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Execução - aula 8

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Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU 
Execução civil 
 
Professor Gustavo Belucci 
1 
 
A D V E R T Ê N C I A 
Este roteiro é apenas um esboço para o acompanhamento das aulas. Não é material 
suficiente para fins de estudo completo, que DEVERÁ SEMPRE ser complementado 
com a bibliografia indicada e com a leitura dos dispositivos legais. O estudo feito aqui 
pode eventualmente incluir conceitos de outros professores consagrados, pois é 
elaborado com fins meramente de orientação dos alunos para acompanhamento das 
aulas, sem finalidade de divulgação ou cópia das respetivas obras. 
 
Aula 8 – LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA E EXECUÇÃO PROVISÓRIA. 
EMENTA: 1. Compreender a Liquidação de Sentença. 2. 
Apontar as diferenças entre execução provisória e execução 
definitiva. 3. Apresentar o procedimento e requisitos da 
execução provisória. 
1) Introdução: segundo o artigo 203, §1º, do NCPC, sentença é o “pronunciamento por meio 
do qual o juiz, com fundamento nos artigos 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do 
procedimento comum, bem como extingue a execução” 1. O conceito legal (formal) de 
sentença é trazido no artigo 203, §1º, do NCPC, acima relacionado. É definida pelo momento 
processual em que é proferida (já que “põe fim” ao processo ou “fase” processual”) e também 
pelo conteúdo. Para Chiovenda sentença é “a provisão do juiz que, recebendo ou rejeitando 
a demanda do autor, afirma a existência ou inexistência de uma vontade concreta de lei que 
lhe garanta um bem ou respectivamente a inexistência ou existência de uma vontade de lei 
que garanta um bem ao réu”. Para Nelson Nery Jr., sentença “é o ato do juiz que, em primeiro 
grau de jurisdição, extingue o processo com ou sem julgamento do mérito. No primeiro grau, 
pois se houver apelação, o processo continua no segundo grau de jurisdição”. Para a 
facilitação da visualização do conceito de sentença, tem-se: 
PRONUNCIAMENTOS DO JUIZ 
Extinção do processo COM resolução do mérito – 
artigo 487, do NCPC. 
Extinção do processo SEM resolução do 
mérito – artigo 485, do NCPC. 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação 
ou na reconvenção; II - decidir, de ofício ou a 
requerimento, sobre a ocorrência de decadência 
ou prescrição; III - homologar: a) o 
reconhecimento da procedência do pedido 
formulado na ação ou na reconvenção; b) a 
I - indeferir a petição inicial; II - o processo ficar 
parado durante mais de 1 (um) ano por 
negligência das partes; III - por não promover 
os atos e as diligências que lhe incumbir, o 
autor abandonar a causa por mais de 30 
(trinta) dias; IV - verificar a ausência de 
 
1 Mais informações em: http://www.conjur.com.br/2014-set-08/processo-novos-conceitos-sentenca-decisao-
interlocutoria-cpc e também: http://www.editoraforum.com.br/ef/wp-content/uploads/2016/04/sentenca-novo-
cpc.pdf 
http://www.conjur.com.br/2014-set-08/processo-novos-conceitos-sentenca-decisao-interlocutoria-cpc
http://www.conjur.com.br/2014-set-08/processo-novos-conceitos-sentenca-decisao-interlocutoria-cpc
http://www.editoraforum.com.br/ef/wp-content/uploads/2016/04/sentenca-novo-cpc.pdf
http://www.editoraforum.com.br/ef/wp-content/uploads/2016/04/sentenca-novo-cpc.pdf
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Execução civil 
 
Professor Gustavo Belucci 
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transação; c) a renúncia à pretensão formulada na 
ação ou na reconvenção. 
 
pressupostos de constituição e de 
desenvolvimento válido e regular do processo; 
V - reconhecer a existência de perempção 
(espécie de prescrição ou extinção de um 
processo judicial ou administrativo, em virtude 
de seu abandono durante certo tempo ou por 
inépcia da petição inicial), de litispendência ou 
de coisa julgada; VI - verificar ausência de 
legitimidade ou de interesse processual; VII - 
acolher a alegação de existência de 
convenção de arbitragem ou quando o juízo 
arbitral reconhecer sua competência; VIII - 
homologar a desistência da ação; IX - em caso 
de morte da parte, a ação for considerada 
intransmissível por disposição legal; e X - nos 
demais casos prescritos no CPC. 
Nestas hipóteses serão classificadas em 
sentenças processuais ou terminativas: na 
qual não haverá a resolução do mérito do litígio. 
 
Nestas hipóteses serão classificadas em 
sentenças de mérito: estará pondo fim ao 
processo com resolução de mérito, decidindo 
definitivamente a lide. 
 
