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Controle de constitucionalidade no Direito Brasileiro Controle político Controle Incidental/Difuso Prof. Gilberto Schäfer schafer@via-rs.net Plano de apresentação • 1 – Controle Político; • 2 – Incidental/difuso • 3 - Concentrado Controle Político • O Controle Político é realizado por órgãos políticos e não jurisdicionais. No Brasil ele convive com o controle jurisdicional. • É feito de forma preventiva pelo: • Legislativo – análise de constitucionalidade de projetos normativos (espécies normativas), principalmente pelas Comissões de Constituição e Justiça dos Parlamentos; • Executivo – quando veta a lei por Inconstitucionalidade. Controle Político Repressivo: • De forma repressiva pelo: • Legislativo: ocorre na análise dos pressupostos constitucionais das Medidas Provisórias (art. 62, caput e §5º da CF) e na sustação de atos normativos que exorbitem o dever regulamentar ou dos limites da delegação legislativa (art. 49, IV da CF). Aqui só haverá controle de constitucionalidade se o confronto for direto com a Constituição, ou seja, se a sustação ocorrer por motivo constitucional. • MP. Nesses casos a análise incide sobre a espécie normativa vigente sendo, por isso, chamado de repressivo. Exemplo: Ato Declaratório do Presidente do Senado Federal n. 1, de 2005 . Pode o administrador recusar ato inconstitucional? • Questão controversa. • Legalidade em sentido lato, ou seja, incluída aí a obediência à Constituição. • O administrador deve respeitar o princípio da hierarquia e suscitar a questão aos órgãos colegiados da administração. Recomenda-se que seja uma inconstitucionalidade forte, plausível, pois, o administrador poderá vir a responder pelo erro que cometer. Ademais as leis têm presunção, relativa, de constitucionalidade. – CHEFIA DO PODER. Deixar de aplicar • Recomenda-se assim – e quando – possível que o administrador use os instrumentos de controle jurisdicional de constitucionalidade para se precaver. • Lei Inconstitucional. - Poder Executivo - Negativa de Eficácia. O Poder Executivo deve negar execução a ato normativo que lhe pareça inconstitucional. (REsp 23121/GO, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06.10.1993, DJ 08.11.1993 p. 23521) • Precedente do STF: ADIMC 221/DF, rel. Min. Moreira Alves: Chefes do Executivo não podem “declarar a inconstitucionalidade de lei”. • • mas podem “determinar aos seus órgãos subordinados que deixem de aplicar administrativamente as leis ou atos com força de lei que considerem inconstitucionais” • http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=346262 Controle Incidental Difuso • Função do controle Incidental/Difuso • A finalidade do controle difuso sempre foi ligada à proteção dos direitos fundamentais contra deliberações de uma maioria política. • Une o interesse jurídico com a defesa objetiva da constituição Controle Incidental Difuso • O controle difuso de constitucionalidade de leis e atos normativos compete a qualquer juízo ou tribunal (difuso), mas de forma incidental. • A declaração dessa inconstitucionalidade poderá ocorrer de ofício ou mediante provocação das partes e do MP. É certo que quem tem a qualidade de parte ou de fiscal da lei pode suscitá-la, e o próprio juiz ou tribunal pode, se entender a lei inconstitucional, fazê-lo de ofício por ser questão de direito (iura novit curia). • O sistema jurídico permite que a matéria seja levada mediante recurso até o Tribunal (2º Grau) e daí em recurso extraordinário, meio excepcional de impugnação de atos decisórios finais, proferidos em única ou última instância, até o Supremo Tribunal Federal. Reserva do Plenário � Princípio da Reserva do Plenário – art. 97 da CF. � “somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público Competência do Plenário � O órgão fracionário – turma, Câmara ou seção – de qualquer tribunal não têm competência para declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos emanados do Poder Público, sob pena de absoluta nulidade. Origem – Full Bench � “full bench” - elaborada pela jurisprudência dos tribunais nos Estados Unidos no século XIX. � Segundo esta regra, para que houvesse a declaração de inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, deveria ser observado o quorum de maioria absoluta dos membros que compunham o tribunal Controle de constitucionalidade. Exame e apresentação