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Ficha Bibliográfica BENJAMIN, Alfred. A entrevista da ajuda. São Paulo: Editora Livraria Martins Fontes, 13ª edição. Aluna: Nathalie Rodrigues Carvalho Disciplina Acadêmica: Oficina de Instrumentalização em Serviço Social I Profª: Marla Kuhn Data: Tema do Assunto “Basicamente há dois tipos de entrevista: aquela na qual o entrevistador procura a ajuda do entrevistado, e aquele em que o entrevistador tenta ajudar o entrevistado. ” “ Cuidado para não ajudar demasiado, ou a ponto de interferir onde não nos querem ou necessitam. ” “ O que não queremos que o entrevistado veja – ficha de outros “clientes”, anotações …” “ Quanto mais nos conhecemos, melhor podemos entender, avaliar e controlar nosso comportamento e apreciar o comportamento dos outros. ” “Devemos ouvir cuidadosamente…tal comunicação nossa obviamente ocorrerá quando o entrevistado não se sentir ameaçado por ela...” “O entrevistado tem o direito de saber imediatamente o nosso objetivo ao chamá-lo...” “Se precisar entrevistar diversas pessoas num mesmo dia, intercale alguns minutos entre as entrevistas para escrever ou fazer anotações” “Três estágios da entrevista” “Torná-lo autossuficiente, independente de nós...” “Devemos excluir cuidadosamente, sempre que possível, interferências externas...” “Ouvir: um instrumento essencial...” “Registro da Entrevista” “Parecem argumentar que, uma vez é bom fazer perguntas, quanto mais o fizerem, melhor...” “Quando utilizar perguntas” “Julgamento do entrevistado” “Refletir os sentimentos e atitudes do entrevistado exige uma audição e uma compreensão profundamente empáticas” Localização na obra Pág. 15 Pág. 20 Pág. 21 Pág. 25 Pág. 26 Pág. 34 Pág. 38 Pág. 39 a 57 Pág. 61 e 65 Pág. 66 Pág. 72 Pág. 84 Pág. 92 Pág. 118 Pág. 130 Pág. 153 Crítica O segundo tipo de entrevista é o que será abordado no livro, segundo o autor, neste tipo de entrevista o entrevistado é o foco de toda a intervenção. Exige doação por parte do entrevistador. O (a) assistente social atua diretamente com a proteção (efetivação) dos direitos da população, sendo seus usuários de todas as classes sociais, mas em sua hegemonia os da classe trabalhadora. Seu trabalho por vezes é procurado diretamente pelos usuários, por outras o usuário é demandado através de outros serviços. Acredito que devemos ter o cuidado/sensibilidade na nossa intervenção e sabermos de nossos limites profissionais, conforme o Código de Ética Profissional do (a) assistente social. O cuidado com o sigilo profissional vai além de comentar, falar acerca de certas situações/ acompanhamentos vivenciados com outras pessoas/profissionais aos quais não fazem parte da equipe que acompanhe um determinado usuário. Temos que ter cuidado ao atender uma pessoa, e uma ficha de referenciamento – por exemplo- estar em cima da mesa, com anotações acerca da situação de outra família, visível para outros usuários. Conhecer nossas limitações e dificuldades, bem como nossas qualidades, é um elemento que facilita nosso trabalho. Podemos desenvolver melhor e de outras formas aquilo em que já temos habilidades, e nossas dificuldades podem ser trabalhadas. Havemos de ter cuidado e respeito ao nos expressarmos, e caso não entendermos o que ele (a) nos fala, nos expressarmos da melhor forma possível para compreendermos. Ao fazermos o contato pelo telefone ao chamar, bem como na sua ida ao local da entrevista, explicarmos o motivo ao iniciar a conversa, é direito do usuário saber o que está acontecendo e ético da parte do/a assistente social fazer isso. Cuidado ao fazer a agenda, deixando um tempo um pouco maior para possíveis anotações ou telefonemas vindos de uma conversa com o/a usuário/a, para se preparar para a próxima entrevista ou até mesmo para relaxar após uma entrevista. No início da entrevista, é importante explicarmos o motivo de termos chamado a pessoa até ali, no desenvolvimento da entrevista devemos evitar nos comprar com o entrevistado, avaliações morais ou colocar o nosso ponto de vista como algo exclusivo, ou que somente isso seria o melhor a se fazer, o entrevistado deve enxergar-se para desenvolver uma ação que pode ser em conjunto ao entrevistador. Respeitar o tempo que o usuário precisa para ordenar os pensamentos e se expor conosco, e ter o cuidado de não parecer autoritário ou em uma interrogação, está não é a intenção de uma entrevista, podemos deixar o entrevistado em uma situação desconfortável ou na defensiva. Achei interessante a sugestão do feedback mútuo no encerramento para sabermos se o que combinamos ou conversamos foi entendido por ambos. O/a assistente social deve ter cuidado para não tutelar o usuário, torna-lo dependente de nosso trabalho ou esperando que nós enquanto profissionais decidamos a sua vida por ele/a. A autonomia e emancipação desta família/pessoa deve ser trabalhada desde o início dos atendimentos/acompanhamentos. Sabemos que na academia (de formação de profissionais), não desconstruímos todos os nossos pré-conceitos, estamos por muito tempo inseridos em uma sociedade com inúmeros estigmas, não devemos colocar os nossos valores como certos (ou até errados). Cada pessoa tem a sua trajetória, é um ser histórico assim como nós, a imposição de nossos ideais e valores morais não acrescentará nada positivo enquanto profissionais. Para isso, faz-se necessário a escuta sensível que, segundo Barbier (2007), se apoia na empatia e na tentativa de compreensão, na prática cotidiana o (a) assistente social utiliza esta metodologia que suspende o julgamento do outro, não rotula o indivíduo segundo seus papéis e posições sociais, mas identifica-o em seu ser e respeitando o que ele pensa, promove trocas e aprendizados que sozinho não seria possível. Registros em prontuários, fichas de referenciamento, são instrumentos do cotidiano do/ assistente social, para saber o que já aconteceu em seus atendimentos/entrevistas/grupos, e para outros profissionais que integram a equipe e acompanham a pessoa, também saberem as intervenções e medidas que estão sendo usadas em determinada situação. Ao restringir a entrevista somente às perguntas (me refiro aquelas sem finalidade para o momento) sua intervenção torna-se alienada e pragmática, limitada a uma relação de perguntas-respostas, o usuário pode se sentir como se estivesse em um inquérito policial. Acredito que se faz necessária uma reflexão acerca dos objetivos de perguntas-respostas, por mera curiosidade não se faz necessidade de determinadas indagações, se for pertinente/importante durante a entrevista, devem ser utilizadas. Se quando formos atender alguém, já tivermos um pré-julgamento com aquela pessoa, criamos uma barreira entre nós, valores morais pessoais e tentativa de se comparar com o usuário devem estar fora de questão. Reflexão acerca do que nos é colocado pelo/a usuário, auxilia o processo de trabalho, mais que ouvir, devemos escutar e fazer reflexões críticas e éticas.
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