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1 - Conteúdo Digital - Introdução aos Cuidados Farmacêuticos e à Farmácia Clínica

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29/07/2022 09:56 Introdução aos cuidados farmacêuticos e à farmácia clínica
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03723/index.html# 1/41
Introdução aos cuidados farmacêuticos e à farmácia clínica
Prof.ª Larissa Abrahão da Cruz
Descrição
O desenvolvimento do profissional farmacêutico ao longo do tempo como membro da equipe multiprofissional de saúde e suas
atividades para a promoção do uso racional do medicamento na sociedade.
Propósito
Acompanhar a construção histórica da atuação do farmacêutico centralizada no paciente e conhecer conceitos e práticas que
foram desenvolvidos nesse caminho é essencial para que o profissional farmacêutico estimule e identifique a importância do
desenvolvimento e da qualificação técnica nessa área.
Objetivos
Módulo 1
Evolução dos cuidados farmacêuticos e da farmácia clínica
Identificar a evolução dos cuidados farmacêuticos e da farmácia clínica ao longo do tempo.
Módulo 2
Introdução à semiologia farmacêutica e à indicação farmacêutica e terapêutica
Reconhecer conceitos importantes relacionados aos cuidados farmacêuticos e à farmácia clínica, bem como o processo de
prática do profissional na atividade clínica.
Módulo 3
Importância da boa comunicação interpro�ssional e do aconselhamento ao
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Importância da boa comunicação interpro�ssional e do aconselhamento ao
paciente
Reconhecer a importância da comunicação interprofissional efetiva e do aconselhamento ao paciente.
Introdução
A área das Ciências Farmacêuticas nos proporciona diversos caminhos para o conhecimento que corroboram com a promoção
e cuidado em saúde dos indivíduos e da sociedade. Aprendemos a manipular, otimizar processos de produção industrial,
desenvolver novos fármacos, garantir qualidade física, química e microbiológica de produtos farmacêuticos e, como
possibilidade, estará em nosso trajeto participar do processo do cuidado direto ao paciente por meio da grande área de
assistência farmacêutica, na qual o cuidado farmacêutico e a farmácia clínica implementam e estudam protocolos, diretrizes,
mecanismos para o uso adequado e seguro dos medicamentos.
Nesse lugar de atuação, o profissional farmacêutico, junto com a equipe multiprofissional, contribui, por meio de suas
habilidades de farmacoterapia, para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade. A nível global, as atividades
clínicas farmacêuticas são implementadas nos diferentes níveis dos sistemas de saúde como instrumento de promoção das
práticas de segurança do paciente, fortalecendo a necessidade de regulamentação e instrumentalização dos serviços clínicos
farmacêuticos no Brasil e no mundo.
Neste conteúdo, faremos uma introdução ao trajeto percorrido, ao longo do tempo, pelo profissional farmacêutico em suas
atividades centradas no cuidado ao paciente e à forma como essas atividades são aplicadas na prática profissional.

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1 - Evolução dos cuidados farmacêuticos e da farmácia clínica
Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de identi�car a evolução dos cuidados farmacêuticos e da
farmácia clínica ao longo do tempo.
Evolução das atividades do farmacêutico no mundo
Tanto no cenário nacional quanto no mundial, as atividades do profissional farmacêutico sofreram transformações ao longo do
tempo. Tais transformações relacionavam-se com o avanço tecnológico da indústria farmacêutica, com a mecanização da
produção de medicamentos em larga escala, aliada à padronização das formulações farmacêuticas e à descoberta de novos
fármacos. Esses fatores levaram à redução progressiva dos laboratórios magistrais farmacêuticos, até então atividade primária
do farmacêutico diante da sociedade.
Os autores Charles Hepler e Linda Strand dividem a evolução das principais atividades do profissional farmacêutico em três
períodos: tradicional, de transição e o de desenvolvimento da atenção ao paciente (HEPLER; STRAND, 1990b), que veremos
agora com mais detalhes:
Charles D. Hepler
Também conhecido como Doug, é professor emérito distinto no Departamento de Resultados e Políticas Farmacêuticas da
Faculdade de Farmácia da Universidade da Flórida. Durante a sua carreira, atuou como consultor em cuidados farmacêuticos
em projetos na Dinamarca, Espanha, Colúmbia Britânica e Reino Unido. Ele liderou a equipe que desenvolveu e demonstrou de
forma pioneira um sistema prático para assistência farmacêutica em farmácia comunitária.
Linda M. Strand
É farmacêutica, professora e pesquisadora. Doutora em Farmácia Social e Administrativa na Universidade de Minnesota. Além
de sua vida acadêmica, também atuou em farmácias comunitária e hospitalar, centrando suas ações na farmácia clínica. A
partir do desenvolvimento de suas práticas farmacêuticas, surgiu o que conhecemos como atenção farmacêutica. Esse termo
disseminou-se com a publicação, em parceria com o Dr. Charles D. Hepler, do artigo Oportunidade e responsabilidade em
atendimento farmacêutico.
Tradicional
Foi marcado pelo boticário,
que preparava e vendia os
medicamentos, fornecendo
orientações aos seus clientes
sobre seu uso.
Transição
As atividades farmacêuticas
voltaram-se para a produção
de medicamentos em uma
abordagem técnico-industrial.
Nesse período, o
estabelecimento comercial
farmacêutico voltou-se para o
lucro, e o farmacêutico
começou a perder autonomia
d h d
Desenvolvimento da
atenção ao paciente
Diante da evolução
tecnológica, o farmacêutico
passou a ser visto como
simples vendedor de
medicamentos nas farmácias
comunitárias, gerando muita
insatisfação na comunidade
farmacêutica, o que
i l i i t
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No cenário mundial, crescia a necessidade de atividades farmacêuticas voltadas para o cuidado em saúde, em virtude do
estabelecimento de ações que promovessem a orientação do uso seguro do medicamento, o que era tema de diversos
debates.
Isso ocorria pois se observa um fenômeno denominado “farmaceuticalização da sociedade”,
entendido como o uso dos medicamentos indiscriminadamente para realizar modificações nas
condições humanas.
Evidenciavam-se episódios de problemas de segurança relacionados a medicamentos utilizados em doses usuais. Como
marco desse momento, temos a focomelia ocasionada pela talidomida em 1960. Já em 1961, esforços internacionais estavam
em pauta para estabelecer estratégias relacionadas à segurança dos medicamentos e, em 1963, a 16ª Assembleia Mundial da
Saúde adotou resoluções quanto à disseminação de informações sobre reações adversas, que culminou, posteriormente, na
criação da farmacovigilância.
Em 1966, o corpo docente e discente da Universidade de São Francisco (EUA) iniciou profunda análise do papel do profissional
na comunidade, visto que os episódios mundiais direcionavam a uma mudança na atuação do farmacêutico na relação com
paciente e medicamento.
Focomelia
Anomalia congênita que interfere no desenvolvimento de braços e pernas.
Nesse época, iniciou-se um movimento que tinha como objetivo a aproximação profissional entre paciente e equipe de saúde
por intermédio do desenvolvimento de habilidades relacionadas à farmacoterapia. Esse movimento foi denominado farmácia
clínica.
Em meio a essas discussões quanto à redefinição das atividades do farmacêutico perante o paciente, em 1990, Charles Hepler
e Linda Strand publicaram o conceito de pharmaceutical care, que foi traduzido em nosso país como atenção farmacêutica.
Para os autores, pharmaceutical care era “a provisão responsável do tratamento farmacológico com o objetivo de alcançar
resultados satisfatórios na saúde, melhorando a qualidade de vida do paciente” (HEPLER; STRAND,1990b, p. 37).
para o desempenho de suas
atividades.
impulsionou um movimento
de ressignificação da atuação
do farmacêutico junto da
sociedade no cuidado à
pessoa.
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Em 1993, a Declaração de Tóquio apresentou a atenção farmacêutica como uma prática principal do profissional farmacêutico,
reafirmando sua importância. Vejamos a definição de atenção farmacêutica que consta na declaração:
[...] compêndio de atitudes, comportamentos, compromissos, preocupações, valores éticos,
funções, conhecimentos, responsabilidades e habilidades no provimento da farmacoterapia,
com o objetivo de alcançar resultados terapêuticos definidos na saúde e qualidade de vida do
paciente.
(OMS, 1994, p. 24)
O conceito de Farmácia Clínica foi então estabelecido, em 1994, pela Sociedade Europeia de Farmácia Clínica:
[...] especialidade da área da saúde, em que o serviço do farmacêutico clínico tem como
objetivo desenvolver e promover o uso racional e apropriado dos medicamentos e seus
derivados.
(OMS, 1994, p. 24)
Nesse mesmo ano, a Associação Americana dos Farmacêuticos Hospitalares ampliou a definição de forma que Farmácia
Clínica seria uma “ciência da saúde, cuja responsabilidade é assegurar, mediante aplicação de conhecimentos e funções
relacionadas com os cuidados aos pacientes, que o uso de medicamentos seja seguro e apropriado e que necessita de uma
educação especializada e ou treinamento estruturado” (OMS, 1994, p. 24).
