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Higa 20.09

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20.09
* CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
É um processo sincrético, é a continuação, é um desdobramento do processo de conhecimento. O próprio juiz que atuou na fase de conhecimento será o responsável por atuar na fase de cumprimento de sentença. É a fase em que se dá a efetividade, a execução do que foi determinado na sentença. 
Dependerá da espécie de título, temos o título que compreende a obrigação de pagar, a obrigação de fazer, a obrigação de não fazer e a obrigação de entregar, sendo que cada qual dá ensejo a um tipo diferente de cumprimento de sentença. 
* OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
- Cumprimento Provisório de Obrigação de Pagar – 520 a 522, CPC
Quando o recurso interposto não tem efeito suspensivo, mas apenas efeito devolutivo, o autor tem a faculdade de promover o cumprimento provisório. Cumprimento provisório é uma faculdade, pois, se o autor preferir, ele aguarda o transito em julgado para promover o cumprimento definitivo. 
O art. 1012 do CPC (transcrever) prevê hipóteses onde a apelação será recebida somente com efeito devolutivo e, nesse caso, o autor poderá promover a execução provisória (cumprimento provisório). 
Ex.: o autor entra com uma ação e pede um benefício previdenciário, pedindo a tutela antecipada (pois existe perigo da demora – é apenas uma decisão interlocutória); esta tutela antecipada, ao final, é confirmada por uma sentença de procedência. O INSS não se conforma com essa sentença e entra com uma apelação, contudo, no inciso V do art. 1012, esta apelação terá efeito meramente devolutivo (não suspensivo), isto quer dizer que esta sentença está apta a produzir efeitos imediatamente, não precisa aguardar o julgamento pelo Tribunal.
Toda vez que tiver efeito devolutivo o autor apresenta ao próprio juiz o pedido de cumprimento provisório. Por que provisório? Porque o autor está executando o título que ainda está sub judice, sendo capaz que o Tribunal dê provimento ao recurso e a sentença seja tida como improcedente. 
O cumprimento provisório corre por conta e risco do autor porque, lá na frente, pode ser que essa sentença seja revertida, o autor corre um risco em executar provisoriamente e, toda vez que o Tribunal reforma uma sentença é preciso retornar ao estado anterior, ou seja, a pessoa precisará devolver aquilo que recebeu (art. 520, CPC) – “corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido”. (transcrever o resto)
Na execução provisória, o objetivo do legislador foi permitir que o processo ganhe celeridade, dando uma velocidade maior. Contudo, há um inconveniente porque, como é um título que está sujeito a recurso, é possível que seja reformado e, em sendo reformado, o exequente deve devolver aquilo que recebeu a fim de voltar ao estado anterior.
Muitas vezes a execução provisória avança bastante, porque as vezes demora para julgar o recurso, mas, chega um momento que tem que ter um limite previsto no inciso IV do referido artigo, isso quer dizer que quando a execução provisória avança e chega o momento de alienar bens do executado, praticando ato irreversível; neste caso, quando implicar transferência de propriedade, o exequente deve prestar uma garantia (caução fidejussória). 
- Cumprimento Definitivo de Obrigação de Pagar – 523 a 527, CPC
Ocorre quando já existe um transito em julgado da sentença, ou seja, já não cabe mais recurso. Há transito em julgado quando a parte não recorre em até 15 dias úteis ou quando não é possível mais recorrer, ou seja, quando se esgotarem as alternativas. 
O exequente deverá entrar com uma petição, dirigida ao juiz, onde apresente um cálculo do débito (memória de cálculo), demonstrando, mediante esse cálculo, o ‘quantum debeatur’. A apresentação desta memória de cálculo é um ônus do próprio autor. 
Ex.: ação de reparação de danos onde o juiz profere uma sentença condenatória; esta sentença condenatória condena o réu a pagar uma quantia certa, sendo que esta transita em julgado e então o autor apresenta uma memória de cálculo. Apresentada essa petição, o juiz mandará intimar o devedor, na figura de seu advogado, para que pague. 
