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Obras
As obras de Gramsci são divididas cronologicamente em antes e depois da sua prisão pela ditadura fascista italiana. No período pré-cárcere, ele escreve ensaios sobre literatura e teoria política, publicados em jornais operários e socialistas da época. Ele não escreve um livro acabado durante a sua vida, nem mesmo suas anotações durante sua prisão são realmente livros, mas apenas escritos produzidos para seu próprio estudo que, eventualmente, poderiam se tornar uma obra mais definida, mas não chegou a acontecer. 
Embora tenha passado por algumas dificuldades com a família e tivesse uma deficiência física que o impediu de se desenvolver normalmente, Antonio Gramsci consegue entrar na universidade de letras em Turim no ano de 1911, local onde entra em contato com os círculos socialistas e com o movimento operário, o que faz com que ele produza seu primeiro artigo político, “Neutralidade ativa e operante” em outubro de 1914. Em 1915, Gramsci abandona a universidade e se torna redator do jornal socialista “O grito do povo”, e responsável por uma coluna na página turinense do “Avante!”, órgão oficial do Partido Socialista Italiano. Dois anos depois lança a revista “A cidade futura”. Em 1919, Gramsci e um grupo de amigos socialistas lançaram o jornal L’Ordine Nuovo, que se intitulava “Resenha semanal de cultura socialista”. Esse primeiro conjunto teórico era também conhecido como Escritos Políticos (EP). 
A partir da prisão, em 8 de novembro de 1926, pela polícia italiana, a saúde de Gramsci começa a se degradar rapidamente. Todo sofrimento e amargura desse período é possível serem vistas na sua literatura, através de cartas para parentes e amigos, que foram posteriormente reunidas para publicação, e divididas em dois volumes, denominados “Cartas do Cárcere”, com um caráter mais personalista. Nesse mesmo período, Gramsci desenvolve um trabalho teórico marxista-materialista, os “Cadernos do Cárcere”, conjunto de mais de 30 cadernos escritos que começaram a ser redigidos em 1928, no cárcere de Turi, pouco após ter obtido autorização para estudar e escrever. Para despistar a censura fascista, Gramsci adotou uma linguagem cifrada, em torno de conceitos originais ou de expressões novas. Escreveu sobre temas variados como linguística, crítica literária, história italiana, papel dos intelectuais e, principalmente, sobre teoria política (estratégia e tática no Oriente e Ocidente, concepção ampliada do Estado, hegemonia etc.). 
COUTINHO, Carlos Nelson. Gramsci, L&PM, RS, 1981.

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