1.1) Elementos da sentença: vêm delineados no artigo 489, do NCPC: a) o relatório, que 
conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da 
contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; b) 
os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; e c) o dispositivo, 
em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. 
1.2) Fundamentação da sentença: relacionada no artigo 93, inciso IX, da Constituição: 
“todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas 
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em 
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos 
nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o 
interesse público à informação”, com redação da Emenda Constitucional nº 45/04, e no artigo 
489, §1º, do NCPC, que coloca que não se considerará fundamentada qualquer decisão 
judicial que : “I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem 
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos 
indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos 
que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos 
deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - 
se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos 
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, 
sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do 
entendimento”. 
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OBSERVAÇÕES: 
 Colisão entre normas e decisão: artigo 489, §2º. No caso de colisão entre normas, 
o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando 
as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que 
fundamentam a conclusão. 
 Interpretação das decisões judiciais: artigo 489, §3º. A decisão judicial deve ser 
interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com 
o princípio da boa-fé. 
1.3) Liquidação de sentença (artigos 509 a 512, do NCPC): a liquidação de sentença 
consiste no ato preliminar da execução de sentença ilíquida, que tem por fim apurar a 
quantidade certa do valor da condenação. Pode ser realizada por meio de cálculo aritmético, 
que será apresentado pelo próprio credor para cumprimento da sentença; por meio da 
instauração de procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato 
novo (artigo 509, caput, do NCPC: “Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia 
ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor (...)”. A 
liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados 
no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças 
processuais pertinentes (artigo 512, do NCPC). Também deve-se lembrar que a liquidação 
NÃO pode ser palco para se discutir novamente o mérito da causa oupara modificar-
se o conteúdo da sentença. Contudo, deve esclarecer que o STJ, através da Súmula 344, 
entende que: “a liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa 
julgada”. A forma diversa, não implica em discussão de matéria fática – artigo 509, §4º, do 
NCPC2. 
 Natureza jurídica: questão controvertida na doutrina. Para Nelson Nery Jr., a 
liquidação é ação de conhecimento, de natureza constitutiva-integrativa, pois visa 
completar o título executivo com o atributo da liquidez, isto é, com o quantum debeatur, 
e a decisão que julga tem eficácia ex tunc. Justifica seu posicionamento, dizendo que 
se não proceder dessa forma, não haverá possibilidade de se ter liquidação zero, pois 
em sendo declaratória a sentença de liquidação não teria essa possibilidade que às 
vezes ocorre. Para Liebman, a natureza jurídica da liquidação é declaratória, pois a 
finalidade da ação de liquidação é declarar o que já está contido, virtualmente, na 
sentença, limitando-se a afirmar o valor da obrigação, referida na sentença condenatória 
 
2 (...) § 4o Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou. 
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genérica. Pois, para que o credor possa propor a ação de execução desta sentença 
condenatória é necessário o quantum debeatur, que será fixado na sentença de ação 
de liquidação. Portanto, o valor do débito não se origina com a sentença, ele já existia, 
será apenas aclarado. 
2) Sentença ilíquida: a princípio, toda decisão deve ser líquida, somente se admitindo que 
seja ilíquida quando o demandante formula pedido ilíquido e não é possível chegar à 
liquidação do montante da prestação ou do seu objeto durante a etapa cognitiva do 
procedimento. Decisão ilíquida é uma decisão incompleta, que não define totalmente a 
norma jurídica individualizada. A iliquidez é exceção e a tendência legislativa é de restringir 
essas hipóteses excepcionais. Segundo Fredie Didier: “o objetivo da liquidação é, portanto, 
o de integrar a decisão liquidanda, chegando a uma solução acerca dos elementos que faltam 
para a completa definição da norma jurídica individualizada; a fim de que essa decisão possa 
ser objeto de execução. Dessa forma, liquidação de sentença é atividade judicial cognitiva 
pela qual se busca complementar a norma jurídica individualizada estabelecida num 
título judicial. Como se trata de decisão proferida após atividade cognitiva, é possível que 
sobre ela recaia a autoridade da coisa julgada material”. 
OBS: se para a liquidação depender-se apenas de simples cálculo aritmético, 
realizar-se-á, desde logo o cumprimento de sentença (artigo 509, §2º: “(...) Quando a 
apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, 
desde logo, o cumprimento da sentença”). Procedendo-se de acordo com os artigos 523 
e 524, do NCPC3. O cumprimento de sentença passará a ser estudado na aula seguinte 
em detalhes. 
 
