Buscar

AULA 05 – CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA / CRIMES CONTRA AS FINANÇAS / CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO E LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 05 – CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA / CRIMES 
CONTRA AS FINANÇAS / CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO E 
LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO
Caros alunos, sejam bem vindos à nossa quinta aula!!! 
Hoje trataremos de temas interessantes e importantes para a sua PROVA. 
Começaremos a aula tratando dos delitos contra a administração da justiça e, assim, 
finalizaremos o tema crimes contra a Administração Pública (questão quase certa em sua 
PROVA). 
Posteriormente, analisaremos os crimes contra as Finanças Públicas os quais também estão 
definidos no Código Penal. 
Posteriormente, iremos fechar o Código e iniciar a análise dos crimes relativos ao sistema 
financeiro e, por fim, trataremos da lei de lavagem de dinheiro, abordando aquilo que é 
relevante para a sua PROVA. 
Vamos começar! 
Bons estudos!!! 
************************************************************************** 
5.1 DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
Futuro (a) Aprovado (a), a partir de agora passaremos a analisar os crimes contra a 
Administração da Justiça e, como você perceberá, é um tema bem amplo. 
Desta forma, abordarei aquilo que você precisa saber para sua PROVA sob a ótica do 
CESPE. Assim, concentre seus estudos ao que está sendo apresentado. 
Nesta reta final, como conversamos na aula demonstrativa, a objetividade será fundamental 
e, portanto, evite aprofundamentos desnecessários e divergências doutrinárias que em nada 
acrescentarão para sua PROVA. 
Vamos começar a adquirir conhecimento! 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 2
CRIME CONDUTA OBSERVAÇÕES 
REINGRESSO DE 
ESTRANGEIRO 
EXPULSO 
Reingressar no território 
nacional o estrangeiro 
que dele foi expulso. 
Trata-se de crime próprio, pois o tipo exige 
qualificação especial do sujeito ativo, qual seja, a 
de estrangeiro. 
O delito consuma-se no momento em que o 
estrangeiro expulso de nosso território, nele 
penetra. 
É admissível a tentativa. 
DENUNCIAÇÃO 
CALUNIOSA 
Dar causa à instauração 
de investigação policial, 
de processo judicial, 
instauração de invés-
tigação administrativa, 
inquérito civil ou ação 
de improbidade adminis-
trativa contra alguém, 
imputando-lhe crime de 
que o sabe inocente. 
Este delito não se confunde com a calúnia. 
Na calúnia o sujeito somente atribui falsamente 
ao sujeito passivo a prática de um fato descrito 
como delito. 
Na denunciação caluniosa ele, além de atribuir à 
vítima, falsamente, a prática de um delito, leva tal 
fato ao conhecimento da autoridade e, com isso 
dá causa a instauração de inquérito policial ou de 
ação penal. 
O delito se consuma com a instauração da 
investigação policial, o processo penal etc. 
A tentativa é admissível como, por exemplo, no 
caso em que a autoridade policial não leva a 
sério a falsa comunicação. 
TIPOS QUALIFICADO E PRIVILEGIADO: 
A pena é aumentada de sexta parte, se o agente 
se serve de anonimato ou de nome suposto. 
A pena é diminuída de metade, se a imputação é 
de prática de contravenção. 
COMUNICAÇÃO 
FALSA DE CRIME 
OU DE 
CONTRAVENÇÃO 
Provocar a ação de 
autoridade, comunican-
do-lhe a ocorrência de 
crime ou de contraven-
ção que sabe não se ter 
verificado. 
Este delito não pode ser confundido com a 
denunciação caluniosa. Nesta, como vimos, o 
sujeito indica uma determinada pessoa como 
suposta autora. 
Diferentemente, na comunicação falsa, o 
indivíduo apenas noticia à autoridade um fato que 
não ocorreu, deixando de lhe apontar a autoria. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 3
Assim, para sua PROVA, pense: 
1 - APONTOU AUTORIA Î DENUNCIAÇÃO 
CALUNIOSA. 
2 - SÓ COMUNICOU UM FATO Î COMUNICAÇÃO 
FALSA. 
Consuma-se o delito com a ação da autoridade e 
a tentativa é possível. 
AUTO-ACUSAÇÃO 
FALSA 
Acusar-se, perante a 
autoridade, de crime 
inexistente ou praticado 
por outrem. 
O objeto da auto-acusação deve ser crime. Se for 
contravenção, o fato será atípico. 
A conduta deve ocorrer perante autoridade 
(policial, judicial ou administrativa). Se ocorrer 
perante funcionário público, não há 
caracterização do delito 
A consumação ocorre quando a autoridade toma 
conhecimento da auto-acusação. 
A tentativa é possível na auto-acusação realizada 
por escrito. 
FALSO 
TESTEMUNHO OU 
FALSA PERÍCIA 
Fazer afirmação falsa, 
ou negar ou calar a 
verdade como testemu-
nha, perito, contador, 
tradutor ou intérprete 
em processo judicial, ou 
administrativo, inquérito 
policial, ou em juízo 
arbitral. 
Trata-se de crime próprio, pois só pode ser 
cometido por testemunha, perito, contador, 
tradutor e intérprete. 
Há uma grande divergência doutrinária quanto à 
possibilidade da existência de concurso de 
pessoas nesta espécie de delito. A maioria da 
doutrina inclina-se pela impossibilidade de co-
autoria e participação. Mas qual o entendimento 
do CESPE? Vamos conhecer: 
(CESPE / Analista - TRE-BA / 2010) Francisco, 
renomado advogado eleitoral, em audiência, 
induziu a testemunha José a fazer afirmação 
falsa em processo judicial, instruindo-o a 
prestar depoimento inverídico, com o fim de 
obter prova destinada a produzir efeito em 
ação penal em curso. 
Com base nessa situação hipotética, julgue o 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 4
item que se segue: 
Segundo os tribunais superiores, não se 
admite a participação de Francisco no crime 
de falso testemunho, por se tratar de crime de 
mão própria, isto é, somente José pode ser 
seu sujeito ativo. 
GABARITO: ERRADA 
Assim, concluímos que, para o CESPE, admite-
se a participação no crime de falso testemunho. 
O falso testemunho se consuma com o 
encerramento do depoimento e a tentativa é 
admissível (Ex: O depoimento, por qualquer 
circunstância, não se encerra). 
A falsa perícia se consuma com a entrega do 
laudo à autoridade. É admissível a tentativa. 
FIGURAS TÍPICAS AGRAVADAS: 
As penas aumentam-se de um sexto a um terço, 
se: 
1. O crime é praticado mediante suborno; 
2. O crime é cometido com o fim de obter prova 
destinada a produzir efeito em processo penal; 
3. O crime ocorre em processo civil em que for 
parte entidade da administração pública direta ou 
indireta. 
RETRATAÇÃO: 
O fato deixa de ser punível se, antes da sentença 
no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se 
retrata ou declara a verdade 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 5
CORRUPÇÃO ATIVA 
DE TESTEMUNHA, 
PERITO, 
CONTADOR, 
TRADUTOR OU 
INTÉRPRETE. 
Dar, oferecer ou 
prometer dinheiro ou 
qualquer outra vantagem 
a testemunha, perito, 
contador, tradutor ou 
intérprete, para fazer 
afirmação falsa, negar 
ou calar a verdade em 
depoimento, perícia, 
cálculos, tradução ou 
interpretação. 
Consuma-se no momento em que o sujeito dá, 
oferece ou promete o objeto material, 
independentemente de qualquer resultado. 
A forma tentada só é admitida nos casos em que 
o sujeito emprega a forma escrita para dar, 
oferecer ou prometer a vantagem. Exemplo: 
Carta com a promessa é interceptada pela 
autoridade policial. 
FIGURA TÍPICA AGRAVADA: 
As penas aumentam-se de um sexto a um terço, 
se o crime é cometido com o fim de obter prova 
destinada a produzir efeito em processo penal ou 
em processo civil em que for parte entidade da 
administração pública direta ou indireta 
COAÇÃO NO 
CURSODO 
PROCESSO 
Usar de violência ou 
grave ameaça, com o 
fim de favorecer 
interesse próprio ou 
alheio, contra autorida-
de, parte, ou qualquer 
outra pessoa que funcio-
na ou é chamada a inter-
vir em processo judicial, 
policial ou administrati-
vo, ou em juízo arbitral. 
Trata-se de crime de forma vinculada, ou seja, 
que só pode ser praticado mediante violência ou 
grave ameaça. 
O processo pode ser judicial, administrativo ou 
em curso em juízo arbitral. Também se inclui o 
inquérito policial. 
A consumação ocorre com o emprego da 
violência ou grave ameaça, não importando que o 
sujeito consiga o fim que objetiva. 
Admite-se a tentativa. 
EXERCÍCIO 
ARBITRÁRIO DAS 
PRÓPRIAS RAZÕES 
Fazer justiça pelas 
próprias mãos, para 
satisfazer pretensão, 
embora legítima, salvo 
quando a lei o permite. 
Exige-se, para a caracterização do delito, a 
legitimidade da pretensão ou, ao menos, que o 
sujeito suponha legítima a sua pretensão com 
base em razões convincentes. 
