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RESUMO DE HISTOLOGIA (1)

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RESUMO DE HISTOLOGIA – PROVA 2
Sistema Nervoso ( Tecido nervoso )
CARACTERISTICAS GERAIS.
Divisão morfológica:
SNC ( Sistema nervoso central ) : Contemplado pelo encéfalo, constituintes neurais do sistema fotorreceptor e medula espinhal.
SNP ( Sistema nervos periférico ) : Contemplado pelos nervos e gânglios nervosos.
Obs.: Gânglios são agrupamentos de células nervosas fora do sistema nervoso central ao passo que núcleos são agrupamento de células nervosas dentro do sistema nervoso central.
A composição tecidual do tecido nervoso tem como principais células: neurônios e células da glia. No sistema nervoso central e periférico é possível perceber macroscopicamente uma diferença de colorações que são denominados substancia cinzenta e branca. A substancia branca é constituída principalmente por axônios associados a bainhas de mielina e por células da glia. Ao passo que a substancia cinzenta é composta em grande parte por corpos celulares e células da glia.
Os neurônios são células capazes de responder a estímulos e a modificação do seu potencial elétrico pode propagar um impulso nervoso através de sua membrana. Portanto, são células excitáveis, que podem ser estimuladas ou inibidas.
O Sistema Nervos por sua vez tem como principais funções: (1) detectar, transmitir, analisar e utilizar as informações geradas pelos estímulos sensoriais representados por calor, luz, energia mecânica e modificações químicas do ambiente externo e interno; (2) organizar e coordenar, direta ou indiretamente, o funcionamento de quase todas as funções do organismo entre as quais funções motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas.
A.1)Neurônios: 
Funções : recepção, transmissão e processamento de estímulos – ainda podem influenciar nas atividades do organismo e liberam neurotransmissores e outras moléculas informacionais. Apresentam como estrutura básica: Dendritos que são prolongamentos numerosos e que diminuem de tamanho assim que ramificam, possuem função de receber os estímulos do meio ambiente e de células epiteliais sensoriais ou de outros neurônios; corpo celular ou pericario consiste no centro trófico do neurônio que também pode receber estímulos; axônio é um prolongamento único que transmite informações de neurônios para outras células.
Classificação morfológica: (1) neurônios multipolares apresentam muitos prolongamentos; (2) neurônios bipolares apresentam um dendrito e um axônio; (3) neurônios pseudo-unipolares apresentam um prolongamento único que se divide em dois outros. A grande maioria dos neurônios são (1). (2) são neurônios raros encontrados nos gânglios coclear e vestibular, na retina e na mucosa olfatória. (3)
São encontrados nos gânglios espinhais.
Classificação funcional: (1) neurônios motores controlam órgãos efetores como glândulas exócrinas e endócrinas e fibras musculares; (2) neurônios sensoriais recebem estímulos sensoriais do meio ambiente e do próprio organismo; (3) os interneuronios estabelecem conexões entre outros neurônios.
Obs.: O corpo celular do neurônio apresenta grande quantidade de reticulo endoplasmático rugoso que forma agregados de cisternas paralelas entre as quais ocorrem numerosos polirribossomos livres. Esses conjuntos de cisternas e ribossomos aparecem como manchas basófilas no citoplasma denominadas corpúsculo de Nissl.
Obs.2.: Cada neurônio possui apenas um axônio, que as vezes são mais curtos do que os dendritos, que está fixado ao neurônio numa região denominada de cone de implantação – o axônio nasce de uma estrutura piramidal. O segmento inicial do axônio pode receber estímulos excitatórios e inibitórios. Os axônios podem ter ramificações, geralmente ortogonais. Sua porção final é denominada telodendro. O fluxo de moléculas pode ser anterógrado – podendo ser rápido ou lento - ou pode ser retrógrado ( contra o sentido normal ). Esses fluxos de moléculas são realizados por proteínas motoras associadas aos microtubulos que são denominadas cinesina e dineina ( ambas são ATPases ).
Potenciais de membrana: A célula nervosa possui em sua membrana canais ou bombas que permitem a passagem de íons. O axolema ou membrana plasmática do axônio bombeia sódio para fora do axoplasma com intuito de manter a concentração interna abaixo da de fora. Ao passo que a concentração de potássio é mantida muito acima da concentração extracelular. Esses dois fatos combinados geram uma diferença de potencial, denominado de potencial de repouso da célula. Quando o interior, inicialmente negativo, se torna positivo em relação ao meio extracelular é gerado um potencial de ação ou impulso nervoso que quando chega ao terminal axônico faz com que vesículas contendo neurotransmissores sejam liberadas.