3 Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre 
parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o 
executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. § 1o Não 
ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, 
de honorários de advogado de dez por cento. § 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a 
multa e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante. § 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento 
voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação. 
Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do 
crédito, devendo a petição conter: I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou 
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1o a 
3o; II - o índice de correção monetária adotado; III - os juros aplicados e as respectivas taxas; IV - o termo inicial e 
o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o 
caso; VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados; VII - indicação dos bens passíveis de 
penhora, sempre que possível. § 1o Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites 
da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o 
juiz entender adequada. § 2o Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que 
terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado. § 3o Quando a 
elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-
los, sob cominação do crime de desobediência. § 4o Quando a complementação do demonstrativo depender de 
dados adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando prazo 
de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência. § 5o Se os dados adicionais a que se refere o § 4o não 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art319§1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art319§1
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2.1) Hipóteses de sentença ilíquida: a) Pedido genérico: segundo a regra dos artigos 3224 
e 3245, do NCPC, o pedido deve ser certo e determinado (em relação ao gênero, qualidade e 
quantidade). Contudo, o parágrafo primeiro do próprio artigo 3246, permite que seja deduzido 
pedido genérico, diante das seguintes hipóteses: “I - nas ações universais, se o autor não 
puder individuar os bens demandados; II - quando não for possível determinar, desde logo, 
as consequências do ato ou do fato; III - quando a determinação do objeto ou do valor da 
condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu”. O pedido genérico é aquele 
em que não há definição da quantidade ou qualidade, sendo certo somente em relação 
ao gênero. Vejamos cada hipótese autorizada pela lei (já que excepcionais): 1) ações 
universais: são aquelas em que há uma impossibilidade de determinar a quantidade a ser 
requerida; seriam ações que versem sobre uma totalidade de bens. Essas ações se 
identificam com os casos das universalidades de fato e universalidades de direito. Exemplos: 
de universalidade de fato seria uma biblioteca, e universalidade de direito seria a herança. Em 
ambos os casos, não há como se definir a quantidade exata de bens, e nesse caso é permitido 
que se faça um pedido genérico; 2) quando não for possível determinar, desde logo, as 
consequências do ato ou do fato: não há como prever todas as consequências e prejuízos 
causados ao autor em virtude do ato ilícito provocado pelo réu. Não há como apurar a 
extensão do dano provocado. Nesse caso, o autor também poderá fazer pedido genérico, pois 
é impossível a este determinar o valor de algo que ainda não foi apurado. Exemplo: uma 
pessoa que sofreu lesões em virtude de um atropelamento provocado pelo réu alcoolizado. 
Nesse caso, a pessoa necessitará de tratamentos médicos e longo tempo fazendo fisioterapia. 
Assim, no momento da propositura da ação indenização contra o réu não há como apurar 
todosos prejuízos causados, haja vista a necessidade de um tratamento continuado no 
tempo. Assim, o autor poderá fazer um pedido genérico, que implicará em sentença 
condenatória, mediante pagamento em dinheiro, mas sem valor determinado, pois ainda é 
impossível determinar esse montante (a ação pode ser proposta desde logo, inclusive para 
se evitar a prescrição); 3) quando a determinação do objeto ou do valor da condenação 
depender de ato que deva ser praticado pelo réu: nas obrigações de fazer. Tendo em vista 
o descumprimento pelo réu, surge a figura da indenização. Nesse caso, não é possível 
quantificar, a princípio, o valor da indenização. 
 
forem apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos 
apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe. 
4 Art. 322. O pedido deve ser certo. 
5 Art. 324. O pedido deve ser determinado. 
6 (...) § 1o É lícito, porém, formular pedido genérico: (...). 
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2.3) Vedações à sentença ilíquida e exceções (artigo 491, do NCPC7): segundo a primeira 
parte do caput do artigo 491, nas ações relativas à prestação pecuniária, formulado pedido 
determinado ou indeterminado (genérico – artigo 324, §1º, do NCPC) o juiz deve, como regra, 
proferir sentença líquida, ou seja, o magistrado deve definir desde logo a extensão da 
obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a 
periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso. Por outro lado, conforme a segunda 
parte desse mesmo dispositivo, nas ações relativas à prestação pecuniária, formulado pedido 
determinado ou indeterminado, o juiz pode proferir sentença ilíquida, deixando a apuração do 
valor para a fase de liquidação de sentença, quando: a) não for possível determinar, de modo 
definitivo, o montante devido; ou b) a apuração do valor devido depender da produção de 
prova de realização demorada, ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na 
sentença. Portanto, quando a sentença condenar ao: 1) pagamento de quantia ilíquida; 2) 
determinar a conversão da obrigação de fazer, de não fazer, ou de entrega de coisa em perdas 
e danos, não fixando valor e; 3) não houver na sentença definição quando à extensão, volume, 
quantidade, medida e assim, à grandeza da obrigação, far-se-á a liquidação de sentença. 
 Exemplo de julgados: “RECURSO ESPECIAL SUBMETIDO AO RITO DO ART. 543-C DO 
CPC. PROCESSUAL CIVIL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. DIFERENÇA DE CORREÇÃO 
MONETÁRIA DE EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO. SENTENÇA ILÍQUIDA. 
INADMISSIBILIDADE DA COBRANÇA DA MULTA DO ART. 475-J DO CPC. PRECEDENTES 
DO STJ. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. 1. A reforma do CPC conduzida por meio da Lei 
11.232/05 objetivou imprimir ansiada e mesmo necessária celeridade ao processo executivo, no 
intuito de transformá-lo em um meio efetivo de realização do direito subjetivo lesado ou violado; 
nessa perspectiva, suprimiu-se a execução como uma ação distinta da ação precedente de 
conhecimento, para torná-la um incidente processual, abolindo-se a necessidade de novo 
processo e nova citação do devedor, tudo com o escopo de conferir a mais plena e completa 
efetividade à atividade jurisdicional, que, sem esse atributo de realização no mundo concreto, 
transformariam as sentença em peças de grande erudição jurídica, da maior expressão e 
préstimo, sem dúvida, mas sem ressonância no mundo real. 2. Para as sentenças condenatórias 
ao cumprimento de obrigação de pagamento de quantia em dinheiro ou na qual a obrigação 
possa assim ser convertida, o procedimento é o previsto no art. 475-J do CPC (art. 475-I do 
CPC). Neste último caso, a finalidade da multa imposta para o caso de não pagamento foi a de 
mitigar a apresentação de defesas e impugnações meramente protelatórias, incentivando a 
 
