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Acupuntura tradicional chinesa: módulo I

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Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Acupuntura Tradicional 
Chinesa 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 
 
EAD - Educação a Distância 
 Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Acupuntura Tradicional 
Chinesa 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na bibliografia consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
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3 
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MÓDULO I 
 
 
1. MEDICINA CHINESA - ACUPUNTURA 
 
 A medicina Tradicional chinesa tem lima história comprovada de mais 
de 3.000 anos. Seu desenvolvimento conta com um largo processo 
histórico, condensado nas experiências obtidas pela luta contra as 
enfermidades. 
 Na idade da pedra os chineses usavam como estímulo acupuntural as 
bian, as agulhas de pedras, constituindo a base mais rudimentar da 
acupuntura. Quando a humanidade entrou na Idade do Bronze e na Idade 
do Ferro. Começou o uso de agulhas metálicas em lugar das de pedra. A 
Moxabustão teve sua origem a partir do uso do fogo pelo homem primitivo. 
É muito provável que quando os homens esquentavam seus corpos na 
fogueira, descobriram acidentalmente, ao expor ao calor determinadas 
zonas da pele, alívio de dores ou até mesmo cura de enfermidades. 
 A Moxa foi eleita como material principal no estímulo de pontos 
acupuntura, por sua natureza (fácil de acender), seu poder calorífico 
moderado e sua efetividade na remoção de bloqueios energéticos. A mais 
antiga obra clássica da Medicina Tradicional Chinesa é o Huangdi Neijing 
(Canon de Medicina Interna), copilado entre 500 - 300 a.c. Representa um 
Compêndio das experiências médicas e dos conhecimentos teóricos 
básicos em M.T.C. Esta obra dividida em 2 partes. Ling Shu e Su Wen 
descreve as teorias básicas da M.T.C., tais como Yin - Yang, 5 
movimentos, Zang Fu (órgão e canais e colaterais, O Qi (energia), xue 
(sangue), etiologia, patologia, métodos de diagnóstico e diferenciação de 
síndromes. Assim como os conhecimentos fundamentais sobre pontos de 
acupuntura e inserção de agulhas. 
 
 
 
 
 
4 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 Zhenjiu Jiayijing (obra clássica sobre acupuntura e moxabustão 265, 
copilado por huangfu Mi da dinastia Jin (período de desunião), sintetizou a 
teoria e os conhecimentos básicos da acupuntura e moxabustão sobre a 
base do Neijing, Nanjillg(obra clássica sobre problemas difíceis) e outros 
livros. 
 Tongren Shuxue Zhenjiu Tujing (manual ilustrativo sobre os pontos de 
acupuntura e moxabustão mostrados na figura de bronze, em 1026). Foi 
copilado por Wuang Wueyi, acupunturista da dinastia Song. No ano 
seguinte (1027) Wllang Weiyi fez fundir duas figuras de bronze com os 
pontos de acupuntura, significando um grande evento na história de 
desenvolvimento da acupuntura. 
 Zhenjiu Zisheng Jing (obra clássica de terapêutica com Acupuntura e 
Moxabustão) publicado em 1220 foi recompilado por Wang Zhizhong da 
dinastia Song. Shisijing Fahui (desenvolvimento dos quatorze canais, 
1341), escrito por Hua Zhenjiu Zisheng Jing (obra clássica de terapêutica 
com Aupuntura e Moxabustão) publicado em 1220, foi recompilado por 
Wang Zhizhong da dinastia Song. 
 Shisijing Fahui (desenvolvimento dos quatorze canais, 1341), escrito 
por Hua Boren da dinastia Yuan, explicam sistematicamente o trajeto e a 
distribuição dos 12 canais regulares, os canais Ren e Du assim como seus 
pontos acupunturais, obra ainda largamente consultada. 
 Zhenjiu Da Cheng (Compêdio de Acupuntura) compilado por Yang 
Jizholl, acupunturista da dinastia Ming. Neste Livro há mais do que 
documentos relativos à Acupuntura, há exposição de métodos terapêuticos 
transmitidos secretamente ao autor por seus antecessores. Esta obra tem 
sido objeto de consulta de inestimável valor para o estudo da Acupuntura, 
da sua publicação até os dias de hoje. 
 Shan Han Lun (tratado das doenças febris causadas pelo frio 
perverso) obra representativa, descrita por Zhan Zhong Jing, codificou 
grande parte da medicina que atualmente se pratica na China. A 
propedêutica, a farmacologia em M.T.C. deve a ele sua forma atual, 
 
 
 
 
 
5 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
descreve a sintomatologia da penetração do agente agressivo externo e 
viabiliza sistematicamente o uso de fórmulas magistrais no combate a 
esses agentes patogênicos utilizando para isso os conceitos de canais e 
colaterais. 
 
2. INTRODUÇÃO 
 
 A acupuntura e moxabustão são importantes procedimentos, 
componentes da medicina chinesa tradicional a qual previne e tratam as 
doenças puncturando certos pontos do corpo com agulhas ou aplicando 
calor pela ignição da moxa. Sua eficácia e a exigência de um equipamento 
simples, a tornaram extremamente popular na China desde há centenas de 
anos. 
 O início e desenvolvimento da arte da acupuntura com a moxabustão 
compõem longo processo histórico. Ela sumariza a experiência do povo 
trabalhador chinês, por muitos séculos, em sua luta contra as doenças. 
Inicialmente, na idade da pedra, o povo usou agulhas, talhadas em pedra, 
com propósitos curativos. Estas eram conhecidas como bian e praticava-se 
uma acupuntura rudimentar. Quando a sociedade humana entrou na era do 
bronze e do ferro, agulhas elaboradas com esses metais substituíram as 
bian de pedra. Com o desenvolvimento das técnicas de produção social, 
instrumentos de punctura foram constantemente aprimorados, criando 
condições para o recente refinamento da acupuntura. A Moxabustão surgiu 
após a utilização do fogo por mãos humanas. Parte-se da hipótese que 
“aquecendo-se a si mesmo” pelo fogo, o povo antigo acidentalmente 
descobriu que quando estas áreas, definidas da pele eram submetidas a 
queimaduras, dava-se o alívio ou desaparição de certas dores ou doenças. 
A moxa-vegetal foi posteriormente escolhida como o material para 
cauterização por queimar facilmente produzindo calor suave, eficaz em 
remover obstrução dos canais e colaterais. Assim foi estabelecida a arte da 
moxabustão. 
 
