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Roteiro do Ponto 1#

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FACULDADE DE DIREITO DA FUNDAÇÃO ESCOLA SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
CREDENCIADA PELA PORTARIA MEC N.º 3.640, DE 17/10/2005 – DUO DE 20/10/2005 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO 
AUTORIIZADDO PELA PORTARIA MECN.º846, DE 4 DE ABRIL DE 2006 – DUO DE 05/04/2006 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 1 
 
Roteiro do Ponto 
1. DIREITO CONSTITUCIONAL, TEORIA GERAL DO ESTADO E CIÊNCIA 
POLÍTICA 
1) Definições de direito constitucional: examina e compara. 
 
a) Celso Ribeiro Bastos “DC tem por objeto o estudo da Constituição”. Enfatiza (por usar 
o singular), o estudo da Constituição vigente. 
 
b) Pinto Ferreira “O DC é a ciência positiva das Constituições”. DC comparado entre as 
diversas edições e países. Então este ganha em relação à (a). O termo positiva apenas 
demarca a diferença entre a ciência metafísica da especulativa. 
 
c) André Hauriou “Pode-se num sentido amplo definir o objeto do DC: o enquadramento 
(a regulamentação/organização à disciplina) jurídico dos fenômenos Políticos.” 
Enfatiza que o DC tem características normativas. Devido a está ressalva, ela se 
torna a opção mais abrangente e, portanto ganha em relação às outras. 
 
 Entre as questões o objeto (texto constitucional escrito) é o mesmo e percebe-se isso 
de forma explícita, porém o interessante é a análise das diferenças, o que se torna 
implícito. 
Nas definições de Bastos e Ferreira o Direito Constitucional estuda a Constituição (texto 
constitucional escrito) no sentido formal. Onde as palavras “estudo” e “ciência” 
representam respectivamente uma expressão vaga e uma expressão de pretensão científica. 
As constituições não raro inserem matéria de aparência constitucional. Assim se designa 
exclusivamente por haver sido introduzida na Constituição, enxertada no seu corpo 
normativo e não porque se refira aos elementos básicos ou institucionais da organização 
política. Entra essa matéria, pois a gozar da garantia e do valor superior que lhe confere o 
texto constitucional. Sendo os fenômenos e instituições Políticas juridicamente 
enquadradas e assim, possibilita que o estudo do Direito Constitucional vá além da norma 
constitucional. 
Celso Ribeiro Bastos apresenta uma definição mais vaga. Pinto Ferreira apresenta uma 
definição mais metodológica, sistemática, mais completa e exata que o estudo; ela enfatiza 
a pretensão política. A ciência positiva estuda um Direito comparado e histórico, 
diferenciando-se assim da definição de Celso. Ambas estão num sentido formal. Celso e 
Pinto se equivalem por ter como objeto a Constituição. 
Já na definição de Hauriou nota-se que o estudo da Constituição, também na forma de texto 
escrito, porém a diferença está no sentido material. Do ponto de vista material, a 
Constituição é o conjunto de normas pertinentes à organização do poder, à distribuição da 
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DIREITO CONSTITUCIONAL I 2 
 
competência, ao exercício da autoridade, à forma de governo, aos direitos da pessoa 
humana, tanto individuais como sociais. Em suma, a Constituição, em seu aspecto material, 
diz respeito ao conteúdo, mas tão somente ao conteúdo das determinações mais 
importantes, únicas merecedoras, segundo o entendimento dominante, de serem 
designadas rigorosamente como matéria constitucional. 
André Houriou torna-se a definição mais abrangente, por não ser no sentido Formal 
(escrita), mas sim no Material (conjunto de regras materialmente constitucionais, 
pertençam ou não à Constituição escrita): ou seja, as instituições jurídicas, desde que 
enquadradas juridicamente. Possibilita textos de Lei serem vistos também; ela não nega a 
natureza normativa da Constituição. 
 
