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Ruptura de Barragens Keli Leonardo Wili

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CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IZABELA HENDRIX 
 
Keli Gonçalves Anicio 
Leonardo Romero Lima 
Willi dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMINÁRIO BARRAGENS E ESTRUTURAS CIVIS AUXILIARES 
Prefessor: M.Sc Daniel Miranda 
 
TEMA: “ESTUDO DE RUPTURA DE BARRAGENS” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
Novembro, 2016 
 1 
SUMÁRIO 
 
1 Caracterização do dano associado à ruptura de barragens________________2 
2 Causas de ruptura________________________________________________4 
 2.1 Ruptura por falha estrutural ou “piping”;___________________________4 
 2.2 Ruptura por galgamento ou “overtopping”;_________________________5 
 2.3 Outras causas.________________________________________________6 
 2.3.1 Falhas nas fundações______________________________________6 
 2.3.2 Efeitos sísmicos e terremotos_______________________________ 6 
 2.3.3 Falhas no projeto, na construção ou na operação________________7 
 
3 Cenários de ruptura_______________________________________________7 
4 Formação da brecha_______________________________________________8 
5 Determinação do hidrograma de ruptura______________________________11 
6 Modelagem da onda de ruptura_____________________________________12 
7 Modelos computacionais para simulação de ruptura de barragens_________12 
8 Referências Bibliográficas__________________________________________14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
1. Caracterização do dano associado à ruptura de barragens 
 
Existem inúmeras causas preponderantes para o rompimento de uma 
barragem. Nesse sentido, uma criteriosa avaliação dos potenciais impactos constitui-se 
como uma valiosa ferramenta de caráter preventivo. Tal avaliação deve elucidar, de 
forma clara e objetiva, quais as possíveis conseqüências para um hipotético 
rompimento da barragem e definir quais as ações preventivas deverão ser 
desenvolvidas para mitigação dos riscos potenciais. 
 
Em um possível cenário de rompimento de uma barragem as vazões e níveis 
dos reservatórios podem ultrapassar as máximas naturais em áreas a jusante e 
conseqüentemente atingir as populações residentes neste trecho, causando 
transtornos e prejuízos materiais, físicos e sociais. Com isso, é relevante a 
determinação de regras operacionais dos reservatórios, planos de evacuação da 
população, além de critérios para ocupação das áreas que poderão vir a ser atingidas. 
Diante disso é relevante que as determinações mencionadas sejam levadas em 
consideração ainda na fase de projetos das barragens. 
 
 Todas as barragens devem ser classificadas conforme as conseqüências de uma 
potencial de ruptura, devendo ser considerados, também, os seguintes fatores: 
 
 População a jusante; 
 Danos materiais; 
 Danos ao meio ambiente; 
 Danos à infra-estrutura da região. 
 
Atualmente no Brasil identificam-se diferentes critérios para se caracterizar os 
danos associados a possíveis rupturas de barragens, dentre os quais pode-se citar 
aquele proposto pelo Manual de Segurança e Inspeção de Barragens do Ministério da 
Integração Nacional publicado em 2002. Trata-se de uma caracterização qualitativa 
dos danos que pode ser descrita conforme quadro abaixo: 
 
 3 
Quadro 01 – Caracterização do dano associado à ruptura de barragens 
Conseqüência da ruptura 
Perdas de 
vida 
Danos econômicos, sociais e 
ambientais 
Muito alta Significativa Dano excessivo 
Alta Alguma Dano substancial 
Baixa Nenhuma Dano moderado 
Muito baixa Nenhuma Dano mínimo 
Fonte: Ministério da Integração Nacional, 2002 
 
Outra prescrição normativa utilizada no Brasil encontra-se fundamentada na 
Resolução 62 do Conselho de Política Ambiental de Minas Gerais (COPAM/MG), a qual 
foi complementada e alterada pela Resolução COPAM no 87 no ano de 2005. Esta 
norma encontra-se limitada somente para barragens de contenção de rejeitos 
industriais e de mineração e classifica, de forma quali-quantitativa, as estruturas 
conforme o somatório de determinados valores “V” apresentados a seguir: 
 
