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AULA 1 PLATÃO E ARISTÓTELES

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1 PLATÃO
11 BIOGRAFIA DE PLATÃO	
	Um dos filósofos que mais influenciaram a cultura ocidental, Platão (427-8/348-7 A.C.), era ateniense e seu nome verdadeiro era Aristócles. 
	Nasceu de uma família rica, era um aristocrata de alta linhagem política. Ele era descendente do último rei de Atenas: Codrus.
	 Muitos estudiosos de sua obra dizem que o grego ficou conhecido como Platão por causa do seu vigor físico e ombros largos ("platos" significa largueza). A excelência na forma física era muito apreciada na Grécia antiga e os seus "diálogos" estão repletos de referências às competições esportivas. 
	Ainda na juventude, tornou-se discípulo de Sócrates (um homem do povo), com quem conviveu durante oito anos, iniciando-se na filosofia. Depois de acompanhar todo o processo que condenou o seu mestre (Sócrates, acusado de corromper a juventude e de não acreditar nos "deuses", foi obrigado a beber o veneno cicuta, que o levaria à morte), Platão, desiludido com a democracia ateniense, viaja para outras cidades da Grécia, Egito e sul da Itália, e começa a escrever. 
	Platão teve uma educação semelhante à dos jovens aristocratas da sua época, recebendo aulas de retórica, música, matemática e ginástica. Em 387 AC, funda em Atenas uma escola chamada Academia. Em pouco tempo, esta escola tornou-se um dos maiores centros culturais da Grécia, tendo recebido políticos e filósofos como Aristóteles e Demóstenes, entre outros.
1.2 CENÁRIO DO SURGIMENTO DA REFLEXÃO POLÍTICA
	
	A convivência na pólis para os gregos da antiguidade clássica era o que fazia do homem cidadão e conferia-lhe uma vida digna. 
	Para o povo grego o modo de vida digno dependia de uma precondição: o exercício da liberdade. Assim, dentre as atividades humanas gregas que mantinham uma vida digna, ou seja, um modo de vida autenticamente humano e livre de necessidades e privações, destacava-se a vida política, pois viver na polis significava desfrutar de uma forma de organização política particular e livremente escolhida.
	Viver livre era, fundamentalmente, além de não ser escravo de ninguém e de nenhuma coisa, também o poder de participar politicamente. Assim, liberdade e democracia eram inseparáveis.
	Democracia significava a obediência da lei na igualdade, sendo, portanto, a liberdade um estatuto de duplo aspecto: por um lado, independência em relação a toda espécie de coação pessoal; por outro, obediência às disposições gerais. A Cidade permitia a emancipação do cidadão na medida em que libertava o indivíduo da submissão pessoal e a transferia para as obrigações coletivas
	A pólis era uma dádiva divina que possibilitava conferir sentido/individualidade à existência humana. Era o modelo ideal de agrupamento humano. 
	Este ambiente de perfeição foi quebrado pela guerra do Peloponeso (que durou 30 anos e envolveu gastos altíssimos), que em 404 a. C. levou à queda de Atenas.
	Atenas empobreceu e eles então perceberam que sua maior riqueza era sua cultura. A partir deste momento, assiste-se a um avanço cultural decisivo que criou um fértil terreno para o pensamento político e filosófico. 
	Assim, abre-se o campo para os debates onde é ressaltada a capacidade de pensar como forma de convencimento público, destacando-se pensadores influentes e eloqüentes que defendem valores humanos (os sofistas – professores viajantes que ensinavam por meio de conferências públicas a arte da eloquência e da sabedoria prática).
	A experiência política crescente do exercício político vai acentuando o discurso como meio de persuasão, meio de comunicação específico que alia o pensamento filosófico ao político.
	Consolida-se uma forma de pensar onde a filosofia passa a ser a fonte primordial de conhecimento e poder.
	Sob este “pano de fundo” surge uma figura que será imortalizada como a encarnação de todas as virtudes ideais de um cidadão: Sócrates. (lembrar da forma como ele morreu – quando Platão tinha 29 anos).
