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19.Bloco 04 Gabarito 45f71df1 214d 4965 b1ad d2de84420944

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Exame de Ordem 
Damásio Educacional 
XXIV EXAME DA ORDEM 
 
2ª FASE DIREITO CIVIL 
 
 
EXERCICIO Nº 19 
Bloco 04 - Gabarito 
Cronograma do Exercício 
Data do pedido pelo Professor 08/01/2018 
Entrega pelo aluno 11/01/2018 
 
 
QUESTÃO 1 
 
Marina Raposa, influenciadora digital que mora na cidade de Maringá/PR, conhecida por fazer tutoriais 
de maquiagem utilizando marcas importadas, foi convidada pela marca inglesa Shine para morar por um 
ano em Londres. 
Animada com a proposta, Marina resolve repaginar sua vida e decide vender todos os seus bens móveis 
e imóveis no Brasil. Sua mãe, Joana, não concorda com a ideia de Marina e acha que esta deve manter o 
apartamento que fica no centro de Maringá, primeiro por se tratar de imóvel muito bem localizado, 
segundo, por ser imóvel recebido por doação de seus familiares. 
Marina, pensa a respeito do conselho de sua mãe e procura um advogado para esclarecer algumas 
dúvidas. Diante da situação apresentada, responda: 
a) é possível na elaboração de eventual contrato de compra e venda incluir cláusula que garante ao 
alienante recobrar o bem imóvel? Em caso positivo, existe prazo para o exercício deste direito? 
 
b) Se a coisa for recobrada e o adquirente se negar a receber o valor do bem por já ter transferido a coisa 
para outra pessoa, esta cláusula perderá sua eficácia? Qual a medida judicial a ser tomada em caso do 
comprador recusar o recebimento do valor? 
DIREITO CIVIL – QUESTÃO 1 
Quesito avaliado 
Valores 
Possíveis 
Atendim
ento ao 
Quesito 
a) Sim, poderá ser inserida no contrato em questão cláusula de retrovenda 
(0,30), reservando a Marina o direito de recobrar o apartamento no prazo 
0 /0,30/0,60 
 
 
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máximo decadencial de 03 anos, mediante restituição do preço recebido e 
reembolsando as despesas do comprador, nos termos do art. 505 do CC 
(0,30) 
b) Não, pois a cláusula de retrovenda pode ser exercida contra terceiro 
adquirente (art. 507, CC) (0,35) e no caso do comprador se recusar a 
receber as quantias, poderá Marina depositar judicialmente (art. 506, CC) 
por meio da ação de consignação em pagamento (art. 539, CPC) (0,30). 
0 / 0,30 / 
0,35/0,65 
 
 
 
 
QUESTÃO 2 
 
O Banco XX S.A. propõe ação de execução baseada em título executivo extrajudicial em face de João, no 
valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), sendo a ação distribuída em 23.11.2017. Recebida a execução, o 
juiz determina a citação postal do executado, para pagar a dívida no prazo de 3 dias ou oferecer embargos 
no prazo de 15 dias, contado da juntada do aviso de recebimento nos autos. Citado, João não apresentou 
embargos. Em razão do decurso in albis do prazo de embargos, iniciou-se a fase expropriatória e João foi 
surpreendido com a penhora de bens de sua propriedade. 
 
a) Como advogado de João, é possível reverter a situação alegando nulidade de citação por esta ter 
ocorrido por meio postal? (0,30) 
b) No caso exposto, houve a penhora do automóvel Civic, avaliado em R$ 70.000,00 pelo oficial de 
justiça. Considerando que João, engenheiro, desempregado, utiliza o veículo para compor sua renda com 
viagens particulares por meio de aplicativos de celulares, o veículo poderia ser penhorado? (0,35) 
c) Considerando o decurso in albis do prazo de embargos, poderia o Executado João, com ânimo de 
satisfazer a execução, requerer o parcelamento judicial para pagamento do débito em 10 parcelas 
mensais iguais? (0,60) 
DIREITO CIVIL – QUESTÃO 2 
Quesito avaliado 
Valores 
Possíveis 
Atendimento 
ao Quesito 
a) Não será possível sustentar a nulidade de citação, isso porque a citação 
via postal é válida também para o processo de execução, conforme 
previsto no art. 247 do CPC (0,30) 
0 / 0,30 
 
 
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b) Sendo o veículo Civic, bem móvel, utilizado para o exercício da atual 
profissão de autônomo de João, não poderia ser penhorado, pois tal bem 
é impenhorável em razão de ser necessário ao exercício da sua atual 
profissão (art. 833, V, CPC) (0,35). 
0/ 0,35 
c)Não. Conforme dispõe o artigo 916 do CPC, o parcelamento judicial só é 
possível no prazo de embargos (0,30) e, ademais, além da observância do 
prazo de embargos, o requerimento deve estar acompanhado do 
comprovante de depósito de trinta por cento do valor em execução, 
acrescido de custas e de honorários de advogado, sendo permitido a 
executado pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de 
correção monetária e de juros de um por cento ao mês (0,30). 
0/0,30/060 
 
