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Necroses Profa. Ma. Rita Alessandra Cardoso A necrose é um tipo de alteração irreversível, resultante da morte celular seguida de autólise em um organismo vivo. Autólise: degradação enzimática dos componentes celulares por enzimas da própria célula, liberadas por lisossomos após a morte celular. Necrose Causas: • Diminuição da energia (ex.: isquemia); • Ação de enzimas (ex.: toxinas); • Agressão direta à membrana citoplasmática; • Radicais Livres. Necrose Principais fatores que levam à ocorrência da HIPÓXIA: aterosclerose trombose ou trombo-embolia insuficiência cardíaca e/ou respiratória Frente esta diminuição de oxigênio, as células podem: se adaptar sofrer lesões reversíveis (ver aula passada) Morrer = Necrose Celular (alterações celulares irreversíveis). Hipóxia é a causa mais frequente da necrose tecidual. Necrose Necrose Principais alterações celulares estruturais: Necrose ATP ácido lático (respiração anaeróbia) pH ácido Lisossomos liberam enzimas para o citoplasma AUTÓLISE Hipóxia (Digestão enzimática dos componentes celulares) Necrose Há também perda da homeostasia do Cálcio O aumento da concentração de cálcio intracelular ativa várias enzimas A células normais B núcleo em picnose, com diminuição de volume e intensa basofilia C e D cariorrexe, nessa fase, o núcleo se fragmenta apresentando distribuição irregular da cromatina E cariólise dissolução da cromatina (devido à DNAse) e desaparecimento da estrutura nuclear Morfologia Microscópica Necrose Tipos de digestão enzimática dos componentes celulares: 1) AUTÓLISE as enzimas catalíticas "são derivadas de lisossomos das próprias células mortas” ocorre na Necrose Coagulativa. 2) HETERÓLISE as enzimas catalíticas são provenientes de lisossomos de leucócitos migrantes mais comum na Necrose Liquefativa. Obs.: Estes processos levam horas para ocorrer. Necrose Tipos de Necrose: 1. Necrose por Coagulação ou Isquêmica 2. Necrose por Liquefação 3. Necrose Caseosa 4. Necrose Gordurosa 5. Necrose Gomosa 6. Gangrena Necrose ou INFARTO: área de necrose isquêmica (ausência de circulação sanguínea) causada por oclusão do suprimento arterial ou da drenagem venosa em um determinado tecido. Quase 99% dos infartos resultam da arterioesclerose, trombose ou embolia exercendo uma oclusão arterial. Necrose por Coagulação A tonalidade pálida da área necrosada também pode ser denominada Necrose Isquêmica ou Infarto. Representa as necroses observadas nos Infartos do coração, rim e baço. Infarto esplênico (baço). Morfologia Macroscópica Necrose por Coagulação Morfologia Microscópica Há perda da nitidez dos elementos nucleares e manutenção do contorno celular devido à permanência de proteínas coaguladas no citoplasma, sem haver rompimento da membrana celular. É característica da morte por hipóxia, exceto no cérebro. Necrose por Coagulação Necrose por coagulação em infarto isquêmico de baço. É possível ainda visualizar o contorno celular (setas), apesar de a célula já estar sofrendo um processo de lesão irreversível. Presença de núcleos com diferentes estágios de alteração morfológica (HE, 1000X). Resulta da ação de enzimas lisossômicas com dissolução rápida e total do tecido necrosado e formação de exsudato purulento (pus). Há prevalência de heterólise. É característica de infecções bacterianas focais que levam à formação de pus devido à ação das enzimas lisossômicas liberadas pelos leucócitos. Necrose por Liquefação É característica do tecido nervoso, que sendo rico em lipídeos e pobre em proteínas, apresenta pouca capacidade de coagulação, facilitando sua liquefação e amolecimento. No cérebro : • etiologia: injúria anóxica e tóxica • ocorre digestão enzimática rápida • formação de focos de dissolução tecidual Necrose por Liquefação Quando localizado é denominado Abscesso Se difuso sem limites definidos Flegmão Se na cavidade toráxica Empiema Formação de exsudato purulento: Necrose por Liquefação Necrose por Liquefação Abscesso é uma inflamação purulenta circunscrita, caracterizada por coleção de pus em uma cavidade neoformada, e circundada por uma membrana ou cápsula de tecido inflamado (membrana piogênica), da qual o pus é gerado. A membrana piogênica deve ser eliminada para que possa ocorrer a cura do abscesso, que habitualmente ocorre por