	A introdução do humanismo no pensamento político foi o grande legado de Sócrates, pois isto possibilitou que seus seguidores pudessem definir princípios éticos capazes de conferir validade à ação política. E exatamente este foi o ponto de partida para a reflexão política: a racionalização de uma conduta ética como sinônimo de sabedoria.
1.3 PLATÃO E A INVENÇÃO POLÍTICA
	Depois da morte de Sócrates, Platão torna-se descrente dos regimes políticos de sua época, sobretudo da democracia, que entendia ser um modelo dominado por sujeitos mercenários, movidos por paixões, opiniões e instintos.
	Seguindo os ensinamentos de seu mestre, convence-se que apenas uma forma de política fundamentada no saber filosófico poderia conduzir à verdadeira justiça.
	Após a morte de Sócrates, Platão percebe que Atenas não era um lugar seguro para os filósofos, e viaja para a Itália e Sicília Meridional.
	Torna-se amigo de Díon – cunhado do tirano de Siracusa Dionísio I, o Velho, que foi sucedido por seu filho Dionísio, o Jovem – frequentando a corte e tentando convencer o monarca de que i verdadeiro rei deveria ser um filósofo.
	Por causa destas idéias foi embarcado à força em um navio espartano e vendido como escravo. Por sorte um rico armador o reconhece, compra-o e liberta-o, retornando, então, então, para Atenas, onde funda a Academia, que perdurou até 529 d.C. quando é desativada por Justiniano.
	Seus primeiros diálogos refletem a grande preocupação com a política que na obra república – tradução de Politéia (Constituição) – atinge plena maturidade. Nesta obra ele traz reflexões sobre o melhor caminho para o governo da Cidade e buscando uma resposta para o que é justiça.
	Para Platão a justiça é concebida como virtude universal que engloba prudência, sabedoria e fortaleza, na medida em que dependem da existência daquela, pois apenas com tal co-existência torna-se possível a harmonia pessoal.
	Na teoria Platônica a moral e a política constituem alicerces imutáveis do Bem Comum, que não pode estar à mercê das perturbações do devir.
	Platão institui a política como ciência que busca estabelecer princípios teóricos para o bem governar.
	Em República, Platão idealiza uma Cidade hierarquizada, governada por filósofos com virtude própria, fundada na Razão ou “Ciência do Bem” (ciência política).
	De acordo com o filósofo, uma cidade-modelo deveria distribuir os seus habitantes em três classes distintas: os sábios deveriam pertencem à ordem dos governantes, os corajosos, que deveriam zelar pela segurança, a ordem dos guardiões, e os demais, responsáveis pela agricultura e comércio (camponeses, comerciantes e artífices), fariam parte da ordem dos produtores.
	Na cidade ideal, uma verdadeira oligarquia de “sábios esclarecidos” seria a condição perfeita para o homem governar, pois o mérito para exercer o poder não seria decorrente da condição de nascimento, nem tampouco por aptidões pessoais, mas por uma virtude adquirida por meio do conhecimento científico.
	Fala-se no utopismo de Platão.
	
1.4 AS PRINCIPAIS OBRAS POLÍTICAS DE PLATÃO
	Os dois principais diálogos de Platão são A República e As Leis.
2 ARISTÓTELES
2.1 BIOGRAFIA DE ARISTÓTELES
	Filósofo grego. Considerado o fundador da Lógica, sua obra tem grande influência na Teologia cristã na Idade Média. 	
	
	Notável filósofo grego, Aristóteles (384 - 322 a.C.), nasceu em Estágira, colônia de origem jônica encravada no reino da Macedônia. Filho de Nicômaco, médico do rei Amintas, gozou de circunstâncias favoráveis para seus estudos. 
Em 367 a.C., aos seus 17 anos, foi enviado para a Academia de Platão em Atenas, na qual permanecerá por 20 anos, inicialmente como discípulo, depois como professor, até a morte do mestre em 347 a.C. 
O fato mesmo de ser filho de médico poderá ter dado a Aristóteles o gosto pelos conhecimentos experimentais e da natureza, ao mesmo tempo que teve sucesso como metafísico.
