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Página 1 de 10 TEXTO DO PROFESSOR AUDITORIA INTERNA DE GESTÃO AULA 4 8. Controle Interno e Auditoria Governamental: conceito e fundamentação legal do controle interno. Acompanhado da implantação e da gestão dos controles internos na Administração Pública temos que ter instrumentos de sua avaliação. Neste processo, o papel do auditor interno é de fundamental importância, pois da ao processo a visão externa da avaliação, isto é, de uma pessoa que está fora da operacionalização do processo. Isso permite que o auditor interno possa contribuir para a melhora continua dos processos e principalmente dos controles internos neles inseridos. 8.1 Rota de Aprendizagem Leia o Manual de Auditoria do Tribunal de Contas do Distrito Federal, indicado no link abaixo citado, identificando a relação dos controles internos e da auditoria governamental https://www.tc.df.gov.br/silegisdocs/tcdf/res/res-2009-00195.pdf 8.2 A auditoria e a Legalidade Fiscalizar a administração pública não é um ato discricionário do gestor, mas sim um ato vinculado, na medida que o Artigo 70 da Constituição Cidadã de 1988, traz: “A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante Controle Externo, e pelo sistema de Controle Interno de cada Poder.” 8.3 Controle na Administração Pública VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce Página 2 de 10 O controle na administração pública se dá através do controle externo, do controle interno e do controle social, conforme demonstra a figura a seguir: Como o controle social não faz parte do objeto de estudo do presente módulo, o presente capítulo se prenderá no controle interno e no controle externo. Portanto, para iniciarmos nosso estudo, é necessário conhecermos o conceito de auditoria: A auditoria governamental é a atividade independente e objetiva que, através da aplicação de procedimentos específicos, tem a finalidade de emitir opinião sobre a adequação das contas governamentais, assim como apresentar comentários sobre o desempenho organizacional e o resultado dos programas de governo. Proposta de Anteprojeto – Normas de Auditoria Governamental Resumidamente podemos dizer que auditoria é a técnica de comparar a realidade como o que deveira ser, conforme figura abaixo: VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce Página 3 de 10 CONDIÇÃO CRITÉRIO AUDITORIA x 8.4 Tipos de auditoria Governamental A auditoria aplicada ao setor público atua nos mais variados ramos dentro da esfera governamental, conforme segue: Auditoria de Gestão - objetiva emitir opinião com vistas a certificar a regularidade das contas, verificar a execução de contratos, convênios, acordos ou ajustes, a probidade na aplicação dos dinheiros públicos e na guarda ou administração de valores e outros bens da União ou a ela confiados, compreendendo, entre outros, os seguintes aspectos: Exame das peças que instruem os processos de tomada ou prestação de contas; Exame da documentação comprobatória dos atos e fatos administrativos; Verificação da existência física de bens e outros valores; Verificação da eficiência dos sistemas de controles administrativo e contábil; e Verificação do cumprimento da legislação pertinente. Auditoria de Programas - objetiva acompanhar, examinar e avaliar a execução de programas e projetos governamentais específicos, bem como a aplicação de recursos descentralizados, compreendendo, entre outros, os seguintes aspectos: VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce Página 4 de 10 Análise da realização físico-financeira em face dos objetivos e metas estabelecidos; Análise dos demonstrativos e dos relatórios de acompanhamento produzidos com vistas à avaliação dos resultados alcançados e a eficiência gerencial; Verificação da documentação instrutiva e comprobatória, quanto à propriedade dos gastos realizados; e Análise da adequação dos instrumentos de gestão -contratos, convênios, acordos, ajustes e outros congêneres -para consecução dos planos, programas, projetos e atividades desenvolvidas pelo gestor, inclusive quanto à legalidade e diretrizes estabelecidas. Auditoria Operacional - atua nas áreas inter-relacionadas do órgão/entidade, avaliando a eficácia dos seus resultados em relação aos recursos materiais, humanos e tecnológicos disponíveis, bem como a economicidade e eficiência dos controles internos existentes para a gestão dos recursos públicos. Sua filosofia de abordagem dos fatos é de