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~ 1 ~ UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ECONOMIA EAE 308 – Macroeconomia II 2º Semestre de 2012 Professores: Gilberto Tadeu Lima, Pedro Garcia Duarte e David Turchick Gabarito Esquemático da Segunda Prova QUESTÃO 1 [1-A] Combinando (1), (2) e (3), obtemos: (5) * ( )( )p m r e e Logo, o nível de preço doméstico de equilíbrio de longo prazo (quando e e ) é dado por: (6) *p m r Logo, (6) em (5) gera a equação da MM : (7) 1 ( )e e p p Portanto, / 0de dp e a MM é negativamente inclinada. [1-B] Fazendo 0p em (4) obtemos: (8) e p Portanto, segue-se de (6) e (8) que *e p m r , o que responde a primeira parte desse item. Uma maneira de demonstrar a referida convergência é a seguinte. Substituindo (8) em (7) e a resultante em (4), obtemos: (9) 1 1 ( )p p p Portanto, p é estável, dado que / 0dp dp , com que p p ( p p ) resulta em 0p ( 0p ). E, dado que o nível de preço doméstico converge para seu valor de equilíbrio de longo prazo, (7) indica que taxa de câmbio nominal igualmente converge para seu valor de equilíbrio de longo prazo. [1-C] Segue-se de (5) que: * ( ) ( )dp dm dr de de Lembrando que de dp dm e * 0dp dr , obtemos: (10) 1 1 1 de dm Portanto, pode-se afirmar que um aumento permanente na oferta de moeda doméstica (por exemplo, de 0m para 1m ) faz com que a taxa de câmbio nominal corrente inicialmente ultrapasse seu novo valor de equilíbrio de longo prazo (ou seja, ocorre overshooting). Ver o artigo de Dornbusch para as justificativas algébrica, gráfica e econômica. No caso da justificativa econômica, leve em conta que, no presente ~ 2 ~ modelo, diferentemente do modelo original de Dornbusch, a demanda real por moeda local depende negativamente da taxa de depreciação esperada. Observe, porém, que esse novo efeito reduz a extensão da ultrapassagem: /de dm varia negativamente com . A razão é clara: quando a expansão monetária reduz a taxa de juros doméstica e, portanto, sobredeprecia a taxa de câmbio nominal, a expectativa de apreciação cambial que resulta dessa ultrapassagem eleva a demanda real por moeda doméstica e, com isso, diminui a queda da taxa de juros doméstica, com que a depreciação da taxa de câmbio nominal é atenuada (mas não a ponto de impedir a ocorrência de overshooting, é claro). QUESTÃO 2 [2-A] Uma recessão, queda na renda do restante do mundo (Y*), reduz o saldo em transações correntes, que impacta tanto a IS quanto a BP=0: ambas as curvas se deslocam para a esquerda (para uma dada renda doméstica, a taxa nominal de juros tem que ser menor para equilibrar o mercado de bens; e a taxa nominal de juros tem que ser maior para atrair influxo de capitais autônomos para equilibrar o BP). Como a LM é mais inclinada que a BP, o cruzamento da LM com a nova IS necessariamente ocorre na região de BP<0 da nova curva BP=0. BP<0 significa perda de reservas (para manter o câmbio fixo) e contração da LM, que se ajustará necessariamente ao cruzamento da nova IS com a nova BP. [2-B] A condição de Marshall-Lerner, que nos diz que desvalorizações da taxa real de câmbio aumentam o saldo em transações correntes. [2-C] Uma política de desvalorização da taxa nominal de câmbio (sem abandono do regime de câmbio fixo: ̅), porque os preços são dados, é o mesmo que uma desvalorização real que, por Marshall-Lerner, expande o saldo em transações correntes: IS e BP se deslocam para a direita. Como a LM é mais inclinada que a BP, o cruzamento da LM com a nova IS necessariamente ocorre na região de BP>0 da nova curva BP=0. BP>0 significa acúmulo de reservas (para manter o câmbio fixo) e expansão da LM, que se ajustará necessariamente