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Teoria Contraincêndio (2010 rev. 2011) 5 70

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SUMÁRIO
Introdução........................................................................................................................01
1 TEORIA CONTRA INCÊNDIO..................................................................................03
1.1 História do fogo.............................................................................................03
1.2 Fogo e incêndio..............................................................................................03
1.3 Conceito de fogo............................................................................................04
1.4 Composição do fogo......................................................................................05
1.5 Elementos essênciais do fogo........................................................................06
1.6 Processo da combustão..................................................................................22
1.7 Fases do fogo.................................................................................................24
1.8 Velocidade da combustão..............................................................................28
1.9 Formas de combustão....................................................................................29
1.10 Produtos da combustão................................................................................32
1.11 Explosões.....................................................................................................37
1.12 Métodos de extinção do fogo.......................................................................38
1.13 Classificação dos incêndios.........................................................................43
1.14 Agentes extintores........................................................................................49
1.15 Gás liquefeito de petróleo (GLP).................................................................52
1.16 Exercícios.....................................................................................................58
Referências......................................................................................................................62
Gabarito...........................................................................................................................63
EEAR 1 
INTRODUÇÃO
Iniciaremos um trabalho de grande utilidade em nosso dia-a-dia, juntamente com os 
instrutores temos este material didático para lhe auxiliar e oferecer plenas condições na 
compreensão dos assuntos que serão abordados, facilitando assim os trabalhos de prevenção, 
salvamento e combate a incêndios.
Este material possui um questionário (com gabarito) para testar seus conhecimentos, 
pedimos a você que não consulte as respostas do questionário, caso não consiga responder 
qualquer questão, releia o texto procurando compreendê-lo, utilize o gabarito somente para 
conferir suas respostas.
Tenho certeza que ao final deste trabalho, sua conscientização para com a importância 
deste aprendizado será e grande valia em nossa sociedade. Digo também que um bom 
profissional não deve limitar-se ao conhecimento teórico que este material oferece, somente este 
conhecimento não será suficiente para um desempenho ideal, sendo necessário também o 
conhecimento prático, o bom condicionamento físico, a coragem, o senso de responsabilidade, a 
confiança no material e principalmente na vontade de querer executar um bom trabalho.
Companheiro, quero agradecer sua disposição para obter um novo conhecimento e me 
colocar a disposição para qualquer dúvida.
Sucesso! Tenho certeza que sua caminhada será vitoriosa.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 3 
1 TEORIA CONTRA INCÊNDIO
1.1 História do fogo
Antes de entrarmos no estudo do fenômeno da combustão, faremos um breve relato sobre 
o fogo, sua origem e evolução no tempo.
O fogo está intimamente ligado a história da evolução do homem.
A história contemporânea nos assegura que o fogo provavelmente foi descoberto pelo 
homem primitivo que o conhecia como força misteriosa, servindo apenas como iluminação e 
meio de aquecimento da caverna.
A partir da Idade da Pedra, passando pela Era dos Metais, pelas Guerras medievais, a Era 
das Conquistas e a Revolução Industrial, notamos a presença do Fogo na transformação da 
matéria bruta em produtos manufaturados, como armas de guerra, ou preparo de alimentos, 
utensílios, etc.
Obviamente, para bem empregá-lo, sempre houve uma nítida preocupação em controlar 
seus efeitos, visando obter seu emprego da melhor maneira possível.
1.2 Fogo e incêndio
Neste capitulo vamos estabelecer a diferença entre Fogo e Incêndio que para alguns 
parecem palavras sinônimas, mas tecnicamente não tem o mesmo significado.
O Fogo na concepção da palavra é um elemento de grande utilidade na vida moderna 
como também foi aos nossos antepassados. Sua aplicação é mais intensificada à medida que 
caminhamos em direção ao progresso. Ele acompanha, passo a passo, desenvolvimento de uma 
nação, figurando como um dos principais fatores de propulsão do progresso.
O Fogo para ser útil e amigo, deverá estar sob o controle do homem (Fig. 01); entretanto, 
quando o homem perde seu controle, ele se transforma em verdadeiro monstro, com ilimitada 
capacidade de destruição.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 4 
Incêndio é, portanto, um fogo descontrolado, um fogo nocivo, um fogo destruidor (Fig. 
02).
O que caracteriza o incêndio, não é a intensidade ou o estágio de desenvolvimento e sim 
o objetivo da sua ação. O fogo, mesmo pequeno, mas nocivo, caracteriza um principio de 
incêndio.
Figura 01 - FOGO
Figura 02 - INCÊNDIO
1.3 Conceito de fogo
Após vários estudos concluiu-se que o Fogo, também denominado de combustão, poderá 
ser conceituado de outras maneiras, são elas: Conceito do Instituto do Fogo, Conceito Químico e 
Conceito do Bombeiro.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 5 
1.3.1 Conceito do instituto do fogo
Combustão viva ou comum é um processo de oxidação que desenvolve com velocidade e 
intensidade suficientes para irradiar quantidades sensíveis de energia térmica e luminosa.
1.3.2 Conceito químico
Combustão é uma reação de oxidação irreversível e exotérmica processada através de 
radicais livres.
1.3.3 Conceito do bombeiro
Combustão é uma reação química de oxidação, que se caracteriza pela liberação de luz, 
calor, fumaça e gases.
1.4 Composição do fogo
Vimos que o Fogo é uma reação química, e para se viabilizar uma reação química, torna-
se necessária à existência de no mínimo 02 elementos que reajam entre si e em circunstâncias 
favoráveis.
1.4.1 Triângulo do fogo
Durante muito tempo, considerava que o Fogo era composto de três (03) elementos 
essenciais, o Combustível, o Oxigênio (Comburente), e o Calor (Agente Ígneo). Para efeito 
didático estes elementos formavam um triângulo equilátero (Triângulo do Fogo), sendo que cada 
um deles ocupava um lado deste triângulo (Fig. 03).
Figura 03
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 6 
1.4.2 Tetraedro do fogo
Atualmente, estudiosos consideram que o fogo é composto por 04 itens essenciais, o 
Combustível, o Oxigênio (Comburente), o Calor (Agente Ígneo) e a Reação em Cadeia; 
representados geometricamente pelo “Tetraedro do Fogo”. Chegamos a esta conclusão, pois, a 
combustão sendo um fenômeno químico, processa-se no sistema de reação em cadeia que, após a 
partida inicial, é mantida pelo próprio calor produzido durante o processamento da reação(Fig. 
04).
Figura 04
1.5 Elementos essênciais do fogo
Para uma melhor compreensão dos elementos que compõem o fogo, vamos estudar, 
separadamente, cada um deles.
1.5.1 Combustível (Agente Redutor)
Compreende toda substância capaz de se queimar (oxidar-se). É o elemento que serve de 
campo de propagação e alimenta a combustão. A velocidade da queima de um combustível 
depende de sua capacidade de combinar com oxigênio sob a ação do calor e da sua fragmentação 
(área de contato com o oxigênio). Qualquer combustível suficientemente aquecido torna-se 
inflamável.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 7 
1.5.1.1 Estado físico dos combustíveis
Os combustíveis podem ser encontrados nos estados sólidos, líquidos e gasosos e a 
grande maioria precisa passar pelo estado gasoso para, então, combinar com o oxigênio 
(queimar-se).
➢ Combustível sólido - A maioria dos combustíveis sólidos transforma-se em vapores e, 
então reagem com o oxigênio. Outros sólidos (ferro, parafina, cobre, bronze) primeiro 
transformam-se em líquidos, e posteriormente em gases, para então se queimarem 
(Fig. 05). Quanto maior a superfície exposta, mais rápido será o aquecimento do 
material e, conseqüentemente, o processo de combustão. Como exemplo: uma barra de 
aço exigirá muito calor para queimar, mas, se transformada em palha de aço, queimará 
com facilidade. Assim sendo, quanto maior a fragmentação do material, maior será a 
velocidade da combustão.
Figura 05
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 8 
➢ Combustível líquido - Os Combustíveis líquidos têm algumas propriedades físicas que 
dificultam a extinção do calor, aumentando o perigo para sua extinção. Os líquidos 
assumem a forma do recipiente que os contém. Se derramados, os líquidos tomam a 
forma do piso, fluem e se acumulam nas partes baixas (Fig. 06). Tomando como base 
o peso da água, cujo litro pesa um (1) quilograma, classificamos os demais líquidos 
como mais leve ou mais pesado que a água. É importante salientar que a maioria dos 
combustíveis líquidos são mais leves que a água e, portanto, flutuam sobre esta (Fig. 
