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Slides Contabilidade Aplicada II Agropecuária

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CONTABILIDADE 
APLICADA II - 
AGROPECUÁRIA 
Profª. Msc Nirlene Aparecida Carneiro Fernandes 
Centro de Ensino Superior de Conselheiro Lafaiete 
 
2016 
 
1 
UNIDADES DE ENSINO 
 
 
1. Conceitos Básicos da Atividade Rural; 
 
2. Fluxo Contábil na Atividade Agrícola; 
 
3. Novos Projetos Agropecuários e os Gastos de Melhoria; 
 
4. Desvalorização dos Bens Agrários; 
 
5. Planificação Contábil na Atividade Agrícola; 
 
6. Contabilidade da Pecuária; 
 
7. Contabilização da Pecuária pelo Método de Custo. 
2 
1 Conceitos Básicos da Atividade Rural 
 
 
1.1 Empresas Rurais; 
 
1.2 Contabilidade Rural; 
 
1.3 Ano Agrícola versus Exercício Social; 
 
1.4 Forma Jurídica de Exploração na Agropecuária; 
 
1.5 Exercícios. 
3 
Empresas Rurais 
 
 
 
Empresas Rurais são aquelas que exploram a capacidade 
produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação de 
animais e da transformação de determinados produtos agrícolas. 
 
 
4 
5 
PRODUÇÃO 
ANIMAL 
PRODUÇÃO 
VEGETAL 
AGROINDÚSTRIAS 
Atividade 
Agrícola 
Atividade 
Zootécnica 
Indústrias 
Rurais 
Empresas Rurais 
 
Atividade Agrícola: 
 
 Culturas Hortícola e Forrageira = feijão, soja, arroz, milho, 
verduras, batata, amendoim, cravo, algodão, floricultura, etc.; 
 
 Arboricultura = eucalipto, pomares, vinhedos, seringais, etc.; 
 
 Cultura Temporária = feijão, milho, soja, etc.; 
 
 Cultura Permanente = café, cana-de-açúcar, seringueira, etc.. 
6 
Empresas Rurais 
 
Atividade Zootécnica: 
 
 Pecuária – Grandes Animais = Bovinos; 
 Suínos; 
 Caprinos; etc.; 
 
 
 Pequenos Animais = Apicultura; 
 Avicultura; 
 Piscicultura; 
 Ranicultura; etc.. 
7 
Empresas Rurais 
 
Indústrias Rurais: 
 
 Beneficiamento do produto agrícola = arroz, café, milho, etc.; 
 
 Transformação de produtos zootécnicos = laticínios, 
frigoríficos, casulo da seda, mel, etc.; 
 
 Transformação de produtos agrícolas = usinas de álcool e 
açúcar (cana-de-açúcar); indústria de óleo (soja); indústria de 
suco (pomares); etc.. 
8 
Contabilidade Rural 
 
 
Contabilidade Rural é a Contabilidade Geral aplicada às empresas 
rurais. Podendo ser: 
 
 Contabilidade Agrícola; 
 Contabilidade Zootécnica; 
 Contabilidade da Pecuária; 
 Contabilidade da Agropecuária; 
 Contabilidade da Agroindústria. 
9 
Ano Agrícola versus Exercício Social 
 
Ano Agrícola: 
 
 Atividade Agrícola = período em que se planta, colhe e, 
normalmente, comercializa a safra agrícola (OBS: Colheitas em 
períodos diferentes – cultura que prevalece economicamente); 
 
 Atividade Pecuária = período após o nascimento dos bezerros 
ou desmame (ex. inseminação artificial ou monta planejada); 
 
 Imposto de Renda = coincide com o ano civil. 
10 
Forma Jurídica de Exploração na Agropecuária 
 
 
 Pessoa Física = pequeno, médio ou grande produtor rural; 
 
 Pessoa Jurídica = com fins lucrativos (ex.: empresas industriais 
e comerciais) ou sem fins lucrativos (ex.: cooperativas); 
 
 Atividade Rural no Código Civil: 
 
• Autônomo = sem registro na Junta Comercial; 
• Empresário Individual = inscrito na Junta Comercial; 
• Sociedade Empresária = inscrita na Junta Comercial na forma de 
sociedade limitada ou sociedade anônima.; 11 
Forma Jurídica de Exploração na Agropecuária 
 
 Associação na exploração da atividade agropecuária: 
 
• Investidor Agropecuário com a propriedade da terra; 
• Parceria; 
• Arrendamento; 
• Comodato; 
• Condomínio. 
 
OBS: Capital Fundiário – recursos fixos, vinculados a terra, e dela 
não retiráveis. Ex: terra, edificações rurais, benfeitorias e 
melhoramentos na terra, cultura permanente, pastos, etc.; e 
Capital de Exercício – instrumental necessário para o 
funcionamento do negócio. Ex: gado para reprodução, animais de 
trabalho, equipamentos, trator, etc.. 
EXERCÍCIOS 
 
1) A Fazenda Santo Agostinho S.A. tem diversas culturas, com a 
seguinte participação no faturamento total: 
 
Milho – colheita em novembro/dezembro – 8%; 
Fumo – colheita em abril/maio – 10%; 
Feijão – colheita em março – 10%; 
Uva – colheita em janeiro/fevereiro – 22%; 
Cana-de-açúcar – colheita em março/abril – 30%; 
Café – colheita em julho/agosto – 15%; 
Outras culturas – 5%. 
 
Qual seria o melhor mês para o encerramento do balanço? 
Explique. 
13 
EXERCÍCIOS 
 
2) Constantino Ribeiro e Ildefonso Cabral resolvem constituir 
uma atividade agropecuária cujo objeto social é a produção do 
sêmen extraído de gado de raça pura. A venda de sêmen será em 
qualquer mês do ano, já que serão adquiridos equipamentos de 
congelamento e armazenamento deste produto. Planejam vender 
anualmente um montante superior a R$5.000,00. Se os 
empreendedores optam por pessoa jurídica constituirão uma 
sociedade por cota de responsabilidade limitada. 
 
