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Viabilidade Técnico-Econômica de Empreendimento de Reciclagem de Plásticos

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VIABILIDADE TÉCNICO-ECONÔMICA DO EMPREENDIMENTO 
6.1 - O Mercado de Plásticos Reciclados e o Empreendimento 
A primeira etapa na concepção de um empreendimento é a verificação do mercado em que 
se irá distribuir o produto obtido. 
Com base na produção nacional de resinas primárias, estimava-se, em 1993, que a 
reciclagem dos plásticos estava em torno de 6% do total produzido25, significando uma 
participação ainda tímida em relação ao potencial de mercado interno, especialmente se 
comparado com o mercado mundial. Em 1998, a estimativa é de que o material reciclado 
situava-se em torno de 15% do total de resina produzida, o que representa um grande 
crescimento, uma vez que a produção nacional de plásticos cresceu no período 1993 a 
1998. 
No caso específico do PVC, a quantidade de resíduos pós-consumo reciclado em 2007 
aumentou cerca de 52%, em comparação com 2005. Levando-se em consideração que o 
consumo aparente cresceu, aproximadamente, 6,8% ao ano nesse mesmo período, 
observa-se que a porcentagem de material reciclado aumentou sobre uma base maior de 
consumo. Devemos destacar que a vida útil dos produtos de PVC contempla apenas 12% de 
produtos descartáveis, ou seja, com vida útil entre 0 e 2 anos. 24% tem vida útil entre 2 e 
15 anos e 64% acima de 15 anos. Isso significa que o PVC é um produto de longa vida útil e 
que a maior parte do seu consumo aparente vira resíduos pós-consumo rapidamente, como 
se verifica com a maior parte dos outros plásticos. Esses números projetam uma situação 
de mercado consideravelmente favorável à indústria de reciclagem, que a partir de um 
produto de custo competitivo, tem possibilidades de participar efetivamente de um grande 
mercado, seja como fornecedor de matéria-prima para outros setores, como no caso dos 
compostos de PVC, seja como fabricante de produtos acabados, como as mangueiras e 
eletrodutos. 
Um estudo americano21, analisa o potencial de reciclagem do PVC e mostra a existência de 
mais de 90 linhas diferentes de produção de artigos em PVC reciclado, em que as 
propriedades físicas se mostraram muito próximas àquelas obtidas pelos compostos com 
PVC virgem. 
As aplicações atuais no Brasil incluem a produção do reciclado como material granulado a 
ser utilizado como matéria-prima em outros processos, assim como a produção direta de 
peças. Entre as muitas aplicações atuais e novas possibilidades, destacam-se artigos para a 
construção civil, perfis em geral, mangueiras, sifões, eletrodutos, canaletas, solados, 
calçados, pisos, artigos de uso doméstico, artigos para escritório, cones para tráfego, rodas 
para carrinhos, objetos para brindes ou propaganda, cabos, filmes, espirais para 
encadernação, passadeiras, peças de mobiliário, "tecidos", tapetes, capas, laminados, 
forração em geral, embalagens, manoplas, pedaleiras, vedações, juntas de dilatação, 
objetos de adorno em geral etc. 
A segunda fase é a formalização legal do empreendimento, em que é necessário tomar 
alguns cuidados importantes, como: 
• Antes da aquisição ou locação da área para instalação do empreendimento, deve-se 
verificar se a área está de acordo com as exigências legais de proteção do meio 
ambiente, consultando a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Também deve-se 
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Raquel
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verificar, junto à Prefeitura Municipal, se a área escolhida encontra-se dentro das leis 
e portarias municipais – Lei de Uso do Solo; 
• A abertura formal da empresa é realizada na Junta Comercial do Estado onde se 
localizará a empresa, através de um contador legalmente habilitado (com registro no 
Conselho Regional de Contabilidade); 
• Na seqüência, deve-se obter a inscrição da empresa na Receita Federal (Cadastro 
Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ, que substituiu o CGC), na Secretaria da Fazenda 
(Inscrição Estadual) e na Prefeitura Municipal, podendo ser obtido também junto ao 
SIMPI ou ao SEBRAE. 
6.2 - Matéria-Prima – Acesso à Coleta Seletiva e Seleção de Materiais 
A chave do negócio de reciclagem é o acesso a fontes regulares de suprimento de matéria-
prima (resíduo plástico/sucata) e esta questão deve, portanto, receber atenção especial do 
empresário para garantir o sucesso do empreendimento. 
As empresas que participam do mercado de reprocessamento de plástico são geralmente de 
porte pequeno e médio, obtendo a matéria-prima (resíduo plástico/sucata) principalmente 
junto a catadores que atuam nos depósitos de lixo ou, ainda, buscam material diretamente 
em indústrias, supermercados, condomínios e em coletas seletivas realizadas por 
prefeituras municipais. 
Apesar de haver pontos de venda de resíduo plástico/sucata, esse não é ainda um mercado 
organizado e não existe disponibilidade em grande escala, não sendo tão simples o acesso a 
esse material. Esta situação poderia ser melhorada caso houvesse legislação específica 
obrigando e regulamentando a coleta seletiva de materiais dispostos pelas indústrias, 
residências e outros estabelecimetos. No link “Gerenciamento do resíduo de PVC”, item 
"Prefeituras que Realizam Coleta Seletiva" é apresentada uma relação de prefeituras 
municipais que realizam coleta seletiva. 
É importante que o empresário tenha em mente que, mesmo que exista hoje disponibilidade 
de matéria-prima, deverá avaliar sempre a oferta regular de resíduos plásticos/sucata, 
tomando como base os seguintes aspectos: 
• Antes de instalar a fábrica conseguir garantia de fornecimento de matéria-prima, 
cuidando de fazer um estoque inicial suficiente para iniciar as operações e suprir, no 
mínimo, o primeiro mês de produção; 
• Trabalhar, de início, principalmente com resíduo industrial, que tem a vantagem de 
qualidade mais regular e de fornecimento mais constante que o resíduo 
plástico/sucata; 
• Ter conhecimento de outros possíveis locais onde poderá obter a matéria-prima 
(indústrias, catadores, sucateiros, coletas seletivas) ou seja, novos pontos de 
captação; 
• Observar a periodicidade do fornecimento e sua disponibilidade e qualidade; 
• Fazer acordos ou contratos formais de retirada periódica nesses estabelecimentos; 
• Instalar a empresa em área próxima a uma infra-estrutura sócio-econômica capaz de 
suprir suas necessidades, não apenas no que se refere à matéria-prima mas também 
em facilidade de escoamento da produção, comunicação, disponibilidade de mão-de-
obra, energia elétrica, água, rede comercial, bancária, serviços etc. 
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A matéria-prima comprada dos sucateiros precisa ser separada para evitar contaminações, 
como a do PET, além de outras eventuais, como arame, fios, vidros, metais em geral, 
papéis etc. Os separadores (funcionários que irão separar o PVC de outros materiais) 
deverão ser treinados para que tenham acuidade na distinção do material de interesse. 
Dependendo do tipo de resíduo plástico/sucata obtido como matéria-prima, a operação de 
lavagem se faz necessária, como por exemplo, em frascos de óleo. A quantidade de água 
necessária a esta lavagem será levada em conta na composição dos custos variáveis, 
apresentada mais adiante. 
6.3 - Viabilidade Técnico-Econômica de uma Recicladora de PVC – Três Exemplos 
Serão apresentados três casos como exemplo, podendo haver múltiplas situações a serem 
adotadas, dependendo apenas da escolha do mercado feita pelo empresário. Os casos-
exemplo referem-se a: 
• CASO 1: Uma Recicladora que produzirá somente produtos acabados, no caso, 
mangueiras de quatro dimensões diferentes. A fábrica trabalhará com apenas uma 
extrusora, com capacidade de 120 kg/h. As principais características deste exemplo 
são o baixo investimento para uma escala pequena e a alta rentabilidade; 
• CASO 2: Uma Recicladora que produzirá duas linhas de produtos: uma de compostos 
de PVC reciclado (50%), que serão vendidos a outras empresasonde serão utilizados 
como matéria-prima, e outra de produtos acabados (50%), no caso mangueiras de 
quatro dimensões diferentes. Esta unidade trabalhará com duas extrusoras uma para 
cada linha de produto, com capacidade de 120 kg/h cada. As principais 
características deste exemplo são a maior escala, com maior investimento, a 
diversidade de produtos, sendo um de maior valor agregado, e a alta rentabilidade. 
• CASO 3: uma Recicladora que produzirá somente compostos de PVC reciclado, que 
serão vendidos a outras empresas onde serão utilizados como matéria-prima. A 
fábrica trabalhará com duas extrusoras, com capacidade de 120 kg/h cada. As 
principais características deste exemplo são a facilidade de produção do composto, o 
menor esforço mercadológico para sua comercialização, produto de menor valor 
agregado, investimento maior (duas extrusoras) e menor rentabilidade. 
São apresentadas a seguir, para cada caso, as etapas necessárias para análise de um 
negócio em seus aspectos técnicos e econômicos. 
Todos os valores monetários computados na análise dos casos são referentes a preços 
médios de produtos e serviços na cidade de São Paulo, em janeiro de 1999, e estão 
expressos em dólares americanos equivalentes na mesma data. 
CASO 1: MANGUEIRAS 
A - Dimensionamento da Capacidade Produtiva 
O Caso 1 refere-se a uma Recicladora que fabrica produtos acabados, no caso mangueiras 
de quatro dimensões diferentes. 
Inicialmente será calculada a capacidade produtiva, considerando-se: 
• Horas disponíveis: 24 h/dia; 25 dias/mês e 12 meses/ano; 15% de horas paradas 
(eventuais paradas de máquinas). Portanto tem-se, tanto para a máquina de 
composto de PVC reciclado quanto para a máquina de mangueiras: 
24 h/dia x 25 dias/mês x 12 meses/ano x 0,85 = 6.120 horas/ano 
• Capacidade de equipamento disponível: 1 (uma) extrusora com capacidade de 
processamento de 120 kg/h. Será adotada a operação da extrusora a cerca de 85% 
da capacidade, visto que para o conjunto de produtos escolhidos não se obtém 
rendimento de 100%. Portanto, a capacidade de processamento da extrusora para 
as horas disponíveis no ano é: 
Capacidade total = 6.120 h/ano x 100 kg/h = 612.000 kg/ano ou 612,0 t/ano de 
mangueiras 
• Necessidade de matéria-prima: a capacidade produtiva, dimensionada considerando 
15% de horas paradas, não leva em conta a chamada "quebra de material", que 
significa a quantidade de matéria-prima perdida devido a paradas de máquina, 
aquecimento inadequado ou outros eventos, que resultem em diminuição de 
produção e que em geral ocorrem neste tipo de processo. A "quebra de material" 
estimada neste estudo é de 6%. Assim, a necessidade real de matéria-prima 
(resíduos plásticos/sucata), incluindo "quebras de material" é: 
612.000 kg/ano ÷ 0,94 = 651.064 kg/ano ou 651,1 t/ano 
Além da "quebra de material", deve-se levar em conta que a matéria-prima usada é 
composta de resíduos plásticos/sucata, tanto resíduos industriais, quanto pós-consumo, e 
que, em geral, é obtida misturada com outros plásticos ou materiais metálicos. Para 
dimensionar a ocorrência dessas misturas, será considerado que 10% da matéria-prima 
comprada não é PVC. 
Portanto, será necessário adquirir quantidade maior de sucata, ou seja: 
Matéria-prima necessária = 651.064 kg/ano ÷ 0,90 = 723.404 kg/ano ou 723,4 t/ano de 
resíduos plásticos/sucata 
• Produção de mangueiras: serão produzidas mangueiras de PVC com bitolas ½"e ¾", 
com espessuras de 1,5 mm e 2,0 mm, conforme exigência de mercado. A Tabela 6-1 
abaixo indica as especificações técnicas referentes aos produtos de PVC que serão 
produzidos, com dados de peso por metro linear de produto, sua espessura e 
rendimentos mensal e anual de produção. A produção total de mangueiras é igual a 
612.000 kg/ano. 
Tabela 6-1 – Especificações Técnicas das Mangueiras 
Bitola Espessura 
(mm) 
Peso 
Unitário 
(kg/m)
Produção 
Anual 
(kg/ano)
Produção Mensal 
(kg/mês) (m/mês) 
½" 1,5 0,053 155.395 12.950 244.338 
½" 2,0 0,067 120.059 10.005 149.325 
¾" 1,5 0,083 145.283 12.107 145.867 
¾" 2,0 0,107 191.263 15.938 148.959 
TOTAL _ _ 612.000 51.000 688.489 
B - Custos de Produção 
Os custos variáveis e fixos envolvidos no processamento de resíduos plásticos/sucata de 
PVC para a produção de mangueiras serão apresentados em base anual, referentes à 
produção dimensionada no item anterior, com os valores monetários referentes a preços 
médios de produtos e serviços da cidade de São Paulo em janeiro de 1999, expressos em 
dólares americanos equivalentes. 
B.1 - Custos Variáveis 
Matéria-prima: 
Considerada a quantidade de resíduos plásticos/sucata de 723.404 kg, assumindo as perdas 
por seleção e por quebra de material explicadas anteriormente, a um custo unitário de US$ 
0,17/kg. 
Insumos: 
• Plastificante: A quantidade estimada vai depender da dureza Shore pretendida e da 
qualidade dos resíduos plásticos/sucata usados como matéria-prima (quantidade de 
plastificante contida nos resíduos adquiridos). 
Neste exemplo considerou-se o padrão de uma Recicladora que adquire resíduos plásticos 
flexíveis, com alto conteúdo de plastificante. A quantidade de plastificante a ser adicionada 
é 4.500 kg/ano, a um custo unitário de US$ 1,20/kg. 
• Carga: A quantidade estimada também é função da matéria-prima usada. 
Considerou-se a necessidade de adicionar 43.200 kg/ano, a um custo unitário de 
US$ 0,08/kg. 
• Embalagem: As mangueiras serão vendidas por metro, dispensando qualquer 
embalagem. 
Utilidades: 
• Energia Elétrica: Foi dimensionada a necessidade de energia elétrica para suprir a 
energia requerida para o funcionamento dos equipamentos, bem como para 
iluminação das áreas industriais. O custo total anual considerado é de US$ 
16.000,00. 
• Água: Foi considerada a necessidade de 10.000 litros diários de água para lavagem 
dos resíduos plásticos/sucata utilizados como matéria-prima, a um custo anual de 
US$ 3.680,00. Esta água pode ser tratada e reciclada após o uso porém, no 
exemplo, não está sendo considerada esta hipótese. 
• Combustível: Foi considerado o combustível consumido por um caminhão empregado 
para a captação de matéria-prima, adotando-se os seguintes índices: distância 
percorrida = 5.000 km/mês; rendimento do combustível = 4km/l; tipo de 
combustível: diesel, ou seja: 
(5.000 km/mês x 12 meses/ano) ÷ 4km/l = 15.000 l/ano, a um custo unitário de US$ 0,40 
/litro de diesel. 
A formação dos Custos Variáveis Anuais é apresentada na Tabela 6-2 adiante e totaliza US$ 
157.514,00/ano, correspondendo a US$ 0,26/kg de mangueira produzido. 
B.2 - Custos Fixos 
Mão-de-Obra 
Para o regime de produção considerado, a extrusora deverá ser mantida em regime de 
trabalho ininterrupto durante 24 horas/dia por 300 dias/ano, permitindo melhor 
aproveitamento, com maior economia de energia e redução do desperdício de material que 
ocorre em cada partida (início de trabalho). 
Para tanto, serão considerados três turnos de trabalho de 8 horas/turno na extrusora. Os 
demais equipamentos (moinho, centrífuga e aglutinador) funcionarão em um turno diurno 
de trabalho (8h/dia), de forma a suprir a quantidade de material requerida pela produção. 
Deve-se tomar o cuidado de ligar os equipamentos fora do horário de pico informado pela 
companhia que distribui a energia no estado (no caso de São Paulo, a Eletropaulo). 
A separação do material recebido ocorrerá de forma manual em dois turnos de 8 h/dia, 
totalizando 16 h/dia para esta atividade. Com exceção dos operadores de extrusora, que 
trabalham em 3 turnos, e dos separadores, que trabalham em 2 turnos, os demais 
empregados trabalham em turno de 8 horas diurno. 
Na Tabela 6-3, apresenta-se a formação do custo mensal de salários, para um número 
estimado de 22 empregados necessários para movimentar a empresa. Cumpre lembrarque, 
por tratar-se de empresa de pequeno porte ou micro-empresa, as atividades do Gerente 
Geral (administração e compras) são desenvolvidas pelo proprietário. 
A formação do Custo Anual de Mão-de-Obra compreende as rubricas Salários e Encargos 
Sociais, apresentadas a seguir: 
• Salários: O total anual de salários pagos aos empregados é: US$ 14.390,00/mês x 
12 meses/ano = US$ 172.680,00/ano. 
• Encargos Sociais: Compreendem INSS, FGTS, salário educação, acidentes de 
trabalho, INCRA, SESI, SENAI, SEBRAE, 13º salário, abono de férias, adicionais de 
turno, vale transporte, cesta básica e outros benefícios: estimados em 100% dos 
salários pagos, ou seja: US$ 172.680,00/ano. 
Depreciação 
Foi considerada depreciação linear em 10 anos para o investimento fixo em equipamentos 
(Tabela 6-6). Ressalte-se que no caso de aquisição do terreno e prédio, estes também 
deverão ser depreciados, sendo geralmente em maior prazo, 25 anos. O valor da 
depreciação corresponde à provisão anual para reinvestimento em uma nova fábrica, 
semelhante à atual usada como exemplo, ao final da vida útil da mesma, considerada como 
10 anos. A depreciação é portanto: US$ 193.000,00 x 0,10 = US$ 19.300,00/ano. 
Amortização 
Corresponde à amortização, em 10 anos, das despesas pré-operacionais. O conceito é o 
mesmo da depreciação, ou seja, trata-se de provisão para reinvestimento, sendo seu valor, 
portanto: US$ 20.000,00 x 0,10 = US$ 2.000,00/ano. 
Seguros 
Considerado prêmio de seguro para cobertura de equipamentos, prédios, instalações, 
veículos, móveis e utensílios, sendo o valor segurado de US$ 288.000,00 e o prêmio de US$ 
2.800,00/ano. 
Tabela 6-2– Custos Variáveis Anuais de Produção 
Caso 1 - Mangueiras 
Discriminação Quantidade Anual Custo Unitário Total (US$/ano) 
Matéria-Prima 723.404 kg US$ 0,17 /kg 122.979,00 
Insumos
Plastificante 4.500 kg US$ 1,20 /kg 5.400,00 
Carga 43.200 kg US$ 0,08 /kg 3.456,00 
Subtotal 8.856,00 
Utilidades
Energia Elétrica - - 16.000,00 
Água 10.000 m3 US$ 0,368/m3 3.680,00 
Combustível 15.000 l US$ 0,40 /litro 6.000,00 
Subtotal 25.680,00 
TOTAL 157.514,00 
Tabela 6-3 – Formação do Custo Mensal de Salários 
Caso 1 - Mangueiras 
Discriminação Número de 
Empregados
Remuneração 
Mensal 
(US$/Empregado)
Total 
(US$/mês) 
Mão-de-Obra Indireta
Gerente Geral 1 5.000,00 5.000,00 
Vendedores 1 1.500,00 1.500,00 
Mão-de-Obra 
Administrativa 
Secretária/Telefonista 1 800,00 800,00 
Auxiliar Administrativo 1 500,00 500,00 
Mão-de-Obra Direta 
Encarregado de Produção 1 400,00 400,00 
Operador de Moinho 2 330,00 660,00 
Operador de Centrífuga 
(Lavagem/Secagem) 
2 330,00 660,00 
Operador de Aglutinador 1 330,00 330,00 
Operador de Extrusora 3 360,00 1.080,00 
Operador de 
Lavadora/Secadora 2 330,00 660,00 
Separador de Plástico 6 150,00 900,00 
Motorista/Vigia 2 450,00 900,00 
Outros 2 500,00 1.000,00 
TOTAL 25 14.390,00 
Aluguéis 
Considerado um custo total mensal para a locação do prédio, de US$ 3.000,00, e uma 
parcela mensal do "leasing" do caminhão, de US$ 500,00, sendo o total dos aluguéis de 
US$ 42.000,00/ano. 
Contabilidade 
Considerado um custo de US$ 6.000,00/ano para pagamento de serviço terceirizado de 
contabilidade. 
Material de Escritório/Telefone/Outros 
A rubrica refere-se ao custo anual de talonários fiscais e impressos de controle em geral, 
material de escritório, telefone, estimado em US$ 1.200,00/ano. 
Manutenção de Equipamentos 
Considerados gastos anuais com manutenção de equipamentos na base de 7,5% do valor 
dos mesmos, o que totaliza: US$ 193.000,00 x 0,075 = US$ 14.475,00/ano. 
Manutenção de Veículos 
Foi estimado um valor de US$ 3.100,00/ano, para cobrir despesas com mecânico, pneus, 
troca de óleo, e outras despesas afins. 
A Tabela 6-4 apresenta a consolidação dos valores discriminados acima, resultando em 
Custos Fixos Anuais de US$ 436.235,00, que correspondem a US$ 0,71/kg de mangueira 
produzido. 
Tabela 6-4 – Custos Fixos Anuais de Produção 
Caso 1 - Mangueiras 
Discriminação Total (US$/ano) 
Mão-de-Obra
Salários 172.680,00 
Encargos Sociais 172.680,00 
Outros Custos Fixos
Depreciação 19.300,00 
Amortização 2.000,00 
Seguros 2.800,00 
Aluguéis 42.000,00 
Contabilidade 6.000,00 
Material Escritório/Impressos/Telefone 1.200,00 
Manutenção de Equipamentos 14.475,00 
Manutenção de Veículos 3.100,00 
TOTAL 436.235,00 
 
