Buscar

Resumo sanção coação justica segurança juridica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Sanção e coação 
 
Moral (espontânea) x direito (coação / força própria) 
Coação- 2 significados : 1) violência física ou psíquica, que pode ser feita contra uma pessoa 
ou um grupo de pessoas. A mera violência não é uma figura jurídica, mas quando se contrapõe 
ao Direito, torna anuláveis os atos jurídicos. 
Obs:. 
Plano da Existência (atos inexistentes), plano da validade (nulos de pleno direito e anuláveis) 
e plano da eficácia (atos ineficazes) são os três planos o negócio jurídico. 
 
Plano da existência. Neste plano pode-se observar os elementos essenciais do negócio jurídico 
que são: o: (1) Declaração de vontade; (2) Objeto; e (3) Forma. 
O plano subsequente é o plano da validade, onde se encontram os requisitos de validade. São, 
na verdade, qualificadores, tais quais adjetivos, dos elementos essenciais acima expostos. Não 
são numerus clausus, estritamente delimitados, visto que a lei pode estatuir novos requisitos. 
São os requisitos gerais, insertos no art. 104 do Código Civil: agente capaz; objeto lícito, 
possível e determinado ou determinável; e forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
A nulidade pode ser alegada de ofício pelo juiz ou por qualquer pessoa. o negócio anulável 
produz efeitos regularmente até que seja anulado. 
 
A eficácia, por sua vez, é o terceiro dos planos do negócio jurídico, sendo condicionada a 
fatores, que nem sempre são próprios do mundo jurídico. O negócio, agora já existente e 
válido, mostra-se em tese apto à produção de efeitos jurídicos. 
Coação 2º significado: Não é, entretanto, nesse sentido que empregamos a palavra coação, 
quando dizemos que o Direito se distingue da Moral pela possibilidade da interferência da 
coação. Neste caso, é esta entendida como força organizada para fins do Direito mesmo. 
Conceito sanção: todo e qualquer processo de garantia daquilo que se determina em uma 
regra. Ex: sanção moral (cumprimento espontâneo, ex: remorso, sanção das regras morais 
não estão, entretanto, organizadas), jurídica, etc 
A sanção, portanto, é gênero de que a sanção jurídica é espécie. Existem sanções morais e 
jurídicas, correspondentes, respectivamente, às regras de natureza moral e jurídica. Há 
também sanções próprias das normas religiosas, que dizem respeito à crença e à fé, fundadas 
na esperança ou certeza de uma vida ultraterrena, na qual cada homem receberá a retribuição 
de sua conduta, a paga ética, ideal, de seu comportamento. 
 
O que caracteriza a sanção jurídica é a sua predeterminação e organização. Matar alguém é 
um ato que fere tanto um mandamento ético-religioso como um dispositivo penal. A diferença 
está em que, no plano jurídico, a sociedade se organiza contra o homicida, através do 
aparelhamento policial e do Poder Judiciário. 
 
Direito obedece a esse princípio da sanção organizada de forma predeterminada. A 
existência mesma do Poder Judiciário, como um dos três poderes fundamentais do Estado, dá-
se em razão da predeterminação da sanção jurídica. Um homem lesado em seus direitos sabe 
de antemão que pode recorrer à Justiça, a fim de que as relações sejam objetivamente 
apreciadas e o equilíbrio restabelecido. 
 
Obs: verifica-se uma passagem gradual na solução dos conflitos, do plano da força bruta para o 
plano da força jurídica. Nas sociedades primitivas, tudo se resolve em termos de vingança, 
prevalecendo à força, quer do indivíduo, quer da tribo a que ele pertence. Ofendido o 
indivíduo, a ofensa se estende imediatamente ao clã, que reage contra o outro grupo social, 
numa forma de responsabilidade coletiva. 
Existiu, com efeito, primeiro, a vingança social para, depois, surgir a vingança privada. De certa 
maneira, esta já representa um progresso, porquanto personaliza a responsabilidade. Com o 
decorrer do tempo, o fenômeno da vingança privada veio sendo submetido a regras, a formas 
delimitadoras. Há uma passagem lenta do período da vingança privada, como simples força 
bruta, ao período em que as contendas passam a ser resolvidas obedecendo a certas injunções 
ainda de força, mas já contida em certos limites. É o período dos duelos, das ordálias, do 
talião. 
 