7 Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá 
desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a 
periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando: I - não for possível determinar, de modo 
definitivo, o montante devido; II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização 
demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença. § 1o Nos casos previstos neste artigo, 
seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação. § 2o O disposto no caput também se aplica quando o 
acórdão alterar a sentença. 
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pronta satisfação do direito previamente reconhecido. 3. A liquidez da obrigação é 
pressuposto para o pedido de cumprimento de sentença; assim, apenas quando a 
obrigação for líquida pode ser cogitado, de imediato, o arbitramento da multa para o caso 
de não pagamento. Se ainda não liquidada ou se para a apuração do quantum ao final 
devido forem indispensáveis cálculos mais elaborados, com perícia, como no caso 
concreto, o prévio acertamento do valor faz-se necessário, para, após, mediante 
intimação, cogitar-se da aplicação da referida multa. 4. No contexto das obrigações ilíquidas, 
pouco importa, ao meu ver, que tenha havido depósito da quantia que o devedor entendeu 
incontroversa ou a apresentação de garantias, porque, independentemente delas, a aplicação 
da multa sujeita-se à condicionante da liquidez da obrigação definida no título judicial. 5. A 
jurisprudência desta Corte tem consignado que, de ordinário, a discussão sobre a liquidez ou 
iliquidez do título judicial exequendo é incabível no âmbito dos recursos ditos excepcionais, 
quando for necessário o revolvimento aprofundado de aspectos fáticos-probatórios; nesses 
casos, deve-se partir da conclusão das instâncias ordinárias quanto a esse atributo da obrigação 
executada para fins de verificar o cabimento da multa (AgRg no AREsp. 333.184/PR, Rel. Min. 
ELIANA CALMON, DJe 17.09.2013 e AgRg no AREsp. 400.691/SC, Rel. Min. SIDNEI 
BENETI,DJe 03.12.2013); todavia, ao meu sentir, se essa avaliação probatória puder ser 
suprimida, e não raro é possível tirar a conclusão a partir do contexto do próprio acórdão 
impugnado, é possível e mesmo desejável a avaliação dessa circunstância por esta Corte, de 
modo a por fim à controvérsia. 6. O caso concreto refere-se à condenação ao pagamento de 
diferenças de correção monetária de empréstimo compulsório, tendo ficado assentado 
nas decisões precedentes a iliquidez do título judicial; a apuração do montante devido, 
nessas hipóteses, não prescinde de certa complexidade, dado o tempo passado desde 
cada contribuição, as alterações monetárias e a diversidade de índices de correção 
monetária aplicáveis ao período, tanto assim que tem sido necessária perícia contábil 
mais elaborada em inúmeros, senão em todos os casos, como se observa dos diversos 
processos submetidos à apreciação da Primeira Seção desta Corte; a sentença, nesses 
casos, não pode ser considerada líquida no sentido que lhe empresta o Código, como bem 
salientou o acórdão a quo, pois sequer existe um valor básico sobre o qual incidiriam os 
índices de correção monetária e demais acréscimos. 7. Assim, para efeitos do art. 543-C do 
CPC, fixa-se a seguinte tese: No caso de sentença ilíquida, para a imposição da multa prevista 
no art. 475-J do CPC, revela-se indispensável (i) a prévia liquidação da obrigação; e, após, o 
acertamento, (ii) a intimação do devedor, na figura do seu Advogado, para pagar o quantum ao 
final definido no prazo de 15 dias. 8. Ante o exposto, nego provimento aoRecurso Especial ”. 
(REsp 1147191 RS). 
2.4) Legitimidade para a liquidação: a) ativa: legitimidade para instaurar a liquidação de 
sentença é daquele apontado como credor no título a ser liquidado; b) passiva: a liquidação 
é instaurada contra aquele apontado como devedor no mesmo título. O posicionamento da 
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doutrina sempre foi no sentido que, nada obsta o devedor dar inicio à liquidação da sentença 
para que, apurado o valor, possa cumprir espontaneamente a obrigação, entendimento agora 
consagrado no NCPC. 
3) Procedimento e espécies/modalidades (artigos 509, incisos I e II, 510 e 511, do 
NCPC): a liquidação de sentença é um procedimento (fase, etapa ou módulo) e não um 
processo autônomo8, tento que: a) depende de requerimento, do credor ou do devedor (o 
NCPC inovou em relação ao CPC/73, ao dizer expressamente que o devedor pode requerer 
a liquidação, mas não exige a apresentação de uma petição inicial, com os requisitos do artigo 
319, do NCPC) e; b) as partes serão intimadas na pessoa do advogado, não havendo como 
regra a necessidade de citação. A liquidação poderá se dar através de duas modalidades: 
A) Liquidação por arbitramento (artigos 509, inciso I e 5109): quando determinado 
pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação. 
A liquidação por arbitramento será requerida pelo credor ou pelo devedor, na pendência do 
julgamento de recurso, ou após o trânsito em julgado, desde que: a) não haja necessidade de 
alegação de prova ou de fato novo; b) a apuração do valor depende de apresentação de 
pareceres ou documentos elucidativos ou da participação de um perito (o perito poderá ser 
escolhido pelas partes, desde que elas sejam capazes e a causa possa ser resolvida por 
autocomposição – artigo 471, do NCPC10). Esta prova pericial pode ser: 1) tradicional: em 
caso de matéria complexa – podendo as partes impugnar o laudo através de assistente 
técnico; 2) simplificada: se a matéria for de menor complexidade, o juiz, de ofício ou a 
requerimento poderá apenas inquirir um especialista – de todo modo, o juiz poderá dispensar 
a prova pericial quando as partes apresentarem pareceres técnicos ou documentos 
elucidativos suficientes na inicial e na contestação. Caso o juiz indefira a prova pericial, 
possível, pertinente e indispensável, incidirá em hipótese de cerceamento de defesa. 
 