APLICAÇÃO MÉDICA: Anestésicos de ação local atuam sobre axônios fazendo com que os canais de sódio sejam inibidos de se abrir, pois se ligam a esses canais. Com isso, o potencial de ação é inibido culminando num bloqueio de impulsos nervosos que seriam interpretados no encéfalo – como a sensação de dor.
Sinapse: A sua principal função é transformar um impulso elétrico em químico fazendo com que o impulso nervoso da célula pre-sinaptica se torne estimulo químico que posteriormente ira se tornar elétrico de novo quando alcançar a célula pós-sinaptica. Essa sinapse pode ser realizada entre um axônio e um corpo de neurônio ( axo-somatica ), entre um dendrito e o axônio ( axo-dendritica ) e entre dois axônios axo-axônica. 
CÉLUAS DA GLIA
Funções: fornecer um microambiente adequado para os neurônios além de outras funções.
b.1) Oligodendrócitos: Produzem a bainha de mielina que tem como função servir como isolante elétrico em neurônios do sistema nervoso central. A bainha de mielina é formada quando essas células envolvem axônios e se espiralizam.
b.2) Celulas de Schwann: Tem a mesma função que o b.1, no entanto, envolvem somente células nervosas do sistema nervoso periférico
b.3) Astócitos: São células com forma estrelada com muitos prolongamentos irradiados do seu corpo celular. Essas células ligam os neurônios aos capilares sanguíneos e a pia-máter. Podem ser astrocitos fibrosos quando possuírem poucos prolongamentos longos, localizados geralmente na subst.. branca. Podem ser também astrocitos protoplasmáticos quando possuírem muitos prolongamentos curtos. Essas células tem função a sustentação e participar do controle da composição iônica e molecular do ambiente extracelular dos neurônios. Alguns astrocitos possuem prolongamentos que se expandem sobre os capilares sanguíneos, os pés vasculares.
APLICAÇÃO MÉDICA: Espaços deixados entre neurônios que morreram são ocupados por astrocitos que sofrem hiperplasia e hipertrofia no local culminando num processo denominado gliose.
b.4) Celulas ependimárias: Epitélio de revestimento colunar. Revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal, podem possuir cílios que irão facilitar a movimentação do liquor.
b.5) Microglia: Células pequenas, alongadas com núcleos escuros e alongados. São células fagocitárias derivadas de precursores trazidos da medula óssea pelo sangue representando o sistema fagocitário do SNC. Quando estimuladas retraem seus prolongamentos e se transformam em um macrófago, logo, participam ativamente da reparação e inflamação do SNC.
C) Meninges:
O sistema nervoso central é protegido e contido por 3 membranas denominadas meninges. Essas 3 membranas são: (1) pia-máter, (2) aracnoide-máter e (3) dura-máter.
(3): é a meninge mais externa, constituída por tecido conjuntivo denso, e é continua com o periósteo - o espaço entre as duas é denominado espaço extradural e é preenchido por tecido adiposo. 
A (3) está em contato com (2) e em situações patológicas pode haver acumulo de liquido entre as duas tornando o espaço subdural, que é virtual, em um espaço real.
(2) possui duas partes: uma em contato com (3) e outra que emite traves que a liga com (1). A cavidade entre essas traves é denominado de espaço subaracnóideo que contém o Liquor ( LCR ) que se comunica com os ventrículos mas não com o espaçosubdural. O liquor é drenado para o sangue por meio de comunicações com os seios venosos quando perfuram a dura-máter.
BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA: É uma barreira funcional que dificulta a passagem de certas substâncias como alguns antibióticos, agente químicos e toxinas, do sangue para o tecido nervoso. Seu principal componente são as junções oclusivas entre as células endoteliais e possivelmente pelo fato de os prolongamentos dos astrócitos envolverem completamente os capilares.
Obs.: Plexo coroide x Liquor -> os plexos coroides são dobras da pia-máter que são ricas em capilares e tem como função secretar o liquior presente nas cavidades dos ventrículos, espaços subaracnóideos e etc.