 
 
 
 
6 
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 A primeira obra médica clássica na China, Hungdi Neijing (Canon da 
medicina), foi compilada entre 500 - 300 a. c. É o sumário da experiência 
médica e conhecimento teórico anterior ao período dos reinos combatentes. 
O livro, o qual consiste em duas partes, Su Wen e Ling Sshu, descreve o 
substrato teórico básico da medicina chinesa tradicional, como Yin-Yang, 
os cinco elementos, Zang-fu, canais e colaterais, Qi (energia vital) e 
sangue, etiologia, patologia, métodos de diagnósticos e diferenciação das 
síndromes, além do conhecimento básico referente aos pontos de 
acupuntura e métodos de puncturação. Após o Neijing (Ou I-Iuangdi 
Ncijing) surgiram muitas outras obras sobre acupuntura e moxabustão, 
escritas em diferentes dinastias, das quais as mais representativas sào: 
- lhenjiu Jiayijing (Clássico de acupuntura e Moxabustão 265 d.C.) 
compilado por Huangfu Mi na dinastia Jin sobre as bases do Neijing. Nanjig 
(clássico sobre questõesdificultosas e outros) fornece uma descrição 
ampla do conhecimento e teorias básicas da acupuntura e moxabustão 
criando fundamentos raros o desenvolvimento da acupuntura e moxabustão 
como um ramo independente da medicina chinesa tradicional. 
- Tongren Shuxue Zhenjiu Tujing (manual ilustrado dos pontos de 
acupuntura e moxabustão apresentados na figura de bronze, I026 d.c.) 
compilado por Wang Woiji, um acupuntor da dinastia Song, apresentando 
cuidadosamente os pontos dos quatorze canais. No ano seguinte, ou seja, 
1027 d.c. Wang Weiji promoveu fundição de duas figuras de bronze em 
tamanho natural marcadas com os pontos de acupuntura, um dos mais 
importantes acontecimentos no desenvolvimento da acupuntura e 
moxabustão. 
- Zhenjiu Zishengjing (clássico da terapia por acupuntura e moxabustão) 
surgido em 1220 d.C., foi compilado por Wang Zhizhong na dinastia Song. 
Neste livro, combinando-os com sua própria experiência clínica, o autor cita 
extensivamente temas da acupuntura e moxabustão do passado. 
- Shisijing Fahui (ampliação dos quatorze canais 1341 d. c.), obra de Hua 
Boren na dinastia Yuan. O livro apresenta sistematicamente o curso com 
 
 
 
 
 
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distribuição dos doze canais regulares e canais Ren e Du, bem como os 
pontos relativos a eles. É um valioso livro de referência para o estudo da 
teoria dos canais e colaterais. 
- Zhenjiu Docheng (compêndio de acupuntura e moxabustão 1601 d.C.) de 
Yang Jizholl, acupunturista na dinastia Ming. Nesta obra o autor 
sistematicamente coleta informações de literatura e materiais das gerações 
passadas e apresenta métodos de tratamentos secretos, chegado ao seu 
conhecimento por ancestrais. Tornou-se, nos primeiros quatro séculos após 
sua publicação, num livro de referência indispensável para o estudo de 
acupuntura e moxabustão. 
 Há registros, documentos históricos da difusão da acupuntura e 
moxabustão chinesa, para outros países, em épocas remotas. Na Coréia 
sua prática foi introduzida no 6° século, chegando ao Japão no mesmo 
período quando um monje chamado Zhi Cong viajou para o leste pelo mar 
levando consigo a obra Migtangtu (manual ilustrado dos canais, colaterais e 
pontos de acupuntura), Zhenjiu .Jiayijing e outros livros médicos. No século 
XVII, a acupuntura e moxabustão chegam, afinal, a Europa. Esta difusão 
promoveu a troca médica e cultural entre a China e outros países do 
mundo. 
 De 1840 até a data da liberação chinesa o país esteve sob o jugo 
reacionário do semi-feudalismo e semi-colonialismo. A ciência e a cultura 
chinesa estavam devastadas e a medicina tradicional, incluindo acupuntura 
e moxabustão, em vias de extinção. Após a criação da República Popular 
da China, iluminadas pela política partidária referentes às medicinas 
tradicionais, ditada pelo grande líder e condutor Mão Zedong, as 
rejuvenescidas medicina chinesa e farmacologia, acupuntura e 
moxabustão, tornam-se populares em todo o território. A analgesia por 
acupuntura, uma nova técnica de anestesia e uma nova realização no 
campo da acupuntura, foi criativamente desenvolvida sobre as bases de 
aliviar as dores pelo agulhamento. Durante a revolução proletária cultural, 
sofrendo a interferência e sabotagem da “Gang dos Quatro", a acupuntura 
 
 
 
 
 
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e moxabustão, junto com outros ramos da ciência estiveram prejudicados. 
Com a queda da "Gang dos Quatro" a ciência e a tecnologia reviveram. 
Sob n liderança do partido comunista chinês, encabeçado pelo presidente 
Hua, a acupuntura e moxabustão receberam um grande estímulo para seu 
desenvolvimento. Os contatos amistosos e trocas acadêmicas entre 
chineses e povos de outros países foram intensificados nos últimos anos. 
Muitas pessoas do exterior vieram à China para investigar e estudar a 
acupuntura e moxabustão. 
 
3. ACUPUNTURA 
 
 Os conhecimentos da acupuntura estiveram isolados do mundo 
ocidental por cerca de 5000 anos distanciando-se da forma de raciocínio e 
linguagem. Além da dificuldade na linguagem usada nos termos da 
medicina chinesa, a prática dessa técnica se depara com deficiências no 
seu ensino e em sua difusão científica. A ciência rejeita o princípio 
energético do corpo, linguagem metafísica e sistema aparentemente 
primitivo da Medicina Tradicional Chinesa, o que dificulta o engajamento de 
cientistas na investigação e, conseqüentemente, no desenvolvimento da 
acupuntura. A necessidade de uma linguagem comum para facilitar o 
ensino, a pesquisa, a prática médica e a troca de informações no âmbito da 
acupuntura, levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a criar uma 
nomenclatura internacional padrão. A acupuntura é atualmente usada na 
Medicina Ocidental para tratamento de vários tipos de dor, de náuseas e 
vômitos induzidos por estado pós-operatório e pós-quimioterapia, para 
reabilitação de pacientes que sofreram acidente vascular cerebral e 
também para tratamento de pacientes com asma. 
 Hoje a acupuntura é reconhecida como um recurso disponível de 
grande valor para a saúde mundial. O uso da acupuntura como um 
tratamento para doenças cardiovasculares é sugerido tanto pelos estudos 
em animais quanto por estudos clínicos em humanos. Possíveis vantagens 
 
 
 
 
 
