do processo eleitoral) c) Tutela dos interesses sociais e individuais indisponíveis. (Ex. proteção ao meio ambiente, defesa da criança e do adolescente, saúde, educação pública, inclusão social) 3) PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS A Constituição Federal em seu art. 127, § 1º, estabelece três princípios institucionais para o MP. 1º) Unidade: Os membros do Ministério Público integram um só órgão, sob uma mesma direção do Procurador Geral da República, na esfera federal, e do Procurador Geral de Justiça, na estadual; 2º) Indivisibilidade: Os integrantes do MP atuam sempre em nome de toda a instituição, podendo ser substituídos uns pelos outros, dentro dos critérios estabelecidos lei. 3º) Independência funcional: Os membros do MP devem atuar somente de acordo com a lei e sua consciência. No exercício de suas atividades institucionais não estão INSTITUIÇÕES JUDICIÁRIAS E ÉTICA marla.correia@docente.cunip.br AULA 5 e 6 3 sujeitos às convicções dos órgãos da administração superior da instituição. Não há hierarquia funcional, a chefia do MP envolve apenas a direção administrativa da instituição. 4) ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO ( Art. 129, CF) a) Promover, de forma privativa, a ação penal pública (art. 5º, LIX, CF); b) Zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; (art. 129, II, CF) c) Promover, de forma não privativa, a ação civil pública para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; d) Promover ação de inconstitucionalidade de lei ou representação para fins de intervenção; e) Controle Externo da atividade policial; f) Exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade (art. 129, IX, CF) 4.1 – DIVISÃO ORGANIZACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO (ART. 128, CF/88) De acordo com o Art. 128 da CF/88, podemos afirmar a existência dos seguintes Ministérios Públicos e sua composição organizacional. I – Ministério Público da União Chefia exercida pelo Procurador Geral da República (escolhido dentre os integrantes da carreira, maiores de 35 anos, sendo nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da maioria dos membros do Senado Federal) a) Ministério Público Federal b) Ministério Público do Trabalho c) Ministério Público Militar d) Ministério Público do DF e Territórios II – Ministérios Públicos dos Estados Chefia exercida pelo Procurador Geral de Justiça (escolhidos dentre os integrantes da carreira, sendo nomeado pelo Governador do Estado e no caso do DF, pelo Presidente da República) INSTITUIÇÕES JUDICIÁRIAS E ÉTICA marla.correia@docente.cunip.br AULA 5 e 6 4 5) REQUISITOS PARA INGRESSO NA CARREIRA Os requisitos para ingressar nos quadros do Ministério Público são os mesmos adotados para ingresso na carreira de magistrado ( concurso público): a) Nacionalidade brasileira ou a naturalização; b) Diploma de bacharel em direito c) Três anos de atividade jurídica (art. 129, § 3º, CF/88) Obs.: No caso do MP, admite-se, ainda, para efeitos de comprovação dos 3 anos de prática jurídica, cursos de pós graduação em direito, desde que realizados após a obtenção do grau em direito e observada a carga horária mínima prevista na Resolução nº 40, do Conselho Nacional do Ministério Público. ( CH. 360 h/a) a) um ano para pós-graduação lato sensu; b) dois anos para Mestrado; c) três anos para Doutorado. d) Regularidade com o serviço militar; e) estar em gozo dos direitos políticos; f) integridade física e mental; g) boa conduta social. 6) GARANTIAS E VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO Assim como os magistrados, os parquet também gozam de garantias e vedações constitucionais expressas das quais são elas: GARANTIAS - Vitaliciedade; - Inamovibilidade; - Irredutibilidade do subsídio VEDAÇÕES As mesmas aplicadas aos magistrados, incluído o período de “quarentena” INSTITUIÇÕES JUDICIÁRIAS E ÉTICAmarla.correia@docente.cunip.br AULA 5 e 6 5 7) A CARREIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO Ao ingressar nos quadros do MP, o candidato aprovado, integrará os quadros como Promotor de Justiça Substituto. Obs.: Diferente do magistrado, o Promotor de Justiça Substituto, enquanto estiver nesta condição, não gozará da garantia da inamovibilidade, mesmo após de superado o período probatório. O promotor de justiça só será promovido quando ocorrer a vacância nos cargos existentes para promotor titular de entrância inicial. Somente após essa promoção é que passará a gozar a garantia da inamovibilidade. E o ápice da carreira do promotor de justiça é quando ele será promovido para atuar perante os Tribunais de Justiça, no segundo grau de jurisdição, passando a ser denominados Procurador de Justiça. O acesso às promoções mencionadas ocorre por antiguidade e merecimento, alternadamente para cada cargo. 8) CONTROLE EXTERNO DO MP Tendo em vista a independência e autonomia do MP, a exemplo do Poder Judiciário, com a emenda 45/04, foi criado o Conselho Nacional do Ministério Público, órgão com atribuições para realizar o controle externo. Bibliografia utilizada: - BRASIL I. Haddad, José Ricardo. II. Wagner Junior, Luiz Guilherme da Costa. III. Jacob, Roberto Mendes de Freitas Junior, Sérgio Carvalho de Aguiar Vallim Filho. – Poder Judiciário e carreiras jurídicas – Ed. Atlás, 5ª edição, ano 2014. - MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 9. Ed. São Paulo: Atlas, 2001, P.473. Ótimos estudos! Prof. Marla Macário
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