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ASSISTÊNCIA E ATENÇÃO FARMACÊUTICA Profª. Me. Graziela Rossi › 1940-1950: Antes, a Farmácia era essencialmente magistral, mas com o advento da Indústria Farmacêutica quase despareceu. › Grande fomento do Processo Industrial: manipulação cede espaço ao remédio feito por máquina. › Perda da personalização e desaparecimento paulatino da Atenção Farmacêutica. › Farmacêuticos perdem o referencial da assistência humanística. Revolução Industrial - 1950 › Mecanização da indústria farmacêutica; › Padronização de formulações para a produção de medicamentos em larga escala; › Descoberta de novos fármacos, sempre considerados de eficácia superior pela indústria farmacêutica, resultado da pesquisa farmacêutica de alta complexidade; › Evolução das formas farmacêuticas, remodelando ações terapêuticas de fármacos. Revolução Industrial - 1950 Farmácia magistral se tornou obsoleta! › 1930: cerca de 75% das prescrições eram “manipuladas”. › 1950: este número cai para 26%. › 1962: somente 3 a 4 % são “manipuladas”. › 1973: menos de 1% se destinam a Farmácia Magistral. A “Morte” da Farmácia Magistral › Novo “cenário” farmacêutico. › Indústria farmacêutica: criou uma lacuna social, permitindo que “oficiais de farmácia“ assumissem o lugar do Farmacêutico na Farmácia. › Farmacêutico, na farmácia, passou a ser visto pela sociedade como um mero vendedor de medicamentos. › O eixo da profissão começa a mudar da manipulação para a assistência aos usuários. Revolução Industrial - 1950 › Caso talidomida: "bebês da talidomida", ou "geração talidomida". › Começam a surgir a preocupação com o usuário e o surgimento de ciências como a farmacoepidemiologia e a farmacovigilância, que aumentam a segurança dos usuários. Talidomida – 1957 a 1961 FARMÁCIA CLÍNICA › A insatisfação de estudantes e professores com a situação do Farmacêutico levou ao movimento denominado “Farmácia Clínica”. › Surgiu em 1965 nos EUA no ambiente hospitalar, onde existe supervisão contínua do paciente. Farmácia Clínica – 1960 a 1965 › No Brasil essa mudança não veio imediatamente, pois afetava diretamente os cursos de graduação. –Disciplinas clínicas (farmacologia clínica, farmacoterapia e semiologia) não existiam. –Disciplinas como química orgânica, química analítica e físico-química dominavam o ciclo básico. › Essa situação perdurou até as décadas de 1970 e 1980, quando farmacêuticos de hospitais-escola começaram a introduzir novas ferramentas de dispensação, como a dose unitária e as atividades clínicas, em suas rotinas de trabalho. Farmácia Clínica – 1960 a 1965 › Objetivos: –Uso racional dos medicamentos. –As atribuições relacionadas aos medicamentos, passa a ter atividades clínicas voltadas para o paciente. –Aproximação do farmacêutico ao paciente e à equipe de saúde, possibilitando o desenvolvimento de habilidades relacionadas à farmacoterapia. Farmácia Clínica – 1960 a 1965 › Sociedade Europeia de Farmácia Clínica: “Uma especialidade da área da saúde, que descreve a atividade e o serviço do farmacêutico clínico para desenvolver e promover o uso racional e apropriado dos medicamentos e seus derivados” (OMS, 1994). Farmácia Clínica › Associação Americana dos Farmacêuticos Hospitalares: “Ciência da Saúde, cuja responsabilidade é assegurar, mediante a aplicação de conhecimentos e funções relacionados com o cuidado aos pacientes, que o uso de medicamentos seja seguro e apropriado e que necessita de uma educação especializada e/ou um treinamento estruturado” (OMS, 1994). Farmácia Clínica › Alguns autores acreditavam que a Farmácia Clínica estava restrita ao ambiente hospitalar e voltada principalmente para a análise da farmacoterapia dos pacientes, sendo que o farmacêutico ficava próximo apenas à equipe de saúde. › Assim, se empenharam em redefinir o papel do farmacêutico em relação ao paciente, principalmente relacionado às ações de atenção primária