C - Investimentos 
Os investimentos necessários para uma empresa Recicladora estão apresentados em 
seqüência, subdivididos em três categorias: Investimento Fixo em Infra-Estrutura; 
Investimento Fixo em Equipamentos e Capital de Giro. Todos os valores referem-se aos 
preços médios de janeiro de 1999, vigentes em São Paulo, expressos em dólares 
americanos. 
C.1 - Investimento Fixo em Infra-Estrutura 
Foram considerados, para o funcionamento da Recicladora em estudo, os desembolsos 
abaixo correspondentes a uma infra-estrutura mínima: 
• Instalações Elétricas Industriais: Considerou-se uma instalação elétrica com potência 
instalada de 225 kVA, compreendendo posteamento, transformador, chave de 
partida, comando de proteção, fiação, iluminação e quadro de comando. O custo 
total foi estimado em US$ 10.000,00. 
• Implantação da Fábrica: Foi considerado serviço realizado por terceiros relativo a 
topografia, projetos etc., estimado em US$ 8.500,00. 
• Instalação de Máquinas e Equipamentos: A rubrica corresponde ao custo de 
instalação desses itens, totalizando US$ 15.000,00. 
• Móveis e Utensílios: Compreende móveis e equipamentos para escritório, ao custo 
estimado de US$ 5.000,00. 
• Despesas Pré-Operacionais: Referem-se à pré-comercialização, compras de matéria-
prima etc., estimadas a um custo de US$ 20.000,00. 
A Tabela 6-5 apresenta a consolidação do investimento fixo em infra-estrutura. 
Tabela 6-5– Investimento Fixo em Infra-Estrutura 
Caso 1 - Mangueiras 
Discriminação Valor (US$) 
Instalações Elétricas 10.000,00 
Implantação da Fábrica 8.500,00 
Instalação de Máquinas e Equipamentos 15.000,00 
Móveis e Utensílios 5.000,00 
Despesas Pré-Operacionais 20.000,00 
TOTAL 58.500,00 
 