8 Embora para Nelson Nery Jr, seja necessária ação de liquidação: “A ação de liquidação de sentença somente 
terá lugar quando o título executivo (sentença condenatória proferida em processo de conhecimento) for ilíquido. 
Sem a liquidação daquela sentença, ao título faltará o requisito da liquidez, o que lhe retiraria a condição de título 
executivo, pois, segundo o CPC 586, aquele será sempre líquido, certo e exigível. Os requisitos da certeza e 
exigibilidade estarão presentes desde que a decisão seja de conteúdo condenatório, e, ainda haja trânsito em 
julgado. A liquidez será alcançada, se ilíquida a sentença de conhecimento, mediante a ação de liquidação de 
sentença. Nas sentenças meramente declaratórias e nas constitutivas pode ser necessária a liquidação, se houver 
parte condenatória, como os honorários de advogado e despesas processuais. Nestes casos, a liquidação se faria 
apenas nessa parte”. NERY JR, Nelson; Nery, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado e 
Legislação Extravagante - 10ª Ed. São Paulo: RT, 2007. 
9 Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou 
documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, 
no que couber, o procedimento da prova pericial. 
10 Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o mediante requerimento, desde que: 
I - sejam plenamente capazes; II - a causa possa ser resolvida por autocomposição. 
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Hipótese de liquidação por arbitramento: estimar o valor de uma obra de arte deteriorada, 
por exemplo. 
OBS: para fins de atualização monetária dos valores, o CNJ desenvolverá e colocará à 
disposição dos interessados programas de atualização financeira (artigo 509, §3º). Para fins 
de consulta: http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/81822-cnj-atualiza-tabelas-processuais-
unificadas-segundo-o-novo-cpc 
 Exemplo de julgado: “PREVIDÊNCIA PRIVADA. APELAÇÕES CÍVEIS. PREVIDÊNCIA 
PRIVADA. MBM. REVISÃO DE BENEFÍCIO. CORREÇÃO. LIQUIDAÇÃO POR 
ARBITRAMENTO. DESNECESSIDADE, NO CASO. INCIDÊNCIA DO ART. 475-B DO CPC 
(atual artigo 510). RETORNO DO STJ. NOVO JULGAMENTO. 1. Em se tratando de obrigação 
de trato sucessivo, não há falar em prescrição do fundo de direito, mas apenas das parcelas 
anteriores ao quinquênio de ajuizamento da ação. Precedentes do STJ e desta Corte. Prescrição 
do fundo de direito afastada. Do mesmo modo, não há falar em decadência do direito da autora. 
2. É impossível ignorar que o valor da pensão mensal entendida como devida pela parte ré é 
irrisório, considerando-se o largo tempo de contribuição. A utilização da faixa etária da data de 
óbito do associado mostra-se indevida, sendo imperativa a revisão do benefício da parte autora, 
a fim de que seja aplicada a faixa etária do momento de ingresso do associado ao plano 
previdenciário. Precedentes desta Corte. 3. Descabe à entidade previdenciária invocar a 
inviabilidade do plano aos demais participantes, porquanto a própria adotou parâmetros 
manifestamente prejudiciais aos interesses do consumidor, não previstos no Regulamento por 
ela criado. EM NOVO JULGAMENTO, PRELIMINARES REJEITADAS, RECURSO DA RÉ 
DESPROVIDO E RECURSO DA AUTORA PROVIDO, POR MAIORIA”. (Apelação Cível Nº 
70032416414, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Isabel Dias Almeida, 
Julgado em 27/08/2014). 
B) Liquidação pelo procedimento comum (artigos 509, inciso II e 51111): quando 
houver necessidade de alegar e provar fato novo (aquele fato que ainda não foi objeto de 
cognição), exigindo ou não a produção de prova pericial. Nesta modalidade, o juiz intimará o 
requerido na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, 
para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 dias (seguirá o procedimento comum, 
sem necessidade de audiência para conciliação ou mediação). Na liquidação pelo 
procedimento comum existe a necessidade de comprovação de fatos novos, ligados ao 
quantum debeatur. Segundo Fredie Didier, “fato novo é aquele relacionado com o valor, com 
 