Na atualidade, os serviços farmacêuticos no mundo apresentam destaque nas organizações mundiais para a promoção do uso
seguro e racional de medicamentos nos diversos pontos do cuidado em saúde, sendo empregados como ferramentas para
avaliação de qualidade de instituições de saúde e estratégia para ações de farmacovigilância. Veja, a seguir, a evolução das
atividades farmacêuticas centradas no cuidado ao longo do tempo:
O boticário
Ati id d l i d à f á i i é l X N é l XVII i l i d l h i t d
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Atividade relacionada à farmácia com origem no século X. No século XVII, impulsionado pelo conhecimento de
princípios ativos de plantas e minerais, o estudo dos medicamentos ganha notoriedade. Em 1777, na França, o
boticário passa a ser denominado farmacêutico.
Segunda Revolução Industrial
Após a Segunda Guerra, inicia-se o processo de mecanização da produção farmacêutica. O
farmacêutico/boticário passa a ser um dispensador de medicamentos industrializados.
Farmacovigilância
É criada após os eventos adversos graves, principalmente a tragédia causada pela talidomida na década de
1960. A partir daí, as atividades farmacêuticas centralizam-se na promoção do uso seguro de medicamentos.
Farmácia clínica
Em 1966, nos EUA, inicia-se o movimento denominado farmácia clínica, para a aproximação das atividades
farmacêuticas à equipe multidisciplinar de saúde e ao paciente.
Pharmaceutical care
O termo é apresentado pelo Dr. Charles Hepler e pela Dra. Linda Strand. No Brasil, o termo é traduzido como
atenção farmacêutica.
Atenção farmacêutica
A Declaração de Tóquio, de 1993, reafirma a atenção farmacêutica como uma das atividades principais do
farmacêutico.
Atenção farmacêutica no Brasil
É d fi id B il 2002 C B il i i id 2004 C lh N i l d S úd
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Evolução das atividades do farmacêutico no Brasil
No cenário nacional, em 1988, no Brasil, estabelecia-se a discussão sobre a Política Nacional de Medicamentos, a fim de
garantir necessárias segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos, a promoção do uso racional de medicamentos e o
acesso da população aos considerados essenciais, por meio da Portaria MS nº 3.916/1998. Nessa portaria, estabeleceu-se a
definição de assistência farmacêutica (AF): “o grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinadas a apoiar as
ações de saúde demandadas por uma comunidade” (BRASIL, 1998, n. p.).
Um marco inicial importante para a redefinição, no Brasil, da atuação do farmacêutico foi no contexto das políticas
farmacêuticas: em 2004, no Conselho Nacional de Saúde, foi aprovada a Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Nesse
momento, também se redefiniu a AF:
[...] conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto no
individual como coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e
ao seu uso racional. Esse conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de
medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição,
dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de
sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhora da utilidade
de vida da população.
(BRASIL, 2004, n. p.)
Dessa maneira, se realizarmos uma análise conjuntural da assistência farmacêutica, podemos distinguir duas áreas
relacionadas, porém distintas:
Tecnologia de Gestão
Tem como objetivo central garantir o abastecimento e o acesso aos medicamentos.
É definida, no Brasil, em 2002, no Consenso Brasileiro, e inserida em 2004 no Conselho Nacional de Saúde, no
contexto da redefinição da assistência farmacêutica.
Cuidados farmacêuticos
Serviços farmacêuticos que têm o cuidado do indivíduo como centro. Por meio das práticas clínicas do
farmacêutico, promovem-se o uso racional de medicamentos, a saúde e a prevenção de doenças.
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Tecnologia do Uso do Medicamento
Tem como objetivo final o uso correto e efetivo dos medicamentos, sendo resultante das ações de cuidado ao paciente, a
atenção farmacêutica.
No Brasil, a atenção farmacêutica foi definida desde 2002, no Consenso Brasileiro:
[...] um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência
Farmacêutica. Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades,
compromissos e co-responsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da
saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com o
usuário, visando a uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e
mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve
envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades bio-psico-
sociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde
(OPAS, 2002, p. 24)
Porém, o conceito mais utilizado na atualidade é o de Hepler e Strand, que assume um modelo de prática em que o
farmacêutico interage com o paciente objetivando o atendimento de suas necessidades voltadas aos medicamentos. Dessa
forma, o fortalecimento das habilidades clínicas do farmacêutico é essencial.
Vejamos como a Farmácia Clínica é definida pela Resolução nº 585/2013 do Conselho Federal de Farmácia:
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Área da Farmácia, voltada à ciência e à prática do uso racional de medicamentos, na qual os
farmacêuticos prestam cuidado ao paciente, de forma a otimizar a farmacoterapia, promover
saúde e bem-estar, e prevenir doenças. A Farmácia Clínica também orienta a prática
profissional por meio de modelos de prática.
(CFF, 2013a, n. p.)
O estabelecimento dos novos conceitos e práticas do farmacêutico no cuidado da comunidade gerou mudanças na farmácia
comunitária no Brasil, envolvendo diversos segmentos — o sistema que reúne o Conselho Federal de Farmácia (CFF) e os
conselhos regionais de Farmácia (CRFs), o Conselho Nacionalde Saúde (CNS), a Federação Nacional dos Farmacêuticos
(Fenafar), a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), acadêmicos, estudantes, entre outros. Entre
as mudanças observadas, está o crescimento, nos últimos anos, do número de serviços farmacêuticos em hospitais,
ambulatórios, unidades de saúde (atenção primária) e farmácias comunitárias, públicas e privadas, o que indica a importância
do farmacêutico como profissional da saúde no Sistema Único de Saúde.
Saiba mais
O estabelecimento da atenção farmacêutica foi essencial para a regulamentação das atribuições clínicas dos farmacêuticos
no Brasil por meio das Resoluções nº 585/2013 e nº 586/2013 do Conselho Federal de Farmácia. Além disso, como parte
importante desse processo, foi publicada em 2014 a Lei nº 13.021, que redefiniu a farmácia como um estabelecimento de
saúde para fornecer assistência farmacêutica, cuidados em saúde, orientação em saúde, individual e coletiva, dispensação de
medicamentos, cosméticos e outros produtos farmacêuticos relacionados.
Na atualidade, a atuação do farmacêutica junto da sociedade se dá nos serviços farmacêuticos, que são práticas do cuidado
farmacêutico nos diferentes níveis do serviço de saúde.
Cuidado e serviços farmacêuticos
O que é cuidado farmacêutico?
O cuidado farmacêutico é um modelo de prática que orienta a provisão de uma variedade de serviços farmacêuticos ao
paciente, sua família e comunidade, por meio da ação integrada do farmacêutico com a equipe multiprofissional de saúde.
Centrado no usuário, esse modelo visa à promoção, proteção, recuperação da saúde e prevenção de agravos; bem como à
resolução de problemas da farmacoterapia e ao uso racional dos medicamentos.
Os farmacêuticos que assumem o cuidado como seu modelo de prática profissional têm a
responsabilidade de atuar para atender a todas as necessidades de saúde do paciente no seu
âmbito profissional e podem ser denominados farmacêuticos clínicos.
O processo de realização do cuidado se dá por determinadas etapas, de abordagem lógica e sistemática, aplicáveis a
diferentes cenários, níveis de atenção e perfis de pacientes. Vejamos agora com mais detalhes:
Primeira etapa
C d lhi t d i t id tifi ã d d d A t d t d d i t d
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As práticas relacionadas aos cuidados farmacêuticos são empregadas aos pacientes e para a sociedade por meio dos serviços
farmacêuticos. Esses serviços podem ser tanto com o objetivo de educar e fazer rastreamento em saúde, quanto realizar a
dispensação de medicamentos e manejo de problemas de saúde autolimitados. Além disso, devido à expertise dos
profissionais em identificar, prevenir e resolver problemas relacionados à farmacoterapia (PRM), podem ser prestados serviços
como:
Conciliação de medicamentos
Monitorização terapêutica de medicamentos
Corresponde ao acolhimento do paciente ou identificação da demanda. A porta de entrada do paciente pode se
dar por encaminhamento de outro profissional de saúde, pela busca pelo paciente por meio de contato
telefônico, por solicitação do próprio paciente, entre outras formas.
Segunda etapa
O farmacêutico faz a identificação das necessidades de saúde, o que exigirá uma coleta de dados mediante a
realização de anamnese farmacêutica e a verificação de parâmetros clínicos, quando necessário.
Terceira etapa
Há o delineamento e a implantação de um plano de cuidado com a participação do paciente, que inclui as
intervenções e condutas para a resolução dos problemas elencados.