Itens Não Incluídos 
Não foram considerados no exemplo os investimentos em terreno, construção civil e 
veículos. Admitiu-se, por simplificação, e para baratear o investimento inicial, a locação 
desses bens ao invés da aquisição. 
Em caráter orientativo, estão discriminadas abaixo as características dos mesmos e seu 
custo estimado: 
• Terreno: Área aproximada de 4.000 m2 para resíduo misturado, e 200 m2 para 
resíduo já separado. O custo do terreno varia muito com o local onde a fábrica será 
instalada. Para este exemplo, estimou-se a locação de um terreno com obras civis de 
terraplanagem, pátios e arruamento já efetuadas, sendo o valor das mesmas levado 
em conta no custo de locação (rubrica aluguéis, nos custos fixos). 
Em caráter informativo, no caso de optar-se pela alternativa de aquisição, estima-se o valor 
do terreno, sem benfeitorias, em US$30.000,00. 
• Construção Civil: Considerou-se a necessidade de um escritório de 30m2, e um 
barracão industrial de 200m2, sendo 80 m2 de área coberta, adotando-se a 
alternativa de locação, à semelhança do terreno, com o custo incluído na rubrica 
aluguéis. A título informativo, caso se opte pela construção do prédio, seu custo 
estimado é de US$ 50.000,00. 
• Veículos: Considerou-se a aquisição, na modalidade "leasing", de um caminhão com 
carroceria de madeira, grade alta e capacidade para carregar duas toneladas de 
sucata, sendo o valor das parcelas levado em conta no custo fixo. Para fins de 
informação, caso se opte pela aquisição de um caminhão usado, estima-se seu custo 
de aquisição em US$ 15.000,00. 
C.2 - Investimento Fixo em Equipamentos 
Na Tabela 6-6 é apresentada a relaçãodos equipamentos necessários para a operação da 
Recicladora do exemplo. Para outros produtos e outras capacidades de produção, esta 
relação poderá apresentar modificações. 
Os valores apresentados correspondem a preços médios de mercado, em janeiro de 1999, 
podendo haver ofertas acima ou abaixo dos mesmos. 
No link “Reciclagem do PVC”, item "Equipamentos para Reciclagem e Fontes de 
Financiamento", encontra-se uma relação de fabricantes de máquinas e equipamentos para 
reciclagem. Além da compra de equipamentos novos, o empreendedor poderá considerar a 
aquisição de equipamentos usados para baratear o investimento. 
 
 
 
Tabela 6-6 – Investimento Fixo em Equipamentos 
Caso 1 - Mangueiras 
Discriminação Quantidade Valor 
(US$) 
Moinho de facas para 650kg, fabricado em aço 
laminado; 
motor 30HP
1 18.000,00 
Lavadora / pré-secagem do material moido, em 
ferro; motor 20 HP
1 18.000,00 
Secadora para eliminar água de lavagem, em 
ferro; motor 20 HP
1 30.000,00 
Aglutinador do moinho, em chapa de aço 
laminado; motor 50 HP
1 20.000,00 
Extrusora de mangueiras; motor 20 HP; banheira 
para resfriamento dos espaguetes de 4m de 
comprimento por 3m de largura e 4m de 
profundidade, incluindo puxados
1 90.000,00 
Esteira para movimentar o material no tanque de 
lavagem; 
motor 1 HP
1 8.000,00 
Transportador, para transportar o material do 
tanque de lavagem; motor 1 HP
1 7.000,00 
Balança eletrônica; capacidade 200 kg 1 1.000,00 
Kit completo de ferramentas e peças para 
equipamentos de extrusão
1 1.000,00 
TOTAL 193.000,00 
C.3 - Capital de Giro 
O Capital de Giro necessário ao funcionamento da Recicladora do exemplo foi estimado em 
US$ 157.212,00 e refere-se aos recursos exigidos para fazer frente ao negócio dentro dos 
padrões usuais do mercado. 
Conceitualmente, o Capital de Giro é dimensionado para movimentar o negócio dentro do 
ciclo em que ocorrem a produção, a venda e o recebimento da receita de vendas. É 
calculado somando-se os valores de Crédito a Clientes aos Estoques Mínimos de Matéria-
Prima e Produtos Acabados e subtraindo-se do total os Créditos Concedidos por 
Fornecedores. As bases de cálculo de cada rubrica estão indicadas a seguir. 
• Crédito a Clientes: Crédito de 30 dias, ou seja, um mês de vendas tanto de 
compostos de PVC reciclado, quanto de mangueiras. Calculado como o Faturamento 
Bruto Anual (Tabela 6-8) dividido por 12 meses/ano: 
US$ 1.600.790,00 ÷ 12 = US$ 133.399,00. 
• Estoque de Matéria-Prima: 30 dias de estoque de matéria-prima (resíduo plástico / 
sucata), ou seja: 
733.404 kg/ano ÷ 12 meses/ano x US$ 0,17/kg = US$ 10.390,00. 
• Estoque de produtos acabados: Sete dias de produção, levando em conta o custo 
unitário de produção desembolsável (custo fixo ex-depreciação e amortização + 
custo variável), ou seja: 
612.000 kg/ano ÷ 300 dias/ano x 7 dias x US$ 0,94/kg = US$ 13.423,00 
• Crédito de Fornecedores: Considerado nulo, dado que em geral as vendas de 
resíduos plásticos/sucata são realizadas à vista. 
C.4 - Investimento Total 
A consolidação do investimento necessário para a implantação do Caso 1 está indicada na 
Tabela 6-7 a seguir: 
Tabela 6-7 – Consolidação do Investimento 
Caso 1 - Mangueiras 
Discriminação Valor (US$) 
Investimento Fixo: 
Infra-estrutura 58.500,00 
Equipamentos 193.000,00 
Total 251.500,00 
Capital de Giro 157.212,00 
Investimento Total 408.712,00 
D - Faturamento Bruto 
Considerando a venda de toda a produção aos preços médios de mercado, referentes a 
janeiro de 1999, já incluídos os impostos e na condição de prazo de pagamento a 30 dias da 
venda, tem-se o Faturamento Bruto discriminado na Tabela 6-8, que totaliza US$ 
1.600.790,00/ano: 
Tabela 6-8 – Faturamento Bruto 
Caso 1 - Mangueiras 
Discriminação) Quantidade 
Anual (m) 
Preço 
Unitário 
(US$/metro)
Total 
(US$/ano) 
Mangueira ½" 1,5 mm 2.932.057 0,14 410.488,00 
Mangueira ½" 2,0 mm 1.791.910 0,19 340.463,00 
Mangueira ¾" 1,5 mm 1.750.400 0,22 385.088,00 
Mangueira ¾" 2,0 mm 1.787.504 0,26 464.751,00 
TOTAL 1.600.790,00 
E - Impostos e Tributos* 
Deve-se atentar, ao dimensionar o negócio, para os aspectos legais relativos aos impostos e 
tributos que incidem sobre ele, e suas respectivas alíquotas, a seguir discriminados. 
E.1 - Legislação Estadual 
ICMS – Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação 
de Serviços de Transporte e Intermunicipal de Comunicação. O imposto é calculado por 
dentro, ou seja, deve-se dividir o preço pelo complemento da alíquota dividida por 100, 
exemplo: alíquota 17%, divide-se o preço por 0,83. As alíquotas vigentes são: 
• Vendas de Mercadorias no Estado: 17% 
• Vendas de Mercadorias fora do Estado: 12% 
• Compras de Mercadorias no Estado: 17% 
É importante observar que, na compra de resíduos plásticos/sucata, não há crédito de 
ICMS. 
E.2 - Legislação Federal 
• IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados: Incide na alíquota de 10% sobre o 
faturamento bruto. 
• PIS: Incide na alíquota de 0,65% sobre o faturamento bruto. 
• COFINS: Incide na alíquota de 2% sobre o faturamento bruto. 
• Contribuição Social: É computada como 8% sobre o lucro antes do IR. 
• Imposto de Renda (IR): Incide na alíquota de 25% sobre o lucro operacional. 
E.3 - Exemplo de Incidência de Impostos sobre o Faturamento da Fábrica 
Para o exemplo em questão, foram consideradas as seguintes alíquotas: 
• ICMS: 15% (considerando cerca de 70% das vendas dentro do estado e 30% para 
fora do mesmo); 
• IPI: 10%; 
• PIS/COFINS: 2,65%; 
• Reserva de Impostos: 2% (eventuais novos impostos, como CPMF, etc). 
Tendo em vista, porém, as práticas contábeis que levam em conta compensações de 
impostos, foi adotada para esta fábrica-exemplo a média de tributos gerados pela indústria 
de transformação de PVC, apurada no estudo "Radiografia da Indústria de Transformação de 
PVC", elaborado pelo INSTITUTO DO PVC e publicado em novembro de 1998. 
A média observada é de 20% do faturamento bruto, incluindo impostos estaduais e 
federais, entre os quais o Imposto de Renda e a Contribuição Social. Assim, para simplificar, 
será considerada a média de 20% para os impostos incidentes, deduzida diretamente do 
faturamento bruto. 
*Considerando impostos, tributos, alíquotas, legislações estaduais e federais vigentes em 
janeiro de 1999. 
F - Demonstração do Resultado 
A Tabela 6-9 apresenta um Quadro Resumo dos resultados operacionais do caso em 
análise: 
 