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no uso da acupuntura são o custo baixo do tratamento e baixo risco de 
eventos colaterais advindos dos tratamentos médicos utilizados. 
 Derivada dos radicais latinos acus e pungere, que significam agulha 
e puncionar, respectivamente, a acupuntura visa à terapia e cura das 
enfermidades pela aplicação de estímulos através de acupontos, com a 
inserção de agulhas em pontos específicos. Trata-se também de uma 
terapia reflexa, em que o estímulo de uma área age sobre outra(s). Para 
este fim, utiliza-se principalmente, o estímulo nociceptivo que é codificado 
pela freqüência dos potenciais de ação. 
 Agulhas de pedra e de espinha de peixe foram utilizadas na China 
durante a Idade da Pedra (cerca de 3000 anos A.C). Ney Jing, ou "Clássico 
do Imperador Amarelo sobre Medicina Interna", texto clássico e 
fundamental da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), descreve aspectos 
anatômicos, fisiológicos, patológicos, diagnósticos e terapêuticos das 
moléstias à luz da medicina oriental. Nesse tratado, já se afirmava que o 
sangue flui continuamente por todo o corpo, sob controle do coração. Cerca 
de 2000 anos depois, mais precisamente em 1628, William Harvey, 
proporia sua teoria sobre a circulação sangüínea. 
 No Oriente, a acupuntura é usada com finalidades preventivas e 
terapêuticas há vários milênios. A medicina chinesa se propõe a 
compreender o homem como parte da natureza, que interage de acordo 
com os princípios da dualidade dinâmica Yin/Yang e da concepção dos 
Cinco Elementos ou Cinco Movimentos. Segundo a medicina chinesa os 
cinco elementos constituintes da natureza são: Água, Madeira, Fogo, Terra 
e Metal e todas as estruturas e funções do organismo encontram-se 
originalmente em situação de equilíbrio, pela atuação das energias Yin e 
Yang, que representam, respectivamente, os aspectos negativo e positivo, 
profundo e superficial, frio e calor, deficiência e excesso, massa e energia, 
entre outros, em constante inter-relação, no sentido de manutenção do 
equilíbrio e harmonia corpo-mente-espírito do indivíduo. A medicina chinesa 
baseia-se também no meio em que a pessoa se encontra as condições 
 
 
 
 
 
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energéticas de sua vida, sendo fundamental avaliar o aspecto emocional, 
as preferências que o indivíduo apresenta com relação a alimentos, cores e 
sabores, entre outras características, para que se possa ter um diagnóstico 
da patologia apresentada pelo paciente. 
 Na literatura científica, correlações entre acuponto e mecanismos de 
ação da acupuntura têm sido feitas com elementos do processo 
inflamatório, em especial, aspectos neurogênicos. Diversos autores 
observaram junções específicas entre mastócitos e células nervosas nos 
acupontos. Outros pesquisadores sugerem que a acupuntura pode ter 
efeitos diretos na regulação periférica da liberação de mediadores do 
processo inflamatório e da dor, o que leva a uma redução da liberação 
periférica de substância P (SP). 
 
4. MECANISMO DE AÇÃO DA ACUPUNTURA 
 
4.1 Local de Ação da Acupuntura 
 
 As fibras A-delta, ou do grupo III, e as fibras C ou do grupo IV, são os 
principais tipos de fibras relacionadas com a condução do estímulo da 
agulha de acupuntura. Estudos realizados em coelhos e gatos, nos quais 
foi feita anestesia com novocaína de pontos de acupuntura, evidenciaram 
que as fibras A-delta são dominantes ao mediar a acupuntura, seguidas 
pelas fibras C e, em menor proporção, pelas fibras do grupo II ou A-gama. 
 O potencial elétrico das agulhas de acupuntura constitui estímulo que 
age sobre as terminações nervosas livres existentes nesses pontos, 
alterando o potencial da membrana celular, desencadeando o potencial de 
ação e a condução de estímulo nervoso. 
 Os efeitos da agulha de acupuntura dependem da profundidade de 
sua inserção, pois os tipos de receptores nervosos são distribuídos de 
modo diferente, de acordo com os planos da estratigrafia. A inserção 
superficial atingirá, predominantemente, os receptores nervosos associados 
 
 
 
 
 
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às fibras A-delta, que fazem a mediação para as dores agudas e a 
termocepção, enquanto a inserção profunda estimulará as fibras nervosas 
do fuso muscular e as fibras A-delta e C, que estão localizadas mais 
profundamente e devem ser utilizadas nas doenças de instalação mais 
consolidada ou “doenças profundas”. 
 A inserção das agulhas de acupuntura determina três efeitos locais: 
elétrico por ação mecânica a agulha lesa os tecidos, neuroquímico libera 
substâncias e misto, correspondendo a uma associação dos dois primeiros. 
A inserção e a manipulação da agulha de acupuntura causam lesões 
celulares que provocam, no nível local, o aparecimento de substâncias 
bioquímicas, como a substância P, e transformação do ácido araquidônico 
em leucotrienos, em tromboxano dos tipos A, B e prostaglandinas PGE, 
PGD. Essas substâncias algógenas estimulam os quimiorreceptores, e a 
substância P, em especial, sendo um neurotransmissor, ativa os mastócitos 
a liberarem histamina, estimulando as fibras C e promovendo vasodilatação 
no nível capilar. 
 Além da histamina, são liberados bradicinina, serotonina, íons 
potássio e prostaglandina, que também estimularão os quimiorreceptores, 
diminuindo o limiar de excitação. O potencial de ação da membrana, 
desencadeado pela inserção de uma agulha de acupuntura metálica, em 
última análise, deve-se a um efeito elétrico peculiar à agulha associado à 
ação das substâncias liberadas pela lesão traumática celular local. 
 Após a aplicação de Acupuntura, dependendo da maneira como se 
faz o estímulo, da profundidade e também do ângulo de inserção da agulha 
e do sentido de sua ponta é possível direcionar o estímulo para uma ou 
outra dessas vias nervosas descritas. A Medicina Tradicional Chinesa tem 
o importante mérito de haver conseguido identificar onde e como fazer 
estimulações na parte somática, para obter resultados específicos sobre os 
órgãos internos e as várias estruturas do corpo humano. 
 Os estímulos da Acupuntura são conduzidos, em grande parte, por 
meio dos tratos espinotalâmicos, e sua modalidade de ação depende do 
 
 
 
 
 