em saúde, tendo o medicamento como insumo estratégico e o paciente como foco principal. Década de 1970 ATENÇÃO FARMACÊUTICA › “Estender o caráter de beneficiário da Atenção Farmacêutica ao público, em seu conjunto e reconhecer, deste modo, o farmacêutico como dispensador da atenção sanitária que pode participar, ativamente, na prevenção das doenças e da promoção da saúde, junto com outros membros da equipe sanitária” (OMS, 1994). Reconhecimento do Farmacêutico › O termo “Atenção Farmacêutica” ou no inglês “Pharmaceutical Care” está ligado ao Farmacêutico Clínico. › Engloba todas as atividades realizadas pelo farmacêutico orientadas ao paciente, com o objetivo de conseguir o máximo benefício possível em termos de saúde (FAUS DÁDER, 2008). Atenção Farmacêutica › O conceito internacionalmente aceito de “Atenção Farmacêutica” é o estabelecido por Hepler & Strand em 1990, que define assim: “A missão principal do farmacêutico é prover a atenção farmacêutica, que é a provisão responsável de cuidados relacionados a medicamentos com o propósito de conseguir resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes”. Atenção Farmacêutica “Atenção Farmacêutica é a participação ativa do farmacêutico para a assistência ao paciente na dispensação e seguimento de um tratamento farmacoterapêutico, cooperando assim com o médico e outros profissionais de saúde a fim de conseguir outros resultados que melhorem a qualidade de vida do paciente. Também envolve a implicação do farmacêutico em atividades que proporcionem boa saúde e previnam as doenças”. Atenção Farmacêutica Consenso de Granada (2001) › A missão principal do farmacêutico é identificar, resolver e prevenir problemas relacionados com os medicamentos (PRM), que podem interferir com os resultados terapêuticos específicos. › Desenvolveram um modelo de seguimento farmacoterapêutico, denominado Método Dáder. › Realizados consensos para definir conceitos, modelos de acompanhamento e classificar Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM). Consenso de Granada (1999) › Existe uma PRM quando o paciente: –Não usa os medicamentos que necessita –Usa medicamentos que não necessita –Usa um medicamento que não responde –Usa uma dose inferior a que precisa –Usa uma dose superior a que precisa –Usa um medicamento que provoca uma RAM Consenso de Granada (1999) › É um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica. › Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e co-responsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. Atenção Farmacêutica Consenso Brasileiro de AF (2001-2002) › É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. › Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades bio-psico-sociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde”. Atenção Farmacêutica Consenso Brasileiro de AF (2001-2002) › Macros componentes da prática profissional para o exercício da Atenção Farmacêutica: –Educação em saúde (promoção do uso racional de medicamentos); –Orientação farmacêutica; –Dispensação de medicamentos –Atendimento farmacêutico; –Acompanhamento farmacoterapêutico; –Registro sistemático das atividades. Atenção Farmacêutica Consenso Brasileiro de AF (2001-2002) › Trabalhar com: –O paciente na dispensação de medicamentos; –O paciente na indicação farmacêutica; –O paciente no seguimento farmacoterapêutico; –A saúde do paciente; –O contexto social do paciente. Atenção Farmacêutica Objetivo real da AF ›Dispensação; ›Consulta ou Indicação Farmacêutica; ›Seguimento Farmacoterapêutico. Atenção Farmacêutica Atividades essenciais do Farmacêutico na AF › Atuação profissional do farmacêutico, afim de proporcionar ao paciente ou a seus cuidadores: – Entrega de Medicamentos e/ou produtos sanitários; – Serviços clínicos; › Objetivo: – Melhorar o processo de uso; – Proteger o paciente de possíveis RNM (resultado negativo do medicamento), causados por PRM (problemas relacionados