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Aula 14- Adoção (2)

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ADOÇÃO
HISTÓRICO
Surgiu com o propósito de dar filho aos casais que não podiam ter (Direito Romano) – Perpetuação do culto religioso familiar
Com essa mesma função, surgiu no Brasil a partir das Ordenações Filipinas e depois no CC-1916
No CC-16 tinha o mesmo objetivo – perpetuação da família
Só era permitida aos maiores de 50 anos e sem prole
Era feita por Escritura Pública
Admitia revogação → filho maior e por consenso
Lei 3.133/57 – Novo sentido da Adoção: possibilitar que os desamparados tivessem melhor condição moral/material
Permitida a quem já tivesse 30 anos de idade. Podia ter filho
Só havia transferência do então “pátrio poder”. Os demais direitos e deveres do parentesco natural eram mantidos na família original
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ADOÇÃO
HISTÓRICO
O adotando não tinha direito sucessório
Admitia-se a revogação (maiores/consenso)
Estimulava a prática da “adoção simulada” (ou “à brasileira”)
Lei 4.655/65 – Legitimação Adotiva
Regulamentava a situação do menor abandonado, através de sentença concessiva da legitimação
Isso porque, estabelecia parentesco de 1º grau em linha reta entre adotante e adotado, desligando-o inteiramente da família natural
Lei 6.697/79 – Código de Menores
Criou a “adoção plena”: idêntica à legitimação adotiva – apenas referente ao menor em “situação irregular” – extinção dos vínculos
Mantida a “adoção simples” do Código Civil de 1916 – demais casos – manutenção dos vínculos
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ADOÇÃO
HISTÓRICO
Lei 8.069/90 – ECA (Enfoque Constitucional)
Necessidade de intervenção judicial na adoção
CF/88 – Princípio da igualdade dos filhos
Adoção Civil (restrita) (CC-16)
Utilizada para os maiores de 18 anos
Transferia apenas o poder familiar (mantido o vínculo natural)
Adoção Estatutária (plena) (ECA)
Destinada aos menores de 18 anos
Plena integração entre adotado e adotante, desligando-o totalmente dos pais naturais, salvo os impedimentos matrimoniais
Adoção Simulada (ou à brasileira)
Registrar filho alheio recém-nascido como seu, em comum acordo com a mãe natural, sem intenção de tomar-lhe o filho
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ADOÇÃO
HISTÓRICO
Lei 12.010/09 – Lei Nacional de Adoção
Revogou 10 artigos do NCC – 1.620 a 1.629
Nova redação aos artigos 10, III, 1.618, 1.619 e 1.734 do NCC
Acrescentou dois parágrafos à Lei 8.560/92 (Investigação)
Modificou substancialmente o ECA (Lei 8.069/90)
Passou a regrar a adoção de crianças e adolescentes
Algumas alterações principais:
Cadastro Nacional de Adoção
Redução de prazos para conclusão do processo de adoção
120 dias para decretação do poder familiar
60 dias para julgamento de eventual recurso nos processo de adoção
Limitação de 2 anos para permanência de criança e jovem em abrigo
Fixa em 18 anos a idade mínima do adotante
Não prevê a adoção pelo par homoafetivo
Direito do adotado conhecer sua origem biológica e de ter acesso ao processo de adoção
Situação das crianças indígenas que em razão do culto familiar são rejeitadas – FUNAI colocará em família substituta
Preferência da adoção por brasileiros ou estrangeiros domiciliados no país. Aos estrangeiros é medida excepcional
Família extensa (ou ampliada): preferência da adoção por parentes próximos ao adotado
Regra todas as modalidades de adoção (dos maiores e menores), não existindo distinção conceitual entre ambas. Todas são simplesmente “adoção”
A adoção de menores tramita na Vara da Infância e Juventude (NCC e ECA)
A adoção de maiores, na Vara de Família (NCC)
Conceito: “Ato jurídico solene pelo qual alguém recebe em sua família, como filho, pessoa que lhe é estranha” (GONÇALVES)
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ADOÇÃO
LEGITIMADOS A ADOTAR
Qualquer pessoa maior de 18 anos...