 
 
QUESTÃO 3 
 
Adriana, moradora de uma pequena cidade no interior de Minas Gerais, foi aprovada recentemente numa 
famosa faculdade de moda na cidade de São Paulo/SP. Ao chegar na Capital paulista, Adriana não teve 
tempo de procurar apartamento para alugar e por três meses morou num flat no Centro de São Paulo. 
Recentemente, Adriana localizou no quadro de anúncios da faculdade uma ótima oportunidade de um 
apartamento para locação bem na frente da faculdade e iniciou as tratativas de locação do imóvel. Diante 
desta situação, responda: 
 
a) É lícita a exigência da imobiliária da garantia de fiança locatícia e caução? 
 
b) Se Adriana optar pela fiança e esta for prestada pelo seu pai Ulisses na forma com benefício de ordem, 
em eventual ação executiva decorrente da relação locatícia poderá Ulisses requerer até que momento 
seja primeiro executados os bens de Adriana? (0,30) 
 
c) E se no decorrer da execução for penhorada a única casa de Ulisses que serve de moradia para sua 
família em Minas Gerais? Poderá ser sustentada a impenhorabilidade? (0,35) 
DIREITO CIVIL – QUESTÃO 3 
Quesito avaliado 
Valores 
Possíveis 
Atendime
nto ao 
Quesito 
 
 
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a) Não, pois de acordo com artigo 37, parágrafo único da Lei n. 
8.245/91 , é vedado, sob pena de nulidade, mais de uma garantia no 
mesmo contrato de locação (0,30). 
0 / 0,30 
b) Se firmado o contrato com o benefício de ordem, o fiador Ulisses 
quando demandado em ação judicial tem até o momento da 
contestação da lide para requerer que os bens do devedor principal, no 
caso Adriana, sejam executados primeiro, conforme artigo 827, Código 
Civil (0,15), devendo os bens nomeados estarem livres e desembargados 
(parágrafo único do art. 827 do Código Civil) (0,15). 
0 / 0,15/0,30 
c) Não, já que a impenhorabilidade não é válida em obrigação 
decorrente de fiança concedida em contrato de locação (art. 3º, VII, da 
Lei n. 8.009/90) e/ou súmula 549 do STJ (0,35) 
0 / 0,35 
 
 
 
QUESTÃO 4 
 
A empresa Oficina Ezequiel contraiu um empréstimo no valor de R$50.000,00 (cinquenta mil reais) com 
Heitor para pagamento em 10 parcelas mensais de R$ 5.000,00, sendo 3 totalmente adimplidas. Contudo, 
em decorrência de avassaladora crise econômica que atingiu o país, a Oficina Ezequiel não conseguiu mais 
adimplir as parcelas do empréstimo. Ocorre que, antes que o Heitor ingressasse com demanda judicial, 
Ezequiel (proprietário da empresa), vendeu o carro de propriedade da empresa (seu único bem) ao seu 
sobrinho Carvalho, que comprou sabendo da situação em que se encontrava a empresa do tio. Diante de 
tal ocorrido, Heitor procura um advogado para saber se é possível anular a venda do automóvel. Diante 
de ais informações, responda: 
 
a) Qual o instituto tratado no caso? Qual medida deve ser tomada por Heitor e seus requisitos? (0,65) 
 
b) Caso Heitor já tivesse ingressado com a demanda na época da alienação do automóvel e a empresa de 
Ezequiel tivesse sido citada, qualseria o instituto? Neste caso, Carvalho, adquirente do automóvel poderia 
se defender? (0,60) 
DIREITO CIVIL – QUESTÃO 4 
Quesito avaliado 
Valores 
Possíveis 
Atendimento ao 
Quesito 
 
 
Exame de Ordem 
Damásio Educacional 
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a) Trata-se de fraude contra credores prevista no artigo 158, e 
seguintes do Código Civil (0,30). Heitor deverá ingressar com ação 
pauliana contra a empresa Oficina Ezequiel e Carvalho, prevista no 
artigo 161 do Código Civil, requerendo a anulação da venda do 
carro (0,20). Heitor deverá provar na ação o eventus damni o dano 
sofrido acarretando a insolvência do réu, bem com o consilium 
fraudis, é o conluio entre o vendedor e o adquirente do bem (0,15). 
0 / 
0,15/0,20/0,
30/0,65 
 
b)Caso a demanda já tivesse sido distribuída e a empresa citada, 
seria caso de fraude à execução (art. 792, IV do CPC) (0,40). Da 
forma como dispõe o §4º do art. 792 do CPC, antes de declarar a 
fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, 
que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 
(quinze) dias (0,20). 
0 / 0,30 / 
0,65

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