Quadro 02 – Classificação das barragens de acordo com a Resolução COPAM Nº 87, 
2005 
Fonte: Minas Gerais, 2005 
 
Com isso, a resolução COPAM Nº 87, 2005 classifica as barragens da seguinte 
forma: 
 Classe I – Baixo potencial de dano ambiental ----- V ≤ 2; 
 Classe 2 – Médio potencial de dano ambiental ---- 2 < V ≤ 5; 
 Classe 3 – Alto potencial de dano ambiental ------- V >5 
 
 4 
2. Causas de ruptura 
 
O fenômeno de ruptura de uma barragem caracteriza-se como um evento 
induzido por causas naturais ou provocado devido a ações antrópicas. A tipologia da 
barragem é preponderante para a caracterização das causas de ruptura. Em barragens 
de concreto a probabilidade de ruptura por problemas relacionados à fundação e 
estrutura. Já as barragens de terra possuem uma maior susceptibilidade de ruptura por 
galgamento, em cheias mais elevadas que as de projeto. 
Existem diversas causas relevantes para o colapso das barragens, dentre elas 
citam-se: 
 Rompimento de um dos taludes da barragem (montante ou jusante); 
 Ruptura da fundação (fratura de rocha, deslizamento de camadas, etc); 
 Galgamento; 
 Ruptura por entubamento, em função de falhas no corpo da barragem; 
 Ações de guerra ou terrorismo. 
 
Os estudos de ruptura de barragens relacionam-se ao desenvolvimento de 
modelos de simulação de cheia oriundos de eventos acidentais em barragens. Nesses 
estudos são realizadas duas análises, a decorrente de falhas estruturais em dias secos, 
também chamadas de Piping e a análise de ruptura por galgamento, também chamada 
de ruptura hidrológica ou Overtopping. 
 
2.1 Estudo da ruptura por Falha Estrutural ou “Piping” 
 
Este tipo de ruptura é decorrente de uma falha estrutural da barragem. No caso 
de barragens de terra ou enrocamento, este tipo de falha é decorrente de infiltrações 
existentes no corpo da barragem, ocasionando a formação de uma espécie de tubo de 
escoamento preferencial, denominado entubamento (piping). O fenômeno Piping é 
caracterizado pela formação de um caminho alternativo para o fluxo da água, o qual é 
acompanhado por um arraste de partículas do solo. O tubo formado neste fenômeno 
tende a aumentar o seu diâmetro progressivamente à medida que ocorre a percolação 
do fluxo de água pelo solo, conduzindo a estrutura ao colapso. 
 5 
No caso de barragens de concreto o colapso das barragens esta relacionado 
com questões oriundas das deficiências inerentes ao concreto utilizado. A seguir 
modelo esquemático do processo de ruptura por erosão interna ou Piping. 
 
 
Figura 01 – Modelo esquemático de ruptura por Piping 
Fonte: Votorantim Metais, 2015 
 
2.2 Estudo da ruptura por galgamento ou “Overtopping” 
 
A ruptura por galgamento ocorre quando o nível d’água no reservatório se 
eleva além da cota da crista da barragem, ou seja, ocorre a passagem de uma parcela 
da vazão afluente sobre a barragem, em partes não projetadas para suportar esse tipo 
de solicitação (não verter água), desencadeando o processo de ruptura da barragem. 
Dentre as causas da ruptura por galgamento citam-se: 
 
 Má operação do reservatório durante a cheia; 
 Evento hidrológico extraordinário onde o vertedouro se mostra incapaz 
de verter essa cheia; 
 Formação de uma onda no próprio reservatório originada após um 
evento sísmico ou um deslizamento de uma grande quantidade de terra 
das encostas 
 Ruptura a montante de outra barragem, de tal modo que a barragem de 
jusante não consiga laminar e verter todo o volume oriundo da 
barragem de montante,elevando-se o nível acima da crista da 
barragem ocasionando uma ruptura em cascata. 
 6 
No caso das barragens de concreto, um galgamento por si só não produz um 
galgamento, entretanto toda a sobrecarga gerada pode levar a estrutura ao colapso. 
Na figura 02 é apresentado um pequeno modelo esquemático desse tipo de ruptura. 
 