Assim, se o dono de imóvel alugado invade a 
casa, a fim de obter, através de objetos do 
inquilino, o aluguel devido, teremos o exercício 
arbitrário das próprias razões e não o furto. 
O delito consuma-se com o emprego dos meios 
executórios para a satisfação da pretensão. É 
admissível a tentativa. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 6
AÇÃO PENAL: 
Se não há emprego de violência, somente se 
procede mediante queixa, ou seja, a ação será 
privada. 
SUBTRAÇÃO OU 
DANO DE COISA 
PRÓPRIA EM 
PODER DE 
TERCEIRO 
Tirar, suprimir, destruir 
ou danificar coisa pró-
pria, que se acha em 
poder de terceiro por 
determinação judicial ou 
convenção. 
Trata-se de crime próprio que só pode ser 
cometido pelo proprietário do objeto material. 
Tem sua consumação no momento em que o 
sujeito subtrai, destrói, suprime, ou danifica o 
objeto material. 
Admite-se a tentativa. 
FRAUDE 
PROCESSUAL 
Inovar artificiosamente, 
na pendência de proces-
so civil ou administrati-
vo, o estado de lugar, de 
coisa ou de pessoa, com 
o fim de induzir a erro o 
juiz ou o perito. 
Este delito também é denominado de “estelionato 
processual”. 
A diferença entre a fraude processual e o 
estelionato reside no fato de que neste 
(estelionato) a fraude objetiva permitir que o 
sujeito venha a obter vantagem ilícita em prejuízo 
alheio. Na fraude processual a intenção é 
enganar o Juiz ou Perito. 
Não havendo modificação no mundo externo, ou 
seja, não se inovando (alterando) um local 
(lugar), uma coisa (móvel ou imóvel) ou pessoa 
(fisicamente), sem transformar seu o estado 
original, real, não haverá crime. 
Neste sentido, vale transcrever o seguinte 
entendimento que versa sobre a inovação: 
“(...) inovar artificiosamente o estado de lugar, 
coisa ou pessoa, escreve Heleno Cláudio 
Fragoso, citando Manzini, significa provocar em 
lugar, coisa ou pessoa modificações materiais, 
extrínsecas ou intrínsecas, de forma a alterar o 
aspecto ou outra propriedade probatória que o 
lugar, coisa ou pessoa tinha precedentemente, e 
idôneas para induzir o juiz ou perito.” 
No mesmo sentido, importante se faz constar o 
entendimento abaixo: 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 7
“Inova-se artificiosamente: o estado de lugar, 
quando, por exemplo, se abre um caminho, para 
inculcar uma servidão ‘itineris’; o estado de coisa, 
quando, ‘verbi gratia’, se eliminam os vestígios de 
sangue numa peça indiciária da autoria de um 
homicídio, ou se coloca um revólver junto a uma 
vítima de homicídio, para fazer crer em suicídio; o 
estado (físico) de pessoa, quando, ‘in exemplis’, 
se suprimem, mediante operação plástica, certos 
sinais característicos de um individuo procurado 
pela justiça’.” 
Cabe ressaltar que, se for a fraude tida como 
grosseira, constatável à primeira vista, não se 
configurará o crime, pois o artigo 347 do CP trás 
em sua redação a palavra “artificiosamente” o 
que integra seu tipo. 
Por iguais razões, não incorrerá no crime aqui 
tratado o agente que, mesmo intencionalmente, 
corta ou deixa crescer seus cabelos, extrai seu 
bigode, passa a usar óculos ou pratica qualquer 
ato similar com o intuito de não ser reconhecido 
onde, portanto, tais condutas não configuram o 
tipo penal, ou seja, a inovação artificiosa. 
Quanto à consumação, apesar de haver 
divergências, para a sua PROVA entenda que 
ocorre com a inovação, não sendo necessário 
que o sujeito engane o Juiz ou Perito. 
A tentativa é admissível. 
FAVORECIMENTO 
PESSOAL 
Auxiliar a subtrair-se à 
ação de autoridade pú-
blica autor de crime a 
que é cominada pena de 
reclusão. 
Distingue-se a conduta do agente que presta 
auxílio ao criminoso daquele que exerce a co-
autoria ou participação no crime. 
No crime aqui tratado o agente presta auxílio 
desempenhando qualquer ação que vise a 
subtração do criminoso à ação da autoridade. 
É indispensável, para a existência do crime, que 
o auxílio não tenha sido prestado ou prometido 
antes ou durante o crime precedente, pois, de 
outro modo, o que haveria a reconhecer, como é 
claro, seria a co-participação. 
As ações mais comuns que levam o agente a 
incorrer no crime de favorecimento pessoal são, 
entre outras, ocultar o criminoso dando-lhe abrigo 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 8
(esconderijo); auxiliá-lo a disfarçar-se, fornecer-
lhe transporte para evasão. 
Em relação às condutas que levam o agente a 
incorrer no crime, cabe transcrever o seguinte 
entendimento jurisprudencial:
“O favorecimento pessoal pode ser praticado por 
qualquer meio, desde que traduza uma ação 
positiva e direta, com referência ao escopo 
pretendido, podendo ser considerado como 
modalidade de auxilio o fato de subtrair o 
criminoso às diligências realizadas pela 
autoridade para encontrá-lo.” 
O sujeito ativo do crime poderá ser qualquer 
pessoa, excetuado o co-autor do delito 
precedente, ainda que sua participação no crime 
se tenha limitado à promessa de auxiliar, após a 
prática criminosa. 
A consumação opera-se no momento da 
prestação do auxílio que subtraiu o criminoso à 
autoridade. É admissível a tentativa. 
FIGURA TÍPICA PRIVILEGIADA: 
Quando imposta abstratamente ao crime 
antecedente pena de detenção. 
ESCUSA ABSOLUTÓRIA: 
Se quem presta o auxílio é ascendente, 
descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica 
isento de pena. 
FAVORECIMENTO 
REAL 
Prestar a criminoso, fora 
dos casos de co-autoria 
ou de receptação, 
auxílio destinado a tor-
nar seguro o proveito do 
crime. 
Ingressar, promover, 
intermediar, auxiliar ou 
facilitar a entrada de 
FAVORECIMENTO REAL X PESSOAL: 
No real o agente objetiva tornar seguro o proveito 
do delito. Diferentemente, no pessoal, visa tornar 
seguro o autor do crime antecedente. 
Por “proveito do crime” devemos entender 
qualquer vantagem, material ou imaterial. 
A título de exemplo podemos citar como 
vantagem material a posse do objeto furtado 
anteriormente, e imaterial o valor pago pela 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 9
aparelho telefônico de 
comunicação móvel, de 
rádio ou similar, sem 
autorização legal, em 
estabelecimento prisio-
nal. 
pratica, ou seja, a coisa (dinheiro) que veio a 
substituir o objeto do material do crime. 
FAVORECIMENTO REAL X RECEPTAÇÃO: 
Na receptação o proveito deve ser econômico 
enquanto no favorecimento real pode ser 
econômico ou moral. 
Na receptação o agente age em proveito próprioou de terceiro, que não o autor da conduta 
anterior. No favorecimento real age, 
exclusivamente, em favor do autor do crime 
antecedente. 
No favorecimento real a ação do sujeito visa ao 
autor do crime antecedente enquanto na 
receptação a conduta recai no objeto material do 
delito anterior. 
O crime de favorecimento real não comporta a 
modalidade culposa, pois o agente uma vez 
exprimindo sua vontade em auxiliar o autor de 
crime, sabedor se tratar da ilicitude do objeto, 
exerce vontade consciente, dolosa. 
Consuma-se com a prestação do auxílio e a 
tentativa é admissível. 
EXERCÍCIO 
ARBITRÁRIO OU 
ABUSO DE PODER 
Art. 350 - Ordenar ou 
executar medida privati-
va de liberdade individu-
al, sem as formalidades 
legais ou com abuso de 
poder. 
Parágrafo único - Na 
mesma pena incorre o 
funcionário que: 
I - ilegalmente recebe e 
recolhe alguém a prisão, 
ou a estabelecimento 
destinado a execução de 
pena privativa de 
liberdade ou de medida 
de segurança; 
II - prolonga a execução 
de pena ou de medida de 
Há divergências quanto à revogação do art. 350 
do CP pela lei de abuso de autoridade. 
O entendimento majoritário é o de que não houve 
revogação total, mas apenas do inciso III do 
citado dispositivo. 
De qualquer forma, devido a estas divergências, 
dificilmente este delito aparece em PROVAS do 
CESPE e, para você, basta uma noção geral das 
condutas descritas nos incisos I, II e IV. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 10
segurança, deixando de 
expedir em tempo 
oportuno ou de executar 
imediatamente a ordem 
de liberdade; 
III - submete pessoa que 
está sob sua guarda ou 
custódia a vexame ou a 
constrangimento não 
autorizado em lei; 
IV - efetua, com abuso 
de poder, qualquer 
diligência. 
FUGA DE PESSOA 
PRESA OU 
SUBMETIDA À 
MEDIDA DE 
SEGURANÇA 
Promover ou facilitar a 
fuga de pessoa legal-
mente presa ou submeti-
da a medida de seguran-
ça detentiva. 