Quarta etapa
Após a implantação do plano de cuidado, é necessário avaliar os resultados e a evolução do quadro clínico em
uma consulta de retorno ou contato com o paciente.
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Revisão da farmacoterapia
Gestão da condição de saúde
Acompanhamento farmacoterapêutico
Tais serviços podem ser realizados em diferentes lugares de prática, incluindo farmácia comunitária, leito hospitalar, farmácia
hospitalar, serviços de urgência e emergência, serviços de atenção primária à saúde, ambulatório, domicílio do paciente,
instituições de longa permanência, entre outros, segundo regulamentação específica. E ainda devem ser ofertados de acordo
com as necessidades de saúde do paciente. Cada paciente poderá ter uma demanda e pode ser ofertado mais de um serviço
farmacêutico simultaneamente.
Serviços farmacêuticos: de�nições
Vamos agora verificar as definições para os serviços farmacêuticos que são diretamente destinados ao paciente:
Processo pelo qual se realizam exames físicos, laboratoriais, procedimentos ou mesmo instrumentos validados para a
identificação de alguma doença ou condição de saúde em pessoas que não tenham apresentado sintomas claros para
obtenção de um diagnóstico em saúde.
Mediante práticas como elaboração de material educativo, palestras, divulgação de informação à comunidade por
meios de comunicação, entrevista com paciente e elaboração de plano de cuidados, entre outros, tem por objetivo o
desenvolvimento da autonomia e a criação de responsabilidade dos pacientes com a própria doença e cuidados com
sua saúde. Também visa à mobilização de profissionais da saúde, gestores, cuidadores para a promoção da saúde,
prevenção e controle de doenças, assim como à melhoria da qualidade de vida.
Realizado pelos farmacêuticos ou por outros profissionais, desde que estejam sob orientação farmacêutica, abrange a
análise dos aspectos técnicos e legais do receituário, a realização de intervenções, a entrega de medicamentos e de
outros produtos para a saúde ao paciente ou ao cuidador, a orientação sobre seu uso adequado e seguro, seus
Rastreamento em saúde 
Educação em saúde 
Dispensação 
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benefícios, sua conservação e descarte, para garantir a segurança do paciente, o acesso e a utilização adequados. Tem
como objetivo propiciar o acesso e o uso adequado dos medicamentos.
Serviço em que os farmacêuticos aplicam os conhecimentos e habilidades clínicas para selecionar e documentar
terapias com ou sem medicamentos e que não exigem prescrição médica, e outras intervenções relativas ao cuidado à
saúde do paciente, visando à resolução da queixa do paciente relacionada a problemas de saúde autolimitados, que são
transtornos menores, ou seja, enfermidades agudas, de baixa gravidade e de breve período de tempo. Podem ser
tratados de forma eficaz e segura com medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação
não exija prescrição médica. Os farmacêuticos devem orientar o paciente e acompanhar os resultados da terapia
indicada ou do encaminhamento, para certificar-se da adesão às intervenções realizadas e da resolução do problema de
saúde.
Compreende a mensuração e a interpretação dos níveis séricos de fármacos, com o objetivo de determinar as doses
individualizadas necessárias para a obtenção de concentrações plasmáticas efetivas e seguras.
Serviço que consiste na obtenção de uma lista completa e precisa dos medicamentos de uso habitual do paciente e
posterior comparação com a prescrição em todas as transições de cuidado (admissão, alta hospitalar ou transferência
entre unidades de internação). Ocorre quando o paciente transita pelos diferentes níveis de atenção ou por distintos
serviços de saúde. A lista de medicamentos é elaborada pelo farmacêutico e contempla o nome ou formulação do
medicamento, concentração/dinamização, forma farmacêutica, dose, via de administração e frequência de uso, duração
do tratamento. Tem como objetivo prevenir erros de medicação resultantes de diferenças da prescrição, como
duplicidade ou omissão de medicamentos.
Análise crítica e estruturadados medicamentos em uso pelo paciente, cuja finalidade é a resolução de problemas
relacionados à prescrição, à utilização, aos resultados terapêuticos, entre outros. Tais problemas que poderão ser
identificados são, por exemplo: reações adversas, baixa adesão, erros de dosagem e/ou de doses, interações de
medicamentos, necessidade de acompanhamento ou de terapia adicional, como também oportunidades de redução no
custo do tratamento.
Manejo de problemas de saúde autolimitados 
Monitorização terapêutica de medicamentos 
Conciliação de medicamentos 
Revisão da farmacoterapia 
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Compreende o gerenciamento de determinada condição de saúde já estabelecida ou de fator de risco, por meio de um
conjunto de intervenções gerenciais e educacionais durante o processo de cuidado ao paciente. Costuma ser de
natureza multiprofissional, incluindo, entre outros, médicos, enfermeiros, nutricionistas e farmacêuticos. Na qualidade
de um serviço farmacêutico, é focado em uma doença ou condição específica (diabetes, hipertensão, dislipidemia,
asma brônquica, insuficiência cardíaca, uso de anticoagulantes orais, entre outras) e tem como finalidade fornecer ao
paciente as ferramentas e o conhecimento necessários para realização do autocuidado.
Serviço clínico em que o farmacêutico realiza a análise de todos os medicamentos em uso pelo paciente (prescritos
e/ou de automedicação) considerando a rotina de utilização. O farmacêutico aplica métodos sistemáticos de avaliação
para identificar, prevenir e resolver problemas a que o paciente esteja exposto com o uso dos medicamentos (PRM).
Dessa forma, por meio da construção dessa análise, o farmacêutico conclui se o paciente faz uso somente dos
medicamentos necessários para suas condições de saúde, que realmente estejam auxiliando no alcance dos objetivos
pretendidos e que sejam seguros para uso em conjunto, conforme as peculiaridades de cada paciente, ou não. De
acordo com as conclusões, realiza intervenções farmacêuticas junto com a equipe de saúde corresponsável pelo
cuidado ao paciente e com o paciente/cuidador.
Na imagem a seguir, estão esquematizados os serviços farmacêuticos diretamente relacionados ao paciente, à família e à
sociedade, bem como as suas finalidades:
Necessidades de saúde do paciente, da família e da comunidade e os serviços farmacêuticos correspondentes.
Farmácia clínica: atribuições do farmacêutico clínico
As atribuições dos farmacêuticos clínicos, como vimos anteriormente, visam ao uso racional e seguro dos medicamentos
pelos pacientes, pela identificação e redução ao mínimo possível de problemas relacionados a medicamentos, impedindo
resultados negativos a medicamentos, promovendo o bem-estar e prevenindo doenças. Tais atividades podem ser realizadas
nos diferentes níveis de complexidade do serviço de saúde: em postos de saúde, ambulatórios, home care, hospitais, entre
outros.
Gestão da condição de saúde 
Acompanhamento farmacoterapêutico 
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No Brasil, as atribuições clínicas do farmacêutico são regulamentadas pela Resolução nº 585/2013 do Conselho Federal de
Farmácia. Elas buscam atender às necessidades de saúde do paciente, da família/cuidadores e da sociedade, e são exercidas
em conformidade com as políticas de saúde, com as normas sanitárias e as normas da instituição à qual esteja vinculado o
profissional. São divididas em três categorias, que veremos a seguir a partir dos seus principais pontos:
Participação do farmacêutico no planejamento e na avaliação da farmacoterapia, para que o paciente utilize de
forma segura os medicamentos em doses, frequência, horários, vias de administração e duração adequados.
Analisar a prescrição de medicamentos quanto aos aspectos legais e técnicos.
Realizar intervenções farmacêuticas e emitir parecer farmacêutico a outros membros da equipe de saúde, com o
propósito de auxiliar na seleção, adição, substituição, ajuste ou interrupção da farmacoterapia do paciente.
Prevenir, identificar, avaliar e intervir nos incidentes relacionados aos medicamentos e a outros problemas
associados à farmacoterapia.
Identificar, avaliar e intervir nas interações medicamentosas indesejadas e clinicamente significantes.
Elaborar o plano de cuidado farmacêutico do paciente.
Pactuar com o paciente e, se necessário, com outros profissionais da saúde as ações de seu plano de cuidado.
Elaborar uma lista atualizada e conciliada de medicamentos em uso pelo paciente durante os processos de
admissão, transferência e alta entre os serviços e níveis de atenção à saúde.
Cuidado centrado no paciente.
Estabelecer processo adequado de comunicação com pacientes, cuidadores, família, equipe de saúde e sociedade,
incluindo a utilização dos meios de comunicação de massa.
Fornecer informação sobre medicamentos à equipe de saúde.
Informar, orientar e educar os pacientes, a família, os cuidadores e a sociedade sobre temas relacionados à saúde, ao
uso racional de medicamentos e a outras tecnologias em saúde.
Desenvolver e participar de programas educativos para grupos de pacientes.
Atuar no processo de formação e desenvolvimento profissional de farmacêuticos.
Desenvolver e participar de programas de treinamento e educação continuada de recursos humanos na área da
saúde, entre outras.
