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* Enfª. Ms. Carolina Guizardi Polido * Corpo uterino ( músculo) Colo ou cérvice ( tecido conjuntivo) * O músculo uterino tem as seguintes propriedades: a) Sensibilidade do útero é pequena. b)Excitabilidade ou irritabilidade do útero aumenta à medida que a gestação se aproxima do termo. c)Tem elasticidade, que compreende a extensibilidade e retratibilidade. A extensibilidade ou distensibilidade permite ao órgão acompanhar o crescimento do ovo de maneira gradual. A retratibilidade peculiar ao músculo cavitário e consiste na adaptação do órgão às modificações de volume. d)Tem contratibilidade (órgão funcional do músculo excitado). * * Constitui a força ou potência e se relaciona com a dor do parto. Está presente na gestação, período pré-parto, parto e puerpério, aumentando gradativamente a sua intensidade, seu tonus e frequência. É a representação do encurtamento de todas as fibras musculares uterinas. * A contratilidade uterina é o fenômeno mais importante do trabalho de parto, indispensável para fazer dilatar o colo e expulsar o feto. As últimas horas da gravidez humana são caracterizadas por fortes contrações uterinas que produzem dilatação do colo uterino e forçam a passagem do feto pelo canal do parto . * Durante as 36 a 38 semanas de gravidez, o miométrio apresenta ausência de responsividade contrátil. Após esse período prolongado de inatividade imposta pelas alterações fisiológicas da gestação, é necessária uma fase de transição durante a qual a ausência de responsividade do miométrio é suspensa e o colo uterino é amolecido e amadurecido. Contrações uterinas que não causam dilatação do colo podem ser observadas durante toda a gravidez (contrações de Braxton-Hicks). Elas se caracterizam por serem breves, incoordenadas, fracas e sem padrão ritmado. Estas causam pouco ou nenhum desconforto, ou pequena dor ou peso no baixo ventre * O útero tem atividade contrátil rítmica durante toda a gravidez. Estas contrações são de dois tipos: 1) Contrações grandes e generalizadas (BRAXTON – HICKS), cuja intensidade oscila entre 10 e 20mm Hg e que se difundem por todo útero ou quase todo. Sua freqüência aumenta com o desenvolvimento da gravidez, chegando a duas contrações em 10’ ao se iniciar o trabalho de parto. 2) Contrações pequenas, localizadas, com intensidade de 2 a 4 mm Hg e freqüência de uma contração por minuto. * CAUSAS: a) a distensão do polo inferior do útero. b) o estiramento dos ligamentos do útero. c) a pressão ou estiramento dos gânglios nervosos. d)as contrações do músculo em estado relativamente isquêmico, o que ocorre quando o tônus uterino é alto ou quando as contrações uterinas são muito freqüentes e demoradas. * O tônus uterino, durante a gestação, oscila entre 3 e 8mm Hg até a 30ª semana, a atividade uterina é discreta, inferior a 30 U.M. (Unidade Montevidéu relação entre a intensidade da contração vezes a freqüência, isto é: número de contrações em 10 min. Ao iniciar-se o de parto, a atividade uterina atinge 80 a 120 U.M. e vão se transformando: as contrações de Braxton-Hicks aumentam progressivamente de intensidade e freqüência e vão adquirindo ritmo regular. As pequenas contrações vão desaparecendo. No período expulsivo, a média da atividade uterina é de 235 U.M. * A intensidade das contrações oscila entre 30 e 50 mm Hg, a intensidade mínima para a dilatação do colo é de 15 mm Hg e que clinicamente corresponde ao período em que se iniciam as dores, cujas causas não são bem conhecidas (hipóxia do miométrio contraído, compreensão dos gânglios nervosos na cérvice e na parte inferior do útero pelos feixes musculares entrelaçados, estiramento da cérvice durante a dilatação e estiramento do peritônio sobrejacente ao fundo). * Manutenção da Gravidez (Acomodação Fetal) Dilatação e Apagamento do Colo Uterino Descida e Expulsão Fetal Descolamento da Placenta Hemostasia Puerperal Involução Uterina * Acomodação Fetal * Dilatação e Apagamento do Colo (com formação do segmento inferior) * Descida e Expulsão do Feto * Dequitação e Hemostasia * A contração uterina nesta fase é a capacidade que a musculatura uterina possui para ajudar a: - Impulsionar o sangue materno para a placenta, funcionando como um coração periférico. - Promover a formação do segmento inferior a partir do 2º mês de gestação. - Concorrer para a acomodação do feto no interior da cavidade. * Atividade uterina baixa (inferior a 20 uM) Freqüência (1 cont./min) Intensidade Ação restrita a pequenas áreas no útero Contração de Braxton-Hicks (1 cont/hora e tônus entre 3 e 8 mmHg) * Aumento da atividade uterina Contrações de Braxton-Hicks intensidade freqüência coordenação difusão a áreas cada vez maiores * * Durante a contração o corpo do útero encurta-se e em conseqüência o segmento inferior se distende (esvaecimento e dilatação do colo) e com isto cria-se também aos poucos um espaço onde se irá se acomodar o líquido amniótico, formando