07).
Figura 06
Figura 07
Outra propriedade a ser considerada é a solubilidade do líquido, ou seja, sua capacidade 
de misturar-se com a água. Os líquidos derivados do petróleo (conhecidos como 
hidrocarbonetos) têm pouca solubilidade, ao passo que líquidos como o álcool, acetona 
(conhecidos como solventes polares) tem grande solubilidade, isto é, podem ser diluídos até um 
ponto em que a mistura (solvente polar + água) não seja inflamável.
A volatilidade, que é a facilidade com que os líquidos liberam vapores, também é de 
grande importância, porque quanto mais volátil for o líquido, maior a possibilidade de haver 
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
 
EEAR 9 
fogo, ou mesmo explosão. Chamamos de voláteis os líquidos que liberam vapores a temperaturas 
menores que 20º C.
➢ Combustível gasoso - Os gases não têm volume definido, tendendo, rapidamente, a 
ocupar todo o recipiente em que estão contidos (Fig. 08). Se o peso do gás é menor 
que o do ar, o gás tende a subir e dissipar-se. Mas se o peso do gás é maior que o do 
ar, o gás permanece próximo ao solo e caminha na direção do vento, obedecendo ao 
contorno do terreno. Para o gás queimar-se, há necessidade de que esteja em uma 
mistura ideal com o comburente, e, portanto, se estiver numa concentração fora de 
determinados limites, não queimará. Cada gás ou vapor tem seus limites próprios. Por 
exemplo, se num ambiente há menos de 1,4% ou mais de 7,6% de vapor de gasolina, 
não haverá combustão, pois a concentração de vapor de gasolina neste local está fora 
do que se chama de mistura ideal, ou limites de inflamabilidade.
Figura 08
COMBUSTÍVEL
CONCENTRAÇÃO METANO PROPANO HIDROGÊNIO ACETILENO
LIMITE INFERIO 1,40% 5,00% 4,00% 2,00%
LIMITE SUPERIOR 7,60% 17,00% 75,00% 100,00%
Tabela 01
Observação: a tabela acima tem o intuito de exemplificar o texto, evite decorá-la, pois são 
inúmeros os combustíveis com seus limites de concentração. Procure aprender sobre os limites 
de concentração dos combustíveis que você tem contato no dia-a-dia.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 10 
1.5.2 Comburente (agente oxidante)
É o elemento que possibilita vida às chamas e intensifica a combustão. Assim é que em 
ambientes pobres de oxigênio o fogo não tem chamas e nos locais ricos em oxigênio as chamas 
são brilhantes e com elevada temperatura, como no caso dos maçaricos e oxi-acetileno utilizados 
para corte de metais e soldagem (Fig. 09).
Existem corpos que possuem oxigênio em sua estrutura (agentes oxidantes), liberando-os 
durante a queima ou em outras reações (são raros); portanto podem manter a combustão em 
ambientes fechados, onde não exista oxigênio do ar: é o caso das pólvoras dos cartuchos de arma 
de fogo.
Normalmente o que atua como Comburente na combustão é o oxigênio existente no ar 
atmosférico, cuja composição, em números aproximados, é de 78% de Nitrogênio, 21% de 
Oxigênio e 1% de outros gases.
Em ambientes com a composição normal do ar (21% de oxigênio), a queima se 
desenvolve com velocidade normal e de maneira completa, notam-se chamas. Contudo, a 
combustão consome o oxigênio do ar num processo contínuo. Quando a porcentagem de 
oxigênio do ambiente passa para uma faixa compreendida entre 16% e 8%, a queima torna-se 
mais lenta, notam-se brasas e não mais chamas. Quando o oxigênio do ambiente atinge a 
concentração menor de 8%, não há combustão.
Figura 09
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 11 
1.5.3 Calor (agente ígneo)
Calor é o elemento que dá início ao fogo. É a forma de energia que eleva a temperatura, 
gerada da transformação de outra energia, obtidas através de processo físico ou químico. Pode 
ser descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é, movimentação ou vibração da 
molécula que compõem a matéria. As moléculas estão constantemente em movimento (Fig. 10).
Figura 10
Quando um corpo é aquecido, a velocidade das moléculas aumenta e o calor 
(demonstrado pela variação de temperatura) também aumenta.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 12 
1.5.3.1 Fontes de calor
O calor é gerado pela transformação de outras formas de energia, quais sejam (Fig. 11):
➢ energia química: a quantidade de calor gerado pelo processo de combustão;
➢ energia elétrica: o calor gerado pela passagem de eletricidade através de um condutor, 
como um fio elétrico ou um aparelho eletrodoméstico;
➢ energia mecânica: o calor gerado pelo atrito de dois corpos;
➢ energia nuclear: o calor gerado pela quebra ou fusão de Átomos.
Figura 11
1.5.3.2 Efeitos do calor
O calor é a forma de energia que produz efeitos físicos e químicos nos corpos e efeitos 
fisiológicos nos seres vivos. Em conseqüência do aumento de intensidade do calor, os corpos 
apresentarão sucessivas modificações, inicialmente físicas e depois químicas. Assim, por 
exemplo, ao aquecermos um pedaço de ferro, este, inicialmente aumenta sua temperatura e, a 
seguir, o seu volume. Mantido o processo de aquecimento, o ferro muda de cor, perde a forma, 
até atingir o seu ponto de fusão, quando se transforma de sólido para líquido. Continuando ainda 
o aquecimento, gaseifica-se e queima em contato com o oxigênio, transformando-se em outra 
substância.
1.5.3.2.1 Elevação da temperatura
Este fenômeno se desenvolve com maior rapideznos corpos considerados bons 
condutores de calor, como os metais; mais vagarosamente, nos corpos tidos como maus 
condutores de calor, como por exemplo, o amianto (Fig. 12).
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 13 
Por ser mau condutor de calor, o amianto é utilizado na confecção de materiais de 
combate a incêndios, como roupas, capas e luvas de proteção ao calor. Atualmente estes vêm 
sendo substituídos por outros materiais maus condutores de calor (ex. nomex, kevlar, etc.).
O conhecimento sobre a condutibilidade de calor dos diversos materiais é de grande valia 
na prevenção de incêndios. Aprendemos que materiais combustíveis nunca devem permanecer 
em contato com corpos bons condutores, sujeitos a uma qualquer fonte de aquecimento.
Figura 12
1.5.3.2.2 Aumento de volume
Todos os corpos - sólidos, líquidos ou gasosos - se dilatam e se contraem conforme o 
aumento ou diminuição da temperatura.
A atuação do calor não se faz de maneira igual sobre todos os materiais. Alguns 
problemas podem decorrer dessa diferença. Imaginemos por exemplo uma viga de concreto de 
10m exposta a uma variação de temperatura de 7000 C. A esta variação, o ferro, dentro da viga, 
aumentará seu comprimento cerca de 84 mm, e o concreto, 42 mm. Com isso, o ferro tende a se 
deslocar no concreto, que perde a capacidade de sustentação, enquanto que a viga “empurra” 
toda a estrutura que sustenta em, pelo menos, 42 mm (Fig. 13).
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 14 
Figura 13
Os materiais não resistem a variações bruscas de temperatura. Por exemplo, ao jogarmos 
água em um corpo superaquecido, este se contrai de forma rápida e desigual, o que lhe causa 
rompimentos, fissuras e da nos. Pode ocorrer um enfraquecimento deste corpo, chegando até a 
um colapso, isto é, ao surgimento de grandes rupturas internas que fazem com que o material não 
mais se sustente (Obs:. mudanças bruscas de temperatura, como as relatadas acima, são causas 
comuns de desabamentos de estruturas).
A dilatação dos líquidos também pode produzir situações perigosas, provocando 
transbordamento de vasilhas, rupturas de recipientes contendo produtos perigosos ou 
inflamáveis, etc.