Tabela 6-9 – Quadro Resumo - Demonstração do Resultado 
Caso 1 - Mangueiras 
Discriminação Valor (US$) 
a) Faturamento Bruto 1.600.790,00 
b) Custos Variáveis 157.514,00 
c) Custos Fixos 436.235,00 
d) Custos Totais (b + c) 593.749,00 
e) Lucro Operacional Bruto (a - d) 1.007.041,00 
f) Impostos (20% do Faturamento Bruto) (0,20 x a) 320.158,00 
g) Lucro Líquido (e – f) 686.883,00 
O lucro líquido obtido é de US$ 686.883,00 por ano, ou seja, US$ 1,12/kg de produto 
vendido. 
G - Retorno sobre o Investimento 
A determinação do tempo necessário para que o valor de um investimento seja recuperado 
pode ser feita através dos benefícios líquidos (lucro líquido) do próprio investimento. Esta 
medida de rentabilidade é conhecida como, Tempo de Retorno, "Payback Time", "Payback" 
ou ROI ("Return on Investment"). 
Para calcular o "Payback", basta dividir o investimento total pelo lucro líquido anual, ou 
seja: 
Payback = US$ 408.712,00/ano ÷ US$ 686.883,00 = 0,60 ano = 7 meses 
H - Ponto de Equilíbrio 
Outro indicador importante para acompanhar a lucratividade do negócio é o cálculo do 
Ponto de Equilíbrio. 
Conceitualmente, o Ponto de Equilíbrio indica a situação de produção e vendas em que não 
há lucro nem prejuízo, ou seja, o faturamento cobre os custos e tributos e não hásobra. 
Operar acima do ponto de equilíbrio significa obtenção de lucro e operar abaixo do ponto de 
equilíbrio significa prejuízo. 
O ponto de equilíbrio é o cálculo da quantidade a ser produzida e vendida, aos preços de 
mercado, para que não haja lucro nem prejuízo, e é obtida aplicando-se a seguinte fórmula: 
Ponto de Equilíbrio = 
= { Custo Fixo Total ÷ [ Faturamento Líquido Total – Custo Variável Total] } = 
= Quantidade em que não se tem lucro nem prejuízo. 
Neste exemplo, é prevista a produção de quatro tipos de mangueiras. Para simplificar, será 
considerado o Ponto de Equilíbrio do conjunto das mangueiras, não se particularizando o 
cálculo para cada tipo de bitola e espessura. 
Aplicando então a expressão acima, tem-se: 
 
Ponto de Equilíbrio = { US$ 436.235,00/ano ÷ [( Qt x US$ 2,09/kg ) – 
– (Qt x US$ 0,26/kg)]}, onde: 
Qt = quantidade total de equilíbrio (mangueiras). 
O preço unitário ex-impostos US$ 2,09/kg é obtido dividindo o faturamento bruto menos 
20% de impostos, pelo peso total de mangueiras, ou seja: 
Preço unitário médio = (US$ 1.600.790,00/ano x 0,80) ÷ 612.000 kg/ano = US$ 
2,09/kg 
Portanto, voltando à equação acima, tem-se: 
Ponto de Equilíbrio = Qt = US$ 436.235,00/ano ÷ (US$ 2,09/kg – US$ 0,26/kg 
Ponto de Equilíbrio = Qt = US$ 436.235,00/ano ÷ US$ 1,83/kg = 238.380 kg/ano 
 
Ponto de Equilíbrio de Mangueiras = 238.380 kg ou 39% da capacidade 
Os valores acima são considerados muito favoráveis pois, aos custos e preços de venda 
considerados no exemplo, basta operar acima de 39% da capacidade para garantir o lucro 
operacional do empreendimento. 
I - Viabilidade Econômica – Resumo 
Os valores que caracterizam a análise de caso conduzida, e os resultados obtidos estão 
sumariados na Tabela 6-10 seguinte: 
Tabela 6-10 – Resumo da Análise Econômica 
Caso 1 - Mangueiras 
Discriminação Valor (US$) 
Investimento 408.712,00 
Faturamento Bruto (anual) 1.600.790,00 
Lucro Líquido (anual) 686.883,00 
Payback 7 meses 
Ponto de Equilíbrio (% da capacidade) 39
Destaque-se que o exemplo em questão é uma Recicladora que possui apenas uma linha de 
produto acabado, o que normalmente não ocorre com muitas recicladoras no mercado. 
A viabilidade econômica apresentada serve apenas de exemplo, devendo o empreendedor 
fazer uma análise bastante detalhada e cuidadosa do seu investimento, pois o preço e a 
qualidade do resíduo plástico/sucata, assim como os equipamentos de reciclagem, variam 
muito. 
 
 
CASO 2: COMPOSTOS DE PVC RECICLADO E MANGUEIRAS 
A - Dimensionamento da Capacidade Produtiva 
O caso-exemplo refere-se a uma Recicladora que produz compostos de PVC reciclado, que 
serão vendidos a outras empresas onde serão utilizados como matéria-prima, e mangueiras 
de PVC. 
A capacidade produtiva, considerando-se a produção de compostos de PVC reciclado e 
mangueiras de PVC é calculada como segue: 
• Horas disponíveis: 24 h/dia; 25 dias/mês e 12 meses/ano; 15% de horas paradas 
(eventuais paradas de máquinas). Portanto tem-se tanto para a máquina de 
composto de PVC reciclado como para a máquina de mangueiras: 
24 h/dia x 25 dias/mês x 12 meses/ano x 0,85 = 6.120 horas/ano cada máquina 
• Capacidade de equipamento disponível: 2 (duas) extrusoras com capacidade de 
processamento de 120 kg/h cada. Será adotada a operação das extrusoras a cerca 
de 85% da capacidade, visto que para o conjunto de produtos escolhidos não se 
obtém rendimento de100%. Portanto, a capacidade de processamento de cada 
extrusora para as horas disponíveis no ano, e a capacidade total resultante serão: 
6.120 h/ano x 100 kg/h = 612.000 kg/ano ou 612,0 t/ano compostos de PVC reciclado 
 
