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Capítulo III apostila esgoto sanitário parte I

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Sistema de Esgotamento Sanitário 
 
Capítulo III 
 
1.0 Sistemas Esgotamento Sanitários 
 
A principal finalidade, na implantação de sistemas de esgotos sanitários numa cidade 
relaciona aos aspectos de higiene, social e econômico. 
Segundo Nuvolari, (2003), o aspecto de higiene é relacionado com a prevenção, controle e 
erradicação de muitas doenças de veiculação hídrica, sendo responsáveis por elevados 
índices de mortalidade, principalmente a infantil. Para o aspecto social implica na melhoria 
da qualidade de vida da população, como exemplo pode-se citar na melhoria e/ou 
eliminação dos odores desagradáveis, recuperação das coleções de águas e de suas 
margens. Entretanto, o aspecto econômico, está relacionado com a produtividade geral, 
principalmente nas indústrias e agropastoril, pelo simples fato que houve melhora no meio 
ambiente, tanto urbano como rural, assim como a fauna e flora terrestre e aquática. 
A unidade coletora de esgoto sanitário é formada pelas tubulações que recebem e 
transportam o esgoto, indo do coletor predial até a unidade de tratamento ou destino final. 
O coletor predial é o conjunto de tubulações e dispositivos que interligam a instalação 
predial do imóvel com a rede coletora. Pode ser dividido em duas partes: interna quando 
coletor leva o esgoto do ponto geração até o limite do terreno do proprietário, e externa 
quando o coletor alcança a rede pública, neste caso é chamando de ligação predial, deve ser 
no mínimo de Ǿ = 100mm e apresentar as seguintes características: (PEREIRA E 
SOARES, 2006) 
• Ter escoamento rápido; 
• Não apresentar vazamento de esgoto e saída de gás; 
• Não acumular e reter sólidos; 
• Não ter passagem de animais; 
• Possibilitar a inspeção e desobstrução em toda a instalação; 
• Não prejudicar a a qualidade da água de abastecimento em nenhuma hipótese. 
 
Normalmente dentro dos limites de umas residências deve apresentar, no mínimo, uma 
caixa de gordura e uma caixa de inspeção, para possibilitar a manutenção na ligação 
predial. 
 Sistema de Esgotamento Sanitário 
 
 
 
A coleta é localizada na área pública, sendo constituídos de ligação predial, coletores 
primários, secundário, interceptores e emissário (Figura 6) 
 
 
 
 
 
Figura 6: Coletores que compõe a rede de esgotos sanitários 
 
 
a) Coletores Secundários – recebem contribuições sanitárias das ligações prediais em 
qualquer ponto de sua extensão; 
b) Coletores Primários – recebem contribuições sanitárias tanto das ligações prediais 
como dos coletores secundários em qualquer ponto de sua extensão, podem ser chamados 
de coletor principal ou tronco. Se o coletor primário recebe ligação dos coletores 
secundários é chamado de tronco, já o coletor principal é definido como sendo o de maior 
extensão na bacia de esgotamento sanitário. 
 Sistema de Esgotamento Sanitário 
 
c) Coletores interceptores – recebem e transportam, o esgoto, dos coletores primários 
da bacia de esgotamento até a estação elevatória ou de tratamento (ETE), apresenta as 
principais características: 
• Ter maior diâmetro que a rede coletora; 
• Receber essas contribuições apenas nos PV; 
• Amortecer as vazões provenientes dos coletores contribuintes; 
• Localizam na partes mais baixas da bacia de esgotamento, ao longo de talvegues e 
as margens de curso de águas, lagos e oceanos, impedindo o lançamento direto nesses 
corpos de água. 
d) Coletor Emissário – é o coletor que transporta o esgoto (tratado ou não) até o seu 
destino final ( ex. corpo receptor). 
Como uma melhor forma de visualização e compreensão do que foi comentado, a Figura 7 
apresenta os diferentes tipos de coletores. 
 