Artigo 42, ECA
O estado civil, sexo e nacionalidade não influem na capacidade
O que se exige são condições morais e materiais de adotar
O ECA veda (art. 29) a adoção por pessoa que revele de qualquer modo incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado
Incidência do princípio do melhor interesse da criança
Exige-se (art. 42, §2°, ECA) que os cônjuges ou companheiros demonstrem estabilidade familiar
Capacidade civil plena: absoluta ou relativamente incapazes não adotam
Presume-se não existir ambiente familiar saudável que propicie o desenvolvimento humano da criança
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ADOÇÃO
LEGITIMADOS A ADOTAR
Qualquer pessoa maior de 18 anos...
Adoção por homossexual
Admite-se individualmente, mediante prévio estudo psicossocial
E o casal homossexual – posicionamento jurisprudencial?
Quem veda alega: a união estável homossexual não é legalizada
Os tutores e curadores só podem adotar os tutelados e curatelados após prestar contas da administração (44, ECA)
Não há limitação numérica à adoção
O cônjuge pode adotar sem autorização do outro
Só residirá com o pai se o consorte permitir (1.611, CC)
Quem é solteiro ou não tenha companheiro pode adotar – Família monoparental
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ADOÇÃO
LEGITIMADOS A ADOTAR
Qualquer pessoa maior de 18 anos...
Quem não reconhece filho natural pode adotá-lo
Não impede a busca do reconhecimento judicial da filiação
Os ascendentes ou os irmãos do adotando não podem adotá-lo (avô → neto)
Essa vedação não alcança os colaterais de 3º grau em diante, nem os parentes por afinidade
Além da vedação legal, a adoção sofre vedações naturais, advindas do bom senso (cônjuge adotar o outro, p. ex.)
“Adoção unilateral” – cônjuge/companheiro adota enteado(a)
Adoção por casal (casados ou U.E.) onde um deles não tenha 18 anos completos
Podem adotar comprovando a estabilidade familiar (42, §2°, ECA)
Observar a regra: adotante há de ser 16 anos mais velho que o adotado
É inadmissível que uma pessoa seja adotada por duas, salvo:
Se forem casadas/U.E (42, §2°, ECA)
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ADOÇÃO
LEGITIMADOS A ADOTAR
Qualquer pessoa maior de 18 anos...
Se divorciados ou separados judicialmente, desde que acordem quanto à guarda e visitas e que o estágio de convivência tenha sido durante a constância da união (42, §4°, ECA)
A morte dos adotantes não restaura o vínculo familiar natural
Se o adotante falece no curso da ação, seus efeitos retroagem à data do óbito
Artigo 42, §6°, ECA
A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando (45, caput, ECA)
Se o adotante tiver mais de 12 anos também consente (45, §2°)
Menor que isso, o art. 28, §1°, ECA, também recomenda a oitiva
Necessidade de investigação da paternidade – através do MP (45, §3°)
Não será preciso se após notificado o genitor não comparecer e a criança fora encaminhada à adoção (45, §4°)
Pais/representantes não conhecidos/destituídos do poder familiar: não se exige
Pais menores de idade? Bom senso e cautela – representação dos avós e oitiva pessoal pelo Juiz
O consentimento é revogável até publicação da sentença
STJ – Essa regra não se aplica à adoção regida pelo ECA
A adoção desvincula o adotando dos pais/parentes naturais
Mantidos os impedimentos matrimoniais
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ADOÇÃO
QUEM PODE SER ADOTADO
Tanto a pessoa menor quanto a maior podem ser adotadas, independente de sua capacidade
Em ambas situações, o processo será regido pela Lei Nacional de Adoção, ECA e NCC, dependendo sempre de consentimento e sentença judicial
Art. 1.618 do CC (nova redação da LNA): aplicação subsidiária do ECA na adoção de maiores
LNA e ECA (e subsidiariamente o CC): adoção de menores
A capacidade não influi na legitimidade para ser adotado
Não há limitação de quantidade de filhos adotados
Art. 28, §4°, ECA: preferência pela manutenção de grupos de irmãos em uma mesma família substituta.