6.120 h/ano x 100 kg/h = 612.000 kg/ano ou 612,0 t/ano de mangueiras 
 
Capacidade total = 612.000 + 612.000 = 1.224.000 kg/ano ou 1.224,0 t/ano 
• Necessidade de matéria-prima: A capacidade produtiva, dimensionada considerando 
15% de horas paradas, não leva em conta a chamada "quebra de material", que 
significa a quantidade de matéria-prima perdida devido a paradas de máquina, 
aquecimento inadequado ou outros eventos que resultem em diminuição de 
produção e que em geral ocorrem neste tipo de processo. A "quebra de material" 
estimada neste estudo é de 6%. Assim, a necessidade real de matéria-prima 
(resíduo plástico), incluindo "quebras de material" é: 
1.224.000 kg/ano ÷ 0,94 = 1.302.128 kg/ano ou 1.302,1 t/ano 
Além da "quebra de material", deve- se levar em conta que a matéria-prima usada é 
composta de resíduos plásticos/sucata, tanto resíduos industriais quanto pós-consumo, e 
que em geral é obtida misturada com outros plásticos ou materiais metálicos. Para 
dimensionar a ocorrência dessas misturas, será considerado que 10% da matéria-prima 
comprada não é PVC. Portanto, será necessário adquirir quantidade maior de resíduos 
plásticos/sucata, ou seja: 
Matéria-prima necessária = 1.302.128 kg/ano ÷ 0,90 = 1.446.810 kg/ano ou 1.446,8 t/ano 
de resíduos plásticos/sucata 
• Produção de compostos reciclados: A partir do processamento da quantidade de 
matéria-prima (resíduos plásticos/sucata) dimensionada acima serão obtidos os 
compostos reciclados. Considerando que 10% da matéria-prima é desclassificada na 
seleção e 6% da matéria-prima processada será perdida por "quebra de material", 
tem-se a produção anual: 
723.405 kg/ano x 0,90 x 0,94 = 612.000 kg/ano de compostos de PVC reciclado 
• Produção de mangueiras: serão produzidos mangueiras de PVC com bitolas ½"e ¾", 
com espessuras de 1,5 mm e 2,0 mm, conforme exigência de mercado. A Tabela 6-
11 abaixo indica as especificações técnicas referentes aos produtos de PVC que serão 
produzidos, com dados de peso por metro linear de produto, sua espesura e 
rendimentos mensal e anual de produção.. Da mesma forma que para os compostos 
de PVC reciclado, a produção total de mangueiras é igual a 612.000 kg/ano. 
Tabela 6-11 – Especificações Técnicas das Mangueiras - Caso 2 
Bitola Espessura 
(mm) 
Peso 
Unitário 
(kg/m)
Produção 
Anual 
(kg/ano)
Produção Mensal 
(kg/mês) (m/mês) 
½" 1,5 0,053 155.395 12.950 244.338 
½" 2,0 0,067 120.059 10.005 149.325 
¾" 1,5 0,083 145.283 12.107 145.867 
¾" 2,0 0,107 191.263 15.938 148.959 
TOTAL _ _ 612.000 51.000 688.489 
B - Custos de Produção 
Os custos variáveis e fixos envolvidos no processamento de resíduos plásticos/sucata de 
PVC para a produção de compostos plásticos e mangueiras serão apresentados em base 
anual, referentes às produções dimensionadas no item anterior, com os valores monetários 
referentes a preços médios de produtos e serviços na cidade de São Paulo em janeiro de 
1999, expressos em dólares americanos equivalentes. 
B.1 - Custos Variáveis 
Matéria-prima 
Considerada a quantidade de resíduos plásticos/sucata de 1.446.810 kg, assumindo as 
perdas por seleção e quebra de material explicadas anteriormente,, a um custo unitário de 
US$ 0,17/kg. 
Insumos 
• Plastificante: A quantidade estimada vai depender da dureza Shore pretendida e da 
qualidade dos resíduos plásticos/sucata usados como matéria-prima (quantidade de 
plastificante contida nos resíduos adquiridos). Neste exemplo considerou-se o padrão 
de uma Recicladora que adquire resíduos plásticos/sucata flexíveis, com alto 
conteúdo de plastificante. A quantidade de plastificante a ser adicionada é 9.000 
kg/ano, a um custo unitário de US$ 1,20/kg. 
• Carga: A quantidade estimada também é função da matéria-prima usada. 
Considerou-se a necessidade de adicionar 86.400 kg/ano, a um custo unitário de 
US$ 0,08/kg. 
• Embalagem: As mangueiras serão vendidas por metro, dispensando qualquer 
embalagem. 
Os compostos de PVC reciclado serão embalados em sacos de papel contendo 25 kg, cuja 
quantidade foi estimada com um acréscimo de 10% devido a perdas e eventuais defeitos 
encontrados nas embalagens,o que resultou na necessidade de 26.928 unidades (612.000 
kg/ano ÷ 25 kg/ embalagem = 24.480 unidades de embalagem x 1,1= 26.928 unidades), 
ao custo unitário de US$ 0,40/unidade. 
Utilidades 
• Energia Elétrica: Foi dimensionada a necessidade de energia elétrica para suprir a 
energia requerida para o funcionamento dos equipamentos, bem como para 
iluminação das áreas industriais. O custo total anual considerado é de US$ 
32.000,00. 
• Água: Foi considerada a necessidade de 20.000 litros diários de água para lavagem 
dos resíduos plásticos/sucata utilizados como matéria-prima, a um custo anual de 
US$ 7.360,00. Esta água pode ser tratada e reciclada após o uso, porém o exemplo 
não considera esta hipótese. 
• Combustível: Foi considerado o combustível consumido por dois caminhões 
empregados para a captação de matéria-prima, adotando-se os seguintes índices: 
distância percorrida = 5.000 km/mês; rendimento do combustível = 4 km/l; tipo de 
combustível = diesel, ou seja: 
(5.000 km/mês x 12 meses/ano x 2 caminhões ) ÷ 4 km/l = 30.000 l/ano, a um custo 
unitário de US$ 0,40 /litro de diesel. 
A formação dos Custos Variáveis Anuais é apresentada na Tabela 6-12 adiante, e totaliza 
US$ 325.800,00/ano, correspondendo a um custo variável unitário de US$ 0,27/kg médio 
de produto (compostos de PVC reciclado e mangueiras). 
B.2 - Custos Fixos 
Mão-de-Obra 
Para o regime de produção considerado, a extrusora de granulado deverá ser mantida em 
regime de trabalho ininterrupto durante 24 horas por 300 dias/ano, para melhor 
aproveitamento, com maior economia de energia e redução do desperdício de material que 
ocorre em cada partida (início de trabalho). 
Para tanto serão considerados três turnos de trabalho de 8 horas/turno para as extrusoras. 
Os demais equipamentos (moinho, centrífuga e aglutinador) funcionarão em um turno 
diurno de trabalho (8 h/dia), de forma a suprir a quantidade de material requerida pela 
produção. Deve-se tomar o cuidado de ligar os equipamentos fora do horário de pico 
informado pela companhia que distribui a energia no estado (no caso de São Paulo, a 
Eletropaulo). 
A separação do material recebido ocorrerá de forma manual em dois turnos de 8 h/dia, 
totalizando 16 h/dia para esta atividade. Com exceção dos operadores de extrusora, que 
trabalham em 3 turnos, e dos separadores, que trabalham em 2 turnos, os demais 
empregados trabalham em turno de 8 horas diurno. 
Na Tabela 6-13 apresenta-se a formação do custo mensal de salários, para um número 
estimado de 28 empregados necessários para movimentar a empresa. Cumpre lembrar que, 
por tratar-se de empresa de pequeno porte ou micro-empresa, as atividades do Gerente 
Geral (administração e compras) são desenvolvidas pelo proprietário. 
Tabela 6-12– Custos Variáveis Anuais de Produção 
Caso 2 – Compostos de PVC Reciclado e Mangueiras 
Discriminação Quantidade Anual 
Custo 
Unitário 
Total 
(US$/ano) 
Matéria-Prima 1.446.810 kg US$ 0,17/kg 245.958,00 
Insumos
Plastificante 9.000 kg US$ 1,20/kg 10.800,00 
Carga 86.400 kg US$ 0,08/kg 6.912,00 
Embalagem 26.928 un. US$ 0,40/un. 10.771,00 
Subtotal 28.483,00 
Utilidades
Energia Elétrica - - 32.000,00 
Água 20.000 m3 US$ 0,368/m3 7.360,00 
Combustível 30.000 l US$ 0,40/litro 12.000,00 
Subtotal 51.360,00 
TOTAL 325.800,00 
Tabela 6-13 – Formação do Custo Mensal de Salários 
Caso 2 – Compostos de PVC Reciclado e Mangueiras 
Discriminação Número de 
Empregados
Remuneração 
Mensal 
(US$/Empregado)
Total 
(US$/mês) 
Mão-de-Obra Indireta
Gerente Geral 1 5.000,00 5.000,00 
Vendedores 2 1.500,00 3.000,00 
Mão-de-Obra 
Administrativa 
Secretária/Telefonista 1 800,00 800,00 
Auxiliar Administrativo 1 500,00 500,00 
Mão-de-Obra Direta 
Encarregado de Produção 1 400,00 400,00 
Operador de Moinho 2 330,00 660,00 
Operador de Centrífuga 
(Lavagem/Secagem) 2 330,00 660,00 
Operador de Aglutinador 1 330,00 330,00 
Operador de Extrusora 3 360,00 1.080,00 
Operador de 
Lavadora/Secadora 2 330,00 660,00 
Separador de Plástico 10 150,00 1.500,00 
Motorista/Vigia 3 500,00 1.500,00 
Outros 2 450,00 900,00 
TOTAL 31 16.990,00 
A formação do Custo Anual de Mão-de-Obra compreende as rubricas Salários e Encargos 
Sociais, apresentadas a seguir: 
• Salários: O total anual de salários pagos aos empregados é: US$ 16.990,00/mês x 
12 meses/ano = US$ 203.880,00/ano. 
• Encargos Sociais: Compreendem INSS, FGTS, salário educação, acidentes de 
trabalho, INCRA, SESI, SENAI, SEBRAE, 13º salário, abono de férias, adicionais de 
turno, vale transporte, cesta básica e outros benefícios: estimados em 100% dos 
salários pagos, ou seja: US$ $ 203.880,00/ano. 
Depreciação 
Foi considerada depreciação linear em 10 anos para o investimento fixo em equipamentos 
(Tabela 6-16). Ressalte-se que no caso de aquisição do prédio (no presente exemplo 
alugado), o mesmo também deverá ser depreciado, em prazo que geralmente é de 25 anos. 
O valor da depreciação corresponde à provisão anual para reinvestimento em uma nova 
fábrica, semelhante à atual usada como exemplo, ao final da vida útil da mesma, 
considerada como 10 anos. A depreciação é, portanto: US$ 293.000,00 x 0,10 = US$ 
29.300,00/ano. 
Amortização 
Considerada a amortização, em 10 anos, das despesas pré-operacionais. O conceito é o 
mesmo da depreciação, ou seja, trata-se de provisão para reinvestimento, sendo seu valor, 
portanto: US$ 38.950,00 x 0,10 = US$ 3.895,00/ano. 
Seguros 
Considerado prêmio de seguro para cobertura de equipamentos, prédios, instalações, 
veículos, móveis e utensílios, sendo o valor segurado de US$ 398.000,00 e o prêmio de US$ 
3.748,00/ano. 
Aluguéis 
Considerado um custo mensal para a locação do prédio, de US$ 3.000,00, e parcela mensal 
do "leasing" dos caminhões, de US$ 1.000,00, sendo o total dos aluguéis de US$ 
48.000,00/ano. 
Contabilidade 
Considerado um custo de US$ 6.000,00/ano para pagamento de serviço terceirizado de 
contabilidade. 
 