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tipo de fibras nervosas estimuladas. As fibras A-delta projetam seus 
estímulos, principalmente pelo trato neoespinotalâmico, fazem a mediação 
da dor aguda, têm velocidade de condução mais rápida e estão, 
predominantemente, ligadas aos mecanismos de defesa e fuga, enquanto 
as fibras C projetam seus estímulos, principalmente pelo trato 
paleoespinotalâmico, conduzem mais lentamente e estão associadas, entre 
outros, à dor crônica e aos estímulos viscerais. 
 Na projeção dos estímulos da medula espinal até o encéfalo, as vias 
nervosas fazem conexões com várias partes do sistema nervoso central, de 
modo que por meio dessas vias a Acupuntura pode estimular ou inibir 
estruturas como formação reticular, hipotálamo, sistema límbico e áreas 
corticais. Portanto, uma inserção de agulha na parte somática pode 
interagir no sistema nervoso central, constituindo uma modalidade de 
tratamento para afecções desse setor, como é o caso, por exemplo, de 
alterações emocionais do tipo ansiedade, tensão, medo e pânico, que 
respondem bem ao tratamento pela Acupuntura. 
 Por outro lado, os efeitos analgésicos da Acupuntura são hoje 
concebidos a partir de pesquisas científicas, como um processo de 
excitação que libera endorfinas em resposta a estímulos intensos e 
vigorosos sobre a agulha inserida nos pontos de acupuntura. Essas 
condições atuam preferencialmente sobre as fibras A-delta, relacionadas a 
esses pontos. Experimentalmente, foi determinado que estímulos com 
freqüência em torno de 100 Hz promovem efeito de analgesia; se a 
freqüência é em torno de 300 Hz, o efeito de analgesia é mais profundo. 
Esse comportamento deve-se ao fato de que estímulos nessas diferentes 
freqüências induzem à liberação de substâncias opióides específicas, tanto 
na substância gelatinosa, como no núcleo magno da rafe. 
 De modo que as inter-relações de pele/músculos com os órgãos 
internos, por meio do sistema nervoso, constituem mecanismo totalmente 
integrado, permitindo que a agulha de acupuntura, inserida em qualquer 
parte do corpo humano, excite terminações nervosas e gere um potencial 
 
 
 
 
 
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de ação no sistema nervoso periférico somático. Dessa forma induzirá um 
efeito tanto sistêmico como regional, mas, dependendo da localização do 
ponto de acupuntura, ou seja, dependendo do tipo de fibras nervosas que 
estimula, pode tanto ter efeitos mais específicos sobre um único setor com 
efeitos mais genéricos. 
 Assim, os estímulos intensos com alta freqüência atuam, 
predominantemente, sobre as fibras A-delta e têm efeito analgésico, 
provavelmente em nível supra-segmentar, ao passo que os pontos de 
acupuntura que se relacionam mais com as fibras C, por exemplo, os 
pontos Ting ou o VG (Renzhong) têm efeito mais marcante sobre o sistema 
nervoso autônomo. A ação da Acupuntura sobre a parte emocional do 
indivíduo é feita por meio da formação reticular e do sistema límbico, os 
quais manifestam, também, respostas no sistema autônomo e no eixo 
hipotálamo — hipófise, promovendo a homeostase neuroendócrina. 
 
5. VISÃO OCIDENTAL 
 
 Para a visão geral ocidental, os mecanismos utilizados pela prática 
acupunturista ainda não estão satisfatoriamente explicados. Na tentativa de 
satisfazer alguns conceitos acadêmicos, a acupuntura na linguagem 
ocidental é um método de estimulação neurológica, com efeitos sobre 
neurotransmissores, neuromoduladores e reação do sistema imunitário (pró 
e anti-inflamatória). 
 Historicamente, a primeira propriedadeda acupuntura que foi capaz 
de chamar a atenção acadêmica, foi justamente no domínio da dor. 
Esquemas foram levantados para associar liberações de endorfinas 
causadas por estímulos de agulhas sobre nervos específicos. Durante 
algum tempo, muitos pesquisadores duvidam da aplicação da acupuntura 
fora do tratamento da dor e nas funções do sistema nervoso autônomo. Os 
mecanismos da terapêutica da acupuntura, ainda não estão claramente 
associados aos mecanismos fisiológicos sob os domínios da ciência atual. 
 
 
 
 
 
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 Entretanto, não é possível ignorar os testes realizados com 
medotologias largamente aceitas no meio acadêmico, assim como não é 
possível ignorar uma cirurgia realizada sob a anestesia produzida pela 
simples punção de agulhas. 
Teoria de Base YIN YANG 
 A teoria da polaridade universal teve sua origem na velha China e 
seus conceitos básicos encontram-se no mais antigo livro originário no 
Extremo Oriente. 
 O livro primordial, composto de grupamentos de 64 hexagramas, 
denominado I Jing ou Clássico das mutações, sofreu no decorrer dos 
tempos. Interpretações do seu conteúdo simbólico que visavam esclarecer 
o sistema de relações universais nele contido. Dois dos maiores 
pensadores chineses desenvolveram formas universais de interpretação de 
seu princípio fundamental, o DAO Confúcio através do I. Jing ou Clássico 
das Mutações, e Lao Zi através do Dao De Jing, ou livro do Princípio e do 
Caminho. 
 O DAO é a fonte de vida e ele dá origem a dois princípios opostos e 
complementares chamados YIN e de YANG. São YIN e YANG partes 
integrantes de um todo indivisível. Indicam a vertente da sombra (YIN) e a 
vertente ensolarada (YANG) da montanha. 
 O DAO é o eixo em torno do qual giram a sombra é a luz. É ele quem 
regula sua alternância na terra como no céu. 
 Dessa dialética dos opostos, ao mesmo tempo complementares, que 
se consomem e se suportam mutuamente, nascem todos os ciclos 
cósmicos do dia e da noite, das estações, da folha e do húmus, do mar, da 
nuvem, do rio, da vida e da morte. 
 O estado de mutação constante encontrado nas coisas e seres do 
universo é uma regra básica de suas existências. Gera, por isso, uma 
situação de imutabilidade, já que todos, nunca isoladamente, estão dentro 
do sentido de movimento e mutação do universo. 
 
 
 
 
 
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 A mutação dá-se no sentido de tendências opostas e 
complementares. 
 Assim diz o Nei Jing (o mais antigo livro de medicina chinesa, 
compostos de dois volumes escritos por volta de 500 - 300 a.c.) 
 
6. PROPRIEDADES DO YIN E DO YANG 
 
6.1 - Oposição e Interdependência 
 
 Os antigos utilizavam o fogo e a água como exemplo para explicar os 
dois fenômenos, através de suas propriedades. 
 
Água: - fria, direção de profundidade, escuridade, passividade. 
 
Fogo: - quente, direção ascendente, luminosidade, atividade ou movimento. 
 
 Assim se pode intuir que tudo que possui características de 
quiescência, frio, posição interior, e por assim dizer, inibição, morosidade 
ou vagar, pertence ao YIN. E o que se move, é quente, tem posição exterior 
é claro, excitante e rápido, pertence ao YANG. 
- A relação de interdependência significa que cada um dos dois aspectos é 
condição para a existência do outro e que nenhum deles 'pode existir 
isoladamente. E a presença do outro ou a alternância das polaridades que 
possibilita a vida. O princípio criador que lança (YANG) e o princípio 
receptivo que acolhe (YIN) e acrescenta. 
Assim é que após o dia vem a noite, após a atividade vem o descanso, e 
que o frio elo inverno sucede ao calor do verão . 
 