FORMAL: é aquela consubstanciada de forma escrita, por meio de um documento solene 
estabelecido pelo poder constituinte originário. 
 
MATERIAL: é o conjunto de regras materialmente constitucionais, estejam ou não 
codificadas em um único documento. 
2) J.J. Canotilho, constitucionalista portugês, em sua obra Direito Constitucional, 
entende a constituição como o “estatuto jurídico do político”, político aqui no sentido 
de esfera pública, de instituições políticas. Discorra sobre uma conceituação do Direito 
Constitucional, bem de como suas relações com outras disciplinas, a partir desse 
entendimento. 
 
Os fenômenos Políticos são os poderes, liberdades públicas, direitos, partidos, 
instituições, entre outros. O Direito Constitucional abrange os fenômenos Políticos. As 
instituições políticas são vistas no sentido material, desde que enquadradas 
juridicamente. É mais normativa; possibilita texto de Lei serem vistos também. Portanto, 
o Direito Constitucional refere-se à estruturação do poder político, seus contornos 
jurídicos, limites de sua atuação, e aos direitos humanos fundamentais. Então, ele não 
existe sem o poder, pressuposto da existência do político. Trata-se, contudo, do poder 
juridicamente vinculado ao Direito o que dá sentido e constitui objeto do Direito 
Constitucional. Por isso é que o estudo do Direito Constitucional envolve o 
conhecimento do Estado Democrático de Direito, seus paradigmas e problemas. 
As Constituições clássicas continham somente princípios relativos ao governo e 
às garantias individuais: hoje em dia as leis fundamentais assinalam as bases primárias 
de toda organização jurídica do Estado e daí suas múltiplas e importantes relações com 
outros ramos do Direito. Divide-se o Direito Público em duas partes fundamentais: o 
Direito Público externo (Direito Internacional) e o Direito Público Interno. O primeiro 
regula relações entre Estados, o segundo marca a extensão da ordem jurídica 
relativamente a um determinado Estado. A disciplina básica do Direito Público interno 
é o Direito Constitucional, que fixa normas fundamentais da organização jurídica e 
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DIREITO CONSTITUCIONAL I 3 
 
condiciona, debaixo de seus princípios, os demais ramos do Direito Público, com os quais 
se relaciona. 
 
1) DC e Direito Administrativo: Relação bastante próxima, com laços íntimos q causam 
dificuldade em estabelecer distinção entre eles. O DC cuida da estrutura, da anatomia 
do Poder, o Direito Administrativo volta-se para o exame da fisiologia do Estado, 
estudando seus órgãos e suas funções. 
 
2) DC e Direito Financeiro e Tributário: O Direito Constitucional se faz presente com suas 
normas básicas de administração das finanças e distribuição da competência tributária 
no organismo estatal. 
 
3) DC e Direito Processual: Podem-se identificar nas Constituições vários princípios 
aplicáveis ao processo civil e penal, especialmente na Constituição Brasileira de 1988. 
Como por exemplo, no Direito Judiciário Civil, a assistência judiciária aos necessitados. 
No Direito Penal essa relação é manifestada quando a Constituição protege a liberdade 
individual contra o abuso do poder. 
 
4) DC e o Direito Penal: Com o Direito Penal, no caso da Constituição Brasileira, a relação 
manifesta-se diante das garantias de natureza constitucional que se estendem no artigo 
5º do Capítulo I, sobre direitos e deveres individuais e coletivos. 
 
5) DC e o Direito do Trabalho: Estreitas relações se estabelecem e são numerosos os 
dispositivos constitucionaisque inserem princípios de proteção aos trabalhadores, 
consagrando admiráveis conquistas sociais da classe obreira. 
 
6) DC e o Direito Internacional: A importância, no mundo contemporâneo, do Direito 
Internacional, especialmente no âmbito dos direitos humanos, implica na ocorrência de 
estreitas relações com o DC, que se internacionaliza através da adoção, pelas 
Constituições, de normas internacionais declaratórias desses direitos. Também se 
verifica a constitucionalização do DI, pela tendência de implantação de uma comunidade 
mundial de Estados, segundo um modelo de organizatório semelhante ao da estrutura 
das Constituições. 
 