Participar da coordenação, supervisão, auditoria, acreditação e certificação de ações e serviços no âmbito das
atividades clínicas do farmacêutico.
Participar da elaboração, aplicação e atualização de formulários terapêuticos e protocolos clínicos para a utilização
de medicamentos e outras tecnologias em saúde.
Desenvolver ações para prevenção, identificação e notificação de incidentes e queixas técnicas.
Participar do Núcleo de Segurança do Paciente e promover ações de farmacovigilância.
Cuidado à saúde 
Comunicação e educação em saúde 
Gestão da prática, produção e aplicação do conhecimento 
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Mundialmente, por meio dos resultados dos serviços farmacêuticos, são gerados indicadores de segurança do paciente que
fazem parte de processos de avaliação da qualidade dos serviços de saúde. Por exemplo, é o caso do processo de acreditação
hospitalar, que é um método de certificação voluntário pelo qual se busca promover a qualidade da assistência no setor
hospitalar por meio de padrões rigorosos previamente definidos. Os principais órgãos internacionais de acreditação são:
Organização Nacional de Acreditação (ONA), Joint Commission International (JCI), Acreditação
Nacional Integrada para Organização de Saúde (NIAHO) e a Accreditation Canadá (Qmentum).
Vejamos exemplos de indicadores para cada serviço farmacêutico:
Conciliação medicamentosa
Porcentagem de conciliações realizadas em um intervalo de tempo.
Porcentagem de medicamentos que não foram conciliados na prescrição médica no momento da transição do
cuidado que deveriam ser mantidos.
Acompanhamento farmacoterapêutico
Porcentagem de intervenções farmacêuticas realizadas em um intervalo de tempo.
Porcentagem de intervenções por classificação de tipo em um intervalo de tempo.
Porcentagem de antimicrobianos prescritos após período máximo de tratamento estimado.
Porcentagem de aceitação de substituição de forma farmacêutica de antimicrobianos na terapia sequencial.
Dispensação
Ocorrência de erros de medicação realizados na dispensação.
Porcentagem de devolução de medicamentos de acordo com os motivos.
Monitoramento da terapêutica
Taxa de eventos adversos relacionados a medicamentos que possuem marcadores biológicos.
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A evolução dos cuidados farmacêuticos e da farmácia clínica
Neste vídeo, o especialista resolverá questões abordando pontos importantes da evolução dos conceitos de farmácia clínica,
cuidados farmacêuticos e serviços farmacêuticos.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Evolução das atividades do farmacêutico no mundo
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
O que é cuidado farmacêutico?
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Farmácia clínica: atribuições do farmacêutico clínico
Todos
Módulo 1 - Video
A evolução dos cuidados farmacêuticos e da farmácia clínica
Módulo 2 - Video

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 Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 
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Como elaborar uma prescrição farmacêutica
Módulo 3 - Video
Comunicação interpessoal - Verdadeiro ou falso?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(Adaptada de 2009 – UFPR – Residência multiprofissional) Considerando aspectos conceituais e filosóficos da assistência
farmacêutica, farmácia clínica e atenção farmacêutica, assinale a alternativa correta.
A
O conceito de atenção farmacêutica direciona o exercício profissional do farmacêutico para o entendimento
dos medicamentos, particularmente com relação aos aspectos de qualidade do produto, seu foco de atenção
principal.
B
A atenção farmacêutica pode ser considerada, historicamente, uma consequência do desenvolvimento da
farmácia clínica e está amplamente ligada a ela, uma vez que tem nela sua origem.
C
A assistência farmacêutica consiste no acompanhamento criterioso do uso de medicamentos, com o
objetivo de obter resultados positivos da terapêutica farmacológica.
D
Durante a etapa considerada “tradicional” da história da profissão farmacêutica no século XX, o papel central
do farmacêutico comunitário consistia em dispensar medicamentos industrializados, associando ou não
essa ação a orientações ao paciente.
E Atenção farmacêutica é mais ampla e abrange a assistência farmacêutica.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A farmácia clínica surge na década de 1960 e aproxima o farmacêutico da equipe multidisciplinar
e do paciente. Anos depois, surge o conceito de atenção farmacêutica, que pode ser vista como
um desdobramento do movimento iniciado pela farmácia clínica.
Questão 2
No Brasil, as atribuições clínicas do farmacêutico são regulamentadas pela Resolução nº 585/2013 do Conselho Federal de
Farmácia. Assinale a alternativa que contempla corretamente as categorias das atribuições do farmacêutico clínico, de acordo
com essa resolução.
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A Otimização da farmacoterapia; uso racional de medicamentos; e treinamento de RH.
B Participação em comissões; seguimento farmacoterapêutico; e cuidado à saúde.
C Cuidado à saúde; anamnese farmacêutica; e gestão da prática, produção e aplicação do conhecimento.
D
Cuidado à saúde; comunicação e educação em saúde; e gestão da prática, produção e aplicação do
conhecimento.
E Otimização da farmacoterapia; gestão de estoque; e anamnese farmacêutica.
Parabéns! A alternativa D está correta.
As atribuições cuidado à saúde, comunicação e educação em saúde e gestão da prática,
produção e aplicação do conhecimento, regulamentadas pela Resolução nº 585/2013, estão em
conformidade com as políticas de saúde, com as normas sanitárias e as normas da instituição à
qual esteja vinculado o profissional. Tais atribuições buscam atender às necessidades de saúde
do paciente, da família/cuidadores e da sociedade. As demais opções contemplam práticas do
farmacêutico clínico que são descritas na resolução, mas não são as categorias de atribuições.

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2 - Introdução à semiologia farmacêutica e à indicação
farmacêutica e terapêutica
Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de reconhecer conceitos importantes relacionados aos cuidados
farmacêuticos e à farmácia clínica, bem como o processo de prática do pro�ssional na atividade clínica.
O farmacêutico na promoção do autocuidado responsável
Nas últimas duas décadas, nota-se um movimento mundial no sentido de capacitação do profissional farmacêutico na atuação
em tratamentos de transtornos menores por meio do cuidado farmacêutico na atenção primária.
Transtorno menor é aquele que envolve um autocuidado com tomada de decisão, um processo de auto-observação, percepção
dos sintomas e julgamento da gravidade para a escolha de um tratamento pelo indivíduo. Alguns exemplos são: resfriados,
tosses, indigestão etc. Nessas condições, são empregados pela automedicação, em sua maioria, medicamentos isentos de
prescrição (MIPs).
Comentário
A capacidade da população de se “autocuidar” tem sido observada como forma de promoção e prevenção de doenças e
vantagens econômicas para o sistema de saúde. O conceito autocuidado coloca a responsabilidade dos indivíduos por sua
própria saúde e bem-estar. É um conceito amplo que engloba atividades para estabelecer e manter a saúde e para prevenir
problemas de saúde.
A Organização Mundial da Saúde define o autocuidado como “a capacidade de indivíduos, famílias e comunidades de promover
a saúde, prevenir doenças e manter a saúde e lidar com doenças e deficiências com ou sem o apoio de um prestador de
cuidados de saúde” (OMS, 2021, n. p., tradução nossa).
Em seu sentido mais amplo, o autocuidado é, portanto, qualquer ação ou atividade que os indivíduos ou comunidades fazem
para manter a saúde física e mental.
O autocuidado tem sido descrito como um processo contínuo em que o indivíduo inicia com escolhas sobre saúde (por
exemplo, fazer exercícios), passando a gerenciar suas próprias doenças (por exemplo, automedicação) por conta própria ou
com ajuda. À medida que as pessoas progridem nesse processo, mais facilitação por parte de outros é necessária, até que
uma pessoa precise de cuidado gerenciado.
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A automedicação é um elemento do autocuidado definido como a seleção e o uso de medicamentos por indivíduos para tratar
doenças autorreconhecidas ou sintomas. A maneira como esses medicamentos são disponibilizados ao público varia de país
para país, mas todos são aprovados pelas agências reguladoras como seguros e eficazes para as pessoas selecionarem e
usarem sem a necessidade de supervisão ou intervenção médica. Apesar de segurança e eficácia determinada, os
medicamentos isentos de prescrição também possuem descritas reações adversas, por vezes muito bem caracterizadas,
assim como as interações medicamentosas, fatores esses de desejável análise prévia ao uso pelo indivíduo.
A maioria das compras de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) são feitas pelo consumidor sozinho, usando as
informações do produto da embalagem para tomar uma decisão informada sobre a compra. Quando os consumidores
procuram ajuda no ponto de compra, isso pode ser denominado automedicação facilitada.
Os MIPs adquiridos em farmácias põem os funcionários em uma posição forte para facilitar a tomada de decisão de
autocuidado pelos consumidores, pois a interlocução ocorre por meio de um balconista ou do farmacêutico.