Sistema nervoso periférico
Fibras mielínicas x fibras amielínicas: As primeiras são compostas axônios envolvidos por células de Shwann e que irão formar uma espiralização e são descontínuas – formando os nódulos de Ravier. Ao passo que, a segunda consiste em fibras nervosas envoltas por células de Shwann que não irão se espiralar e serão contínuas – não possuindo nódulos de Ravier.
C.1) Gânglios : podem ser classificados como: sensoriais ( aferentes ) ou gânglios do sistema nervoso autônomo ( eferentes )
Os gânglios sensoriais recebem fibras aferentes que levam impulsos para o SNC. Esses gânglios podem ser associados aos nervos cranianos ou aos nervos espinhais ( que são aglomerados de grandes corpors neuronais, com muitos corpos de Nissl e circundados por células da glia denominados células satélites.
Gânglios do Sistema nervoso autônomo possuem neurônios multipolares que possuem um aspecto estrelado...
LER SISTEMA NERVOSO AUTONOMO E O ULTIMO QUADRO AZUL.
Tecido Muscular
Introdução
O tecido muscular é constituído por células alongadas e com grandes quantidades de filamentos citoplasmáticos de proteínas contrateis que irão gerar forças necessárias para a contração por meio do uso de ATP. Essas células tem origem mesodérmica e podem ser classificadas em 3 tipos: músculo estriado esquelético, músculo estriado cardíaco e músculo liso. 
Obs.: a membrana celular é chamada de sarcolema; o citossol de sarcoplasma; retículo endoplasmático de retículo sarcoplasmático. 
Músculo estriado esquelético: é formado por feixes de células muito longas, que apresentam estriações transversair, cilíndricas, multinucleadas ( com núcleos periféricos ) e contendo muitos filamentos, denominados miofibrilas ( originada da fusão dos mioblastos). Essas células possuem contração rápida, vigorosa e voluntária. 
OBS.: APLICAÇÃO MÉDICA: os músculos estriados esqueléticos e cardíacos podem sofrer um aumento na musculatura e uma redução na quantidade de tecido adiposo quando o individuo pratica exercícios físicos. Esses exercícios contribuem para a formação de novas miofibrilas, consequentemente, aumento no diâmetro, logo, ocorre uma hipertrofia. A hiperplasia não é característico de tecidos musculares, exceto no musculo liso que aumenta o volume por hiperplasia de células.
A.1) Organização do músculo esquelético: o tecido muscular tem suas fibras envolvidas por um epimísio que consiste em um tecido conjuntivo que recobre todo o músculo. Esse epimísio por sua vez emite septos por entre as fibras ( envolvendo-as ) que iram contemplar o perimísio, constituído também por tecido conjuntivo, que irão carregar uma rede de capilares para a região. E por último, o endomísio consiste numa lâmina basal associada a fibras reticulares. 
Essa organização permite ao músculo uma contração uniforme, permitindo assim uma força de contração gerada por várias células se tornem uma só. Outra função seria permitir a contração de um determinado grupo de células, culminando no controle da força da contração. 
A.2) Organização das fibras musculares esqueléticas
Nesse tecido são observados estriações transversais que são formadas devido as repetições de sacômeros que consistem numa parte de miofibrila que fica entre as linhas z sucessivas e contem uma banda A e duas semibandas I. Banda A é representada por uma faixa transversal escura ao passo que a banda I é representada por uma faixa clara – que em seu centro possui uma linha escura que é chamada de linha Z. E ainda, a banda A possui em seu centro uma zona mais clara denominada de banda H.
As miofibrilas possuem filamentos longitudinais paralelos denominados filamentos de actina e de miosina. Essa organização desses filamentos são mantidos por proteínas especificas como os filamentos intermediários que ligam as miofibrilas umas às outras. Esse agregado de miofibrilas formados são ancorados no sarcolema por intermédio de outras proteínas, como a distrofina. Os filamentos de actina ( finos ) partem da linha Z ao passo que os filamentos de miosina ( grossos ) ficam localizados na região central da banda A. 
As miofibrilas do muculo estriado são compostas por quatro proteínas principais: actina, miosina, tropomiosina e troponina. Sendo que somente a actina é fina e as outras 3 são grossas.
Monômeros globulares ( actina G ) de mesmo tamanho se unem em dupla hélice para formar um polímero longo ( actina F ). Cada monômero globular ( actina G ) possui uma região que interage com a miosina. Entre os sulcos formados por esse polímero longo os filamentos de tropomiosina ( moléculas longa e fina ) organizados também em dupla hélice ocupam esse local existente na actina F.