a bolsa das águas, constituida pelo ÂMNIO e CÓRIO. As formas da bolsa das águas podem ser: chata, cilíndrica e piriforme. A ruptura das “bolsas das águas” geralmente aumenta a intensidade e a freqüência das contrações. * Contrações rítmicas e dolorosas Aumento da intensidade e de frequência Dilatação Inicio intensidade de 30 mmHg freqüência – 2-3 cont./10 min Final intensidade 40 mmHg freqüência – 4 cont./10 min Período expulsivo intensidade 50 mmHg freqüência – 5 cont./10 min * * * Uma vez completada a cervicodilatação, as contrações se tornam mais fortes e intensas, o útero mantém-se fixo à pelve através dos ligamentos e empurra o feto para o trajeto, que faz movimentos alternados de avanço e recuo. A contração dos ligamentos redondos, simultâneos à contração uterina, traciona o órgão para diante, facilitando a colocação do eixo fetal no eixo do canal (J deitado). Na expulsão, às contrações uterinas soma-se a contração abdominal (prensa abdominal) teremos então um total de mais de 100mmHg (Puxos Maternos Involuntários) * * Com a saída do feto, o corpo uterino sofre intenso encurtamento que provoca o deslocamento da placenta devido a um conflito de superfícies. Após a expulsão, a contração uterina permanece com a intensidade de 50mmHg até que se dá a expulsão da placenta para o segmento inferior. Uma vez a placenta localizando-se no segmento inferior as contrações tornam-se quase nulas e a expulsão completa da placenta se dá sem maiores dificuldades. * * Além de promover sua passagem através do canal de parto, há uma redução do fluxo sangüíneo à placenta causando uma bradicardia fisiológica (que normaliza após a contração). Sinais de anormalidades nas contrações ou de danos das mesmas sobre o feto podem ser observados através de modificações nos níveis da FCF durante o trabalho de parto. * Após a dequitação as contrações continuam ritmicamente para evitar a hemorragia. Porém, vão diminuindo a sua propagação e são mais sucessivas (propaga-se como ondas peristálticas dos intestinos com a finalidade de expulsar coágulos e lóquios do interior do útero). Ainda continuam até que o útero seja reestabelecido ao seu tamanho “normal”. * Intensidade: é a pressão exercida pela contração sobre o ovo (medida em mmHg). Freqüência: é o número das contrações em 10 minutos. Duração: é o tempo que vai do início ao fim da contração. Normalmente durante o parto a duração é de 60 a 90”. Tônus: é a pressão exercida pelo miométrio fora da contração. No de parto o tônus é de 8 a 20mm Hg. Atividade Uterina: é o nº de contrações em 10’ x intensidade medida em U.M. * Os registros em gráfico das contrações uterinas (tocometria) servem para diagnosticar e tratar os distúrbios que possam aparecer durante o parto. Podem ser avaliados de diversas formas. O mais utilizado e menos preciso é palpação com a mão sobre a parede abdominal durante a contração. A tocometria externa pode ser realizada com o cardiotocógrafo. A tocometria interna pode ser realizada com a inserção de um transdutor de pressão na musculatura uterina e/ou transdutor de pressão na cavidade amniótica * Atividade Uterina é a soma das intensidades de todas as contrações uterinas necessárias para realizar determinada função. Intensidade x freqüência = ____ uM em 10 min 40 mmHg x 3 contrações/10 minutos = 120 uM * * É a somatória de toda a atividade uterina necessária para, por exemplo, dilatar o colo de 2 até 10 cm. Daí vem o nome “Trabalho de Parto”. Intensidade das contrações para realizar determinada função * A freqüência, a duração e a força das contrações miometriais podem ser estimadas com a mão colocada sobre o abdome materno, na altura do fundo uterino. Avalia-se a dinâmica uterina (DU) durante dez minutos. * * A contração uterina durante o de parto é composta por 3 elementos, que formam o Tríplice Gradiente Descendente (TGD). 1) O sentido de propagação da onda contrátil: de cima para baixo; inicia-se na inserção das tubas uterinas e dirige-se à parte inferior do útero. 2) A duração da contração que é maior na porção superior que na porção inferior. 3) A intensidade da contração diminui de cima para baixo: o segmento superior contrai-se com mais força que o inferior. * Durante a gravidez, quase todas as contrações ocorrem em pequenas áreas do miométrio. Durante o trabalho de parto a onda contrátil tem origem em 2 marca-passos, direito e esquerdo, localizados próximo das implantações das trompas. A onda se propaga ao resto do útero na velocidade de 2 cm /segundo, percorrendo o órgão em 15 segundos O direito é predominante. O sentido de propagação é predominantemente descendente. A intensidade da contração uterina é maior nas partes superiores do útero que nas inferiores, pois a quantidade de tecido muscular é maior nesta área O útero, ao relaxar-se, o faz por igual, todo ao mesmo tempo. * Corpo uterino ( músculo) Colo ou cérvice ( tecido conjuntivo) * * * * *
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