	Depois da primeiraestadia em Atenas, ausentou-se por 12 anos, com uma permanência inicial na Ásia menor, onde se dirigiu, ainda solteiro, para uma comunidade de platônicos estabelecida em Assos (Trôade). Ali reinava então sobre Assos e Atarneo, o tirano Hérmias, um eunuco, em cuja corte passou três anos. Casou então Aristóteles com Pítias, irmã de Hérmias. Morto este pelos persas, retirou-se Aristóteles para Mitilene. Depois do falecimento de Pítias, se casará com Hérpilis, da qual nascerá Nicômaco, a quem dedicará posteriormente o livro Ética a Nicômaco. Entrementes, importantes transformações estavam a ocorrer no mundo helênica, que então se unificou. 
	Felipe II (rei da Macedônia de 356 a 336 a.C.) desenvolveu o país e criou um exército poderoso. Sucessivamente foi anexando as cidades gregas, aproveitando as velhas discórdias, derrotando finalmente Atenas e Tebas, em Queronéia (338 a.C.). Reuniu as cidades gregas em uma liga, sob sua direção, no Congresso de Corinto (337 a.C.), pregando sempre a guerra contra o então grande Império Persa, que já há mais de um século ocupava as cidades gregas da Ásia Menor. 
	Ofereceu-se também uma nova oportunidade a Aristóteles, que foi chamado em 343 ou 342 para a corte do rei Felipe II, em Pela, como educador de seu filho Alexandre (356-323 a.C.). Mas ficou nesta função somente dois anos, depois dos quais aconteceu o totalmente inesperado, - o assassinato do rei Felipe II. 
	Foi assim que já cedo o jovem Alexandre deveu assumir o trono, em 336 a.C., com apenas 20 anos. Atravessando o Bósforo, partiu em 334 a.C. para a conquista do império persa. Foi de um sucesso espetacular, vencendo a Dario, na Batalha de Granico. Completou sua façanha, indo até a Índia. Estabeleceu sua capital em Babilônia. No Egito fundou a Alexandria, que logo passou à ser um grande centro de cultura. Estava mudada a estrutura política do então mundo conhecido, o que não demoraria a ter repercussão na filosofia. 
	Sem função na Macedônia, voltou Aristóteles para Atenas, pelo ano 335 a. C., com Teofrasto, outro homem notável pelo saber. 
	Auxiliado sempre por Alexandre que o prestigiava, Aristóteles fundou o Liceu (cerca de 334 a.C.) no ginásio do templo de Apolo Liceu (Liceu é referência ao local do templo). Onde criou escola própria no ginásio Apolo Liceu. Em pouco mais de dez anos de atividade, fez Aristóteles de sua escola um centro de adiantados estudos, em que os mestres se distribuíam por especialidades, inclusive em ciências positivas. 
	Falecido Alexandre, prematuramente, em 323 a.C., com apenas 13 anos de reinado, recrudesceu o sentimento antimacedônico em Atenas, com Demóstenes ativando o partido nacionalista, a situação se tornou difícil para Aristóteles. 
Além disto, sua filosofia de idéias objetivas não poderia escapar à reação do sacerdote Eurimedote, que o acusava de impiedade. Teve, então, Aristóteles de optar por retirar-se de Atenas, deixando o Liceu sob a direção de Teofrasto. 
	Oculto em uma sua propriedade em Cálcis, de Eubea, ali morreu já no ano seguinte aos 62 anos. Mas o Liceu teve continuidade, como também a Academia de Platão. 
	Uma notícia diz que Aristóteles, o mais ilustre dos discípulos de Platão, "tinha a voz débil, pernas delgadas e olhos pequenos; que vestia sempre com esmero, levava anéis e cortava a barba". 
	A estátua, que dele se conserva, o apresenta com a testa e a cabeça menor, que a de Platão; cabelo aparado, sem ser calvo como Sócrates; barba não alongada; boca pequena, entre lábios finos. Tal foi o maior dos mestres. 
	O nome Escola Peripatética derivou do uso de Aristóteles haver dado lições em amena palestra, ao mesmo tempo que passeava pelos caminhos do ginásio. 