Obs: ordália é um tipo de prova judiciária usado para determinar a culpa ou a inocência do 
acusado por meio da participação de elementos da natureza e cujo resultado é interpretado 
como um juízo divino. Também é conhecido como juízo de Deus. A lei de talião, do latim lex 
talionis (lex: lei e talio, de talis: tal, idêntico), também dita pena de talião, consiste na rigorosa 
reciprocidade do crime e da pena — apropriadamente chamada retaliação. Esta lei é 
frequentemente expressa pela máxima olho por olho, dente por dente. É uma das mais antigas 
leis existentes. 
 
Finalmente, o Estado proíbe o duelo, que já é um abrandamento da força. O Poder Público 
coloca-se em lugar dos indivíduos, chamando a si a distribuição da justiça, o que assinala um 
momento crucial na história da civilização. 
 
Podemos dizer que, atualmente, excogitam-se técnicas mais aperfeiçoadas para obter-se o 
cumprimento das normas jurídicas, através não de sanções intimidativas, mas sim através de 
processos que possam influir no sentido da adesão espontânea dos obrigados, como os que 
propiciam incentivos e vantagens. 
 
Assim, ao lado das sanções penais, temos as sanções premiais que oferecem um benefício ao 
destinatário, como, por exemplo, um desconto ao contribuinte que paga o tributo antes da 
data do vencimento. 
 
Direito surgiu como meio de defesa da vida e patrimônio do homem. O seu papel era apenas o 
de pacificação. Hoje, a sua faixa de proteção é bem mais ampla. A justiça é o valor supremo do 
Direito e corresponde também à maior virtude do homem. Para que ela não seja apenas uma 
idéia e um ideal, necessita de certas condições básicas, como a da organização social mediante 
normas e do respeito a certos princípios fundamentais; em síntese, a justiça pressupõe o valor 
segurança. Apesar de hierarquicamente superior, a justiça depende da segurança para 
produzir os seus efeitos na vida social. Por este motivo se diz que a segurança é um valor 
fundante e a justiça é um valor fundado. 
Conceito de Justiça: 
Aristóteles: injusto se aplica tanto às pessoas que infringem a lei quanto às pessoas 
ambiciosas (no sentido de quererem mais do que aquilo a que têm direito) e iníquas, de tal 
forma que as cumpridoras da lei e as pessoas corretas serão justas. O justo, então, é aquilo 
conforme à lei e correto, e o injusto é o ilegal e iníquo.” (ARISTÓTELES, 1996, p. 194) 
 a justiça universal (conceito de justo universal, pois este é o cidadão cumpridor da lei. Trata-
se de uma obediência ao nómos, ou seja, ao ordenamento jurídico expresso pelas normas, 
englobando também os costumes e princípios preponderantes em uma determinada 
comunidade.) e a justiça particular. 
A justiça particular é uma espécie de justiça que, ao contrário do que ocorre com a justiça 
universal (díkaion nominon), se corresponde a apenas uma parte da virtude e não à virtude 
total (BITTAR, 2010, p. 132). Portanto, o justo particular é espécie do gênero justo total. 
Divide-se em duas espécies, a saber, justiça distributiva e justiça corretiva: 
justiça distributiva é a que se observa na distribuição pela polis, isto é, pelo Estado, de bens, 
honrarias, cargos, assim como responsabilidades, deveres e impostos 
Em suma, a justiça distributiva é um meio termo com quatro termos na relação: dois sujeitos 
comparados entre si e dois objetos. Será justo, portanto se atingir a finalidade de dar a cada 
um aquilo que lhe é devido, na medida de seus méritos. 
 A justiça corretiva se difere da distributiva no sentido de que esta utiliza como critério de 
justa repartição aos indivíduos os méritos de cada um, enquanto aquela visa o 
“restabelecimento do equilíbrio rompido entreos particulares: a igualdade aritmética justiça 
corretiva fica ao encargo do juiz (dikastés), que é o mediador de todo o processo. O juiz é 
considerado para Aristóteles, a personificação da justiça, pois, “ir ao juiz é ir à justiça, porque 
se quer que o juiz seja como se fosse a própria justiça viva (...) é uma pessoa eqüidistante e, 
em algumas cidades são chamados de ‘mediadores’, no pressuposto de que, se as pessoas 
obtêm o meio-termo, elas obtêm o que é justo.” 
A segurança jurídica apenas como sistema de legalidade, que fornece aos indivíduos a 
certeza do Direito vigente. Neste sentido é a colocação de Heinrich Henkel, definiu-a como "a 
exigência feita ao Direito positivo, para que promova, dentro de seu campo e com seus meios, 
certeza ordenadora" Elías Díaz não concorda que a segurança se identifique apenas com a 
noção da existência de uma ordem jurídica, com o conhecimento do que está proíbido e 
permitido, com o saber a que se ater. Exige, além de um sistema de legalidade, um sistema de 
legitimidade, pelo qual o Direito objetivo consagre os valores julgados imprescindíveis "no 
nível social alcançado pelo homem e considerado por ele como conquista histórica irreversível: 
a segurança não é só um fato, é também, sobretudo, um valor". 
 
