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Cuidados paliativos Enfermagem

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Cuidados paliativos 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ- UFPI
CAMPUS SENADOR HELVÍDIO NUNES DE BARROS –CSHNB
CURSO: BACHARELADO EM ENFERMAGEM
DISCIPLINA: ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR
Profa. Me. Nádya dos Santos Moura
nadyasantosm@yahoo.com.br
nadyasantos@ufpi.edu.br 
A morte...
É uma realidade e a única certeza que o homem tem em relação ao processo de viver;
Na cultura ocidental, o nascimento geralmente é um acontecimento esperado e festivo. Em contrapartida, a morte é negada, trazendo para muitos os sentimentos de dor, perda, revolta e medo, tanto para os que vão morrer como para os que ficam.
Antes...
As pessoas morriam no domicílio, rodeadas por familiares.
A morte era considerada natural.
Geralmente as pessoas procuravam um sacerdote (quando sabiam que iam morrer), além de resolverem questões pessoais e familiares antes da chegada da morte.
O luto era vivido!
As pessoas usavam roupas pretas e recolhimento social em respeito ao morto.
Atualmente...
A morte tem outro sentido.
O estudo do Koury (2003) apontou que as pessoas tem menos fé, não acreditam mais que a morte é uma conotação de preparo para outra vida.
O que diminui a fé em outra vida, não trazendo o consolo e o alívio do sofrimento pela perda do ente querido, culminando em grande sofrimento.
Classificação da morte
A morte pode ser classificada em biológica e social.
Morte social – confinamento do paciente.
1970 tornou-se comum a permanência do paciente em fase terminal no hospital até a morte.
Morte “medicalizada” - Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde são administradas drogas, além de ser submetido a equipamentos de alta tecnologia, eficazes para pacientes agudos e críticos.
Classificação da morte
Praticam a distanásia, a morte lenta, ansiosa e com muito sofrimento, quando se empregam medidas caracterizadas como curativas, utilizando tecnologias que prolongam a vida do paciente sem trazer qualidade de vida ou alívio do sofrimento (hemodiálise, ventilação artificial...). 
Não possibilita o preparo para a morte.
A morte
Morrer no hospital, há a crença de que, o doente não sofrerá, nem sentirá a agonia da morte.
Área hospitalar e a frieza profissional.
Profissionais com seus valores pessoais.
Compreender os sentimentos dos profissionais que cuidam dos pacientes nesses momentos de vulnerabilidade.
Profissionais despreparados (não sabem o que fazer).
A morte
Profissionais são educados a não demonstrarem sentimentos (choro).
Banalização da morte (é mais um que morre).
E como enfrentamento agem como se o paciente pudesse recuperar-se.
Outro paradigma – morrer faz parte da vida, mas a pessoa que se encontra nesse processo merece cuidado!
A morte
Paciente terminal – denominação em desuso, pois a doença é terminal, e não a pessoa, que mesmo na fase final da vida requer cuidados em todas as dimensõesdo ser humano.
Cuidados paliativos – possibilitaram modificar a forma de cuidar de pessoas portadores de doenças crônicas evolutivas.
Cuidados paliativos
A inspiração e a criação foram de Cicely Saunders, na Inglaterra, na década de 1960, com a filosofia Hospice.
Ela tinha formação de enfermeira, assistente social e médica, o que provavelmente permitiu que se sensibilizasse com as condições de tratamento (ou falta dele) dos pacientes considerados terminais.
Cuidados paliativos
Os cuidados paliativos alavancaran no mundo com a intervenção da Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1990, estabelecendo diretrizes aos profissionais para sanar a situação de desamparo dos pacientes rotulados de terminais.
Cuidados paliativos
A OMS definiu cuidado paliativos como cuidados ativos e totais do paciente cuja doença não responde ao tratamento curativo, destacando-se o controle da dor e dos outros sintomas, além do controle dos problemas psicossociais e espirituais. 
Era direcionados aos pacientes com câncer e hoje abrange outros tipos de doenças, tais como insuficiência cardíaca, renal...
Cuidados paliativos
A OMS posteriormente acrescentou que a abordagem visava o aumento da qualidade de vida dos pacientese de seus familiares que enfrentam uma doença ameaçadora a vida, por meio de prevenção e do alívio do sofrimento, com a identificação precoce, avaliação correta e o tratamento da dore de outros problemas físicos, psicossociais e espirituais.
