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1 Universidade de São Paulo Faculdade de Economia e Administração Departamento de Economia Prof. Dr. Juarez Alexandre Baldini Rizzieri Monitor José Carlos Domingos da Silva (jcds@usp.br) Lista 3 de Macroeconomia 1: Mercado de Trabalho /Modelo AO-DA GABARITO Questão 01- Suponha que a margem dos preços dos bens sobre o custo marginal seja de 5% e a equação de fixação de salários seja )1( uPW , onde u é a taxa de desemprego. a- Qual é o salário real, como determinado pela equação de fixação de preços? 952,0 05,1 1 1 1 P W b- Qual é a taxa de desemprego? %8,41)1( P W uuPW c- Suponha que a margem de preços sobre os custos aumente para 10%. O que acontece com a taxa natural de desemprego? Explique a lógica que está pros trás de sua resposta. 91,0 10,1 1 1 1 P W %9u Note que o aumento da margem sobre os preços reduz o salário real. A taxa de desemprego sobe e o salário real cai, logo, a taxa natural de desemprego se eleva. Questão 02- Em meados da década de 80, uma famosa supermodelo declarou certa vez que não levantaria da cama por menos de US$ 10.000 (provavelmente por dia). a- Qual é o seu próprio salário reserva? Sendo o salário de reserva o salário mínimo que o agente estaria disposto a trabalhar, pode-se dizer que US$ 10.000 seria o salário de reserva da supermodelo acima indicada. 2 b- O seu PRIMEIRO emprego pagava mais ou menos do que seu salário reserva à época? Explique. Para você ter aceitado o emprego é por que aquele emprego pagava pelo menos o seu salário de reserva. Caso contrário não trabalharia por tal remuneração. c- Explique suas respostas para os itens (a) e (b) em termos da teoria do salário-eficiência. A teoria do salário-eficiência (indicada no livro do Blanchard) diz que as empresas podem desejar pagar mais do que o salário de reserva. Nos casos acima se tais agentes receberam acima de seus salários de reserva, de acordo com os conceitos, estariam recebendo salários de eficiência. Questão 03- Mesmo na ausência de negociações coletivas, os trabalhadores têm certo poder de negociação que lhes permite auferir salários superiores a seus salários de reserva. O poder de negociação de cada trabalhador depende tanto da natureza do emprego quanto das condições do mercado de trabalho da economia como um todo. Vejamos a seguir cada um desses fatores. a- Compare o emprego de um entregador e o de um administrador de redes de computador. E, qual desses empregos o trabalhador tem maior poder de negociação? Por quê? Dado que o administrador de redes é mais difícil de ser substituído, espera-se que o mesmo tenha maior poder de negociação. b- Para qualquer emprego dado, como as condições do mercado de trabalho afetam o poder de negociação do trabalhador? Qual das variáveis de mercado você observaria para avaliar as condições do mercado de trabalho? A facilidade (ou a falta de facilidade) das empresas encontrarem trabalhadores é a chave para o poder de negociação por parte dos trabalhadores. Se a taxa de desemprego é alta, torna-se mais fácil as empresas encontrarem ou substituírem trabalhadores. c- Suponha que, para dadas condições do mercado de trabalho – a variável que você identificou acima -, o poder de negociação do trabalhador em toda economia aumente. Que efeito isso teria sobre o salário real no médio prazo? E no curto prazo? O que determina o salário real no modelo descrito no capítulo 6 (Blanchard)? O salário real é determinado (capítulo 6) tal que: zuF P W , e 1 1 P W Supondo que o aumento do poder de negociação esteja relacionado com a redução da taxa de desemprego (considerando também a redução do markup das empresas), espera-se uma elevação do salário real. Considerando que não há rigidez no médio prazo, o salário real tenderia a se elevar no médio prazo. 