A troponina consiste em um complexo com 3 subunidades: TnT fortemente ligado a tropomiosina; TnC que possui grande afinidade por íons cálcio; TnI que cobre o sítio ativo da actina, onde ocorre a interação com a miosina.
A miosina é uma molécula grande organizada em dupla hélice que possui numa de suas extremidades uma saliência globular ou cabeça que possui locais específicos para combinação com ATP e é dotada de atividade ATPásica. Nesta parte da molécula ocorre a hidrólise do ATP com o intuito de liberar a energia necessária para a contração
APLICAÇÃO MÉDICA: Quando ocorre a falta ou a molécula defeituosa da proteína distrofina ocorrem lesões progressivas das fibras musculares que leva à morte prematura. Quando está associada ao cromossomo X é considerada uma miopatia hereditária denominada distrofia muscular de Duchenne.
A.3) Retículo sarcoplasmático e sistema de túbulos transversais
A contração muscular depende de cálcio para ocorrer e esse cálcio está armazenado em cisterna do retículo endoplasmático liso. Essas cisternas são estimuladas por impulsos nervosos culminando na abertura dos canais de cálcio fazendo com que esses íons possam atuar na troponina e com isso possibilitando a ponte entre actina e miosina. Como esse estimulo nervoso parte da placa neural e deveria se difundir por toda a fibra, para que as cisternas mais profundas possam liberar cálcio, existe um sistema de túbulos transversais ou sistema T que consiste em invaginações tubulares da membrana plasmática da fibra muscular cujos ramos vão envolver as junções das bandas A e I de cada sarcômero.
Obs.: essa junção da expansão da extremidade do túbulo T e dois retículos endoplasmáticos lisos é denominado de tríade. Essa tríade transporta a despolarização gerada pelos sarcolemas.
A.4) Mecanismo de contração
A contração muscular não faz com que o comprimento dos filamentos sejam diminuídos, o que ocorre é que há um deslizamento dos filamentos culminando na diminuição da banda H e aumentando a área sobreposta. O início da contração ocorre quando a ATP se liga a ATPase da miosina, porém, não é quebrada porque precisa do co-fator actina. Por conseguinte, a concentração de cálcio quando aumentada faz com que a tropomiosina seja deslocada mais para o centro da dupla hélice da actina F culminando na exposição da região da actina G que se liga a miosina. Essa região da actina G ao se ligar com a miosina faz com que o Cálcio tenha contato com a miosina culminando na ativação do complexo miosina-ATP. Logo, com isso ocorre a liberação de energia fazendo com que uma deformação na cabeça da miosina e com que sua curvatura aumente, portanto, esse movimento fazcom que o filamento de actina seja empurrado promovendo o deslizamento do filamento de miosina. Com isso, a banda I reduz de tamanho assim como a banda H culminando na redução de tamanho de cada sarcômero que macroscopicamente irá representar uma contração total de um musculo.
A.5) A inervação dos músculos é feitas por nervos disseminados pelo perimísio que irão formar placas motoras nas fibras musculares. Nesses terminais axônicos esses neurônios liberam acetilcolina que atuam em receptores do sarcolema realizando sua despolarização. Com isso, a despolarização é propagada pelo sistema T ou sistema de túbulos transversais que irão atuar no retículo sarcoplasmático culminando numa liberação uniforme de cálcio. Quando o músculo relaxa esse cálcio volta para as cisternas. Obs.: o excesso de neurotransmissores é hidrolisado por colinesterase com o intuito de evitar o contato prolongado com os receptores do sarcolema.
APLICAÇÃO MÉDICA: A miastenia é uma doença autoimune caracterizada pela fraqueza muscular progressiva que ocorre devido a uma redução na eficiência dos receptores para acetilcolina do sarcolema. Essa ineficiência é causada por anticorpos sanguíneos que inativam esses receptores que posteriormente são fagocitados e destruídos, posteriormente, sendo produzidos mais receptores. Porem, esses novos receptores são inativados e o ciclo continua, sendo uma doença progressiva.