7) DC e o Direito Privado: As relações do DC com o DP decorreram fundamentalmente da 
circunstância de que interesses considerados exclusivamente privados passaram a ter 
repercussão social, sendo abrangidos pelas normas constitucionais, isto sem se 
esquecer de que o DP, da mesma forma que o D Público retira seu fundamento de 
validade da Constituição. 
 
8) DC e a Ciência Política: No sentido estreito, a Ciência Política é a ciência do século XX, 
embora com raízes em Aristóteles, descritiva, neutral, e não normativa (estuda o 
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DIREITO CONSTITUCIONAL I 4 
 
ordenamento jurídico como um fato). Na CP dá-se ênfase ao poder, estruturas sociais e 
econômicas e ao processo político (grupos de pressão, partidos políticos), com vistas à 
construção de sistemas políticos. 
 
9) D C e a Teoria Geral do Estado: A Teoria Geral do Estado é a ciência teórica, especulativa, 
que propõe a estudar o Estado em si mesmo, no que tem de essencial e permanente no 
tempo. Seu objetivo, portanto, é o de conhecer o Estado como uma conexão real que 
atua no mundo históric-social, investigando a sua função na realidade social concreta. 
Ela compreende os aspectos social, jurídido e político. 
 
10) Sociologia Política e Constitucional: ocupa-se do estudo do fenômeno político 
considerado como manifesto social. Dedica-se a conhecer as ações recíprocas entre 
Estado e outras manifestações da vida social, pretende conhecer a ação e a reação que 
existe entre fenômeno político e os demais fenômenos sociais. 
 
11) História Constitucional: visa, sob uma perspectiva histórica, estudar a orientação, a 
evolução, o desenvolvimento e a influência das Constituições, valendo-se de elementos 
sociológicos, geográficos, políticos entre outros. Preocupa-se, em geral, com os 
ordenamentos jurídicos já superados, não mais existentes, ou seja, que deixaram de ter 
validade formal. 
 
3) Direito Constitucional e Ciência Política: delimita e diferencia. 
O Direito Constitucional é uma ciência jurídica que considera a sociedade 
política através de normas que se lhe dirigem. Ela debruça-se sobre a ordem da 
sociedade e não sobre a sociedade enquanto tal, ou seja, tem por objeto a realidade das 
normas e ocupa-se principalmente da regularidade e da validade da ação do poder como 
ciência normativa. Ou seja, abrange mais os aspectos normativos, os quais são 
essenciais; é uma disciplina jurídica. 
A Ciência Política não é uma ciência jurídica e nem normativa, mas sim 
descritiva, e que tem por objeto a realidade dos fatos. Ela procura ordenar, sistematizar 
e dar a conhecer a realidade política estudando os fenômenos políticos em si próprios; 
as estruturas governativas; as estruturas de participação política e o os sistemas de 
poder. Ela se volta para os fatos no seu desenrolar empírico e funcional, tendo por 
objeto o Estado como sistema de relações, forças e comportamentos, o poder ou a 
interferência do poder, sendo que se ocupa principalmente da efetividade da ação do 
poder. Ou seja, a Ciência Política não abrange os aspectos normativos como o DC, para 
a CP esses são secundários; aborda mais um exame sociológico do que normativo; é uma 
disciplina sociológica; a CP surge a partir do DC (sua origem); porém não se equivalem 
em todos os aspectos, exceto pelo seu objeto que são os fenômenos políticos. 
 