3 Questão 04- Suponha que a economia comece com o produto em seu nível natural e, em seguida, ocorra uma redução do imposto de renda. a- Usando o modelo AO-DA (elaborado no capítulo 7 do livro do Blanchard), mostre os efeitos de uma redução no imposto de renda na posição das curvas OA, DA, IS, LM no médio prazo. Considera-se que a redução do imposto afeta diretamente somente as condições da demanda, ou seja, eleva a renda disponível elevando consumo e renda. Note que uma redução do imposto de renda deixa tanto a IS quanto a DA menos inclinadas. Observa- se assim, três fatos no curto prazo, elevação da renda, elevação da taxa de juros e elevação do nível de preços. Neste momento observa-se que o nível de preços está acima do nível de preço esperado, fato que faz os formadores de preços aumentarem os preços dos seus bens e serviços. Fato que contrai a oferta agregada (AO). Note que nesta passagem se observa dois fatos: redução do produto para o seu nível natural (aumento do desemprego de acordo com sua taxa natural) e elevação do nível de preço. b- O Que acontece com o produto, as taxas de juros e o nível de preços no médio prazo? O que acontece com o consumo e o investimento no médio prazo? A taxa de juros, no curto e médio prazo, se eleva. Considerando que o investimento tem relação inversa com a taxa de juros, observa-se uma redução dos investimentos na economia. O consumo se eleva, dada o aumento da renda disponível e o seu efeito multiplicador. r IS0 Y LM0 Y0 Y1 IS1 B A LM1 C Yn P0 YY P P1 AO0 OA1 A B DA0 DA1 CP2 4 Questão 05- Suponha que a economia comece com o produto em seu nível natural. Agora, suponha que aconteça um aumento do seguro-desemprego. a- Usando o modelo OA-DA (elaborado no capítulo 7 do livro do Blanchard), mostre os efeitos do aumento do seguro-desemprego pode ter sobre a posição da DA, AO no curto e no médio prazos. Temos que a oferta agregada é dada por: ),()1( zuFPP e . Uma elevação do seguro desemprego representa uma elevação da variável ‘z’, fato que torna a “perspectiva de desemprego menos dolorosa”. Isso faz com que os salários fixados pelos trabalhadores se elevem, contraindo, assim a oferta agregada. Neste ponto se observa também a elevação da taxa de desemprego natural. Na passagem do curto prazo para o médio prazo, os trabalhadores revêem seus salários, fato que faz com que seja necessário que os empregadores elevarem o preço dos seus bens e serviços contraindo a oferta agregada. Para a dinâmica gráfica FP versus FS (fixação de preço X fixação de salário), vide Blanchard (2011:113). Observam-se dois efeitos centrais no médio prazo: i- Redução do produto (com um nível natural menor). ii- Elevação do nível de preços. b- De que forma o aumento do seguro-desemprego afetará o produto e o nível de preços no curto e no médio prazos? Vide resposta acima. Yn0 P0 YYn1 P P1 AO0 OA1 A B DA 5 Questão 06- Considere Sobre a neutralidade na moeda. a- Em que sentido a moeda é neutra? Como a política monetária é útil se a moeda for neutra? A moeda é neutra, pois, no médio prazo, não afeta variáveis reais. Uma política monetária expansionista pode ser utilizada para acelerar o retorno da economia para o seu nível natural quando o produto está abaixo do seu nível natural. b- A política fiscal, assim como a política monetária, não pode mudar o nível o natural de produto. Então, por que a política monetária é consideradaneutra? Mas a política fiscal não? A política fiscal afeta a taxa de juros, afetando, assim, o investimento. c- Comente esta afirmação: “Como nem a política fiscal nem a política monetária podem afetar o nível natural de produto, segue-se que no médio prazo o nível natural de produto é independente de todas as políticas governamentais”. A afirmação não é verdadeira. Políticas que afetem o mercado de trabalho - tais como elevação do seguro desemprego - podem afetar o nível natural de produto. Questão 07- Suponha que a economia comece no nível natural de produto. Suponha agora que haja um declínio na confiança do empresário, de modo que a demanda por investimento caia para qualquer taxa de juros. a- No diagrama AO-DA mostre o que acontece com o produto e o nível de preços no curto prazo e no médio prazo. No curto prazo observa-se uma retração da demanda agregada (DA), observa-se também a redução do produto (que fica abaixo do seu nível natural). Logo, também se observa uma redução do nível de preços. Tendo esta dinâmica, os fixadores de preços revisam para baixo suas expectativas sobre os preços, temos, assim que a curva de oferta (AO) se expande até o ponto em que o produto se iguala ao natural (neste ponto preço é igual o preço esperado). Note que dada a dinâmica observada, o nível de preços se contrai de P0 para P1 e de P1 para P2. 