6.2 - Interconsumo e Intersuporte 
 
 
 
 
 
 
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 Consumo significando perda, enfraquecimento. Suporte significando 
ganho, fortalecimento. O consumo de "'YIN leva a um ganho de YANG 
enquanto que um consumo de YANG leva a um ganho de YIN. Tomemos 
os organismos vivos e particularmente os processos ele digestão, absorção 
e utilização dos alimentos como exemplo prático. 
 No organismo vivo, sua estrutura material é YIN (substância) 
enquanto que a atividade funcional exercida por essa base orgânica é o 
YANG (função). O indivíduo ao alimentar-se, requer que seu organismo 
trabalhe o alimento para que esse possa ser digerido e absorvido. A 
energia desprendida nessa função implica em seu desgaste ou consumo. 
Na fase seguinte o alimento trabalhado já foi absorvido, e encontra-se no 
interior circulatório. O alimento será, então, distribuído pelas diversas partes 
do organismo, onde será acumulado (como glicogênio no fígado e 
músculos, gordura no tecido adiposo etc. Significando ganho de substância 
- YIN, armazenada) para sua utilização gradativa de acordo com a 
demanda, por parte das atividades orgânicas. 
 Enfim, voltamos ao ponto de partida, atividade funcional, que visa 
entre as múltiplas finalidades, manter o organismo vivo, em estado de 
equilíbrio com o meio ambiente, capaz de adaptar-se e de suprir-se em 
suas necessidades básicas. Essa atividade só é possível através da 
utilização da substância armazenada, isto é, com o gasto ou consumo de 
substância - YIN. 
 Essa lei é responsável pelo equilíbrio dinâmico entre os dois aspectos 
- YIN e Y ANG. A quebra desse estado de equilíbrio é fator de 
enfraquecimento elo organismo e predisponente para a instalação da 
doença. 
6.3 Inter-transformação 
 
 Sob certas circunstâncias e em certos estágios de desenvolvimento, 
cada um dos dois aspectos YIN ou YANG dentro de uma coisa irá 
transformar-se no seu oposto. 
 
 
 
 
 
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"POLARIDADE UNIVERSAL E O HOMEM" 
 
 Agora, tentemos aproximar do homem os conceitos iniciais sobre o 
todo, "um ser, aparentemente distinto, não é mais que uma onda da mesma 
substância que o mar, sem limites nem fronteiras que os separem." 
 Procuremos analisar o homem e os fatores relacionados com ele, 
segundo os princípios fundamentais. Assim, teremos uma visão global da 
interação existente entre o homem e o cosmos. 
 
YANG é o homem e a energia. YIN é a mulher e o sangue. 
O interior do corpo é YIN. O exterior é YANG. 
O dorso é YANG e o ventre é YIN. 
A parte superior é YANG e a inferior é YIN. 
 
 Os cinco órgãos são YIN (coração, pulmões, baço-pâncreas, fígado, 
rins) e as vísceras YANG (estômago, intestino delgado, intestino grosso, 
vesícula biliar, bexiga). 
 
7. NA DIETÉTICA 
 
 É do conhecimento oriental os valores nutritivos dos alimentos e a 
necessidade de uma alimentação equilibrada, capaz de dar ao homem bem 
estar e energia. Temos conhecimento das diversas formas de dieta 
surgidas no Oriente, que se baseiam no mesmo sistema de relações entre 
o YIN e o Y ANG (macrobiótica, vegetariana, etc). 
 Sakurazawa demonstrou através de experiências com os elementos 
químicos, seus níveis de absorção por meio de uma tábua de intensidade 
cromática. Aqueles que tinham maior afinidade pelas cores quentes 
(YANG) e aqueles que o demonstravam pelas cores frias (YIN). 
 
 
 
 
 
 
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YANG: Na. H, Mg, Hg, etc. YIN: O, K, Mn, etc. 
 
Sabemos que há predomínio de Na no reino animal e de K no reino vegetal. 
Particularizando, vemos no reino vegetal os cereaismais ricos em sódio 
(YANG) e as frutas em potássio (YIN). Em geral toda a alimentação à base 
de proteínas animais, gorduras e cereais produz aumento da energia vital 
que pode chegar a ser patológica, quando em excesso de sódio (YANG) 
eleva a pressão arterial. A alimentação vegetariana predominante 
composta de elementos YIN produz diminuição da atividade vital e isso 
explica a indicação dessa dieta aos hipertensos. 
 
7.1 No clima 
 
 O verão é YANG. O inverno é YIN. A primavera é a chegada do 
YANG no máximo de inverno YIN. O outono é a chegada de YIN no 
máximo de verão YANG. 
 O calor e o fogo são os elementos básicos do verão. O frio do inverno. 
O vento (YANG) o da primavera. A secura (YANG) a do outono. A umidade 
(YIN) a do final do verão (ou canícula). 
Como vemos, cada estação apresenta um elemento característico que 
encontra-se afinado com uma polaridade. A medicina chinesa reconhece 
como causa geradora de doença esses fatores atmosféricos. Dessa forma 
a penetração de um desses elementos no organismo, irá de encontro ao 
pólo oposto de sua natureza, já que nosso organismo apresenta as duas 
polaridades (YIN e YANG), criando um conflito que quebra o equilíbrio de 
forças YIN e YANG existente, e pode resultar na doença. 
 
7.2 Na fisiologia: 
 
 As funções dos diversos sistemas corporais apresentam polaridades 
na essência das suas atividades. Essas atividades são reguladas pelos 
 
 
 
 
 
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sistema nervoso autônomo/simpático e parassimpático que atuam 
integradamente no sentido de adaptar o organismo as suas necessidade. 
 O sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático) melhor do 
que qualquer outro pode ser visto dessa forma, já que funciona 
estritamente sob urna relação de oposição e interdependência. 
 Identificamos as atividades regidas pelo simpático como de natureza 
YANG e aquelas produzidas pelo parassimpático como de natureza YIN. 
 
Assim teremos: 
 
SIMPÁTICO: 
 
-Aumento do volume/minuto sistólico, Taquicardia, Aumento da 
contratibilidade e excitabilidade cardíaca. 
-Aumento do volume respiratório, Dilatação brônquica, 
-Aumento circulatório da musculatura. Diminuição circulatória dos órgãos 
digestivos. 
Diminuição circulatória da pele e mucosas, aumentos na artérias pulmonar 
e coronárias. 
-Diminuição do tônus e inibição da peristalse gástrica. Fechamento do 
piloro 
-Diminuição da peristalse e do tônus nos intestinos delgado e grosso 
-Inibição do músculo destrusor da bexiga e excitação do esfíncter. 
 