Com base nestas informações, responder às questões: 
a) Pode-se dizer que a atividade será uma empresa rural? 
b) Em que campo de atividade poderia ser enquadrada? 
c) Pela teoria da contabilidade, qual seria o melhor período para 
estabelecer como exercício social? 
14 
EXERCÍCIOS 
 
d) Para fins contábeis, qual a forma jurídica de exploração 
recomendada: pessoa física ou jurídica? 
 
e) Se pessoa jurídica, a empresa será sociedade empresária ou há 
outras possibilidades? 
 
f) Se optassem por pessoa física, que tipo de associação os 
empreendedores poderiam fazer: parceria, arrendamento, 
comodato ou condomínio. 
15 
2 Fluxo Contábil na Atividade Agrícola 
 
 
2.1 Culturas Temporárias versus Culturas Permanentes; 
 
2.2 Custo versus Despesa; 
 
2.3 Contabilização da Cultura Temporária; 
 
2.4 Contabilização da Cultura Permanente; 
 
2.5 Exercícios. 
16 
Culturas Temporárias versus Culturas Permanentes 
 
 
Culturas Temporárias (anual) = são aquelas sujeitas ao replantio 
após a colheita. Ex: soja, milho, arroz, feijão, legumes, etc.; 
 
 
Culturas Permanentes = são aquelas que permanecem vinculadas 
ao solo e proporcionam mais de uma colheita ou produção. Ex: 
cana-de-açúcar, cafeicultura, frutas arbóreas, etc. 
 
 
17 
Custo versus Despesa 
 
 
Custo da Cultura = são todos os gastos identificáveis direta ou 
indiretamente com a cultura, como sementes, adubos, mão de 
obra, combustível, depreciação de máquinas e equipamentos, 
serviços agronômicos e topográficos, etc.; 
 
Despesa do Período = são todos os gastos não identificáveis com 
a cultura, sendo apropriados como despesas do período. Ex: 
Despesas com vendas (propaganda, comissão de vendedores, 
etc.), administrativas (honorários dos diretores, pessoal do 
escritório, etc.) e financeiras (juros, taxas bancárias, etc.). 
 18 
Contabilização da Cultura Temporária 
 
 
Os Custos da Cultura Temporária são contabilizados no Ativo 
Circulante na Conta “Cultura Temporária”, incluindo o custo da 
colheita; 
 
Os custos que compõem esta rubrica são: sementes, fertilizantes, 
mudas, mão de obra, encargos sociais, energia elétrica, 
combustível, serviços profissionais, inseticidas, depreciação de 
tratores e outras imobilizados na cultura, etc. 
 
Lançamento Contábil = D – Cultura Temporária 
 C – Caixa / Banco / Duplicatas a pagar 
 
19Contabilização da Cultura Temporária 
 
 
Após a colheita a conta “Cultura Temporária” será baixada e o 
custo transferido para a conta “Produtos Agrícolas”, também do 
Ativo Circulante, que receberá os custos posteriores, tais como 
beneficiamento, acondicionamento, silagem, congelamento, etc. 
 
 
Lançamento Contábil = D – Produtos Agrícolas 
 C – Cultura Temporária 
 
20 
Contabilização da Cultura Temporária 
 
 
À medida que a produção agrícola for vendida, dá-se 
proporcionalmente baixa na conta “Produtos Agrícolas” e 
transfere-se o custo para a conta “Custo do Produto Vendido” 
(resultado). 
 
 
Lançamento Contábil = D – Custo do Produto Vendido 
 C – Produtos Agrícolas 
 
21 
22 
Contabilização da Cultura Permanente 
 
 
Os Custos necessários para a formação da Cultura Permanente são 
contabilizados no Ativo Não Circulante (Imobilizado) na conta 
“Cultura em Formação”. 
 
Os custos que compõem esta rubrica são: adubação, formicidas, 
fungicidas, herbicidas, mão de obra, encargos sociais, 
manutenção, preparo do solo, serviços de terceiros, sementes, 
mudas, irrigação, produtos químicos, depreciação de 
equipamentos utilizados na cultura, etc; 
 
Lançamento Contábil = D – Cultura em Formação 
 C – Caixa / Banco / Duplicatas a pagar 
 
23 
Contabilização da Cultura Permanente 
 
Após a formação da cultura, que pode levar vários anos (antes do 
primeiro ciclo de produção ou maturidade, ou antes da primeira 
florada, ou da primeira produção) transfere-se o valor acumulado 
na conta “Cultura em Formação” para a conta “Cultura Formada”, 
também do Ativo Não Circulante (Imobilizado). 
 
Lançamento Contábil = D – Cultura Formada 
 C – Cultura em Formação 
 
OBS: Há caso em que a cultura permanente não passa do estágio 
de cultura em formação para cultura formada, pois, no momento 
de se considerar acabada, ela é ceifada. Ex: cana-de-açúcar, 
palmito, eucalipto, etc. 24 
Contabilização da Cultura Permanente 
 
 
A partir deste momento até a finalização da colheita cria-se a 
conta “Colheita em Andamento” (ou Colheita em Formação) no 
Ativo Circulante. Essa conta é formada por todos os custos 
necessários para a realização da colheita (mão de obra e encargos 
sociais, produtos químicos, custo com irrigação, custo do combate 
a formigas e outros insetos, secagem da colheita, depreciação da 
cultura formada, etc.). 
 
Lançamento Contábil = D – Colheita em Andamento 
 C – Caixa / Banco / Duplicatas a pagar 
 
25 
Contabilização da Cultura Permanente 
 
 
Após o término da colheita, transfere-se o total acumulado na 
conta “Colheita em Andamento” para a conta “Produtos 
Agrícolas”, também do Ativo Circulante. Nessa conta são 
acumulados, se houver, custos de beneficiamento, de 
acondicionamentos (embalagens), de silagem, etc. 
 
Lançamento Contábil = D – Produtos Agrícolas 
 C – Colheita em Andamento 
 
26 
Contabilização da Cultura Permanente 
 
 
À medida que a produção agrícola for vendida, dá-se 
proporcionalmente baixa na conta “Produtos Agrícolas” e 
transfere-se o custo para a conta “Custo do Produto Vendido” 
(resultado). 
 
 
Lançamento Contábil = D – Custo do Produto Vendido 
 C – Produtos Agrícolas 
 
27 
28 
29 
Alguns Comentários sobre Cultura Permanente 
 
 
 Custos Indiretos = rateados e apropriados a “Cultura em 
Formação” conforme sua atribuição para essa cultura; 
 
 
 Início da Depreciação = após a primeira colheita ou primeira 
produção; 
 
 
 Perdas Extraordinárias (involuntárias) = a cultura em formação 
ou formada será baixada do Ativo Não Circulante, sendo 
considerada perda do período, indo diretamente para o Resultado 
do Período (Despesas não operacionais). 
30 
EXERCÍCIOS 
 
1) A Cia. Milharal prepara muitos hectares para plantar milho 
doce, voltado para produtos alimentícios. Sabendo-se que o ciclo 
vegetativo do milho não ultrapassa 180 dias, que o período de 
semeadura será entre setembro e novembro, que o ano agrícola, 
consequentemente o exercício social, está fixado para 31/03, os 
custos para a referida cultura foram: 
 
Cultura do Milho - de setembro a janeiro 
 Adubo = R$ 58.000; 
 Semente = R$ 122.800; 
 Outros Custos = R$36.000; 
 Mão de obra – serviços de terceiros: 
• lavra, plantação, desbaste, capina, colheita = R$21.000 
• debulha (destacar o grão da espiga) = R$ 4.200 
31 
EXERCÍCIOS 
 
Cultura do Milho – de janeiro a março 
 Armazenamento em paiol (dois meses – aluguel) = R$ 6.500. 
 