Para a caracterização do delito é necessário que 
a pessoa esteja legalmente presa ou submetida a 
medida de segurança. Caso a prisão ou medida 
de segurança seja ilegal, não haverá o delito por 
atipicidade do fato. 
TIPOS QUALIFICADOS: 
Se o crime é praticado a mão armada, ou por 
mais de uma pessoa, ou mediante 
arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a 
seis anos. 
A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o 
crime é praticado por pessoa sob cuja custódia 
ou guarda está o preso ou o internado. 
FORMA CULPOSA 
No caso de culpa do funcionário incumbido da 
custódia ou guarda, aplica-se a pena de 
detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
A consumação ocorre no momento da fuga e a 
tentativa, salvo na modalidade culposa, é 
admissível. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 11
EVASÃO MEDIANTE 
VIOLÊNCIA 
CONTRA A PESSOA 
Evadir-se ou tentar 
evadir-se o preso ou o 
indivíduo submetido a 
medida de segurança 
detentiva, usando de 
violência contra a 
pessoa. 
Trata-se de crime próprio, pois só pode ser 
cometido por preso ou indivíduo submetido à 
medida de segurança. 
A consumação ocorre com o emprego da 
violência física contra a pessoa. 
Observe que a tentativa é admissível, mas, como 
é tratada no próprio tipo penal (“tentar evadir-se”), 
tem a mesma pena da forma consumada. 
ARREBATAMENTO 
DE PRESO 
Arrebatar preso, a fim de 
maltratá-lo, do poder de 
quem o tenha sob 
custódia ou guarda. 
Este crime praticamente não aparece nas provas 
do CESPE. Consuma-se com o arrebatamento 
do preso e a tentativa é admissível. 
Obs.: Arrebatar significa tirar, arrancar, tomar. 
MOTIM DE PRESOS Amotinarem-se presos, 
perturbando a ordem ou 
disciplina da prisão. 
Este crime, assim como o anterior, também não 
vem sendo muito exigido em provas do CESPE. 
Trata-se de crime próprio que só pode ser 
cometido por presos. 
Atinge sua consumação com a efetiva 
perturbação da ordem ou disciplina e admite-se a 
forma tentada. 
PATROCÍNIO 
INFIEL 
Trair, na qualidade de 
advogado ou procurador, 
o dever profissional, 
prejudicando interesse, 
cujo patrocínio, em 
juízo, lhe é confiado. 
Trata-se de crime próprio que só pode ser 
praticado por advogado regularmente inscrito na 
OAB ou por estagiário de advocacia nos termos 
do art. 3º do Estatuto da Advocacia e a Ordem 
dos Advogados do Brasil. 
Consuma-se com a produção do prejuízo e é 
admissível a tentativa na forma comissiva. 
PATROCÍNIO 
SIMULTÂNEO OU 
TERGIVERSAÇÃO 
Incorre na pena deste 
artigo o advogado ou 
procurador judicial que 
defende na mesma 
causa, simultânea ou 
sucessivamente, partes 
contrárias. 
Trata-se de crime praticado por advogado ou 
procurador judicial que defende na mesma causa, 
simultânea ou sucessivamente, partes contrárias. 
O sujeito ativo só pode ser o advogado, 
regularmente inscrito na OAB ou procurador 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 12
judicial (estagiário ou provisionado inscrito na 
Ordem). A disposição não inclui os membros do 
Ministério Público e os Procuradores do Estado. 
O tipo penal prevê duas condutas: 
1. Patrocínio simultâneo; e 
2. Patrocínio sucessivo das partes 
contrárias (tergiversação). 
No primeiro caso, o advogado, ao mesmo tempo, 
defende interesses, na mesma causa, de partes 
contrárias. 
Não é necessário que seja no mesmo processo, 
uma vez que a figura penal fala “na mesma 
causa”, pois uma causa pode ter mais de um 
processo. 
Na segunda hipótese, o advogado, após defender 
um litigante, passa a defender o outro. 
As parte contrárias são as pessoas com 
interesses diversos na mesma causa (pessoas 
físicas ou jurídicas, autor, réu, ofendido etc.), não 
sendo suficiente que haja colisão de interesses, 
pois é necessário que as partes sejam contrárias. 
Como “mesma causa” deve-se entender a 
mesma pretensão jurídica, ainda que ela se 
estenda em processos diversos, como, por 
exemplo, a cobrança de alimentos por períodos 
sucessivos. 
A consumação ocorre com a efetiva prática de 
ato processual no interesse simultâneo de partes 
contrárias. 
O consentimento exclui a ilicitude da conduta. É 
admissível a tentativa na modalidade de defesa 
simultânea, mas não na de patrocínio sucessivo. 
Exemplo: Em uma separação consensual, no 
qual o advogado defende interesses de ambos os 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 13
cônjuges há inexistência de crime, podendo os 
cônjuges contratar o mesmo advogado, pois 
inexistem partes contrárias. Em uma separação 
litigiosa, o advogado que defende ambos os 
cônjuges pratica o crime de patrocínio 
simultâneo. 
SONEGAÇÃO DE 
PAPEL OU OBJETO 
DE VALOR 
PROBATÓRIO 
Inutilizar, total ou 
parcialmente, ou deixar 
de restituir autos, 
documento ou objeto de 
valor probatório, que 
recebeu na qualidade de 
advogado ou procurador 
Este crime quase não é encontrado em provas do 
CESPE e, para sua PROVA, basta o 
conhecimento da conduta típica. 
EXPLORAÇÃO DE 
PRESTÍGIO 
Solicitar ou receber 
dinheiro ou qualquer 
outra utilidade, a pretex-
to de influir em juiz, 
jurado, órgão do Ministé-
rio Público, funcionário 
de justiça, perito, tradu-
tor, intérprete ou teste-
munha. 
Trata-se de delito bem parecido com o tráfico de 
influência que analisamos na aula passada. 
A diferença reside no fato de que aqui a lei 
expressamente cita as pessoas que servem à 
justiça (em juiz, jurado, órgão do Ministério 
Público, funcionário de justiça, perito, tradutor,intérprete ou testemunha). O rol é taxativo. 
A consumação ocorre com a solicitação ou 
recebimento e a tentativa é admissível no caso 
de solicitação por escrito e no recebimento. 
TIPO QUALIFICADO: 
As penas aumentam-se de um terço, se o agente 
alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade 
também se destina a qualquer das pessoas 
referidas no dispositivo legal. 
VIOLÊNCIA OU 
FRAUDE EM 
ARREMATAÇÃO 
JUDICIAL 
Impedir, perturbar ou 
fraudar arrematação 
Judicial; afastar ou 
procurar afastar concor-
rente ou licitante, por 
meio de violência, grave 
ameaça, fraude ou ofere-
cimento de vantagem. 
Este crime quase não é encontrado em provas do 
CESPE e, para sua PROVA, basta o 
conhecimento da conduta típica. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 14
DESOBEDIÊNCIA A 
DECISÃO JUDICIAL 
SOBRE PERDA OU 
SUSPENSÃO DE 
DIREITO 
Exercer função, ativida-
de, direito, autoridade 
ou múnus, de que foi 
suspenso ou privado por 
decisão judicial 
Trata-se de crime próprio, pois só pode ser 
cometido por quem foi suspenso ou privado por 
decisão judicial, de exercer função, atividade, 
direito, autoridade ou múnus. 
Consuma-se o delito no momento em que o 
sujeito desobedece a decisão judicial e passa a 
exercer atividade, direito, função etc. Admite-se a 
tentativa. 
5.2 DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS 
Os crimes contra as Finanças Públicas foram introduzidos no Ordenamento Jurídico Penal 
brasileiro através da Lei n° 10.028, de 19 de outubro de 2000, ao acrescentar os art. 359-A a 
359-H (Título XI, Capítulo IV) no Código Penal. 
As condutas típicas definidas no CP são: 
1. Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura; e 
2. Oferta pública ou colocação de títulos no mercado. 
3. Prestação de garantia graciosa; 
4. Assunção de obrigação no último ano de mandato ou legislatura 
5. Não cancelamento de restos a pagar; 
6. Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar; 
7. Contratação de operação de crédito 
8. Ordenação de despesa não autorizada; 
Para efeito de PROVA é necessário ao menos um conhecimento básico da nomenclatura 
das tipificações que compõe os crimes contra as finanças e muitas vezes a tentativa de 
“decorar” é um incentivo “AO PÂNICO” dos concurseiros. Exatamente por isso, a fim de 
facilitar o aprendizado, basta que você tenha conhecimento desta expressão: “AO PANICO”, 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 15
pois, conforme você pode observar acima ela contêm a primeira letra dos delitos 
que você precisa saber que compõe o grupo dos crime contra as finanças. 
São crimes de ação penal incondicionada e também crimes próprios por exigir qualidade 
especial do sujeito ativo (agente público). 
A descrição desses crimes no Código Penal representa uma forma de dar efetividade à Lei 
Complementar número 101/00, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal. 
Vamos, agora, começar a analisar os tipos penais: 
 5.2.1 CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO
O delito encontra previsão no Código Penal nos seguintes termos: 
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou 
externo, sem prévia autorização legislativa: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
A título de conhecimento, operação de crédito, nos termos do art. 29, III da LC 101/00 é: 
“compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e 
aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores 
provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras 
operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros”. 