cicatrização. Abscesso agudo em ângulo mandibular. Veja a coloração avermelhada (eritematosa) que a reação inflamatória aguda origina. De origem endodôntica: Necrose da polpa dentária Necrose por Liquefação ABSCESSO PERIAPICAL AGUDO DRENAGEM EXTRA-ORAL Somente necessária quando não foi possível a drenagem via dentária. Necrose por Liquefação Flegmão: não há formação da membrana piogênica, ou seja, a coleção de pus não se encontra concentrada em uma cavidade, mas sim, difusa sobre o tecido. O exsudato purulento é mais fluido, infiltrando-se no conjuntivo frouxo adjacente ao local inflamado. O flegmão é também chamado de celulite, nome dado para designar a inflamação do tecido subcutâneo. Necrose por Liquefação FLEGMÃO Necrose por Liquefação Na radiografia simples do tórax observamos a presença de derrame com uma extensa área de infecção pulmonar típica de um empiema. EMPIEMA É uma forma diferente de necrose de coagulação, na qual o tecido se torna branco e amolecido. É encontrada na tuberculose pulmonar. Necrose Caseosa Tuberculose Pulmonar estrutura semelhante a “caseum” (tipo de queijo branco e fresco) " Apresenta- se como: massa amorfa e esbranquiçada sem brilho e consistência pastosa friável e seca Necrose Caseosa É uma forma de necrose que acomete adipócitos, na qual a gordura é desdobrada pela ação de lipases em Ácidos Graxos Livres e Glicerol. Mecanismo: Os ácidos graxos liberados produzem áreas brancas saponificadas. Locais: Tecido peripancreático (pancreatite aguda) Tecido gorduroso da glândula mamária após traumatismos com ruptura dos adipócitos. Necrose Gordurosa Tecido morto que ao ser puxado estica como borracha. Ex. Sífilis tardia (terciária) Necrose Gomosa Definição: tipo especial de necrose em que a região necrótica sofre modificações sob a ação de agentes externos (ar e bactérias) Pode ser úmida ou seca, dependendo da quantidade de umidade presente. Necrose Gangrenosa Gangrena Úmida (Pútrida) pode ocorrer em órgãos internos como pulmões e intestino ou nas extremidades na presença de infecção bacteriana (risco de choque séptico); Gangrena Seca = Mumificação. Resulta da desidratação ao contato com o ar, maior ocorrência em extremidades, como pontas dos dedos e nariz. Gangrena Gasosa contaminação com Clostridium que leva à produção de grande quantidade de gás, comum em feridas infectadas, grande risco de sepse. Necrose Gangrenosa Necrose Gangrenosa A evolução das necroses depende do tipo de tecido acometido, bem da extensão da lesão. Ex.:pele pode regenerar ou cicatrizar. Evolução das Necroses Necrose a) Regeneração há reabsorção dos restos celulares por leucócitos, com o tecido necrótico sendo substituído por outro de mesma forma e função (ex.: pele, pequenas lesões no fígado). Evolução das Necroses Necrose b) Cicatrização há reabsorção dos restos celulares por leucócitos, com o tecido necrótico sendo substituído por tecido conjuntivo fibroso cicatricial (ex.: Infarto do miocárdio). Cicatriz originada após um abscesso em região de mandíbula. A destruição tecidual foi tão intensa que houve a substituição do tecido original por tecido fibroso. Evolução das Necroses Necrose c) Encistamento reação inflamatória somente na periferia, com proliferação conjuntiva formando uma cápsula que engloba o tecido necrosado (cistos). d) Eliminação o material necrótico é jogado para o meio externo (ex. Fístula). Fístula (seta) decorrente da permanência de um abscesso no periápice da raiz do canino. O organismo tenta drenar espontaneamente a coleção purulenta, sendo originada a fístula, ou seja, uma ligação (canal) entre o interior do abscesso e o meio externo; o caminho da fístula segue as vias que não oferecem resistência, como os tecidos moles. Evolução das Necroses Necrose e) Calcificação o material necrótico é calcificado (ex. Neurocisticercose, Aterosclerose) A pinça destaca uma placa de ateroma calcificada, que se desloca da túnica íntima (PI). Esse quadro caracteriza um estágio avançado de ateroesclerose. Evolução das Necroses Necrose Leitura Sugerida • KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K; FAUSTO, Nelson. Robbins & Cotran: Patologia - Bases patológicas das doenças. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. p. 19-25. Necrose A seguir: Apoptose... Necrose
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