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* * * ADOÇÃO HISTÓRICO Surgiu com o propósito de dar filho aos casais que não podiam ter (Direito Romano) – Perpetuação do culto religioso familiar Com essa mesma função, surgiu no Brasil a partir das Ordenações Filipinas e depois no CC-1916 No CC-16 tinha o mesmo objetivo – perpetuação da família Só era permitida aos maiores de 50 anos e sem prole Era feita por Escritura Pública Admitia revogação → filho maior e por consenso Lei 3.133/57 – Novo sentido da Adoção: possibilitar que os desamparados tivessem melhor condição moral/material Permitida a quem já tivesse 30 anos de idade. Podia ter filho Só havia transferência do então “pátrio poder”. Os demais direitos e deveres do parentesco natural eram mantidos na família original * * * ADOÇÃO HISTÓRICO O adotando não tinha direito sucessório Admitia-se a revogação (maiores/consenso) Estimulava a prática da “adoção simulada” (ou “à brasileira”) Lei 4.655/65 – Legitimação Adotiva Regulamentava a situação do menor abandonado, através de sentença concessiva da legitimação Isso porque, estabelecia parentesco de 1º grau em linha reta entre adotante e adotado, desligando-o inteiramente da família natural Lei 6.697/79 – Código de Menores Criou a “adoção plena”: idêntica à legitimação adotiva – apenas referente ao menor em “situação irregular” – extinção dos vínculos Mantida a “adoção simples” do Código Civil de 1916 – demais casos – manutenção dos vínculos * * * ADOÇÃO HISTÓRICO Lei 8.069/90 – ECA (Enfoque Constitucional) Necessidade de intervenção judicial na adoção CF/88 – Princípio da igualdade dos filhos Adoção Civil (restrita) (CC-16) Utilizada para os maiores de 18 anos Transferia apenas o poder familiar (mantido o vínculo natural) Adoção Estatutária (plena) (ECA) Destinada aos menores de 18 anos Plena integração entre adotado e adotante, desligando-o totalmente dos pais naturais, salvo os impedimentos matrimoniais Adoção Simulada (ou à brasileira) Registrar filho alheio recém-nascido como seu, em comum acordo com a mãe natural, sem intenção de tomar-lhe o filho * * * ADOÇÃO HISTÓRICO Lei 12.010/09 – Lei Nacional de Adoção Revogou 10 artigos do NCC – 1.620 a 1.629 Nova redação aos artigos 10, III, 1.618, 1.619 e 1.734 do NCC Acrescentou dois parágrafos à Lei 8.560/92 (Investigação) Modificou substancialmente o ECA (Lei 8.069/90) Passou a regrar a adoção de crianças e adolescentes Algumas alterações principais: Cadastro Nacional de Adoção Redução de prazos para conclusão do processo de adoção 120 dias para decretação do poder familiar 60 dias para julgamento de eventual recurso nos processo de adoção Limitação de 2 anos para permanência de criança e jovem em abrigo Fixa em 18 anos a idade mínima do adotante Não prevê a adoção pelo par homoafetivo Direito do adotado conhecer sua origem biológica e de ter acesso ao processo de adoção Situação das crianças indígenas que em razão do culto familiar são rejeitadas – FUNAI colocará em família substituta Preferência da adoção por brasileiros ou estrangeiros domiciliados no país. Aos estrangeiros é medida excepcional Família extensa (ou ampliada): preferência da adoção por parentes próximos ao adotado Regra todas as modalidades de adoção (dos maiores e menores), não existindo distinção conceitual entre ambas. Todas são simplesmente “adoção” A adoção de menores tramita na Vara da Infância e Juventude (NCC e ECA) A adoção de maiores, na Vara de Família (NCC) Conceito: “Ato jurídico solene pelo qual alguém recebe em sua família, como filho, pessoa que lhe é estranha” (GONÇALVES) * * * ADOÇÃO LEGITIMADOS A ADOTAR Qualquer pessoa maior