A operação de crédito será interna quando tiver como contraparte instituição financeira, 
órgão ou entidade nacional e externa se for contratada com organismo internacional. A 
autorização legislativa mencionada no dispositivo consiste em autorização específica do 
Poder Legislativo para a realização da operação. 
Portanto, visa o dispositivo punir o desrespeito à exigência legal de autorização legislativa 
por parte dos agentes responsáveis pelos atos de gestão financeira. 
 5.2.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 16
1. SUJEITO ATIVO: É crime próprio, só podendo cometer o delito aquele que 
possui competência par autorizar/ordenar a contratação de operação de 
crédito. 
2. SUJEITO PASSIVO: União / Estados / Municípios / Distrito Federal. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Ordenar Î Ex: Tício manda Mévio realizar determinada operação de 
crédito. 
• Autorizar Î Ex: Tício permite que Mévio realiza operação de crédito. 
Perceba que aqui o agente não tem a iniciativa da contratação do 
crédito, mas lhe concede validade. 
• Realizar Î Ex: Tício resolve esquecer o Mévio e colocar a “mão na 
massa”, ou seja, ele próprio realiza a operação. 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Trata-se de crime de MERA CONDUTA, consumando-se com a ordem, 
autorização ou realização da operação de crédito 
2. É admissível a tentativa somente na modalidade “realizar”. Quanto aos 
verbos “ordenar” e “autorizar”, como é impossível fracionar a conduta, 
impossível a tentativa. 
• FORMAS SECUNDÁRIAS 
Nos termos do parágrafo único do art. 359-A, incorre na mesma pena quem 
ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo: 
1. Com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou 
em resolução do Senado Federal; e 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 17
CONHECER PARA ENTENDER!!! 
O conceito de Restos a Pagar esta ligado aos Estágios da Despesa Pública, 
representados pelo Empenho, Liquidação e Pagamento. 
O Empenho é o primeiro estágio da despesa pública e de onde se origina o 
processo de Restos a Pagar. Portanto, sendo emitido o empenho, fica o 
Estado obrigado ao desembolso financeiro, desde que o fornecedor do 
material ou prestador dos serviços atenda a todos os requisitos legais de 
autorização ou habilitação de pagamento. 
A Liquidação é o segundo estágio da despesa pública e consiste na 
verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e 
documentos comprobatórios do respectivo crédito. 
O Pagamento é o terceiro estágio da despesa e resulta na extinção da 
obrigação. Quando o pagamento deixa de ser efetuado no próprio exercício, 
procede-se, então, a inscrição em Restos a Pagar. 
2. Quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo 
autorizado por lei. 
5.2.2 INSCRIÇÃO DE DESPESAS NÃO EMPENHADAS EM RESTOS A 
PAGAR
A descrição típica encontra-se no art. 359-B que define: 
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa 
que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite 
estabelecido em lei: 
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
O AGENTE, EMBORA TENHA AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA PARA A 
CONTRATAÇÃO DE CRÉDITO, VAI ALÉM DOS LIMITES PERMITIDOS. 
O AGENTE, ATRAVÉS DA CONTRATAÇÃO DA OPERAÇÃO DE CRÉDITO, 
DESRESPEITA O LIMITE MÁXIMO DO MONTANTE AUTORIZADO. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 18
O que visa garantir o Código Penal é que a inscrição em restos a pagar respeite os limites 
estabelecidos em lei e que sempre haja prévio empenho. 
 5.2.2.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crimepróprio só podendo ser cometido por quem é 
competente para assumir obrigação de despesa, incluindo-a em restos a 
pagar 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Ordenar; e 
• Autorizar. 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
3. NORMATIVO: 
• Está na expressão “que exceda o limite legal estabelecido em lei”. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. É delito de mera conduta, consumando-se com a vigência da ordem ou 
autorização para inscrição de despesa em restos a pagar. 
2. Não é admissível a figura tentada. 
• Inscrição em restos a pagar de 
despesa não empenhada. 
• Inscrição de despesa acima do 
limite legal. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 19
5.2.3 ASSUNÇÃO DE OBRIGAÇÃO NO ÚLTIMO ANO DO MANDATO OU 
LEGISLATURA
Caro(a) aluno(a), imagine que você recebeu um cartão de crédito com limite de 
R$100,000,00. Todo mês você realiza compras e paga a sua fatura. 
Ocorre que em determinado dia você fica sabendo que a partir do mês que vem um outro 
indivíduo vai ser responsável pelo pagamento de tudo que você gastar... Agora, me 
responda, sinceramente, você vai economizar ao máximo ou vai “fazer a festa (dos 
lojistas do shopping)”? 
Caso você tenha respondido a segunda opção, fazendo uma analogia, é exatamente para 
evitar esse tipo de situação, que ocorria constantemente na sucessão de cargos políticos, 
que o legislador penal achou por bem tipificar a seguinte conduta: 
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos 
quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não 
possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser 
paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de 
disponibilidade de caixa: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
Esse dispositivo visa impedir atos de gestores do dinheiro público que resultem em 
prejuízo para seus sucessores e para a regularidade da gestão fiscal do Estado. 
 5.2.3.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crime próprio só podendo ser cometido pelo titular do 
mandato. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 20
• Ordenar; e 
• Autorizar. 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. É delito de mera conduta, consumando-se com a ordem ou autorização de 
indevida assunção de obrigação. 
2. Não é admissível a figura tentada. 
A assunção de obrigação, nos dois últimos 
quadrimestres do último ano do mandato ou 
legislatura, cuja despesa não possa ser paga no 
mesmo exercício financeiro ou, caso reste 
parcela a ser paga no exercício seguinte, que não 
tenha contrapartida suficiente de disponibilidade 
de caixa. 
 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 
DOIS ÚLTIMOS QUADRIMESTRES 
ÉÉ IIMMPPOORRTTAANNTTEE PPEERRCCEEBBEERR QQUUEE PPAARRAA AA CCAARRAACCTTEERRIIZZAAÇÇÃÃOO DDOO CCRRIIMMEE 
DDEEVVEE SSEERR VVEERRIIFFIICCAADDAA AA DDAATTAA DDAA AASSSSUUNNÇÇÃÃOO DDAA OOBBRRIIGGAAÇÇÃÃOO EE NNÃÃOO AA 
DDOO AATTOO AADDMMIINNIISSTTRRAATTIIVVOO DDEE OORRDDEEMM OOUU AAUUTTOORRIIZZAAÇÇÃÃOO.. AASSSSIIMM,, SSEE 
TTÍÍCCIIOO,, PPRREESSIIDDEENNTTEE,, EEMMIITTEE UUMM AATTOO AADDMMIINNIISSTTRRAATTIIVVOO DDOOIISS AANNOOSS AANNTTEESS 
DDOO TTÉÉRRMMIINNOO DDOO MMAANNDDAATTOO,, AASSSSUUMMIINNDDOO UUMMAA OOBBRRIIGGAAÇÇÃÃOO PPAARRAA OO 
ÚÚLLTTIIMMOO QQUUAADDRRIIMMEESSTTRREE DDEE SSUUAA PPEERRMMAANNÊÊNNCCIIAA,, OO DDEELLIITTOO EESSTTAARRÁÁ 
CCAARRAACCTTEERRIIZZAADDOO.. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 21
5.2.4 ORDENAÇÃO DE DESPESA NÃO AUTORIZADA
Para disciplinar a gestão financeira no tocante à criação de despesas, é necessário a existência 
de lei orçamentária. Caso o gestor ordene despesa sem previsão legal estará cometendo o crime 
de ordenação de despesa não autorizada. 
O delito encontra-se tipificado no art. 359-D do Código Penal nos seguintes termos: 
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
 5.2.4.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crime próprio só podendo ser cometido por quem possui 
competência para ordenar despesas. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Ordenar (despesa não autorizada por lei) 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. É delito de mera conduta, consumando-se a emissão do ato administrativo 
de ordem. 
2. Não é admissível a figura tentada. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 22
5.2.5 PRESTAÇÃO DE GARANTIA GRACIOSA
O delito encontra-se tipificado no art. 359-E do Código Penal nos seguintes termos: 
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido 
constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia 
prestada, na forma da lei 
 Segundo a lei de responsabilidade fiscal a garantia estará condicionada ao 
oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia a 
ser concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a 
suas obrigações junto ao garantidor e às entidades por este controladas. 
Traduzindo isto tudo que foi dito, ou seja, deixando claro para sua PROVA, o que você 
precisa saber é que a lei veda as ações “gentis” (graciosas) dos gestores na hora de 
prestar garantia em operação de crédito. O administrador público não pode confiar em 
uma suposta adimplência daqueles que contratam com o poder público devendo constituir 
contragarantia em valor igual ou superior ao da garanta prestada. 
 5.2.5.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crime próprio só podendo ser cometido por quem possui 
competência para prestar garantia em operação de crédito. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Prestar (garantia em operação de crédito, sem contragarantia em 
valor igual ou superior.) 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 23
1. É delito de mera conduta, consumando-se quando o agente concede a 
garantia sem constituir a contragarantia exigida por lei. 