Material de Escritório/Telefone/Outros 
A rubrica se refere ao custo anual de talonários fiscais e impressos de controle em geral, 
material de escritório, telefone, estimado em US$ 2.400,00/ano. 
Manutenção de Equipamentos: 
Considerados gastos anuais com manutenção de equipamentos, na base de 7,5 % do valor 
dos mesmos, o que totaliza: US$ 293.000,00 x 0,075 = US$ 22.000,00/ano. 
Manutenção de Veículos: 
Foi estimado um valor de US$ 6.200,00/ano, para cobrir despesas com mecânico, pneus, 
troca de óleo e outras despesas afins. 
A Tabela 6-14 apresenta a consolidação dos valores do item B.2, resultando em Custos 
Fixos Anuais de US$ 529.303,00, que correspondem a US$ 0,43/kg de produto (compostos 
de PVC reciclado e mangueiras). 
Tabela 6-14 – Custos Fixos Anuais de Produção 
Caso 2 – Compostos de PVC Reciclado e Mangueiras 
Discriminação Total (US$/ano) 
Mão-de-Obra
Salários 203.880,00 
Encargos Sociais 203.880,00 
Outros Custos Fixos
Depreciação 29.300,00 
Amortização 3.895,00 
Seguros 3.748,00 
Aluguéis 48.000,00 
Contabilidade 6.000,00 
Material de Escritório/Impressos/Telefone/Outros 2.400,00 
Manutenção de Equipamentos 22.000,00 
Manutenção de Veículos 6.200,00 
TOTAL 529.303,00 
C - Investimentos 
Os investimentos necessários à empresa Recicladora do Caso 2 estão apresentados em 
seqüência, subdivididos em três categorias: Investimento Fixo em Infra-Estrutura; 
Investimento Fixo em Equipamentos e Capital de Giro. Todos os valores referem-se aos 
preços médios de janeiro de 1999, vigentes em São Paulo, expressos em dólares 
americanos. 
C.1 - Investimento Fixo em Infra-Estrutura 
Foram considerados, para o funcionamento da Recicladora em estudo, os desembolsos 
abaixo correspondentes a uma infra-estrutura mínima: 
Instalações Elétricas Industriais 
Considerou-se uma instalaçãoelétrica com potência instalada de 225 kVA, compreendendo 
posteamento, transformador, chave de partida, comando de proteção, fiação, iluminação e 
quadro de comando. O custo total foi estimado em US$ 10.000,00. 
Implantação da Fábrica 
Foi considerado serviço realizado por terceiros, relativo a topografia, projetos etc., estimado 
em US$ 8.500,00. 
Instalação de Máquinas e Equipamentos 
A rubrica corresponde ao custo de instalação desses itens, totalizando US$ 20.000,00. 
Móveis e Utensílios 
Compreende móveis e equipamentos para escritório, ao custo estimado de US$ 5.000,00. 
Despesas Pré-Operacionais 
Referem-se à pré-comercialização, compras de matéria-prima etc., somando um custo de 
US$ 38.950,00. 
A Tabela 6-15 apresenta a consolidação do investimento fixo em infra-estrutura. 
Tabela 6-15– Investimento Fixo em Infra-Estrutura 
Caso 2 – Compostos de PVC Reciclado e Mangueiras 
Discriminação Valor (US$) 
Instalações Elétricas 10.000,00 
Implantação da Fábrica 8.500,00 
Instalação de Máquinas e Equipamentos 20.000,00 
Móveis e Utensílios 5.000,00 
Despesas Pré-Operacionais 38.950,00 
TOTAL 82.450,00 
Itens Não Incluídos 
Não foram considerados no exemplo os investimentos em terreno, construção civil e 
veículos. Admitiu-se, por simplificação e para baratear o investimento inicial, a locação 
desses bens ao invés de aquisição. 
Em caráter orientativo, estão discriminadas abaixo as características dos mesmos e seu 
custo estimado: 
• Terreno: Área aproximada de 4.000 m2 para resíduo misturado, e 200 m2 para 
resíduo já separado. O custo do terreno varia muito com o local onde a fábrica será 
instalada. Para este exemplo, estimou-se a locação de um terreno com obras civis de 
terraplanagem, pátios e arruamento já efetuadas, sendo o valor das mesmas levado 
em conta no custo de locação (rubrica aluguéis, nos custos fixos). 
Em caráter informativo, no caso de optar-se pela alternativa de aquisição, estima-se o valor 
do terreno, sem benfeitorias, em US$ 30.000,00. 
• Construção Civil: Considerou-se a necessidade de um escritório de 30 m2, e um 
barracão industrial de 200 m2, sendo 80 m2 de área coberta, adotando-se a 
alternativa de locação, à semelhança do terreno, com o custo incluído na rubrica 
aluguéis. A título informativo, caso se opte pela construção do prédio, seu custo 
estimado é de US$ 50.000,00. 
• Veículos: Considerou-se a aquisição, na modalidade "leasing", de dois caminhões 
com carroceria de madeira, grade alta e capacidade para carregar duas toneladas de 
sucata, sendo o valor das parcelas levado em conta no custo fixo. Para fins de 
informação, caso se opte pela aquisição de dois caminhões usados, estima-se seu 
custo de aquisição em US$ 15.000,00 por veículo, totalizando US$ 30.000,00. 
C.2 - Investimento Fixo em Equipamentos 
Na Tabela 6-16 adiante é apresentada a relação dos equipamentos necessários para a 
operação da Recicladora do exemplo, com os respectivos preços estimados de aquisição, 
resultando em um custo total dos equipamentos igual a US$ 293.000,00. Para outros 
produtos e outras capacidades de produção, esta relação poderá apresentar modificações. 
Os valores apresentados correspondem a preços médios de mercado, em janeiro de 1999, 
podendo haver ofertas acima ou abaixo dos mesmos. 
No link “Reciclagem do PVC”, item "Equipamentos para Reciclagem e Fontes de 
Financiamento", encontra-se uma relação de fabricantes de máquinas e equipamentos para 
reciclagem. Além da compra de equipamentos novos, o empreendedor poderá considerar a 
aquisição de equipamentos usados para baratear o investimento. 
C.3 - Capital de Giro 
O Capital de Giro necessário ao funcionamento da Recicladora do exemplo foi estimado em 
US$ 212.869,00 e refere-se aos recursos requeridos para fazer frente ao negócio dentro dos 
padrões usuais do mercado. 
Conceitualmente, o capital de giro é dimensionado para movimentar o negócio dentro do 
ciclo em que ocorrem a produção, a venda e o recebimento da receita de vendas. É 
calculado somando-se os valores de Crédito a Clientes aos Estoques Mínimos de Matéria-
prima e Produtos Acabados e subtraindo-se do total os Créditos Concedidos por 
Fornecedores. As bases de cálculo de cada rubrica estão indicadas a seguir. 
• Crédito a Clientes: Crédito de 30 dias, ou seja, um mês de vendas tanto de 
compostos de PVC reciclado, quanto de mangueiras. Calculado como o Faturamento 
Bruto Anual (Tabela 6-18) dividido por 12 meses/ano: 
US$ 2.072.030,00 ÷ 12 = US$ 172.669,00. 
• Estoque de Matéria-Prima: 30 dias de estoque de matéria-prima (resíduo plástico / 
sucata), ou seja: 
1.466.810 kg/ano ÷ 12 meses/ano x US$ 0,17/kg = US$ 20.780,00. 
• Estoque de Produtos Acabados: Sete dias de produção levando em conta o custo 
unitário de produção desembolsável (custo fixo ex-depreciação e amortização + 
custo variável), ou seja: 
1.224.000 kg/ano ÷ 300 dias/ano x 7 dias x US$ 0,68/kg = US$ 19.420,00. 
• Crédito de Fornecedores: Considerado nulo, dado que em geral as vendas de 
resíduos plásticos e sucata são realizadas à vista. 
Tabela 6-16 – Investimento Fixo em Equipamento 
Caso 2 – Compostos de PVC Reciclado e Mangueiras 
Discriminação Quantidade Valor (US$) 
Moinho de facas para 650kg, fabricado em aço 
laminado; motor 30HP
1 18.000,00 
Lavadora / pré-secagem do material moído, em 
ferro; motor 20 HP
1 18.000,00 
Secadora para eliminar água de lavagem, em 
ferro; motor 20 HP
1 30.000,00 
Aglutinador do moinho, em chapa de aço 
laminado; motor 50 HP
1 20.000,00 
Extrusora/recuperadora (espaguete), em aço 
laminado; motor 50 HP
1 90.000,00 
Extrusora de mangueiras; motor 20 HP; banheira 
para resfriamento dos espaguetes de 4m de 
comprimento por 3m de largura e 4m de 
profundidade, incluindo puxados
1 90.000,00 
Esteira para movimentar o material no tanque de 
lavagem; motor 1 HP
1 8.000,00 
Transportador, para transportar o material do 
tanque de lavagem; motor 1 HP
1 7.000,00 
Granulador para picotar espaguetes, com 20 facas 
de aço especial; motor 5 HP
1 10.000,00 
Balança eletrônica; capacidade 200 kg 1 1.000,00 
Kit completo de ferramentas e peças para 
equipamentos de extrusão
1 1.000,00 
TOTAL 293.000,00 
C.4 - Investimento Total 
A consolidação do investimento necessário para a implantação do Caso 2 está indicada na 
Tabela 6-17 a seguir: 
 
 
Tabela 6-17 – Consolidação do Investimento 
Caso 2 – Compostos de PVC Reciclado e Mangueiras 
Discriminação Valor (US$) 
Investimento Fixo: 
Infra-estrutura 82.450,00 
Equipamentos 293.000,00 
Total 375.450,00 
Capital de Giro 212.869,00 
Investimento Total 588.319,00 
D - Faturamento Bruto Anual 
Considerando a venda de toda a produção aos preços médios de mercado, referentes a 
janeiro de 1999, já incluídos os impostos e na condição de prazo de pagamento a 30 dias da 
venda, tem-se o Faturamento Bruto Anual discriminado na Tabela 6-18, que totaliza US$ 
2.072.030,00/ano: 
Tabela 6-18 – Faturamento Bruto Anual 
Caso 2 – Compostos de PVC Reciclado e Mangueiras 
Discriminação) Quantidade 
Anual 
Preço 
Unitário 
(US$)
Total 
(US$/ano) 
Composto de PVC reciclado 
(kg) 612.000 0,77 471.240,00 
Mangueiras: 
Mangueira ½" 1,5 mm (metro) 2.932.057 0,14 410.488,00 
Mangueira ½" 2,0 mm (metro) 1.791.910 0,19 340.463,00 
Mangueira ¾" 1,5 mm (metro) 1.750.400 0,22 385.088,00 
Mangueira ¾" 2,0 mm (metro) 1.787.504 0,26 464.751,00 
Subtotal 1.600.790,00 
TOTAL 2.072.030,00 
 
E - Impostos e Tributos* 
Deve-se atentar, ao dimensionar o negócio, para os aspectos legais relativos aos impostos e 
tributos que incidem sobre ele, e suas respectivas alíquotas, a seguir discriminados. 
E.1 - Legislação Estadual 
ICMS – Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestaçãode Serviços de Transporte e Intermunicipal de Comunicação. O imposto é calculado por 
dentro, ou seja, deve-se dividir o preço pelo complemento da alíquota dividida por 100, 
exemplo: alíquota 17 %, divide-se o preço por 0,83. As alíquotas vigentes são: 
• Vendas de Mercadorias no Estado: 17 % 
• Vendas de Mercadorias fora do Estado: 12 % 
• Compras de Mercadorias no Estado: 17 % 
É importante observar que, na compra de resíduos plásticos/sucata, não há crédito de 
ICMS. 
E.2 - Legislação Federal 
• IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados: Incide na alíquota de 10 % sobre o 
faturamento bruto. 
• PIS : Incide na alíquota de 0,65 % sobre o faturamento bruto. 
• COFINS: Incide na alíquota de 2 % sobre o faturamento bruto. 
• Contribuição Social: É computada como 8 % sobre o lucro antes do IR. 
• Imposto de Renda (IR): Incide na alíquota de 25 % sobre o lucro operacional. 
E.3 - Incidência de Impostos sobre o Faturamento da Fábrica-Exemplo 
Para o exemplo em questão, foram considerados as seguintes alíquotas: 
• ICMS: 15 % (considerando cerca de 70 % das vendas noestado e 30 % para fora do 
mesmo); 
• IPI: Compostos de PVC Reciclado: 15 %; Mangueiras: 10 %; 
• PIS/COFINS: 2,65 %; 
• Reserva de Impostos: 2 % (eventuais novos impostos, como CPMF etc). 
Tendo em vista, porém, as práticas contábeis que levam em conta compensações de 
impostos foi adotada para esta fábrica-exemplo a média de tributos gerados pela indústria 
de transformação de PVC, apurada no estudo "Radiografia da Indústria de Transformação de 
PVC", elaborado pelo INSTITUTO DO PVC e publicado em novembro de 1998. 
A média observada é de 20 % do faturamento bruto, incluindo impostos estaduais e 
federais, entre os quais o Imposto de Renda e a Contribuição Social. Assim, para simplificar, 
será considerada a média de 20 % para os impostos incidentes, deduzida diretamente do 
faturamento bruto. 
*Considerando impostos, tributos, alíquotas e legislações estaduais e federais vigentes em 
janeiro de 1999. 
F - Quadro Resumo – Demonstração do Resultado 
A Tabela 6-19 apresenta um Quadro Resumo dos resultados operacionais do caso em 
análise: 
 
 
 