A colheita totalizou 20.400 sacas; 
 
Em 25/03 a produção foi totalmente vendida, a vista, a R$ 20,00 a 
saca; 
 
Considerando-se que todos os custos acima foram a vista, que a 
empresa contraiu despesas operacionais no período, também a 
vista, no total de R$120.060,00, apurar o Lucro Operacional do 
período, sabendo-se que a situação patrimonial ao final de agosto 
era: 
 
 
32 
EXERCÍCIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pede-se: Contabilizar as operações apresentadas e apresentar as 
demonstrações financeiras. 
ATIVO PASSIVO e PL 
Circulante Circulante 
Disponível R$ 510.000 - R$ 0 
Estoque 
Cultura em Formação R$ 0 
Produtos Agrícolas R$ 25.000 
Patrimônio Líquido 
Não Circulante Capital Social R$ 2.000.000 
Imobilizado R$ 1.800.000 Reserva de Lucro R$ 335.000 
Total R$ 2.335.000 Total R$ 2.335.000 
33 
EXERCÍCIOS 
 
Observações: 
a) Como nesse período se solicita apenas o Lucro Operacional, 
não será feita a provisão para IR; 
b) O estoque de produtos agrícolas no valor de R$ 25.000, 00 
deve permanecer no balanço; 
c) Está-se admitindo que não houve depreciação e que todo o 
imobilizado é composto de terrenos; 
d) Se se quiser descer a um nível de maior detalhe, pode-se abrir 
uma conta intermediária entre “Cultura em Formação” e 
“Produtos Agrícolas”, com o título “Cultura (ou Produtos) em 
Beneficiamento”, em que se tem o gasto de mão de obra para a 
debulha; 
e) Normalmente, no encerramento do Balanço Patrimonial, o 
saldo da conta “Cultura em Formação” é zero, pois o balanço é 
levantado após a colheita (ano agrícola). 
EXERCÍCIOS 
 
2) A Cia. PUC Agropecuária apresentou os seguintes gastos para a 
cultura em formação da maçã (considere um capital integralizado 
via banco no valor de R$120.000,00): 
 
 Destoca, limpeza do solo = R$ 10.800; 
 Adubação e preparo para plantio = R$ 1.200; 
 Mudas = R$6.000; 
 Mão de obra geral = R$ 16.000; 
 Tratamento fitossanitário = R$ 4.000. 
 
Nesse período, o exercício social é encerrado. No período 
seguinte há novos gastos: 
 
 Manutenção da cultura em crescimento = R$ 5.000; 
 Mão de obra = R$ 12.000; 
 Outros gastos = R$ 10.000. 
35 
EXERCÍCIOS 
 
Novamente o período é encerrado. 
 
Está prevista uma colheita anual de maçã durante 20 anos. Na 
primeira colheita, os gastos sem depreciação foram de R$ 38.000. 
 
Evidenciar no grupo Estoque e Imobilizado os dados 
apresentados, considerando a primeira colheita terminada e não 
vendida.36 
3 Novos Projetos Agropecuários e os Gastos de Melhorias 
 
 
3.1 Início de uma Atividade Agrícola (Cultura Permanente); 
 
3.2 Culturas novas em empresa agrícola já existente; 
 
3.3 Melhorias no solo para o cultivo; 
 
3.4 Exercício. 
37 
Início de uma Atividade Agrícola (cultura permanente) 
 
A Cultura Permanente possui um período Pré-Operacional 
(período de formação e crescimento da cultura permanente, até 
sua maturidade ) muito longo; 
 
Sendo assim a empresa rural não apurará resultado neste período, 
pois como não houve realização da receita, não haverá a 
apropriação das despesas; 
 
Dessa forma, não haverá em período pré-operacional a 
Demonstração de Resultado do Exercício; 
 
Os Gastos Pré-Operacionais, quando identificáveis à cultura, 
deverão ser acumulados ao custo da cultura no Imobilizado; e 
quando não relevantes ou com características de despesas deverão 
ser lançados como conta de resultado. 
Culturas novas em empresa agrícola já existente 
 
 
A nova cultura em formação receberá o mesmo tratamento 
contábil da cultura já existente (se forem ambas permanentes ou 
ambas temporárias). 
 
Entretanto, deve-se tomar cuidado com a separação das despesas 
operacionais. 
39 
Melhorias no solo para o cultivo 
 
Ao se preparar a terra para a agricultura, ocorre uma série de 
gastos, tais como: desmatamento, terraplanagem, nivelamento do 
solo, desvios de leitos de rios, etc.; 
 
Esses gastos, normalmente, são adicionados ao valor da terra, pois 
são entendidos como valorização da terra; 
 
Ou são contabilizados em uma conta separada no Ativo Não 
Circulante (Melhorias no solo), distribuindo-se esse gasto entre as 
diversas culturas ou safras ao longo dos anos. 
 
O termo “Melhorias”, na contabilidade, significa incremento na 
capacidade produtiva, que envolve reforma significativa no Ativo 
de propriedade da empresa, havendo alterações técnicas e de 
produtividade naquele Ativo. 
Melhorias no solo para o cultivo 
 
OBS: 
 
 Os corretivos, aplicados ao solo, que beneficiarão vários 
períodos, também serão classificados no Ativo Imobilizado ao 
custo da cultura ou na conta “melhorias” e serão amortizados de 
acordo com a quantidade de períodos ou número de culturas que 
irão beneficiar; 
 
 A Receita da venda da madeira, resultante de desmatamento, 
deve ser contabilizada como recuperação de custo, abatendo o 
gasto com “Melhorias”. 
41 
EXERCÍCIO 
 
1) A empresa Canavieira São Judas foi constituída com a 
finalidade de explorar o cultivo da cana-de-açúcar. Os irmãos 
Joaquim Mendonça e Manoel Mendonça integralizaram capital de 
R$ 970.000, com bens particulares. Após a avaliação por três 
peritos, constataram os seguintes bens que compõem o Capital: 
 
 Terrenos Rurais = R$ 250.000; 
 Instalações Rurais = R$ 100.000; 
 Benfeitorias Rurais = R$ 50.000; 
 Casa de Bombas e Força = R$ 40.000; 
 Eletrificação Rural = R$ 60.000; 
 Tratores = R$ 100.000; 
 Caminhões = R$ 50.000; 
 Rádio de Comunicação = R$ 10.000; 
42 
EXERCÍCIO 
 
 Galpões = R$ 90.000; 
 Móveis e Utensílios = R$ 75.000; 
 Florestas = R$ 100.000; 
 Distribuição de água = R$ 25.000; 
 Dinheiro = R$ 20.000. 
 