11 Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de 
seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no 
prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste 
Código. 
http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/81822-cnj-atualiza-tabelas-processuais-unificadas-segundo-o-novo-cpc
http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/81822-cnj-atualiza-tabelas-processuais-unificadas-segundo-o-novo-cpc
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o objeto ou, eventualmente, com algum outro elemento da obrigação, que não foi objeto de 
anterior cognição na fase ou no processo de formação do título.O novo não diz respeito 
necessariamente ao momento em que o fato ocorreu, mas ao seu aparecimento no processo”. 
 Exemplo de julgado: 1) “TRF-4 - APELAÇÃO CIVEL AC 50119604120144047108 RS. 
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. CRÉDITO-PRÊMIO DO IPI. EXTINÇÃO DA 
EXECUÇÃO. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO INADEQUADO. 
APELAÇÃO. EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE. NECESSIDADE DE 
LIQUIDAÇÃO PELO PROCEDIMENTO COMUM. COMPLEXIDADE DOS CÁLCULOS. 1. Na 
situação dos autos, a execução de sentença foi extinta e o agravo de instrumento interposto pela 
parte ora apelante não foi conhecido, por não ser o recurso adequado para atacar aquela 
sentença extintiva. Posteriormente, e dentro do prazo legal, a parte interpôs a apelação, recurso 
adequada. Portanto, nesta circunstância, não seria justo ou lógico impedir a interposição do apelo 
ou o seu conhecimento, excepcionado-se o princípio da unirrecorribilidade. 2. Em razão da 
complexidade dos cálculos há necessidade de liquidação, pelo procedimento comum, 
para a apuração do quantum debeatur no ressarcimento de crédito-prêmio de IPI. 
Precedentes do STJ”; 2) “AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRANSPORTE. LIQUIDAÇÃO POR 
ARTIGOS. DECISÃO PROFERIDA EM AGRAVO DE INSTRUMENTO QUE DECLAROU A 
NULIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS DA LIQUIDAÇÃO, PARA QUE FOSSE OBSERVADO 
O PROCEDIMENTO COMUM, COM A INTIMAÇÃO DAS PARTES PARA REALIZAR PROVAS, 
AUDIÊNCIA E TODOS OS ATOS PROCESSUAIS INERENTES AO PROCEDIMENTO COMUM 
ORDINÁRIO. INVIÁVEL QUE SE PRETENDA O APROVEITAMENTO DE QUALQUER ATO 
PRATICADO NA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. QUESTÃO RELATIVA À NOMEAÇÃO DE 
PERITO, QUE DEVE SER EXAMINADA NO MOMENTO OPORTUNO, SOB PENA DE 
SUPRESSÃO DE UM GRAU DE JURISDIÇÃO. À UNANIMIDADE, DERAM PARCIAL 
PROVIMENTO AO RECURSO”. (Agravo de Instrumento Nº 70067578393, Décima Primeira 
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Katia Elenise Oliveira da Silva, Julgado em 
17/02/2016). 
4) Liquidação provisória (artigo 512, do NCPC12): o artigo 512 autoriza que o credor ou 
devedor requeira a liquidação na pendência de recurso, não precisando aguardar o trânsito 
em julgado. Se o recurso foi desprovido de efeitos suspensivo, além de requerer a liquidação 
provisória, poderá também o credor, liquidada a sentença, requerer o cumprimento provisório. 
Não haverá prejuízo à razoável duração do processo em deixar a fixação do valor para o 
procedimento da liquidação de sentença justamente porque ela pode ser requerida na 
pendência de recurso. 
 