Tabela 6-19 – Quadro Resumo - Demonstração do Resultado 
Caso 2 – Compostos de PVC Reciclado e Mangueiras 
Discriminação Valor (US$) 
a) Faturamento Bruto 2.072.030,00 
b) Custos Variáveis 325.800,00 
c) Custos Fixos 529.303,00 
d) Custos Totais (b + c) 855.103,00 
e) Lucro Operacional Bruto (a - d) 1.216.927,00 
f) Impostos (20% do Faturamento Bruto) (0,20 x a) 414.406,00 
g) Lucro Líquido (e - f) 802.521,00 
O lucro líquido obtido é de US$ 802.521,00 por ano, ou seja, US$ 0,66/kg de produto 
vendido, notando-se que as vendas de mangueiras alavancam o resultado da Recicladora-
exemplo. 
G - Retorno Sobre o Investimento 
A determinação do tempo necessário para que o valor de um investimento seja recuperado 
pode ser feita através dos benefícios líquidos (lucro líquido) do próprio investimento. Esta 
medida de rentabilidade é conhecida como, Tempo de Retorno, "Payback Time", "Payback" 
ou ROI ("Return on Investment"). 
Para calcular o "Payback", basta dividir o investimento total pelo lucro líquido anual, ou 
seja: 
Payback = US$ 588.319,00 ÷ US$ 802.521,00 = 0,73 = 9 meses 
H - Ponto de Equilíbrio 
Outro indicador importante para acompanhar a lucratividade do negócio é o cálculo do 
Ponto de Equilíbrio. 
Conceitualmente, o Ponto de Equilíbrio indica a situação de produção e vendas em que não 
há lucro nem prejuízo, ou seja, o faturamento cobre os custos e tributos e não há sobra. 
Operar acima do ponto de equilíbrio significa obtenção de lucro e operar abaixo do ponto de 
equilíbrio significa prejuízo. 
O Ponto de Equilíbrio corresponde pois ao nível de produção Qt , denominado quantidade 
total de equilíbrio, no qual a Receita exclusive Impostos iguala os Custos de Produção, ou 
seja: 
Qt x (Preço de venda exclusive impostos) = (Custos Fixos Anuais) + Qt x (Custo variável 
unitário) resultando na expressão: 
Qt = Custos Fixos Anuais ÷ (Preço de venda ex-impostos – Custo variável unitário) 
Neste exemplo, é prevista a produção de compostos de PVC reciclado e de quatro tipos de 
mangueiras, sendo os custos fixos estimados em conjunto para as duas linhas de produtos. 
Para simplificar, será considerado o Ponto de Equilíbrio do composto de PVC reciclado e do 
conjunto das mangueiras, não se particularizando o cálculo para cada tipo de bitola e 
espessura das mesmas. 
Aplicando então a expressão acima, tem-se: 
Ponto de Equilíbrio = Qt = 
= quantidade total de equilíbrio (compostos + mangueiras) = 
= [US$ 529.303,00/ano ÷ ( US$ 1,35/kg – US$ 0,27/kg)] 
onde: 
US$ 529.303,00/ano = Custos Fixos Anuais 
US$ 1,35/kg = Preço médio de venda ex-impostos = 
= [(US$ 2.072.030,00/ano x 0,80) ÷ 1.224.000 kg/ano] 
(faturamento bruto menos 20 % de impostos, dividido pelo peso total de compostos + 
mangueiras) 
US$ 0,27/kg = Custo variável unitário; 
Portanto, voltando à equação acima, tem-se: 
Ponto de Equilíbrio = Qt = US$ 529.303,00/ano ÷ US$ 1,08/kg 
É importante porém ressaltar que os custos de produção dos compostos de PVC são 
diferentes dos custos de produção das mangueiras, quando produzidos separadamente, 
como se pode observar analisando os Casos 1 e 3. 
Assim, o Ponto de Equilíbrio do Caso 2 só tem significado quando se consideram as 
quantidades produzidas na fábrica-exemplo variando sempre na mesma proporção de 1 kg 
de compostos para 1 kg de mangueiras. 
Então, tem-se: 
Ponto de Equilíbrio = Qt = 490.000 kg/ano = 
= (245.000 kg/ano de compostos + 245.000 kg/ano de mangueiras), 
ou: 40 % da capacidade de compostos + 40 % da capacidade de mangueiras 
Os valores acima são considerados muito favoráveis pois, aos custos e preços de venda 
considerados no exemplo, basta operar acima de 40 % da capacidade, desde que mantida a 
proporção de 1:1 em peso produzido de compostos e mangueiras, para garantir o lucro 
operacional do empreendimento. 
 
I - Viabilidade Econômica – Resumo 
Os valores que caracterizam a análise de caso conduzida, e os resultados obtidos estão 
sumarizados na Tabela 6-20 seguinte: 
Tabela 6-20 – Resumo da Análise Econômica 
Caso 2 – Compostos de PVC Reciclado e Mangueiras 
Discriminação Valor (US$) 
Investimento 588.319,00 
Faturamento Bruto (anual) 2.072.030,00 
Lucro Líquido (anual) 802.521,00 
Payback 9 meses 
Ponto de Equilíbrio (% da capacidade) 40 
A viabilidade econômica apresentada serve apenas de exemplo, devendo o investidor fazer 
uma análise bastante detalhada do seu empreendimento, pois o preço e a qualidade do 
resíduo plástico/sucata, assim como os equipamentos de reciclagem, variam muito. 
Destaque-se que o exemplo em questão é uma Recicladora que possui duas linhas de 
produtos, sendo uma de produto acabado, o que normalmente não ocorre com muitas 
recicladoras no mercado. 
CASO 3: COMPOSTOS DE PVC RECICLADO 
A – Dimensionamento da Capacidade Produtiva 
O caso-exemplo refere-se a uma Recicladora que produz compostos de PVC reciclado, que 
serão vendidos a outras empresas onde serão utilizados como matéria-prima. 
Como visto nos exemplos anteriores, a produção exclusiva de mangueiras de PVC (Caso 1), 
se mostra mais atraente que a produção conjunta de mangueiras e compostos de PVC 
reciclado (Caso 2), tendo como referência os dados de custos e investimentos utilizados ao 
longo deste estudo. 
Na realidade, os valores apresentados no estudo são referências, não devendo ser 
entendidos como valores rígidos, cabendo ao empreendedor buscar sua melhor equação de 
investimentos e custos. 
A produção de compostos de PVC reciclado apresenta interesse estratégico, tanto conjugada 
à produção de mangueiras, caso em que permite otimizar o uso das máquinas diante de 
flutuaçõesdo mercado, como para produção exclusiva, devido à sua maior simplicidade 
tecnológica e mercadológica, quando comparada à de um produto acabado. 
Assim, é perfeitamente cabível considerar a busca de economias em relação à situação de 
referência adotada nos casos anteriores, pois é sabido que há inúmeros recicladores de PVC 
que operam produzindo somente compostos de PVC reciclado. 
Em vista do exposto e a título de exemplo, o presente caso apresenta a análise da 
rentabilidade de uma Recicladora produzindo exclusivamente compostos de PVC reciclado, 
ajustada para uma situação de redução de custos e de investimento. 
A capacidade produtiva é calculada como segue: 
• Horas disponíveis: 24 h/dia; 25 dias/mês e 12 meses/ano; 15 % de horas paradas 
(eventuais paradas de máquinas). Portanto tem-se: 
24 h/dia x 25 dias/mês x 12 meses/ano x 0,85 = 6.120 horas/ano cada máquina 
• Capacidade de equipamento disponível: 2 (duas) extrusoras com capacidade de 
processamento de 120 kg/h cada. Será adotada a operação das extrusoras a cerca 
de 85% da capacidade, que é o rendimento para esta linha de produtos. 
6.120 h/ano x 100 kg/h x 2 = 1.224.000 kg/ano ou 1.224,0 t/ano compostos de PVC 
reciclado 
Capacidade total = 1.224.000 kg/ano ou 1.224,0 t/ano 
• Necessidade de matéria-prima: a capacidade produtiva, dimensionada considerando 
15% de horas paradas, não leva em conta a chamada "quebra de material", que 
significa a quantidade de matéria-prima perdida devido a paradas de máquina, 
aquecimento inadequado ou outros eventos que resultem em diminuição de 
produção e que em geral ocorrem neste tipo de processo. A "quebra de material" 
estimada neste estudo é de 6 %. Assim, a necessidade real de matéria-prima 
(resíduo plástico), incluindo "quebras de material" é: 
1.224.000 kg/ano ÷ 0,94 = 1.302.128 kg/ano ou 1.302,1 t/ano 
Além da "quebra de material", deve- se levar em conta que a matéria-prima usada é 
composta de resíduos plásticos/sucata, tanto resíduos industriais quanto pós-consumo, e 
que em geral é obtida misturada com outros plásticos ou materiais metálicos. Para 
dimensionar a ocorrência dessas misturas, será considerado que 10% da matéria-prima 
comprada não é PVC. Portanto, será necessário adquirir quantidade maior de resíduos 
plásticos/sucata, ou seja: 
Matéria-prima necessária = 1.302.128 kg/ano ÷ 0,90 = 1.446.810 kg/ano ou 1.446,8 t/ano 
de resíduos plásticos/sucata 
• Produção de compostos reciclados: A partir do processamento da quantidade de 
matéria-prima (resíduos plásticos/sucata) dimensionada acima,, serão obtidos os 
compostos de PVC reciclado. Considerando que 10% da matéria-prima é 
desclassificada na seleção e 6% da matéria-prima processada será perdida por 
"quebra de material", tem-se a produção anual: 
1.446.810 kg/ano kg/ano x 0,90 x 0,94 = 1.224.000 kg/ano de compostos de PVC reciclado 
 