Após constituída, a empresa dará início às suas atividades, 
realizando as seguintes operações até o final do exercício social, 
do qual devemos apurar o resultado: 
a) Preparação do terreno para o plantio de cana-de-açúcar, 
mediante a contratação de serviços de terceiros no valor de 
R$3.000 pagos em dinheiro; 
b) Aquisição de mudas para plantio, no valor de R$ 8.000, 
conforme empréstimo rural obtido no Banco do Brasil, pelo prazo 
de 5 anos. 
EXERCÍCIO 
 
Os juros serão de 10% ao ano e deverão ser pagos anualmente até 
o último dia do ano. 
c) Aquisição de adubos e fertilizantes, pagando R$1.000 a vista e 
o restante com prazo de 60 dias, conforme cédula rural: 
R$10.000; 
d) Pagamento de mão de obra avulsa para efetuar plantio: 
R$2.000; 
e) Pagamento por serviço de limpeza no canavial, conforme 
contratação de firma especializada: R$2.000; 
f) Venda de 20% excedentes de mudas, com recebimento a vista 
de R$3.000; 
g) Gastos com colheita e preparo da cana para venda: R$2.000 a 
vista; 
h) Venda da 1ª colheita: recebidos em dinheiro: R$25.000; a 
quantia de R$15.000 restantes será paga dentro de 60 dias. 
44 
EXERCÍCIO 
 
Estão previstas mais duas colheitas nos anos seguintes. 
 
Após a contabilização em razonetes, consideram-se os seguintes 
dados: 
 Despesas de Vendas: R$1.080 à vista; 
 Despesas Administrativas: R$1.220 à vista; 
 Despesas Financeiras: juros pagos mensalmente durante 12 
meses. 
 
Não houve amortização do empréstimo, já que no primeiro ano há 
uma carência e a amortização será nos quatro anos subsequentes; 
 
A empresa foi constituída em julho e seu exercício social será 
encerrado em 30/06; 
EXERCÍCIO 
 
A dívida com a aquisição de adubos foi liquidada; 
 
As duplicatas referentes a venda a prazo não foram recebidas; 
 
Nesse primeiro exercício a empresa não fez depreciação, exceto a 
exaustão da cultura de cana-de-açúcar. 
 
Pede-se: Efetuar os lançamentos no livro diário e livro razão e 
apresentar a DRE e o Balanço Patrimonial. 
 
 
46 
4 Desvalorização dos Bens Agrários 
 
 
4.1 Depreciação; Exaustão; e Amortização; 
 
4.2 Exercícios. 
47 
Desvalorização dos Bens Agrários 
 
 
Conforme a Teoria da Contabilidade: 
 
 Depreciação = aplicada somente aos bens tangíveis; 
 
 Exaustão = aplicada somente aos recursos naturais exauríveis, 
como reservas florestais, petrolíferas, etc.; 
 
 Amortização = aplicada os bens intangíveis de duração limitada 
como as patentes, as benfeitorias em propriedade de terceiros, etc. 
 
48 
Desvalorização dos Bens Agrários 
 
Entendimento fiscal - na agropecuária: 
 
 Depreciação = aplicada a Culturas Permanentes que serão 
extraídos frutos. O custo de aquisição ou formação da cultura é 
depreciado em tantos anos quantos forem os de produção de 
frutos. Ex: café, laranja, uva, etc.; 
 
 Exaustão = aplicada a Culturas Permanentes ceifadas, seus 
recursos são esgotáveis. Neste caso, não se tem extração de frutos, 
mas a própria árvore é ceifada, cortada ou extraída do solo. Será 
objeto de quotas de exaustão, à medida que seus recursos forem 
exauridos (esgotados). Ex: Reflorestamento, cana-de-açúcar, 
pastagem, etc.; 49 
Desvalorização dos Bens Agrários 
 
Entendimento fiscal - na agropecuária: 
 
 
 Amortização = reservado tecnicamente para os casos de 
aquisição de direitos sobre empreendimentos de propriedades de 
terceiros, apropriando-se o custo desses direitos ao longo do 
período determinado, contratado para a exploração. Ex: Contrato 
para exploração, Patentes, etc. 
 
50 
Desvalorização dos Bens Agrários 
 
Casos de Depreciação: 
 
 A taxa de depreciação da cultura permanente será calculada de 
acordo com a vida útil ou número de anos de produção da árvore, 
que varia não só em função do tipo de solo, clima, manutenção, 
etc. , mas também em virtude da qualidade ou tipo de árvore 
(consultar agrônomo); 
 
 Já a taxa de depreciação dos implementos agrícolas (ex. trator) 
será calculada de acordo com a vida útil em horas, estimando-se 
um número de horas de trabalho por equipamento (consultar 
fabricante); 
 
 Em se tratando da pecuária, a taxa de depreciação dos 
reprodutores ou matrizes será calculada de acordo com a vida útil 
do rebanho, a partir da primeira reprodução (consultar 
veterinário).Desvalorização dos Bens Agrários 
 
Casos de Exaustão: 
 
 Florestas e espécies vegetais de menor porte = para o cálculo 
do valor da quota de exaustão será observado o seguinte critério: 
a) será apurado, inicialmente, o percentual de árvores extraídas no 
período em relação ao total da floresta; e b) posteriormente, este 
percentual encontrado será aplicado sobre o valor da floresta 
registrado no Ativo; 
 
 Cana-de-açúcar = a quota de exaustão anual será, admitindo 
cinco cortes, de 20%. Supondo-se que toda a extração ocorra 
dentro do exercício social, basta multiplicar o percentual de 20% 
pelo custo de formação da cana-de-açúcar para obter o custo da 
cultura formada; 
 
 Pastagens = recomenda-se estimar o período de tempo e vida 
útil das pastagens com base em estudos agrícolas ou estudo do 
próprio engenheiro agrônomo da empresa. 
Desvalorização dos Bens Agrários 
 
Casos de Amortização: 
 
 
 Aquisição de direitos de extração de madeira de floresta 
pertencente a terceiros ou de exploração de pomar alheio, por 
prazo determinado, a preço único e prefixado; 
 
 Gastos pré-operacionais = ativo intangível; 
 
 Gastos com melhorias no solo = desmatamento, corretivos, 
nivelamento, etc.. 
 