com medicamento). Atenção Farmacêutica Dispensação › Ato profissional, pelo qual o farmacêutico se responsabiliza pela seleção de um medicamento que não necessita prescrição de prescrição médica. › Objetivos: –Aliviar ou resolver um problema de saúde a pedido do paciente; –Encaminhamento ao médico quando o referido problema necessite de sua atuação. Atenção Farmacêutica Consulta ou Indicação Farmacêutica “Prática profissional na qual o farmacêutico se responsabiliza das necessidades do paciente relacionadas com os medicamentos mediante a detecção de problemas relacionados ao medicamento (PRM) e a prevenção e resolução de resultados negativos associados ao medicamento (RNM)”. Atenção Farmacêutica Seguimento Farmacoterapêutico PRM – Aquelas situações que, no processo de uso de medicamentos, causam ou podem causar o aparecimento de um RNM. RNM – Resultado em saúde do paciente não adequado ao objetivo da farmacoterapia e associados ao uso ou falha no uso de medicamentos. Atenção Farmacêutica Atenção Farmacêutica PRM - exemplos Atenção Farmacêutica PRM - exemplos Atenção Farmacêutica – Conhecimento de doenças; – Conhecimentos de farmacoterapia; – Conhecimentos de terapia não medicamentosa; – Conhecimento de análises clínicas; – Habilidades de comunicação; – Habilidades em monitoração de pacientes; – Habilidades em avaliação física; – Habilidades em informação sobre medicamentos; – Habilidades em planejamento terapêutico. Atenção Farmacêutica Desenvolvendo atividades e conhecimentos A atenção ao paciente requer a integração de conhecimentos e habilidades: › Apesar de tantos conceitos, o conceito de Atenção Farmacêutica mais aceito e citado atualmente pelos pesquisadores continua a ser o elaborado por Hepler e Strand (1990), no qual a Atenção Farmacêutica é apresentada como a parte da prática farmacêutica que permite a interação do farmacêutico com o paciente, objetivando o atendimento das suas necessidades relacionadas aos medicamentos. Atenção Farmacêutica Apesar da ampliação e difusão dos conceitos de Atenção Farmacêutica deve- se ressaltar que este movimento não substitui a Farmácia Clínica. Atenção Farmacêutica x Farmácia Clínica › A Atenção Farmacêutica é um modelo de prática profissional que consiste na provisão responsável da farmacoterapia com o propósito de alcançar resultados concretos em resposta à terapêutica prescrita, que melhorem a qualidade de vida do paciente. › Busca prevenir ou resolver os problemas farmacoterapêuticos de maneira sistematizada e documentada. Atenção Farmacêutica › Além disso, envolve o acompanhamento do paciente com dois objetivos principais: a) responsabilizar-se junto com o paciente para que o medicamento prescrito seja seguro e eficaz, na posologia correta e resulte no efeito terapêutico desejado; b) atentar para que, ao longo do tratamento, as reações adversas aos medicamentos sejam as mínimas possíveis e quando surgirem, que possam ser resolvidas imediatamente (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2000). Atenção Farmacêutica › Enfim, é um conceito de prática profissional em que o usuário do medicamento é o mais importante beneficiário das ações do farmacêutico, o centro de sua atenção. › O exercício profissional do farmacêutico hoje busca a concepção clínica de sua atividade, além da integração e colaboração com os membros da equipe de saúde, cuidando diretamente do paciente (PERETTA; CICCIA, 1998). Atenção Farmacêutica CIPOLLE, R.; STRAND, L.M.; MORLEY, P. El ejercício de la atención farmaceutica. Madrid: McGraw Hill – Interamericana; 2000. 368 p. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). The role of the pharmacist in the health care system. Geneva: OMS, 1994. 24p. (Report of a WHO Meeting). PERETTA, M.D.; CICCIA, G.N. Reingeniería de la Práctica Farmacéutica. Buenos Aires: Editora Médica Panamericana, 1998. 226 p. Referências
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