B - Custos de Produção 
Os custos variáveis e fixos envolvidos no processamento de resíduos plásticos/sucata de 
PVC para a produção de compostos plásticos serão apresentados em base anual, referentes 
às produções dimensionadas no item anterior, com os valores monetários referentes a 
preços médios de produtos e serviços na cidade de São Paulo em janeiro de 1999, 
expressos em dólares americanos equivalentes. 
B.1 - Custos Variáveis 
Matéria-prima 
Considerada a quantidade de resíduos plásticos/sucata de 1.446.810 kg, assumindo as 
perdas por seleção e quebra de material explicadas anteriormente, a um custo unitário de 
US$ 0,17/kg. 
Insumos 
• Plastificante: A quantidade estimada vai depender da dureza Shore pretendida e da 
qualidade dos resíduos plásticos/sucata usados como matéria-prima (quantidade de 
plastificante contida nos resíduos adquiridos). Neste exemplo considerou-se o padrão 
de uma Recicladora que adquire resíduos plásticos/sucata flexíveis, com alto 
conteúdo de plastificante. A quantidade de plastificante a ser adicionada é 9.000 
kg/ano, a um custo unitário de US$ 1,20/kg. 
• Carga: A quantidade estimada também é função da matéria-prima usada. 
Considerou-se a necessidade de adicionar 86.400 kg/ano, a um custo unitário de 
US$ 0,08/kg. 
• Embalagem: Os compostos de PVC reciclado serão embalados em sacos de papel 
contendo 25 kg, cuja quantidade foi estimada com um acréscimo de 10% devido a 
perdas e eventuais defeitos encontrados nas embalagens, o que resultou na 
necessidade de 53.856 unidades (1.224.000 kg/ano ÷ 25 kg/ embalagem = 48.960 
unidades de embalagem x 1,1= 53.856 unidades), ao custo unitário de US$ 
0,40/unidade. 
Utilidades 
• Energia Elétrica: Foi dimensionada a necessidade de energia elétrica para suprir a 
energia requerida para o funcionamento dos equipamentos, bem como para 
iluminação das áreas industriais. O custo total anual considerado é de US$ 
32.000,00. 
• Água: Foi considerada a necessidade de 20.000 litros diários de água para lavagem 
dos resíduos plásticos/sucata utilizados como matéria-prima, a um custo anual de 
US$ 7.360,00. Esta água pode ser tratada e reciclada após o uso, porém o exemplo 
não considera esta hipótese. 
• Combustível: Foi considerado o combustível consumido por dois caminhões 
empregados para a captação de matéria-prima, adotando-se os seguintes índices: 
distância percorrida = 5.000 km/mês; rendimento do combustível = 4 km/l; tipo de 
combustível = diesel, ou seja: 
(5.000 km/mês x 12 meses/ano x 2 caminhões ) ÷ 4 km/l = 30.000 l/ano, a um custo 
unitário de US$ 0,40 /litro de diesel. 
A formação dos Custos Variáveis Anuais é apresentada na Tabela 6-21 e totaliza US$ 
336.572,00/ano, correspondendo a um custo variável unitário de US$ 0,27/kg médio de 
produto (compostos de PVC reciclado). 
Tabela 6-21– Custos Variáveis Anuais de Produção 
Caso 3 – Compostos de PVC Reciclado 
Discriminação Quantidade 
Anual Custo Unitário
Total 
(US$/ano) 
Matéria-Prima 1.446.810 kg US$ 0,17/kg 245.958,00 
Insumos
Plastificante 9.000 kg US$ 1,20/kg 10.800,00 
Carga 86.400 kg US$ 0,08/kg 6.912,00 
Embalagem 53.856 un. US$ 0,40/un. 21.542,00 
Subtotal 39.254,00 
Utilidades
Energia Elétrica - - 32.000,00 
Água 20.000 m3 US$ 0,368/m3 7.360,00 
Combustível 30.000 l US$ 0,40/litro 12.000,00 
Subtotal 51.360,00 
TOTAL 336.572,00 
B.2 - Custos Fixos 
O presente caso-exemplo apresenta uma economia de 30% nos custos fixos 
desembolsáveis, como mão-de-obra (salários e encargos), aluguéis, seguros, contabilidade, 
impressos, manutenção de equipamentos e manutenção de veículos, em comparação com 
as bases de cálculo usadas nos dois casos anteriores. 
Mão-de-Obra 
Para o regime de produção considerado, a extrusora de granulado deverá ser mantida em 
regime de trabalho ininterrupto durante 24 horas por 300 dias/ano, para melhor 
aproveitamento, com maior economia de energia e redução do desperdício de material que 
ocorre em cada partida (início de trabalho). 
Para tanto serão considerados três turnos de trabalho de 8 horas/turno para as extrusoras. 
Os demais equipamentos (moinho, centrífuga e aglutinador) funcionarão em um turno 
diurno de trabalho (8 h/dia), de forma a suprir a quantidade de material requerida pela 
produção. Deve-se tomar o cuidado de ligar os equipamentos fora do horário de pico 
informado pela companhia que distribui a energia no estado (no caso de São Paulo, a 
Eletropaulo). 
A separação do material recebido ocorrerá de forma manual em dois turnos de 8 h/dia, 
totalizando 16 h/dia para esta atividade. Com exceção dos operadores de extrusora, que 
trabalham em 3 turnos, e dos separadores, que trabalham em 2 turnos, os demais 
empregados trabalham em turno de 8 horas diurno. 
Na Tabela 6-22 apresenta-se a formação do custo mensal de salários, para um número 
estimado de 26 empregados necessários para movimentar a empresa. Cumpre lembrar que, 
por tratar-se de empresa de pequeno porte ou micro-empresa,as atividades do Gerente 
Geral (administração e compras) são desenvolvidas pelo proprietário. 
Tabela 6-22 – Formação do Custo Mensal de Salários 
Caso 3 – Compostos de PVC Reciclado 
Discriminação Número de 
Empregados
Remuneração 
Mensal 
(US$/Empregado)
Total 
(US$/mês) 
Mão-de-Obra Indireta
Gerente Geral 1 3.270,00 3.270,00 
Mão-de-Obra 
Administrativa 
Secretária/Telefonista 1 560,00 560,00 
Auxiliar Administrativo 1 350,00 350,00 
Mão-de-Obra Direta 
Encarregado de Produção 1 280,00 280,00 
Operador de Moinho 2 231,00 462,00 
Operador de Centrífuga 
(Lavagem/Secagem) 2 231,00 462,00 
Operador de Aglutinador 1 231,00 231,00 
Operador de Extrusora 3 252,00 756,00 
Operador de 
Lavadora/Secadora 2 330,00 660,00 
Separador de Plástico 10 105,00 1.050,00 
Motorista/Vigia 3 450,00 1.350,00 
Outros 2 280,00 560,00 
TOTAL 29 9.991,00 
A formação do Custo Anual de Mão-de-Obra compreende as rubricas Salários e Encargos 
Sociais, apresentadas a seguir: 
• Salários: O total anual de salários pagos aos empregados é: 
US$ 9.793,00/mês x 12 meses/ano = US$ 117.516,00/ano. 
• Encargos Sociais: Compreendem INSS, FGTS, salário educação, acidentes de 
trabalho, INCRA, SESI, SENAI, SEBRAE, 13º salário, abono de férias, adicionais de 
turno, vale transporte, cesta básica e outros benefícios: estimados em 100% dos 
salários pagos, ou seja: US$ 117.516,00/ano. 
 
Depreciação 
Foi considerada depreciação linear em 10 anos para o investimento fixo em equipamentos 
(Tabela 6-25). Ressalte-se que no caso de aquisição do prédio (no presente exemplo 
alugado), o mesmo também deverá ser depreciado, em prazo que geralmente é de 25 anos. 
O valor da depreciação corresponde à provisão anual para reinvestimento em uma nova 
fábrica, semelhante à atual usada como exemplo, ao final da vida útil da mesma, 
considerada como 10 anos. Como houve, no presente caso-exemplo, uma redução de 50 % 
no investimento pela aquisição de equipamentos usados, como será visto adiante, o valor 
da depreciação também se reduz à metade do equivalente ao da aquisição de equipamentos 
novos. 
A depreciação é, portanto: US$ 146.500,00 x 0,10 = US$ 14.650,00/ano. 
Amortização 
Considerada a amortização, em 10 anos, das despesas pré-operacionais. O conceito é o 
mesmo da depreciação, ou seja, trata-se de provisão para reinvestimento, sendo seu valor, 
portanto: 
US$ 38.950,00 x 0,10 = US$ 3.895,00/ano. 
Seguros 
Considerado prêmio de seguro para cobertura de equipamentos, prédios, instalações, 
veículos, móveis e utensílios, sendo o valor segurado de US$ 278.600,00 e o prêmio de US$ 
2.623,00/ano. 
Aluguéis 
Considerado um custo mensal para a locação do prédio de US$ 2.100,00 e parcela mensal 
do "leasing" dos caminhões de US$ 700,00, sendo o total dos aluguéis de US$ 
33.600,00/ano. 
Contabilidade 
Considerado um custo de US$ 4.200,00/ano para pagamento de serviço terceirizado de 
contabilidade. 
Material de Escritório/Impressos/Telefone/Outros 
A rubrica se refere ao custo anual de talonários fiscais e impressos de controle em geral, 
material de escritório, telefone, estimado em US$ 1.680,00/ano. 
Manutenção de Equipamentos 
Considerados gastos anuais com manutenção de equipamentos, na base de 10,5% do valor 
dos mesmos, o que totaliza: 
US$ 146.500,00 x 0,105 = US$ 15.400,00/ano. 
Manutenção de Veículos 
Foi estimado um valor de US$ 4.340,00/ano, para cobrir despesas com mecânico, pneus, 
troca de óleo e outras despesas afins. 
A Tabela 6-23 apresenta a consolidação dos valores do item B.2, resultando em Custos 
Fixos Anuais de US$ 315.420,00, que correspondem a US$ 0,26/kg de produto (compostos 
de PVC reciclado). 
Tabela 6-23 – Custos Fixos Anuais de Produção 
Caso 3 – Compostos de PVC Reciclado 
Discriminação Total (US$/ano) 
Mão-de-Obra
Salários 117.516,00 
Encargos Sociais 117.516,00 
Outros Custos Fixos
Depreciação 14.650,00 
Amortização 3.895,00 
Seguros 2.623,00 
Aluguéis 33.600,00 
Contabilidade 4.200,00 
Material de escritório/Impressos/Telefone/Outros 1.680,00 
Manutenção de Equipamentos 15.400,00 
Manutenção de Veículos 4.340,00 
TOTAL 315.420,00 
C - Investimentos 
Os investimentos necessários à empresa Recicladora do Caso 3 estão apresentados em 
seqüência, subdivididos em três categorias: Investimento Fixo em Infra-Estrutura; 
Investimento Fixo em Equipamentos e Capital de Giro. Todos os valores referem-se aos 
preços médios de janeiro de 1999, vigentes em São Paulo, expressos em dólares 
americanos. 
C.1 - Investimento Fixo em Infra-Estrutura 
Foram considerados, para o funcionamento da Recicladora em estudo, os desembolsos 
abaixo correspondentes a uma infra-estrutura mínima: 
• Instalações Elétricas Industriais: Considerou-se uma instalação elétrica com potência 
instalada de 225 kVA, compreendendo posteamento, transformador, chave de 
partida, comando de proteção, fiação, iluminação e quadro de comando. O custo 
total foi estimado em US$ 10.000,00. 
• Implantação da Fábrica: Foi considerado serviço realizado por terceiros, relativo a 
topografia, projetos etc., estimado em US$ 8.500,00. 
• Instalação de Máquinas e Equipamentos: A rubrica corresponde ao custo de 
instalação desses itens, totalizando US$ 20.000,00. 
• Móveis e Utensílios: Compreende móveis e equipamentos para escritório,, ao custo 
estimado de US$ 5.000,00. 
• Despesas Pré-Operacionais: Referem-se à pré-comercialização, compras de matéria-
prima etc., somando um custo de US$ 38.950,00. 
A Tabela 6-24 apresenta a consolidação do investimento fixo em infra-estrutura. 
Tabela 6-24– Investimento Fixo em Infra-Estrutura 
Caso 3 – Compostos de PVC Reciclado 
Discriminação Valor (US$) 
Instalações Elétricas 10.000,00 
Implantação da Fábrica 8.500,00 
Instalação de Máquinas e Equipamentos 20.000,00 
Móveis e Utensílios 5.000,00 
Despesas Pré-Operacionais 38.950,00 
TOTAL 82.450,00 
 
Itens Não Incluídos 
Não foram considerados no exemplo os investimentos em terreno, construção civil e 
veículos. Admitiu-se, por simplificação e para baratear o investimento inicial, a locação 
desses bens ao invés de aquisição. 
Em caráter orientativo, estão discriminadas abaixo as características dos mesmos e seu 
custo estimado: 
• Terreno: Área aproximada de 4.000 m2 para resíduo misturado, e 200 m2 para 
resíduo já separado. O custo do terreno varia muito com o local onde a fábrica será 
instalada. Para este exemplo, estimou-se a locação de um terreno com obras civis de 
terraplanagem, pátios e arruamento já efetuadas, sendo o valor das mesmas levado 
em conta no custo de locação (rubrica aluguéis, nos custos fixos). 
Em caráter informativo, no caso de optar-se pela alternativa de aquisição, estima-se o valor 
do terreno, sem benfeitorias, em US$ 30.000,00. 
• Construção Civil: Considerou-se a necessidade de um escritório de 30 m2, e um 
barracão industrial de 200 m2, sendo 80 m2 de área coberta, adotando-se a 
alternativa de locação, à semelhança do terreno, com o custo incluído na rubrica 
aluguéis. A título informativo, caso se opte pela construção do prédio, seu custo 
estimado é de US$ 50.000,00. 
• Veículos: Considerou-se a aquisição, na modalidade "leasing", de dois caminhões 
com carroceria de madeira, grade alta e capacidade para carregar duas toneladas de 
sucata, sendo o valor das parcelas levado em conta no custo fixo. Para fins de 
informação, caso se opte pela aquisição de dois caminhões usados, estima-se seu 
custo de aquisição em US$ 15.000,00 por veículo, totalizando US$ 30.000,00. 
C.2 - Investimento Fixo em Equipamentos 
Na Tabela 6-25 adiante é apresentada a relação dos equipamentos necessários para a 
operação da Recicladora do exemplo, considerando-se a aquisição de equipamentos usados 
para baratear o investimento, resultando em um custo

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