53 
EXERCÍCIOS 
 
1) A Cia. Agropecuária Catalúnia utiliza no seu plano de contas o 
item “Pastagens Artificiais em Formação”. Essa conta registra o 
valor de todos os gastos com formação das pastagens artificiais. A 
empresa considera que a formação da pastagem vai desde a 
derrubada da mata, queimada, limpeza, plantio, etc. até a primeira 
limpeza de formação. 
Adota a sistemática de que, até dois anos depois do plantio, 
qualquer gasto (limpeza de formação, ressemeio, etc.) deve ser 
incluído em “Pastagem em Formação”. Após isso, com a 
pastagem formada, o valor dessa conta é transferido para 
“Pastagens Artificiais Formadas”, quando passariam a ser 
utilizadas e amortizadas. 
Admitindo-se que o valor total da pastagem no período em 
formação seja de R$980 mil, que o período de formação da 
pastagem foi de exatamente dois anos e que a vida útil estimada 
EXERCÍCIOS 
 
da pastagem será de oito anos, responda às seguintes perguntas: 
 
a) Deve-se amortizar essa pastagem? Por quê? 
 
b) Qual a denominação correta, Exaustão ou Depreciação? Por 
quê? 
 
c) Qual será o valor de amortização anual? 
 
d) Se houver reforma na pastagem, o gasto concernente fará 
parte do Imobilizado ou será tratado como custo? 
55 
EXERCÍCIOS 
 
2) O touro Ferdinando, da Agropecuária Madri, será colocado na 
sua primeira estação de monta, após três anos de crescimento. Seu 
custo total é de R$60.000. 
 
Prevê-se que será útil para monta durante seis anos, e mais um 
ano para fornecimento de sêmen. Após tudo isso será vendido ao 
frigorífico por R$11.000. 
 
Pede-se: Calcular a primeira depreciação de Ferdinando. 
56 
5 Planificação Contábil na Atividade Agrícola 
 
 
5.1 Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado de uma 
empresa industrial; 
 
5.2 Adequação de itens para empresas agrícolas; 
 
5.3 Operacionalização do Plano de Contas; 
 
5.4 Exercícios. 
57 
Balanço Patrimonial de uma Empresa Industrial 
 
 
1 ATIVO 2 PASSIVO 
1.1 CIRCULANTE 2.1 CIRCULANTE 
 1.1.1 Disponível 2.1.1 Fornecedores 
 1.1.2 Valores a Receber 2.1.2 Salários a Pagar 
 1.1.3 Estoques 2.1.3 Encargos Sociais 
 
1.2 NÃO CIRCULANTE 2.2 NÃO CIRCULANTE 
 1.2.1 Realizável a Longo Prazo 2.2.1 Exigível a Longo Prazo 
 1.2.2 Investimentos 
 1.2.3 Imobilizado 3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 1.2.4 Intangível 3.1 Capital Social 
 3.2 Reserva de Capital 
 3.3 Reserva de Lucros 
 ... 
TOTAL TOTAL 
Demonstração de Resultado de uma Empresa Industrial 
 
 DRE 
Receita Bruta 
(-) Deduções 
(=) Receita Líquida 
(-) Custo dos Produtos Vendidos 
(=) Resultado Bruto 
(-) Despesas Operacionais 
 Despesas Administrativas 
 Despesas de Vendas 
 Despesas Financeiras 
(=) Resultado Antes do IR 
(-) IR 
(=) Resultado Líquido 
Adequação de Itens para Empresas Agrícolas 
 
 
Estoques (Empresa Agrícola): 
 
 Insumos (sementes, adubos, mudas, inseticidas, etc.); 
 
 Cultura Temporária em formação (soja, milho, etc.) – Cultura 
Temporária; 
 
 Colheitas em Andamento (café, laranja, etc.) - Cultura 
Permanente; 
 
 Produtos Agrícolas (soja, milho, café, laranja, etc.); 
 
 Almoxarifado (combustível, ferramentas, material de escritório, 
etc.). 
 
60 
Adequação de Itens para Empresas Agrícolas 
 
Imobilizado ( Empresa Agrícola): 
 
 Cultura Permanente em Formação (café, laranja, etc.); 
 
 Cultura Permanente Formada (café, laranja, etc.); 
 
 Terras (área de exploração, área florestal); 
 
 Benfeitorias na propriedade (cercas, terreiro cimentado, canais 
de irrigação, etc.); 
 
 Edifícios e construções (casas para administração, casas para 
colonos, escolas, paiol, etc.); 
 
 Animais de trabalho; 
 
 Florestas (matas); 
 
 Depreciação, Exaustão (contas redutoras). 
61 
Operacionalização do Plano de Contas 
 
Inventário refere-se ao processo de verificação das existências de 
Estoque – Inventário de Estoque. 
 
Há dois tipos de inventário: 
 
 Inventário Permanente = o controle de estoque (Ficha de 
Estoque) fornece permanentemente o valor dos estoques, com a 
certeza da existência das quantidades correspondentes; 
 
 Inventário Periódico = é o inventário levantado ao fim de cada 
período contábil, geralmente adotado quando o permanente é 
inviável. 
 
O melhor método, na atividade agrícola, é o permanente, pois 
possibilita conhecer, a qualquer momento, o custo da cultura 
temporária em formação, das colheitas em andamento, etc.. 
EXERCÍCIOS 
 
 
1) A Fazenda Santa Gertrudes dispõe de um investimento dos seus 
proprietários de R$200.000. Temos os seguintes gastos: 
 Edifícios – construções = R$50.000; 
 Cultura de café (em andamento) = R$110.000; 
 Cultura de arroz (em andamento) = R$10.000; 
 Cultura de cana-de-açúcar (em andamento) = R$5.000. 
 
a) A cultura de café será classificada no Balanço Patrimonial no 
grupo de contas: _______________________________________ 
 
b) A cultura de arroz será classificada no Balanço Patrimonial no 
grupo de contas: _______________________________________ 
EXERCÍCIOS 
 
 
c) A cultura de cana-de-açúcar será classificada no Balanço 
Patrimonial no grupo de contas: ___________________________ 
 
d) A Cultura ____________________ sofrerá depreciação, em 
média, de 10% ao ano; 
 
e) A Cultura ______________________ sofrerá exaustão; 
 
f) A colheita do café, assim como de outros produtos agrícolas, 
poderá ser avaliada a preço de: ___________________________ 
64 
EXERCÍCIOS 
 
2) A Fazenda Cafelândia S.A. planeja os ciclos que se seguem em 
relação à sua cultura de café: 
 
1º Ciclo: ocorre do 18º mês até o 30º mês, caracterizando-se esse 
ciclo pelos maiores investimentos. É importantíssimo desde já 
planejamento contábil bem estruturado e controle das despesas a 
serem diferidas; 
2º Ciclo: integra a normalidade do exercício social propriamente 
dito. 
 