ao cruzamento da nova IS com a nova BP. [2-D] Para uma dada desvalorização cambial que mantém a credibilidade do regime de câmbio fixo, apenas as transações correntes (NX) são afetadas. Como NX entra tanto na IS como na BP, ambas as curvas se deslocam para a direita (com o deslocamento da IS, pela existência do multiplicador, sendo menor que o da BP). Partindo do equilíbrio após a recessão, olhando para o deslocamento horizontal das curvas, o ponto da nova IS está à esquerda do ponto da nova BP à taxa de juros dada. Logo, se simultaneamente à dada desvalorização cambial o governo fechar a economia, ou seja, tornar a BP vertical, o aumento da renda doméstica é o máximo possível, superior a ter uma BP positivamente inclinada (ou horizontal). Mesmo que com câmbio fixo a conta de capitais autônomos não seja afetada pela desvalorização cambial, a BP vertical (que se torna NX=0) maximiza a renda doméstica porque potencializa o impacto da desvalorização nesta variável: se a BP for positivamente inclinada, como a expansão da renda de equilíbrio vem acompanhada de redução da taxa de juros, a conta de capitais seria deficitária, o que exige superávit maior em NX, que por sua vez exige renda doméstica menor, ceteris paribus. No caso da BP horizontal de perfeita mobilidade de capitais, apenas a IS se deslocaria e como ela se desloca menos do que a BP do caso vertical, sabemos que o impacto sobre a renda doméstica seria menor do que no caso da economia fechada ao fluxo de capitais. (P.S.: se você quiser fazer conta para verificar, pegue um modelo IS-LM-BP linear (por exemplo, o da P1) e calcule de equilíbrio e veja que ele é maior para do que para (sendo o parâmetro que multiplica o diferencial de juros, da conta de capitais autônomos).) ~ 3 ~ Para o impacto sobre as contas externas, se por contas externas você entender o BP, sabemos que ele será zero em equilíbrio, independentemente do grau de mobilidade. Mas o superávit no BP no processo de ajustamento será maior quão mais distante o equilíbrio inicial estiver da nova BP e, assim, uma BP vertical maximiza o superávit temporário do BP. Se por contas externas você entender transações correntes (NX de equilíbrio), para uma dada desvalorização cambial (que estimula NX) você quer que ela seja acompanhada da menor expansão da renda doméstica possível (porque Y desestimula NX), logo é preferível uma BP horizontal. QUESTÃO 3 [3-A] Verdadeiro. “Os produtos per capita dos países 1 e 2 não necessariamente convergem entre si em termos de seus níveis, [...]”. Seja , onde . Então a dinâmica acima dá ̇ ( ) , donde [ ( )] ( ). Digamos mas . Tome ainda , de maneira que ( ) ( ) . Logo ( ) ( ) ( ) . “[...] mas convergem entre si em termos de suas taxas de crescimento.” De fato, pela dinâmica acima, vemos que ̂ ( ), de maneira que ̂ ( ) ( ) . Logo ( )̂ , que independe de [3-B] Falso. Como , temos ̂ ̂ , e em particular ̂ ̂ . Assim, ̂ ̂ ⇔ ̂ ̂ ⇔ ⇔ ( ) ( )⇔ . Esta última desigualdade, porém, não equivale a ( ) ( ) . De fato, tome , , , e . Então a primeira desigualdade vira (verdadeira), enquanto a segunda se escreve (falsa). [3-C] Verdadeiro. A regra de ouro pede a maximização (em relação a ) do consumo por trabalhador efetivo no equilíbrioestacionário, dado por ( ) ( )( ) ( )[ ( )] ( ). Basta então maximizar ( ) ( ) em relação a , ou ainda ( ) ( ) em relação a (esta côncava, por ser soma de côncavas). Então basta a satisfação da condição de primeira ordem para encontrarmos um máximo global (único pela concavidade estrita). A CPO é ( ) ( ( )) , donde . Assim, o país 1, e apenas ele, está operando sob a regra de ouro.
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