 
 
Figura 7: Rede coletora ao destino final 
 
 Sistema de Esgotamento Sanitário 
 
2.1.1 Tipos de rede quanto a coleta de esgoto 
 
O sistema de esgotamento sanitário pode ser dividido em dois tipos: individual e coletivo, 
sendo que estes apresentam subdivisões. O Fluxogrma da Figura 5, apresenta as divisões 
das redes de esgotamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5: Tipos de rede coletora de esgoto 
 
I) Sistema de esgotamento Individual 
É caracterizado pela coleta e/ou tratamento de pequena contribuição de esgotos sanitários 
proveniente de imóveis domiciliares, comerciais e públicos de locais desprovidos de rede 
coletora de esgoto. 
Estes sistemas consistem no lançamento dos esgotos gerados, usualmente em fossa séptica 
(tanque séptico), também chamada de decanto digestor, sendo seguida por dispositivo que 
melhore a qualidade do efluente. Tais sistemas podem funcionar satisfatoriamente e 
economicamente quando: 
• As habitações forem espaçadas; 
• Se o solo apresentar boas condições de infiltrações 
• Se o nível da água subterrânea se encontrar a uma profundidade adequada, de forma 
evitar riscos de contaminação por microrganismos patogênicos. 
 
Esgotamento 
Sanitário 
Sistema 
Individual 
Sistema 
Convencional
Coletivo 
Sistema 
Unitário 
Sistema 
Separador 
Absoluto 
Parcial 
 Sistema de Esgotamento Sanitário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A NBR 7229/1993- destinada a projeto, construção e operação de sistemas de tanque 
sépticos, indica como alternativa de tratamento complementar o filtro anaeróbio, filtro 
aeróbio, filtro de areia, vala de filtração, o escoamento superficial, etc. 
II) Sistema de Coleta de Esgotamento Convencional 
A coleta convencional é mais utilizada nos projetos elaborados para os municípios 
brasileiros, e atende as recomendações da NBR 9648/86 e da NRB 96 49 /86, para a 
concepção e projeto de rede de esgotamento sanitário. 
Este tipo de coleta e transporte de esgoto são destinados as grandes populações, e consiste 
em canalizações que recebem lançamentos de esgotos, transportando-os ao seu destino 
final, de forma sanitária adequada. Podem ser de dois tipos: 
1. Sistema unitário ou Combinado 
Este sistema é caracterizado como o conjunto de condutos, instalações e equipamentos, 
destinados a coletar, transportar, condicionar e encaminhar, os esgotos juntamente com as 
águas de chuvas que incidem nas vias públicas. Portanto, não haverá rede de drenagem, a 
cidade possuirá apenas uma rede de coleta, onde os esgotos e as águas de chuvas veiculam 
pela mesma canalização. 
 
 
 
 
Figura 6: Coleta individual de esgoto sanitário, levando em 
consideração o lençol freático. 
 Sistema de Esgotamento Sanitário 
 
 
 
Figura 7: Rede de coleta unitária 
 
2. Sistema Separador 
 Segundo a NBR-9648 (ABNT, 1986), este sistema é caracterizado como o conjunto de 
condutos, instalações e equipamentos, destinados a coletar, transportar, condicionar e 
encaminhar somente os esgotos sanitários, a uma disposição final conveniente, de modo 
contínuo e higienicamente seguro. Neste tipo de rede, o esgoto e as águas de chuvas são 
transportados em coletores diferentes, ou seja, haverá dois sistemas de rede coletora: a de 
esgoto e águas de chuvas (rede de drenagem). 
As principais partes de um sistema de esgotamento sanitário segundo a norma vigente da 
ABNT é: 
� Rede coletora – são os coletores troncos e principais 
� Interceptores e emissários
– os coletores interceptores encaminham aos emissários, 
sendo que este ultimo leva até a ETE e/ou ao destino final 
� Sifões invertido e passagens forçadas – quando o trecho a ser coletado deverá escoar 
sob pressão, cujo a finalidade é transpor obstáculos, de depressões de terrenos ou cursos 
dágua rebaixados (sifões) ou sem rebaixamento (passagens forçadas). 
� Estações elevatórias de esgotos- quando há necessidade de recalcar o líquido 
transportado (esgoto) de uma cota mais baixa a outra mais alta, ou quando na rede há o 
aprofundamento excessivo e antieconômico do coletor, entre outras. 
 Sistema de Esgotamento Sanitário 
 