A dilatação dos gases provocada por aquecimento acarreta risco de explosões físicas, 
pois, ao serem aquecidos até 2730 C os gases duplicam de volume; a 5460 C o seu volume é 
triplicado, e assim sucessivamente. Sob a ação do calor, os gases liquefeitos comprimidos 
aumentam a pressão no interior dos recipientes que os contém, pois não tem para onde se 
expandir. Se o aumento de temperatura não cessar, ou se não houver dispositivos de segurança 
que permitam escape dos gases, pode ocorrer uma explosão, provocada pela ruptura das paredes 
do recipiente e pela violenta expansão dos gases. Os vapores líquidos (inflamáveis ou não) se 
comportam como os gases.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 15 
1.5.3.2.3 Mudança no estado físico da matéria
Com o aumento do calor, os corpos tendem a mudar seu estado físico: alguns sólidos 
transformam-se em líquidos (liquefação), líquidos transformam em gases (gaseificação) e há 
sólidos que se transformam diretamente em gases (sublimação). Isso se deve ao fato de que o 
calor faz com que haja maior espaço entre as moléculas e estas, separando-se, mudam o estado 
físico da matéria.
No gelo, as moléculas vibram pouco e estão bem juntas; com o calor elas adquirem 
velocidade e maior espaçamento, transformando um sólido (gelo) em um líquido (água) (Fig. 
14).
Figura 14
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 16 
1.5.3.2.4 Mudança no estado químico da matéria
Mudança química é aquela em que ocorre a transformação de uma substância em outra 
(Fig. 15).
A madeira, quando aquecida, não libera moléculas de madeira em forma de gases, e sim 
outros gases, diferentes, em sua composição, das moléculas originais da madeira. Essas 
moléculas são menores e mais simples, por isso tem grande capacidade de combinar com outras 
moléculas, as de oxigênio, por exemplo. Podem produzir também gases venenosos ou explosões.
Figura 15
1.5.3.2.5 Efeitos fisiológicos do calor
O calor é a causa direta da queima e de outras formas de danos pessoais. Danos causados 
pelo calor incluem desidratação, insolação, fadiga e problemas para o aparelho respiratório, além 
de queimaduras, que nos casos mais graves (1°, 2° e 3° graus) podem levar a morte (Fig. 16).
Figura 16
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
 
EEAR 17 
1.5.3.3 Propagação do calor
O calor pode se propagar de três diferentes maneiras: condução, convecção e irradiação. 
Como tudo na natureza tende ao equilíbrio, o calor é transferido de objetos com temperatura 
mais alta para aqueles com temperatura mais baixa. O mais frio dos dois objetos absorverá calor 
até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro.
1.5.3.3.1 Condução
Condução é a transferência de calor de molécula para molécula, ou seja, para que haja 
transmissão por condução é necessário que os corpos estejam juntos. Se colocarmos a 
extremidade de uma barra de ferro próxima a uma fonte de calor as moléculas desta extremidade 
absorverão calor, elas vibrarão mais rigorosamente e se chocarão com as moléculas vizinhas, 
transferindo-lhes calor. Essas moléculas vizinhas, por sua vez, passarão adiante a energia 
calorífica, de modo que o calor será conduzido ao longo da barra para a extremidade fria. Na 
condução, o calor passa de molécula a molécula, mas nenhuma molécula é transportada com o 
calor (Fig. 17).
Quando dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzido através deles como se 
fossem um só corpo.
A transmissão de calor por condução se dá nos combustíveis sólidos, líquidos e gasosos. 
Os combustíveis líquidos e gasosos são pobres condutores de calor concentrado.
Figura 17
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 18 
1.5.3.3.2 Convecção
É o processo de transferência de calor que se faz através da circulação do meio 
transmissor: gás ou líquido.
Quando a água é aquecida num recipiente de vidro, pode-se observar um movimento, 
dentro do próprio líquido, de baixo para cima. À medida que a água é aquecida, ela se expande e 
fica menos densa (mais leve) provocando um movimento para cima, deixando espaço para que 
outro volume de água mais denso ocupe o seu lugar para ser aquecido e, assim, sucessivamente.
Da mesma forma, o ar aquecido se expande e tende a subir para as partes mais altas do 
ambiente, enquanto o ar frio toma lugar nos níveis mais baixos. Em incêndios de edifícios, essa é 
a principal forma de propagação de calor para andares superiores, quando os gases aquecidos 
encontram caminho através de escadas, poços de elevadores, etc. (Fig. 18).
Figura 18
1.5.3.3.3 Irradiação
É a transmissão de calor por ondas de energia calorífica que se deslocam através do 
espaço. As ondas de calor propagam-se em todas as direções e a intensidade com que os corpos 
são atingidos aumenta ou diminui à medida que estão mais próximos ou mais afastados da fonte 
de calor. Por exemplo, o calor do Sol é transmitido através do vácuo celeste até alcançar a Terra, 
quando é absorvido.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 19 
Um corpo mais aquecido emite ondas de energia calorífica para um outro mais frio até 
que ambos tenham a mesma temperatura. O bombeiro deve estar atento aos materiais ao redor de 
uma fonte que irradie calor para protegê-los, evitandonovos focos de incêndios. Para se proteger 
o bombeiro deve utilizar roupas apropriadas e água (como escudo) (Fig. 19).
Figura 19
1.5.3.4 Pontos de temperatura
Os combustíveis são transformados pelo calor, e a partir desta transformação, é que 
combinam com o oxigênio, resultando a combustão. Essa transformação desenvolve-se em 
temperaturas diferentes, à medida que o material vai sendo aquecido (Fig. 20).
Figura 20
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
 
EEAR 20 
COMBUSTÍVEL PONTO DE FULGOR °C PONTO DE IGNIÇÃO °C
álcool 12,8 371
éter -40 160
Gasolina de aviação -45,5 440
glicerina 160 365
naftalina 79 524,5
Óleo de soja 282 445
parafina 199 245
querosene 38 210
Tabela 02
Observação: a tabela acima tem o intuito de exemplificar o texto, evite decorá-la, pois são 
inúmeros os combustíveis com seus pontos de fulgor e ignição. Procure aprender sobre os pontos 
de fulgor e ignição dos combustíveis que você tem contato no dia-a-dia.
Com o aquecimento, chega-se a uma temperatura em que o material começa a liberar 
vapores, que se incendeiam se houver uma fonte externa de calor. Neste ponto, chamamos de 
“Ponto de Fulgor”, as chamas não se mantêm, devido à pequena quantidade de vapores. 
Prosseguindo no aquecimento, atinge-se uma temperatura em que os gases desprendidos do 
material, ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor, iniciam a combustão, e 
continuam a queimar sem auxílio daquela fonte. Esse ponto é chamado de “Ponto de 
Combustão”. Continuando o aquecimento, atinge-se um ponto no qual o combustível, exposto ao 
ar, entra em combustão sem que haja uma fonte externa de calor. Esse ponto é chamado de 
“Ponto de Ignição”. Definindo, para fins didáticos, teremos:
➢ Ponto de fulgor - Ponto de Fulgor é a temperatura mínima na qual os corpos 
combustíveis começam a desprender vapores que se incendeiam com uma fonte 
externa de calor, entretanto a chama não se mantém, devido à insuficiência nas 
quantidades de vapores.
➢ Ponto de combustão - Ponto de Combustão é a temperatura mínima na qual os gases 
desprendidos dos corpos combustíveis, ao entrarem em contato com uma fonte externa 
de calor, inflamam-se e mantém a combustão.
➢ Ponto de ignição - Ponto de Ignição é a temperatura mínima, na qual os gases 
desprendidos dos combustíveis, ao entrarem em contato com o oxigênio do ar, se 
inflamam, independente de qualquer fonte externa de calor (chama ou centelha) e 
mantém a combustão.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 21 
1.5.4 Reação em cadeia
A combustão, sendo um fenômeno químico, processa-se no sistema de reação em cadeia 
que, após a partida inicial, é mantida pelo calor produzido durante o processamento da reação 
(Fig. 21).
Figura 21
A reação em cadeia torna a queima auto-sustentável. O calor irradiado das chamas atinge 
o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o oxigênio e 
queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um ciclo constante.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 22 
1.6 Processo da combustão
O início da combustão requer a conversão do combustível para o estado gasoso, o que se 
dará por aquecimento. O combustível pode ser encontrado nos três estado da matéria: sólido, 
líquido e gasoso. (Fig. 22)
Figura 22
Na realidade quando as temperaturas começam a elevar-se acima do normal, temos um 
fenômeno denominado pirólise, que pode ser definida como a decomposição química da matéria 
pela ação do calor, passando diretamente do estado sólido para o estado gasoso.