Se a identificação da segurança com a simples legalidade e certeza jurídica se manifesta 
insuficiente, a segunda posição nos parece portadora de uma exigência excessiva, pois 
pretende que a segurança absorva o valor justiça. Admitimos dois níveis de segurança, um 
elementar e outro de segurança plena. A elementar insuficiente, se satisfaz com o sistema de 
legalidade e a certeza jurídica enquanto que a segurança plena requer outros predicados, que 
genericamente já indicamos como respeito a certos princípios fundamentais, que serão 
desenvolvidos neste capítulo. 
 
Adotando, em parte, a orientação de Henkel, reunimos os princípios gerais de segurança em 
três grupos: a) princípios relativos à organização do Estado; b) princípios do Direito 
estabelecido; c) princípios do Direito aplicado. 
 
 
a) Princípios Relativos à Organização do Estado 
 
Para que a segurança jurídica seja alcançada e, por seu intermédio, a justiça, é indispensável, 
em primeiro lugar, que o Estado adote certos padrões de organização interna. A clássica 
divisão dos poderes, em legislativo, executivo e judiciário, enunciada· por Aristóteles e 
desenvolvida em seus principais aspectos por Montesquieu, é considerada essencial. Cada 
órgão possui a sua faixa de competência peculiar, a sua especialização. Não se acham 
separados por um sistema hermético, mas conjugam as suas funções em uma atividade 
harmônica e complementar. 
 
Desenvolvem, por assim dizer, uma forma de solidariedade orgânica. O que traduz um 
imperativo de segurança é a impossibilidade de um mesmo poder açambarcar as funções 
próprias de um outro poder. Quando isto ocorre, configura-se uma anomalia,que coloca em 
risco a segurança jurídica. A partir do momento, por exemplo, em que o Poder Judiciário passe 
a criar o Direito que irá aplicar, de uma forma genérica e sistemática, estará praticando uma 
subtração de competência do Poder Legislativo e ameaçando seriamente a segurança jurídica. 
Esta prática institucionalizaria a incerteza do direito vigente. Além da fixação da linha divisória 
entre os três poderes que é definida pela Constituição Federal, é necessário que o Poder 
Judiciário se apresente organizado à uma forma apta não só a decidir as questões que Ihe 
forem submetidas, dentro de um tempo razoável, mas a dispor também de um aparato 
coercitivo para tornar eficazes as suas sentenças. 
 
Para este fim é imprescindível que esse Poder reúna pessoal qualificado para as diversas 
funções, não apenas a de juiz, promotor de justiça ou defensor público, mas igualmente a de 
escrivão, escrevente juramentado, oficial de justiça. Esta organização deve-se estender a um 
âmbito não estritamente judiciário, como o dos cartórios de notas, cartórios de registros civis. 
Além dos agentes judiciarios, impõe-se que esses vários departamentos da justiça estejam 
dotados do suficiente equipamento de trabalho. Se o aparelho judiciário não estiver 
preparado, com pessoal competente e recursos necessários, o Direito objetivo não alcançará o 
índice de efetividade desejado, ficando frustrados os anseios de segurança e de justiça. 
As garantias da magistratura constituem também um fator de segurança jurídica. Os juízes 
devem gozar de total liberdade no exercício de suas funções judicantes. A falta de garantias 
constitucionais pode levar ao temor ou constrangimento e comprometer o ato judicial. 
 
b) Princípios do Direito Estabelecido 
 
Entre os princípios básicos do Direito estabelecido, consideramos os seguintes: positividade do 
Direito, segurança de orientação, irretroatividade da lei, estabilidade relativa do Direito. Os 
princípios do Direito estabelecido se referem ao Direito em sua forma estática, ou seja, na sua 
maneira de apresentar-se aos seus destinatários. 
 