apoio, pela avaliação do atendimento às diretrizes e normas, bem como pela apresentação de sugestões para seu aprimoramento. Auditoria Contábil - é a técnica que, utilizada no exame dos registros e documentos e na coleta de informações e confirmações, mediante procedimentos específicos, pertinentes ao controle do patrimônio de um órgão ou entidade, objetiva obter elementos comprobatórios suficientes que permitam opinar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e se as demonstrações deles originárias refletem, adequadamente, a situação VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce Página 5 de 10 econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas. Auditoria de Sistema - objetiva assegurar a adequação, privacidade dos dados e informações oriundas dos sistemas eletrônicos de processamento de dados, observando as diretrizes estabelecidas e a legislação específica. Auditoria Especial - objetiva o exame de fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, sendo realizadas para atender determinação do Presidente da República, Ministros de Estado ou por solicitação de outras autoridades. As auditorias operacionais possuem características próprias que as distinguem das auditorias tradicionais. Ao contrário das auditorias de conformidade, que adotam padrões relativamente fixos, as auditorias operacionais, devido à variedade e complexidade das questões tratadas, possuem maior flexibilidade na escolha de temas, objetos de auditoria, métodos de trabalho e forma de comunicar as conclusões de auditoria. Empregam ampla seleção de métodos de avaliação e investigação de diferentes áreas de conhecimento, em especial das ciências sociais (ISSAI 3000/1.2, 2.2, 2004 e ISSAI 400/4,21, 2001). Além disso, essa modalidade de auditoria requer do auditor flexibilidade, imaginação e capacidade analítica (ISSAI 3000/1.8, 2004). Nas auditorias de conformidade, as conclusões assumem a forma de opinião concisa e de formato padronizado sobre demonstrativos financeiros e sobre a VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce Página 6 de 10 conformidade8 das transações com leis e regulamentos, ou sobre temas como a inadequação dos controles internos, atos ilegais ou fraude. Nas auditorias operacionais, o relatório trata da economicidade e eficiência na aquisição e aplicação dos recursos e da efetividade dos objetivos alcançados. Tais relatórios podem variar consideravelmente em escopo e natureza, informando, por exemplo, sobre a adequada aplicação dos recursos,sobre o impacto de políticas e programas e recomendando mudanças destinadas a aperfeiçoar a gestão (ISSAI 400/2-3, 2001). Pela sua natureza, as auditorias operacionais são mais abertas a julgamentos e interpretações e seus relatórios, conseqüentemente, são mais analíticos e argumentativos (ISSAI 3000/1.2, 2004). Enquanto nas auditorias de conformidade o exame da materialidade está diretamente relacionado ao montante de recursos envolvidos, nas auditorias operacionais essa é uma questão mais subjetiva e pode basear-se em considerações sobre a natureza ou o contexto do objeto auditado (ISSAI 400/29, 2001). Isso não quer dizer que as auditorias operacionais não enfrentem dificuldades. Enfrentam com qualquer outro trabalho de auditoria, que tem como exemplos: • dificuldades em determinar o escopo da auditoria; • ausência de dados adequados; • complexidade na delimitação dos critérios; • falta de pessoal qualificado; • limitações dos recursos; • dificuldades em estabelecer padrões de procedimentos. VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce Página 7 de 10 No entanto, é importante frizar que os ramos de aplicação da auditoria na esfera governamental se complementam, de acordo com suas características, conforme figura abaixo 8.5 Dentre os objetivos da auditoria governamental Dentre os objetivos da auditoria governamental temos: • Examinar a regularidade e avaliar a eficiência da gestão administrativa e dos resultados alcançados. • Apresentar subsídios para o aperfeiçoamento dos procedimentos administrativos e controles internos das unidades da administração direta e entidades supervisionadas. • Os sistemas administrativo e operacional de controle interno utilizados na gestão orçamentária, financeira e patrimonial; • A execução dos planos, programas, projetos e atividades que envolvam recursos públicos; VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce Página 8 de 10 • A aplicação dos recursos