 
Figura 02 – Modelo esquemático de ruptura por galgamento ou Overtopping 
Fonte: Votorantim Metais, 2015 
 
2.3 Outras causas de ruptura 
 
2.3.1 Falhas nas fundações 
 
O terreno sobre o qual a barragem encontra-se assente bem como a 
ligação da barragem ao terreno pode sofrer deslizamento devido a 
acomodações geológicas resultantes do enchimento do reservatório como 
também pela saturação do material da fundação por infiltração. 
 
2.3.2 Efeitos sísmicos e terremotos 
 
O primeiro enchimento de um reservatório de uma barragem pode 
favorecer a incidência de efeitos sísmicos de ordem não natural. Tais efeitos 
estão associados a diversos fatores como o peso excessivo da água no 
reservatório, a redução da resistência a tensões na camada rochosa profunda 
em conseqüência das pressões intersticiais. Tais pressões proporcionam a 
diminuição do atrito, reduzindo as tensões normais nos planos de fratura. A 
constante interação entre os fatores mencionados acima podem, em certos 
 7 
casos, favorecer a incidência de efeitos sísmicos não naturais, influenciando 
negativamente na segurança da barragem ou até mesmo causar o seu colapso. 
 
2.3.3 Falhas no projeto, na construção ou na operação 
 
As barragens constituem-se em obras de engenharia e como tal 
necessitam de critérios bastante cuidadosos durante a concepção, execução e 
operação, devido às peculiaridades relacionadas ao funcionamento e ao risco 
potencial da estrutura para o seu entorno. 
No rol das prováveis causas desse tipo de falha destacam-se os seguintes: 
 
 Erros de dimensionamento dos vertedouros; 
 Sondagens incorretas; 
 Utilização de materiais de má qualidade; 
 Inadequação de execução de drenagem, ancoragem, compactação, 
limpezas e tratamento de fundação; 
 Inobservância a regras de manutenção e interpretação 
equivocada; 
 Falta de manutenção dos vertedouros; 
 Dentre outras 
 
 
3 Cenários de ruptura 
 
Um cenário de ruptura é uma combinação única de circunstâncias de um 
ambiente, tais como: evento iniciador, velocidade do vento, nível de água no 
reservatório, posicionamento das comportas, modo de ruptura, onda de cheia 
provocada pela ruptura e fatores que determinam a presença de pessoas no vale a 
jusante da barragem no momento da ruptura (BALBI, 2008). 
 
 
 8 
Para cada barragem, pode-se construir um número elevado de cenários. É 
necessário estipular um conjunto de cenários que viabilize o estudo e seja 
representativo das situações potencialmente mais graves a atingir o vale de jusante. 
 
 Brasil (2005) recomenda quatro cenários representativos para um estudo de 
ruptura, que são: 
 
 Cenário 1 ou cenário extremo de ruptura: É o cenário que define a envoltória 
máxima para as áreas de risco a jusante, devendo ser utilizado para o 
estabelecimento do sistema de aviso e alerta e do plano de emergência; 
 
 Cenário 2 ou cenário de ruptura mais provável: Este cenário ajusta-se melhor a 
uma situação real. Pode ser utilizado para fins de uso e ocupação do solo a jusante; 
 
 Cenário 3 ou cenário considerando somente a ruptura: A onda de cheia é 
proveniente somente da ruptura da barragem e o hidrograma natural afluente ao 
reservatório é desconsiderado; e 
 
 Cenário 4 ou cenário de operação sob condições extremas: Este cenário considera 
um evento de cheia que leva o sistema extravasor da barragem a um 
funcionamento em condições críticas, sem entretanto ocorrer o colapso da 
estrutura. 
 