O principal efeito da pirólise é a possibilidade e a frequência com que, por pirólise, são 
obtidos produtos cujos pontos de ignição estejam situados abaixo do ponto de ignição do 
material que esta sendo pirolisado, de modo que esses produtos assim obtidos entram, 
imediatamente, em combustão e determinam a auto-pirolisação das substâncias; por isso, 
podemos ter num incêndio verdadeiros saltos de temperatura.
Para exemplificar este processo, observamos a queima da madeira que, o olho nu, tem-se 
uma impressão errada do fenômeno. Na realidade, o que queima são os gases que ela desprende 
na decomposição: ácido acético, álcool metílico e monóxido de carbono.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 23 
A madeira a 1000 C começa a evaporar (Fig. 23); a 1800 C escurece e começa a destilar, 
liberando ácido acético, álcool metílico e CO (Fig. 24); a 2500 C, se houver ação de um agente 
ígneo externo, se inflamam (Fig. 25).
Figura 23
Figura 24
Figura 25
Como exceção e como casos raros existem combustíveis que se queimam diretamente no 
estado sólido.
Exemplo: potássio, magnésio, cálcio, etc.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
 
EEAR 24 
1.7 Fases do fogo
Se o fogo ocorrer em área ocupada por pessoas, há grandes chances de que o fogo seja 
descoberto no início e a situação resolvida; mas se ocorrer quando a edificação estiver deserta e 
fechada, o fogo continuará crescendo até ganhar grandes proporções.
Podemos entender melhor os incêndios se compreendermos suas fases de 
desenvolvimento (fase inicial, fase da queima livre e fase da queima lenta).
1.7.1 Fase inicial
Nesta primeira fase, o oxigênio contido no ar não está significativamente reduzido e o 
fogo está produzindo vapor d’água (H2O), dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono 
(CO) e outros gases. Grande parte do calor está sendo consumido no aquecimento dos 
combustíveis, e a temperatura do ambiente, neste estágio, está ainda pouco acima do normal. O 
calor está sendo gerado e evoluirá com o aumento do fogo (Fig. 26).
Figura 26
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 25 
1.7.2 Fase da queima livre
Durante esta fase, o ar, rico em oxigênio, é arrastado para dentro do ambiente pelo efeito 
da convecção, isto é, o ar quente “sobe” e sai do ambiente, forçando a entrada de ar fresco pelas 
aberturas nos pontos mais baixos do ambiente (Fig. 27).
Figura 27
Os gases aquecidos espalham-se preenchendo o ambiente e, de cima para baixo, forçam o 
ar frio a permanecer junto ao solo; eventualmente, causam a ignição dos combustíveis nos níveis 
mais altos do ambiente. Este ar aquecido é uma das razões pelas quais os bombeiros devem se 
manter abaixados e usar equipamentos de proteção respiratória, evitando queimar os pulmões. 
Neste momento a temperatura nas regiões superiores do ambiente pode exceder 7000 C.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 26 
Na fase da queima livre, o fogo aquece gradualmente todos os combustíveis do ambiente. 
Quando determinados combustíveis atingem seu ponto de ignição, simultaneamente, haverá uma 
queima instantânea e concomitante desses produtos, o que poderá provocar uma explosão 
ambiental, ficando toda a área envolvida pelas chamas. Este fenômeno é conhecido como 
flashover (Fig. 28).
Figura 28
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 27 
1.7.3 Fase da queima lenta
Como nas fases anteriores, o fogo continua a consumir o oxigênio, até atingir um ponto 
onde o comburente é insuficiente para sustentar a combustão. Nesta fase, as chamas podem 
deixar de existir se não houver ar suficiente para mantê-las (Fig. 29).
Figura 29
O fogo é normalmente reduzido a brasas, o ambiente torna-se completamente ocupado 
por fumaça densa e os gases se expandem. Devido à pressãointerna ser maior que a externa, os 
gases saem por todas as fendas em forma de golfadas, que podem ser observadas em todos os 
pontos do ambiente.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 28 
Na fase da queima lenta, a combustão é incompleta porque não há oxigênio suficiente 
para sustentar o fogo. Contudo, o calor da queima livre permanece, e as partículas de carbono 
não queimadas (bem como outros gases inflamáveis, produtos da combustão) estão prontas para 
incendiar-se rapidamente, assim que o oxigênio for suficiente. Na presença de oxigênio, esse 
ambiente explodirá. A essa explosão chamamos backdraft (Fig. 30). 
Figura 30
Uma ventilação adequada (ventilação pelo ponto mais alto do ambiente) permite que os 
gases combustíveis superaquecidos sejam retirados do ambiente. 
São condições que podem indicar uma situação de backdraft (Fig. 31):
➢ fumaça sob pressão, num ambiente fechado;
➢ fumaça escura, tornando-se densa, mudando de cor (cinza e amarelada) e saindo do 
ambiente em formas de golfadas;
➢ calor excessivo (nota-se pela temperatura da porta);
➢ pequenas chamas ou inexistência destas;
➢ resíduos da fumaça impregnando o vidro das janelas;
➢ pouco ruído;
➢ movimento de ar para o interior do ambiente quando alguma abertura é feita (em 
alguns casos ouve-se o ar assobiando ao passar pelas frestas).
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 29 
Figura 31
1.8 Velocidade da combustão
Dois elementos são preponderantes na velocidade da combustão: o comburente e o 
combustível; o calor entra no processo para decompor o combustível. A velocidade da 
combustão variará de acordo com a porcentagem do oxigênio no ambiente e as características 
físicas e químicas do combustível.
De acordo com a velocidade da reação as combustões podem ser:
➢ lentas: quando não há produção de chama, ou qualquer fenômeno luminoso (notam-se 
brasas);
➢ vivas: quando dá lugar a produção de chamas, ou qualquer fenômeno luminoso (fogo 
comum);
➢ muito Vivas: quando a velocidade da reação é muito grande, mas inferior a velocidade 
do som (300 m/s), são as deflagrações (queima da pólvora em espaço não confinado);
➢ instantâneas: quando a combustão se processa de forma súbita e atinge de imediato 
toda a massa do combustível. São verdadeiras explosões, como as que ocorrem com as 
serragens em suspensão no ar.
São fatores que influenciam na velocidade da reação:
➢ presença de catalisadores. Estes interferem na velocidade da reação sem, contudo, 
tomar parte na reação;
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 30 
➢ relação superfície e massa. Um pedaço de madeira maciça queima com relativa 
dificuldade, sendo que a mesma quantidade de madeira, porém divididas em aparas, 
queima com facilidade e com grande velocidade;
➢ natureza do combustível. Os combustíveis mais voláteis queimam com velocidade 
maior, que aqueles com grau de decomposição mais difícil;
➢ concentração do calor. Os ambientes capazes de concentrar o calor possibilitam o 
aumento da temperatura facilitando a maior velocidade da combustão.
1.9 Formas de combustão
Quanto a Forma as combustões podem ser classificadas em:
➢ combustão completa: é aquela em que a queima se processa em ambiente rico em 
oxigênio (Fig. 32);
Figura 32
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 31 
➢ combustão incompleta: é aquela que a queima se processa em ambiente pobre em 
oxigênio (Fig. 33);
Figura 33
➢ combustão espontânea: é o que ocorre, por exemplo, quando do armazenamento de 
certos vegetais que pela ação de bactérias, fermentam (Fig. 34). A fermentação produz 
calor e libera gases que podem incendiar. Alguns materiais entram em combustão sem 
fonte externa de calor (materiais com baixo ponto de ignição); outros entram em 
combustão à temperatura ambiente (200 C), como o fósforo branco (Fig. 35). Ocorre 
também, na mistura de determinadas substâncias químicas, quando a combinação gera 
calor e libera gases em quantidade suficiente para iniciar a combustão. Por exemplo, 
água + sódio (Fig. 36).
Figura 34
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 32 
Figura 35
Figura 36
1.10 Produtos da combustão
Quando um combustível queima, sempre haverá certos produtos da combustão. Estes 
produtos da combustão são classificados em quatro categorias: gases da combustão, chama, calor 
e fumaça.