2. Não é admissível a figura tentada. 
5.2.6 NÃO CANCELAMENTO DE RESTOS A PAGAR
Como já vimos, os Restos a Pagar são as despesas que foram empenhadas e não foram 
pagas até o fim do exercício financeiro, ou seja, 31 de dezembro do ano em curso. 
Dentre estes empenhos distinguem-se os empenhos de despesa já liquidada e despesa 
não liquidada. As despesas liquidadas são aquelas onde o implemento de condição da 
constituição de obrigação de pagamento já se cumpriu, enquanto que as não liquidas, 
ainda pedem deste mesmo implemento de condição. 
Todos aqueles restos a pagar que tiverem origem em despesas assumidas pelo gestor do 
mandato anterior, nos últimos dois quadrimestres e que não tinham provisionamento de 
caixa em 01 de janeiro do exercício subseqüente, devem ser cancelados pelo atual 
gestor, sob pena de incorrer no crime tipificado no art. 359F: 
Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento 
do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei: 
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos5.2.6.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crime próprio só podendo ser cometido por quem possui 
competência para corrigir o desvio do montante de restos a pagar. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Deixar de ordenar; 
• Deixar de autorizar; 
O cancelamento do montante de 
restos a pagar inscrito em valor 
superior ao permitido em lei 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 24
• Deixar de promover 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. É delito omissivo próprio e, portanto, atinge a consumação com a conduta 
negativa (omissiva) do agente. 
2. Não é admissível a figura tentada. 
5.2.7 AUMENTO DE DESPESA TOTAL COM PESSOAL NO ÚLTIMO ANO 
DO MANDATO OU LEGISLATURA
Situação muito comum antigamente era a ocorrência de aumentos salariais ao término do 
mandato. O governante que estava deixando o cargo deixava todos felizes com o 
aumento, menos um...O novo governante que teria que suportar o encargo financeiro. 
Exatamente para evitar este tipo de situação, hoje, com base na Lei de Responsabilidade 
Fiscal, prevê o Código Penal: 
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de 
despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do 
mandato ou da legislatura: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
Conforme leciona Damásio: “ Tutela-se, pois, a regularidade das contas públicas, no 
tocante à rotatividade dos gestores das finanças públicas, titulares de mandato.” 
 5.2.7.1 CARACTERIZADORES DO DELITO
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crime próprio só podendo ser cometido por titulares de 
mandato com competência para ampliar a despesa com pessoal. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 25
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Ordenar; 
• Autorizar; 
• Executar. 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. É delito de mera conduta e consuma-se com o ato que ocasiona o aumento 
de despesa total com pessoal 
2. Não é admissível a figura tentada nas modalidade “ordenar” e “autorizar”. 
Diferentemente, com relação ao verbo “executar”, é admitida a tentativa. 
5.2.8 OFERTA PÚBLICA OU COLOCAÇÃO DE TÍTULOS NO MERCADO
O delito encontra previsão no art. 359-H do Código Penal nos seguintes termos: 
Ato que acarrete aumento de despesa 
total com pessoal, nos cento e oitenta 
dias anteriores ao final do mandato ou 
da legislatura. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 26
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no 
mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados 
por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação 
e de custódia: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
Torna-se crime, portanto, a ação irregular de administradores na movimentação do 
mercado financeiro, por intermédio da emissão de títulos da dívida pública. 
 5.2.8.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crime próprio só podendo ser cometido por agentes 
públicos responsáveis pela ordenação, autorização ou promoção das 
condutas descritas no tipo penal. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Ordenar; 
• Autorizar; 
• Promover. 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. No que diz respeito ao ato de ordenar e autorizar, trata-se de delito de mera 
conduta, consumando-se com o aperfeiçoamento do ato administrativo. 
A oferta pública ou a colocação no mercado 
financeiro de títulos da dívida pública sem que 
tenham sido criados por lei ou sem que estejam 
registrados em sistema centralizado de 
liquidação e de custódia. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 27
Com relação à modalidade “Promover”, consuma-se o crime quando o 
agente promove a oferta pública ou a colocação de títulos da dívida pública 
no mercado financeiro. É delito de mera conduta. 
2. Não é admissível a figura tentada nas modalidade “ordenar” e “autorizar”. 
Diferentemente, com relação ao verbo “promover”, é admitida a tentativa. 
Para finalizar, esquematizando os delitos: 
CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS 
CRIME CONDUTA OBSERVAÇÕES 
CONTRATAÇÃO DE 
OPERAÇÃO DE 
CRÉDITO 
Ordenar, autorizar ou realizar 
operação de crédito, interno ou 
externo, sem prévia autorização 
legislativa. 
Incide na mesma pena quem 
ordena, autoriza ou realiza operação 
de crédito, interno ou externo: 
I – com inobservância de limite, 
condição ou montante estabelecido 
em lei ou em resolução do Senado 
Federal; 
II – quando o montante da dívida 
consolidada ultrapassa o limite 
máximo autorizado por lei. 
INSCRIÇÃO DE 
DESPESAS NÃO 
EMPENHADAS EM 
RESTOS A PAGAR 
Ordenar ou autorizar a inscrição 
em restos a pagar, de despesa 
que não tenha sido previamente 
empenhada ou que exceda 
limite estabelecido em lei. 
RESTOS A PAGAR 
Dentre as várias limitações à 
atividade administrativa impostas 
pela LRF, encontra-se a que veda o 
gestor público contrair obrigação de 
despesa que não possa ser 
cumprida integralmente dentro de 
seu mandato "ou que tenha parcelas 
a serem pagas no exercício seguinte 
sem que haja suficiente 
disponibilidade de caixa para este 
efeito”. 
Estas obrigações, denominadas 
"restos a pagar", têm como raiz a 
organização da atividade financeira. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 28
 ASSUNÇÃO DE 
OBRIGAÇÃO NO 
ÚLTIMO ANO DO 
MANDATO OU 
LEGISLATURA 
Ordenar ou autorizar a assunção 
de obrigação, nos dois últimos 
quadrimestres do último ano do 
mandato ou legislatura, cuja 
despesa não possa ser paga no 
mesmo exercício financeiro ou, 
caso reste parcela a ser paga no 
exercício seguinte, que não tenha 
contrapartida suficiente de 
disponibilidade de caixa. 
ORDENAÇÃO DE 
DESPESA NÃO 
AUTORIZADA 
Ordenar despesa não 
autorizada por lei. 
PRESTAÇÃO DE 
GARANTIA 
GRACIOSA 
Prestar garantia em operação 
de crédito sem que tenha sido 
constituída contragarantia em 
valor igual ou superior ao valor 
da garantia prestada, na forma 
da lei. 
NÃO 
CANCELAMENTO 
DE RESTOS A 
PAGAR 
Deixar de ordenar, de autorizar 
ou de promover o cancelamento 
do montante de restos a pagar 
inscrito em valor superior ao 
permitido em lei. 
AUMENTO DE 
DESPESA TOTAL 
COM PESSOAL NO 
ÚLTIMO ANO DO 
MANDATO OU 
LEGISLATURA 
Ordenar, autorizar ou executar 
ato que acarrete aumento de 
despesa total com pessoal, nos 
cento e oitenta dias anteriores 
ao final do mandato ou da 
legislatura. 
OFERTA PÚBLICA 
OU COLOCAÇÃO 
DE TÍTULOS NO 
MERCADO 
Ordenar, autorizar ou promover a 
oferta pública ou a colocação no 
mercado financeiro de títulos da 
dívida pública sem que tenham 
sido criados por lei ou sem que 
estejam registrados em sistema 
centralizado de liquidação e de 
custódia. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 29
5.3 CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO 
Os crimes contra o sistema financeiro nacional estão previstos na Lei nº 7.492/86. 
Mas o que quer dizer a expressão “sistema financeiro nacional”? 
O sistema financeiro compreende o conjunto de instituições, sejam monetárias,bancárias e 
sociedades por ações, e o mercado financeiro de capitais e valores mobiliários. Em seu 
artigo 1º a Lei º 7.492/86 define o que se compreende como instituição financeira. Observe: 
Artigo 1º Considera-se como instituição financeira, para efeito desta lei, a 
pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade 
principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, intermediação 
ou aplicação de recursos financeiros (vetado) de terceiros, em moeda 
nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, 
intermediação ou administração de valores mobiliários. 
Parágrafo único. Equipara-se à instituição financeira: 
I- a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio, consórcio, 
capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou recursos de terceiros; 
II- a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades referidas neste 
artigo, ainda que de forma eventual. 
Antes de prosseguirmos tratando das particularidades da norma que define os crimes contra 
o sistema financeiro nacional, vamos traçar um panorama geral da Lei nº 7.492/86 a fim de 
que você consiga organizar as idéias. 
A citada lei possui 35 artigos, organizados da seguinte maneira: 
• O primeiro artigo, como vimos, conceitua, para fins penais, 
instituição financeira; 
• Os artigos 2º ao 24, estabelecem “os crimes contra o sistema 
financeiro nacional”; e 
• Os artigos 25 ao 35 cuidam “da aplicação e do procedimento 
criminal”. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 30
É claro, caro (a) aluno (a), que o mais importante para a sua PROVA são as condutas 
definidas nos arts. 2º ao 24, pois definem as criminalizações. 