� Estações de tratamento de esgotos – destinado a remover a carga poluidora do 
esgoto, de modo que o torne apto a ser lançado no corpo receptor, respeito os padrões de 
lançamento exigidos pelas Portarias estaduais, municipais e federais. 
� Corpo receptor- qualquer coleção de água natural ou solo que recebe o lançamento 
de esgoto em estágio final. 
O sistema coleta coletivo separador, possui duas subdivisões, tais como: 
• Sistema de Esgotamento Coletivo Separador Parcial 
Este tipo de coleta é adotado no Brasil desde o início do século XX, (Novolari, 2003) e é 
entendido como não admite outras águas senão o esgoto sanitário. O conceito é relativo, 
pois a própria definição de esgoto sanitário, da mesma norma, já inclui outras águas como 
esgoto industrial, águas de infiltração e contribuição pluvial parasitária1. A Figura 8, 
apresenta esse tipo de coleta de esgotos sanitários. Nesse tipo são instaladas duas 
tubulações coletoras, uma para a coleta do esgoto e outra para o escoamento das águas 
pluviais (rede de drenagem). Para a rede de esgoto são encaminhados os esgotos gerados e 
as águas pluviais provenientes dos telhados e pátios das residências, conforme a Figura 8. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8: Rede de coleta separador - Colocar Figura pagina 72 - xerox 
 
 
1
 Podem ser águas subterrâneas, ou outras águas, surgentes no terreno, sendo irregulares e que não tem como 
quantificá-las. 
 
 Sistema de Esgotamento Sanitário 
 
• Sistema de Esgotamento Coletivo Separador absoluto 
Assim como, no sistema de esgotamento coletivo parcial, para este tipo a rede de 
esgotamento também será composta por duas tubulações, uma para os esgotos e outra para 
as águas pluviais. Porém, a diferença está na captação das águas de chuvas, que no 
separador absoluto as águas, tanto, de chuvas que caem nas vias públicas, como as dos 
telhados e pátios das residências são canalizadas para a rede de drenagem. 
 
Figura 9: Rede de coleta separador absoluto 
III) Sistemas Alternativos para coleta e transporte de esgotamento sanitário 
As redes de esgotos representam um custo elevado de implantação de um sistema de esgoto 
sanitário. Devido ao alto custo de construção das redes, têm sido apresentadas, por alguns 
autores, sistmas alternativos para coleta e transporte, visando a diminuição dos custos das 
redes de esgotos. Os principais sistemas são: rede condominial; redes de coleta e transporte 
de esgoto decantado; rede pressurizada e a vácuo e rede de coleta de baixa declividade com 
utilização do dispositivo gerador de descarga. 
a) Rede condominial 
É um outro tipo de traçado alternativo visando à economia na implantação de rede coletora 
(Figura 10). Consiste em se estabelecer um condomínio, formal ou informal, entre os 
moradores de uma mesma quadra, constituindo uma rede de ramais interligados, nos lotes 
(na frente ou nos fundos), com caixas de inspeção, onde são recebidas as contribuições 
domiciliares. Essa rede interna é ligada a um coletor de esgoto externo no local mais 
conveniente da quadra. 
 
 Sistema de Esgotamento Sanitário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10 a: Rede coletora de esgoto condominal tipo passeio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10 b: Rede coletora de esgoto condominial tipo frente de lote 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10 b: Rede coletora de esgoto condominial tipo frente de lote 
 
 
 