B1) A Positividade do Direito - A positividade do Direito é o caminho da segurança jurídica. 
Esta se constrói a partir da existência do Direito, objetivado através de normas indicadoras dos 
direitos e deveres das pessoas. A positividade pode manifestar-se em códigos ou em 
costumes; o essencial é que oriente efetivamente a conduta social. não apenas de seus d• 
stinatários. O Direito costumeiro, por ser elaborado pelo próprio povo e achar-se enraizado 
na consciência popular, tem as suas normas divulgadas pelos membros da coletividade, que as 
transmitem às novas gerações. Em relação ao Direito codificado, é indispensável a sua 
publicação em diários oficiais ou em jornais de grande penetração na sociedade." Não 
houvesse a publicação das leis, e o aforismo Ignorantia juris non excnsat (ninguém se escusa 
do cumprimento da lei alegando a sua ignorância) não poderia ser aplicado. 
 Teoria da Divisão de Poderes, também conhecida como Sistema de Freios e Contrapesos, foi 
consagrada pelo pensador francês Montesquieu na obra O Espírito das Leis, baseado nas obras 
Política, do filósofo Aristóteles, e Segundo Tratado do Governo Civil, de John Locke. 
O filósofo iluminista utiliza-se das ideias desses pensadores, e com isso, explica, amplia e 
sistematiza a divisão de poderes. Ele acreditava que para afastar governos absolutistas e evitar 
a produção de normas tirânicas, seria fundamental estabelecer autonomia e limites de cada 
poder. Com isto, cria-se a ideia de que só o poder controla o poder, por isso, o sistema de 
freios e contrapesos, onde cada poder é autônomo e deve exercer determinada função, 
porém, este poder deve ser controlado pelos outros poderes, sendo então independentes e 
harmônicos entre si. 
Neste sistema, fez-se a seguinte divisão dos poderes do Estado: Legislativo, Executivo e 
Judiciário. O poder Legislativo tem a função típica de legislar e fiscalizar; o Executivo, 
administrar a coisa pública; já o Judiciário, julgar, aplicando a lei a um caso concreto que lhe é 
posto, resultante de um conflito de interesses. Aplicar o sistema de freios e contrapesos 
significa conter os abusos dos outros poderes para manter certo equilíbrio. Por exemplo, o 
judiciário, ao declarar inconstitucionalidade de uma Lei é um freio ao ato Legislativo que 
poderia conter uma arbitrariedade, ao ponto que o contrapeso é que todos os poderes 
possuem funções distintas, fazendo assim com que não haja uma hierarquia entre eles, 
tornando-os poderes harmônicos e independentes. 
Essa divisão clássica se dá até hoje na maioria dos Estados, e está consolidada pelo artigo 16 da 
Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) e prevista no artigo 2º da 
nossa Constituição Federal, sendo divididas e especificadas as funções de cada poder 
 
 
B2) Segurança de Orientação - A positividade e divulgação do Direito não são obastante para 
proporcionar a certeza jurídica. É indispensável ainda que as normas sejam dotadas de 
clareza, simplicidade univocidade e suficiência. 
 
A univocidade significa que as leis não devem apresentar incoerências, contradições ou 
conflitos internos. As diversas partes que compõem a ordem jurídica devem estar em perfeita 
harmonia, de modo a existir uma única voz de comando. A suficiência significa que a ordem 
jurídica deve estar plena de soluções para resolver quaisquer problemas oriundos da vida 
social. A lei pode apresentar lacunas; a ordem jurídica, não. A suficiência é garantida pelos 
processos de integração do Direito, como a analogia e os princípios gerais de Direito. 
 
Entre os sistemas jurídicos, qual deles favorece melhor à segurança de orientação: o de 
Direito codificado ou o costumeiro? O Direito escrito é próprio do sistema jurídico de origem 
romano-germânica, também denominado continental ou europeu, enquanto que o Direito 
costumeiro ou consuetudinárl`o, não escrito, é característica do sistema jurídico do Common 
Law, adotado pela Inglaterra, Estados Unidos, Canadá. Segundo Cogliolo, os romanos quiseram 
o código para evitar o Jus Incertum, o Direito não definido. 
 
Para René David, especialista francês em Direito Comparado, a superioridade do sistema 
continental sobre o anglo-americano, sob a ótica da segurança, é mais aparente do que real. 
Se o advogado francês, egípcio ou japonês pode explicar ao seu cliente o Direito aplicável ao 
seu caso, com maior facilidade do que o seu colega inglês, essa vantagem é mais ilusória, 
porque a visão que o Direito codificado oferece é apenas superficial. Os sistemas jurídicos da 
família romano-germânica apresentam um menor número de normas jurídicas as quais, por 
seu caráter mais genérico, conferem um maior poder discricional aos juízes na aplicação do 
Direito. 
B3) Irretroatividade da Lei - Irretroatividade é a qualidade de não retroagir, não ser válido 
para o passado. As leis e atos normativos em geral, a princípio, são editadas para que passem a 
valer para o futuro, desde a data da publicação ou a partir de um período fixado, geralmente 
no final do seu texto. 
A principal razão para isso é que, se o ato passa a ser de cumprimento obrigatório, não poderia 
ser exigido antes do seu conhecimento dos que devem cumpri-lo. Isso não impede, todavia, 
que uma lei que institua um benefício a ser concedido pelo Poder Público (um aumento 
salarial aos servidores públicos, por exemplo), gere efeitos retroativos, como exceção à regra 
geral. 
 