Ressalto que o CESPE, quanto aos crimes contra o sistema financeiro, restringe-se a exigir 
do candidato o conhecimento das condutas, não sendo necessário adentrarmos em 
particularidades referentes aos delitos. Sendo assim, atenção total com o nosso próximo 
tópico: 
 5.3.1 CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
Podemos resumir o tema para a sua PROVA da seguinte forma: 
CRIME CONDUTA OBSERVAÇÕES 
IMPRESSÃO OU 
PUBLICAÇÃO NÃO 
AUTORIZADAS 
Imprimir, reproduzir ou, de qualquer 
modo, fabricar ou pôr em 
circulação, sem autorização escrita 
da sociedade emissora, certificado, 
cautela ou outro documento 
representativo de título ou valor 
mobiliário. 
Incorre na mesma pena quem 
imprime, fabrica, divulga, distribui 
ou faz distribuir prospecto ou 
material de propaganda relativo 
aos papéis referidos. 
DIVULGAÇÃO 
FALSA OU 
INCOMPLETA DE 
INFORMAÇÃO 
Divulgar informação falsa ou 
prejudicialmente incompleta sobre 
instituição financeira. 
GESTÃO 
FRAUDULENTA OU 
TEMERÁRIA 
Gerir fraudulentamente instituição 
financeira. 
Observação: Apesar, da afronta a 
inúmeros princípios constitucionais 
devido a vagueza absoluta com 
que descreve o crime, os Tribunais 
têm reconhecido a validade do 
dispositivo, tratando de prenchê-los 
por meio de conceitos doutrinários 
e produção jurisprudencial. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 31
Dessa forma, podemos definir 
gestão fraudulenta como a prática 
de atos de gestão que envolvam 
qualquer espécie de fraude, ardil, 
embuste, falcatrua ou desfalque. 
Podemos exemplificar este tipo de 
prática com a falsificação de 
balanços com o objetivo de 
enganar investidores, passando a 
impressão de uma falsa saúde 
financeira. 
APROPRIAÇÃO 
INDÉBITA E 
DESVIO DE 
RECURSOS 
Apropriar-se, quaisquer das 
pessoas mencionadas no art. 25 
(abaixo reproduzido), de dinheiro, 
título, valor ou qualquer outro bem 
móvel de que tem a posse, ou 
desviá-lo em proveito próprio ou 
alheio. 
Art. 25. São penalmente 
responsáveis, nos termos desta lei, 
o controlador e os administradores 
de instituição financeira, assim 
considerados os diretores, gerentes 
(Vetado). 
§ 1º Equiparam-se aos 
administradores de instituição 
financeira (Vetado) o interventor, o 
liqüidante ou o síndico. 
 
Incorre na mesma pena qualquer 
das pessoas mencionadas no art. 
25 desta lei, que negociar direito, 
título ou qualquer outro bem móvel 
ou imóvel de que tem a posse, sem 
autorização de quem de direito. 
SONEGAÇÃO DE 
INFORMAÇÃO 
Induzir ou manter em erro, sócio, 
investidor ou repartição pública 
competente, relativamente a 
operação ou situação financeira, 
sonegando-lhe informação ou 
prestando-a falsamente. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 32
EMISSÃO, 
OFERECIMENTO OU 
NEGOCIAÇÃO 
IRREGULAR DE 
TÍTULOS OU 
VALORES 
MOBILIÁRIOS 
Emitir, oferecer ou negociar, de 
qualquer modo, títulos ou valores 
mobiliários: 
 I - falsos ou falsificados; 
 II - sem registro prévio de emissão 
junto à autoridade competente, em 
condições divergentes das 
constantes do registro ou 
irregularmente registrados; 
III - sem lastro ou garantia 
suficientes, nos termos da 
legislação; 
IV - sem autorização prévia da 
autoridade competente, quando 
legalmente exigida. 
EXIGÊNCIA DE 
REMUNERAÇÃO 
ACIMA DA 
LEGALMENTE 
PERMITIDA 
Exigir, em desacordo com a 
legislação, juro, comissão ou 
qualquer tipo de remuneração 
sobre operação de crédito ou de 
seguro, administração de fundo 
mútuo ou fiscal ou de consórcio, 
serviço de corretagem ou 
distribuição de títulos ou valores 
mobiliários: 
FRAUDE À 
FISCALIZAÇÃO OU 
AO INVESTIDOR 
Fraudar a fiscalização ou o 
investidor, inserindo ou fazendo 
inserir, em documento 
comprobatório de investimento em 
títulos ou valores mobiliários, 
declaração falsa ou diversa da que 
dele deveria constar. 
DOCUMENTOS 
CONTÁBEIS 
FALSOS OU 
INCOMPLETOS 
Fazer inserir elemento falso ou 
omitir elemento exigido pela 
legislação, em demonstrativos 
contábeis de instituição financeira, 
seguradora ou instituição integrante 
do sistema de distribuição de títulos 
de valores mobiliários. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 33
CONTABILIDADE 
PARALELA 
Manter ou movimentar recurso ou 
valor paralelamente à contabilidade 
exigida pela legislação. 
O delito traz no bojo a figura do 
“caixa dois”, ou seja, pune a 
movimentação escusa de recursos 
sem que haja qualquer espécie de 
registro da atividade indepen-
dentemente da finalidade que pode 
ser satisfazer despesas não 
demonstráveis, majorar 
indevidamente os lucros de 
diretores ou gerentes sem a devida 
incidência tributária. 
OMISSÃO DE 
INFORMAÇÕES 
Deixar, o ex-administrador de 
instituição financeira, de apresentar, 
ao interventor, liquidante, ou 
síndico, nos prazos e condições 
estabelecidas em lei as 
informações, declarações ou 
documentos de sua 
responsabilidade. 
DESVIO DE BEM 
INDISPONÍVEL 
Desviar (Vetado) bem alcançado 
pela indisponibilidade legal 
resultante de intervenção, 
liqüidação extrajudicial ou falência 
de instituição financeira. 
APRESENTAÇÃO 
DE DECLARAÇÃO 
OU RECLAMAÇÃO 
FALSA 
Apresentar, em liquidação 
extrajudicial, ou em falência de 
instituição financeira, declaração de 
crédito ou reclamação falsa, ou 
juntar a elas título falso ou 
simulado. 
MANIFESTAÇÃO 
FALSA 
Manifestar-se falsamente o 
interventor, o liquidante ou o 
síndico, (Vetado) à respeito de 
assunto relativo a intervenção, 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 34
liquidação extrajudicial ou falência 
de instituição financeira. 
OPERAÇÃO 
DESAUTORIZADA 
DE INSTITUIÇÃO 
FINANCEIRAFazer operar, sem a devida 
autorização, ou com autorização 
obtida mediante declaração falsa, 
instituição financeira, inclusive de 
distribuição de valores mobiliários 
ou de câmbio. 
EMPRÉSTIMO A 
ADMINISTRADORES 
OU PARENTES E 
DISTRIBUIÇÃO 
DISFARÇADA DE 
LUCROS 
Tomar ou receber, qualquer das 
pessoas mencionadas no art. 25 
desta lei, direta ou indiretamente, 
empréstimo ou adiantamento, ou 
deferi-lo a controlador, a 
administrador, a membro de 
conselho estatutário, aos 
respectivos cônjuges, aos 
ascendentes ou descendentes, a 
parentes na linha colateral até o 2º 
grau, consangüíneos ou afins, ou a 
sociedade cujo controle seja por ela 
exercido, direta ou indiretamente, 
ou por qualquer dessas pessoas. 
 
Incorre na mesma pena quem: 
I - em nome próprio, como 
controlador ou na condição de 
administrador da sociedade, 
conceder ou receber adiantamento 
de honorários, remuneração, 
salário ou qualquer outro 
pagamento, nas condições 
referidas neste artigo; 
 II - de forma disfarçada, promover 
a distribuição ou receber lucros de 
instituição financeira. 
VIOLAÇÃO DE 
SIGILO BANCÁRIO
Violar sigilo de operação ou de 
serviço prestado por instituição 
financeira ou integrante do sistema 
de distribuição de títulos mobiliários 
de que tenha conhecimento, em 
razão de ofício. 
OBTENÇÃO 
FRAUDULENTA DE 
FINANCIAMENTO 
Obter, mediante fraude, 
financiamento em instituição 
financeira. 
A pena é aumentada de 1/3 (um 
terço) se o crime é cometido em 
detrimento de instituição financeira 
oficial ou por ela credenciada para 
o repasse de financiamento. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 35
APLICAÇÃO 
IRREGULAR DE 
FINANCIAMENTO 
Aplicar, em finalidade diversa da 
prevista em lei ou contrato, 
recursos provenientes de 
financiamento concedido por 
instituição financeira oficial ou por 
instituição credenciada para 
repassá-lo. 
FALSA IDENTIDADE Atribuir-se, ou atribuir a terceiro, 
falsa identidade, para realização de 
operação de câmbio. 
Incorre na mesma pena quem, 
para o mesmo fim, sonega 
informação que devia prestar ou 
presta informação falsa. 
EVASÃO DE 
DIVISAS 
Efetuar operação de câmbio não 
autorizada, com o fim de promover 
evasão de divisas do País. 