4) O Direito Constitucional diferencia-se da Ciência Política pelo objeto de estudo. 
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DIREITO CONSTITUCIONAL I 5 
 
O objeto de estudo dos dois é o mesmo, ou seja, os fenômenos políticos; porém 
a abordagem é diferenciada: DC aborda mais o aspecto normativo, enquanto a CP 
aborda mais o aspecto sociológico. Sendo o fenômeno político o objeto em comum 
entre essas ciências, entendemos que a Ciência Política se sobrepõe o seu âmbito ao 
Direito Constitucional, já que estuda as estruturas políticas do Estado. Ela diz-nos como 
é na realidade, já o DC diz-nos como deve ser. As análises feitas pela Ciência Política 
ajudam a compreender a realidade política, cuja ordenação fundamental é estabelecida 
pela constituição do Estado. O estudo dessa ciência é indispensável ao estudo do DC que 
sem ele se alhearia às questões políticas dos regimes, das ideologias e dos conflitos 
políticos. 
5) A Ciência Política diferencia-se do Direito Constitucional pelo fato de estar ausente 
qualquer preocupação de natureza normativa. 
Na Ciência Política não é inexistente a preocupação de natureza normativa. O 
que ocorre é uma preocupação subsidiária quanto aos aspectos normativos; 
diferentemente o Direito Constitucional que considera essencial esse aspecto. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
= como deve ser 
CIÊNCIA POLÍTICA 
 = como é na realidade 
Disciplina Normativa. 
Os aspectos normativos são prioritários. 
Limitada. Trata apensa da face dourada 
do regime político, não revelando toda a 
verdade, pois é normativa. 
 
Disciplina Sociológica. 
Não tem foco normativo, porém serve de 
subsídio inicial, nunca sendo este o foco 
de ação. Como disciplina acadêmica 
originou-se do DC e tornou-se 
independente com a criação das 
faculdades de Sociologia. 
 
6) Direito Constitucional e Ciência Política se equiparam. 
Eles se equivalem por terem o mesmo objeto de estudo, que é a Constituição; 
porém o DC aborda os aspectos normativos como essenciais e a CP aborda o exame mais 
sociológico como essencial. Logo, o DC, a seu turno, tem por objeto uma realidade 
normativa, formada por normas jurídicas, e não uma realidade fatual, como ocorre com 
a Ciência Política. 
 
7) O objeto do Direito Constitucional é a Constituição no sentido formal. 
Ao longo da história observa-se a gradativa constitucionalização de matéria 
tidas e havidas por relevantes dentro da organização estatal. A estruturação da unidade 
política, a disciplina de investidura dos agentes políticos nos órgãos fundamentais do 
Estado, o modo como é adquirido o poder político e a forma de seu exercício, os direitos 
e garantias fundamentais do indivíduo, foram apenas algumas das matérias objeto de 
gradual positivação. O aumento da constitucionalização de matérias que ainda não 
haviam sido tratadas pela norma-vértice gerou a distinção entre constituição em sentido 
material e constituição no sentido formal, porque, de acordo com a doutrina, assuntos 
ou matérias não pertinentes à estrutura do Estado, à organização dos poderes, seu 
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DIREITO CONSTITUCIONAL I 6 
 
exercício e aos direitos e garantias fundamentais do indivíduo somente poderiam ser 
considerados constitucionais porque localizados na constituição. A distinção doutrinária 
carece de importância prática, porquanto não convivemos atualmente com 
discriminação de qualquer espécie com relação a um conteúdo formal ou materialmente 
constitucional, como ocorrera na Constituição do Império. 
Formais são as Constituições escritas, estabelecidas pelo poder constituinte 
originário, que não só contém temas materialmente constitucionais, como também sem 
conteúdo constitucional, de modo a não poderem ser alteradas senão de acordo com 
um processo mais difícil e complexo do que o previsto para a elaboração da legislação 
de nível inferior. 
Somente para as definições de Celso Ribeiro Bastos (“Direito Constitucional 
tem por objeto o estudo da CF”) e para Pinto Ferreira (“O Direito Constitucional é a 
ciência positiva das Constituições”) que o objeto é Formal e não Material como para 
André Hourier. 
 