PARASSIMPÁ TICO: 
 
-Diminuição do volume/minuto cardíaco. Bradicardia. Diminuição da 
contratibilidade e excitabilidade do músculo cardíaco. 
-Diminuição do volume respiratório. Contração brônquica. 
-Diminuição circulatória da musculatura. Aumento nos órgãos digestivos, na 
pele e 
 
 
 
 
 
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mucosas. 
-Aumento nos tônus, excitação peristáltica e abertura do piloro. Aumento do 
tônus e peristalse dos intestinos delgado e grosso. 
-Excitação do músculo detrusor da bexiga e relaxamento do esfíncter. 
Como podemos ver também o organismo humano apresenta um verdadeiro 
equilíbrio interno entre forças de características opostas. E essas articulam-
se em função das relações desenvolvidas pelo organismo como um todo e 
o meio em que ele vive. 
 
8. A TEORIA DAS CINCO FASES 
 
8.1 - REFERÊNCIAS HISTÓRICAS 
 
 O termo WUXING significa as cinco fases evolutivas e refere-se a 
Cinco princípios do universo, simbolizadas pelos elementos: madeira, fogo, 
terra, metal e água, com suas características e propriedades. 
 A teoria das cinco fases é um antigo conceito filosófico para explicar a 
composição e os fenômenos físicos do universo e mais tarde usados na 
medicina tradicional chinesa para expor a unidade do corpo humano e o 
mundo natural, e o inter-relacionamento fisiológico e patológico sobre os 
cinco elementos sugiram a partir da dinastia YIN (séc.16 a. c.). Documentos 
da época da dinastia ZHOU (1.150-220 a.C.) registram conceitos 
rudimentares dos cinco elementos no mesmo período do surgimento do 
clássico das Mutações (I-JING). 
Nos primórdios, os chineses consideraram que os cinco elementos eram os 
materiais indispensáveis à manutenção da vida e à produção. A 
Compilação de Trabalhos Antigos (CHANG SHU DA CHUAN), há mais de 
mil anos a. C., registrava o seguinte antagonismo: "água e fogo é o que 
bebe e come o povo. Metal e madeira são o que ele produz. Terra é o que 
gera tudo. Eles são usados pelo povo". Para melhor compreender os 
estados e as transformações dos fenômenos observados na natureza (céu, 
 
 
 
 
 
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terra e homem) e as relações existentes entre eles, os chineses os 
agruparam e classificaram associando-os aos cinco elementos. Inicialmente 
a aplicação nas relações astronômicas e políticas foram as mais 
importantes. Os conceitos dos cinco elementos se firmaram c tornaram 
aceitos cm toda a China entre os séculos 5 e 3 a.C., constituindo-se naquilo 
que se chamou de doutrina dos cinco estados na mutação. 
 No decorrer da dinastia CHI (221 - 206 a.C.) a teoria das cinco fases 
teve grande desenvolvimento. Mas foi durante a dinastia HAN (206 a.C. - 
220 d.C.) que atingiu seu apogeu, sendo aplicada em praticamente todos 
os campos, tais como, político, social, astronômico, religioso, etc., inclusive 
na medicina. Nessa época a teoria das cinco fases assimilou conceitos do 
taoísmo, mais precisamente parte da teoria das 2 polaridades (YIN-YANG), 
as quais em conjunto, ambas teorias vieram a servir como método teórico e 
instrumento conceitual para entendimento e análise dos fenômenos e 
aceitos por várias correntes acadêmicas clássicas da antiguidade. É no 
Clássico Interno do Imperador Amarelo (HUANGDI NEIJIND, cerca de 100 
anos a.C) que se encontra o primeiro registro da aplicação da teoria das 
cinco fases na acupuntura. Segundo alguns autores, durante a dinastia 
SUNG (960-1360 d. C.) a teoria foi rigidamente aplicada a medicina 
tradicional o que teria sido um obstáculo ao desenvolvimento dessa ciência 
nesse período. Entretanto, nessa época, a acupuntura teve grande 
desenvolvimento, com o surgimento da famosa estátua de bronze e da 
organização de urna Faculdade para ensino da acupuntura. 
 Na dinastia MING (1368-/643) a acupuntura entra em declínio e no 
final da dinastia CHING (1644-1911) a acupuntura foi excluída do ensino 
oficial. Na Republica (1911- J 944) a medicina tradicional foi proscrita em 
favor da medicina ocidental. Com a implantação da República Popular 
(desde 1949) a medicina tradicional foi reabilitada. A acupuntura teve um 
grande impulso e se difundiu por todo o mundo a teoria das cinco fases foi 
melhor avaliada e dimensionada dentro do contexto da Medicina tradicional 
chinesa. Hoje é aplicada como subsídio à teoria dos órgãos e vísceras, com 
 
 
 
 
 
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auxílio do diagnóstico e como contribuição à terapêutica. Não deve ser 
utilizada como uma teoria rígida ou absoluta, porém permite-nos explicar e 
solucionar importantes problemas da medicina, da qual se constitui numa 
das teorias de base ao lado da teoria YIN-YANG. 
 
8.2 - Bases Filosóficas 
 
 Estabelecer a relação entre tudo àquilo que se encontra presente no 
universo - "Os fatos e as coisas, as matérias, os seres...". Com base 
dessas duas propriedades essenciais - a promoção e arestrição das cinco 
categorias de princípios simbolizados pela madeira, fogo, terra, metal e 
água, é o que se pretende a doutrina dos cinco estados da mutação. 
 Cada princípio engloba uma multiplicidade de noções e conceitos que 
relacionam-se entre si e com os demais princípios. Esse constante 
relacionamento é explicado de acordo com a teoria das duas polaridades 
(YIN - YANG), em que os cinco princípios simultaneamente num ciclo se 
promovem e noutro ciclo se restringem, simultaneamente. 
 Ao longo desses ciclos eles se sucedem incessantemente através de 
seus movimentos e mutações. A teoria procura respeitar suas diferentes 
categorias de princípios, "reconstituir" um universo em escala humana. 
Nesse Universo tudo se relaciona e se intervincula através da mutação das 
cinco categorias no constante movimento dos dois ciclos. 
 
9. CLASSIFICACÃO DOS FENÔMENOS DE ACORDO COM OS 5 
PRINCÍPIOS 
 
 Para relacionar os elementos encontrados no universo, a teoria das 
cinco fases os agrupa segundo sua natureza, função e forma distribuindo-
os dentro dos cinco princípios, através do processo da analogia. “Assim, o 
caráter da madeira é crescer e florescer, o caráter do fogo é ser quente e 
 
 
 
 
 
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brilhar, o caráter da terra é dar origem a todas as coisas, o caráter do metal 
é descender e ser puro, o caráter da água é ser frio e fluir para baixo”. 
E ainda, clinicamente, podemos observar as manifestações patológicas do 
fígado: 
a) no interior: 
 
- transtornos do Qi ligado pode provocar a ira; 
- transtornos emocionais, isto é, a ira pode prejudicar o fígado. 
 
b) no exterior: 
- transtornos do fígado podem produzir cor esverdeada na pele. 
 Portanto: primavera-madeira-fígado-vesícula-olhos-tendões, nervos e 
ligamentos 
 
9.1 - A promoção e restrição mútua das 5 fases 
 
 A teoria das cinco fases é propulsionada por duas propriedades ou 
processos incessantes considerados normais: o ciclo da promoção 
(SHENG) e o ciclo da restrição (KE), os quais dentro da medicina 
tradicional são reunidos sob a denominação de ciclos fisiológicos. 
 Na ocorrência ele distúrbios, podem ocorrer processos considerados 
anormais, chamados de ciclos de agressão (CHENG) e ciclos de contra-
dominação (WU), ciclo "mãe afeta o filho” e “filho afeta a mãe”. 
 
10. APLICACÃO DA TEORIA DOS 5 MIOVIMENTOS NA MEDICINA 
TRADICIONAL CHINESA 
 
 O fundamento de Acupuntura e Moxabustão da China (ZHONGGUO 
ZHENJIU XUE GAIAO, 1982) esclarecem o seguinte: "O homem vive na 
natureza. O meio ambiente natural - as variações climáticas e as condições 
geográficas - influem consideravelmente em suas atividades fisiológicas. 
 
 
 
 
 
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 Esse fato a manifestação da dependência do homem do meio 
ambiente assim como sua adaptabilidade a ele. Em outras palavras, existe 
uma interdependência entre o homem e a natureza. Partindo dessa 
consideração, a medicina tradicional chinesa relaciona logicamente à 
fisiologia e patologia dos órgãos ZANG FU e os tecidos com os fatores do 
meio ambiente. Similitudes e alegorias são usadas para explicar as 
complicadas relações entre a doença e a fisiologia e a correlação entre o 
homem e o meio ambiente natural". 
 A teoria das cinco fases subsidia concretamente a medicina 
tradicional, fornecendo elementos de base, que devem ser entendidos 
dentro de sua significação prática, nas seguintes áreas: 
- A - Na fisiologia: 
 
Classificação e interpretação das relações entre fenômenos e a maioria dos 
órgãos, tecidos, emoções e canais. 
- B - Na patogenia e patologia: 
 
Contribuição na explicação da evolução das enfermidades. Interpretação 
das influências patogênicas entre os órgãos (ZANG - FU). 
- C - Nos exames e diagnóstico. 
 
- D - No tratamento. 
 
Na medicina chinesa referimos aos estágios de condensação do Qi como 
substâncias essenciais a vida, pois sem elas não podemos manter-nos 
vivos. 
São elas: 
O Qi, a energia, concepção oposta à matéria. 
O Shen, o espírito, a mente, algo oposto ao corpo ou o espiritual em 
oposição ao material. 
 
 
 
 
 
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 O XUE, o sangue, mas algo que extrapola o conceito ocidental silo 
seus parâmetros preciosos de bioquímica e de histologia. Embora Xue e 
sangue partilhem alguns atributos comuns, fundamentalmente, o Xue é um 
conceito diferente, mas amplo e funcional. 
 O Jing, a essência, conceito puramente chinês que se aproxima ao 
conceito moderno de código genético, mas dentro de uma aplicabilidade 
funcional energética. O Jin ye, os líquidos corporais. 
 Traduzir palavras chinesas na medicina é uma grande 
responsabilidade, pois muitas vezes a complexidade da língua chinesa nos 
induz a erros de interpretação. Por isto as palavras chaves não serão 
traduzidas, permancendo com isto o conceito que ela induz. A aproximação 
da concepção chinesa em português será sempre tentada para elucidarmos 
determinados conceitos, entretanto devemos sempre evitar excessos 
destas aproximações para evitarmos erros de conceituação. 
 A medicina ocidental procura enfatizar a estrutura anatômica 
fisiológica, o estudo detalhado das estruturas e a bioquímica das 
substâncias sangue, linfa e etc. Enquanto a medicina tradicional chinesa 
pouco se preocupa com as estruturas, com a histologia ou com a 
composição química do Qi, preocupando-se assim com as funções e com a 
relação entre elas e, principalmente com suas relações na patologia. 
 Os inter-relacionamentos das substâncias são complexos, não há 
como separamos um componente do outro de maneira definida. Muitas 
vezes os significados das palavras se tornam ambíguos e circunstancial. 
As cinco substâncias principais: 
Qi - Energia 
Xue - Sangue 
Jing – Essência ou energia ancestral 
Shen – Espírito ou consciência 
Jin Ye - Líquidos orgânicos 
 
11. YIN E YANG E AS SUBSTÂNCIAS 
 
 
 
 
 
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 Sabemos da relatividade do Yin e Yang em termos de conceituação. 
Da mesma forma ao conceituarmos as substâncias devemos tomar como 
base a relatividade do Yin e Yang. Por exemplo, Jing é Yin em relação ao 
Qi, porém Yang em relação ao Xue. Sabemos também que tudo entre o 
céu e a terra possui um aspecto yin assim como o yang. Por exemplo, 
embora o Qi seja yang por possuir características energéticas, não 
materiais, ele pode ter aspectos yin ou yang, dependendo da situação, o 
que ocorre nas subdivisões do Qi. 
 O Qi e o Jin Ye possuem os aspectos gerais de yin e yang, enquanto 
o Jing está associado com os aspectos yin e yang dos rins. O Xue está 
ligado ao yin e Shen ao yang, apesar de que ambos apresentem os 
aspectos tanto yin como de yang, mas a separação menos evidente do que 
com Qi, Jin Ye e Jing. 
Sabemos da interdependência de yin e yang: o yin é base material da 
existência do Yang: o yin nutre o yang, o yang protege o yin. Desta forma 
chegamos a máxima chinesa de que Qi é o comandante do sangue (xue); 
xue é a mãe do Qi. Ou seja, o Qi movimenta o Xue e o Xue nutre o Qi. 
 
11.1 Formação das substâncias 
 
 Para compreendemos a formação das substâncias devemos conhecer 
o metabolismo das mesmas pelos órgãos (Zang Fu). Isto implica o 
conhecimento da fisiologia e interrrelacionamento dos Zang Fu, 
conhecimento extremamente particular à medicina tradicional chinesa. 
 Antes de iniciarmos o detalhamento da formação das substâncias é 
primordial queentendamos que na medicina ocidental dá-se ênfase a 
estrutura relacionada à função: ossos, músculos e tecidos, formados pelos 
órgãos, permeados pelo sangue e integrados pelos sistemas endócrino, 
linfático e nervoso. Na medicina chinesa, a importância se dá na teia 
complexa das inter-relações funcionais dos órgãos e vísceras e suas 
 
 
 
 
 
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funções na formação das substâncias essenciais à vida, não na importância 
estrutural do todo organismo. 
 Existe um arranjo funcional constituído por quatro categorias que se 
inter-relacionam: 
Substâncias 
Canais e colaterais - Jing Luo 
Órgãos e vísceras - Zang Fu 
Tecidos 
Ou seja, os órgãos e vísceras participam na formação e transporte ela 
substâncias, estas circulam no todo orgânico pelos canais e colaterais, 
nutrindo, umidificando, protegendo e aquecendo os tecidos de todo o corpo. 
 
11.2 Qi - Energia 
 
 A essência elos alimentos (Gu Qi) derivada do metabolismo e dos 
alimentos e bebidas pela áção do Baço (Pi) e do Estômago (Wei combinam 
com o ar do pulmão (Fei). O Zhong Qi, o Qi do tórax está intimamente 
relacionado com as funções do Coração (Xin) e do Pulmão (Fei e com a 
circulação do Sangue (Xue) e do Qi pelo corpo. 
 O Wei Qi (Qi de defesa) e o Yong Qi (Qi da nutrição) são os dois 
aspectos de Zhen Qi, o Qi verdadeiro. O Wei Qi circula principalmente na 
pele nos músculos, enquanto o Yong Qi circula nos Canais e Colaterais 
(Jing Luo) e nos Vasos (Xue Mai). A natureza e as funções de Yong Qi e de 
Xue são tão íntimos que em alguns textos e em algumas situações, os dois 
termos silo considerados como sinônimos. 
 
11.3 Xue – sangue 
 
A essência dos alimentos (Gu Qi), derivada dos alimentos e das bebidas, é 
transformada em Xue no tórax, pela ação do coração (Xin) e Pulmão (Fei). 
O aspecto yin do Jing, armazenado nos Rins (Shen) produz a medula 
 
 
 
 
 
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óssea que produz sangue (Xue). Também o aspecto yang do Jing ou o Qi 
original / fonte, ativa as transformações executadas pelo coração (Xin) e 
pelo Pulmão (Fei) no Aquecedor Superior e pelo Baço / Estômago (Pi/Wei) 
no Aquecedor Médio. 
 
11.4 O j i n ye - os líquidos orgânicos 
 
 Os alimentos e as bebidas são transformados pelo Baço/Estômago 
(Pi\Vei) em várias frações mais densas e mais leves do Jin Ye (Líquidos 
Corporais). O Jin, a fração mais pura, mais leve, mais yang e dinâmica, vai 
pela via Pulmão (Fei) aquecer, umedecer e nutrir a pele e os músculos, 
tendo a função e distribuição semelhantes a do Wei Qi (Qi defensivo). 
 O Ye é menos puro, mais denso, mais yin e portanto mais material e 
tem uma distribuição semelhante a do Yong, Qi (Qi da nutrição) com a 
finalidade de umedecer e nutrir os Zang Fu (Órgãos e Vísceras), ossos, 
cérebro e os "orifícios". Desta maneira, o Jin Ye circulam por todo o corpo 
dentro e fora dos canais e colaterais (Jing Luo) e dos Vasos (Xue Mai), 
nutrindo e umedecendo os tecidos e os Zang Fu (órgãos e Vísceras). A 
fração mais densa do produto do metabolismo do baço/estômago é 
absorvida pelo intestino delgado e vai para a bexiga (Pang Guang) e para o 
Intestino Grosso (Da Chang), onde, depois da reabsorção, as frações mais 
fluidas e as mais sólidas são eliminadas do corpo com a urina e fezes. 
 O Ye pode referir-se a qualquer tipo de fluído, mas o Jin Ye refere-se 
especificamente aos fluídos secretados pelas células vivas, embora os dois 
termos possam ser usados com o mesmo sentido. Incluímos na definição 
de Jin Ye as secreções do corpo: lágrima, suor, leite, secreção nasal, 
gástrica e genital. Entretanto, o fluído turvo, a urina, por exemplo, que é 
uma secreção, é considerada Ye, não Jin Ye. 
 O termo água e Jin Ye podem ser usados sem distinção quando se 
refere de modo indeterminado ao componente fluído do corpo. Mas o termo 
Jin Ye refere-se especificamente às secreções do corpo, ao passo que a 
 
 
 
 
 
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água é termo mais geral referindo-se a todos os fluidos corporais, sejam 
puros ou impuros. O termo água é usado muitas vezes para referir-se ao 
princípio da água em oposição a do fogo. 
 
11.5 O jing - essência 
 
 O Jing pré-natal é derivado do Jing dos pais, enquanto o Jing pós-
natal é formado da fração purificada da transformação dos alimentos e 
bebidas pelo Baço/Estômago. Chamando-os respectivamente de Céu 
anterior e Céu posterior. 
Formação do Jing – Essência 
 O aspecto yang do Jing está relacionado com o Yang dos Rins (Shen) 
ou ao Yuan Qi, sendo responsável pelas funções yang de aquecimento, 
transformação, ativação e movimentação, ocorrendo nas transformações 
envolvidas na formação do Qi, Xue e Jin Ye, bem como nas transformações 
que ocorrem no crescimento, desenvolvimento e reprodução. 
 O termo Yuan Qi (Qi originaL da fonte) é muitas vezes, sinônimos do 
aspecto yang do Shen Jillg (Essência elos Rins), do Shen Yang Qi (Yang 
dos Rins) ou como o Fogo do Ming Men (Portão ela Vida). A fração do Yin 
do Jing fornece a base material para as atividades dinâmicas do Yang. 
Vindo a formar a medula, o cérebro, possuindo papel na formação do 
sangue. 
 
11.6 O shen - o espírito, a consciência 
 
 Podemos dividi-lo em Shen pré-natal e pós-natal. O pré-natal é 
derivado dos pais e o pós-natal é derivado ou manifestado pela interação 
do Jing e do Qi. O sangue do coração (Xin Xue) e o Yin do Coração (Xin 
Yin) fornecem a moradia do espírito, conceito puramente chinês que afirma 
que a consciência não reside no cérebro, mas no coração. De maneira 
 
 
 
 
 
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geral o shen vitaliza o corpo, dá brilho, mantém vida plena, mantendo a 
consciência, fornecendo força e personalidade. 
 
12. ZANG FU - ÓRGÃOS E VÍSCERAS 
Os 12 meridianos princípais podem ser melhor visualizados nesta tabela. 
Meridiano Nome Chinês Sigla Polaridade Total de Pontos
Pulmão Fei (��) P Yin 11 
Intestino Grosso Da Chang (���) IG Yang 20 
Estômago Wei (��) E Yang 45 
Baço/Pâncreas Pi (��) BP Yin 21 
Coração Xin (��) C Yin 9 
Intestino Delgado Xiao Chang (���) ID Yang 19 
Bexiga Pang Guan (���) B Yang 67 
Rins Shen (��) R Yin 27 
Pericárdio Xin Bao (���) PC Yin 9 
Triplo Aquecedor San Jiao (���) TA Yang 23 
Vesícula-biliar Dan (��) VB Yang 44 
Fígado Gan (��) F Yin 14 
 
 
FIM DO MÓDULO I

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