1.10.1 Chama
A chama é o corpo visível e luminoso de uma fase gasosa queimando-se, tornando-se 
mais quente e luminosa quando a porcentagem de oxigênio é maior.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 33 
1.10.2 Calor
É um dos produtos gerados da combustão, é também o responsável pelo início e 
propagação do incêndio. No sentido fisiológico, é a causa direta de queimaduras e outras formas 
de lesões (desidratação, esgotamento, danos respiratórios, etc.).
1.10.3 Fumaça
A fumaça que se encontra normalmente num incêndio, consiste de uma mistura de 
oxigênio, nitrogênio, dióxido de carbono, um pouco de monóxido de carbono, partículas 
finamente divididas de carbono e uma mistura de produtos liberados pelos materiais envolvidos 
na combustão. A falta de visibilidade é a causa da desorientação que pode atrapalhar as pessoas 
num edifício.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 34 
1.10.4 Gases da combustão
Os gases da combustão podem ser definidos como aqueles gases que permaneceram 
quando os produtos da combustão são esfriados até alcançar temperaturas normais.
Uma análise nos produtos da combustão indicará a presença dos seguintes corpos 
resultantes da combustão: o gás carbônico (CO2), o vapor de água (H2O), o anidrido sulfuroso 
(SO2) e o monóxido de carbono (CO), como principais produtos, além de cinzas e outras partes 
sólidas (Fuligem).
Figura 37
Neste artigo, interessa-nos os produtos nocivos da combustão (Fig. 37), são eles:
1.10.4.1 Monóxido de carbono
Em uma combustão completa, com suficiência de oxigênio, a combinação entre o 
carbono e o oxigênio, formará um composto estável, o gás carbônico (CO2); mas quando houver 
carência de oxigênio, teremos uma combustão incompleta e aquela combinação formará o 
composto monóxido de carbono (CO).
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 35 
A combustão incompleta é prontamente reconhecida pela intensa formação de fumaça, 
constituída dos elementos já citados e principalmente do monóxido de carbono.
O monóxido de carbono (CO), também chamado de óxido de carbono, óxido carbônico e 
protóxido de carbono; é um gás incolor, inodoro, insípido e forma misturas explosivas com o 
oxigênio e com o ar, com este na proporção de 12,5 a 74% torna-se altamente perigoso 
(explosivo).
É venenosíssimo, forma com sangue um composto estável denominado 
carboxihemoglobina, que impede a chegada do oxigênio aos órgãos e músculos e impede a 
expulsão do CO2. Normalmente a fumaça contém menos de 0,5% deste gás;ntretanto 0,1% é 
suficiente para privar o homem de suas faculdades locomotoras, 0,5% produz a inconsciência, 
2% matam em uma hora e 10% imediatamente. Duas respirações profundas, em concentrações 
de 2% de CO, podem matar uma pessoa em três minutos. Por este motivo quando o operador 
sentir a mais leve dor de cabeça em um ambiente enfumaçado, deve abandoná-lo imediatamente 
procurando respirar ar fresco, antes que o monóxido de carbono o impeça.
A combustão incompleta provoca a formaçãode fumaça tão densa que impossibilita 
totalmente a visão, mesmo com a luz do dia. Por isso, quando o bombeiro tiver que penetrar em 
locais enfumaçados, além da mascara deverá também fazer uso de uma corda-espia amarrada à 
cintura, a qual lhe servirá como cabo guia. Quando possível, executa-se um trabalho de 
ventilação do ambiente, facilitando a atuação do bombeiro.
1.10.4.2 Anidrido sulfuroso
Nos incêndios em que se queima enxofre, ou seus compostos, teremos a formação do gás 
denominado anidrido sulfuroso (SO2). É um gás incolor, de cheiro desagradável, sufocante, de 
sabor ácido, venenoso e muito solúvel na água.
É utilizado para fabricação de ácido sulfúrico, como desinfetante, como alvejante de lã, 
da seda. É vendido no comércio, comprimido sob pressão, em cilindros de aço. 
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 36 
1.10.4.3 Gases nitrosados
Os gases nitrosados são produzidos pela queima incompleta de compostos de nitrogênio; 
são altamente venenosos, poucas inalações produzem graves consequências e até mesmo a 
morte. O composto mais conhecido de nitrogênio é o celulóide.
O celulóide é um material muito usado para a fabricação de filmes, ao queimar produz 
grandes quantidades de monóxido de carbono além de gases nitrosados; apresenta grande 
sensibilidade ao fogo, queimando com grande rapidez, podendo originar grandes incêndios. O 
celulóide, uma vez inflamado, não admite sua extinção por abafamento, devido a grande 
quantidade de oxigênio em sua composição.
Os gases resultantes da combustão incompleta do celulóide contêm cerca de 40% de 
monóxido de carbono, 20% de gases nitrosados, 25% de gás carbônico e os restantes 15% de 
compostos cianídricos, hidrocarbonetos, nitrogênio e hidrogênio. Donde se conclui que os gases 
resultantes, além de venenosos, são altamente explosivos.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 37 
1.11 Explosões
Uma explosão pode ser conceituada como o desenvolvimento repentino ou a súbita 
expansão de uma grande massa gasosa (Fig. 38), geralmente acompanhada por efeitos sonoros 
(estrondo ou estampido) e mecânicos (esmagamento ou ruptura de materiais atingidos pela onda 
explosiva).
As explosões verdadeiras são determinadas por substâncias especiais, os explosivos. Por 
definição, um explosivo é uma substância capaz de se decompor instantaneamente com a 
produção de grande massa de gases. Os explosivos são divididos em dois grandes grupos: os 
baixos explosivos (produção de calor e a formação de chamas) e os altos explosivos (ação de 
esmagamento e ruptura).
Figura 38
No nosso estudo, ou seja, especificamente relacionados com os incêndios, o que merece 
especial atenção são as explosões causadas pelos pseudo-explosivos, consequentes de 
combustões extremamente rápidas de gases, ou de materiais combustíveis finamente divididos, 
em mistura com o ar ambiente e em uma proporção que é denominada limite de explosividade 
(explosões de gases, poeiras, etc.).
As explosões de gases combustíveis em mistura com o ar são bastante conhecidas e, de 
certo modo, frequentes, ocorrendo sempre que um agente ígneo inflama uma mistura que está 
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 38 
compreendida dentro de determinadas proporções, constituindo o que se chama de mistura 
explosiva.
Limite de explosividade de alguns combustíveis quando em mistura com o ar.
COMBUSTÍVEL MÍNIMO MÁXIMO
acetona 2,15% 13,00%
acetileno 2,50% 80,00%
butano 1,60% 8,50%
Monóxido de carbono 12,50% 74,20%
Álcool etílico 3,28% 19,00%
Óleo diesel 6,60% 13,50%
Gás encanado 5,30% 31,00%
gasolina 1,30% 6,00%
querosene 1,16% 6,00%
metano 5,30% 13,90%
hidrogênio 4,10% 74,20%
Tabela 03
Observação: a tabela acima tem o intuito de exemplificar o texto, evite decorá-la, pois são 
inúmeros os combustíveis com seus limites de explosividade. Procure aprender sobre os limites 
de explosividade dos combustíveis que você tem contato no dia-a-dia.
1.12 Métodos de extinção do fogo
Os métodos modernos de extinção do fogo baseiam-se na eliminação de um ou mais dos 
elementos essenciais que provocam o fogo.
1.12.1 Retirada do material
A retirada de material ou controle do combustível é o método de extinção mais simples 
na sua realização, pois é executado com a força física, não exige aparelhos especializados; 
consiste na retirada ou interrupção do campo de propagação do fogo, no material ainda não 
atingido pelo incêndio.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 39 
Como exemplo do emprego deste tipo de extinção, citamos o aceiro praticado nos casos 
de incêndios, em matas, florestas e campos, que interrompem a continuidade do fogo, facultando 
o seu domínio. O fechamento da válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido ou 
gasoso é outro exemplo do método de extinção através da retirada de material (Fig. 39).
Figura 39
Este método é também denominado como corte ou remoção do suprimento do 
combustível.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 40 
1.12.2 Resfriamento
O resfriamento ou controle do calor é o método de extinção mais usado. Consiste em 
retirar calor do material incendiado, conseqüentemente diminuindo a liberação de gases ou 
vapores inflamáveis.
A água é o agente extintor mais usado, por ter grande capacidade de absorver calor, ser 
facilmente encontrada na natureza e devido as suas características e propriedades torna-se fácil 
sua utilização pelos bombeiros (Fig. 40).