A ressalva é que o adotante seja 16 anos mais velho que o adotado (42, §3°, ECA)
O CC/02 não prevê adoção do nascituro, ao revés do CC/16
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ADOÇÃO
REQUISITOS DA ADOÇÃO
Idade mínima de 18 anos para o adotante
Consentimento dos adotantes
Ato exclusivo e personalíssimo – outorga de procuração(?)
Não se exige que alguém adote. É opção
Não se exige consentimento do outro cônjuge, se casado o adotante
(ECA exige: art. 165, I)
Diferença de idade entre adotante e adotado
Ambiente de respeito na família
A intenção da adoção é imitar a natureza
Desempenho pleno do poder familiar
Consentimento dos pais/representantes do adotando
E do próprio adotando, se contar mais de 12 anos
Citação por edital quando em local desconhecido
Processo Judicial
Se menor –Varas da Infância e da Juventude
Se maior – Varas de Família
 
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ADOÇÃO
REQUISITOS DA ADOÇÃO
Estágio de convivência
Comprova a compatibilidade entre as partes e o provável êxito da adoção
Exigido para a adoção de menores de qualquer idade
Não se exige o estágio quando os adotantes já possuem a guarda ou tutela judicial. (46, §1°, ECA) 
Não basta a “guarda de fato” 
A adoção pode ser declarada nula:
Adotante menor de 18 anos
Não respeitar a diferença de idade adotante/adotando
Adotada por duas pessoas, exceto casadas/conviventes.
Tutor ou curador que não prestou contas
Simulação ou fraude à lei
É anulável, quando:
Falta de assistência dos pais/representantes ao consentimento do menor adotando
Vício de consentimento (erro, dolo, coação, lesão e estado de perigo) do adotante, do adotado ou do representante legal
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ADOÇÃO
EFEITOS DA ADOÇÃO
PESSOAIS
Cria parentesco civil para todos os fins (adotante e seus parentes) – Equiparado ao consaguíneo (41, ECA); Poder Familiar
Desvincula da família anterior, salvo impedimentos matrimoniais
Efeitos gerados a partir da sentença transitada em julgado, salvo caso de morte no curso da ação (ex tunc)
Transferência do poder familiar
A adoção é irretratável/irrevogável (ECA, 39, §1°)
Cancela-se o registro anterior, se houver e determina feitura do novo (nome dos pais adotivos; sem distinção)
Adoção dos nomes de família (suprime os anteriores)
O prenome pode ser modificado a pedido do adotante ou do adotado (se for menor)
PATRIMONIAIS
Alimentar/Sucessório/Usufruto
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ADOÇÃO
ADOÇÃO INTERNACIONAL
É aquela requerida por estrangeiro não domiciliado no Brasil, com a intenção de ter como filho criança brasileira 
A adoção internacional é medida excepcional, só se aplicando quando não há casal brasileiro apto a adotar (STF) –51, §1°, ECA
O estrangeiro radicado/domiciliado no país adota em igualdade de condições com os brasileiros, mesmo que a legislação de seu país ignore o instituto da adoção
É regulada pelo ECA (arts. 165 a 170; 51 a 52-D) e pelos princípios do Decreto 3.087/99 (ratificação de tratado internacional sobre adoção)
Necessita cumprir estágio de convivência de 30 (trinta) dias em território nacional
Procedimento (serve ao brasileiro domiciliado no exterior):
Prévia habilitação no país de acolhida (estrangeiro) – análise da documentação pessoal necessária ao ato
Emissão de certificado de habilitação pelo país de acolhida (validade de 1 ano)
Remessa à autoridade estadual de adoção, com cópia para a autoridade Federal (Min. da Justiça) que poderá aprovar ou não a adoção
Possibilidade de credenciamento de organizações que atuam na adoção
Da sentença que defere cabe recurso no duplo efeito

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