6 b- O que acontece com a taxa de desemprego no curto prazo? E no médio prazo? N curto prazo a taxa de desemprego fica acima da taxa natural. No médio prazo a taxa de desemprego será igual à taxa de desemprego natural. Suponha que o a Autoridade Monetária decida responder imediatamente ao declínio da confiança do empresário no curto prazo. Em especial, suponha que a Autoridade Monetária queira impedir que a taxa de desemprego mude no curto prazo após o declínio da confiança do empresário. c- O que a Autoridade Monetária deve fazer? Mostre como a ação da Autoridade Monetária, combinada com o declínio da confiança do empresário. Afeta o diagrama AO-DA no curto prazo e no médio prazo. A autoridade monetária poderia fazer uma política monetária expansionista visando a não contração da demanda agregada (DA). Fato que evitaria a queda do produto abaixo do seu nível natural (logo, da taxa de desemprego acima da sua taxa natural). Contudo, não se observaria a redução do nível de preço como visto anteriormente. d- Como o produto e o nível de preços de curto prazo se comparam com suas respostas à parte (b)? Vide resposta acima. e- Como as taxas de desemprego no curto e no médio prazo se comparam com suas respostas à parte (b)? Vide resposta acima. Yn P0 YY P P1 AO0 OA1 A B DA0 DA1 CP2 7 Questão 08- Suponha que a economia comece no nível natural de produto. Suponha também que haja um aumento do preço do petróleo. a- No diagrama AO-DA mostre o que acontece com o produto e o nível de preços no curto prazo e no médio prazo. No curto prazo o aumento do petróleo reduz o produto e eleva o nível de preços. Na passagem para o médio prazo o produto continua a cair (até seu nível natural) e os preços continuam a subir (até AO=DA para o novo nível de produto natural da economia), dado que os fixadores de preços revisam para cima suas expectativas sobre os preços b- O que acontece com a taxa de desemprego no curto prazo? E no médio prazo? A taxa de desemprego sobe no curto prazo. Porém, no curto prazo, a taxa de desemprego, apesar de crescer, cresce menos do que a taxa de desemprego natural dado que o produto, no médio prazo, converge para seu nível natural. Suponha que o a Autoridade Monetária decida responder imediatamente ao aumento do preço do petróleo. Em especial, suponha que a Autoridade Monetária queira impedir que a taxa de desemprego mude no curto prazo após a elevação do preço do petróleo. Suponha que a Autoridade Monetária altere a oferta de moeda uma vez – imediatamente após o aumento do preço do petróleo – e depois não altere novamente. c- O que a Autoridade Monetária deve fazer para impedir a taxa de desemprego de mudar no curto prazo? Mostre como a ação da Autoridade Monetária, combinada com a elevação do preço do petróleo afeta o diagrama AO-DA no curto prazo e no médio prazo. Yn0 P0 YYn1 P P1 AO0 OA1 A B DA 8 A autoridade monetária pode fazer uma política monetária expansionista para evitar a queda do produto no curto prazo (elevação da taxa de desemprego). Tal política desloca a curva de demanda agregada de forma expansionista, mantendo assim o produto no seu antigo nível natural. Porém, como o produto está acima do seu novo nível natural, o nível de preço é maior que o esperado. Logo, os fixadores de preços revisam para cima suas expectativas sobre os preços, fato que desloca a curva de oferta de forma contracionista reduzindo o produto ao seu novo nível natural e elevando o nível de preços da economia. Com a convergência do produto ao seu nível natural se observa também a elevação da taxa de desemprego também até seu novo nível natural. d- Como o produto e o nível de preços de curto prazo se comparam com suas respostas à parte (b)? Vide resposta acima. e- Como as taxas de desemprego no curto e no médio prazo se comparam com suas respostas à parte (b)? Vide resposta acima. Referência Bibliográfica: BLANCHARD, O. Macroeconomia. São Paulo: Prentice-Hall, 2011. – Capítulos 6 e 7. (quinta edição). Yn0 P0 YYn1 P P1 AO0 OA1 A B DA0 DA0 OA2 C DP3 P2
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