Resumindo
Para promover o processo de autocuidado responsável e a automedicação facilitada, os profissionais de saúde que permeiam
a rotina dos indivíduos devem, por meio de orientações e cuidados profissionais, atuar para a qualidade de vida dos indivíduos.
Emrelação aos MIPs, cabe ao farmacêutico realizar a indicação farmacêutica, que consiste em orientar os pacientes por meio
de informações e aconselhamento, para que façam uso da melhor opção da terapêutica.
Prescrição farmacêutica
No Brasil, foi regulamentada a prescrição farmacêutica pela Resolução nº 586 de 2013 do Conselho Federal Farmácia, sendo
esse o ato pelo qual o farmacêutico seleciona e documenta terapias farmacológicas e não farmacológicas e outras
intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente, visando à promoção, proteção e recuperação da saúde e à prevenção de
doenças e outros problemas de saúde. Precisamos, nesse ponto, refletir sobre o ato de realizar uma prescrição farmacêutica.
Relembrando
Nessa reflexão, devemos considerar o histórico das atividades do farmacêutico na sociedade: ainda como boticário, como
vimos no módulo 1, a habilidade técnica exercida era voltada para a necessidade dos indivíduos, com o desenvolvimento de
fórmulas magistrais e a orientação de como usar adequadamente o produto individualizado, o que fundamentava o princípio do
cuidado pelo profissional que posteriormente viria a ser denominado farmacêutico. A Revolução Industrial causou escalas
inimagináveis no desenvolvimento tecnológico e na disponibilidade comercial dos produtos farmacêuticos, e a classe
profissional não estava preparada para criar estratégias de adaptação do cuidado farmacêutico nesse cenário. Foi observado o
distanciamento do paciente do farmacêutico com a transição das antigas boticas em farmácias que eram verdadeiramente
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centros comerciais e a transformação do farmacêutico em um administrador que, por vezes, nem mesmo entregava os
medicamentos aos indivíduos, pois o aumento da demanda provocou a necessidade de mais trabalhadores nas farmácias,
como os balconistas, que, sem conhecimento técnico, eram a categoria que se encontrava frente a frente com os indivíduos
para realizar o definido serviço farmacêutico, a dispensação de medicamentos.
Ao longo de décadas, pesquisadores e profissionais das Ciências Farmacêuticas buscam reorientar a profissão de forma a
reaver a centralização do profissional na orientação ao paciente no cuidado em saúde, com o desenvolvimento de políticas
públicas voltadas para a promoção do uso racional de medicamentos fomentadas em todo o mundo e reafirmadas pela
Organização Mundial da Saúde, que, atualmente, por exemplo, discute ações de controle da crise sanitária e econômica que o
uso irracional de antimicrobianos trará ao planeta.
Entre as inúmeras estratégias instauradas ao longo dos tempos, estão as políticas de inserção do profissional nas equipes
multidisciplinares, a obrigatoriedade da presença dos farmacêuticos em farmácias comunitárias e hospitalares, a criação de
núcleos de atenção à comunidade com protocolos de promoção ao uso racional de medicamentos, com intenso destaque para
a discussão da importância da prática do farmacêutico no que tange às orientações à equipe de saúde, paciente e, cuidadores
no uso adequado dos medicamentos e terapias, sejam eles isentos de prescrição ou não.
Atenção!
O processo de formalização legal de uma orientação documentada de medicamentos e terapias que, de acordo com as
políticas públicas de saúde vigentes não precisam de prescrição, é um tanto redundante. Precisamos inferir a essa resolução a
consciência de que orientar o uso adequado de medicamentos é um dever, seja pela indicação de um MIP ou uma revisão de
farmacoterapia, pois essa é a função do profissional farmacêutico atuante no cuidado. Portanto, precisamos desenvolver
nossas habilidades técnicas para alcançar os maiores níveis de qualidade nos serviços farmacêuticos que iremos realizar.
Concluímos que a formalização legal da prescrição farmacêutica é uma normatização do dever do farmacêutico em relação ao
cuidado. Ela demonstra a necessidade de a classe farmacêutica ter o reconhecimento dessa prática que há muito tempo
permeia como uma atividade principal do farmacêutico nas políticas nacionais de assistência farmacêutica e práticas na
atenção primária, por exemplo, com a inserção do profissional farmacêutico nos núcleos de assistência a família com a
promoção de protocolos de cuidado nos cenários de tabagismo, diabetes etc.
Ao estudar a temática da prescrição farmacêutica, devemos compreender sua construção como um raciocínio lógico para
alcançarmos a orientação em saúde individualizada à necessidade do paciente, dentro das habilidades farmacêuticas que
desenvolvemos durante o curso de graduação e que manteremos atualizados e em construção posteriormente em cursos de
especialização.
Bases da prescrição farmacêutica
As bases da indicação farmacêutica e terapêutica de medicamentos e terapias são:
Necessidades do paciente
A escuta atenta ao paciente e/ou cuidador é uma ferramenta de identificação de pontos críticos no processo de identificação
de problemas de saúde e daqueles relacionados ao medicamento.
Melhores evidências cientí�cas
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Em todos os serviços farmacêuticos, a utilização de dados confiáveis por meio da seleção de fontes preconizadas e protocolos
clínicos validados é essencial para a qualidade do serviço prestado.
Princípios éticos
Toda e qualquer conduta realizada, no que tange à profissão, é orientada por princípios éticos do Código de Ética Farmacêutica.
Conformidade com as políticas de saúde vigentes
Os serviços farmacêuticos são regulamentados e direcionados pelas políticas de saúde vigentes e devem ser continuamente
atualizados conforme atualização dessas.
No raciocínio lógico da construção da indicação farmacêutica e terapêutica, o farmacêutico deverá dispor de conhecimentos
técnicos que deverão abranger os seguintes aspectos:
Boas práticas de prescrição
Foram definidas na Resolução nº 586/2013 do CFF quanto à forma de documentação e seguem as bases
descritas anteriormente.
Fisiopatologia
É uma convergência da patologia (descreve condições observadas durante um estado de doença) com a
fisiologia (descreve processos ou mecanismos do corpo humano). Dessa maneira, a fisiopatologia investiga
alterações nos processos fisiológicos que causam doenças ou lesões em um indivíduo.
Semiologia
São estudos dos sinais e sintomas das doenças humanas. Importante para o diagnóstico de grande parte das
doenças.
Comunicação interpessoal
É a comunicação que permite a troca entre indivíduos com base em sua construção cultural, formação
educacional, vivências e emoções.
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Atenção!
Os aspectos acima apresentados demonstram o quanto nossa atuação no cuidado ao paciente requer conhecimento e
habilidades técnicas que vão além do nosso currículo base da graduação. Os treinamentos em serviço, como as residências
multiprofissionais em Farmácia, os cursos de especialização em Farmácia Clínica, Farmacovigilância e todos aqueles voltados
para a prática nos serviços farmacêuticos são pré-requisitos para a capacitação profissional e qualidade do cuidado ofertado.
Portanto, na atualidade, somente a formalização da prescrição farmacêutica de maneira legal não é critério para que os
farmacêuticos regularmente inscritos no CFF estejam aptos para desenvolver tal atividade, que engloba uma demanda de
habilidades maior que o ofertado hoje nos currículos de graduação.
Como elaborar uma prescrição farmacêutica
Entenda, por meio de um estudo de caso, as bases para a elaboração de uma prescrição farmacêutica.
Semiologia farmacêutica
A semiologia farmacêutica consiste no reconhecimento de necessidades e problemas de saúde do paciente, a partir de uma
demandaou queixa apresentada, e na seleção das melhores intervenções possíveis, a fim de obter resultados ótimos em
saúde, reduzir a morbimortalidade relacionada a medicamentos e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Ela consiste em um processo estruturado baseado em raciocínio clínico no atendimento/consulta farmacêutica, e prevê
algumas ações, que veremos em seguida.
Acolhimento
É o primeiro momento entre o profissional e o paciente, em que deve se estabelecer uma relação de respeito,
comprometimento e confiança. O farmacêutico deve manter uma escuta atenta e expressar seu interesse e comprometimento
com as questões do paciente. É importante apresentar o propósito das questões abordadas e do cuidado prestado e solicitar
ao paciente que coloque suas questões relacionadas à saúde e aos medicamentos, permitindo que ele exponha suas
Farmacologia clínica e terapêutica
É o estudo e a prática do uso racional de medicamentos em que os farmacêuticos realizam o cuidado de forma a
otimizar a farmacoterapia, promovendo a saúde e a prevenção de doenças.

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necessidades ou expectativas em relação à consulta e estabeleça uma relação de planejamento compartilhado, priorizando
questões a serem discutidas considerando os objetivos do farmacêutico e as necessidades do paciente.
Anamnese farmacêutica
Procedimento de coleta de dados sobre o paciente, realizado pelo farmacêutico por meio de entrevista, com a finalidade de
conhecer sua história de saúde, elaborar o perfil farmacoterapêutico e identificar suas necessidades relacionadas à saúde. A
anamnese farmacêutica compreende:
São itens importantes a serem investigados:
Histórico atual da doença ou histórico patológico pregresso.