2.2 A POLÍTICA PARA ARISTÓTELES
	
	Foi Aristóteles mais realista que Platão em seus conceitos sobre a sociedade política. Apoiou-se no estudo direto das constituições então existentes nas cidades-estados da Grécia. 
        A sociedade é de origem natural, como em Platão, contra os sofistas. É famosa a expressão de Aristóteles: "O homem é por natureza um animal político" (Política 1253, a 3).
        O fim da sociedade é o bem geral. Todavia não inclui nas atribuições do Estado todas as tarefas. Exclui, por exemplo, a comunidade socialista dos bens. 
       Quanto aos componentes da comunidade, - os cidadãos, - admite Aristóteles a diversidade social. Tolera a situação então vigente, dos servos ou escravos. Não se definiu, pois, claramente contra a escravidão, porque lhe parecia que alguns não têm condição funcional senão a de serem servos. Até seu tempo, sequer as religiões tinham um conceito claro contra a escravidão; somente mais tarde os estóicos desenvolverão as ideias sobre uma sociedade sem a servidão. 
        A sociedade resulta da união de todos. Mas a extensão desta união ainda não pode ir muito além de uma cidade. Aristóteles não previu o grande Estado, como Alexandre já o estava formando e que passaria a ser o modelo político do mundo helênico e romano. 
        As formas de governo não são naturais, devendo ser definidas pelas circunstâncias. As formas fundamentais de governo são três: monarquia, aristocracia, república ou democracia. As degenerações respectivas são a tirania, a oligarquia, a demagogia.
	Assim, para a política, Aristóteles cita diversas boas formas de estado: democracia, monarquia, citando suas vantagens e defeitos, mas a melhor seria a aristocracia. 
	Valoriza a liberdade individual e a privacidade, que devem estar acima do poder social (ao contrário de Platão).
	Não acredita numa Utopia, porque a maldade é inerente à alma humana. Alguns são destinados a comandar, outros a obedecer.
 
	Despreza o trabalho manual, rebaixado aos escravos, como era comum na Grécia antiga. A educação deve ficar por conta do Estado. O controle social é necessário, acredita, porque leva à virtude.
        Aristóteles admite a todas as formas como possíveis, desde que o monarca e os cidadãos, respectivamente, se dediquem seriamente aos negócios públicos. Prefere a aristocracia no sentido de governo dos ótimos, não no sentido péssimo de oligarquia dos ricos, ou dos poderosos. O melhor estado é o aristocrático, porquanto é concebido como sendo o dos melhores. 
2.3 RESUMO 
	Enquanto seu mestre Platão inclinou-se preferencialmente por fazer desenhos de construções sociais imaginárias, utópicas, por projeções sobre qual o melhor futuro da humanidade, Aristóteles, seu discípulo mais famoso, procurou tratar das coisas reais, dos sistemas políticos existentes na sua época. Atentou por classificá-los, definindo suas características mais proeminentes, separando-os em puros ou pervertidos. Desta forma, enquanto Platão inspirou revolucionários e doutrinários da sociedade perfeita, Aristóteles foi o mentor dos grandes juristas e dos pensadores políticos mais inclinados à ciência e ao realismo. 
FORMAS DE GOVERNO
	Formas puras 
	Formas pervertidas 
	Monarquia: governo de um só homem, de caráter hereditário ou perpétuo, que visa o bem comum, como a obediência as leis e às tradições 
	Tirania: governo de um só homem que ascende ao poder por meios ilegais, violentos e ilegítimos e que governa pela intimidação, manipulação ou pela aberta repressão, infringindo constantemente as leis e a tradição 
	Aristocracia: governo dos melhor homens da república, selecionados pelo consenso dos seus cidadãos e que governa a cidade procurando o beneficio de toda a coletividade 
	Oligarquia: governo de um grupo economicamente poderoso que rege os destinos da cidade, procurando favorecer a facção que se encontra no poder em detrimento dos demais 
	Politia: governo do povo, da maioria, que exerce o respeito às leis e que beneficia todos os cidadãos indistintamente, sem fazer nenhum tipo de discriminação. 
	Democracia: governo do povo, da maioria, que exerce o poder favorecendo preferencialmente os pobres, causando sistemático constrangimento aos ricos. 
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