8) Divisão do Direito Constitucional e suas relações com outras disciplinas jurídicas e com 
outras áreas do conhecimento. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL: É o ramo do direito público interno dedicado à análise e 
interpretação das normas constitucionais. Tais normas são compreendidas como o ápice 
da pirâmide normativa de uma ordem jurídica, consideradas Leis Supremas de um 
Estado soberano, e tem por função regulamentar e delimitar o poder estatal, além de 
garantir os direitos considerados fundamentais. O Direito Constitucional é destacado 
por ser fundamentado na organização e no funcionamento do Estado e tem por objeto 
de estudo a constituição política desse Estado. 
 
Direito Constitucional como Ciência: O conceito de DC é relativo ao de Constituição, de 
modo que cada um dos sentidos deste termo corresponde um conceito de DC. À 
acepção jurídica de Constituição corresponde o conceito de DC. Como ciência, este é o 
conhecimento sistematizado da organização jurídica fundamental de Estado. Isto é, 
conhecimento sistematizado das regras jurídicas relativas à forma do Estado, à forma 
do governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus 
órgãos e aos limites de sua ação. 
 
Direito Constitucional Particular ou Positivo: Cada Estado, porém apresenta 
peculiaridades em sua organização jurídica fundamental, suficientes para distingui-la da 
de outro Estado. Encarada a organização jurídica fundamental de um Estado 
determinado como toda matéria a ser conhecida, tem-se aí o DC Particular ou Positivo. 
Neste caso, o positivo se prefere a vigência e a eficácia das regras componentes da 
organização jurídica fundamental de Estado determinado. 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL I 7 
 
Direito Constitucional Comparado: Todavia, sempre há entre os Estados pontos de 
contato suficientes para justificar sua comparação sob um ou outro aspecto peculiar. 
Pode-se, por exemplo, comparar os direitos constitucionais positivos de uma área 
geográfica determinada (comparação no espaço), ou de uma época (comparação no 
tempo). Pode-se comparar a estrutura de uma instituição em diversos direitos positivos 
(comparação institucional) etc. Quando o método de comparação é principalmente 
empregado num estudo, costuma-se dizer que este é de DC comparado, mas não se 
quer com isso designar uma disciplina nova e sim um modo ou prisma de análise. 
 
Direito Constitucional Geral: Da comparação entre os direitos positivos extrai-se o que 
há de comum a todos eles, reunindo-se assim os princípios universalmente respeitados 
em matéria constitucional. A sistematização desses princípios constitui o DC geral ou 
Teoria Geral do Direito Constitucional, que serve ao mesmo tempo de roteiro para o 
constituinte e para o intérprete. A Teoria Geral do Direito Constitucional estuda os 
princípios fundamentais da organização política, que se identificam por meio do estudo 
comparativo das constituições em vigor. Hoje, em virtude do desaparecimento do 
Estado Soviético, bem como das Democracias Populares, essa teoria está unificada. Com 
efeito, descabe falar, atualmente num direito constitucional marxista. O DC de 
derivação liberal, que impera sem contraste desde o final do século, pode ser resumido 
em 3 princípios gerais: O princípio da supremacia da Constituição; O princípio 
democrático; O princípio da limitação do poder. 
 