Incorre na mesma pena quem, a 
qualquer título, promove, sem 
autorização legal, a saída de 
moeda ou divisa para o exterior, ou 
nele mantiver depósitos não 
declarados à repartição federal 
competente. 
PREVARICAÇÃO 
FINANCEIRA. 
Omitir, retardar ou praticar, o 
funcionário público, contra 
disposição expressa de lei, ato de 
ofício necessário ao regular 
funcionamento do sistema 
financeiro nacional, bem como a 
preservação dos interesses e 
valores da ordem econômico-
financeira. 
5.3.2 PROCEDIMENTO CRIMINAL
Ao começar a tratar sobre o procedimento dos crimes contra o sistema financeiro nacional 
dispõe a lei que são penalmente responsáveis, nos termos desta lei, o controlador e os 
administradores de instituição financeira. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 36
Posteriormente a lei trata do instituto da delação premiada e define que nos crimes previstos 
na Lei, cometidos em quadrilha ou co-autoria, o co-autor ou partícipe que através de 
confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a 
sua pena reduzida de um a dois terços. 
Quanto a competência, e aqui temos um ponto importante para a PROVA de vocês, dispõe a 
lei que a ação penal dos delitos descritos na lei será promovida pelo Ministério Público, 
perante a JUSTIÇA FEDERAL. 
Ressalta-se que, para os crime contra o sistema financeiro nacional não há cabimento da 
ação penal privada subsidiária da pública, pois, segundo o art. 27, quando a denúncia não for 
intentada no prazo legal, o ofendido poderá representar ao Procurador-Geral da República, 
para que este a ofereça, designe outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou 
determine o arquivamento das peças de informação recebidas. 
Assim, reafirmando, a competência para o julgamento dos crimes contra o sistema financeiro 
cabe a Justiça Federal, que já dispõe de varas especializadas em alguns Estados da 
Federação objetivando punir esses crimes. Já ocorreram questionamentos com relação à 
validade dessas varas especializadas, vejamos o posicionamento do Superior Tribunal de 
Justiça: 
Vale ressaltar que o artigo 28 da Lei nº 7.492/86 estabelece que o Banco Central do Brasil ou 
a Comissão de Valores Mobiliários - CVM, no exercício de suas atribuições legais, 
verificando a ocorrência de crime previsto na referida lei, deverá informar ao Ministério 
Público Federal, inclusive enviando-lhe os documentos necessários à comprovação dos 
fatos. 
Habeas corpus. Processo Penal. Crimes contra o sistema financeiro nacional e de 
“Lavagem de dinheiro”. Especialização da 11ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará. 
Resolução 10-A/2003 do TRF da 5ª Região. Resolução 314 do Conselho da Justiça 
Federal. Denúncia não oferecida. Redistribuição. Possibilidade. Ofensa aos princípios da 
reserva de lei, da separação dos poderes e do juiz natural. Inocorrência. Ordem 
denegada. 
1.A especialização de vara Federal para processamento e julgamento dos crimes contra o 
sistema financeiro nacional e de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, por 
meio da Resolução 10-A/2003 do TRF da 5ª Região e da Resolução 314 do Conselho da 
Justiça Federal, não ofende os princípios da reserva de lei, da separação dos poderes e 
do juiz natural. 
2.Se a denúncia ainda não havia sido oferecida quando da especialização da 11ª Vara 
Federal para julgamento de tais crimes impõe-se a redistribuição do feito. 
3.Ordem denegada.( STJ -HC 41643/CE - Rel. Ministro Hélio Quaglia Barbosa -DJ 
03.10.2005, p. 338) 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 37
Por fim, cabe tratar da prisão preventiva estabelecida no art. 30 da lei. 
Como você já sabe, a prisão preventiva, ao lado da liberdade provisória, é uma das medidas 
cautelares pessoais previstas no processo penal brasileiro. 
Para sua imposição incidem duas ordens de pressupostos: uma delas de natureza probatória 
(o fumus comissi delicti expresso no art. 312 do estatuto processual penal pela prova do 
crime e da autoria) e outra de natureza cautelar (o periculum libertatis, também expresso 
pelo mesmo art. 312 do Código de Processo Penal: garantia da ordem pública, garantia da 
ordem econômica, conveniência da instrução criminal e asseguramento da aplicação da lei 
penal). 
Nos crimes contra o sistema financeiro nacional, o art. 30 da Lei 7.492/86, ostenta um 
pressuposto específico para a prisão preventiva: a magnitude da lesão causada. Tal 
pressuposto pode tanto apresentar natureza probatória quanto cautelar. 
Na doutrina há quem assuma posição no sentido de que o legislador quis aí elencar mais um 
pressuposto de natureza probatória em razão da não ostentação de qualquer finalidade 
cautelar pelas expressões em destaque. 
O argumento é defensável na medida em que possa ser oposto ao Estado pelo imputado por 
infrações contra o sistema financeiro e que demonstrem pouca lesividade, como, por 
exemplo, aquela do artigo 19 da lei (obtenção de empréstimo em instituição financeira 
mediante fraude). 
Portanto, à prova da autoria e da infração deve-se somar a prova de alta densidade da lesão 
para que se mostrem presentes os pressupostos de natureza probatória. 
Entretanto, o ponto de vista prevalente tem sido no sentido de que, com um pressuposto 
específico, quis a lei estabelecer um referencial mais ou menos objetivo, indefectivelmente 
ligadoa finalidades cautelares extraprocessuais. 
Assim, na verdade, o contido no dispositivo legal em destaque nada mais traz do que um 
referencial expressivo da gravidade da infração. E esse é o entendimento que tem sido 
acatado tanto pela doutrina quanto pela jurisprudência, passando ao largo do critério como 
atentatório ao princípio constitucional da presunção de inocência. 
 **************************************************************************************************** 
FUTURO(A) APROVADO(A), MUITO BOM!!! AQUI VOCÊ 
ACABA DE FINALIZAR MAIS UM IMPORTANTE TEMA 
RUMO À TÃO SONHADA APROVAÇÃO. A CADA INSTANTE 
VOCÊ ESTÁ ADQUIRINDO MAIS E MAIS CONHECIMENTO 
E É ISSO QUE FARÁ A DIFERENÇA NO DIA DE COLOCAR O 
ESFORÇO EM PRÁTICA. 
DITO ISTO, RESPIRE FUNDO, RECARREGUE AS SUAS 
ENERGIAS E VAMOS À LUTA COM O ÚLTIMO TEMA DE 
NOSSA AULA!!! 
**************************************************************************************************** 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 38
5.4 LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO 
A lei nº. 9.613/98 dispõe sobre os delitos de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e 
valores. 
Mas o que é esta tal de “lavagem de dinheiro”? 
LAVAGEM DE DINHEIRO Î É UMA EXPRESSÃO QUE SE REFERE A PRÁTICAS ECONÔMICO-
FINANCEIRAS QUE TÊM POR FINALIDADE DISSIMULAR OU ESCONDER A ORIGEM ILÍCITA 
DE determinados ATIVOS FINANCEIROS OU BENS PATRIMONIAIS, DE FORMA A QUE 
TAIS ATIVOS APARENTEM UMA ORIGEM LÍCITA. É DAR FACHADA DE DIGNIDADE A 
DINHEIRO DE ORIGEM ILEGAL. 
É muito comum a divisão do processo de lavagem em três fases ou etapas: 
1. Colocação; 
2. Ocultação; 
3. Integração. 
No processo de Colocação, o dinheiro é introduzido no Sistema Financeiro, através de 
depósitos ou pequenas compras de ativos. 
Na segunda etapa, a Ocultação, os valores são transferidos sistematicamente entre contas 
ou entre as aplicações em ativos de maneira a despistar o tráfego e ao mesmo tempo, 
concentrar os valores, aglutinando-os progressivamente. 
Finalmente, na Integração, os valores são introduzidos na economia formal, sob a forma de 
investimentos - geralmente isso acontece em praças onde outros investimentos já vêm sendo 
feitos ou estão em crescimento, de forma a confundir-se com a economia formal. 
Segundo a referida lei, em seu artigo 1º, constitui crime, penalizado com reclusão de três a 
dez anos e multa, ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, 
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou 
indiretamente, de crime: 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 39
1. DE TRÁFICO ILÍCITO DE SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES 
OU DROGAS AFINS; 
2. DE TERRORISMO E SEU FINANCIAMENTO 
3. DE CONTRABANDO OU TRÁFICO DE ARMAS, MUNIÇÕES 
OU MATERIAL DESTINADO À SUA PRODUÇÃO; 
4. DE EXTORSÃO MEDIANTE SEQÜESTRO; 
5. CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 
6. CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; 
7. PRATICADO POR ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA; 
8. PRATICADO POR PARTICULAR CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
Para a caracterização do delito, importa sobremaneira a caracterização do elemento 
subjetivo do tipo – o dolo específico. Deve haver indícios suficientes de que o agente 
efetivamente pretenda “ocultar” ou “dissimular”, e não somente “guardar”, o provento do 
crime. 
“Mas, professor...Como assim?” 
Imagine que o agente recebe R$ 100.000,00 proveniente de corrupção e o gasta em roupas, 
restaurantes e deposita parte em sua conta bancária com o mero intuito de em seguida 
gastá-lo. Neste caso, teremos o delito em questão? 