Figura 40
A redução da temperatura está ligada à quantidade e à forma de aplicação da água 
(jato/neblina), de modo que ela absorva mais calor que o incêndio é capaz de produzir. É inútil o 
emprego de água onde queimam combustíveis com baixo ponto de combustão (menos de 200 C), 
pois a água resfria até a temperatura ambiente e o material continuará produzindo gases 
combustíveis.
1.12.3 Abafamento
O abafamento ou controle do comburente é o método de extinção mais difícil, pois a não 
ser em pequenos incêndios que podem ser abafados com tampas de vasilhas, panos, cobertores 
etc., necessita-se de aparelhamento e produtos específicos para sua obtenção.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 41 
Consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com o material combustível. Não 
havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo. Como exceção, estão os 
materiais que têm o oxigênio em sua composição e queimam sem a necessidade do oxigênio do 
ar, como os peróxidos orgânicos e o fósforo branco (Fig. 41).
Figura 41
Conforme já vimos anteriormente, a diminuição do oxigênio em contato com o 
combustível vai tornando a combustão mais lenta, até a concentração de oxigênio chegar abaixo 
de 8%, onde não haverá mais combustão.
Colocar uma tampa sobre um recipiente contendo álcool em chamas, ou colocar um copo 
voltado de boca para baixo sobre uma vela acesa, são duas experiências práticas que mostram 
que o fogo se apagará tão logo se esgote o oxigênio em contato com o combustível. Pode-se, 
também, abafar o fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra, cobertores, vapor 
d’água, espumas, pós, gases especiais, etc.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 42 
Figura 42
Assim é que se julgou que a ação extintora dos pós-químicos, a base de bicarbonato, 
fosse devida principalmente à formação de CO2 conseqüente de sua queima; entretanto, a 
experiência indicava que o pó era nomínimo duas vezes mais eficiente que a ação extintora de 
igual quantidade de CO2 usada separadamente. Devido a este fato chegou-se a conclusão de que 
a única teoria capaz de explicar a ação dos referidos agentes é a extinção de natureza química, 
pois a reação destes agentes intervém na cadeia de combustão.
1.13 Classificação dos incêndios
A classificação adotada pelo Comando da Aeronáutica é a classificação elaborada pela 
NFPA (National Fire Protection Association/EUA), adotada pela IFSTA (International Fire 
Service Training Association/EUA) e adotada, também, pelo Corpo de Bombeiros da Polícia 
Militar do Estado de São Paulo.
Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a 
situação; é feita para determinar o agente extintor adequado para o tipo de incêndio específico. 
Entendemos como agentes extintores, todas as substâncias capazes de eliminar um ou mais dos 
elementos essenciais do fogo, cessando a combustão. As classes de incêndio são em numero de 
quatro: A, B, C e D (Fig. 43).
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 43 
Figura 43
1.13.1 Incêndio classe A
São incêndios envolvendo combustíveis sólidos comuns (Fig. 44) como papel, madeira, 
tecido, borracha, etc. É caracterizado pelas cinzas e brasas que deixam como resíduos e por 
queimar em razão do seu volume, isto é, a queima se dá na superfície e em profundidade.
Figura 44
Necessita de resfriamento para sua extinção (Fig. 45), isto é, do uso de água ou soluções 
que a contenha em grande porcentagem, a fim de reduzir a temperatura do material em 
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
 
EEAR 44 
combustão. O emprego de pós-químicos irá apenas retardar a combustão, não agindo na queima 
em profundidade.
Figura 45
1.13.2 Incêndio classe B
São os incêndios em líquidos combustíveis (Fig. 46), graxas e gases combustíveis.
Exemplos: gasolina, óleo, tintas, gases liquefeitos, álcool, graxas. Esta classe de incêndio é 
caracterizada pelo fato de o fogo queimar unicamente à razão da superfície e não deixar resíduos.
Os líquidos inflamáveis pegam fogo com grande facilidade, pois em temperatura 
ambiente já estão produzindo gases ou vapores (ponto de combustão). Esta classe de incêndio 
necessita para sua extinção o método do abafamento (Fig. 47) ou da interrupção da reação em 
cadeia.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
 
EEAR 45 
No caso de líquidos muito aquecidos, que já atingiram o ponto de ignição, é necessário 
também o resfriamento.
Figura 46
Figura 47
1.13.3 Incêndio classe C
Incêndios envolvendo equipamentos energizados (Fig. 48), tais como condutores e 
motores elétricos, transformadores de voltagem, disjuntores e outros aparelhos elétricos 
energizados. Caracteriza-se pelos riscos que oferecem aos operadores.
Para sua extinção necessita de agente extintor que não conduza a corrente elétrica (Ex. 
CO2) e utilize o principio de abafamento ou interrupção da reação em cadeia (Fig. 49).
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 46 
Esta classe de incêndio pode ser mudada para “Classe A”, se for interrompido o fluxo 
elétrico. Deve-se ter cuidado com equipamentos (televisores, por exemplo) que acumulam 
energia elétrica, pois estes continuam energizados mesmo após a interrupção da corrente elétrica.
Figura 48
Figura 49
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 47 
1.13.4 Incêndio da classe D
São incêndios em metais alcalinos (magnésio, selênio, potássio, etc.) e outros 
combustíveis pirofóricos (Fig. 50) que constituem exceção aos métodos convencionais de 
extinção. Esses combustíveis têm um comportamento diferente dos combustíveis comuns; por 
esta razão, são considerados combustíveis especiais. São caracterizados pela queima em altas 
temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns (principalmente os que contenham 
água). Para sua extinção, necessita de agentes extintores especiais que se fundem em contato 
com o metal combustível, formando uma espécie de capa que o isola do ar atmosférico, 
interrompendo a combustão por abafamento (Fig. 51). Os pós-especiais são compostos dos 
seguintes materiais: cloreto de sódio, cloreto de bário, monofosfato de amônia, grafite seco. 
Estes produtos deverão cumprir as especificações da Organização Internacional de Normatização 
(ISO 7202).
Figura 50
Figura 51
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 48 
1.13.5 Considerações
Pelo que foi exposto acima, verifica-se que os incêndios das Classes A e B caracterizam-
se pelo modo como se queimam. Os incêndios de Classe C e D pelo risco de vida que oferecem 
aos operadores.
Alguns autores admitem como incêndio de Classe D os incêndios em que ocorrem 
conjuntamente as três classes: A, B e C, como por exemplo, incêndios em veículos.
1.14 Agentes extintores
São denominados agentes extintores as substâncias capazes de interromper uma 
combustão, quer por resfriamento, abafamento, extinção química (quebra da reação em cadeia), 
utilizando, inclusive, simultaneamente esses processos.
São normalmente utilizados através de equipamentos especializados ou instalações 
adequadas e destinadas a proporcionar a proteção contra o fogo.
Os agentes extintores, normalmente utilizados para combate de incêndio são os seguintes: 
água, espuma, gases inertes, pós-químicos, halogenados e outros agentes.
1.14.1 Água
A água é o agente extintor mais abundante na natureza. Age principalmente por 
resfriamento, devido a sua propriedade de absorver grande quantidade de calor. Atua também 
por abafamento, dependendo da forma como é aplicada.
A água é o agente extintor mais empregado, em virtude do seu baixo custo e da facilidade 
de obtenção. Em razão da existência de sais minerais em sua composição química, a água conduz 
eletricidade e seu usuário, em presença de materiais energizados, pode sofrer choque elétrico. 
Quando utilizada em combate ao fogo em líquidos inflamáveis, há o risco de ocorrer 
transbordamento do líquido que está queimando ou mesmo um “boil over”, aumentando, assim a 
área do incêndio.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 49 
A água é utilizada, para extinção de incêndio, no estado líquido através de jato sólido 
(compacto), jato pulverizado (chuveiro) e neblina; no estado gasoso é utilizada sob a forma de 
vapor de água (um litro de água produz 1700 litros de vapor de água).
1.14.2 Espuma
Agente extintor cuja ação de extinção é de abafamento (principal) e resfriamento 
(secundária); por utilizar razoável quantidade de água na sua formação, conduz corrente elétrica.
A espuma pode ser química ou mecânica conforme seu processo de formação.
A espuma química é obtida através de uma reação química de sulfato de alumínio com 
bicarbonato de sódio e mais um agente estabilizador da espuma. Contém em suas bolhas CO2.