B4) Estabilidade Relativa do Direito - O legislador há de possuir a arte de harmonizar as duas 
forças que atuam sobre o ordenamento jurídico do Estado, em sentidos opostos: a 
conservadora e a de evolução. A estabilidade nas instituições jurídicas é anseio comum aos 
juristas e ao povo. Aos juristas, porque é mais simples operar com leis enriquecidas pela 
doutrina e pela jurisprudência; ao povo, porque a experiência já lhe revelou o conhecimento 
vulgar de seus direitos e obrigações. Esta aspiração, por uma ordem jurídica estável, não 
configura o misoneísmo ou uma atitude reacionária, de vez que não 
consiste em uma pretensão absoluta e incondicional.'y A partir do momento em que uma lei 
se revela anacrônica, incapaz de atender às exigências modernas, a sua revogação por uma 
outra, adaptada aos valores e fatos da época, constitui um imperativo. 
 
Como fato histórico que é, o Direito Positivo deve acompanhar o desenvolvimento social; não 
pode ser estático, enquanto a sociedade se revela dinâmica. A ordem jurídica que não evolui 
de acordo com os fatores sociais deixa de ser um instrumento de apoio e progresso, para 
prejudicar o avanço e o bem-estar social.=" Compete à política juridica fixar os interesses 
sociais que, em determinado momento histórico, devem ser objeto de proteção jurídica. 
Para isto, verifica a conveniência e a oportunidade das mudanças danças jurídicas. Assim, o 
valor segurança não implica necessariamente a conservação do ordenamento vigente, não é 
de índole reacionária. Ainda que eventuais donos de poder lutem pela continuidade do jus 
positum em vigor a fim de preservarem seus privilégios, o valor segurança jurídica não se 
apresenta para dar fundamento ao status quo. 
 
O ideal é que a ordem jurídica se desenvolva em bases científicas e não a título de 
experiência ou sob impulsos emocionais. Ao introduzir uma nova lei no mundo jurídico, o 
legislador há de tê-la estudado o suficiente, para não ser surpreendido com efeito prático 
indesejado. 
Como um jogador de xadrez, que deve calcular os diversos desdobramentos possíveis, que 
podem advir de um lance em uma partida, o legislador deve estudar a sociedade e, com a 
mesma prudência, lançar uma nova lei no quadro social. 
 
Tanto a ordem jurídica que não se altera diante do progresso, quanto a que se transforma de 
maneira descontrolada, atentam contra a segurança jurídica. Para a realização deste valor, é 
necessária a estabilidade relativa do Direito, ou seja, a evolução gradual das instituições 
jurídicas. 
 
c) Princípios do Direito Aplicado 
 
Estes princípios se referem às decisões judiciais, ao direito que deixou de ser apenas norma 
geral e abstrata, para transformar-se em norma jurídica individualizada. Entre os principais, 
destacamos os seguintes: prévia calculabilidade da sentença, firmeza juridica (respeito à coisa 
julgada), uniformidade e continuidade da jurisprudência. 
 
C1). Prévia Calculabilidade da Sentença - As decisões judiciais e administrativas devem 
assentar-se em elementos objetivos, extraídos da ordem jurídica. Os critérios aleatórios, 
adotados na Antigüidade e na Idade Média, são incompatíveis com a era científica do Direito. 
O princípio da prévia calculabilidade da sentença, fruto dos tempos modernos, revela que, se 
os fatos estão claros e definidos, se a lei está ao alcance de todos, havendo, assim, a.certeza 
jurídica, como em um silogismo, as partes poderão deduzir; antecipadamente, o conteúdo da 
sentença judicial. 
C2) Respeito à Coisa Julgada - Dá-se a coisa julgada quando a decisão judicial é irrecorrível, 
não admitindo qualquer modificação. 
C3) Uniformidade e continuidade da jurisprudência: a uniformização da jurisprudência conduz 
na sábia interpretação e aplicação escorreita das leis a todos os casos julgados, como forma de 
se fazer uma justiça imparcial, reta, justa, equânime e qual para todos.

Continue navegando