Estrutura Contábil: 
 O estoque de produtos acabados será formado de: café 
beneficiado (pronto para venda futura); café em coco (estocado 
para venda futura); 65 
EXERCÍCIOS 
 
Estrutura Contábil: 
 O custo da cultura será basicamente: sementes, adubos, 
defensivos, mão de obra, depreciação, gastos indiretos; 
 O Ativo Não Circulante(Imobilizado) será formado de: 
máquinas e equipamentos, semoventes, imobilizado em 
andamento, cafezal em formação, benfeitorias; 
 O Passivo Circulante será constituído de: fornecedores, 
obrigações sociais, credores diversos, obrigações tributárias; 
 O Passivo Não Circulante (ELP) será composto da conta 
“Financiamentos”; 
 
Considerando os dados anteriores, estruturar um plano de contas 
resumido para a Fazenda Cafelândia S.A. 66 
6 Contabilidade da Pecuária 
 
6.1 Tipos de Atividade Pecuária; 
 
6.2 Classificação do Gado no Balanço Patrimonial; 
 
6.3 Variação Patrimonial Líquida; 
 
6.4 Método de Custo versus Método a Valor de Mercado; 
 
6.5 Plano de Contas; 
 
6.6 Exercício. 
67 
Tipos de Atividade Pecuária 
 
 
Existem três fases distintas, na atividade pecuária de corte, pelas 
quais passa o animal que se destina ao abate: 
 
 Cria = a atividade básica é a produção de bezerros que só serão 
vendidos após o desmame; 
 
 Recria = a atividade básica é, a partir do bezerro adquirido, a 
produção e a venda de novilho magro para engorda; 
 
 Engorda = a atividade básica é, a partir do novilho magro 
adquirido, a produção e venda do novilho gordo. 
68 
Classificação do Gado no Balanço Patrimonial 
 
 
Ativo Circulante = Animais destinados a revenda ou a serem 
consumidos. Ex: Bezerros e novilhos. 
 
Ativo Não Circulante – Imobilizado = Gado Reprodutor; Gado de 
Renda; Animais de Trabalho. Ex: Reprodutor, Matriz, Vaca 
Leiteira, Boi de Carga. 
 
 
OBS: Muitas fazendas destinam parte do rebanho em formação 
para a reprodução. Entretanto, aconselha-se manter no Ativo 
Circulante, até o período de experimentação e constatando-se 
habilidade reprodutiva classifica-se no Imobilizado. 69 
Classificação do Gado no Balanço Patrimonial 
 
 
Curto e longo prazos na pecuária: 
 
 
Por que os estoques em formação, com ciclo operacional elevado, 
normalmente ultrapassando três anos, não são classificados no 
Realizável a Longo Prazo (Não Circulante)? 
70 
Classificação do Gado no Balanço Patrimonial 
 
 
A Lei das S/A fala que na empresa em que o ciclo operacional 
tiver duração maior que o exercício social, a classificação no 
Circulante ou Realizável a Longo Prazo terá por base o prazo 
desse ciclo. 
 
Na pecuária, o ciclo operacional é o período de tempo que vai 
desde o nascimento do bezerro até a sua venda, como novilho 
gordo, ao frigorífico, e consequente realização financeira 
(recebimento do dinheiro). Em média, 3 a 4 anos. 
71 
Variação Patrimonial Líquida 
 
Nas empresas em geral 
 
 Variação patrimonial significa mudança de valor no patrimônio 
pela alteração de um ou mais itens patrimoniais; 
 Variação econômica e não financeira (não há entrada ou saída 
de dinheiro); 
 Nas empresas industriais/comerciais geralmente acontece 
devido à inflação (não há um ganho real). 
 
Na pecuária 
 
 Essas variações são intensas: o estoque varia de preço acima da 
inflação, uma vez que o gado, pelo seu crescimento natural, ganha 
peso com o passar do tempo (acréscimo real de valor econômico). 
Variação Patrimonial Líquida 
 
 No entanto, a variação patrimonial não representa 
exclusivamente ganho econômico; podem ocorrer reduções ou 
perdas que serão subtraídas do ganho econômico apurando-se a 
Variação Patrimonial Líquida. Sendo assim pode-se ter: 
 
Superveniências Ativas: São acréscimos que ocorrem em virtude 
de nascimento de animais e ganhos que ocorrem do crescimento 
natural do gado (são variações patrimoniais positivas); 
 
Insubsistências Ativas: significam reduções do ativo da empresa 
causadas por perdas, fatos anormais e imprevistos. É o caso típico 
de mortes, desaparecimentos de animais do rebanho etc. (são 
variações patrimoniais negativas). 73 
Método de Custo versus Método a Valor de Mercado 
 
 
A contabilização do rebanho, para apuração de resultados anuais 
na data do balanço, poderá ser inventariado pelo preço real de 
custo (Método de Custo) ou pelo preço corrente de mercado 
(Método a Valor de Mercado). 
 
 
O método de custo assemelha-se a uma empresa industrial: todo o 
custo da formação do rebanho é acumulado ao plantel e destacado 
no “estoque”. Por ocasião da venda do plantel, dá-se baixa no 
estoque, debitando-se o “Custo do Gado Vendido”. Portanto, a 
apuração do lucro será no momento da venda. 
74 
Método de Custo versus Método a Valor de Mercado 
 
 
O método a valor de mercado considera o preço de mercado do 
plantel, reconhecendo o ganho econômico periodicamente (uma 
vez por ano), em virtude do crescimento natural do rebanho. 
 
 
O gado fica destacado na conta “Estoque” pelo seu valor de 
mercado (e não de custo), e no resultado é reconhecido o ganho 
econômico do período, ou seja, a diferença a maior do valor de 
mercado atual sobre o valor no período anterior (ganho 
econômico). 
75 
Método de Custo versus Método a Valor de Mercado 
 
 
No ano seguinte, o rebanho será avaliado com o novo preço no 
mercado. O acréscimo no preço de mercado de um ano para outro 
será adicionado no Estoque creditado como Variação Patrimonial 
Líquida (Superveniências Ativas). 
 
 
Da Variação Patrimonial Líquida será subtraído o custo do 
rebanho no período para se apurar o novo lucro econômico. 
76 
Método de Custo versus Método a Valor de Mercado 
 
EXEMPLO: 
 
A Fazenda Coralina possui em seu estoque, no início de 2012, dez 
cabeças de gado registradas a R$900, totalizando R$9.000. 
Durante o ano de 2012 nada se vendeu, nada se comprou em 
termos de plante bovino. Constatou-se durante esse ano um custo 
de manutenção do rebanho de R$10.600. O valor de mercado de 
cada cabeça no final do ano era de R$2.100, totalizando-se 
R$21.000. 
 