4 Formação da brecha 
 
O processo de ruptura e formação da brecha é de grande influência para a 
magnitude, duração e forma do hidrograma de saída da barragem. Os tipos de 
barragem interferem significativamente nessas características e, segundo Fread e 
Lewis (1998), os reais mecanismos de ruptura de uma barragem não são bem 
entendidos, tanto para barragens de concreto quanto para as de terra. 
 
 Os modelos de formação de brecha são divididos em: modelos baseados em 
equações empíricas, modelos físicos ou semi-físicos, modelos estocásticos e modelos 
paramétricos (ALMEIDA et al., 2003). 
 
 9 
Os principais parâmetros no processo de formação da brecha em uma 
barragem, de concreto ou de terra são: a forma, a profundidade, largura final, tempo 
de formação e a taxa de crescimento da brecha. 
 
O processo de ruptura pode ser dividido em três componentes: localização da 
brecha, tempo/taxa de desenvolvimento da brecha, e predição do fluxo através da 
brecha (MONTE-MOR, 2004). 
 
 O tamanho e o tempo de formação da brecha dependem da forma da 
barragem, do tipo da estrutura, da topografia do local de implantação do 
empreendimento, das características de fundação do barramento, das propriedades 
do material de construção utilizado na obra, da carga existente no reservatório e do 
volume armazenado no momento da ruptura. 
 
 Para uma barragem de concreto pode-se considerar a ruptura total e 
instantânea da barragem como uma ocorrência dominante. Já para uma estrutura de 
terra, o mais adequado é considerar Programa de Pós-graduação em Saneamento, 
Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 54 uma ruptura progressiva causada 
pela passagem de água sobre a crista da barragem ou pela erosão interna (piping) do 
maciço da mesma (ICOLD, 1995). 
 
 Para barragens de terra, existem modelos específicos para modelagem da 
formação da brecha de ruptura. Dentre eles, cita-se o modelo BREACH (Fread, 1985), 
que faz correlações entre parâmetros hidráulicos, morfológicos e geotécnicos. 
 
 Para as barragens de concreto, não existe uma metodologia específica para 
predizer o crescimento da brecha ao longo da estrutura da barragem. Na Tabela 1 é 
apresentada uma proposta para parâmetros de formação de brecha em barragens de 
concreto, que é utilizada no Reino Unido (DOE, 1991 apud Morris e Galland, 2000), 
além da variação dos possíveis valores característicos da brecha, de acordo com a 
tabela 2. 
 
 10 
Tabela 1 - Parâmetros de formação de brecha para barragens de concreto 
 
Fonte: DOE, 1991 apud MORRIS e GALLAND, 2000 
 
 
Figura 3 - Vista frontal de uma barragem mostrando o processo de formação de uma 
brecha 
Fonte: FREAD e LEWIS, 1998 
 
Tabela 2 - Variação dos possíveis valores para as características da brecha 
 
Fonte: USACE, 1980 apud GEE e BRUNNER, 2007 
 11 
5 Determinação do hidrograma de ruptura 
 
 Para simular o evento de ruptura, é necessário primeiramente determinar a 
vazão de pico e elaborar o hidrograma da vazão defluente no momento da ruptura. As 
características principais a serem determinadas referem-se à forma da brecha e o 
tempo de formação da mesma. 
 
Por meio de formulações matemáticas deduzidas de modo empírico, pode-se 
determinar a vazão de pico defluente devido à ruptura, em função das características 
da barragem (altura, comprimento da crista, volume do reservatório etc.) e da brecha 
de ruptura (largura, altura e tempo de formação). A Tabela 3 apresenta equações 
empíricas utilizadas para a determinação da vazão de pico. 
 