A.6) Sistema de produção de energia
A célula muscular por ser uma célula que está incumbida de realizar atividades intensas e que para tal necessitam de um certo armazenamento de energia. A energia que pode ser armazenada com mais facilidade é ATP e fosfocreatina – formados a partir de ácidos graxos e glicose. Outra fonte de energia seria os depósitos sarcoplasmáticos de glicogênio. Quando a célula tem oxigênio disponível as moléculas de ATP e de fosfocreatina são metabolizadas por metabolismo aeróbio ao passo que quando há escassez de O2 o metabolismo ocorre pela quebra de glicose pelo metabolismo anaeróbio culminando na liberação de ácido lático – em altas concentrações provoca cãibra.
As fibras musculares podem ser classificadas em tipo I quando são de cor vermelho-escura e possuem características como: contrações rápidas e contínuas, energia obtida dos ácidos graxos metabolizados e ricas em sarcoplasma contendo mioglobina. Outra classificação, são fibras tipo II que consistem em fibras de cor vermelho-clara e possuem características como: contração rápida e descontínua, poucas mioglobinas.
Músculo cardíaco: esse músculo é composto por células alongadas e ramificadas que são estriadas transversalmente. No entanto, possuem algumas características que as tornam diferentes do musculo estriado esquelético como: (1) discos intercalares que são compostos por 3 tipos de junções intercelulares ( Desmossomos, junções comunicantes e zônulas de adesão ) que irão permitir adesão entre as células, translado de íons entre células vizinhas; (2) possuem um ou dois núcleos centrais; (3) possuem um sistema T pouco organizado e quando existente não costuma formar tríades, apenas díades, devido ao fato de um túbulo T interagir apenas com uma cisterna do retículo sarcoplasmático – os túbulos T se localizam nas bandas Z e não entre as bandas A e I; As mitocôndrias ocupam um volume 2000% em relação aos músculos esqueléticos, logo, a atividade metabólica é muito maior.
Musculo liso: São formados por células longas com aspecto fusiforme que são unidas por uma lamina basal associada a fibras reticulares. Por isso, quando algumas células ou quando muitas células contraem teremos uma contração de todo o musculo. Esse músculo tem a presença de corpos denso no seu citoplasma e no seu sarcolema e também possuem cavéolas que contêm ions de cálcio que serão utilizados na contração .O musculo liso apesar de necessitar do deslizamento dos filamentos de actina e miosina, não necessitam do mesmo mecanismo molecular do musculo estriado esquelético. Pois, essas células possuem filamentos de actina combinados com tropomiosina – porem não existe sacômero nem troponina – e os filamentos de miosina somente tomam forma de filamento quando combinadas com fosfato. A contração começa com o estimulo do sistema nervoso autônomo que faz com que o cálcio seja liberado no sarcoplasma culminando na formação do complexo calmodulina-cálcio que ativa a cinase da cadeia leve da miosina 2 que irá formar um filmanento de miosina, pois será fosforilada. Com isso esses filamentos de miosina deixam o sítio ATPase combinados com a actina culminando na ativação da quebra de ATP que libera energia que por sua vez realiza a contração da cabeça do filamento de miosina culminando na realização do deslizamento entre os filamentos de miosina e actina. A célula muscular lisa pode sintetizar colágeno tipo III, fibras elásticas e proteoglicanos. Recebem fibras simpáticas e parassimpáticas.
Obs.: REGENERAÇÃO DOS MÚSCULOS: O musculo cardíaco não se regenera, pois as partes destruídas são invadidas por fibroblastos que produzem fibras colágenas formando uma cicatriz de tecido conjuntivo denso; O musculo estriado esquelético apesar de não se regenerar. As células satélites ( mononucleadas, fusiformes e paralelas as fibras ), que estão dentro da lamina basal que envolve as fibras, irão realizar mitoses sucessivas e depois se unir para formar uma fibra muscular esquelética. Quando o individuo esta em exercício essas células satélites entram em mitose e se unem as fibras musculares já existentes contribuindo para a hipertrofia muscular; O musculo liso quando lesado tem capacidade hiperplásica, ou seja, pode se regenerar por mitose de células viáveis. 
CÉLULAS DO SANGUE
Introdução
O sangue é composto por glóbulos sanguíneos e pelo plasma sanguíneo, que é a parte líquida. Os glóbulos sanguíneos são eritrócitos, plaquetas ( fragmentos de megacariócitos ) e diversos leucócitos. No hematócrito teremos as hemácias na parte profunda depois leucócitos na parte intermediaria e na parte superficial teríamos o plasma. As células de defesa contidas no sangue chegam a outras partes do corpo através da diapdese que consiste na saída ativa de leucócitos da corrente sanguínea por movimentos ameboides.