Histórico de procedimentos para monitoramento das condições de saúde.
Avaliação física quando indicado/apropriado.
Percepção de saúde e qualidade de vida pelo paciente.
Histórico social do paciente (uso de álcool, exercícios físicos, tabagismo etc).
Análise de sinais (podem ser percebidos e quantificados, exemplos: temperatura corporal, pressão arterial, tosse,
edema) e sintomas (são percepções humanas não mensuráveis, exemplos: dor, indigestão, tontura, náusea e
tristeza).
São itens importantes a serem investigados:
Medicamentos prescritos.
Medicamentos utilizados por automedicação.
Terapias alternativas e complementares.
Alergias conhecidas, incluindo a medicamentos.
Incômodos devido ao uso de medicamentos, rastreamento de reações adversas a medicamentos.
São itens importantes a serem investigados:
A capacidade de gestão de medicamentos.
A adesão ao tratamento.
O acesso aos medicamentos (setor público, setor privado, quanto gasta e dificuldades de acesso).
O entendimento do paciente sobre o propósito do tratamento prescrito.
A percepção do paciente sobre o efeito dos medicamentos.
As condições de armazenamento dos medicamentos.
Investigação do estado clínico atual de cada problema de saúde do paciente 
Levantamento do histórico completo de medicamentos 
Investigação das dificuldades no uso dos medicamentos 
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São itens importantes a serem investigados considerando todos os medicamentos e problemas de saúde:
Problemas relacionados ao resultado: tratamento não efetivo; reação adversa; e intoxicação medicamentosa.
Problemas relacionados ao processo: problemas de seleção e de prescrição; problemas de dispensação ou de
manipulação; discrepâncias entre níveis ou pontos de atenção à saúde; problemas de administração e adesão;
problemas de qualidade do medicamento; e problemas de monitoramento.
Plano de cuidado
Planejamento documentado para a gestão clínica das doenças, de outros problemas de saúde e da terapia do paciente,
delineado para atingir os objetivos do tratamento. Inclui:
As responsabilidades e atividades pactuadas entre o paciente e o farmacêutico. É importante pactuar com o paciente um
planejamento, se necessário priorizando as questões relacionadas aos objetivos e necessidades do paciente.
A definição das metas terapêuticas.
As intervenções farmacêuticas.
A indicação farmacêutica e terapêutica, caso haja.
As ações a serem realizadas pelo paciente e o agendamento para retorno e acompanhamento.
A necessidade de direcionamento do paciente para outro profissional de saúde para avaliação complementar e diagnóstica.
Acompanhamento e avaliação dos resultados
O farmacêutico deve acompanhar o alcance dos objetivos das intervenções selecionadas. Para isso, orienta-se considerar a
identificação precoce de problemas que interferem na obtenção dos resultados terapêuticos desejados, como a inefetividade
de medicamentos ou o surgimento de reações adversas. Esse procedimento deve ser feito por meio da reavaliação dos sinais e
sintomas apresentados inicialmente pelo paciente, assim como pela análise da sua evolução. Ele pode evidenciar quatro
diferentes resultados: resolução de necessidades e problemas de saúde do paciente, melhora parcial, ausência de melhora ou
piora dos sinais e sintomas.
Evolução farmacêutica
É registro efetuado no prontuário do paciente, com o objetivo de documentar o cuidado realizado, sendo, portanto, uma
ferramenta de comunicação entre os diversos profissionais da equipe multiprofissional de saúde. Um método de registro
utilizado é o anagrama SOAP, em que são relatados dados subjetivos, objetivos, avaliação e plano de cuidado.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Identificação e priorização de problemas relacionados à farmacoterapia 
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O farmacêutico na promoção do autocuidado responsável
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Prescrição farmacêutica
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Semiologia farmacêutica
Todos
Módulo 1 - Video
A evolução dos cuidados farmacêuticos e da farmácia clínica
Módulo 2 - Video
Como elaborar uma prescrição farmacêutica
Módulo 3 - Video
Comunicação interpessoal - Verdadeiro ou falso?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
 Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 
Questão 1
(2017 – UPENET/IAUPE – UPE – UPENET/IAUPE – Farmacêutico) Assinale a alternativa à qual corresponde o seguinte texto:
procedimento de coleta de dados sobre o paciente, realizada pelo farmacêutico por entrevista, com a finalidade de conhecer
sua história de saúde, elaborar o perfil farmacoterapêutico e identificar suas necessidades relacionadas à saúde.
A Anamnese farmacêutica
B Assistência farmacêutica
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C Consulta farmacêutica
D Evolução farmacêutica
E Cuidado centrado no paciente
Parabéns! A alternativa A está correta.
Dentro da semiologia farmacêutica, a anamnese é o processo que envolve entrevista estruturada
para a coleta de dados relacionados ao histórico de saúde do paciente, assim como os
medicamentos em uso por ele, para identificar possíveis problemas relacionados a
medicamentos e estabelecer o perfil farmacoterapêutico.
Questão 2
(Adaptada de 2017 – UFAL – Residência multiprofissional). Dadas as afirmativas:
I. Plano de cuidado é o planejamento documentado do trabalho farmacêutico no âmbito da dispensação. Inclui os
medicamentos a serem dispensados, os medicamentos dispensados de fato, os medicamentos administrados e os
medicamentos devolvidos sem administrar e o agendamento para retorno e o acompanhamento.
II. Evolução farmacêutica corresponde aos registros efetuados pelo farmacêuticono prontuário do paciente com a finalidade
de documentar o cuidado em saúde prestado, propiciando a comunicação entre os diversos membros da equipe de saúde.
III. Anamnese farmacêutica é o procedimento de coleta de dados sobre o paciente, realizada pelo farmacêutico, por meio de
entrevista, com a finalidade de conhecer sua história de saúde, elaborar o perfil farmacoterapêutico e identificar suas
necessidades relacionadas à saúde.
Está correto o que se afirma em
A I.
B III.
C I e II.
D I e III.
E II e III.
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3 - Importância da boa comunicação interpro�ssional e do
aconselhamento ao paciente
Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de reconhecer a importância da comunicação interpro�ssional
efetiva e do aconselhamento ao paciente.
Comunicação interpro�ssional
Parabéns! A alternativa E está correta.
Fazem parte da semiologia farmacêutica o processo de anamnese farmacêutica, que contempla
a entrevista do paciente e o conhecimento das necessidades em saúde dele, e a elaboração de
plano de cuidado voltado às necessidades do paciente, considerando suas características
individuais, de maneira a chegar a um plano pactuado entre as partes que promova o uso
adequado e seguro do medicamento e registro documentado das ações por meio de evolução
farmacêutica. Já a evolução farmacêutica é o registro efetuado no prontuário do paciente, com o
objetivo de documentar o cuidado realizado, sendo, portanto, ferramenta de comunicação entre
os diversos profissionais da equipe multiprofissional de saúde. Um método de registro utilizado é
o anagrama SOAP, em que são relatados dados subjetivos, objetivos, avaliação e plano de
cuidado.

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A comunicação é o meio pelo qual o ser humano expressa seus saberes, reflexões e vontades. Por meio da fala, expressão
corporal, escrita, sinais e sons, criamos conexão com o meio em que vivemos.
Ao longo da nossa vivência profissional, no ambiente em que realizamos nossas atividades profissionais, a comunicação com
as pessoas que compartilham desse segmento conosco é ferramenta estratégica para a otimização da qualidade dos serviços
prestados. Isso acontece pois o fluxo de informações interprofissionais padronizado, acessível, dinâmico e fluido permite que
sejam minimizadas possíveis barreiras que impedem o alcance da qualidade do serviço, tais como: as hierarquias
profissionais, análise segmentada dos processos, retrabalho, entre outros.
Na área da Saúde, isso não é diferente. Nos serviços de saúde, atuamos em equipes multiprofissionais em que o cuidado
prestado é realizado por profissionais distintos que precisam orquestrar suas ações de maneira a ofertar o melhor cuidado
possível ao paciente. O SUS preconiza a comunicação como elemento fundamental para a atenção à saúde com integralidade,
ou seja, por meio da comunicação é possível que suas ações sejam articuladas e contínuas, a fim de prestar serviços
preventivos e curativos, a nível individual e coletivo, em todos os níveis de complexidade do sistema.
Mas o que é a comunicação interprofissional?
A comunicação interprofissional é a capacidade de comunicação efetiva, ou seja, de maneira clara, oportuna, precisa, completa,
sem ambiguidade, compreendida por todos, especialmente de diferentes profissões, e colaborativa.
Saiba mais
A comunicação interprofissional é a segunda meta internacional para a segurança do paciente, instituída pela Joint
Commission International juntamente com a Organização Mundial da Saúde.