A espuma mecânica é obtida pelo batimento de uma mistura de água com um agente 
espumante (extrato) e a aspiração simultânea de ar atmosférico através de um esguicho próprio. 
São classificadas em protéica, fluorprotéica, sintéticas (AFFF e HiEX) e para solventes polares 
(AFFF/ATC).
A rigor a espuma é mais uma das formas de aplicação da água, pois se constitui de um 
aglomerado de bolhas de ar ou gás (CO2) envoltas em película de água.
1.14.3 Gases inertes
São agentes extintores que extinguem o incêndio por abafamento (função principal), 
resfriamento (função secundária) ou atémesmo o rompimento da cadeia iônica.
O gás carbônico ou CO2 é o mais utilizado, é um gás mais denso (mais pesado) que o ar, 
sem cor, sem cheiro, não condutor de eletricidade e não venenoso. Por não deixar resíduos nem 
ser corrosivo é um agente extintor apropriado para combater incêndios em equipamentos 
elétricos e eletrônicos sensíveis (centrais telefônicas e computadores).
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 50 
1.14.4 Pós-químicos
Tais como bicarbonato de potássio, bicarbonato de sódio, sulfato de alumínio, grafite, 
pós-especiais, próprios para fogo em magnésio, sódio e potássio. Atuam na quebra da reação em 
cadeia e por abafamento; não são condutores de eletricidade. São pulverizados no incêndio, onde 
através da formação de uma nuvem de pó, extinguem o incêndio.
O Pó Químico, quando aquecido (decomposto), produz 26% de seu peso em CO2; dai 
vem a afirmação que o Pó Químico não age somente pelo abafamento, agindo também na quebra 
da reação em cadeia do incêndio.
Os diversos tipos de pós-químicos são classificados segundo suas possibilidades 
extintoras:
➢ pó químico regular ou pó químico comum são os pós destinados a extinção de 
incêndios de classe B e C;
➢ pó químico abc ou pó químico para múltiplos Propósitos são os pós destinados a 
extinção de incêndios das classes A,B e C;
➢ pó especial é o pó especialmente formulado para agir como agente extintor de 
incêndio em metais combustíveis.
1.14.5 Halogenados
São ideais para combate a incêndios em equipamentos elétricos e eletrônicos sensíveis, 
sendo mais eficientes que o CO2, porém, estes, estão em desuso, pois destroem a camada de 
ozônio.
Assim como o CO2, os compostos halogenados se dissipam com facilidade em locais 
abertos, perdendo seu poder de extinção.
1.14.6 Outros agentes
Além dos agentes já citados, podemos considerar como agentes extintores a terra, areia, 
cal, talco, etc.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 51 
Tabela - Seleção do agente extintor segundo a classificação do incêndio.
Classes de Incêndio
Agentes Extintores
Água Espuma Mecânica CO2
Pó Químico Agentes 
Especiais 
(Limpos)BC ABC
A
Fogo envolvendo materiais 
comuns sólidos, tais como: 
papel, madeira, tecidos, 
algodão, fibras, capim etc., 
em que o efeito da água ou 
solução contendo água, e de 
primordial importância. 
(AD) (AD) (NR) (NR) (AD) (AD)
B
Fogo envolvendo líquidos 
e/ou gases inflamáveis ou 
combustíveis, graxas, 
plásticos, óleos, tintas e 
similares, em que o efeito do 
abafamento é essencial. 
(P) (AD) (AD) (AD) (AD) (AD)
C
Fogo envolvendo instalações 
e equipamentos elétricos 
energizados. 
(P) (P) (AD) (AD) (AD) (AD)
D
Fogo em metais combustíveis 
tais como: magnésio, 
zircônio, titânio etc. A 
extinção deverá ser feita por 
meios especiais. 
Deve ser verificada a compatibilidade entre o metal combustível e o 
agente extintor. 
Tabela 04
(AD) - ADEQUADO À CLASSE DE INCÊNDIO.
(NR) - NÃO RECOMENDADO.
(P) - PROIBIDO.
1.15 Gás liquefeito de petróleo (GLP)
O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) ou gás de cozinha é um produto muito útil em 
nossos lares, mas devido a sua inflamabilidade é um agente produtor de vários acidentes; por 
isto, neste capítulo, daremos especial atenção a este produto.
O gás de cozinha é um combustível formado pela mistura de dois gases extraídos do 
petróleo: propano e butano. Ele tem a característica de ficar em estado líquido quando submetido 
a uma certa pressão, sendo por isto chamado de Gás Liquefeito de Petróleo, ou GLP.
O GLP não é corrosivo nem poluente. Também não é tóxico, mas se inalado em grande 
quantidade produz asfixia e efeito anestésico.
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EEAR 52 
Assim como a gasolina, o álcool ou o querosene, o gás de cozinha também pega fogo 
com facilidade ao entrar em contato com chamas, brasas ou faíscas. Se houver um grande 
vazamento em um ambiente não ventilado, o gás, por ser mais pesado que o ar, se acumulará a 
partir do piso. Assim, qualquer chama ou faísca provocará uma explosão no ambiente e 
conseqüentemente o incêndio.
Sei que você deve ter ouvido muitas vezes no jornal e mesmo na televisão, a seguinte 
expressão: “o botijão de Gás EXPLODIU...”. Esta é uma idéia que as pessoas fazem de um 
acidente com GLP: mas não caiam neste erro! Ao término desta exposição, você poderá dizer, 
com toda a segurança de um especialista no assunto, que isto é praticamente impossível.
1.15.1 Medidas de prevenção
Uma maneira encontrada para prevenir acidentes com GLP foi a odorização do gás, pois 
o GLP é produzido inodoramente, ou seja, sem cheiro. Se não fosse esse “cheirinho” artificial, 
seria muito difícil saber se há vazamentos e o numero de acidentes aumentaria assustadoramente.
Outra medida adotada diz respeito ao modo de construção dos recipientes (botijões). Eles 
são fabricados com chapas de aço, capazes de suportar altas pressões, seguindo as Normas 
Técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), também são construídos sob 
um rigoroso controle, onde todo recipiente é testado a uma pressão de 21 Kgf/cm2, 
correspondentes ao triplo da pressão de trabalho normal (7 Kgf/cm2).
A cada lote de 200 recipientes, 01 (um) sofre teste a 34 Kgf/cm2; a cada 1000, 01 (um) 
recebe pressão até o rompimento da chapa, que não pode ser inferior a 84 Kgf/cm2.
Sendo a pressão normal de seu interior igual a 7 Kgf/cm2, é praticamente impossível a 
explosão de um recipiente de GLP, pois a pressão para o rompimento da chapa, como já vimos, 
corresponde a 12 (doze) vezes o valor da pressão normal de trabalho.
A limitação da porcentagem de enchimento do vasilhame é, também, uma importante 
medida de segurança, pois nenhum recipiente pode ser 100% cheio; do volume total do 
recipiente, 85% é de gás na fase líquida (parte inferior) e 15% em fase de vapor (parte superior), 
o que permite uma expansão em caso de aumento de temperatura.
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Além de todos estes cuidados o botijão possui uma válvula de segurança (plug fusível) 
que se rompe com o aumento de pressão ou temperatura (+ ou – 15 Kgf/cm2), dando escape ao 
gás para diminuir a pressão em seu interior.
1.15.2 Capacidades
O GLP é comercializado nas capacidades de 02 Kg. (uso em lampião e fogareiro), 13 Kg. 
(uso domestico), 20 Kg. (uso em empilhadeira), 45 Kg. (uso industrial e comercial) e 90 Kg. (uso 
industrial e comercial) (Fig. 52).