Direito Constitucional Material e Formal: Por outro lado, é de interesse a distinção 
entre o DC material e DC formal. Essa distinção corresponde rigorosamente à distinção 
entre Constituição material e Constituição formal que se pode fazer onde há 
Constituição escrita. Essa distinção tem importância sobretudo onde a Constituição é 
rígida, pois somente as regras constitucionais formais é que podem beneficiar-se dessa 
proteção especial. 
O DC E OS DEMAIS RAMOS DO DIREITO PÚBLICO: O DC é o cerne do Direito Público 
interno, já que seu objeto é a própria organização básica do Estado, e, mais que isso, o 
alicerce sobre o qual se ergue o próprio Direito Privado. De fato, se estrutura o Estado e 
com isso a si subordina os demais ramos do Direito Público interno (o administrativo, o 
judiciário etc.), também põe as bases da organização social e econômica de modo que 
os ramos do Direito Privado (civil, comercial etc.) às suas regras devem curvar-se. 
Traçando as linhas fundamentais da organização dos poderes do Estado, o DC determina 
o rumo a ser seguido pelo Direito Administrativo e pelo Direito Judiciário. Sendo estes, 
como são, ramos do Direito Público que regem a estrutura e a ação da administração 
pública (o Poder Executivo), e da justiça (o Poder Judiciário), claro está que na 
Constituição é que se encontram seus princípios fundamentais e inclusive, se acham 
estabelecidos aos seus órgãos principais. Isto é ilustrado no corpo da Constituição 
brasileira, onde se acham previstos e estruturados em linhas gerais os mais altos órgãos 
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DIREITO CONSTITUCIONAL I 8 
 
administrativos (os ministérios). Além, de lá estarem consolidados o princípio da 
responsabilidade do Estado e o estatuto do funcionário. Nela também está fixada a 
estrutura das justiças em geral e de vários de seus órgãos em particular, afora princípios 
processuais que adota. Os demais ramos do Direito Público também encontram na 
Constituição suas normas basilares. 
Direito Constitucional – É a disciplina fundamental do Direito Público que estuda os 
princípios e as normas organizadoras da forma e do sistema de Governo, da estrutura 
do Estado, das atribuições de cada um dos órgãos deste e dos limites de suas funções, 
assim como do ordenamento político, econômico e social consagrado na Lei 
Fundamental de uma nação. 
Direito Administrativo – É o ramo que estuda princípios e normas disciplinadoras da 
organização e funcionamento dos serviços públicos, assim como das relações entre 
estes e os indivíduos que os exercem. 
Financeiro – É o ramo que estuda os princípios e as normas disciplinadoras da criação, 
arrecadaçãoadministração e disposição dos meios econômicos necessários ao 
desenvolvimento das atividades do Estado e de seus órgãos, assim como das relações 
Jurídicas daí resultantes. 
Eleitoral – É o ramo que estuda os princípios e as normas disciplinadoras da técnica de 
participação dos cidadãos na formação dos órgãos do Poder Público e na criação do 
direito nacional. 
Direito Penal ou Criminal – É o ramo que estuda os princípios e as normas 
disciplinadoras da determinação dos atos – delitos e contravenções – que, por 
colocarem em risco a própria convivência social, devem ser punidos, das sanções que 
lhes devem ser aplicadas e das medidas de segurança destinadas a preveni-los. É 
estritamente condicionado por inúmeros preceitos registrados nas declarações de 
direitos e garantias, como os que vedam certas penas. 
Direito Fiscal ou Tributário – A seu turno, está preso às regras constitucionais sobre o 
poder de tributar e às que discriminam os tributos, distribuindo-os à União, aos Estados, 
aos Municípios e ao Distrito Federal. 
O DC E OS DEMAIS RAMOS DO DIREITO PRIVADO: Os próprios ramos do Direito Privado 
receberam da Constituição o seu cunho geral, sobretudo desde que as Cartas Magnas 
se preocupam ostensivamente com a ordem econômica-social. 
Direito Civil - Recebe da Constituição brasileira as normas fundamentais sobre a 
propriedade e sobre a família. 
Direito Comercial - Tem de se desdobrar-se a partir dos múltiplos preceitos que, ora 
monopolizam em favor do Estado certas atividades, ora delas excluem certas pessoas. 
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DIREITO CONSTITUCIONAL I 9 
 