O alcance da comunicação interprofissional de maneira efetiva e colaborativa permite o estabelecimento de relacionamentos
no ambiente de trabalho que integram os conhecimentos técnicos de maneira que os profissionais reconhecem o trabalho um
do outro e suas especificidades promovendo um cuidado mais seguro e humanizado.
Na atualidade, o perfil de trabalho uniprofissional, na área de Saúde, em que o paciente é visto e
cuidado de forma segmentada, sendo cada profissional responsável por uma anamnese individual
e não compartilhada, perde cada vez mais espaço para um modelo interprofissional, em que se
estabelece uma relação interdependente entre os profissionais. Nessa perspectiva, o paciente é
visto em um todo, e a colaboração entre os profissionais é uma exigência para que se alcance um
objetivo comum no cuidado por meio de um plano de cuidado compartilhado.
A interprofissionalidade é conduzida por meio de intensa comunicação interprofissional nas equipes de saúde e estratégias
organizacionais como rounds multiprofissionais, protocolos clínicos multiprofissionais, dentre outros, que são pontos-chave
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para o bom desenvolvimento.
E quais são as vantagens da comunicação interprofissional efetiva?
Favorece o trabalho multipro�ssional e interpro�ssional
Otimiza o cuidado contínuo ao paciente
Promove ações de educação em saúde
Minimiza a ocorrência de riscos e efeitos adversos
Contribui para a segurança do paciente
Barreiras para a comunicação interpro�ssional
Como toda estratégia de aplicação prática, a comunicação interprofissional possui barreiras para seu desenvolvimento que
precisam ser identificadas e desconstruídas. Veremos, agora, alguns exemplos dessas barreiras, bem como as respectivas
problemáticas e medidas de desconstrução:
Problemáticas: No ambiente hospitalar, a realização de rounds (encontro da equipe multiprofissional para discutir o
caso de cada paciente) é uma rotina conhecida, mas que sofre com o mal planejamento, visto que, por vezes, não existe
horário definido para o encontro ou mesmo difusão da informação da realização para toda a equipe. Além disso, a
realização do round com um mediador que apresenta o caso e a abertura para discussão das demandas de saúde do
paciente para todos os profissionais deve ser organizada e apresentada de forma dinâmica e ágil, o que por vezes não
acontece e não permite produtividade ao encontro.
Desconstrução: Estabelecimento de horários fixos para os encontros em local predefinido e difusão da informação para
toda a equipe.
Ausência de rotinas regulares e planejadas de comunicação entre os profissionais 
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Problemática: O trabalho multiprofissional é um processo de longo desenvolvimento dentro de um serviço de saúde. A
ele compete retirar qualquer profissional do centro do cuidado ao paciente e construir um cuidado colaborativo com
diferentes pontas conectadas. Dessa forma, são fatores limitantes no trabalho em equipe a interação frágil somada a
processos de cuidado que não sejam multiprofissionais, que não envolvam todos os responsáveis pelo cuidado, por
exemplo, protocolos clínicos institucionais uniprofissionais que identificam uma demanda em saúde e realizam o
direcionamento ao profissional da especialidade adequada sem troca entre eles; prontuários sem relatos de todos os
profissionais que realizaram atendimento ao paciente; utilização de linguagem não comum a todos os profissionais,
com siglas; não realização de encontros multiprofissionais para discussão individual dos casos pela equipe, entre
outros.
Desconstrução: Ações educativas de promoção da comunicação efetiva com difusão do linguajar técnico das
especialidades na forma de curiosidades; estabelecimento de protocolos clínicos multiprofissionais com avaliação
contínua do processo para identificação de pontos fortes e frágeis; realização de encontros predeterminados
multiprofissionais para as discussões de ações em equipe; relato em prontuáriodo atendimento de cada especialidade
com suas percepções e condutas.
Problemática: O ambiente físico do serviço de saúde e o que ele dispõe deve proporcionar ferramentas para que a
comunicação interprofissional seja efetiva. Para isso, deve dispor de computadores e internet para o compartilhamento
de informações entre a equipe de saúde, além de sistemas de prontuário eletrônico, salas com mobiliário adequado
para realização de reuniões multiprofissionais etc.
Desconstrução: Investimento financeiro na estrutura física e informatização do serviço de saúde.
Problemática: A presença dos diferentes profissionais de saúde no mesmo ambiente de trabalho não é o único critério
para que eles possam trocar conhecimentos e produzir condutas de cuidado juntos, como já vimos anteriormente. A
jornada de trabalho dos profissionais da saúde, com diferentes escalas por categoria profissional dentro de uma
mesma instituição, fragiliza a difusão das informações e as trocas interprofissionais, pois, por vezes, uma ou mais
categorias não estão na unidade para reconhecimento da necessidade de comunicação. Além disso, jornadas muito
extensas de trabalho reduzem a qualidade da comunicação, o que a torna inefetiva.
Desconstrução: Organização das escalas de trabalho para permitir a troca entre os profissionais com alocação
equilibrada desses entre as equipes de saúde, garantindo jornadas não excessivas.
Fragilidade na interação e no uso do diálogo que favoreça o trabalho em equipe 
Ambiência desfavorável 
Jornada de trabalho dos profissionais da saúde 
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Ações de promoção da comunicação nos serviços farmacêuticos
As ações do cuidado farmacêutico nos diferentes níveis da atenção à saúde se dão por meio dos serviços farmacêuticos, de
forma a promover o uso adequado e seguro dos medicamentos. Para a OMS, entre as metas de segurança do paciente, estão:
Meta 2
Melhorar a comunicação interprofissional.
Meta 3
Melhorar a segurança na prescrição, na administração e no uso de medicamentos.
Para o cumprimento dessas metas, as ações de comunicação nos serviços farmacêuticos são fundamentais.
Vejamos a importância da comunicação interpessoal efetiva em cada um dos serviços farmacêuticos:
Em serviços de saúde em que há administração de medicamentos na internação ou ambulatorial, a dispensação dos
medicamentos ocorre para a equipe de enfermagem. Dependendo da estrutura física e dos recursos humanos da
farmácia, o medicamento poderá ser dispensado de maneira unitarizada (com a dose pronta para administração) ou
não unitarizada (quando requer que a equipe de enfermagem realize ainda processos de reconstituição e diluição,
quando falamos de medicamentos injetáveis, por exemplo). Nesse cenário, a comunicação com a equipe de
enfermagem é ponto crítico para que as informações para a administração segura do medicamento estejam
disponíveis, pela formalização de protocolos de reconstituição e diluição de medicamentos, por suporte técnico do
farmacêutico na unidade de saúde para esclarecimento de dúvidas, entre outras formas.
Além da comunicação com o paciente, a comunicação com a equipe multiprofissional de referência que realiza o
cuidado compartilhado é muito importante para esclarecimento de dúvidas que podem não ser totalmente desfeitas ao
longo do atendimento, e até mesmo para discutir e avaliar a necessidade de encaminhamento a outros profissionais.
A discussão contínua com equipe multiprofissional é fundamental para a avaliação criteriosa dos dados laboratoriais e
para os ajustes farmacológicos, pois são dados por vezes multifatoriais e relacionados a questões de demanda de
cuidado de outras categorias profissionais. A comunicação interprofissional permite melhores compreensão e tomada
de decisão quanto ao dado observado.
Dispensação 
Manejo de problemas de saúde autolimitados 
Monitorização terapêutica de medicamentos 
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A partir de uma fonte de informação dos medicamentos utilizados pelo paciente, é estabelecida a lista de
medicamentos de uso habitual. Então é realizado o processo de conciliação entre a lista e o prescrito em um serviço de
saúde, seja na admissão, na transição de setor dentro da unidade de saúde, ou no momento da alta de pacientes
internados. Uma fonte de informação, por exemplo, na internação de um paciente, pode ser o médico principal no
cuidado desse paciente, um profissional de enfermagem que realiza o cuidado. Isso evidencia a importância da
comunicação interprofissional efetiva no cenário do cuidado farmacêutico. Além disso, os ajustes na prescrição atual,
quando necessários, se darão pelo entendimento da condição de saúde atual do paciente pela equipe de saúde, com
destaque para o médico, que será uma ponte fundamental de comunicação do farmacêutico para o estabelecimento
dos ajustes necessários.
Quando observados problemas relacionados a medicamentos (reações adversas, baixa adesão, erros de dosagem e/ou
de doses, interações de medicamentos, necessidade de acompanhamento ou de terapia adicional, como também
oportunidades de redução no custo do tratamento), as informações devem ser compartilhadas com a equipe de saúde
para que as ações sejam planejadas e orientadas em conjunto, otimizando o cuidado.
A atuação do farmacêutico em equipes multiprofissionais voltadas para gestão de condições específicas de saúde
dentro de protocolos multiprofissionais se dá pela construção da comunicação efetiva e o desenvolvimento de
habilidades de relacionamento para a intervenção oportuna no que diz respeito aos medicamentos.