O devedor tem prazo de 15 dias úteis para efetuar o pagamento voluntariamente. Se o executado não pagar no prazo, será acrescida uma multa de 10% sobre o principal além de honorários de advogado, correção e juros de mora à partir da citação (art. 523, §1º). 
Se o executado não paga nos 15 dias é expedido mandado de penhora, para que o oficial de justiça proceda a penhora dos bens do devedor suficientes para satisfazer o crédito do credor (art. 523, §3º), isso será feito quando o oficial estiver munido de um mandado de penhora e avaliação. Ex.: suponhamos que o oficial de justiça, durante sua diligência, consiga penhorar o automóvel do executado, será lavrado um auto de penhora e neste mesmo documento já será feita a avaliação deste bem; este bem, então, estará vinculado para a satisfação do crédito exequendo.
Quando o executado não possui bens penhoráveis, o processo de execução ficará suspenso (sem data) – art. 921, III, CPC. 
O executado é intimado a pagar, contudo, o Código permite ao devedor um meio de defesa, ele recebe a memória de cálculo e diante de um excesso de execução o devedor poderá valer-se de uma impugnação dos cálculos, é um meio de defesa do executado, que poderá alegar algumas matérias (art. 525, §1º). O devedor terá que, na própria impugnação, indicar qual é o valor que ele tem de devido. A impugnação não pode reabrir na discussão de mérito, serve apenas para o aspecto de cobrança (deveria ter feito lá atrás e, se não fez, ocorreu preclusão). 
A impugnação tem efeito suspensivo? Segundo o §6º a impugnação pode ou não ter efeito suspensivo, não é automático. O juiz, diante de uma impugnação, se entender que há o perigo de dano irreparável ao executado, suspenderá a execução, contudo, se o juiz entende que não há risco, ele continuará com a execução. Toda vez que o executado faz o depósito, o juiz dará o efeito suspensivo.
Obs.: à decisão interlocutória cabe agravo de instrumento. 
- Cumprimento de Obrigação de Prestar Alimentos – 528 a 533, CPC
Existe uma ação denominada ação de alimentos (Lei 5478/68). 
Um filho entra com uma ação contra o pai e o juiz profere uma sentença condenatória, pela qual o pai terá que pagar um determinado valor mensal (pensão); quando o devedor não paga voluntariamente, o credor dará início a um processo de cumprimento de ação de alimentos, então, o devedor será intimado e tem 3 dias úteis para pagar, provar que pagou, ou justificar porque não pagou, sob pena de ser decretada a prisão civil de 1 a 3 meses de reclusão. 
O juiz não poderá decretar de ofício a prisão civil, somente poderá decretar mediante requerimento do autor. Quando se decreta a prisão, muitas vezes, não será possível o pagamento, pois esta impossibilita o pagamento. 
A prisão civil não é uma prisão punitiva e sim uma prisão coercitiva pois, sua finalidade é fazer com que a pensão alimentícia seja paga. O cumprimento da pena não serve para quitar a dívida, podendo o credor solicitar a penhora do devedor. 
Para se promover a execução, como previsto em lei, o valor que deveria ser pago precisa estar atrasado por três meses (art. 528, §7º). 
Execução de alimentos é a única execução que permite o desconto em folha, ou seja, se o executado for empregado, é possível o desconto em folha pelo empregador (art. 529).
Existem dois tipos de alimentos, os que decorrem de vínculo de família e os que decorrem de ato ilícito. Aqueles são de acordo com a relação filho e pai, já estes querem dizer que o autor de ato ilícito é obrigado a pagar alimentos a descendentes do falecido. Ex.: um acidente de trânsito onde “A” atropela um pai de família que tinha filhos menores de idade; o causador do acidente tem que pagar pensão aos filhos do falecido, e essa pensão deverá ser equivalente ao que o pai ganhava (2/3 do que o falecido ganhava), até que os filhos deste completem a maioridade; emcaso de invalidez, o causador também deverá pagar pensão aos filhos da vítima. 
Também existem casos em que a jurisprudência tem entendido que, se ocorre morte de um menor de idade, o praticante do ato ilícito deverá pagar pensão aos pais da criança.
Cabe prisão civil? Não, a prisão civil somente cabe em execução de alimentos decorrente de vínculo de família.

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