de 18 anos... Artigo 42, ECA O estado civil, sexo e nacionalidade não influem na capacidade O que se exige são condições morais e materiais de adotar O ECA veda (art. 29) a adoção por pessoa que revele de qualquer modo incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado Incidência do princípio do melhor interesse da criança Exige-se (art. 42, §2°, ECA) que os cônjuges ou companheiros demonstrem estabilidade familiar Capacidade civil plena: absoluta ou relativamente incapazes não adotam Presume-se não existir ambiente familiar saudável que propicie o desenvolvimento humano da criança * * * ADOÇÃO LEGITIMADOS A ADOTAR Qualquer pessoa maior de 18 anos... Adoção por homossexual Admite-se individualmente, mediante prévio estudo psicossocial E o casal homossexual – posicionamento jurisprudencial? Quem veda alega: a união estável homossexual não é legalizada Os tutores e curadores só podem adotar os tutelados e curatelados após prestar contas da administração (44, ECA) Não há limitação numérica à adoção O cônjuge pode adotar sem autorização do outro Só residirá com o pai se o consorte permitir (1.611, CC) Quem é solteiro ou não tenha companheiro pode adotar – Família monoparental * * * ADOÇÃO LEGITIMADOS A ADOTAR Qualquer pessoa maior de 18 anos... Quem não reconhece filho natural pode adotá-lo Não impede a busca do reconhecimento judicial da filiação Os ascendentes ou os irmãos do adotando não podem adotá-lo (avô → neto) Essa vedação não alcança os colaterais de 3º grau em diante, nem os parentes por afinidade Além da vedação legal, a adoção sofre vedações naturais, advindas do bom senso (cônjuge adotar o outro, p. ex.) “Adoção unilateral” – cônjuge/companheiro adota enteado(a) Adoção por casal (casados ou U.E.) onde um deles não tenha 18 anos completos Podem adotar comprovando a estabilidade familiar (42, §2°, ECA) Observar a regra: adotante há de ser 16 anos mais velho que o adotado É inadmissível que uma pessoa seja adotada por duas, salvo: Se forem casadas/U.E (42, §2°, ECA) * * * ADOÇÃO LEGITIMADOS A ADOTAR Qualquer pessoa maior de 18 anos... Se divorciados ou separados judicialmente, desde que acordem quanto à guarda e visitas e que o estágio de convivência tenha sido durante a constância da união (42, §4°, ECA) A morte dos adotantes não restaura o vínculo familiar natural Se o adotante falece no curso da ação, seus efeitos retroagem à data do óbito Artigo 42, §6°, ECA A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando (45, caput, ECA) Se o adotante tiver mais de 12 anos também consente (45, §2°) Menor que isso, o art. 28, §1°, ECA, também recomenda a oitiva Necessidade de investigação da paternidade – através do MP (45, §3°) Não será preciso se após notificado o genitor não comparecer e a criança fora encaminhada à adoção (45, §4°) Pais/representantes não conhecidos/destituídos do poder familiar: não se exige Pais menores de idade? Bom senso e cautela – representação dos avós e oitiva pessoal pelo Juiz O consentimento é revogável até publicação da sentença STJ – Essa regra não se aplica à adoção regida pelo ECA A adoção desvincula o adotando dos pais/parentes naturais Mantidos os impedimentos matrimoniais * * * ADOÇÃO QUEM PODE SER ADOTADO Tanto a pessoa menor quanto a maior podem ser adotadas, independente de sua capacidade Em ambas situações, o processo será regido pela Lei Nacional de Adoção, ECA e NCC, dependendo sempre de consentimento e sentença judicial Art. 1.618 do CC (nova redação da LNA): aplicação subsidiária do ECA na adoção de maiores LNA e ECA (e subsidiariamente o CC): adoção de menores A capacidade não influi na legitimidade para ser