O acompanhamento farmacoterapêutico envolve os serviços de monitoração terapêutica, revisão da farmacoterapia e
gestão da condição de saúde. Nesse serviço, o farmacêutico acompanha a prescrição do paciente e seus resultados ao
longo tempo, seja em um momento de internação ou em atendimento ambulatorial. A partir da identificação de
problemas relacionados aos medicamentos, orienta a equipe de saúde e realiza as orientações pertinentes para a
resolução dos problemas.
Aconselhamento ao paciente
A promoção das práticas de orientação ao paciente, ao cuidador e à comunidade é estratégia essencial no cuidado à saúde
Conciliação de medicamentos 
Revisão da farmacoterapia 
Gestão da condição de saúde 
Acompanhamento farmacoterapêutico 
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pelos profissionais. Por meio do autocuidado, o indivíduo mantém e previne agravos à saúde e, para que esse seja realizado de
maneira apropriada, o indivíduo precisa receber informações claras e elucidativas. Quando necessário, a orientação deve ser
passada de maneira individualizada, ao paciente, cuidador e comunidade. Isso deve fazer parte da rotina nos serviços de
saúde.
O aconselhamento do paciente tem como características:
Escuta ativa
Atendimento individualizado
Centrado no paciente
Desenvolve-se a partir do estabelecimento de confiança entre os interlocutores, com o objetivo de que o paciente tenha a
possibilidade de ser o sujeito de sua própria saúde e melhorar sua qualidade de vida. Pode ser realizado de diversas maneiras e
inúmeras ferramentas podem ser utilizadas.
São componentes do aconselhamento do paciente:
Educação em saúde
Troca de informações entre profissional da saúde e paciente com esclarecimento de dúvidas.
Pode ser realizado individualmente ou em grupo, por meio de atividades interativas ou somente diálogo.
Apoio emocional
O profissional da saúde deve manter escuta ativa, atento às fragilidades trazidas pelo paciente, mantendo posição de
acolhimento para que se estabeleça uma relação de confiança.
Apresentação e negociaçãodo plano de cuidado
O profissional da saúde deve elaborar plano de cuidado e adequá-lo às necessidades e limitações do paciente, atentando às
solicitações de modificação solicitadas pelo paciente, a fim de que o produto final seja baseado em um acordo para posterior
avaliação dos resultados.
Quando o aconselhamento do paciente é realizado de forma adequada, gera inúmeros benefícios:
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O paciente é capaz de reconhecer suas necessidades.
Estabelece-se uma relação de confiança entre o profissional da saúde e o paciente.
A adesão ao tratamento aumenta.
O paciente desenvolve habilidades para aceitar conviver com os possíveis efeitos colaterais dos tratamentos.
A participação do paciente nas decisões sobre sua condição de saúde e autocuidado, pois aumenta seu nível de
informação.
Estimula a motivação do paciente para o autocuidado.
E como se dá o aconselhamento farmacêutico?
O aconselhamento farmacêutico se dá nos diversos pontos da atenção à saúde, seja na atenção básica, ambulatorial ou
hospitalar. O processo de aconselhar e orientar o paciente deve ser estabelecido conforme vimos acima, e algumas estratégias
específicas são utilizadas no que diz respeito aos medicamentos:
O farmacêutico deve utilizar linguagem simples e adaptada ao nível de compreensão do paciente. Exemplo: o
paciente pode conhecer o medicamento de uso regular apenas pelo nome comercial e, muitas vezes, esse será o
caminho para a orientação do uso adequado, e não a utilização da denominação comum brasileira.
O farmacêutico poderá utilizar ferramentas como imagens, cores e símbolos para organizar o plano de cuidado e
organização dos medicamentos no que diz respeito aos horários de tomadas, dose e etc.
O aconselhamento em equipe multiprofissional deve ser considerado quando o medicamento está presente na
orientação do paciente por diferentes categorias profissionais. Exemplo: paciente não possui via oral para
administração dos medicamentos. Utiliza sonda gastroentérica para alimentação, e os medicamentos serão
administrados por ela. O aconselhamento conjunto entre equipe médica, farmácia, nutrição e enfermagem traz
grande benefício para o paciente/cuidador.
A negociação entre o profissional e o paciente deve acontecer de maneira a melhorar a adesão ao tratamento.
Exemplo: prescrito pelo médico para uso regular diurético (furosemida) pela manhã e noite, 10h e 22h,
respectivamente. Paciente relata não fazer uso no horário noturno, pois o medicamento faz com que vá ao
banheiro inúmeras vezes ao longo da noite atrapalhando a qualidade do seu sono. O farmacêutico pode adequar
o intervalo entre as doses, por exemplo 6h e 16h, com a segunda tomada no fim da tarde para reduzir o
incômodo com a diurese noturna.
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Comunicação interpessoal - Verdadeiro ou falso?
Neste vídeo, o especialista ajuda na compreensão das afirmações apresentadas sobre a comunicação interpessoal.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Comunicação interpro�ssional
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Ações de promoção da comunicação nos serviços farmacêuticos
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Aconselhamento ao paciente
Todos
Por fim, o farmacêutico deve se manter acessível, oferecendo formas de contato profissional, seja por endereço,
telefone ou e-mail, para esclarecimento de dúvidas que surjam após o aconselhamento.
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Módulo 1 - Video
A evolução dos cuidados farmacêuticos e da farmácia clínica
Módulo 2 - Video
Como elaborar uma prescrição farmacêutica
Módulo 3 - Video
Comunicação interpessoal - Verdadeiro ou falso?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
 T d Mód l 1 Mód l 2 Mód l 3 
Questão 1
Marque a opção que contempla barreira para a comunicação interprofissional efetiva:
A Unidade de saúde grande, rotinas rígidas de encontros multiprofissionais e prontuário eletrônico.
B
Ausência de prontuário digital, falta de planejamento de encontros multiprofissionais para discussão de
casos e diálogo centrado em condutas de uma profissão.
C
Jornadas de trabalho que permitem participação em discussão de casos, sistema eletrônico hospitalar
eficiente e disponível a toda a equipe e uso de siglas em diálogos multiprofissionais.
D
Ações de educação continuada sobre interdisciplinaridade, falta de salas de reunião e espaços comuns para
as equipes e uso de siglas em diálogos multiprofissionais.
E
Diálogo centrado no paciente, apresentação de demandas do paciente por diferentes categorias e prontuário
físico.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A comunicação interprofissional é uma das metas internacionais para a segurança do paciente
estabelecida pela OMS. Para a promoção da comunicação interprofissional, barreiras como as
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Considerações �nais
Como vimos, o cuidado farmacêutico e a farmácia clínica são atividades que, ao longo do tempo, têm sofrido aprimoramentos
para a colocação do profissional farmacêutico na promoção da saúde e prevenção de doenças.
Verificamos o quão abrangentes são os serviços farmacêuticos e como podemos atuar em diferentes níveis do cuidado em
saúde, colaborando com a equipe multiprofissional na otimização do uso seguro e racional dos medicamentos, além de
promover o autocuidado responsável pelos indivíduos.
apresentadas na alternativa B — de ambiência; de rotina de planejamento; e de fragilidade na
interação e no diálogo respectivamente — precisam ser vencidas.
Questão 2
O aconselhamento do paciente pelo profissional farmacêutico centrado nas necessidades em relação ao medicamento deve
A envolver escuta ativa, apoio emocional e negociação do plano de cuidado.
B envolver fala centrada no paciente, distanciamento e plano de cuidado somente com descrição DCB.
C
não utilizar ferramentas alternativas, não considerar questões individuais do paciente e promover
aconselhamento conjunto com outros profissionais.
D
envolver escuta ativa e utilização de linguagem simples, além de não utilizar símbolos quando paciente tiver
limitações que dificultem a compreensão da escrita.
E
envolver fala centrada no paciente, utilização de linguagem técnica, além de não considerar questões
individuais.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Essa alternativa engloba os elementos fundamentais para a troca do farmacêutico com o
paciente em que o profissional farmacêutico mantém uma escuta ativa, garante apoio emocional
e estabelece o plano de cuidado por meio de acordo com o paciente.

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Os cuidados farmacêuticos e a farmácia clínica são temas extensos que precisam ser explorados com profundidade para
melhor desenvolvimento das habilidades dos profissionais, a fim de atender à demanda do cuidado centrado no paciente.
Podcast
Para finalizar, ouça este podcast sobre os principais conceitos abordados no conteúdo, enfatizando a importância dos
cuidados farmacêuticos e da farmácia clínica para a saúde coletiva no Brasil.

Referências
ANGONESI, D.; SEVALHO, G. Atenção farmacêutica: fundamentação conceitual e crítica para um modelo brasileiro. Ciência &
saúde coletiva, v. 15, suppl. 2, p. 3603-3614, 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.916, de 30 de outubro de 1998. Aprova a Política

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