Composição do plasma: Solução aquosa contendo proteínas, sais inorgânicos e compostos orgânicos diversos ( aminoácidos, vitaminas, hormônios e glicose ). As proteínas do plasma são albuminas, alfa, beta, gamaglobulinas, as lipoproteínas e as proteínas que participam da coagulação sanguínea ( protrombina e fibrinogênio ). As albuminas atua no controle da pressão osmótica do sangue e são produzidas pelo fígado, com isso, sua falta causa edema generalizado. As gamaglobulinas são chamadas de imunoglobulinas porque são anticorpos.
Eritrócitos: são células anucleadas, bicôncavas e que possuem hemoglobina ( proteína transportadora de O2 ). A forma bicôncava da hemácia permite uma maior superfície de transporte em relação ao volume, essas células são flexíveis e não saem da circulação sanguínea em condições normais.
APLICAÇÃO MÉDICA: A anemia é caracterizada pela baixa concentração de hemoglobina no sangue ou pela presença de hemoglobina não funcional. A anemia geralmente é consequência da baixa quantidade de eritrócitos mas também pode ocorrer: por hemorragia, produção insuficiente de eritrócitos pela medula óssea, produção de eritrócitos com pouca hemoglobina e destruição de eritrócitos. No caso de proteínas do citoesqueleto ( espectrina, anquirina, actina...) possuam anormalidades ou deficiência o paciente apresentará um caso de esferocitose hereditária que consiste na quebra das hemácias esféricas pelo baço culminando na anemia por falta de hemoglobina. Outro tipo de anemia seria a anemia falciforme que se caracteriza pela forma de foice da hemácia devido a uma mutação em um único nucleotídeo do DNA do gene para a cadeia beta da hemoglobina – trocando o acido glutâmico pela valina. Com isso o indivíduo produz uma hemácia frágil, sem flexibilidade e com vida curta.
Leucócitos: são células incolores,esféricas e tem função de proteger o organismo. Essas células são produzidas pela medula óssea ou em locais que tenham tecidos linfoides. Essas células podem ser classificadas em dois tipos: agranulócitos ou granulócitos. Os granulócitos por sua vez são de 3 tipos: neutrófilos, basófilos e eosinófilos. Ao passo que os agranulócitos são de 2 tipos: linfócitos e monócitos. Essas células, localizadas inicialmente no sangue, realizam diapdese passando pelas células do endotélio e chegando ao tecido conjuntivo – realizam sua função e morrem por apoptose. *o aumento no número de leucócitos é denominado de leucocitose e a diminuição é denominada de leucopenia.
Neutrófilos: são células com núcleos contendo 2 a 5 lóbulos ( sendo 3 mais frequente ) interligados por pontes de cromatina. Essas células quando jovens não possuem lóbulos e são denominadas de bastonete; em mulheres os neutrófilos possuem em uma de suas extremidades dos lóbulos um pequeno apêndice denominado de cromatina sexual que representa o X condensado que não transcreve seus genes; o citoplasma dessas células apresentam grânulos de lisossomos com proteínas e peptídeos que estão destinados a matar microrganismos.
APLICAÇÃO MÉDICA: São células pouco abundantes no sangue, grandes quantidades de bastonetes indicam aumento na produção e consequentemente uma provável infecção – esse aumento no nº de neutrófilos é denominado de neutrofilia e indica provavelmente uma infecção bacteriana. Os neutrófilos são a primeira linha de defesa do organismo, fagocitando, matando, digerindo bactérias e fungos. 
Obs.: neutropenia é causada por infecção viral ou tratamento farmacológico prolongado; o estresse, exercícios físico intenso ou ingestão de medicamentos a base de epinefrina e cortisona causam uma neutrofilia benigna.
Eosinófilo: São muito menos numerosos do que os neutrófilos, possuem núcleo bilobulado, possuem retículo endoplasmático, aparelho de golgi e mitocôndrias pouco desenvolvidos. Sua principal característica são as granulações eosinofílicas.
APLICAÇÃO MÉDICA: Fagocitam e digerem complexos antígenos com anticorpos relacionados com alergia. Pois, são atraídos para as áreas de inflamação alérgica pela histamina. Quando chegam, promovem a desgranulação e liberam mediadores inflamatórios. Nesse casos de alergia como nos casos de parasitoses há um aumento no numero de eosinófilos – eles combatem a parasitose por meio de proteínas básicas. Os corticoesteróides estimulam a queda imediata na concentração dos eosinófilos no sangue e nos locais de inflamação.