Figura 52
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1.15.3 Instalação de GLP
Agora daremos algumas dicas para uma boa instalação e uso do GLP, são elas:
➢ verificar se o recipiente está lacrado (Fig. 53), se não existe pontos de corrosão, se não 
está amassado e as condições da válvula de alívio (plug fusível);
Figura 53
➢ os recipientes devem estar protegidos das intempéries, em locais arejados e distantes 
no mínimo 1,5 m de ralos, caixas de gordura e esgoto;
➢ quando a distância entre a saída do gás do recipiente e a entrada do gás no fogão for de 
até 1,25 m, utilizar mangueira, caso seja maior, utilizar cano de cobre;
➢ utilizar mangueira de PVC transparente com tarja amarela onde está gravado o prazo 
de validade e o código NBR 8613;
➢ nunca colocar a mangueira passando por detrás do fogão (Fig. 54);
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EEAR 55 
Figura 54
Figura 55
➢ usar regulador de pressão com a marca NBR/INMETRO (Fig. 55);
➢ o regulador de pressão deve terroscas de cobre ou latão, para evitar faíscas na 
instalação;
➢ o regulador de pressão deve ser rosqueado com as mãos;
➢ utilize água e sabão ou detergente líquido para fazer o teste de vazamento após trocar 
o botijão;
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➢ quando em uso, nunca deite ou vire o botijão, pois pode haver escoamento de gás na 
fase líquida, e anulando a função do regulador de pressão (Fig. 54);
➢ mantenha os queimadores do fogão sempre limpos (lavar com água quente);
➢ para uma boa utilização do fogão obedeça a seguinte seqüência: abra o registro de gás, 
acenda o fósforo, aproxime o fósforo do queimador e ligue o queimador;
➢ se o fogão for de acendimento automático, abra sempre a porta do forno quando for 
acendê-lo;
➢ feche o registro de gás sempre que não estiver utilizando o fogão;
➢ quando em uso, mantenha as crianças longe do fogão.
1.16 Exercícios
1- Responda as questões.
a) Qual o conceito do fogo do ponto de vista do Bombeiro?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
b) Quais os elementos que compõe o tetraedro do fogo?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
c) Como pode ser definida a Pirólise?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
d) Descreva o que é uma explosão?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
e) Quais são os métodos de extinção do fogo?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
f) Em que tipo de combustível ocorre o incêndio de classe B?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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g) Por qual motivo é dado o nome de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) ao gás de cozinha?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
h) Em quais capacidades o GLP é comercializado?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
2- Marque a resposta certa.
a) É o elemento que serve de campo de campo de propagação e alimenta a combustão:
I) ( ) calor
II) ( ) oxigênio
III) ( ) combustível
IV) ( ) reação em cadeia
b) Quando o calor é transferido de moléculas para molécula, ele está sendo transmitido por;
I) ( ) condução
II) ( ) irradiação
III) ( ) convecção
IV) ( ) solidificação
c) Quando determinados combustíveis atinge seu ponto de ignição, simultaneamente, haverá uma 
queima instantânea e concomitante desses produtos, podendo provocar uma explosão ambiental, 
estamos falando de:
I) ( ) combustão incompleta.
II) ( ) combustão completa.
III) ( ) flashover.
IV) ( ) pirólise.
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d) Combustão completa, combustão incompleta e combustão espontânea são:
I) ( ) fases da combustão.
II) ( ) formas de combustão.
III) ( ) produtos da combustão.
IV) ( ) velocidades da combustão.
e) É o método de extinção do fogo mais simples na sua realização, pois é executado com a força 
física:
I) ( ) quebra da reação em cadeia.
II) ( ) retirada de material.
III) ( ) resfriamento.
IV) ( ) abafamento.
f) São normalmente utilizados através de equipamentos especializados ou instalações adequadas 
e destinadas a proporcionar a proteção contra o fogo:
I) ( ) agentes extintores.
II) ( ) métodos de Extinção.
III) ( ) produtos da combustão.
IV) ( ) classificação de incêndio.
g) O GLP é:
I) ( ) tóxico.
II) ( ) poluente.
III) ( ) corrosivo.
IV) ( ) não tóxico.
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h) O GLP se inalado em grande quantidade produz.
I) ( ) hipertensão.
II) ( ) dor nos olhos.
III) ( ) efeito anestésico.
IV) ( ) congelamento dos orgãos.
3- Verifique se as afirmativas abaixo estão certas ou erradas marcando um “X”.
a) Os combustíveis podem ser encontrados nos estados sólido, liquido e gasoso
( ) certo
( ) errado
b) O comburente é o elemento que possibilita vida as chamas e intensifica a combustão.
( ) certo
( ) errado
c) Convecção é a transmissão do calor por ondas de energia calorífica que se desloca pelo 
espaço.
( ) certo
( ) errado
d) Ponto de Fulgor é a temperatura mínima na qual os gases desprendidos dos corpos 
combustíveis, ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor, inflaman-se e mantém a 
combustão.
( ) certo
( ) errado
e) Combustível compreende toda substância capaz de se queimar (oxidar-se)
( ) certo
( ) errado
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f) A madeira a 180º C começa a evaporar e a 250º C escurece e começa a destilar, liberando 
ácido acético, álcool metílico e monóxido de carbono (...)
( ) certo
( ) errado
g) Calor excessivo, fumaça escura, pequenas chamas, pouco ruído, fumaça sob pressão, (...) são 
condições que podem indicar situações de “Backdraft”.
( ) certo
( ) errado
h) O CO, na proporção de 12,5 a 74%, misturado com o ar torna o ambiente explosivo.
( ) certo
( ) errado
i) Combustão incompleta é aquela em que a queima se processa em ambiente rico em oxigênio.
( ) certo
( ) errado
j) As explosões verdadeiras são determinadas por substâncias especiais, os explosivos.
( ) certo
( ) errado
k) O resfriamento ou controle do calor é o método de extinção do fogo mais utilizado.
( ) certo
( ) errado
l) Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos.
( ) certo
( ) errado
m) Os incêndios classe C e D caracterizam-se pelo risco de vida que oferecem aos operadores.
( ) certo
( ) errado
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n) São denominados agentes extintores as substâncias capazes de interromper uma combustão.
( ) certo
( ) errado
o) Terra, areia, cal e talco são considerados agentes extintores.
( ) certo
( ) errado
p) O GLP é um gás mais leve que o ar.
( ) certo
( ) errado
q) O regulador de pressão deve Ter roscas de ferro ou alumínio.
( ) certo
( ) errado
r) O GLP é produzido sem cheiro (inodoramente).
( ) certo
( ) errado
s) É praticamente impossível um botijão de GLP explodir.
( ) certo
( ) errado
t) O recipiente de 20 Kg. de GLP é para uso doméstico.
( ) certo
( ) errado
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REFERÊNCIAS
NSCA 92-2/2005 - ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE 
PREVENÇÃO, SALVAMENTO E COMBATE À INCÊNDIO EM EDIFICAÇÕES DO 
COMANDO DA AERONÁUTICA. Comando da Aeronáutica – Diretoria de Engenharia da 
Aeronáutica
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros. Manual de 
fundamentos de bombeiros. São Paulo, [19--].
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Corpo de Bombeiros. Manual de 
atividades de bombeiros.MinasGerais, [19--].
CENTRO DE INSTRUÇÃO E ADESTRAMENTO AERONAVAL. Combate a incêndio.
[s.l], [19--].
ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA. Teoria contra incêndio 
Módulo II. Guaratinguetá, 2000.
ULTRAGAZ; BRASILGÁS; UTINGÁS. Manual de GLP: uso, instalação e segurança.
[s.l.], [19--].
ULTRAGAZ. Ficha informativa do produto GLP.[s.l], [19--].
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GABARITO
1 -Respostas
a) Combustão é uma reação química de oxidação, que se caracteriza pela liberação de luz, calor, 
fumaça e gases.
b) Combustível, oxigênio (comburente), calor (agente ígneo) e a reação em cadeia.
c) Decomposição química da matéria pela ação do calor, passando diretamente do estado sólido 
para o estado gasoso.
d) Explosão é o desenvolvimento repentino ou a súbita expansão de uma grande massa gasosa, 
geralmente acompanhada por efeitos sonoros (estrondo ou estampido) e mecânicos 
(esmagamento ou ruptura de materiais atingidos pela onda explosiva).
e) Retirada de material, resfriamento, abafamento e quebra da reação em cadeia. 
f) Em líquidos combustíveis, graxas e gases combustíveis.
g) Por ter a característica de ficar em estado líquido quando submetido a uma certa pressão.
h) 02, 13, 20, 45 e 90 Kg.
2 -Respostas
a) III
b) I
c) III
d) II
e) II
f) I
g) IV
h) III
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3 -Respostas
a) certo
b) certo
c) errado
d) errado
e) certo
f) errado
g) certo
h) certo
i) errado
j) certo
k) certo
l) certo
m) certo
n) certo
o) certo
p) errado
q) errado
r) certo
s) certo
t) errado
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	SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO