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MICROECONOMIA 1 Departamento de Economia, Universidade de Bras´ılia Notas de Aula 11 - Graduac¸a˜o Prof. Jose´ Guilherme de Lara Resende 1 VC e VE - Caso Geral Suponha uma mudanc¸a de pol´ıtica que tem como consequeˆncia mudanc¸as nos prec¸os e na renda do consumidor, de (p0,m0) para (p1,m1) (p representa um vetor de prec¸os, ou seja, pode- mos analisar o efeito no bem-estar do consumidor de uma mudanc¸a em va´rios prec¸os de bens). Novamente, uma medida natural da perda (ou ganho, depende do caso) do consumidor causada pela mudanc¸a no ambiente econoˆmico e´: v(p1,m1)− v(p0,m0) Vimos que a V C e´ a quantidade de dinheiro que temos que tirar do indiv´ıduo depois da variac¸a˜o de prec¸os, para deixa´-lo com o mesmo bem-estar que tinha antes dessa variac¸a˜o. Portanto, a V C pode ser calculada como: V C = e(p1, v(p1,m1))− e(p1, v(p0,m0)) = m1 − e(p1, v(p0,m0)), ja´ que e(p, v(p,m)) = m. Vimos que a V E e´ a quantidade de dinheiro que temos que dar ao indiv´ıduo antes da variac¸a˜o de prec¸os, para deixa´-lo com o mesmo bem-estar que tera´ depois dessa variac¸a˜o. Portanto, a V E pode ser calculada como: V E = e(p0, v(p1,m1))− e(p0, v(p0,m0)) = e(p0, v(p1,m1))−m0, ja´ que e(p, v(p,m)) = m. A V C e a V E usam prec¸os bases diferentes: a V C usa o prec¸o apo´s a mudanc¸a e a V E usa o prec¸o antes da mudanc¸a como prec¸o base. A V C responde a` questa˜o de qual e´ a mudanc¸a na renda necessa´ria para compensar o consumidor pela mudanc¸a de prec¸os. A V E responde a` questa˜o de qual e´ a alterac¸a˜o na renda equivalente a` mudanc¸a que ocorrera´ na utilidade do consumidor, dado os prec¸os antigos. Vamos comparar a fo´rmula dessas duas medidas para analisar melhor esse ponto: V C = e(p1, v(p1,m1))− e(p1, v(p0,m0)) = m1 − e(p1, v(p0,m0)) V E = e(p0, v(p1,m1))− e(p0, v(p0,m0)) = e(p0, v(p1,m1))−m0 1 Tanto V C quanto V E sa˜o medidas do efeito no bem-estar do consumidor devido a uma mu- danc¸a de pol´ıtica. As duas medidas tera˜o sempre o mesmo sinal (se a mudanc¸a de pol´ıtica benefi- ciou o consumidor, as duas sera˜o positivas. Se a mudanc¸a de pol´ıtica prejudicou o consumidor, as duas sera˜o negativas). Pore´m, elas tera˜o magnitudes diferentes em geral, ja´ que o valor de uma unidade moneta´ria depende dos prec¸os usados como base. Note que o caso geral acima se reduz ao caso particular quando queremos avaliar apenas o efeito de uma mudanc¸a de prec¸os no bem-estar do consumidor. Observac¸a˜o: Alguns textos definem VC e VE do seguinte modo: V C = e(p1, v(p0,m0))− e(p1, v(p1,m1)) = e(p1, v(p0,m0))−m1 V E = e(p0, v(p0,m0))− e(p0, v(p1,m1)) = m0 − e(p0, v(p1,m1)) Nesse caso, apenas o sinal inverte e a magnitude das medidas continua a mesma. As duas medidas continuara˜o a ter o mesmo sinal se a mudanc¸a de pol´ıtica melhorou (ou piorou) o bem-estar do consumidor (agora, com sinal inverso: se V C e V E sa˜o negativas, o consumidor melhorou, se sa˜o positivas, piorou). Qual medida e´ mais apropriada? Depende do que queremos medir. Se queremos calcular um esquema de compensac¸a˜o aos novos prec¸os, enta˜o V C e´ mais adequada. Se queremos calcular o quanto o consumidor esta´ disposto a pagar por uma mudanc¸a de pol´ıtica, seja para evitar essa mudanc¸a, no caso em que ela piora o seu bem-estar, seja para implementar essa mudanc¸a, no caso em que ela melhora o seu bem-estar (“willingness to pay”), V E e´ mais adequado, por duas razo˜es. Primeiro, a V E e´ uma medida da renda aos prec¸os atuais, o que torna mais fa´cil o seu ca´lculo. Segundo, se estamos comparando va´rias pol´ıticas diferentes, a V C usa diferentes prec¸os como prec¸o base para cada pol´ıtica avaliada, enquanto a V E usa o prec¸o atual como prec¸o base para todas as pol´ıticas avaliadas. Logo, a V E e´ mais adequada para ana´lise de diversos projetos diferentes. Como calculamos na pra´tica V C e V E? Elas podem ser calculadas se observarmos as deman- das do indiv´ıduo, e se essas demandas satisfizerem as condic¸o˜es impostas pela maximizac¸a˜o da utilidade. Esse e´ um problema de integrabilidade: como recuperar a func¸a˜o de utilidade obser- vando as demandas e a renda do consumidor. A ana´lise formal desse problema e´ tecnicamente complicada (envolve equac¸o˜es diferenciais, o que esta´ ale´m do escopo deste curso). O importante e´ saber que essas func¸o˜es podem ser estimadas na pra´tica. 2 2 Relac¸a˜o entre EC, VC e VE Imagine que o prec¸o do bem 1 mude de p01 para p 1 1, e a renda e os prec¸os dos outros bens permanec¸am inalterados. Para simplificar a notac¸a˜o, vamos deixar apenas o prec¸o do bem 1 e a renda como varia´veis expl´ıcitas nas func¸o˜es abaixo, e vamos representar p1 por p apenas. Nesse caso, temos que: V C = m− e(p1, v(p0,m)) V E = e(p0, v(p1,m))−m Denote u0 = v(p0,m) e u1 = v(p1,m). Substituindo essas duas expresso˜es para as func¸o˜es V C e V E e lembrando que e(p, v(p,m)) = m, obtemos: V C = e(p0, u0)− e(p1, u0) V E = e(p0, u1)− e(p1, u1) Usando o Teorema Fundamental do Ca´lculo e o lema de Shepard, podemos reescrever essas duas u´ltimas equac¸o˜es como: V C = e(p0, u0)− e(p1, u0) = ∫ p0 p1 ∂e ∂p (p, u0)dp = ∫ p0 p1 xh(p, u0)dp V E = e(p0, u1)− e(p1, u1) = ∫ p0 p1 ∂e ∂p (p, u1)dp = ∫ p0 p1 xh(p, u1)dp Portanto, a variac¸a˜o compensadora e´ a integral da demanda Hicksiana calculada no n´ıvel inicial de utilidade u0 e a variac¸a˜o equivalente e´ a integral da demanda Hicksiana calculada no n´ıvel final de utilidade u1. As medidas mais adequadas do bem-estar sa˜o de fato obtidas calculando-se a integral da demanda, mas usando-se a demanda Hicksiana e na˜o a demanda Marshalliana, como e´ o caso do excedente do consumidor. Lembre-se que a variac¸a˜o no excedente do consumidor e´: ∆EC = ∫ p0 p1 xM(p)dp Vamos mostrar que: V C ≤ ∆EC ≤ V E, se o bem cujo prec¸o mudou for normal. Nesse caso enta˜o, a variac¸a˜o equivalente e´ sempre menor do que a variac¸a˜o compensadora, e o excedente do consumidor esta´ sempre entre essas duas medidas. Se o bem for inferior, a relac¸a˜o acima se inverte: V E ≤ ∆EC ≤ V C 3 Para mostrar isso, usamos a equac¸a˜o de Slustky: ∂xM(p,m) ∂p = ∂xh(p, u∗) ∂p − xM(p,m)∂x M(p,m) ∂m Se o bem e´ normal, enta˜o o efeito renda e´ negativo e a derivada da demanda Marshalliana e´ menor do que a derivada da demanda Hicksiana (lembre-se que as derivadas sa˜o negativas, enta˜o a demanda Marshalliana e´ mais inclinada do que a demanda Hicksiana nesse caso). Se o bem e´ inferior, enta˜o o efeito renda e´ positivo e a derivada da demanda Marshalliana e´ menor do que a derivada da demanda Hicksiana: ∂xM(p,m) ∂p < ∂xh(p, u∗) ∂p , se o bem e´ normal ( ou seja, ∣∣∣∣∂xM(p,m)∂p ∣∣∣∣ > ∣∣∣∣∂xh(p, u∗)∂p ∣∣∣∣) , ∂xM(p,m) ∂p > ∂xh(p, u∗) ∂p , se o bem e´ inferior ( ou seja, ∣∣∣∣∂xM(p,m)∂p ∣∣∣∣ < ∣∣∣∣∂xh(p, u∗)∂p ∣∣∣∣) A curva de demanda Marshalliana xM(p,m) e´ mais inclinada do que as curvas de demanda Hicksiana xh(p, u0) e xh(p, u1), quando o bem e´ normal. A curva de demanda Marshalliana cruza essas duas curvas nos prec¸os p0 e p1, pois: xM(p0,m) = xh(p0, v(p0,m)) = xh(p, u0) xM(p1,m) = xh(p1, v(p1,m)) = xh(p, u1) Suponha que o prec¸o diminuiu: p0 > p1 (a mudanc¸a melhorou o bem-estar do consumidor: V C, V E e ∆EC sa˜o positivas). Como a func¸a˜o de utilidade indireta e´ decrescente nos prec¸os, temos que v(p0,m) = u0 < u1 = v(p1,m). Como u0 < u1, enta˜o a demanda Hicksiana para u0 esta´ abaixo da demanda Hicksiana para u1: dado um n´ıvel de prec¸o qualquer, se o indiv´ıduo consome menos do bem 1, ele obte´m uma utilidade menor. Essa relac¸a˜o e´ ilustrada na figura abaixo. A figura abaixo deixa claro que:∫ p0 p1 xh(p, u0)dp︸ ︷︷ ︸ V C ≤ ∫ p0 p1 xM(p)dp︸ ︷︷ ︸ ∆EC ≤ ∫ p0 p1 xh(p, u1)dp︸ ︷︷︸ V E , ou seja, V C < ∆EC < V E 4 6 - x p xh(p, u1) xh(p, u0) xM (p,m) p1 s p0 s VE EC VC Se considerarmos um aumento do prec¸o do bem, a relac¸a˜o acima continua va´lida. Vamos mostrar isso. Suponha que o prec¸o aumentou: p0 < p1 (a mudanc¸a piorou o bem-estar do con- sumidor: V C, V E e ∆EC sa˜o negativas). Como a func¸a˜o de utilidade indireta e´ decrescente nos prec¸os, temos que v(p0,m) = u0 > u1 = v(p1,m). Como u0 > u1, enta˜o a demanda Hicksiana para u0 esta´ acima da demanda Hicksiana para u1: dado um n´ıvel de prec¸o qualquer, se o indiv´ıduo consome menos do bem 1, ele obte´m uma utilidade menor. Note que isso e´ o contra´rio do que obtivemos no caso de uma queda do prec¸o do bem. A figura abaixo ilustra essa relac¸a˜o. 6 - x p xh(p, u0) xh(p, u1) xM (p,m) p0 s p1 s 5 Como a ordem de integrac¸a˜o e´ de p1 a p0 e nesse caso temos que p0 < p1, os valores para V C, V E e ∆EC sa˜o negativos. Logo,∫ p0 p1 xh(p, u0)dp︸ ︷︷ ︸ V C ≤ ∫ p0 p1 xM(p)dp︸ ︷︷ ︸ ∆EC ≤ ∫ p0 p1 xh(p, u1)dp︸ ︷︷ ︸ V E , equivalente a seguinte integrac¸a˜o: − ∫ p1 p0 xh(p, u0)dp︸ ︷︷ ︸ V C ≤ − ∫ p1 p0 xM(p)dp︸ ︷︷ ︸ ∆EC ≤ − ∫ p1 p0 xh(p, u1)dp︸ ︷︷ ︸ V E , Portanto, no caso de um bem normal, teremos sempre V C < ∆EC < V E. A demonstrac¸a˜o de que relac¸a˜o ana´loga vale para bens inferiores e´ feita do mesmo modo, lembrando que nesse caso a derivada da demanda Marshalliana e´ maior do que a derivada da demanda Hicksiana. Portanto, se o bem for inferior, vale a seguinte relac¸a˜o: V E ≤ ∆EC ≤ V C. Em ambos os casos, bens normais e bens inferiores, a variac¸a˜o no excedente do consumidor esta´ entre as duas medidas mais apropriadas do bem-estar de um consumidor, V E e V C. Isso mostra que o EC e´ uma boa medida para mudanc¸as no bem-estar do consumidor. Veremos abaixo que, se a utilidade for quaselinear no bem analisado, as treˆs medidas sera˜o iguais. 3 Func¸o˜es Quaselineares Quando as treˆs medidas sera˜o iguais? Quando a utilidade for quaselinear no bem. Nesse caso, como vimos anteriormente, a demanda do bem depende apenas do prec¸o desse bem, se a renda for grande o suficiente. Portanto, o efeito-renda e´ zero e, pela equac¸a˜o de Slutsky, a demanda Marshalliana e´ igual a` demanda Hicksiana. Vamos investigar isso mais detalhadamente. O problema primal do consumidor com utilidade quaselinear e´: max x1,x2 g(x1) + x2 s.a. p1x1 + p2x2 = m Esse problema e´ equivalente a: max x1 g(x1) + m p2 − p1 p2 x1. 6 Vamos assumir que a renda e´ grande o suficiente para que o consumo de x2 seja positivo. Nesse caso a soluc¸a˜o e´ interior e a CPO para o bem 1 e´: g′(xM1 ) = p1 p2 O problema dual do consumidor para utilidade quaselinear e´: min x1,x2 p1x1 + p2x2 s.a. g(x1) + x2 = u0 Esse problema e´ equivalente a: min x1 p1x1 + p2(u0 − g(x1)) Vamos assumir que a renda e´ grande o suficiente para que o consumo de x2 seja positivo. Nesse caso a soluc¸a˜o e´ interior e a CPO para o bem 1 e´: dada por: g′(xh1) = p1 p2 As demandas Hicksiana e Marshalliana do bem 1 sa˜o portanto iguais e dependem apenas dos prec¸os dos bens. Essa e´ uma propriedade geral das func¸o˜es quaselineares (lembre-se que temos que ser cuidadosos aqui: na verdade, a demanda na˜o sera´ independente da renda para todos os valores da renda, pois se a renda for muito baixa, o consumidor na˜o conseguira´ comprar nada do bem). O efeito-renda para o bem 1 e´ nulo: uma variac¸a˜o na renda na˜o altera a quantidade consumida do bem 1. Enta˜o o efeito total de uma mudanc¸a de prec¸os e´ igual ao efeito substituic¸a˜o, pois o efeito renda e´ nulo. Como as curvas de demanda Marshalliana e Hicksiana sa˜o iguais, enta˜o temos que as integrais das demandas Hicksiana e Marshalliana sa˜o iguais, o que resulta em V C = ∆EC = V E. Graficamente, as curvas de indiferenc¸a de uma func¸a˜o de utilidade quaselinear sa˜o “vertical- mente paralelas”: para qualquer quantidade do bem 1, as inclinac¸o˜es de duas curvas de indiferenc¸a diferentes sera˜o iguais (o caminho de expansa˜o da renda, a partir de um certo n´ıvel de renda, sera´ uma reta vertical). Isto e´ consequeˆncia de o efeito renda ser nulo, pois o valor marginal da quan- tidade consumida do bem na˜o depende da renda. Portanto, se o efeito renda na demanda de um bem e´ pequeno, enta˜o a V C e a V E sa˜o parecidas, e a variac¸a˜o no EC e´ uma boa aproximac¸a˜o para os dois. Para a maioria dos bens, na˜o e´ uma aproximac¸a˜o ruim negligenciar o efeito renda, pois a parcela da renda gasta com cada bem e´ pequena, para a maioria dos bens consumidos. Por que ∆EC na˜o e´ uma boa medida de bem-estar quando o efeito renda e´ grande? Por que ∆EC e´ calculado usando a demanda Marshalliana, que na˜o mante´m a utilidade constante quando 7 o prec¸o do bem varia. Uma mudanc¸a no prec¸o do bem causa uma mudanc¸a no n´ıvel de renda real, que altera o bem-estar do consumidor. Ja´ sabemos que no caso de utilidade quaselinear, V C = ∆EC = V E. Mas qual o valor dessas medidas nesse caso? A demanda inversa do bem e´ g′(xM1 ) = p1/p2. Se o prec¸o do bem 1 aumentou de p˜1 para pˆ1 , pˆ1 > p˜1 (e a demanda do bem mudou de x˜1 para xˆ1), a variac¸a˜o no excedente do consumidor (e nesse caso ∆EC = V E = V C) e´: ∆EC = ∫ p˜1 pˆ1 xM1 (p1)dp1 = − ∫ pˆ1 p˜1 xM1 (p1)dp1 Podemos calcular a variac¸a˜o no excedente do consumidor tambe´m usando a demanda inversa, onde, nesse caso, obtemos: ∆EC = − [∫ x˜1 xˆ1 p1(x1)dx1 + (pˆ1xˆ1 − p˜1x˜1) ] = − [∫ x˜1 xˆ1 g′(x1)dx1 + (pˆ1xˆ1 − p˜1x˜1) ] = − [g(x˜1)− g(xˆ1) + (pˆ1xˆ1 − p˜1x˜1)] Exemplo: Seja u(x1, x2) = lnx1 + x2. Suponha que a renda seja grande o suficiente para que as soluc¸o˜es sejam interiores e que o prec¸o do bem 2 e´ R$ 1,00. A CPO para o problema primal do consumidor e´: g′(xM1 ) = p1 p2 ⇒ 1 x1 = p1 Suponha que o prec¸o do bem 1 aumenta de p˜1 = R$ 2, 00 para pˆ1 = R$ 3, 00. A variac¸a˜o do excedente do consumidor e´: ∆EC = ∫ p˜1 pˆ1 xM1 (p1)dp1 = − ∫ pˆ1 p˜1 xM1 (p1)dp1 = − ∫ 3 2 1 p1 dp1 = ln(2)− ln(3) ∼= −0, 41 Podemos calcular a variac¸a˜o no excedente do consumidor tambe´m usando a demanda inversa. Nesse caso, como o prec¸o do bem 1 aumenta de p˜1 = R$ 2, 00 para pˆ1 = R$ 3, 00, enta˜o x˜1 = 1/2 e xˆ1 = 1/3. Logo, temos que: ∆EC = − [g(x˜1)− g(xˆ1) + (pˆ1xˆ1 − p˜1x˜1)] = − [ln(1/2)− ln(1/3) + (3× 1/3− 2× 1/2)] = ln(1/3)− ln(1/2) = ln(2)− ln(3) Ou seja, para compensarmos o ind´ıviduo pelo aumento do prec¸o do bem 1, devemos aumentar a sua renda em R$ 0, 41. 8 Vamos agora calcular a V C e a V E para checar se sa˜o realmente iguais a ∆EC. A utilidade indireta dessa func¸a˜o de utilidade quaselinear e´: v(p1, p2 = 1,m) = ln(1/p1) + (m− 1), ja´ que x2 = m−p1x(p1) = m−p1(1/p1) = m−1, pois normalizamos o prec¸o do bem 2 em R$ 1, 00. Vamos omitir o argumento p2 na func¸a˜o de utilidade indireta para simplificarmos a notac¸a˜o. Usando a definic¸a˜o impl´ıcita de V C obtemos: v(pˆ1,m− V C) = v(p˜1,m) ⇒ ln(1/pˆ1) + (m− V C − 1) = ln(1/p˜1) + (m− 1), e, portanto, V C = ln(1/pˆ1)− ln(1/p˜1) = ln(1/3)− ln(1/2) = ln(2)− ln(3) Usando a definic¸a˜o impl´ıcita de V E obtemos: que: v(pˆ1,m) = v(p˜1,m + V E) ⇒ ln(1/pˆ1) + (m− 1) = ln(1/p˜1) + (m + V E − 1) e, portanto, V E = ln(1/pˆ1)− ln(1/p˜1) = ln(1/3)− ln(1/2) = ln(2)− ln(3) Obtemos enta˜o que V C = ∆EC = V E, como quer´ıamos mostrar. Leitura Recomendada • Varian, cap. 14 - “O Excedente do Consumidor. • Pindick e Rubinfeld, cap. 4 - “Demanda Individual e Demanda de Mercado”, sec¸a˜o 4 - “Excedente do Consumidor”. • Hicks, John. Value and Capital. Oxford University Press. Ler a ”Note to Chapter II - Consumer’s Surplus”. • Nicholsone Snyder, cap. 5 - “Income and Subsitution Effects”, sec¸a˜o 8 - “Consumer Sur- plus”. 9
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