Basófilos: são células que possuem núcleo volumoso e geralmente sobreposto por grânulos maiores em seu citoplasma. Essas células contem histamina e heparina. Sua membrana plasmática contem receptores de IgE. Essas células secretam mediadores inflamatórios.
APLICAÇÃO MÉDICA: Basofilia é raro e pode estar associada a doença renal ou hipotireoidismo ou doença hematológica.
Linfócitos: são células pequenas esféricas com um núcleo esférico. Essas células participam da defesa imunológica do organismo reconhecendo corpos estranhos e combatendo-os por meio de uma resposta humoral ( por meio de imunoglobulinas ) e por meio de uma resposta citotóxica mediada pro células. Essas células são pobres em organelas contendo poucos ribossomos livres e vivem um tempo variável. Elas podem ser divididas em dois tipos principais: Linfócitos T e B. Essas células após realizarem diapdese e combaterem infecções retornam ao sangue.
APLICAÇÃO MÉDICA: A leucocitose está associada com infecção viral ao passo que a leucopenia está associada ao uso de fármacos por tempo prolongado ou imunodeficiência.
Monócito: São células ovoides, com núcleo riniforme e excêntrico. O citoplasma dessa células apresentam pouca quantidade de polirribossomos e retículo endoplasmático rugoso pouco desenvolvido e muitas mitocôndrias e muitos aparelhos de golgi. Essas células participam de uma fase da células mononuclear fagocitária, elas realizam diapdese alcançando os órgãos e se transformam em macrófagos – que constitui a fase da vida da células mais avançada. Portanto o monócito faz parte do sistema mononuclear fagocitário ou sistema histiocitário.
APLICAÇÃO MÉDICA: a monocitose pode indicar doença hematológica ( leucemia, por exemplo ) ou pode ser uma infecção bacteriológica ou parasitose ou doença auto-imune. A monocitopenia é raramente observada em tratamento com corticoesteróides. 
Plaquetas: consistem em corpúsculos anucleados de forma discoide derivadas dos megacariócitos – são fragmentos dessas células. Dentre suas funções, esses corpúsculos realizam a coagulação sanguínea e atuam na reparação da parede do vaso. Além disso, esses corpúsculos possuem um sistema canalicular que permite a comunicação do interior do citoplasma com a superfície celular – permitindo liberação de substancias por meio dessas invaginações. Essas células ainda possuem proteínas adesivas como glicosaminoglicanos e glicoproteínas – podem ajudar na absorção de compostos. Existe uma variedade de grânulos como os grânulos delta ou densos que armazenam ADP e ATP e serotonina, como os grânulos alfa que possuem fibrinogênio e fator de crescimento plaquetário ( que estimula mitose em m. liso de vasos ) e ainda possuem os grânulos gama que carregam lisossomos contendo enzimas.
APLICAÇÃO MÉDICA: quando ocorre a lesão da parede do vaso inicia-se um processo de redução da perda de sangue denominado de homostasia. Esse processo é realizado pela (1) musculatura lisa do vaso, plaquetas (2) e (3) fatores do plasma sanguíneo. (1) é contraído quando os grânulos densos ou deltas da plaqueta secretam serotonina; (2) primeiro realizam uma agregação primária que consiste no colágeno contido no sangue, que aderiu na lesão, é aderido também por plaquetas que formam um tampão plaquetário. Posteriormente, ocorre uma agregação secundária em que os grânulos alfa liberam ADP, que é um indutor de agregação, faz com que o tampão aumente. Por conseguinte, ocorre a coagulação do sangue por meio de 13 proteínas plasmáticas que interagem e formam fibrina que irá formar uma rede sobre o tampão plaquetária e irá agregar mais plaquetas, hemácias e leucócitos no local culminando na formação de um coagulo sanguíneo mais forte do que o tampão plaquetário. Então, o coagulo sofre uma retração para o interior e logo se contrai por meio de fibras de actina e miosina e ATP das plaquetas. Por fim, a parede do vaso irá restaurar a formação do tecido novo e depois disso o coagulo é removido por enzimas. 
OBS.: a falta de fator VIII no plasma sanguíneo é característica da hemofilia que consiste numa doença que o sangue do individuo não consegue coagular.

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