12 Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no 
juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes. 
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OBS: conforme dispõe o artigo 509, §1º, “quando na sentença houver uma parte líquida e 
outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos 
apartados, a liquidação desta”. 
4.1) Recurso cabível em face da liquidação: é duvidoso o recurso cabível contra a decisão 
de liquidação de sentença. O NCPC apenas diz que as decisões interlocutórias proferidas na 
liquidação de sentença desafiam agrado de instrumento – artigo 1.015, parágrafo único13 -, 
mas não estabelece a natureza da decisão da liquidação de sentença, nem diz exatamente 
qual o recurso cabível contra esta decisão. 
 Exemplos de julgados: A questão é dúbia também na jurisprudência, tanto que o 
STJ entende: “PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA. LIQUIDAÇÃO. EXTINÇÃO POR AUSÊNCIA 
DE VALOR A LIQUIDAR. RECURSO CABÍVEL. 1. O provimento judicial que resolve a 
liquidação de sentença via de regra não determina fim ao processo, permitindo apenas 
que se avance para a fase de cumprimento da sentença, sendo impugnável por agravo de 
instrumento, nos termos do art. 475-H do CPC. 2. Excepcionalmente, porém, a decisão 
prolatada em sede de liquidação pode efetivamente encerrar o processo, hipótese em que 
terá natureza de sentença, contra ela cabendo o recurso de apelação. 3. Recurso especial 
não provido”. (STJ – REsp: 1291318 RS 2011/0116180-0, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, 
Data de Julgamento: 07/02/2012, T3 – TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 
24/02/2012). 
 
Cumprimento definitivo e cumprimento provisório. Cumprimento de sentença que 
reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa 
 
1) Cumprimento definitivo e provisório: refere-se, obviamente, a título executivo judicial e 
à exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa, como enuncia o NCPC nos artigos 520 a 
527. 
2) EXECUÇÃO PROVISÓRIA e conceituação: regulada pelos artigos 520 a 523, do CPC 
(corresponde ao artigo 475-O, do CPC/73). O que é provisório não é o cumprimento da 
sentença, mas, sim, o título executivo que o fundamenta, já que dele pende de análise 
recurso sem efeito suspensivo (artigo 520, caput14). Os atos executivos, isto é, os relativos 
 
13 Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: (...) Parágrafo 
único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de 
sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. 
14 Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será 
realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: (...). 
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ao cumprimento de sentença, nada têm de provisórios e são, na verdade, adiantamento dos 
atos destinados à satisfação do exequente, ainda que antes do trânsito em julgado da decisão 
que reconhece o seu direito. 
2.1) Regras gerais (incisos do artigo 520): o cumprimento provisório da sentença 
impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma 
que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: “I - corre por iniciativa e 
responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os 
danos que o executado haja sofrido - vide artigo 77615; II - fica sem efeito, sobrevindo decisão 
que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado 
anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; III - se a sentença objeto de 
cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem 
efeito a execução; IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que 
importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos 
quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, 
arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos”. Esta caução a que se refere o 
inciso IV, seguirá as disposições do artigo 521: “poderá ser dispensada nos casos em que: I 
- o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; II - o credor 
demonstrar situação de necessidade; III - pender o agravo fundado nos incisos II e III do art. 
1.042; III – pender o agravo do art. 1.042; IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida 
estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do 
Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de 
casos repetitivos. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar 
manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação”. 
2.2) Poderá ser oferecidaimpugnação, na forma do artigo 520, §1º: será realizada no 
prazo de 15 dias, após o transcurso do prazo para pagamento voluntário (que também é de 
15 dias – artigo 523), INDEPENDENTEMENTE de penhora, apresentando-a nos próprios 
autos, alegando as seguintes matérias (artigo 525, §1º): “I - falta ou nulidade da citação se, 
na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - ilegitimidade de parte; III - 
inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - penhora incorreta ou avaliação 
errônea; V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; VI - incompetência 
absoluta ou relativa do juízo da execução; VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da 
 