O Trabalhista encontra no texto constitucional a substância da suas leis básicas além de 
preceitos imediatamente imperativos. 
Relações do Direito Constitucional com outras disciplinas jurídicas e com outras áreas 
do conhecimento: O DC tem relação com todas as disciplinas jurídicas e a evolução faz 
com que ele também tenha um diálogo efetivo e contínuo com outras disciplinas: 
Ciência Política; Economia; Filosofia; Sociologia; Política; Antropologia; História. 
DC COM DISCIPLINAS DE CUNHO NÃO-JURÍDICO: Se, portanto, todos os ramos do 
Direito, sem exceção, vinculam-se à Constituição e, portanto, ao Direito Constitucional, 
esta disciplina mantém estreitas relações com outras de cunho não-jurídico. 
Teoria do Estado - Particularmente importantes são suas relações com a Teoria do 
Estado. Esta ciência, cujo objeto é a unificação do conhecimento sobre o Estado, inspira 
necessariamente qualquer Constituição que pretenda viabilidade. De fato, a Teoria do 
Estado fornece ao DC dados seguros sobre problemas capitais como o do reflexo dos 
ideais políticos sobre o funcionamento dos regimes de governo. 
Economia - Não menos importante são essas relações. Se não é aceitável que a base 
econômica determina as instituições políticas de um Estado (como queria Marx), é 
irrecusável que ela condiciona o êxito das formas de governo, por exemplo. Assim, 
conhecimentos econômicos podem iluminar problemas inexplicáveis para quem 
pretender compreender fenômenos constitucionais somente com o auxílio do Direito. 
Filosofia - Esclarece sobre os valores que inspiram as organizações políticas. 
Sociologia - Mostra a inter-relação dos fenômenos sociais, entre os quais o jurídico e o 
político se inscrevem. 
Política - Se relaciona de forma íntima, pois, está é a ciência do poder e o DC é a ciência 
de organização jurídica do poder. 
 Com a evolução do DC como disciplina vários seguimentos acabaram por se 
autonomizar. 
Abrange o Direito Constitucional, várias Ciências Jurídicas que, ao lado de outras 
disciplinas não jurídicas, como a Ciência Política, compõem o elemento de matérias que 
se ocupam do ordenamento constitucional do Estado. Essas Ciências Jurídicas, 
integrantes do Direito Constitucional em sua máxima amplitude, são: 
1) Direito Constitucional Geral ou Parte Geral ou Teoria da Constituição 
2) Hermenêutica ou Introdução Constitucional: (Interpretação  Foco na 
Constituição) 
3) Direitos Fundamentais 
FACULDADE DE DIREITO DA FUNDAÇÃO ESCOLA SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
CREDENCIADA PELA PORTARIA MEC N.º 3.640, DE 17/10/2005 – DUO DE 20/10/2005 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO 
AUTORIIZADDO PELA PORTARIA MECN.º846, DE 4 DE ABRIL DE 2006 – DUO DE 05/04/2006 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 10 
 
4) Direito Processual Constitucional ou Processo Constitucional (procedimentos 
previstos na CF: controle constitucionalidade das leis (ccl), exemplo a ADI; remédios 
constitucionais (HC, HD, Ação Popular, MS,...). Autonomia didática; 
5) Direito Constitucional Processual (fixa princípios e regras processuais que valem 
para todas as áreas). 
6) Direito Parlamentar ou Legislativo ou Processo Legislativo. É o processo legislativo 
que mostra ou define como se constitui o Parlamento, as comissões existentes, 
imunidades Parlamentar entre outros. Tal item é estudado de forma mais 
aprofundado, pois é mais complexo 
7) Direito Histórico/ História do DC 
8) Direito Comparado 
9) Direito Constitucional Econômico 
10) Filosofia do Direito Constitucional 
 
O Direito Constitucional, por tratar da organização jurídica do Estado, fixando-lhe as 
normas fundamentais, e por validar todo o sistema jurídico, acaba por condicionar todos 
os demais ramos do Direito Público e do Direito Privado. EX: Direito Administrativo; 
Direito Financeiro e Tributário; Direito Processual; Direito Penal; Direito do Trabalho; 
Direito Privado e Direito Internacional. 
Outras áreas do conhecimento: Ciência Política; História; Sociologia; Filosofia; 
Economia e Antropologia (direitos fundamentais,...)

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