A resposta é negativa, pois não terá agido com o elemento subjetivo do tipo. A falta do dolo 
específico desfigura a prática do crime de lavagem de dinheiro. 
Se, ao contrário, apanha o dinheiro e deposita em conta de terceira pessoa (um parente, 
amigo ou testa-de-ferro), para depois repassá-lo à sua própria conta, haverá fortes indícios 
de que tenha buscado “dissimular” a verdadeira origem do dinheiro, configurando, em tese, a 
prática criminosa. 
Ainda no art. 1º da lei em questão temos disposição de que incorre na mesma pena quem, 
para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de qualquer 
dos crimes acima citados: 
A pena será aumentada 
de um a dois terços, nos 
casos previstos nos 
itens 1 a 6, se o crime 
for cometido de forma 
habitual ou por inter-
médio de organização 
criminosa. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 40
• OS CONVERTE EM ATIVOS LÍCITOS; 
• OS ADQUIRE, RECEBE, TROCA, NEGOCIA, DÁ OU RECEBE EM GARANTIA, GUARDA, 
TEM EM DEPÓSITO, MOVIMENTA OU TRANSFERE; 
• IMPORTA OU EXPORTA BENS COM VALORES NÃO CORRESPONDENTES AOS 
VERDADEIROS. 
• UTILIZA, NA ATIVIDADE ECONÔMICA OU FINANCEIRA, BENS, DIREITOS OU 
VALORES QUE SABE SEREM PROVENIENTES DE QUALQUER DOS CRIMES 
ANTECEDENTES REFERIDOS; 
• PARTICIPA DE GRUPO, ASSOCIAÇÃO OU ESCRITÓRIO TENDO CONHECIMENTO DE 
QUE SUA ATIVIDADE PRINCIPAL OU SECUNDÁRIA É DIRIGIDA À PRÁTICA DOS 
CRIMES ACIMA CITADOS. 
Para finalizar, cabe ressaltar que com relação aos delitos até agora tratados, embora 
previstos em lei especial, a tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do 
Código Penal segundo o qual se pune a tentativa com a pena correspondente ao crime 
consumado, diminuída de um a dois terços. Além disso, são efeitos da condenação: 
• A perda, em favor da União, dos bens, direitos e valores objeto do crime, ressalvado o 
direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; 
• A interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, 
de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas 
referidas na lei (ainda veremos), pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade 
aplicada. 
5.4.1 DELAÇÃO PREMIADA
A Lei n°. 9.613/98, que dispõe sobre o crime de lavagem de dinheiro estabeleceu em 
seu art. 1º § 5º o instituto da chamada delação premiada nos seguintes termos: 
§ 5º A pena será reduzida de um a dois terços e começará a ser cumprida 
em regime aberto, podendo o juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la por pena 
restritiva de direitos, se o autor, co-autor ou partícipe colaborar 
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que 
conduzam à apuração das infrações penais e de sua autoria ou à localização 
dos bens, direitos ou valores objeto do crime. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 41
Prevê-se o supracitado parágrafo a redução de um a dois terços da pena, começando esta 
em regime aberto, podendo o Juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la por pena restritiva de 
direitos. 
Para que a redução da pena em virtude da delação premiada possa ocorrer, o autor, co-
autor ou partícipe devem colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando 
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais e de sua autoria ou à 
localização dos bens direitos ou valores objeto do crime. 
É importante ressaltar que embora o texto legal traga duas possibilidades de cabimento da 
redução em virtude da delação premiada, basta um só dos elementos para caracterizar a 
colaboração: Ou a facilitação da apuração das infrações e sua autoria ou a localização dos 
bens. 
5.4.2 PESSOAS SUJEITAS ÀS OBRIGAÇÕES DEFINIDAS NA LEI Nº. 
9613/98
Futuro(a) aprovado(a), neste tópico veremos uma série de pessoas que estão sujeitas a 
determinadas obrigações definidas nos arts. 10 e 11 da lei de lavagem de dinheiro. Aqui, 
cabe uma leitura atenta, mas não recomendo que tentem “decorar” tudo, pois creio ser 
perda de tempo. 
“Mas professor, perda detempo? Quer dizer que este tema não cai muito em prova?” 
Infelizmente, este assunto é exigido pelo CESPE, todavia as questões não exigem 
pequenos detalhes, mas um conhecimento geral do tema, ou seja, basta ler atentamente 
e ter uma noção geral dos indivíduos que são citados no art. 9º da lei em tela. 
Para facilitar os estudos, vou sublinhar os itens que mais são exigidos em PROVA. 
Vamos conhecê-los: 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
Entende-se pelo cumprimento do regime aberto aquele fundado na autodisciplina e 
senso de responsabilidade do condenado, já que permanece ele em liberdade, sem 
custódia ou vigilância durante o dia, para trabalhar, freqüentar qualquer curso ou 
exercer qualquer outra atividade autorizada. 
Só deve recolher-se à casa do albergado ou outro estabelecimento no período 
noturno e nos dias de folga. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 42
Segundo a lei de lavagem de dinheiro, sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 
11 as pessoas jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade 
principal ou acessória, cumulativamente ou não: 
• A captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em 
moeda nacional ou estrangeira;
• A compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou 
instrumento cambial;
• A custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou 
administração de títulos ou valores mobiliários.
Sujeitam-se às mesmas obrigações: 
• As bolsas de valores e bolsas de mercadorias ou futuros;
• As seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência 
complementar ou de capitalização;
• As administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito, bem como 
as administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços; 
• As administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qualquer outro meio 
eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a transferência de fundos; 
• As empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de fomento comercial 
(factoring);
• As sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens móveis, 
imóveis, mercadorias, serviços, ou, ainda, concedam descontos na sua aquisição, 
mediante sorteio ou método assemelhado; 
• As filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Brasil qualquer 
das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual; 
• As demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão 
regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros; 
• As pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil 
como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por qualquer forma 
representem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades 
referidas neste artigo; 
• As pessoas jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou compra e 
venda de imóveis; 
• As pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, pedras e metais preciosos, 
objetos de arte e antigüidades.
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 43
• As pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor ou 
exerçam atividades que envolvam grande volume de recursos em espécie. 
Bom, agora você já sabe quais as pessoas estão sujeitas às obrigações definidas na Lei de 
Lavagem de Dinheiro, mas que obrigações são essas? Vamos conhecê-las também! 
As pessoas acima apresentadas: 
• Identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos de 
instruções emanadas das autoridades competentes; 
• Manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e 
valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser 
convertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e 
nos termos de instruções por esta expedidas; 
• Deverão atender, no prazo fixado pelo órgão judicial competente, as requisições 
formuladas pelo Conselho criado pelo art. 14, que se processarão em segredo de 
justiça. 
• Dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções 
emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios 
dos crimes de lavagem de dinheiro; 
• Deverão comunicar, abstendo-se de dar aos clientes ciência de tal ato, no prazo de 
vinte e quatro horas, às autoridades competentes: 
Art. 14. É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Conselho de Controle de 
Atividades Financeiras - COAF, com a finalidade de disciplinar, aplicar penas 
administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades 
ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo da competência de outros órgãos e entidades. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 44
1. Todas as transações constantes do inciso II do art. 10 que ultrapassarem 
limite fixado, para esse fim, pela mesma autoridade e na forma e condições 
por ela estabelecidas, devendo ser juntada a identificação a que se refere o 
inciso I do mesmo artigo; 
2. A proposta ou a realização de transação prevista no inciso I do art. 11. 
5.4.3 CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, órgão de deliberação coletiva 
com jurisdição em todo território nacional, criado pela Lei nº. 9.613/98, integrante da 
estrutura do Ministério da Fazenda. Tem por finalidade disciplinar, aplicar penas 
administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades 
ilícitas previstas em sua Lei de criação, sem prejuízo da competência de outros órgãos e 
entidades. 
É composto por servidores públicos de reputação ilibada e reconhecida competência, 
integrantes do quadro de pessoal efetivo do BACEN, da Comissão de Valores 
Mobiliários(CVM), da Superintendência de Seguros Privados, da Procuradoria-Geral da 
Fazenda Nacional,da Secretaria da Receita Federal, de órgão de Inteligência do Poder 
Executovo, do Departamento de Polícia Federal, do Ministério das Relações Exteriores e 
da Controladoria-Geral da União, atendendo, nesses quatro últimos casos, à indicação 
dos respectivos Ministros de Estado. 
Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º: 
I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos de instruções 
emanadas das autoridades competentes; 
 II - manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e 
valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido 
em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de 
instruções por esta expedidas; 
 I - dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções 
emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos 
crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se; 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA P/ ANALISTA PROCESSUAL DO MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 45
Apenas a título de facilitar o entendimento, observe a atual estrutora do COAF: 
O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as informações 
cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em atividades suspeitas e 
quando concluir pela existência de crimes comunicará às autoridades competentes para 
a instauração dos procedimentos cabíveis. 
Art. 14 
[...] 
§ 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as 
informações cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em 
atividades suspeitas. 
O presidente do COAF será nomeado pelo Presidente da República, por indicação do

Continue navegando