transferidos pelo Tesouro Nacional a entidades públicas ou privadas; • Os contratos firmados por gestores públicos com entidades privadas para prestação de serviços, execução de obras e fornecimento de materiais; • Os processos de licitação, sua dispensa ou inexigibilidade; • Os instrumentos e sistemas de guarda e conservação dos bens e do patrimônio sob responsabilidade das unidades da administração direta e entidades supervisionadas; • Os atos administrativos que resultem direitos e obrigações para o Poder Público, em especial os relacionados com a contratação de empréstimos internos ou externos e com a concessão de avais • A arrecadação e a restituição de receitas de tributos federais; e • Os sistemas eletrônicos de processamento de dados, suas entradas (inputs) e informações de saída (outputs). 8.6 Perfil do auditor Por fim, é importante citar as características esperadas do profissional que irá atuar na área de auditoria governamental, dentre as quais se destacam: INDEPENDÊNCIA - o Auditor no exercício da atividade de auditoria deve manter uma atitude de independência que assegure a imparcialidade de seu julgamento, nas fases de planejamento, execução e emissão de seu parecer, bem assim nos demais aspectos relacionados com sua atividade profissional. SOBERANIA - durante o desenvolvimento do seu trabalho, o Auditor deverá possuir o domínio do julgamento profissional, pautando-se, exclusiva e livremente a seu VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce Página 9 de 10 critério, no planejamento dos seus exames, na seleção e aplicação de procedimentos técnicos e testes de auditoria, na definição de suas conclusões e na elaboração de seus relatórios e pareceres. IMPARCIALIDADE - durante seu trabalho, o Auditor está obrigado a abster-se de intervir nos casos onde há conflito de interesses que possam influenciar a absoluta imparcialidade do seu julgamento. OBJETIVIDADE - na execução de suas atividades, o Auditor se apoiará em fatos e evidências que permitam o convencimento razoável da realidade ou a veracidade dos fatos, documentos ou situações examinadas, permitindo a emissão de opinião em bases consistentes. CONHECIMENTO TÉCNICO E CAPACIDADE PROFISSIONAL - o Auditor no exercício das atividades de auditoria deve possuir um conjunto de conhecimentos técnicos, experiência e capacidade para as tarefas que executa; conhecimentos contábeis, econômicos e financeiros; e de outras disciplinas para o adequado cumprimento do objetivo da auditoria. Deverá, ainda, ter habilidade no trato com as pessoas e comunicar-se de maneira eficaz. CONHECIMENTO TÉCNICO - face a complexidade e magnitude dos objetivos da administração pública federal, o Auditor necessita possuir conhecimentos técnicos das diversas áreas relacionadas com as atividades auditadas, de tal forma que o permitam comprovar a legalidade e legitimidade dos atos de gestão e avaliar a economicidade, eficiência e eficácia alcançadas no desempenho dos objetivos do órgão ou entidade sob exame. CAPACIDADE PROFISSIONAL - a capacidade profissional é adquirida pela aplicação prática dos conhecimentos técnicos. O somatório de experiências obtidas VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce Página 10 de 10 entre diversas situações contribuem para o amadurecimento do julgamento profissional, possibilitando o discernimento entre situações gerais e particulares. ATUALIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS TÉCNICOS - o auditor governamental deve manter sua competência técnica, atualizando-se quanto ao avanço de normas, procedimentos e técnicas aplicáveis à auditoria. CAUTELA E ZELO PROFISSIONAL - no desempenho de suas funções, na elaboração do relatório e emissão de sua opinião, o auditor governamental necessita agir com a devida precaução e zelo profissional, devendo acatar as normas de ética profissional, o bom senso em seus atos e recomendações, o cumprimento das normas gerais de auditoria governamental e o adequado emprego dos procedimentos de auditoria de aplicação geral ou específica. 8.7 Síntese do que foi estudado Neste capítulo foram abordados os pontos fundamentais o trabalho de auditoria no setor público e seu relacionamento com os controles internos das Entidades. Foram apresentados os conceitos de auditoria governamental, seu campo de atuação, bem como as características do profissional auditor. VIA CONTABIL Realce VIA CONTABIL Realce
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