Tabela 3 - Equações empíricas para determinação da vazão de pico 
 
 
 
 12 
6 Modelagem da onda de ruptura 
 
 O objetivo de se utilizar um modelo hidrodinâmico de propagação de um 
hidrograma de rupturaé simular o movimento da onda de cheia ao longo do vale a 
jusante da barragem. As informações fundamentais necessárias em qualquer ponto de 
interesse na área de inundação são (MORRIS, 2000): 
 
 O tempo de chegada da onda de ruptura; 
 O tempo de chegada do nível de água máximo atingido; 
 As profundidades e velocidades da onda de ruptura, para diferentes seções de 
interesse do vale a jusante; e 
 A duração da inundação. 
 
 
 7 Modelos computacionais para simulação de ruptura de barragens 
 
 Existem diversos modelos de simulação do escoamento provocado pela ruptura 
de uma barragem no vale a jusante, sendo que os mesmos divergem na sua 
aplicabilidade, precisão, robustez, estabilidade e complexidade. 
 
 Em ordem crescente e de precisão, os modelos para simulação do escoamento 
são classificados em: 
 
 Modelos simplificados; 
 Modelos hidrológicos; 
 Modelos hidrodinâmicos unidimensionais (1D); 
 Modelos hidrodinâmicos bidimensionais (2D); e 
 Modelos físicos tridimensionais (3D). 
 
 Segundo Morris e Galland (2000), os modelos hidrodinâmicos unidimensionais 
(1D) são os indicados para a maioria dos casos práticos, pois possuem uma interface 
mais simples de utilização e apresentam uma boa precisão de resultados. 
 
 Em vales de características topográficas e de ocupação pouco complexas, nos 
quais o escoamento na planície de inundação segue a mesma direção daquela imposta 
 13 
pelo leito principal do curso de água, a simulação unidimensional do escoamento 
resulta em uma aproximação adequada do fenômeno físico (VISEU et at., 1999). 
 
 Em caso distinto desses, em locais com amplas planícies de inundação e áreas 
urbanizadas, a simulação unidimensional deixa de ser válida, por ser impossível definir 
um eixo de escoamento, e torna-se necessário adotar a simulação bidimensional do 
escoamento. A Tabela 4 a seguir apresenta alguns modelos de simulação utilizados 
atualmente pelo mundo; 
 
 
Tabela 4 - Modelos de simulação para ruptura de barragens disponíveis mundialmente 
 
 14 
 Segundo Rubís (2006), o modelo mais utilizado para a simulação de ruptura de 
barragens é o NWS DAMBRK, que possui uma versão mais atualizada, o NWS FLDWAV. 
 
O modelo HEC-RAS vem possuindo grande emprego em casos práticos, pois sua 
versão mais atual possui um módulo que permite a simulação de ruptura e a 
modelagem de escoamento não permanente. Esses modelos são gratuitos e possuem 
a mesma base teórica, ou seja, resolvem as equações completas de Saint-Venant. 
 
8 Referências Bibliográficas 
 
CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS S.A. Critérios de projeto civil de usinas 
hidrelétricas. ELETROBRAS: Rio de Janeiro, 2003. 
 
COLLISCHONN, W, TUCCI, C.E.M. Análise do rompimento hipotético da Barragem de 
Ernestina. Revista Brasileira de Recursos Hídricos. V.2 n° 2. Instituto de Pesquisas 
Hidráulicas. UFRGS: Porto Alegre, 1997. 
 
ENGECORPS ENGENHARIA S.A. Previsão de eventos críticos na Bacia do rio Paraíba do 
Sul, R-06 – Estudo de ruptura de barragens. 1069-ANA RPSRT-019. São Paulo, 2012. 
 
LAURIANO, A.W. Estudo de ruptura da Barragem de Funil: comparação entre os 
modelos FLDWAV e HEC-RAS. UFMG: Belo Horizonte, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15

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