Apurar o resultado segundo os dois métodos. 
 
77 
Método de Custo versus Método a Valor de Mercado 
 
Pelo Método de Custo têm-se: 
 
 
78 
Balanço Patrimonial DRE 
ATIVO CIRCULANTE Nada se registra, pois não houve 
venda do gado; portanto, não se 
apura o resultado. Estoque (plantel) R$ 9.000,00 
(+) Custo Acumulado R$10.600,00 
 R$19.600,00 
O crescimento biológico e o ganho de peso não são reconhecidos como 
ganho econômico. 
Método de Custo versus Método a Valor de Mercado 
 
Pelo Método a Valor de Mercado têm-se: 
 
 
79 
Balanço Patrimonial DRE 
ATIVO CIRCULANTE Var. Patrimoniais Líquidas R$12.000,00 
 Estoque (plantel) R$ 9.000,00 Custo do Período (R$10.600,00) 
(+) Valorização R$12.000,00 Lucro Econômico R$ 1.400,00 
 R$21.000,00 
Reconhece o ganho econômico mostrando aos usuários que valeu a pena 
manter o rebanho no ano, já que trouxe lucro econômico para a empresa. 
Plano de Contas 
 
Balanço Patrimonial: 
 
1 ATIVO 
1.1 Ativo Circulante 
1.1.1 Disponível 
1.1.2 Clientes e Títulos 
1.1.3 Estoques Vivos 
1.2 Ativo Não Circulante 
1.2.1 Realizável a Longo Prazo 
1.2.2 Investimentos 
1.2.3 Imobilizado 
1.2.4 Intangível 
80 
Plano de Contas 
 
Balanço Patrimonial: 
 
2 PASSIVO 
2.1 Passivo Circulante 
2.1.1 Obrigações com Terceiros (fornecedores, salários, etc.) 
2.1.2 Obrigações com Coligadas e Controladas 
2.2 Passivo Não Circulante 
2.2.1 Exigível a Longo Prazo 
2.3 Resultado de Exercícios Futuros 
2.3.1 Receitas e Despesas Diferidas 
2.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
2.4.1 Capital 
2.4.2 Reservas 
2.4.3 Lucros ou Prejuízos Acumulados 
81 
EXERCÍCIO 
 
1)Faça uma contabilidade simples, apresentando a Demonstração 
de Resultado e o Balanço Patrimonial para cada ano da empresa 
“Fazenda Luar do Sertão Ltda.”, considerando: a) se o método 
utilizado for o custo histórico; b) se o método utilizado for o valor 
de mercado. Os dados são os seguintes: 
 
82 
ANO 2010 2011 2012 
Nascimento de 1 Bezerro: 
Custo 
Valor de Mercado 
 
R$4.000,00 
R$5.500,00 
 
- 
- 
 
- 
- 
1º Aniversário 
Bezerro passa a Novilho 
Custo de Manutenção 
Valor de Mercado do Novilho 
 
 
- 
- 
 
 
R$3.000,00 
R$10.000,00 
 
 
- 
- 
2º Aniversário 
Novilho passa para Boi Magro 
Custo de Manutenção 
Valor de Mercado do Boi Magro 
 
 
- 
- 
 
 
- 
- 
 
 
R$4.000,00 
R$25.000,00 
7 Contabilização da Pecuária pelo Método de Custo 
 
 
7.1 Técnica para utilização do Método de Custo na Pecuária; 
 
7.2 Apuração do Resultado – Exemplo Prático; 
 
7.3 Exercício. 
83 
Método de Custo na Pecuária 
 
Os Ativos são incorporados à entidade pelo valor de aquisição ou 
pelo custo de fabricação. 
 
A técnica para utilização do custo histórico na pecuária consiste 
em apropriar ao rebanho os custos ocorridos e a eles pertinentes; 
periodicamente deve-se efetuar a distribuição proporcional do 
custo do rebanho entre as cabeças do rebanho. Usa-se duas 
premissas básicas: 
 
 Inicialmente soma-se o custo do rebanho (salário, alimentação 
de gado, exaustão de pastagens, depreciação dos reprodutores, 
cuidados veterinários, etc.) e divide-se o resultado pelo total de 
cabeças do rebanho em formação (em crescimento e aqueles 
nascidos no período). Tem-se o custo médio de produção por 
cabeça; 
Método de Custo na Pecuária 
 
 
 Esse custo fica no estoque até o momento da venda, quando dá-
se baixa no estoque, debitando-se o “Custo do Gado Vendido”. 
 
 
OBS: o custo da manutenção do gado reprodutor será incluído no 
custo do rebanho e distribuído para o rebanho em formação. 
 
 
85 
Método de Custo na Pecuária 
 
EXEMPLO: 
 
A Fazenda Santa Mônica, recém constituída, adquire, no ano de 
2008, 100 matrizes por $1.000 cada uma e cinco touros por 
$2.000 cada um, para desenvolver atividade bovina de corte; as 
fêmeas produzidas na fazenda serão, no terceiro ano, incorporadas 
ao Não Circulante (Imobilizado), após um período de 
experimentação. 
 
A vida útil do gado reprodutor e da matriz são: 
 Gado Reprodutor = 8 anos; 
 Gado Matriz = 10 anos. 
86 
Método de Custo na Pecuária 
 
Durante o ano de 2009 observam-se os seguintes fatos: 
 nasceram 80 bezerros: 40 machos e 40 fêmeas; 
 o custo do rebanho no período foi de $36.000 incluindo 
depreciação. 
ATIVO 31-12-2008 31-12-2009 
CIRCULANTE 
 Estoques Vivos 
 Bezerros de 0 a 8 meses 
 Bezerras de 0 a 8 meses 
 
NÃO CIRCULANTE 
 Imobilizado 
 Reprodutores 
 (-) Depreciação Acumulada 
 Matrizes 
 (-) Depreciação Acumulada 
 
 
-0- 
-0- 
 
 
 
$10.000 
-0- 
$100.000 
-0- 
 
 
$18.000 
$18.000 
 
 
 
$10.000 
($1.250) 
$100.000 
($10.000) 
TOTAL $110.000 $134.750 
Método de Custo na Pecuária 
 
Durante o ano de 2010 observam-se os seguintes fatos: 
 nasceram 80 bezerros: 40 machos e 40 fêmeas; 
 o custo do rebanho em formação foi de $120.000. 
ATIVO 31-12-08 31-12-09 31-12-10 
CIRCULANTE 
 Estoques Vivos 
 Bezerros de 0 a 8 meses 
 Bezerras de 0 a 8 meses 
 Novilhos de 9 a 18 meses 
 Novilhas de 9 a 18 meses 
 
