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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Metodologia Científica Nome: Jéssica Ingrid Faria de Souza Curso: ABI - Ciências Biológicas A DEPENDÊNCIA QUE A OBSERVAÇÃO TEM DA TEORIA No capítulo em questão o autor delineia sua abordagem crítica ao princípio de indução a partir de duas afirmações do conceito indutivista: uma que diz que a ciência começa com a observação e outra afirma que a observação fornece uma base segura da qual o conhecimento pode ser derivado. Para seguir a diante com a sua crítica, ele acha necessário conceituar o que é observação. Ele escolhe a alternativa de basear a observação no conceito de visão e explica de maneira muito técnica como acontece o processo do ser humano enxergar os objetos. Partindo desse conceito, a visão está diretamente ligada ao que o cérebro registra, então pode se concluir que a observação nada mais é do que interpretações do nosso cérebro sobre o que nós registramos através do olho. Como o cérebro está atuando neste processo, o autor afirma que não podemos então, basear o conceito de observação somente a partir de visões objetivas. Ou seja, o que o observador vê se baseia também em suas experiências passadas, formação cultural, seus conhecimentos e suas expectativas. Então é possível afirmar que mesmo dois observadores com todas as suas características físicas normais e observando o mesmo objeto, podem ter interpretações diferentes em relação a esse objeto. Em seguida o autor nos dá vários exemplos de estudos e experimentos que comprovam as afirmações do parágrafo anterior. Além de ter visões diferentes de um mesmo objeto, baseado nas suas experiências passadas, o observador pode ter impressões subjetivas baseadas em suas expectativas no momento em que observa o objeto em questão. O autor utiliza de exemplos conhecidos no campo da ciência, como a utilização de um telescópio pela primeira vez por Galileu. No tópico seguinte do texto, o autor foca na segunda afirmação do conceito indutivista: as proposições de observação. São as proposições de observação que vão dar a base segura para que o conhecimento, ou seja as teorias, seja derivado. Porém o autor afirma que qualquer preposição de observação vai ser baseada em alguma teoria ou conhecimento prévio, por mais vago que esta seja. E as proposições de observação vão ser tão falhas quanta as teorias em que elas se baseiam. O que ele quer concluir com isso é que as teorias precedem as proposições de observação. E ele ainda vai além, ao dizer que como as proposições de observação podem ser baseadas em teorias falhas, elas não podem ser consideradas bases confiáveis para a construção do conhecimento cientifico. Um exemplo que ele cita no texto e que exemplifica muito bem essa afirmação é o conceito do pedaço de giz. Como se chegar à conclusão de que um pedaço de giz é realmente um pedaço de giz? Depois de muitas indagações e experimentos de natureza relativamente técnica, se chega à conclusão que para a proposição de observação “Eis aqui um pedaço de giz” ser considerada verdadeira ou não, foi utilizada uma intensa gama de teorias. Finalmente o autor conclui o texto explicando que o conhecimento cientifico pode derivar não só de cálculos e observações, mas também de insights, atos criativos ou até mesmo sendo resultado de um acidente. Além disso explica que o indutivismo não está sendo totalmente refutado. Indutivistas modernos estão abrindo mão de um recurso que ele caracteriza como a separação do modo de descoberta e do modo de justificação. Neste conceito, mesmo a teoria precedendo a observação, esta deve ser averiguada através da observação em uma ampla variedade de circunstancias e somente então a teoria pode se revelar verdadeira ou não. Ou seja, as afirmações que resultam da observação são atravessadas pela teoria.
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