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Capítulo 3 – Um estudo sobre o recalque, repressão e sexualidade. Freud livrou-se do hipnotismo. E agora era possível observar a ação recíproca de forças que surgiam. Um questionamento passou a existir: como as pessoas se esqueciam de tantos dados e se fossem colocadas na hipnose se lembravam? Tudo que fora esquecido é porque fora aflitivo, vergonhoso, pelos padrões da personalidade do indivíduo. Logo, para tornar consciente era necessário superar algo que lutava contra o próprio paciente. O esforço do médico era proporcional a resistência por parte do paciente. Foi então que surgiu a teoria da repressão. Duas dinâmicas lutavam entre si em plena luz da consciência. Uma pode ser chamada de instinto e outra de resistência. E a solução seria: o instinto era repelido e a carga de energia era retirada por impulsão. Mas na neurose, o Ego recuou, na sua primeira colisão com o impulso instintual, impediu o impulso de ter acesso a consciência e a descarga motora direta, mas ao mesmo tempo o impulso reteve sua catexia (energia do impulso) integral de energia. Ou seja, repressão. O primeiro ato de repressão envolvia consequências. Em primeiro, o ego era obrigado a proteger-se contra a constante ameaça de uma renovada investida por parte do impulso reprimido, fazendo um esforço permanente de energia, uma anticatexia. Por outro lado, o impulso reprimido, que era agora inconsciente, era capaz de encontrar meios de descarga e de satisfação substituída por caminhos indiretos e de assim levar toda a finalidade de repressão a nada. Exemplo: no caso de histeria de conversão, que nesse caminho indireto leva a inervação somática (transposição de uma excitação puramente psíquica para o corporal). O Impulso reprimido irrompia em um ponto e ou outro e produzia sintomas. Os sintomas eram assim resultado de uma conciliação, pois, embora fossem satisfações substitutivas, eram distorcidos e desviados de sua finalidade devido à resistência do ego. Com isso a teoria da repressão tornou-se pedra angular na compreensão das neuroses. A terapia passa agora examinar, por exemplo, o que foi deletado da consciência “recalque” e revelar repressões e substituí-las por atos de julgamentos que podiam resultar na aceitação ou na condenação daquilo que fora anteriormente repudiado. Eis que agora, o que anteriormente foi denominado de catarse para a ser denominado de psicanálise. Com isso é possível de se considerar a repressão como um centro e reunir todos os elementos da teoria psicanalítica em relação a ele. A psicanálise adotou o conceito “inconsciente” de maneira séria. A psicanálise considerava tudo de ordem mental, como sendo inconsciente. E as subdivisões do inconsciente faz parte de uma tentativa de retratar o aparelho da mente como sendo constituído de grande número de instancias ou sistemas, cujas relações mutuas são expressas em termos espaciais, sem contudo implicarem qualquer ligação com a verdadeira anatomia do cérebro. (o que pode ser mudado) Freud com seus estudos cada vez mais aprofundados da neurose, demonstrando sintomas como substituto das repressões sexuais, foi levado a cada vez mais a crer na sua origem voltada aos primeiros anos da infância. Encontrando então a sexualidade infantil. Freud confessa que cometeu um erro que poderia tê-lo levado ao fim da carreira. Atribuindo essa sexualidade às experiências, de algumas pacientes, de sedução, por parte do pai ou tio, na infância. Que muitas vezes nem tivesse ocorrido e que foram ideias fantasiosas ou que ele próprio as induzia. Mas isso fez com que Freud tirasse conclusões disso: Os sintomas neuróticos não estavam diretamente relacionado com fatos reais, mais com fantasias impregnadas de desejos, e que, no tocante à neurose, a realidade psíquica era de maior importância que a realidade material. Logo, Freud tropeça no complexo de Édipo, e a sedução durante a infância retinha certa parcela, na etiologia das neuroses. A função sexual aqui se encontra desde o inicio da vida do indivíduo, embora no começo estejam ligadas as funções vitais, passando por um longo desenvolvimento até chegar com o que estamos familiarizados “a vida sexual do adulto”. Começa por manifestar-se na atividade de todo um grande número de instintos componentes. Estes estão na dependência de zonas erógenas do corpo. Assim,de início a função sexual é autoerotica: a primeira dos domínio dos componentes orais, segue-se uma fase anal-sadica, e só então função sexual como reprodução. Freud deu o nome de a Libido a energia dos instintos sexuais e somente a essa forma de energia. Mais tarde Freud foi levado a crer que a libido, nem sempre se passa por esse curso de desenvolvimento de maneira suave. E essas fixações da libido, podem ocorrer em vários pontos no curso de seu desenvolvimento. E se sub-sequente verificar-se uma repressão, a libido reflui a esses pontos, sendo a partir deles que a energia irrompe sob a forma de sintoma. Depois tornou-se ainda claro que a localização do ponto de fixação é que determina a escolha da neurose, isto é, a forma pela qual a doença subsequentemente vem a surgir. O processo de chegar a um objeto, que desempenha papel tão importante na vida mental, ocorre juntamente com a organização da libido. Na primera fase o objeto de amor é a mãe, afigurando-lhe que a criança não distingue o órgão de nutrição da mãe do seu próprio corpo. Depois, ocorre a relação conhecida como complexo de Édipo. E por voltas dos 5 anos são tomados por um período de latência, ocorrendo as formações da moralidde, vergonha e repulsa. Na fase fálica, o contraste dos sexos não se inicia em termos macho ou fêmea, mas de possuidor de um pênis, ou se ser castrado. Surgindo então o complexo de Édipo. (importância na formação do caráter e das neuroses) De todas as criaturas vivas, apenas o homem revela-se esse desencadeamento (bifásico) de crescimento sexual, e talvez seja ele o determinante biológico de uma predisposição a neurose. Vemos-nos então numa expansão do conceito de sexualidade. 1º Divorciada dos órgãos genitais, tendo o prazer como a sua meta e só secundariamente vindo a servir as finalidades de reprodução. 2º Os impulsos sexuais (a libido) são considerados como incluindo todos aqueles impulsos meramente afetuosos e amistosos. Freud introduz falando de pervertidos, dizendo que são explicáveis como manifestações da primazia dos órgão genitais, e que se acham agora em busca do prazer por sua própria conta, como nos primeiros anos de vida. Em 1908 a teoria da sexualidade infantil foi confirmada nas observações diretas das crianças e isso foi por muito escondido por a maior parte dos adultos ocultar sua própria infância.
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