No direito brasileiro há dois momentos no controle de constitucionalidade incidental: 1º) que é a competência ou o poder de verificação ou exame; 2º) que é a competência ou poder de apresentação ou, ao contrário, de rejeição — caso considerada a norma inconstitucional” Incidente de Inconstitucionalidade DO INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo. Art. 949. Se a arguição for: I - rejeitada, prosseguirá o julgamento; II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver. Procedimento Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará a sessão de julgamento. § 1o As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade se assim o requererem, observados os prazos e as condições previstos no regimento interno do tribunal. Procedimento. § 2o A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da Constituição Federal poderá manifestar- se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação, no prazo previsto pelo regimento interno, sendo-lhe assegurado o direito de apresentar memoriais ou de requerer a juntada de documentos. 3o Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, o relator poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades. Dispensa do Incidente � CPC, Art. 949, Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. No STF não há incidente de inconstitucionalidade � No STF não ocorre esta “cisão funcional da competência” (art. 177 RISTF). O órgão fracionário ao entender que há inconstitucionalidade deve remeter ao pleno do STF todo o processo para que este possa analisar a questão da constitucionalidade e apreciar também o mérito da demanda principal • SÚMULA VINCULANTE Nº 10 Viola a cláusula de reserva de plenário (cf, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. Efeitos • A declaração no tempo pode ser ex tunc (retroage), no caso concreto, mas sempre vinculado ao pedido. • O primeiro efeito é interpartes, ou seja, aos sujeitos da relação processual. • A atuação do Senado dá efeitos gerais (erga omnes): art. 52, X – “suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal”. A Função do Senado é generalizar. Discussão da Recl 4355 � Nova posição: Função do SF publicização da declaração de inconstitucionalidade. � Mutação constitucional. � Reclamação (RCL) 4335, na qual a Defensoria Pública da União (DPU) questionou decisão do juízo da Vara de Execuções Penais de Rio Branco (AC) que negou a dez condenados por crimes hediondos o direito à progressão de regime prisional. A questão da progressão dos crimes hediondos � O STF reconheceu a possibilidade de progressão de regime nesses casos no julgamento do Habeas Corpus (HC) 82959, em fevereiro de 2006, por seis votos contra cinco, quando foi declarado inconstitucional o parágrafo 1º do artigo 2º da Lei 8.072/1990 (Lei de Crimes Hediondos), que proibia tal progressão. No caso específico da Reclamação 4335, no entanto, o juiz do Acre alegou que, para que a decisão do STF no habeas corpus tivesse efeito erga omnes (ou seja, alcançasse todos os cidadãos), seria necessário que o Senado Federal suspendesse a execução do dispositivo da Lei de Crimes Hediondos, conforme prevê o artigo 52, inciso X, da Constituição Federal, o que não ocorreu. � Os ministros Sepúlveda Pertence (aposentado), Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio julgavam inviável a Reclamação (não conheciam), mas, de ofício, concediam habeas corpus � Os votos dos ministros Gilmar Mendes (relator) e Eros Grau (aposentado) somaram-se aos proferidos no sentido da procedência da reclamação. Para ambos, a regra constitucional que remete ao Senado a suspensão da execução de dispositivo legal ou de toda lei declarada inconstitucional pelo STF tem efeito de publicidade, pois as decisões da Corte sobre a inconstitucionalidade de leis têm eficácia normativa, mesmo que tomadas em ações de controle difuso. Atuação do Senado Federal • Não é obrigatória a atuação do SF (entendimento majoritário) • Qual é o efeito da Resolução do Senado. Ex Nunc ou ex tunc? • Divisão da doutrina. A maioria pelo efeito ex nunc (data em que a administração fica ciente da suspensão). • ADI 15. Acórdão ainda pende de revisão. Súmula vinculante • Introduzida pela EC 45, art. 103 A da Constituição Federal. • Regulada pela Lei: LEI Nº 11.417, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006.
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