 Sistema de Esgotamento Sanitário 
 
 
A execução das obras, sua manutenção e operação é responsabilidade dos próprios 
condôminos, respondendo cada um pelo trecho situado em seu lote. A concessionária da 
rede pública externa fornece assistência técnica e social, tanto para a construção, como para 
o bom entendimento das obrigações condominiais. Construídas em locais protegidos, a rede 
condominal pode ter recobrimento bastante reduzido, até cerca de 0,30 m, resultando custos 
de implantação também reduzidos. É uma solução bastante interessante, principalmente 
para aquelas quadras onde os lotes têm caimento para os fundos, o que resultaria numa rede 
convencional muito profunda. 
b) Redes de coleta e transporte de esgoto decantado 
Este sistema apresenta as seguintes diferenças em relação ao convencional 
• Utilização de tanques sépticos domiciliares especiais, com dispositivo para secagem 
do lodo; 
• Substituição de poços de visitas por tubos de inspeção e limpeza; 
• Utilização de tubos plásticos com diâmetros mínimo de 40 mm; 
• Velocidade mínima na rede de 0,05 m/s; 
• A tubulação pode funcionar a seção plena; 
• Tratamento utilizando um filtro anaeróbio 
c) Rede pressurizada e a vácuo 
Nos casos em que a topografia é adequada, as tubulações de esgotos por gravidade, são e 
continuarão sendo, as mais utilizadas. Porém, onde a topografia é desfavorável, o lençol 
freático alto, o solo estruturalmente instável ou rochoso, pode ser necessárias estações 
elevatórias e linhas de recalque. Para solucionar tais dificuldades, foram desenvolvidas, 
como alternativas, redes pressurizadas e a vácuo 
Redes Pressurizadas 
Os principais componentes do sistema de redes pressurizadas são apresentados na Figura 
11. Na maioria desses sistemas, os esgotos dos estabelecimentos são coletados 
individualmente por tubulações funcionando por gravidade e são lançados em tanques, que 
servirá como pequeno reservatório. Do tanque, o esgoto é lançado periodicamente a uma 
tubulação principal, trabalhando sob pressão, por meio de bomba trituradora, capaz de 
triturar sólidos presente no esgoto. Um tanque e uma bomba são necessários a cada ponto 
 Sistema de Esgotamento Sanitário 
 
de lançamento na tubulação sob pressão. Para reduzir custos e investimentos e de operação, 
um único conjunto, tanque e bomba, poderá servir para vários estabelecimentos. Da 
tubulação principal, sob pressão, o esgoto pode ser lançado em coletor por gravidade ou em 
estação de tratamento de esgoto. 
 
 
 
Figura 11: Rede de coleta de esgoto pressurizada. 
 
Redes a Vácuo 
Nesse sistema, o esgoto de cada residência é encaminhado, por gravidade ao injetor de 
vácuo (válvula de vácuo especialmente projetado. A válvula sela a linha que se liga a 
tubulação principal permitindo que se mantenha o nível de vácuo requerido. Quando a 
quantidade de esgoto se acumula a montante da válvula, a mesma é programada para a 
abertura e fechamento depois da entrada do líquido acumulado. O vácuo no sistema é 
mantido através de uma estação de bombeamento a vácuo. Esta estação pode ser localizada
próxima a estação de tratamento de esgoto ou em qualquer outro ponto de lançamento. 
 
 
 
 
 
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Figura 12: Rede de coleta de esgoto a vácuo. 
 
Redes coletora de baixa declividade com a utilização do Dispositivo Gerador de 
Descarga (DGD). 
 
È destinada a áreas onde a inclinação é drasticamente reduzida, bem menores que as 
resultantes dos cálculos propostos na normatização com as vazões originais de 
dimensionamento. O esquema é apresentado na Figura 14, onde uma determinada carga de 
sólidos está depositada no fundo da tubulação numa seção S situada a jusante do trecho 
ilustrado na Figura 13. O transporte desta carga para uma posição mais a jusante requer 
uma certa descarga líquida a movimento. Essa descarga poderia ser representada através de 
um hidrograma de tensão trativa ao longo do tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sistema de Esgotamento Sanitário 
 
 
Figura 13: Concepção básica do funcionamento de redes coletoras de baixa declividade, 
com a utilização do DGD. 
 
A Figura 14 apresenta um esquema do DGD, onde haverá uma descarga de esgoto de um 
ou mais ramal predial. Quando o nível do esgoto alcança o fundo do dispositivo móvel (um 
prisma em forma de um tronco de pirâmide), este se deslocará para baixo, encaixando-se no 
dispositivo fixo. A partir deste movimento origina-se um escoamento, ou seja, a descarga 
do esgoto ecoa, de uma seção para outra promovendo o arraste de sólidos depositado. 
 
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Tronco de 
pirâmide

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