Cuidados paliativos
A OMS (1990) estabeleceu princípios que regem os cuidados paliativos:
Reafirmar a importância da vida, considerando o morrer como um processo natural;
Estabelecer um cuidado que não acelere a chegada da morte, nem prolongue com medidas desproporcionais;
Propiciar alívio da dor e de outros sintomas penosos;
Cuidados paliativos
Integrar os aspectos psicológicos e espirituais na estratégia do cuidado;
Oferecer um sistema de apoio para ajudar o paciente a levar uma vida tão ativa quanto possível antes que a morte sobrevenha;
Oferecer um sistema de apoio à família para que possa enfrentar a doença do paciente e sobreviver ao período de luto.
Cuidados paliativos
Em 2002 foram acrescentandos outros princípios:
Atualizar uma abordagem de equipe para atender as necessidades dos pacientes e seus familiares, incluindo aconselhamento para perda, se indicando;
Reforçar a qualidade de vida e também influenciar positivamente o curso da doença;
Aplicar precocemente cuidados paliativos no decorrer da doença, em conjunto com outras terapias que tendem a prolongar a vida, como quimioterapia ou radioterapia.
Contexto Familiar e Cuidados paliativos
Século XXI – ampliaram-se no Brasil os serviços domiciliares (privados – home care, setor publico, internações domiciliares).
Em Londrina, no Estado do Paraná, foi criado em 1995 o Sistema de Internação Domiciliar e, em 2002, a Equipe de Cuidados Paliativos – Modelo de referência nacional para atendimento domiciliar público. Foi o primeiro modelo de cuidados paliativos segundo os princípios da OMS.
Contexto Familiar e Cuidados paliativos
Esse sistema de internação domiciliar tem cinco equipes:
Equipe de cuidados paliativos oncológicos domiciliar 
Equipe de assistência domiciliar terapêutica em AIDS
Equipes assistenciais
Atividades da Enfermagem na Equipe Domiciliar de Cuidados Paliativos Oncológicos
Atividades do Enfermeiro:
Planeja e agenda os atendimentos ou as visitas aos pacientes.
Elabora a escala de plantão dos auxiliares de enfermagem.
Agenda as reuniões da equipe interdisciplinar.
Participa da reunião da equipe interdisciplinar.
Participa da reunião com a família e a equipe.
Responzabiliza-se pela reposição de materiais e medicamentos. 
Atividades da Enfermagem na Equipe Domiciliar de Cuidados Paliativos Oncológicos
Atividades do Enfermeiro:
Organiza e atualiza os prontuários dos pacientes.
Providencia a manutenção dos equipamentos e do veículo.
Faz mensalmente os relatórios de atividades da equipe.
Atividades da Enfermagem na Equipe Domiciliar de Cuidados Paliativos Oncológicos
Na função assistencial:
Direta: realiza visitas aos pacientes; admite o paciente no programa; avalia clinicamente o paciente (prioriza os sintomas de dor, constipação intestinal, náuseas e vômito, dispnéia, aceitação alimentar, eliminações intestinais, alterações emocionais, entre outros).
Planeja a assistência de enfermagem; orienta a unidade de cuidado, ou seja, o paciente e a família e/ ou o cuidador, sobre as condições de saúde do doente e o funcionamento do serviço. 
Atividades da Enfermagem na Equipe Domiciliar de Cuidados Paliativos Oncológicos
Na função assistencial:
Direta: Executa procedimentos (curativos, cateterismo vesical, troca de cânula de traqueostomia, instalação de hipodermóclise, administração de medicamentos por via endovenosa, intramuscular ou subcutânea, entre outros).
Controla os sintomas decorrentes da doença ou do tratamento; prepara paciente e familiar para a morte no domicílio; realiza visita pós óbito; orienta os familiares e cuidadores, conforta familiares e cuidadores identificando suas necessidades.
Atividades da Enfermagem na Equipe Domiciliar
de Cuidados Paliativos Oncológicos
Na função assistencial:
À distância: na ausência do médico, toma as condutas em relação a qualquer alteração clínica que ocorra; se não é uma conduta da sua competência, telefona para o médico e segue as orientações dadas por ele . Se for da sua competência programa cuidados necessários e orienta o cuidador de acordo com a situação. Relata a evolução de enfermagem no prontuário do paciente a cada atendimento ou visita.
Atividades da Enfermagem na Equipe Domiciliar de Cuidados Paliativos Oncológicos
Na função de educador:
Capacita os auxiliares de enfermagem para o cuidado no domicilio, incluindo a abordagem da filosofia dos cuidados paliativos;
Prepara o cuidador ou o familiar para realizar cuidados básicos, tais como: banho, mudança de decúbito, mobilização no leito, prevenção de lesões por pressão, medidas de conforto, administração de medicamentos por via oral e realização de curtaivos.