15 Art. 776. O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu, quando a sentença, transitada em 
julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação que ensejou a execução. 
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obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que 
supervenientes à sentença”. 
2.3) Multa – artigo 520, §2º: outra novidade do artigo 520 é a expressa previsão, em seu § 
2º, de incidência da multa de 10% no caso de não pagamento no prazo de quinze dias, 
que terá início com observância do artigo 523 e de seus respectivos parágrafos. Se o 
executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se 
da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto (§3º). 
2.4) Forma de requerimento – artigo 522: será requerido por petição dirigida ao juízo 
competente. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias 
das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio 
advogado, sob sua responsabilidade pessoal: “I - decisão exequenda; II - certidão de 
interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; III - procurações outorgadas pelas 
partes; IV - decisão de habilitação, se for o caso; V - facultativamente, outras peças 
processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito”. 
2.5) Execução provisória e tutela provisória16: o termo “tutelas provisórias” é um gênero 
que comporta algumas espécies de tutela, sendo elas as tutelas de urgência e as de 
evidencia, previstas nos artigos 294 ao 311 do NCPC. Falando em tutela de urgência, temos 
a já conhecida tutela antecipada e também a tutela cautelar. Com relação à tutela 
antecipada os requisitos se apresentam os mesmos ainda, ou seja, risco de dano irreparável 
ou de incerta reparação, verossimilhança do direito pleiteado e a possibilidade de reversão da 
medida concedida. Importante ressaltar que a tutela antecipada, nada mais é que uma 
antecipação do mérito – ex: caso a pessoa ingresse com uma ação para que um apontamento 
feito em seu nome junto ao SCPC e ao SERASA seja excluído, a antecipação dos efeitos da 
tutela seria a suspensão da publicidade desse apontamento. Com relação à tutela cautelar, 
sua finalidade é absolutamente diferente, pois visa resguardar, preservar a utilidade do 
processo – ex: a necessidade de produção de uma prova imprescindível à comprovação das 
alegações de uma das partes em um processo, e exista a possibilidade de que tal prova seja 
perdida com o tempo. Para isso é que serve a tutela cautelar, se ingressaria com um pedido 
de produção de prova importante para resguardo do processo. O sistema do novo CPC 
acabou com o procedimento cautelar próprio, ou seja, acabaram as cautelares 
nominadas e inominadas, agora a cautelar sempre figurará com base no poder geral de 
cautela, não teremos mais um rol taxativo de cautelares. É poder geral de cautela, e 
 
16 Apenas para complementação de material, pois não é objeto direto do plano de ensino. 
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esta será a nova regra das cautelares (artigo 297, do NCPC17). A execução das tutelas 
provisórias é, obviamente, provisória, porque pode ser modificada ou revogada a qualquer 
tempo, e deverá se proceder pela forma compatível com os efeitos a serem antecipados. O 
ato concessivo da tutela pode ter natureza constitutiva, antecipando as situações novas 
desejadas pelo demandante, como mandamental, ao determinar ao sujeito a abstenção de 
uma determinada conduta e autorizando medidas coercitivas para a realização do comando. 
 Esquematicamente: 
 
3) Execução DEFINITIVA e conceituação: artigos 523 a 527, do NCPC – pressupõe 
condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, ou no caso de decisão sobre parcela 
incontroversa. Será feita por requerimento do exequente, sendo intimado o executado para 
pagamento do débito no prazo de 15 dias, sob pena de multa de 10% e honorários 
advocatícios de 10% (artigo 523 e §1º). Em caso pagamento parcial no prazo de 15 dias, a 
multa e os honorários incidirão sobre o restante (§2º18). Caso não realizado o pagamento 
voluntário no prazo, será expedido mandado de penhora e avaliação, seguindo-se de atos de 
expropriação de bens (§3º19). 
 
17 Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória. 
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da 
sentença, no que couber. 
18 § 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1o incidirão 
sobre o restante. 
19 § 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora 
e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação. 
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ATENÇÃO 
OBS1: como foi visto até aqui o cumprimento provisório de sentença – artigos 520 a 522, 
do NCPC (em casos de apelação que não é recebida no efeito suspensivo –artigo 1.012, 
§1º, do NCPC20 e para os processos em que não pende recurso com efeito suspensivo) - 
será tratado NAS AULAS SEGUINTES do cumprimento definitivo de sentença, de 
forma mais aprofundada. Será estudado o cumprimento de sentença que reconhece 
a exigibilidade de pagar quantia certa (regra geral e mais abrangente), ficando as 
demais modalidades para serem estudadas em seguida. 
OBS2: há outras modalidades de cumprimento de sentença: a) cumprimento de sentença 
que reconheça a exigibilidade de obrigação de prestar alimentos – artigos 528 a 533; b) 
cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia 
certa pela fazenda pública – artigos 534 e 535; c) cumprimento de sentença que reconheça 
a exigibilidade de obrigação de fazer, de não fazer ou de entregar coisa – artigos 536 a 
538. 
 
 
20 Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. § 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir 
efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: I - homologa divisão ou demarcação de terras; II - 
condena a pagar alimentos; III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do 
executado; IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V - confirma, concede ou revoga tutela 
provisória; VI - decreta a interdição.

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