NÃO CIRCULANTE 
 Imobilizado 
 Reprodutores 
 (-) Depreciação Acumulada 
 Matrizes 
 (-) Depreciação Acumulada 
 
 
-0- 
-0- 
-0- 
-0- 
 
 
 
$10.000 
-0- 
$100.000 
-0- 
 
 
$18.000 
$18.000 
-0- 
-0- 
 
 
 
$10.000 
($1.250) 
$100.000 
($10.000) 
 
 
$30.000 
$30.000 
$48.000 
$48.000 
 
 
 
$10.000 
($2.500) 
$100.000 
($20.000) 
TOTAL $110.000 $134.750 $243.500 
Método de Custo na Pecuária 
 
 
Durante o ano de 2011 observam-se os seguintes fatos: 
 
 nasceram 80 bezerros: 40 machos e 40 fêmeas; 
 
 morreram 10 bezerros do ano de 2010 (lote de 0 a 8 meses); 
 
 o custo do rebanho em formação foi de $276.000. 
89 
ATIVO 31-12-08 31-12-09 31-12-10 31-12-11 
Circulante 
 Estoques Vivos 
 Bezerros de 0 a 8 meses 
 Bezerras de 0 a 8 meses 
 Novilhos de 9 a 18 meses 
 Novilhas de 9 a 18 meses 
 Novilhos de 19 a 36 meses 
 Novilhas em experimentação 
 
Não Circulante 
 Imobilizado 
 Reprodutores 
 (-) Depreciação Acumulada 
 Matrizes 
 (-) Depreciação Acumulada 
 
 
-0- 
-0- 
-0- 
-0- 
-0- 
-0- 
 
 
 
$10.000 
-0- 
$100.000 
-0- 
 
 
$18.000 
$18.000 
-0- 
-0- 
-0- 
-0- 
 
 
 
$10.000 
($1.250) 
$100.000 
($10.000) 
 
 
$30.000 
$30.000 
$48.000 
$48.000 
-0- 
-0- 
 
 
 
$10.000 
($2.500) 
$100.000 
($20.000) 
 
 
$48.000 
$48.000 
$58.500 
$78.000 
$96.000 
$96.000 
 
 
 
$10.000 
($3.750) 
$100.000 
($30.000) 
TOTAL $110.000 $134.750 $243.500 $500.750 
Método de Custo na Pecuária 
 
 
Durante o ano de 2012 observam-se os seguintes fatos: 
 
 nasceram 100 bezerros: 50 machos e 50 fêmeas, considerando 
as novilhas em experimentação. Desse lote em experimentação, 
30 foram aprovadas e incorporadas ao rebanho permanente; 
 
 houve vendas no início de 2012, de: 40 novilhos nascidos em 
2009 e 10 novilhas nascidas em 2009 (não aprovadas para 
matriz); 
 
 houve aquisição de dois novos touros (para cobertura das novas 
matrizes) por $20.000 cada um (no início de 2012); 
 
 o custo do período foi de $750.000. 91 
92 
ATIVO 31-12-X0 31-12-X1 31-12-X2 31-12-X3 31-12-X4 
CIRCULANTE 
 Estoques Vivos 
 Bezerros de 0 a 8 meses 
 Bezerras de 0 a 8 meses 
 Novilhos de 9 a 18 meses 
 Novilhas de 9 a 18 meses 
 Novilhos de 19 a 36 meses 
 Novilhas em experiment. 
 
NÃO CIRCULANTE 
 Imobilizado 
 Reprodutores (2008) 
 (-) Deprec.Acumulada 
 Reprodutores (2012) 
 (-) Deprec. Acumulada 
 Matrizes (2008) 
 (-) Deprec.Acumulada 
 Matrizes (2012) 
 (-) Deprec. Acumulada 
 
 
-0- 
-0- 
-0- 
-0- 
-0- 
-0- 
 
 
 
$10.000 
-0- 
-0- 
-0- 
$100.000 
-0- 
-0- 
-0- 
 
 
$18.000 
$18.000 
-0- 
-0- 
-0- 
-0- 
 
 
 
$10.000 
($1.250) 
-0- 
-0- 
$100.000 
($10.000) 
-0- 
-0- 
 
 
$30.000 
$30.000 
$48.000 
$48.000 
-0- 
-0- 
 
 
 
$10.000 
($2.500) 
-0- 
-0- 
$100.000 
($20.000) 
-0- 
-0- 
 
 
$48.000 
$48.000 
$58.500 
$78.000 
$96.000 
$96.000 
 
 
 
$10.000 
($3.750) 
-0- 
-0- 
$100.000 
($30.000) 
-0- 
-0- 
 
 
$150.000 
$150.000 
$168.000 
$168.000 
$148.500 
$198.000 
 
 
 
$10.000 
($5.000) 
$40.000 
($5.000) 
$100.000 
($40.000) 
$72.000 
($7.200) 
TOTAL $110.000 $134.750 $243.500 $500.750 $1.147.300 
Método de Custo na Pecuária 
 
 
Apuração do Resultado:93 
Demonstração do Resultado do Exercício – 31-12-2012 
Receita Bruta (50 cabeças x R$16.800/cabeça) R$840.000,00 
(-) Custo do Gado Vendido (R$120.000,00) 
(=) Lucro Bruto R$720.000,00 
EXERCÍCIO 
 
 
1) A Cia. Campininha S.A., recém constituída, adquire, no início 
do ano X0, dez matrizes por R$900 cada uma e dois touros por 
R$6.000 cada um, para desenvolver atividade bovina de corte; as 
fêmeas produzidas na fazenda serão incorporadas ao Não 
Circulante (Imobilizado), após um período de experimentação, no 
terceiro ano. 
 
A vida útil do gado reprodutor e da matriz são: 
 Gado Reprodutor = 10 anos; 
 Gado Matriz = 10 anos. 
 
Os fatos que devem ser contabilizados em razonetes nos anos X1, 
X2 e X3 são: 
94 
EXERCÍCIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao final de cada ano, apresentar o Ativo (Estoque e Imobilizado) 
após as contabilizações anteriores. 95 
ITENS X1 X2 X3 
Nascimentos Macho Fêmea Macho Fêmea Macho Fêmea 
5 4 4 5 5 5 
Custo do Rebanho em 
Formação 
R$600 R$1.800 R$5.000 
Mortes -0- -0- 2 bezerros 
nascidos em X1 
Venda -0- -0- Início de X4: 
3 bezerros 
nascidos em X2 
por R$250 cada. 
REFERÊNCIAS 
 
MARION, José Carlos. Contabilidade Rural: Contabilidade 
Agrícola, Contabilidade da Pecuária, Imposto de Renda Pessoa 
Jurídica. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
CPC, Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento 
Técnico, CPC 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola. 
Disponível em: www.cpc.org.br. 
 
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