Orienta e acompanha estudantes de enfermagem que optam por estagiar no serviço de internação domiciliar.
Atividades da Enfermagem na Equipe Domiciliar de Cuidados Paliativos Oncológicos
Competências técnicas-científicas e humanistas:
Saber avaliar e controlar os sintomas, especialmente a dor.
Reconhecer situações de agonia (morte).
Conhecer e aplicar os princípios de bioética.
Desenvolver a relação de ajuda e escuta ativa.
Realizar comunicaçãoo efetiva com o paciente, a família e a equipe.
Trabalhar em equipe interdisciplinar.
Cuidar do paciente e da família como unidade de cuidado.
Saber colocar-se no cenário domiciliar.
O Enfermeiro e o Paciente no processo de morrer no domicílio
Estratégias de comunicação empática:
Avaliar o conhecimento e a percepção do doente sobre sua situação de doença antes de conversar sobre as más notícias.
Identificar as necessidades e preocupações do paciente e da família o mais especificamente possível.
Avaliar o estado emocional do paciente, clarificando o tipo de defesa psíquica e recursos para fomentar as más adpatações e o manejo de sua situação.
Perguntar o que sabe concretamente acerca do seu processo de doença e o que requer saber.
O Enfermeiro e o Paciente no processo de morrer no domicílio
Estratégias de comunicação empática:
Não dar falsa esperança ao paciente.
Interagir com o paciente, mantendo-se o contato visual e tocá-lo se não for desconfortável para o paciente.
O enfermeiro pode oportunizar ao paciente que se prepare gradativamente para sua morte.
Antecipar a informação negativa procurando que o paciente e a família possam processá-la.
Ajudar a família a interpretar as emoções e condutas do paciente.
O Enfermeiro e o Paciente no processo de morrer no domicílio
Estratégias de comunicação empática:
Propiciar um clima de confiança que permita que o paciente e sua família falem dos sentimentos e expressem emoções.
Identificar o tipo de relação familiar que tem o paciente.
Falar honestamente com o paciente permite-lhe preparar-se , planejar-se reajustando esperança e objetivos.
As últimas horas de vida do paciente
Após um período de contínua e progressiva deterioração física (câncer, entre outros), no qual ocorreu a disseminação de metástases em órgãos vitais com insuficiência funcional desses órgãos. O paciente vai se desconectando ou desligando progressivamente do meio (vindo a morrer entre 6h e 6 dias após o coma).
O paciente mantém-se consciente até o final, situação que gera impacto na família, porém é a oportunidade de a pessoa assumir sua própria morte, dando sentido para ela. 
Morte decorrente de uma complicação da doença. 
As últimas horas de vida do paciente
Planejamento de enfermagem para o paciente e familiar:
Aumentar o número de visitas ou o tempo de permanência;
Intensificar as orientações de cuidados ao enfermo:
Cuidados com a boca (higiene, lubrificação);
Cuidados com a pele (evitar umidade e manter lençóis esticados), cabeceira da cama elevada e decúbito lateralizado para diminuir a respiração estertorosa;
Medidas de conforto, como: massagens corporais suaves visando proporcionar sensações agradáveis, movimentação de decúbito suave (dolorosas).
As últimas horas de vida do paciente
Planejamento de enfermagem para o paciente e familiar:
Orientar administração de medicamentos eo aparecimento de complicações (hemorragias, vômitos, agitação, coma, entre outros).
Orientar medicamentos sem utilidade imediata (antidepressivos, laxantes, antibióticos...). Quanto os analgésicos é importante que o paciente continue recebendo-os.
Orientar que seja proporcionado um espaço tranquilo para o paciente, livre de barulhos.
Alertar que, se o paciente estiver sonolento ou com alterações de consciência, deve se ter cuidado com o que se fala.
As últimas horas de vida do paciente
Planejamento de enfermagem para o paciente e familiar:
Possibilitar que a família expresse seu sentimentos ao doente.
Interessar-se pelas necessidades espirituais e religiosas do doente (padres, pastores).
Dar conselhos práticos, como: atestado de óbito, funeral, roupa que o doente quer ser vestido, quem será avisado.
Informar os sinais de iminência da morte: parada cardíaca, parada respiratória, dilatação das pupilas e arreflexia.

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