adotado Não há limitação de quantidade de filhos adotados Art. 28, §4°, ECA: preferência pela manutenção de grupos de irmãos em uma mesma família substituta. A ressalva é que o adotante seja 16 anos mais velho que o adotado (42, §3°, ECA) O CC/02 não prevê adoção do nascituro, ao revés do CC/16 * * * ADOÇÃO REQUISITOS DA ADOÇÃO Idade mínima de 18 anos para o adotante Consentimento dos adotantes Ato exclusivo e personalíssimo – outorga de procuração(?) Não se exige que alguém adote. É opção Não se exige consentimento do outro cônjuge, se casado o adotante (ECA exige: art. 165, I) Diferença de idade entre adotante e adotado Ambiente de respeito na família A intenção da adoção é imitar a natureza Desempenho pleno do poder familiar Consentimento dos pais/representantes do adotando E do próprio adotando, se contar mais de 12 anos Citação por edital quando em local desconhecido Processo Judicial Se menor –Varas da Infância e da Juventude Se maior – Varas de Família * * * ADOÇÃO REQUISITOS DA ADOÇÃO Estágio de convivência Comprova a compatibilidade entre as partes e o provável êxito da adoção Exigido para a adoção de menores de qualquer idade Não se exige o estágio quando os adotantes já possuem a guarda ou tutela judicial. (46, §1°, ECA) Não basta a “guarda de fato” A adoção pode ser declarada nula: Adotante menor de 18 anos Não respeitar a diferença de idade adotante/adotando Adotada por duas pessoas, exceto casadas/conviventes. Tutor ou curador que não prestou contas Simulação ou fraude à lei É anulável, quando: Falta de assistência dos pais/representantes ao consentimento do menor adotando Vício de consentimento (erro, dolo, coação, lesão e estado de perigo) do adotante, do adotado ou do representante legal * * * ADOÇÃO EFEITOS DA ADOÇÃO PESSOAIS Cria parentesco civil para todos os fins (adotante e seus parentes) – Equiparado ao consaguíneo (41, ECA); Poder Familiar Desvincula da família anterior, salvo impedimentos matrimoniais Efeitos gerados a partir da sentença transitada em julgado, salvo caso de morte no curso da ação (ex tunc) Transferência do poder familiar A adoção é irretratável/irrevogável (ECA, 39, §1°) Cancela-se o registro anterior, se houver e determina feitura do novo (nome dos pais adotivos; sem distinção) Adoção dos nomes de família (suprime os anteriores) O prenome pode ser modificado a pedido do adotante ou do adotado (se for menor) PATRIMONIAIS Alimentar/Sucessório/Usufruto * * * ADOÇÃO ADOÇÃO INTERNACIONAL É aquela requerida por estrangeiro não domiciliado no Brasil, com a intenção de ter como filho criança brasileira A adoção internacional é medida excepcional, só se aplicando quando não há casal brasileiro apto a adotar (STF) –51, §1°, ECA O estrangeiro radicado/domiciliado no país adota em igualdade de condições com os brasileiros, mesmo que a legislação de seu país ignore o instituto da adoção É regulada pelo ECA (arts. 165 a 170; 51 a 52-D) e pelos princípios do Decreto 3.087/99 (ratificação de tratado internacional sobre adoção) Necessita cumprir estágio de convivência de 30 (trinta) dias em território nacional Procedimento (serve ao brasileiro domiciliado no exterior): Prévia habilitação no país de acolhida (estrangeiro) – análise da documentação pessoal necessária ao ato Emissão de certificado de habilitação pelo país de acolhida (validade de 1 ano) Remessa à autoridade estadual de adoção, com cópia para a autoridade Federal (Min. da Justiça) que poderá aprovar ou não a adoção Possibilidade de credenciamento de organizações que atuam na adoção Da sentença que defere cabe recurso no duplo efeito
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